segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Rumo ao domínio corporativo global






por Prabhat Patnaik [*]

Os Estados Unidos estão a implementar uma nova arquitetura de domínio
empresarial global através duma série de tratados de investimento que,
neste momento, estão a negociar com vários países. Quando todos esses
tratados entrarem em vigor, a extensão da sua jurisdição cobrirá 80% do
PIB global, ou seja, praticamente toda a economia mundial. Estes tratados
incluem um conjunto de Tratados Bilaterais de Investimento (TBIs), a
Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP) e a Parceria
Trans-Pacífico (TPP). Como a Índia está a ser pressionada para aderir a
estes tratados, é importante que estudemos cuidadosamente a sua
arquitetura.

Três características significativas

Há, pelo menos, três características significativas nestes tratados.
Dessas três, a mais significativa é o mecanismo ISDS , o mecanismo de
resolução de conflitos investidor-estado. Segundo ele, os investidores
privados poderão processar um estado soberano num tribunal arbitral
privado. Por outras palavras, o estado soberano prescinde do seu direito
de agir livremente no interesse público para restringir as operações dum
investidor estrangeiro. Caso o faça, não será levado a um tribunal que
esteja situado no seu país e que funcione de acordo com a sua
Constituição; será levado a um tribunal que funcione de acordo com o
tratado em questão e esteja mandatado para “proteger” o investidor privado
de ser prejudicado pelo estado.

Vejamos o que isto significa. Na Índia, no início dos anos 70, foi
aprovada a Lei Regulamentadora do Mercado Cambial (LRMC), que estipulava
uma série de restrições às empresas estrangeiras. Se a Índia tivesse
assinado nessa altura este tratado de investimento, as empresas
estrangeiras poderiam ter levado o governo a um tribunal privado, com
poderes de jurisdição sobre o e Estado, e acima da Constituição, para
contestar qualquer redução dos seus direitos e, muito provavelmente,
teriam ganho o processo. E, claro, dada essa hipótese muito provável, o
governo nem se atreveria a aplicar a LRMC, porque teria visto a
inutilidade de o fazer.

O que se segue, portanto, é que qualquer governo que suceda ao que entrou
num contrato destes, fica preso ao que o governo anterior assinou; e o
tribunal que decide sobre a propriedade de qualquer ação desse governo
posterior não está obrigado a cumprir a Constituição desse país, ou seja,
de acordo com o espírito a ela subjacente (o que certamente levaria a
decidir a favor do governo, com base em que estava a servir o interesse
público, de acordo com a Constituição), mas com a letra instituída no
tratado. Por outras palavras, um tratado de investimento destes não só
representa uma grosseira intromissão na soberania do estado-nação, mas
impede em princípio a capacidade de o Estado cumprir o seu mandato
constitucional.

Nem é preciso dizer, representa também uma grosseira violação do
princípio da soberania do povo que é o fundamento da democracia. O povo
pode eleger um governo que tome medidas para melhorar as suas dificuldades
económicas, mas o governo ficará impossibilitado de tomar essas medidas,
se elas colidirem, seja por que forma for, com os interesses dos
investidores estrangeiros. É difícil imaginar qualquer medida económica
significativa que não tenha nenhuns efeitos, quer imediatamente quer
potencialmente, nos investidores estrangeiros. Até a redistribuição de
terras ficará excluída com um tratado destes, porque provavelmente
significará uma apropriação de terras de investidores estrangeiros que as
possuam, ou, no mínimo, a impossibilidade de eles poderem adquiri-las.

Os investidores sempre pretenderam que o Estado não coloque restrições à
“proteção” dos seus interesses, atenuando a possibilidade da afirmação
democrática do povo. Encurralar o país no vórtice dos fluxos financeiros
globalizados tem sido uma forma óbvia de garantir isso; porque qualquer
Estado que tome ação contra investidores estrangeiros corre o risco da
fuga de capitais. Mas esta “salvaguarda” não parece ser suficiente para os
investidores estrangeiros. Vale a pena assinalar que, em 2004, quando o
governo de Vajpayee foi derrubado, The Wall Street Journal comentou que
a decisão de escolher um governo não devia ser deixada apenas ao
eleitorado do país, mas a todo o grupo de “acionistas” desse país,
incluindo os investidores estrangeiros. Os tratados fomentados pelos EUA
destinam-se a garantir que, mesmo que o eleitorado escolha um novo
governo, os investidores estrangeiros estão protegidos de quaisquer
possíveis efeitos adversos dessa mudança.

A segunda característica destes tratados é que se por acaso o governo
recuperar a propriedade de investidores estrangeiros fica obrigado a dar
uma compensação “imediata, adequada e eficaz”. Os tratados normalmente
especificam que essa compensação deve ser feita à taxa preponderante do
mercado, e não apenas a uma taxa “justa”. Mesmo que o investidor
estrangeiro tenha inicialmente obtido uma faixa de terreno a um preço de
saldo, se esse terreno tiver que ser entregue ao governo, a compensação
terá que ser feita à “taxa do mercado”.

Isto torna muito difícil para o governo adquirir quaisquer terras ou
propriedades, visto que, habitualmente, não tem os recursos para pagar
uma compensação elevada. Recuperar terras de plantações de estrangeiros
para redistribuição entre os sem-terra, por exemplo, será impossível em
qualquer país amarrado a um tratado destes, porque os recursos financeiros
para pagar as compensações dificilmente estarão dentro das
disponibilidades do governo.

Para além disso, qualquer redistribuição de ativos, pela própria
definição, deve significar apropriar-se dos ativos de uns com o objetivo
de os distribuir por outros. Por outras palavras, tem que significar uma
redução na posse dos ativos de uns e um aumento na posse dos ativos
por outros. Se todas as situações de apropriação de ativos tiverem que ser
acompanhadas por uma compensação ao valor do mercado, não há redução na
posse dos ativos para os abastados, mas apenas uma mudança na forma da
posse do ativo: um ativo sob a forma de terras converte-se em dinheiro,
sem que o seu proprietário sofra qualquer redução no seu valor. Em resumo,
a redistribuição de ativos fica excluída, pelo menos no que se refere ao
capital estrangeiro, em qualquer país que assine um tratado destes.

A terceira característica destes tratados, que, por exemplo, caracteriza
o TPP, é que os investidores estrangeiros devem ser tratados em pé de
igualdade com os investidores nacionais, sob todas as formas, incluindo a
questão da posse de terras e de recursos minerais de um país. Como o termo
“investidores estrangeiros” aqui também inclui os investidores do setor
público, isso significa que, nestes tratados, fica excluída qualquer
tentativa de fomentar a autonomia, dando preferência às unidades do setor
público. Um país não pode exprimir preferência pela tecnologia
desenvolvida internamente, em relação à que o investidor estrangeiro tem;
não pode atingir a autonomia tecnológica; não pode fazer qualquer
tentativa para preservar as divisas estrangeiras, restringindo a
repatriação de dividendos para os donos duma empresa estrangeira, de
pagamentos de juros a credores estrangeiros, ou de pagamento de royalties
e emolumentos à companhia mãe das filiais estrangeiras que funcionam no
país.

Serve para perpetuar a desigualdade

Dado o facto de que o mundo já se caracteriza pelo controlo monopolista
da tecnologia pelos países capitalistas avançados; por uma tendência por
parte dos ricos na periferia para enviar a sua riqueza para a metrópole; e
pelas relações de poder desigual entre os países metropolitanos, por um
lado, e a periferia, por outro; o que esta condição significa basicamente
é que a dicotomia entre os dois segmentos do mundo será perpetuada.

Em resumo, os tratados que estão a ser impostos pelos EUA a uma série de
países do terceiro mundo, insistindo na igualdade de tratamento entre
investidores nacionais e estrangeiros, servem na verdade para perpetuar a
desigualdade que existe entre os dois segmentos do mundo.

O capital exige, sempre que funciona, o apoio e a proteção do Estado.
Quando o capital funciona globalmente, normalmente exige uma proteção
global. Mas os estados-nações individuais não estão em posição de
proporcionar essa proteção global. Nem mesmo o mais poderoso dos
estados-nações, os Estados Unidos, estão numa posição de proporcionar
essa proteção, porque isso acarretaria empenhar níveis de mão-de-obra e de
recursos extremamente altos, por todo o mundo, o que não se pretende. Não
há no horizonte nenhum estado-nação, nem sequer um consórcio de estados
capitalistas avançados, que possam assumir o papel de proteção do capital
globalizado. Além disso, mesmo que existisse esse consórcio, seria
necessário para os seus objetivos um qualquer aparelho legal, um qualquer
quadro de regulamentações acordadas, para poder atuar.

Os tratados de investimento que estão a ser implementados pelos EUA
destinam-se a criar esse aparelho; representam uma transição para um
conjunto de instituições acima dos estados-nações que servirão as
necessidades do capital globalizado, oferecendo a sua “proteção” onde quer
que funcionem. Mas o que é de assinalar é o facto de que não são
instituições de qualquer consórcio de estados-nações (como, por exemplo,
o Tribunal Internacional de Justiça); são instituições privadas . Por
outras palavras, não estamos a assistir a uma transição para instituições
governamentais acima de estados-nações; estamos a assistir, por
intermédio destes tratados, ao nascimento de um conjunto de instituições
privadas acima dos estados-nações. A globalização do capital está a gerar
atualmente uma tendência para o domínio empresarial global.

In
RESISRTIR.INFO
http://resistir.info/patnaik/patnaik_15nov15_p.html
30/11/2015

Towards Global Corporate Rule




Prabhat Patnaik




THE United States is putting in place a new architecture of global corporate
rule through a series of investment treaties which it is negotiating with
several countries at present. When all these treaties come into effect, the
extent of their jurisdiction will cover as much as 80 percent of the global GDP,
ie, virtually the entire world economy. These treaties include a set of
Bilateral Investment Treaties (BITs), the Transatlantic Trade and Investment
Partnership (TTIP), and the Trans Pacific Partnership (TPP). Since India is
being goaded into entering such an arrangement, it is important for us to study
this architecture with care.



THREE SIGNIFICANT

FEATURES

There are at least three significant features of these treaties. Of these, the
most significant one is the ISDS, or the Investor-State Dispute Settlement,
mechanism. According to it, private investors will be able to sue a sovereign
State in a private arbitral tribunal. The sovereign State in other words
forfeits its right to act freely in the public interest to restrict the
operations of a foreign investor. In case it does so act, it would not be taken
to a court which is located within its own country, and which is set up under
its own Constitution; it would instead be taken to a court which is set up under
the treaty in question and is enjoined to “protect” the private investor from
encroachment by the State.

Let us see what this means. In India in the early seventies, the Foreign
Exchange Regulation Act (FERA) was passed which put a number of restrictions on
foreign companies. Had India been at that time a signatory to such an investment
treaty, then foreign companies could have taken the government to a private
court, enjoying jurisdiction over the State and placed above the Constitution,
to contest such an abridging of their rights; and they would, most likely, have
won the case. And indeed because of this very likelihood, the government would
not even have dared to enact FERA, for it would have seen the futility of doing
so.

It follows therefore that any successor government in a country that has entered
into such a treaty, becomes bound by what a previous government has signed; and
the court that decides on the propriety of any action by such a successor
government is not one committed to the Constitution of that country, and hence
to the vision underlying it (which could conceivably lead to its ruling in
favour of the government on the grounds that it was serving the public interest
as visualised by the Constitution), but one set up under the treaty. Such an
investment treaty in other words not only represents a gross encroachment on the
sovereignty of the nation-State, but hinders in principle the ability of the
State to fulfill its Constitutional mandate.

Needless to say, it also represents a gross violation of the principle of the
sovereignty of the people which is the foundation of democracy. The people may
elect a government to take measures that ameliorate their economic hardships,
but the government will be unable to take any such measures if they impinge in
anyway upon the interests of the foreign investors; and it is difficult to
imagine any economic measure of significance that has absolutely no effects,
either immediately or potentially, on foreign investors. Even land
redistribution will be ruled out under such a treaty because it is likely to
entail some seizure of land from foreign investors who possess it, or, at the
very least, their being denied potential access to it.

Attenuating the possibility of democratic assertion by the people, so that no
restrictions are placed on the State’s “protection” of their own interests, has
always been a matter of concern for foreign investors. Trapping the country in
the vortex of globalised financial flows has been one obvious way of ensuring
this; for, any State that takes action against foreign investors then runs the
risk of capital flight. But this “safeguard” does not appear sufficient to the
foreign investors. It is noteworthy that in 2004 when the Vajpayee government
was voted out of office, The Wall Street Journal had commented that the decision
to choose a government should be left not just to the country’s electorate but
to the entire body of “stakeholders” in that country, including the foreign
investors. The treaties being pushed by the US are meant to ensure that even if
the electorate chooses a new government, the foreign investors are insulated
from any possible adverse effects of such a change.

The second feature of these treaties is that if by any chance the government
does take over the property of foreign investors, it is compelled to give
“prompt, adequate and effective” compensation. The treaties usually specify that
such compensation must be at the prevailing market rate, and not just at some
“fair” rate. Even if the foreign investor had originally obtained a piece of
land at a throwaway price, if that land has to be surrendered to the government
then the compensation must be at the “market rate”.

This makes it very difficult for the government to acquire any such land or
property, since it typically lacks the resources for paying such hefty
compensation. Taking over land from foreign-owned plantations for redistribution
among the landless, for instance, would become impossible in any country that is
under thralldom to such a treaty, for the financial resources for paying such
compensation are unlikely to be available to the government.

Besides, any asset redistribution, by its very definition, must mean seizing the
assets of some for the purpose of distribution to others. It must in other words
mean a reduction in the asset ownership of some and an increase in asset
ownership of others. If every instance of seizure of assets must be accompanied
by compensation at market rates, then there is no reduction in asset ownership
by the affluent, but only a change in the form of the asset owned: an asset held
in the form of land merely gets converted to money without any reduction in its
value being suffered by the owner. Asset redistribution in short gets ruled out,
at least as far as foreign capital is concerned, in any country that is a
signatory to such a treaty.

The third feature of such treaties, which for instance characterizes the TPP, is
that foreign investors are supposed to be treated on a par with domestic
investors in every way, including in the matter of ownership over land and
mineral resources of a country. Since the term “domestic investors” here also
includes public sector investors, this means that any effort at promoting
self-reliance by giving preference to public sector units, is ruled out by such
treaties. A country cannot express preference for domestically-developed
technology over what the foreign investor has; it cannot achieve technological
self-reliance; it cannot make any effort to preserve foreign exchange by
restricting the repatriation of dividends to the owners of a foreign company, of
interest payments to foreign creditors, or of payment of royalty and fees to the
parent company of the foreign off-shoot that is operating in the country.



SERVES TO PERPETUATE

INEQUALITY

Given the fact that the world is already characterized by monopoly control over
technology by the advanced capitalist countries; by a tendency on the part of
the rich in the periphery to shift their wealth to the metropolis; and by
grossly unequal power relations between the metropolitan countries on the one
hand and the periphery on the other; what such a stipulation basically means is
that the dichotomy between the two segments of the world will be perpetuated.

The treaties being imposed by the US on a host of countries of the third world,
in short, by insisting upon equality of treatment between domestic and foreign
investors, actually serve to perpetuate the inequality that exists between the
two segments of the world.

Capital requires, wherever it operates, the support and protection of the State.
When capital operates globally, it typically requires global protection. But
individual nation-States are not in a position to provide such global
protection. Even the mightiest of the nation-States, the United States, is not
in a position to provide such protection, for that would entail committing
extraordinarily high levels of manpower and resources all over the world which
it is loath to do. And there is no world-State on the horizon, not even a
consortium of advanced capitalist States, which could take on the role of
protecting globalised capital. Besides, even if there could be such a
consortium, it would require for its purpose some legal apparatus, some
framework of agreed regulations through which it could act.

The investment treaties being worked out by the US are meant to create such an
apparatus; they represent a transition to a set of supra-nation-State
institutions that would serve the needs of globalised capital by offering it
“protection” wherever it operates. What is noteworthy however is the fact that
these are not institutions of any consortium of nation-States (like for instance
the International Court of Justice); these are private institutions. We are not
in other words witnessing a transition to a set of supra-nation-State
governmental institutions; we are witnessing, through these treaties, the coming
into being of a set of supra-nation-State private institutions. Globalisation of
capital is spawning at present a tendency towards global corporate rule.


In
PEOPLES DEMOCRACY
http://peoplesdemocracy.in/2015/1115_pd/towards-global-corporate-rule
November 29, 2015

domingo, 29 de novembro de 2015

Las previsiones de Marx y la paradoja de la industrialización financiarizada de nuestro tiempo




Michael Hudson 29/11/2015














“El modo de acumulación de riqueza característico de nuestro tiempo tiene que ver con
medios financieros, más que industriales: va a lomos de la ola de la inflación de precios de
activos financiada con deuda, en pos de “ganancias de capital”. Eso parecía harto improbable
en la época de Marx, la era del patrón oro. Sin embargo, hoy, el grueso de los académicos
marxistas todavía se concentran en su crisis del “volumen I”, ignorando prácticamente la
realidad del fracaso del capitalismo industrial en punto a liberar a las economías de las
dinámicas rentistas sobrevivientes del feudalismo europeo y de las tierras coloniales
conquistadas por Europa.”


Las observaciones que siguen fueron hechas en el World Congress on Marxism que tuvo
lugar en la Escuela de Marxismo de la Universidad de Pekín el pasado 10 de octubre de 2015.
La presentación formaba parte de un debate con Bertell Ollman (NYU). Me siento honrado de
haber sido un Profesor Invitado permanente de la universidad más prestigiosa de China.

Cuando impartí unas conferencias en esta Escuela de Marxismo hace seis años, alguien me
preguntó si Marx acertó o se equivocó. No supe cómo responder a esta pregunta entonces, habida
cuenta de la complejidad de la cuestión. Pero al menos hoy me centraré en su concepción de las
crisis.

Más que ningún otro economista de su siglo, Marx logró vincular los tres tipus más importantes de
crisis que estaban sucediendo. Sus Teorías de la Plusvalía explicaban las dos formes principales de
crisis a que habían apuntado sus predecesores, y en torno a las cuales se libraron las revoluciones
burguesas de 1848. Esas crisis eran resultado de supervivencias en Europa de la época feudal de la
aristocracia terrateniente y las grandes fortunes bancarias.

Financieramente, Marx apuntó a la tendencia de las deudas a crecer exponencialmente con
independencia de la capacidad de pago de la economía, y aun a mayor velocidad que la economia
misma. El incremento de la deuda y el crecimiento de los intereses era autónomo respecto de la
dinámica del capital industrial y del trabajo asalariado en que se centraba el volumen I de El Capital.
Las deudas se expanden por sí propias, siguiendo reglas puramente matemáticas: la “magia del
interés compuesto”.

Podemos ver en Norteamérica y en Europa cómo las cargas de los intereses, la recompra de
acciones, el apalancamiento de las deudas y otras maniobras financieras se comen los beneficiós y
previenen la inversión en plantas y equipos, derivando ingresos hacia operaciones financieras
económicamente vacías. Marx llamó al capital financiero “imaginario” o “ficticio”, en la medida en que
no procede del seno de la economia industrial y porque –al final— sus demandas de pago no
pueden ser satisfechas. Llamó a ese incremento financiero una “forma vacía de capital.” [1] Ficticio,
porque consistia en bonos, hipotecas, préstamos bancarios y otros títulos rentistas sobre los medios
de producción y sobre el flujo de salarios, beneficiós e inversión en capital tangible.

El segundo factor que llevaba a crisis económicas era más a largo plazo: la renta agraria ricardiana.
Los terratenientes y los monopolistas cargaban a la economia con un”impuesto de propiedad”
extrayendo rentas resultantes de privilegios que (como el interés) eran independientes del modo de
producción. La renta agraria crecería a medida que las economies llegaran a ser más grandes y más
prósperas. Una parte cada vez mayor del excedente económico (beneficios y plusvalía) sería
derivada hacia los propietarios de la tierra, de los recursos naturales y de los monopolios. Esas
formas de renta económica resultaban de privilegios que no tenían ningún valor intrínseco o coste de
producción. Al final, contribuirían a empujar al alza los niveles salariales, dejando margen cero para
los beneficiós. Marx llamó eso el “Armagedón ricardiano”.


Esas dos fuerzas que contribuían a las crisis, señaló Marx, eran una herencia de los orígenes
feudales de Europa: señores de la tierra que conquistaban territorios y se apropiaban de recursos
naturales e infraestructuras; y bancos que seguían siendo, y por mucho, usureros y depredadores en
su actividad de hacer préstamos de guerra a los Estados y de explotar a los consumidores con
mezquindad usurera. La renta y el interés eran en muy buena medida productos de las guerras.
Como tales, eran fenómenos externos a los medios de producción y a su coste directo (esto es, al
valor de los productos).

Pero, sobre todo –huelga decirlo—, Marx apuntó a la forma de explotación del trabajo asalariado por
sus empleadores. Y esto, en efecto, procedía del proceso de producción capitalista. Bertell Ollman
acaba de explicar tan bien esa dinámica, que no será necesario repetirla aquí.

La crisis económica actual en Occidente: extracción financiera y rentista que lleva a la
deflación por deuda

Bertell Ollman ha mostrado cómo analizaba Marx las crisis económicas a partir de la incapacidad del
trabajo asalariado de comprar todo lo que produce. Esa es la contradicción interna característica del
capitalismo industrial. Como se explica en el volumen I de El Capital, los empleadores buscan
maximizar los beneficios pagando a los trabajadores lo menos posible. Eso lleva a una excesiva
explotación del trabajo asalariado, causando subconsumo y saturación de los mercados.

Yo quiero centrarme aquí en la cuestión siguiente: hasta qué punto la actual crisis financiera es
holgadamente independiente del modo industrial de producción. Como observó Marx en los
volúmenes II y III de El Capital, así como en las Teorías sobre la plusvalía, la actividad bancaria y la
extracción de rentas son hostiles de varias maneras al capitalismo industrial.

Nuestro debate versa sobre cómo analizar la crisis actual de las economías occidentales. Para mí,
se trata, por lo pronto y sobre todo, de una crisis financiera. La crisis bancaria y el endeudamiento
proceden, y por mucho, de los préstamos inmobiliarios e hipotecarios, así como del tipo de fraude
masivo que a Marx le parecía característico de las altas finanzas de su tiempo, particularmente de la
financiación de canales y ferrocarriles.

De manera que para responder a la cuestión antes planteada sobre si Marx estaba o no en lo cierto,
habría que decir que Marx, sin ninguna duda, suministró las herramientas necesarias para analizar
las crisis que las economías industriales capitalistas han venido padeciendo en los últimos
doscientos años. Pero la historia no ha discurrido del modo que Marx esperaba. Lo que él esperaba
era que todas las clases actuaran conforme a sus intereses de clase. Que es el único modo de
proyectar razonablemente el futuro. La tarea histórica y el destino del capitalismo industrial, escribió
Marx en el Manifiesto comunista, era liberar a la sociedad de las “excrecencias” del interés y de la
renta (sobre todo de la renta de la tierra y de los recursos naturales, junto con la renta monopólica)
que el capitalismo industrial había heredado de la sociedad medieval y aun de la sociedad antigua.
Esas inútiles cargas rentistas a la producción son falsos costes, costes que ralentizan la acumulación
de capital industrial. No proceden del proceso productivo, sino que son una herencia de los señores


feudales de la guerra que conquistaron Inglaterra y otros reinos europeos para fundar aristocracias
terratenientes hereditarias. Por otro lado, las cargas financieras en forma de capital usurero son,
para Marx, una herencia de las familias banqueras que amasaron fortunas con préstamos bélicos y
usura.

El concepto marxiano del ingreso nacional difiere radicalmente de la actual contabilidad en términos
de ingreso y producto nacional. Todas las economías occidentales miden el “producto” en términos
de Producto Interior Bruto (PIB). Este formato contable incluye al sector de Finanzas, Seguros y
Bienes Raíces (FIRE, por sus siglas en inglás) como parte del producto de la economía. Y lo hace
porque trata a renta e interés como “ingresos ganados”, al mismo nivel que salarios y beneficios
industriales: como si las finanzas privatizadas, las compañías de seguros y los bienes raíces fueran
parte del proceso de producción. Marx los consideraba externos a ese proceso. El ingreso
dimanante de ese sector no era “ganado”, sino “no-ganado”. Compartía ese concepto con los
fisiócratas, con Adam Smith, con Stuart Mill y con otros grandes economistas clásicos. Marx no
hacía aquí sino empujar a la teoría económica clásica hasta sus últimas consecuencias lógicas.

En interés de la clase en auge de los capitalistas industriales estaba el liberar a las economías de
esta herencia del feudalismo, de los innecesarios costes de producción falsos, de los precios por
encima del valor real de coste. El destino del capitalismo industrial –eso creía Marx— era el de
racionalizar las economías librándolas de la clase ociosa de banqueros y terratenientes por la vía de
socializar la tierra, nacionalizar los recursos naturales y la infraestructura básica e industrializar el
sistema bancario. Y todo ello a fin de financiar la expansión industrial en vez de la usura
improductiva.

Si el capitalismo hubiera cumplido ese destino, lo que habría subsistido primordialmente serían las
crisis entre los empleadores y los trabajadores industriales explicadas en el volumen I de El Capital:
la explotación del trabajo asalariado hasta el punto en que el trabajo no puede comprar sus
productos. Pero, al propio tiempo, el capitalismo industrial habría preparado el camino al socialismo,
porque los industrialistas necesitaban sacudirse el yugo político de la aristocracia terrateniente y del
poder financiero de la banca. Necesitaban promover reformas políticas de tipo democrático para
derrotar a los intereses creados que controlaban el Parlamento, y a su través, el sistema fiscal. La
organización de los trabajadores y su conquista del derecho de sufragio promoverían sus intereses,
y así se pasaría del capitalismo al socialismo.

Y China, en efecto, ha ejemplificado ese camino. Pero no se ha dado en Occidente.

Los tres tipos de crisis descritos por Marx se están dando. Pero Occidente se halla ahora en una
depresión crónica, la que se conoce como deflación por deuda. En vez de una banca industrializada,
como Marx esperaba, es la industria la que se ha financiarizado. En vez de una democracia que
liberara a las economías de la renta de la tierra, de la renta de los recursos naturales y de la renta
monopólica, lo que tenemos son unos rentistas que han contraatacado tomando el control de los
gobiernos, de los sistemas jurídicos y de las políticas fiscales occidentales. Resultado: estamos
asistiendo a un regreso involutivo hacia la problemática precapitalista tan bien descrita por Marx en


los volúmenes II y III de El Capital y en las Teorías sobre la plusvalía.

Aquí se ubica el debate entre Bertell Ollman y yo. Yo me centro en unas finanzas y unas rentas que
ganan la mano al capitalismo industrial para imponer una depresión dimanante de la deflación por
deuda. Ese sobreendeudamiento empeora los problemas capital/trabajo al debilitar la posición
política y económica del trabajo. Y para empeorar las cosas, los partidos obreros occidentales, a
diferencia de lo que ocurría antes de la I Guerra Mundial, ya no luchan por cuestiones económicas.

Mis diferencias con Ollman y [John] Roemer: yo me centro en los costes no productivos

Bertell sigue a Marx cuando se centra en el sector productivo: alquilar trabajo para producir
productos, pero tratando de lograr el mayor margen posible y batir al propio tiempo por ventas a los
rivales. Esa es la gran contribución de Marx al análisis del capitalismo y de su modo de producir:
emplear trabajo asalariado con beneficio. Concuerdo con ese análisis.

Sin embargo, yo me centro en las causas de la crisis actual, que son independientes y autónomas
respecto de la producción: títulos rentistas de renta económica, de ingreso sin trabajo: precios
“vacíos” sin valor. Ese foco puesto en la renta y el interés difiere del de Ollman y –ni que decir
tiene— del de [John] Roemer. Cualquier modelo de la crisis está obligado a incorporar las finanzas,
los bienes raíces y otras formas de búsqueda de renta, además de la industria y el empleo.

El gasto creciente en deuda puede rastrearse matemáticamente, lo mismo que la simbiosis de
finanzas, seguros y bienes raíces (el sector FIRE). Pero las interacciones son demasiado complejas
para resumirlas en un único “modelo” económico. A mí me preocupa particularmente que el modelo
de Roemer encuentre seguidores aquí en China, porque pasa por alto precisamente las tendencias
que del modo más peligroso amenazan a la China de nuestros días: las prácticas financieras
occidentales y sus políticas fiscales prorrentistas.

China ha empleado el último medio siglo en resolver el problema planteado en el volumen I de
El Capital –las relaciones entre el trabajo y los empleadores— reciclando el excedente económico
hacia nuevos medios de producción, a fin de generar más producto, niveles de vida más altos y, lo
más evidente de todo, más infraestructuras (carreteras, ferrocarriles, aerolíneas) y más vivienda.

Pero precisamente ahora está sufriendo problemas financieros a causa de una creación de crédito
destinada al mercado de valores, en vez de a la formación de capital tangible y a la elevación de los
niveles de consumo. Y, claro está, China ha experimentado un enorme boom en los bienes raíces.
Los precios de la tierra están subiendo en China, casi al nivel en que están en Occidente.

¿Qué habría dicho Marx sobre eso? Yo creo que habría alertado a China y le habría aconsejado no
recaer en los problemas precapitalistas de especulación financiera con los bienes raíces –conversión
de la creciente renta de la tierra en interés— y no permitir que los precios inmobiliarios crezcan sin
frenos ni gravámenes fiscales.

La planificación soviética fracasó a la hora de tomar en cuenta la renta de emplazamiento a la hora


de planificar el lugar de construcción de viviendas y fábricas. Pero al menos la era soviética no forzó
al trabajo o a la industria a pagar intereses, ni estimuló el aumento del precio de la vivienda. Los
bancos del Estado simplemente creaban crédito allí donde se necesitaba para expandir los medios
de producción, para construir fábricas, maquinaria y equipo, viviendas y edificios de oficinas.

Lo que a mí me preocupa de las consecuencias políticas del modelo de [John] Roemer es que se
centra exclusivamente en lo que Marx dijo sobre el sector de producción y las relaciones empleadortrabajo.
No se pregunta de dónde vienen las “dotaciones”, o de cómo ha cambiado tan radicalmente
China en esta última generación. Pasa, así pues, por alto el peligro de un capitalismo industrial en
vías de involución hacia una economía de renta e interés. Y por lo mismo, subestima el peligro que
para China y otras economías socialistas representa adoptar las prácticas occidentales,
reminiscentes del feudalismo, de burbuja financiera (deuda apalancada para elevar los precios) y
riqueza en forma de cargas de renta terrateniente.

Esas dos dinámicas –interés y renta— representan una privatización de la banca y de la tierra que
son, en realidad, utilidades públicas. Marx esperaba que el capitalismo industrial lograría esa
transición. ¡Las economías socialistas deberían lograrla!

China no tiene la menor necesidad de crédito bancario exterior (salvo para cubrir el coste de
importaciones y el coste, en el comercio exterior, de la inversión en otros países). Pero las reservas
del comercio exterior chino son ya lo suficientemente grandes para que sea básicamente
independiente del dólar norteamericano y del euro. Entretanto, las economías norteamericana y
europea están sufriendo de deflación crónica por deuda y de una depresión que reducirá su
capacidad para servir como mercados para sus propios productos y para los chinos.

Las actuales economías desarboladas por la deuda plantean precisamente la cuestión del tipo de
crisis que están viviendo los países capitalistas. El análisis de Marx ofrece instrumentos para
entender sus problemas financieros, bancarios y de extracción de renta. Sin embargo, el grueso de
los marxistas todavía ve el desplome financiero y de hipotecas basura de 2008 como si resultara en
última instancia de una actividad de los empleadores tendente a exprimir el trabajo asalariado. El
capital financiero es visto como un derivado de esa explotación, y no como la dinámica autónoma
que tan bien fue capaz de describir Marx.

Los costes de sostener la creciente carga deudora (intereses, amortización y recargos) deflacionan
el mercado de mercancías absorbiendo un creciente volumen de negocio viable e ingreso personal.
Eso deja menos para el gasto en bienes y servicios, causando excesos de superabundancia que
llevan a crisis en las que las empresas pugnan por dinero. Los bancos fracasan a medida que
proliferan las bancarrotas. Al agotar los mercados, el capital financiero se hace hostil a la expansión
de los beneficios y a la inversión en capital físico tangible.

A pesar de esa esterilidad, el capital financiero ha logrado una posición dominante sobre el capital
industrial. Las transferencias de propiedad de deudores a acreedores –incluso la privatización de
empresas y activos públicos— resultan inevitables a medida que el crecimiento de los títulos


financieros rebasa la capacidad de la producción y de las ganancias productivas para seguir sus
pasos. Y en la estela de los desplomes, llegan entonces las ejecuciones hipotecarias, lo que permite
a las finanzas tomar el control de compañías industriales y aun de Estados.

China ha resuelto bien el problema del “volumen I”, el de expandir el mercado interno para el trabajo,
invirtiendo el excedente económico en formación de capital y aumento de los niveles de vida. Eso la
confronta con las economías occidentales, que han fracasado a la hora de resolver ese problema. Y
que han fracasado también a la hora de resolver los problemas de los “volúmenes II y III”: finanzas y
renta de la tierra. Sin embargo, pocos marxistas occidentales han aplicado esas teorías de Marx al
presente declive y al problema rentista que va con él. Siguiendo a Marx, creen que la tarea de
resolver ese problema corresponde al capitalismo industrial desde los tiempos de las revoluciones
burguesas de 1848.

Ya en la Miseria de la filosofía (1847) Marx describió el odio que los capitalistas sentían por los
terratenientes, cuyas rentas hereditarias chupaban ingresos que iban a parar a una clase ociosa.
Cuando, una generación después, en 1881, recibió un ejemplar de Progress and Poverty (Progreso y
pobreza) de[l economista norteamericano] Henry George, Marx escribió a John Swinton que gravar
fiscalmente la renta de la tierra era “un úlimo intento para salvar el régimen capitalista”. Despreció el
libro [de George] como si sus argumentos hubieran quedado ya despachados con su propia crítica a
Proudhon de 1847: “Nosotros interpretamos que estos economistas, como Mill, Cherbuliez y otros,
exigen pasar al Estado la renta de la tierra a modo de substituto de los impuestos. Eso es una franca
expresión del odio sentido por el capitalista industrial contra el propietario terrateniente, que le
parece cosa inútil, una excrecencia parasitaria del cuerpo general de la producción burguesa. “ [2]

Como programa que era del capital industrial, el movimiento de fiscalización de la tierra no llegó
hasta el punto de abogar por los derechos de los trabajadores y sus niveles de vida. Marx había
criticado a Proudhon y a otros críticos de los terratenientes diciendo que, una vez te libras de la renta
(y del interés usurero bancario), aún tienes que enfrentarte al problema de los industriales que
explotan el trabajo asalariado y buscan minimizar sus salarios, agostando el mercado para los
bienes que producen. Ese es el problema económico “último” que habría que resolver,
presumiblemente mucho después de que el capitalismo industrial hubiera resuelto los problemas de
la renta y el interés.

El capitalismo industrial ha fracasado en punto a liberar a las economías del interés y de la
extracción de renta de los rentistas

Vistas las cosas retrospectivamente, Marx fue demasiado optimista respecto del futuro del
capitalismo industrial. Como observado antes, Marx vio como misión histórica del capitalismo
industrial la de liberar a las economías de la renta y el interés usurero. El sistema financiero de
nuestros días ha generado un hipercrecimiento del crédito, al tiempo que las rentas elevadas están
empujando el precio del trabajo norteamericano fuera de los mercados mundiales. Los salarios se
están estancando, mientras que el Uno Por Ciento viene monopolizando el crecimiento de la riqueza
y del ingreso desde 1980 (sin invertir en nuevos medios de producción). De manera que todavía


tenemos los “problemas de los volúmenes II y III”, y no sólo el “problema del volumen I”.

Nos las vemos ahora con un caso de fallo múltiple de órganos.

En vez de financiar más formación de capital, los mercados de valores y de bonos lo que hacen son
transferencias de propiedad de compañías, bienes raíces e infraestructuras ya existentes. Cerca del
80% del crédito bancario se presta a compradores de bienes raíces, hinchando una burbuja
hipotecaria. En vez de gravar fiscalmente al alza el valor rentista y de emplazamiento de la tierra
(que John Stuart Mill describió como lo que hacen los terratenientes “cuando duermen”), las
economías actuales dejan fiscalmente intacto el ingreso rentista, “libre” para que sirva de garantía a
los bancos. El resultado es que los bancos juegan ahora el papel desempeñado por los
terratenientes en tiempos de Marx: hacerse con el creciente valor rentista del suelo. Y eso invierte el
dogma central de la economía política clásica: arrebata al Estado esa renta junto con las rentas
dimanantes de los recursos naturales y de los monopolios.

Las economías industriales se están viendo asfixiadas por la dinámica financiera y otras dinámicas
rentistas. Deuda hipotecaria creciente, préstamos estudiantiles, endeudamiento con tarjetas de
crédito, deuda por la compra de automóviles, anticipos sobre el salario; todas esas cosas han metido
el miedo en el cuerpo a los trabajadores a la hora de plantearse una huelga, o aun de protestar por
las condiciones laborales. En la medida en que crecen los salarios, tiene que pagarse
crecientemente a los acreedores (y ahora, a monopolios privatizados de aseguradoras médicas y
compañías farmacéuticas), en vez de gastar en los bienes de consumo que producen. La
dependencia que tiene el mundo del trabajo respecto de la deuda agrava, así pues, el “problema del
volumen I”: la incapacidad del trabajo de comprar el producto que produce. Y para terminar de rizar
el rizo, cuando los trabajadores tratan de integrarse en la “sociedad de propietarios” de la clase
media comprando sus hogares con hipotecas en vez de pagar alquiler, el precio que pagan les
aprisiona en una servidumbre por deuda.

Las compañías industriales se benefician del trabajo, no sólo empleándolo, sino prestando a los
consumidores. General Motors hizo el grueso de sus beneficios durante años con su filial de crédito,
GMAC (General Motors Acceptance Corporation), lo mismo que General Electric a través de su
brazo financiero. Los beneficios realizados por Macy’s y otros minoristas a través del préstamo de
sus tarjetas de crédito a veces significaron la totalidad de sus ganancias.

Esa privatización de las rentas y su transformación en un flujo de pagos de intereses (desplazando la
carga fiscal hacia el ingreso asalariado y hacia los beneficios empresariales) significa un fracaso del
capitalismo industrial en punto a liberar a la sociedad de las herencias del feudalismo. Marx
esperaba que el capitalismo industrial actuara en interés propio industrializando la banca, como
estaba ya haciendo Alemania conforme a las orientaciones a que había urgido del reformador
francés Saint-Simon. Sin embargo, el capitalismo industrial ha fracasado a la hora de romper las
cadenas de las prácticas bancarias usureras preindustriales. Y en la esfera de la política fiscal, no ha
gravado con impuestos la renta de la tierra y de los recursos naturales. Ha hecho lo inverso de la
idea, pregonada por los reformadores clásicos, de “mercado libre” en el sentido de libre de renta


económica y de préstamo monetario depredador. La consigna del “mercado libre” significa ahora
exactamente lo contrario: libertad de la clase rentista para extraer intereses y rentas a su buen placer
.

¿Modo de producción o modo de parasitismo?

Lejos de estar al servicio del capitalismo industrial, lo que hace el actual sector financiero es
desangrarlo hasta la agonía. Lejos de perseguir beneficios empleando trabajo para producir bienes
con margen, ni siquiera quiere alquilar trabajo o embarcarse en el proceso de producción y
desarrollar nuevos mercados. El epítome de esta economía postindustrial es Enron: sus ejecutivos
no querían en absoluto capital, y nada de empleo, sólo vendedores de pupitre (y contables falsarios).

El modo de acumulación de riqueza característico de nuestro tiempo tiene que ver con medios
financieros, más que industriales: va a lomos de la ola de la inflación de precios de activos financiada
con deuda, en pos de “ganancias de capital”. Eso parecía harto improbable en la época de Marx, la
era del patrón oro. Sin embargo, hoy, el grueso de los académicos marxistas todavía se concentran
en su crisis del “volumen I”, ignorando prácticamente la realidad del fracaso del capitalismo industrial
en punto a liberar a las economías de las dinámicas rentistas sobrevivientes del feudalismo europeo
y de las tierras coloniales conquistadas por Europa.

Los marxistas que han trabajado en Wall Street han aprendido sus lecciones de los volúmenes II y

III. Pero el marxismo académico ha ignorado el sector FIRE (Finanzas, Seguros y Bienes Raíces, por
sus siglas en inglés). Es como si el interés y la extracción de renta fueran problemas secundarios en
relación con la dinámica del trabajo asalariado.
La gran cuestión de nuestro tiempo es si el capitalismo rentista pos-feudal, lejos de servirlo, lo que
terminará es asfixiando al capitalismo industrial. El propósito de las finanzas de nuestros días no es
explotar el trabajo, sino conquistar y adueñarse de la industria, de los bienes raíces y del Estado. El
resultado es una oligarquía financiera, no capitalismo industrial, ni, menos, una tendencia evolutiva
hacia el socialismo.

El optimismo de Marx sobre la capacidad del capitalismo industrial para someter las finanzas
a sus propias necesidades

Luego de ofrecer un compendio de citas para documentar el modo en que el “capital usurero”
parasitario se multiplicaba a interés compuesto, Marx anunció en un tono de optimismo darwiniano
que el destino del capitalismo industrial era movilizar el capital financiero para financiar su expansión
económica, convirtiendo a la usura en un vestigio obsoleto del modo de producción “antiguo”. Es
como si “en el curso de su evolución, el capital industrial tendiera, pues, a someter esas formas y a
transformarlas en funciones derivadas o especiales de sí mismo”. Lejos de crecer para terminar
dominando al capital industrial, el capital financiero quedaría subordinado a la dinámica del capital
industrial:

“Allí donde la producción capitalista ha manifestado todas sus variadas formas y ha llegado a


convertirse en el modo de producción dominante” –concluía Marx sus notas manuscritas de las
Teorías sobre la plusvalía— “el capital portador de interés es dominado por el capital industrial, y el
capital comercial se convierte meramente en una forma de capital industrial derivada del proceso de
circulación.” [3]

Marx esperaba que las economías actuaran a largo plazo en interés propio para incrementar los
medios de producción y evitar el ingreso rentista improductivo, el subcosumo y la deflación por
deuda. Creyendo que cualquier modo de producción estaba configurado por las necesidades
tecnológicas, políticas y sociales de progreso de las economías, Marx esperaba que la banca y las
finanzas llegarían a subordinarse a esa dinámica:

“No hay duda” –escribió— “de que el sistema de crédito servirá como poderosa palanca durante la
transición del modo capitalista de producción a la producción por medio del trabajo asociado; pero
sólo como un elemento en conexión con otras grandes revoluciones orgánicas del propio modo de
producción.” [4]

El problema financiero se resolvería por sí mismo, a medida que el capitalismo industrial movilizara
productivamente el ahorro, subordinando al capital financiero y poniéndolo al servicio de sus
necesidades. Y eso es lo que estaba pasando entonces en Alemania y en Francia.

Parecía que el papel del sistema bancario como asignador de crédito allanaría el camino a una
organización socialista de las economías. Marx aceptó el libre comercio en la idea de que el
capitalismo industrial transformaría y modernizaría a los países atrasados. Lejos de eso, lo que hizo
el libre comercio fue traer consigo las finanzas rentistas occidentales y la occidental privatización del
suelo y de los recursos naturales. Incluso trajo consigo el derecho de uso de las monedas y de los
sistemas financieros de esos países como casinos. Y en las naciones acreedores avanzadas, el
fracaso de EEUU y de las economías europeas a la hora de recuperarse de su crisis financiera de
2008 viene de dejar intactas las deudas de las “hipotecas basura”, cuyos recargos absorben los
ingresos. Los bancos han sido rescatados, no las economías industriales, cuyas deudas quedaron
intactas. .

Irving Fisher acuñó el término de deflación por deuda en 1933. Dijo que ocurre cuando el servicio de
la deuda (intereses y amortización) para pagar a los bancos y a los tenedores de bonos desvía el
ingreso e impide gastarlo en bienes de consumo e inversión en infraestructura, educación, salud y
otras partidas de bienestar social. [5]

Ningún observador de la época de Marx fue tan pesimista como para esperar que el capital
financiero le ganaría la mano al capitalismo industrial asolando a las economías como se está viendo
en el mundo de nuestros días. Reflexionando sobre la crisis financiera de 1857, Marx mostró hasta
qué punto resultaba impensable entonces nada parecido al rescate de los especuladores financieros
acometido en 2008 por Bush y Obama:

“El entero sistema artificial de expansión forzada del proceso de reproducción no puede, claro está,
remediarse pernmitiendo que algún banco, digamos, el Banco de Inglaterra, proporcione con papel a


todos los especuladores el capital faltante y compre todas las mercancías depreciadas a sus
antiguos valores nominales.” [6]

Cuando Marx escribió esta reductio ad absurdum no podía imaginar ni en sueños que esta sería
precisamente la política de la Reserva Federal en otoño de 2008. El Tesoro estadounidense se hizo
cargo, a expensas del contribuyente, de todas las pérdidas de la especulación aventurera de A.I.G. y
otros “capitalistas de casino” asociados. A lo que siguió la compra a valor nominal por la Reserva
Federal de los paquetes de hipotecas basura.

La política socialista respecto de la reforma financiera y fiscal

Marx dejó dicho que el destino histórico del capitalismo industrial era el de liberar a las economías de
las finanzas improductivas y depredadoras: de la especulación, del fraude y del desvío del ingreso
para pagar intereses sin financiar nuevos medios de producción. Conforme a esa lógica, el destino
de las economías socialistas tenía que ser el de tratar la función bancaria de creación de crédito
como una función pública que tenía que servir a propósitos públicos: incrementar la prosperidad y los
medios de producción, a fin de ofrecer una vida mejor a las poblaciones. Las naciones socialistas
han liberado a sus economías de las contradicciones internas del capitalismo industrial que asfixian
al trabajo asalariado.

China ha resuelto el problema del “volumen I”. Pero aún debe enfrentarse a los problemas de los
“volúmenes II y III”, irresueltos en Occidente: las finanzas privatizadas, las rentas de la tierra y de los
recursos naturales. Las economías occidentales buscan extender esas prácticas neoliberales de
servirse de las finanzas como palanca de pillaje del excedente económico, a fin de financiar la
transferencia de propiedad con interés y de convertir los beneficios, las rentas, los salarios y otros
ingresos en interés.

El fracaso en punto a socializar la banca (o a completar siquiera su industrialización) es la tragedia
más notoria del capitalismo industrial occidental. Llegó a ser también la tragedia de la Rusia possoviética
luego de 1991, que permitió la financiarización de sus recursos naturales y de su economía
industrial al tiempo que dejaba sin gravar fiscalmente la renta de la tierra y de los recursos naturales.
Las cúspides de comando fueron vendidas a oligarcas nacionales y a inversores occidentales que
compraban a crédito con sus propios bancos o en asociación con bancos occidentales. Ese crédito
bancario fue lisa y llanamente creado sobre teclados de ordenador. Esa creación de crédito debería
ser una utilidad pública, pero se ha independizado de la regulación pública en Occidente. Y ese
crédito está llegando ahora a China y a las economías pos-soviéticas como instrumento de
apropiación de recursos.

La Eurozona parece incapaz de salvarse a sí propia de la deflación por deuda, y análogamente, los
EEUU y la Gran Bretaña cojean y trastabillan a medida que se desindustrializan. Por eso albergan la
esperanza de que la China socialista los salvará, libre como está hasta ahora de la plaga financiera,
de la liquidación de activos y de la deflación por deuda. Los economistas occidentales neoliberales
sostienen que esta finaciarización del otrora capitalismo industrial es “progreso” y aun el fin de la


historia. Sin embargo, habiendo visto a China crecer mientras sus economías seguían estancadas
desde 2008 (salvo para el Uno por Ciento), su esperanza es que el mercado de la China socialista
pueda salvar a sus economías financiarizadas, demasiado hundidas en la deuda para salvarse por sí
mismas.
Nota bene: Marx describió la inversión en capital productivo con la fórmula D-M-D’, siendo D el
dinero invertido para producir mercancías (M) que se venden a cambio de más dinero (M’). Pero el
crecimiento del “capital usurero” –la financiación con bonos públicos de los déficits de guerra y el
préstamo al consumo (hipotecas, préstamos personales y deuda de tarjetas de crédito)— consiste
en un desencarnado M-M’, en la estéril operación de hacer dinero simplemente a partir de dinero.
Notas
[1] En volumen III de Capital (cap. xxx; Chicago 1909: p.?461) y volumen III de Teorías sobre la
plusvalía.
[2] Karl Marx, The Poverty of Philosophy [1847] (Moscú, Progress Publishers, n.d.): 155.
[3] Karl Marx, Theories of Surplus Value, III:?468
[4] Capital III (Chicago, 1909), p. 713.
[5] Véase Irving Fisher, “The Debt-Deflation Theory of the Great Depression,” Econometrica (1933),
p. 342. Online en: http://fraser.stlouisfed.org/docs/meltzer/fisdeb33.pdf. Fisher usó el término para
referirse a bancarrotas que aniquilaban el crédito bancario y la capacidad de gasto, y así, la
capacidad de las economías para invertir y contratar a nuevos trabajadores. Discuto técnicamente
este asunto ne mi libro Killing the Host (ISLET 2015), capítulo 11, así como en: “Saving, Asset-Price
Inflation and Debt Deflation”, reproducido como capítulo 11 demi libro The Bubble and Beyond
(ISLET 2012), pp. 297-319.
[6] Capital III (Moscú: Foreign Languages Publishing House, 1958), p. 479.
Traducción para www.sinprmiso.info: Mínima Estrella
es profesor de investigación de la facultad de económicas de la Universidad de Missouri,
Kansas City y investigador asociado del Instituto de Economía Levy. Su último libro es
Finance Capitalism and Its Discontents.
Michael Hudson
Traducción Mínima Estrella Fuente: http://michael-hudson.com/2015/10/theparadox-
of-financialized-industrialization/

URL de origen (Obtenido en 29/11/2015 - 21:47):
http://www.sinpermiso.info/textos/las-previsiones-de-marx-y-la-paradoja-de-laindustrializacion-
financiarizada-de-nuestro-tiempo




In
SINPERMISO
http://www.sinpermiso.info/textos/las-previsiones-de-marx-y-la-paradoja-de-la-industrializacion-financiarizada-de-nuestro-tiempo
29/11/2015

sábado, 28 de novembro de 2015

Governo investe no desgaste dos estudantes, mas movimento resiste e amplia ocupações





Com mais de 200 escolas ocupadas, o governo estadual usa a estratégia de vencer
o movimento pelo cansaço, mas o que se vê é o oposto. A cada dia cresce o número
de escolas ocupadas. Mas com isso, se amplia também a ofensiva contra o direito
legitimo desses estudantes em lutar contra a reorganização.


UMES e UBES não representam as ocupações


A UMES [União Municipal dos Estudantes Secundaristas] e UBES [União Brasileira
dos Estudantes Secundaristas] estão tentando tomar a frente de algumas ocupações
para assim desarticular o movimento. “Por fora da vontade dos estudantes, essas
entidades investem no acordo de suspensão da reorganização, mas nós queremos o
fim definitivo dessa proposta”, alerta o estudante Marcos Knijnik, que apoia a
ocupação da escola estadual Fernão Dias, a primeira a ser realizada na capital
paulista.


“Queremos cancelar a reorganização por completo. Sabemos que a suspensão é para
conseguir mais tempo para implantarem esse programa, sabemos o que significa a
reorganização e não a queremos”, reafirma.


Comando de estudantes das ocupações, já!


O estudante ressalta que o único jeito de acabar com essa tentativa de
desarticular a mobilização é criando um comando de estudantes de todas as
escolas ocupadas, gerido pelos estudantes dessas ocupações, para que de fato
seja garantida e preservada a vontade do movimento que é em por fim à
reorganização.


Não passarão!

Outras estratégias estão sendo usadas também no sentido de desmobilizar a luta.
Segundo denúncia da professora Eliane Nunes, da Oposição Alternativa, em
Guarulhos, em pelo menos duas escolas a juventude do PSDB entra para
desmobilizar o movimento atuando em conjunto com supervisores e diretores de
ensino. Isso ocorreu nas escolas Juvenal Ramos Barbosa e Vereador Antônio de RÉ.
“O governo está colocando a juventude do PSDB em algumas assembleias de escolas
que estão ocupadas, para desmobilizar, com muita truculência, dividindo, e se
aproveitando de alguns servidores, inclusive diretores e dirigentes de ensino, e
estão ameaçando ir a algumas escolas quebrar cadeados, para desarticular a
mobilização dos jovens”.


Mesmo assim os alunos resistem. “A gente está retaguarda na aqui, tentando
garantir o direito dos alunos fazerem a sua luta contra a reorganização”,
reforça Eliane.

Resistência

A disposição dos estudantes em resistir até que seja revertida a reorganização
segue. “Na Fernão Dias, os alunos estão dispostos e firmes a continuar com o
movimento, apesar do cansaço, temos bem firme e claro o que queremos, não vamos
desistir”, finaliza o estudante Marcos Knijnik.

In
CSP Conlutas
http://cspconlutas.org.br/2015/11/governo-investe-no-desgaste-dos-estudantes-mas-movimento-resiste-e-amplia-ocupacoes/
26/11/20152

El Hotel Bauen, definitivamente para los trabajadores





Decio Machado

El Congreso argentino aprobó este jueves la expropiación del Hotel Bauen y su
entrega a la cooperativa de trabajadores que lo recuperó y lo autogestiona desde
2003, año en que sus propietarios cerraron el negocio tras la crisis de 2001 en
Argentina.


El 26 de noviembre –con el boicot de asistencia de la mayoría de los
parlamentarios conservadores–, la Cámara de Diputados argentina aprobaba de
forma unánime la expropiación del inmueble de la empresa recuperada Hotel Bauen
por una deuda que el titular mantiene con el Estado por créditos no atendidos.

La resolución incorpora, además, la transferencia de propiedad de dicho edificio
a la cooperativa de trabajo Buenos Aires Una Empresa Nacional (Bauen), la cual
está conformada por los 130 trabajadores que desde hace 12 años explotan de
forma cooperativa y “sin patrón” dicho emprendimiento hotelero.

Con dicha expropiación terminan las reiteradas amenazas de desalojo que año tras
año se sucedieron sobre dicho inmueble, lo que hubiese significado a la postre
el cierre de dicha empresa recuperada.

Según el diputado Carlos Heller, impulsor de dicha resolución, "desde que los
trabajadores se hicieron cargo de la gestión del hotel abandonado por sus
dueños, el Bauen es un ámbito donde las organizaciones populares de distintos
signos, sin discriminaciones de ninguna naturaleza, tuvieron un espacio".

El kirchnerismo, quien gobierna en Argentina desde el 25 de mayo de 2003,
permitió que durante años esta propuesta se mantuviera bloqueada en la
legislatura porteña. Sin embargo, tras la victoria de Mauricio Macri en las
elecciones presidenciales del pasado 22 de noviembre, el bloque kirchnerista
aprobó un paquete de medidas entre las cuales destacan, además de la
expropiación de dicho inmueble, el sistema de reparto de ganancias entre los
empleados telefónicos y las empresas, así como las indemnizaciones para los
extrabajadores de firmas privatizadas.

La historia del Hotel Bauen

El hotel fue construido en 1978, en momentos previos al Mundial de fútbol que se
realizó en Argentina. El presidente de la entonces empresa Bauen S.A., Marcelo
Iurcovich, era un reconocido empresario argentino con sólidos nexos con la
dictadura militar en el poder.

Dicha condición permitió la financiación por parte del Banco Nacional de
Desarrollo (BANADE) para la construcción del hotel. Dicho préstamo nunca fue
devuelto y es el motivo legal sobre el cual se sostiene la actual expropiación.

Esta gestión empresarial se desarrolló inicialmente entre 1978 y 1997, otorgando
suculentas ganancias a Iurcovich. Con posterioridad sería el grupo económico
Solari S.A. –de origen chileno– quien se apropiaría del hotel mediante una
operación de compra-venta.

Solari gestionaría el hotel hasta el año 2001, cuando, previo concurso de
acreedores, se decretaría su quiebra económica el 28 de diciembre del 2001. Más
de 100 empleados quedarían entonces en la calle.

Sin embargo, unas pocas decenas de trabajadores llevarían a cabo el 21 de marzo
de 2003 la recuperación del hotel con el apoyo del Movimiento Nacional de
Empresas Recuperadas.

Poco a poco, los trabajadores pusieron nuevamente en marcha este emprendimiento
hotelero, el cual había sido saqueado por dentro y carecía de gas, agua, luz e
infraestructuras para el desarrollo de su actividad. Tras arduos esfuerzos de
autogestión y solidaridad por parte de otras empresas recuperadas de Buenos
Aires, a mediados del 2004 el Hotel Bauen volvería a abrir sus puertas al
público.

El Bauen se convirtió en unas de las referencias nacionales e internacionales de
lo que significa una empresa “sin patrón” y autogestionada por sus trabajadores.
Sus instalaciones son también de uso para actividades culturales alternativas en
el centro bonaerense, democratizándose así el espacio destinado al desarrollo no
empresarial de este tipo de actividades.

Sin embargo, la lucha entre la cooperativa conformada por los trabajadores y la
familia Iurcovich ha sido una constante durante todos estos años. Las amenazas
de desalojo por parte de los juzgados argentinos han sido frecuentes,
ignorándose por parte de las autoridades judiciales que el conjunto de los
ingresos generados por la explotación autogestionada del Hotel Bauen ha sido
durante todos estos años reinvertida en mejorar las infraestructuras de un
negocio que había sido abandonado por parte de sus antiguos propietarios.

La resolución del Congreso argentino pone fin a la incertidumbre que durante 12
años acompañó a los operarios del Bauen, reforzándose así un espacio donde las
organizaciones populares de distintos signos gozan de un lugar donde desarrollar
sus respectivas actividades.

Hoy, pasados 14 años del crack argentino, aún se mantienen más de 200 empresas
recuperadas y autogestionadas por sus trabajadores. Hoy, este conjunto de
empresas implicadas en la construcción de un modelo de gestión alternativo por
fin sonríen…

In
DIAGONAL
https://www.diagonalperiodico.net/global/28523-hotel-bauen-definitivamente-para-trabajadores.html
28/11/2015

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Vio.Me, la fábrica recuperada en Grecia que quieren desalojar



Jeza Goudi

El Salmón Contracorriente




Desde hace más de dos años y medio, Vio.Me, una fábrica en Grecia recuperada pos
los trabajadores, produce detergentes y jabones naturales en una fábrica
abandonada por sus dueños en junio 2011. Hoy, es un proyecto en peligro bajo la
amenaza de desalojo.

Ubicada en las afueras de Tesalónica, la fábrica Vio.Me. producía entonces
pegamentos y aislantes y era filial de la empresa Philkeram-Johnson. La fábrica
recuperada por los trabajadores es una referencia en las luchas sociales en
Grecia y una muestra de dignidad en medio del azote de la crisis: la autogestión
del trabajo y la recuperación del tejido productivo como alternativa a la
precarización y la pobreza. Actualmente ya cuenta con 22 trabajadores.

En junio de 2011, en el apogeo de la crisis griega y tras severos problemas de
impagos a empleados, la familia Fillipou, dueña de la empresa, desaparece de
Vio.Me. Numerosas irregularidades han sido demostradas y certificadas por un
estudio encargado a la auditoría Deloitte. Endeudar a una empresa para lucro
personal o traspasar dinero de la filial, que era perfectamente sostenible, a la
empresa matriz fueron algunas de las causas de la bancarrota de Vio.Me. El
cierre de la fábrica dejó a 70 personas sin trabajo. Dada la situación en
Grecia, con una tasa de desempleo por encima del 27%, ese abandono de la empresa
significaba dejar sin recursos a todas esas familias.

Los trabajadores decidieron entonces ocupar la fábrica para bloquear la venta
del material en stock hasta que hubiese garantías de que les pagaran lo que les
debían. Nadie intentó recuperar ese material, que aún está ocupando una parte
del almacén de la fábrica. Cuentan los mismos trabajadores que después de
reunirse con un trabajador de una fábrica recuperada de Argentina, decidieron
hacer lo mismo, es decir retomar la producción pero en sus manos. Seguir la
fabricación de pegamento requería de una inversión inicial que no tenían y
decidieron pasarse a los jabones y productos de limpieza naturales con la idea
de hacer un producto de calidad que además fuera asequible para todos los
hogares. La producción se inicia en febrero de 2013 y con ella la odisea de los
trabajadores para legitimar la recuperación de la fábrica y legalizar sus
productos. Un importante paso dado en este sentido fue el intento de formar una
cooperativa, que se formo finalmente en 2014 después de superar los obstáculos
burocráticos.
Otra manera de organizar la producción y el comité de solidaridad
La producción y la gestión de la fábrica la dirigen los trabajadores de forma
horizontal en asamblea. Trabajan sólo hasta las 3 de la tarde para poder
conciliar la vida familiar y entre ellos se respira un buen ambiente. En una de
mis visitas a la fábrica, no pude menos que emocionarme cuando todos los
trabajadores pararon lo que estaban haciendo para rodear a uno de ellos y
felicitarle por su reciente paternidad. Los trabajadores han dejado de ser
números en las bases de datos de algún ordenador contable. La vida es importante
en Vio.Me.

No obstante, sacar la fábrica adelante no es un trabajo sencillo. Aunque cuentan
con bastante apoyo social, los litigios a los que les someten los dueños y el
resto de ex-trabajadores azuzados por los poderes políticos y económicos, van
minando las finanzas de la fábrica. Tampoco ayuda el no poderse legalizar y
poder distribuir el producto sólo por centros sociales, mercados sin
intermediarios (muy abundantes en Grecia) y directamente al consumidor.
Estrategias como la de el “socio solidario”, en la que se paga una cantidad al
año por una serie de productos fijos, garantizan una cierta venta. Después de la
formación de la cooperativa han podido lanzarse a la exportación, via
estructuras solidarias, a Alemania, Austria e Italia, pero todavía esperan la
legalización con la que la distribución aumentaría.

Alrededor de la fábrica se reúne un comité de solidaridad formado por distintas
organizaciones y personas que sensibilizan sobre la situación en su entorno,
ayudan en la distribución de productos y debaten con ellos cuestiones políticas
y legales como la organización de marchas o manifestaciones, eventos solidarios
para recaudar fondos, etc. Más allá del comité de solidaridad, el grupo de
solidaridad se extiende por todo el país y los productos naturales de Vio.Me
llegan ya a muchos hogares. El comité de solidaridad también facilita la
proyección internacional de Vio.Me, ayudando a generar red con otras fábricas
recuperadas de Europa o Turquía o con las de Sudamérica. Figuras de la talla de
Naomi Klein no solo han visitado el proyecto, sino que son firmes defensoras de
éste.
Los partidos políticos y los sindicatos
Algunos miembros de Syriza han mostrado su solidaridad con el proyecto, sin
embargo, el apoyo de este partido ha ido disminuyendo a medida que iba
aproximándose al poder, para quedar en que, de facto, han delegado la prometida
solución a un sistema judicial que en Grecia falla casi siempre en favor del
capital y no de las personas. El partido comunista (KKE) no quiere ni oír a
hablar de la fábrica autogestionada e incluso ha impedido que se realizaran
proyectos de este tipo en otras fábricas convenciendo a los trabajadores, a
través de los sindicatos que dominan, de que eso no podía funcionar. Otros
partidos más pequeños, tal vez no le prestan la atención que merece, demasiado
enfrascados en solucionar sus múltiples problemas internos.

Por otro lado, todos los gobiernos han tratado de ahogar la iniciativa a base de
costosos juicios e inmensas distracciones y dolores de cabeza que van más allá
de la mera producción. Si bien el desalojo podía haber generado una ola de
solidaridad entre una red que ya se extiende por toda Grecia como símbolo de
lucha y dignidad, y tal vez una nada conveniente ola de réplicas, era seguro que
se evitarían todo eso si lograban demostrar que el proyecto no era viable, si
los trabajadores no podían sacar la producción y la distribución adelante. Pero
claro, llenando el camino de piedras y barreras para que no pudieran hacerlo.
La actualidad: el inminente desalojo
Durante años, Viome ha luchado por constituir una cooperativa para poder
comercializar legalmente sus productos, pero ello ha sido imposibilitado en
primer lugar por la propiedad del terreno de la fábrica y más tarde por el
proceso de bancarrota de la empresa matriz, Filkeram, que abre la posibilidad de
una subasta pública del terreno que ocupa, una octava parte del cual representa
la fabrica de Vio.Me. Se da la circunstancia de que parte de esos terrenos eran
estatales, y fueron cedidos a la familia Filippou en agradecimiento a la
creación de empleo que supondría la fábrica. Empleo por el que han demostrado
muy poco apego y compromiso: La fábrica podía haber sido salvada pero los dueños
aprovecharon la situación para su lucro personal. Los trabajadores reclaman la
expropiación por parte del estado del terreno de Vio.Me, que está situado además
en un lateral que no molestaría la subasta del terreno restante, y su cesión a
la cooperativa de trabajadores para seguir con la autogestión de la empresa,
como alternativa para no caer en el desempleo y la precariedad. Para presionar,
han hecho, como en otras ocasiones, una llamada a la solidaridad internacional y
avisan "no vamos a permitir el desalojo de Vio.Me".

El actual gobierno, igual que los anteriores, por su acción o por su inacción se
hace cómplice de los intereses que intentan acabar con el proyecto por la vía
judicial. Pero no saldrá bien, porque la solidaridad, como el corcho, flota con
más fuerza cuanto más se trata de hundirla.

Jeza Goudi. Plataforma de la Auditoria Ciudadana de la Deuda Barcelona


Fuente: http://www.elsalmoncontracorriente.es/?Vio-Me-la-fabrica-recuperada-en

In
REBELION
http://www.rebelion.org/noticia.php?id=206113
26/11/2015

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

3 de dezembro: Dia Internacional de Luta contra os Agrotóxicos




A todos os comitês estaduais da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida,
Companheiras e companheiros da luta contra os agrotóxicos e pela vida,
Há quase um ano atrás, divulgamos o manifesto pelo dia mundial contra os agrotóxicos, celebrado em 3
de dezembro. No momento em que nos aproximamos novamente desta data, é preciso refletir sobre
acontecimentos deste ano, e projetar nossas prioridades de luta para o próximo período.
Conjuntura
O mercado de agrotóxicos no Brasil segue em franco crescimento. Os 11,5 bilhões de dólares faturados
pela indústria dos venenos em 2013 saltaram para U$12,2 bilhões em 2014. Estimativas para 2015 ainda
não foram divulgadas, entretanto a alta do dólar pode frear o crescimento, dada a alta taxa de importação
no setor.
No campo dos transgênicos, nada menos do que 10 novas variedades foram aprovadas para uso
comercial no Brasil em 2015. A novidade ficou por conta das sementes resistentes ao Dicamba, o
herbicida que a Monsanto aposta como sucessor do glifosato. A área plantada com transgênicos no Brasil
teve estimativa de 42,2 milhões de hectares em 2014, contra 40,3 milhões em 2013. Não menos relevante
é aprovação de variedades transgênicas resistentes a herbicidas a base de 2,4D (Tecnologia ENLIST, da
DOW) também proposto como alternativa a tecnologia RR, da Monsanto.
Internacionalmente, o glifosato vem sendo cada vez mais questionado. Desta vez, a pressão vem da
Europa. Após o IARC, agência sobre câncer da ONU, classificar a substância como provavelmente
cancerígena, a União Europeia iniciou o processo de discussão sobre a renovação da licença do
glifosato no bloco. Ao contrário do Brasil, onde a licença para uso de agrotóxicos é eterna até que seja
questionada, na EU, o registro tem prazo de validade. E já há um grande movimento social para forçar seu
banimento, que certamente traria boas consequências para o Brasil.
No Brasil, mais uma vez tivemos um ano com derrotas e vitórias, e sem dúvida de muitas lutas. A
destruição de mudas de eucalipto transgênico pelas mulheres do MST, com simultânea ocupação da
CTNBio deixou nosso recado bastante claro. A ocupação do MAPA, deixando a marca de ministério da
morte e a queima dos exemplares do Agrinho foram atividades com foco no agronegócio e seu sistema
de dominação cultural. Também avançamos na luta no campo da ciência, através dos lançamentos e
debates sobre o Dossiê Abrasco, e nas audiências públicas que evidenciaram uma luta de posições no
campo político. As ações dos comitês estaduais foram fundamentais no diálogo direto com a
sociedade, através de feiras, debates, aulas públicas, entre outros. No campo legislativo, a luta se deu
pela ampliação nos Fóruns Estaduais de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e iniciativas
parlamentares nos níveis estadual e municipal, que culminaram com a realização de um seminário
exclusivo sobre o assunto.
Devemos destacar que a ação nacional de dezenas de lançamentos do Dossiê Abrasco sobre Impactos
dos Agrotóxicos cumpriu papel muito importante no debate científico sobre a denúncia dos agrotóxicos e
seus efeitos na saúde humana e ambiente. Agradecemos aos diversos comitês e organizações que
possibilitaram os eventos, assim como ao grupo de autores que se esforçou para cumprir todas as
agendas.
Outros grandes eventos onde a campanha foi pautada foram a I Feira Nacional da Reforma Agrária, onde
circularam mais de 150.000 pessoas, em São Paulo e a Conferência Nacional de Segurança Alimentar,
com destaque para debate do PRONARA. O I Congresso Nacional do MPA também trouxe debates
relativos à Campanha.
A exposição do tema na mídia está a todo vapor. O documento divulgado pelo Instituto Nacional do Câncer
- INCA em abril teve enorme repercussão, assim como o programa Profissão Repórter, que teve claro
posicionamento contra os agrotóxicos e ainda expôs pseudo-cientistas vendidos à indústria de agrotóxicos.
Essa exposição do tema tem uma ação fundamental dos comitês estaduais, das entidades e organizações
nos estados e de cientistas comprometidos com o povo e com a vida. Entretanto, é preciso que o nosso
posicionamento seja colocado de forma clara – a alternativa deve se dar na base da reforma agrária e
agroecologia.
Como devem saber, o lançamento do Pronara era esperado para a Conferência Nacional de Segurança
Alimentar e Nutricional, porém não aconteceu. Ainda que saibamos que o programa possui diversas
limitações, consideramos um avanço, pois é a primeira peça jurídica concreta que compromete 9
ministérios contra os agrotóxicos. Os motivos para o não-lançamento do Pronara são de total
responsabilidade do Ministério da Agricultura. O Pronara foi elaborado em conjunto pelo governo e
sociedade civil, inclusive com intensa participação da campanha, no contexto do Planapo.
A ministra Kátia Abreu, que recentemente lançou a moda do “preconceito contra os agroquímicos”, ou
como estamos chamando, a “venenofobia”, afirmou que o Pronara tem divergências de princípios em
relação ao programa do ministério. E essa “divergência” para nós é bastante clara.
No dia 6 de outubro, o deputado Covatti Filho (PP/RS) protocolou o Projeto de Lei 3200/2015. Projetos
dessa natureza já vinham sendo gestados há pelo menos 2 anos, porém este PL traz uma “novidade”: tem
como objetivo substituir a atual Lei de Agrotóxicos (7802/1989), alterando completamente o sistema
normativo de agrotóxicos no país. Um de seus pontos principais é a criação de uma Comissão Técnica
Nacional de Fitossanitários (CTNFito), nos moldes da CTNBio, que tem aprovado sistematicamente o uso
de transgênicos no Brasil. A CTNFito seria responsável por todas as decisões relacionadas a questão dos
agrotóxicos, incluindo o registro. As decisões da CTNFito seriam de cumprimento obrigatório pelos
ministérios e agencias regulatórias, tais como Anvisa e Ibama.
O PL contempla ainda algumas aberrações como: passar a chamar os agrotóxicos de Defensivos
Fitossanitários; a liberação de agrotóxicos por equivalência; liberação facilitada de agrotóxicos para as
“minor crops”, ou seja, cultura de menor valor comercial e menor disposição de agrotóxicos no mercado,
ou seja, comida; redução dos valores de registro; isenção de fiscalização nas fábricas; entre outras.
Infelizmente, nossa realidade tem sempre sido a de pautar nossas ações como resposta às ações do
agronegócio. Desta vez não vai ser diferente: precisamos concentrar nossos esforços em não permitir a
aprovação do PL3200/2015, que seria o enterro completo da regulação existente.
Neste cenário, a luta pela aprovação do Pronara e contra o PL3200/2015 se situam no mesmo contexto
político: a força do agronegócio dentro do governo. Nesse sentido, é preciso reforçar a necessidade de
isolar o MAPA, evidenciado que sua posição contraria definições acordadas por 8 ministérios e dezenas de
organizações da sociedade civil, e trazer o centro do governo para que atenda as reais demandas do povo
brasileiro em relação à produção de alimentos saudáveis, sem agrotóxicos ou transgênicos, e à
necessidade de repensar o modelo agrícola brasileiro.
Ações para o 3 de dezembro
Os comitês e entidades devem pautar suas ações a partir dos problemas locais que dialogam com suas
realidades. Explorar a maior exposição do tema na mídia, com aulas e debates públicos, dialogando
abertamente com a sociedade, divulgando os comitês estaduais. No mesmo sentido, as feiras da reforma
agrária e de agroecologia são ótimos espaços para dialogar o fim dos venenos na prática que nós
defendemos. Audiências públicas que trazem o debate para os espaços legislativos locais também são
ações importantes e de encaminhamentos concretos.
Como detalhado acima, temos dois temas nacionalmente importantes que devem ser pautados para
que busquemos uma unidade nas ações:
 Pela aprovação do Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara);
 Contra o PL3200/2015 – Agronegócio – MAPA
Pronara - “Pelo fim dos agrotóxicos - Pronara Já!”
Há uma possibilidade de lançamento do programa no próprio dia 3 de dezembro, durante a Conferência
Nacional de Saúde. Entretanto, para que isso aconteça, é necessário pressionar. Por isso, definimos que
iniciaremos a pressão massiva pela aprovação do Pronara no dia 1 de dezembro, com ações centralizadas
na Conferência, e localizadas nos estados.
PL3200/2015 – Agronegócio – MAPA - “Fora Kátia Abreu, ministra dos agrotóxicos!”
Especificamente no dia 3 de dezembro, nosso foco será no desgaste da imagem dos agrotóxicos, como
resposta à declaração da ministra de que existe um “preconceito contra os agroquímicos”. Ao mesmo
tempo em que o MAPA se transformou em um super-ministério, possui uma ministra que também expõe
opiniões como a de que “pobre deve comer com veneno”, que devemos explorar. Além disso, devemos
estudar o Projeto de Lei 3200/2015 para nos prepararmos para uma dura batalha.
Para dar unidade a estes dois principais pontos, sugerimos aos comitês e organizações que façam faixas
seguintes dizeres: “Pelo fim dos agrotóxicos - Pronara Já!” e “Fora Kátia Abreu, ministra dos agrotóxicos!”
Outras ideias sobre temas e motes para agitação e propaganda são bem vindos!
Além deles, temos nossos temas tradicionais de luta:
 A proibição da prática criminosa da pulverização aérea, a exemplo do que ocorre na União
Europeia;
 O banimento de agrotóxicos já banidos em outros países do mundo;
 O fim das vergonhosas isenções de impostos dadas aos agrotóxicos;
 A criação de zonas livres de agrotóxicos e transgênicos, para o livre desenvolvimento da
agroecologia;
 Maior controle para evitar a contaminação da água por agrotóxicos.
Desejamos bons momentos de reflexão e luta para todas e todos. Pedimos que encaminhem à secretaria
nacional o planejamento das ações, assim como fotos e relatos posteriores.
Atenciosamente,
Grupo Operativo
Secretaria Operativa Nacional
41 9676 5239; 41 9144 6761
Skype: jakepivato
Email: contraosagrotoxicos@gmail.com
Visite nosso site: www.contraosagrotoxicos.org

10/11/2015

terça-feira, 24 de novembro de 2015

As escolas tomadas no Estado de São Paulo












Henrique T. Novaes *

De 2011 a 2013 a juventude chinela viveu a sua “primavera”. Os estudantes chilenos –
e uma parte dos professores – promoveram inúmeras lutas que giram em torno da
desmercantilização da educação: lutas pelo passe livre, “desmunicipalização sem
privatização”, “fim do lucro”, “melhoria das condições de trabalho docente”. Essas
lutas foram feitas através da auto-organização dos alunos e tinham como pilares a
centralidade das assembleias, a revogabilidades dos cargos e a mínima interferência
dos partidos políticos.

Lembremos que a ditadura Pinochet foi pioneira na região no que se refere a
implantação dos princípios neoliberais na educação: cobrança de mensalidades nas
universidades públicas e municipalização do ensino são bons exemplos. Nos anos
2000, com o endividamento das famílias chilenas e o aumento do desemprego de
parcelas da classe média e trabalhadora, elas não conseguem mais pagar as
mensalidades.

Agora chegou a vez da “primavera” dos estudantes paulistas. Os cálculos variam de 80
a 100 escolas tomadas pelos estudantes. No dia de hoje (23/11) a Justiça negou a
reintegração de posse das escolas – solicitada pelo governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin (PSDB). Geralmente considerados “apáticos”, “geração facebook”, os
estudantes secundaristas paulistas mostram novamente a sua indignação. Eles saíram
às ruas em 2013, lutando pelo passe livre. Agora tomam escolas, sua verdadeira
“fábrica”, se auto-organizam em comissões de limpeza, comunicação, alimentação...
para resistir a esta nova investida do governo.

Tive a oportunidade de conversar com parte desses jovens na cidade de Marília nesta
sexta feira. Em cerca de uma hora me falaram sobre o significado do fechamento da
escola, a forma como estão se organizando, a ação truculenta da polícia paulista, a
ajuda de parte dos professores da escola e dos estudantes da Unesp na resistência e
ocupação da escola. Falaram também sobre privatização, desemprego, da escola
desvinculada da vida, e sobre os diretores autocráticos.

A proposta de reorganização paulista faz parte de um grande pacote – que poderíamos
chamar de Neoliberalismo Fase II – que destrói a educação pública, desde a educação
infantil até a pós graduação. Para entender o que está acontecendo no Estado de São
Paulo, é preciso olhar primeiramente a expansão do ensino privado em todos os níveis
educacionais. Alguém tem dúvida que a educação é um das novas fronteiras de
acumulação de capital?

Do ponto de vista dos escombros públicos a “reorganização” faz parte de um pacote
que envolve também as Escolas Técnicas (ETECs), Faculdades de Tecnologia (FATECs) e
Universidades Estaduais. Estas reformas pretendem aumentar o desempenho dos


professores (tríade eficiência, efetividade e ) para diminuir os custos da educação
pública, criar “centros de excelência” nas universidades estaduais, deixando o máximo
possível da educação para as corporações educacionais.

É curioso observar que metade dos jovens paulistas está fora do Ensino Médio. Num
momento que precisamos de mais e mais escolas, o governo do PSDB simplesmente
fecha escolas. Num momento do capitalismo onde tudo é custo, deve-se jogar alunos
como se fosse rebanho de lá pra cá para evitar o “desperdício” e aumentar a
“eficiência” do Estado capitalista. Junto a isso, separar o Fundamental II do Ensino
Médio é um bom negócio dentro da ótica do Estado neoliberal que dá presentes de
grego aos municípios. É bem provável que o próximo passo seja entregar a educação
aos municípios, que evidentemente não tem as condições gerais para gerir a educação.
Aí está um belo exemplo de decadência ideológica da elite paulista, que não tem nada
mais a oferecer a não ser porrada e prisão aos seus jovens. Aguardemos as cenas do
ring estudantes x secretário...




* Docente da UNESP Marília, é um dos organizadores do Livro
“Movimentos Sociais, Trabalho Associado e Educação para além do capital (São Paulo:
Outras Expressões, Vol. I e II)




segunda-feira, 23 de novembro de 2015

La no esperada intervención de Rusia, en Siria, obliga a USA a cometer un infanticidio



Por hersh zakheim



USA se ve obligada a cometer infanticidio, matar al ISIS, su criatura de 5 años,
en la que su madre la CIA, y su padre el Departamento de Estado, tanto amor,
dinero, armas y esperanzas pusieron. Los planes futuros del ISIS, no podrán
cumplirse, debido a la intervención rusa en Siria


A decir verdad para ese matrimonio que componen la CIA y el Departamento de
Estado norteamericano, no es nuevo eso de matar a sus hijos, no hace mucho,
acabaron con dos de ellos, Saddam Hussein y Bin Laden, pero claro el Oso
Ruso dormía, ahora que salió de la hibernación, los obliga a terminar con el
ISIS, su criatura de apenas 5 años.

No hay originalidad posible, en la Historia Humana , los Presidentes y
funcionarios, testaferros de las Corporaciones que sustentan el Poder real en
USA, toman muchos ejemplos de la Grecia antigua, aquí van dos, el comerse a
sus propios hijos, lo tomaron de CRONOS, el Titan griego hijo de Urano, que
lo practicaba para sacarse de encima, futuros rivales molestos y la idea
ingeniosa de llamar Democracia, a la dictadura del capitalismo en USA, lo
tomaron de otro cuentito griego, el que decía que la minoría de aristócratas y
ricos esclavistas, compartía el Poder con el resto del pueblo griego, en lo
que ellos llamaban Democracia. Verdaderamente mitológico.

Pero volviendo al mundo actual, es evidente que USA, finalmente deberá permitir
la desaparición del ISIS y simular la colaboración con su exterminio.

No es lo que prefiere desde luego. La creación de este grupo mercenario y
criminal, desestabilizador del mundo árabe, tenía por objetivo completar la
destrucción de Siria al estilo Libia, y preservar el dominio del Imperio anglo
yanqui en la región.

Pero la intervención unilateral militar de Rusia, en apoyo a Siria y sin
pedir permiso al Imperio, destrozo todos los planes elucubrados por USA, no
solo en el mundo árabe, sino también en el resto del mundo.

De aquí en adelante, ningún plan del Imperio, podrá funcionar sin tomar en
cuenta, la posible intervención Rusa, en cualquier lugar, si tales planes
perjudican la seguridad del territorio Ruso o de sus aliados.

De aquí al desmantelamiento de la OTAN, como instrumento de presión y
chantaje, del Imperio anglo yanqui, hay un paso.

Y no va a ser justamente USA, a quien le interese desactivar la OTAN, sino a
los demás países integrantes, los que fueron obligados a participar, por
decisión de sus políticos, pese en muchos casos a la resistencia de sus
pueblos.

En su momento, aceptaron participar en la OTAN, alentados por observar en el
“enemigo” Rusia, la lenidad e indiferencia, de dirigentes que como Gorbachov
y Yeltsin, no les preocupaba la expansión del Imperio anglo yanqui.

Ahora estos políticos y funcionarios, de los países asociados a la OTAN, se
verán enfrentados por sus propios pueblos, ante la tremenda potencia militar,
desplegada por Rusia, a quien no parece conveniente agredir, para facilitar
los negocios de los norteamericanos

Se ha vuelto a un punto de equilibrio militar, como ocurría en tiempos de la
guerra fría, la diferencia que no existe en Rusia el sistema socialista, no es
significativa, para el devenir inmediato, ya que aun, con su temprano e
inmaduro capitalismo, Rusia se ve igualmente obligada, a enfrentar al viejo
capitalismo anglo yanqui, que con su clásica codicia, no va dejar de asediar,
el inmenso territorio y riqueza energética de Rusia.

Las guerras interimperialistas en Europa del 14 al 18, fueron un ejemplo,
de lo que puede repetirse en una escala más moderna,

Pero hoy, que el capitalismo entro en su faz final, ya sin placebos a la vista
que ofrecer a los pueblos explotados, mientras los trabajadores dueños aun de
las fuerzas de trabajo, maduran muy lentamente sus conciencias de clase y las
formas de compartir amistosamente, con las nuevas tecnologías el mundo del
trabajo.

Es de esperar que hoy, el equilibrio militar que la renovada Rusia armada,
trajo al mundo, sea el instrumento que frene la posibilidad de la tercera
guerra mundial.

Afectuosamente

Hersh Zakheim

In
Kaosenlared
http://kaosenlared.net/la-no-esperada-intervencion-de-rusia-en-siria-obliga-a-usa-a-cometer-un-infanticidio/
22/11/2015