domingo, 24 de abril de 2016

Estudantes ampliam movimento e ocupam 68 escolas no Rio de Janeiro



CSP Conlutas

Até a última contagem divulgada pela Anel (Assembleia Nacional de Estudantes
Livre) nesta terça-feira (19) chegava a 68 o número de escolas ocupadas por
estudantes no Rio de Janeiro.





Os estudantes iniciaram as ocupações no começo do mês de abril, em protesto
contra o desmonte da educação pública. As reivindicações vão desde a inclusão de
disciplinas na grade curricular a volta de porteiros nos colégios.



Até o momento, a Seeduc (Secretaria de Educação do Estado) não negociou a pauta
de reivindicação dos estudantes que, em resposta, ocupam mais escolas e
resistem.



A terceira escola ocupada da rede estadual foi a Heitor Lira. A estudante
secundarista do terceiro ano, Nathalia Martins, de 17 anos, também representante
da Anel, disse que é a primeira vez que integra movimentos assim e está feliz
por fazer parte dessas ocupações. “ É gratificante ver a união das pessoas por
uma mesma causa; esse movimento está fazendo história, apesar de até agora a
Secretaria não ter atendido nossas exigências, já estamos obtendo ganhos com
essa ocupação, que vamos levar para vida, lutar por uma educação melhor para mim
é uma aula de cidadania”, diz entusiasmada.



Apesar da força do movimento, a estudante diz que as pressões externas tornam
mais difíceis as coisas. “Já fomos ameaçados, houve duas invasões do grêmio
estudantil tentando desarticular o movimento, mas sempre conseguimos reverter e
manter nossa luta”, reforça.



A estudante é uma das responsáveis pela comissão de organização e de comunicação
da ocupação e disse que os alunos são divididos em grupos para zelar pelo
patrimônio, como a limpeza e manutenção, e também promover atividades no
interior da escola e cuidar da alimentação dos ocupados.



Além disso, há uma articulação de todas as escolas ocupadas. Os estudantes se
reúnem uma vez por semana para discutir o movimento.



Estão previstas manifestações com todas as escolas ocupadas integradas para
pressionar o governo pelo atendimento de suas reivindicações.



Apoio da Anel ao movimento



Em nota, a Anel relata que o governo do Estado e a Seeduc estão tentando
deslegitimar a luta dos estudantes por considerarem que tudo se trata de uma
grande conspiração de organizações alheias à comunidade escolar.



A entidade explica, no entanto, que a luta é legitima e os estudantes que estão
auto-organizados em assembleias e comissões. “Um exemplo de luta e de democracia
que esse governo que está destruindo a educação não consegue enxergar. Não há
nenhum conspiração de ninguém. O que há é um gigantesco descontentamento com a
situação da educação pública”, reitera.



A Anel destaca ainda ser uma organização estudantil composta por estudantes
secundaristas e universitários e tem presença nacional.



“Ao invés de usar esses argumentos podres pra tentar deslegitimar a luta, o
governo deveria estar preocupado em como vai atender a pauta de reivindicações
apresentada pelas escolas ocupadas”.



A CSP-Conlutas apoia a luta desses estudantes que assim como os estudantes de
São Paulo e de Goiás estão tando exemplo de mobilização por uma educação pública
e de qualidade.

In
CSP - Conlutas
http://cspconlutas.org.br/2016/04/estudantes-ampliam-movimento-e-ocupam-68-escolas-no-rio-de-janeiro/
19/4/2016

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