sábado, 29 de julho de 2017

O programa secreto do capitalismo totalitário



Como Charles Koch e outros bilionários financiaram, nas sombras, um projeto
político que implica devastar o serviço público e o bem comum, para estabelecer
a “liberdade total” do 1% mais rico

Por George Monbiot | Tradução: Antonio Martins
É o capítulo que faltava, uma chave para entender a política dos últimos
cinquenta anos. Ler o novo livro de Nancy MacLean, Democracy in Chains: the deep
history of the radical right’s stealth plan for America [“Democracia
Aprisionada: a história profunda do plano oculto da direita para a América] é
enxergar o que antes permanecia invisível.
O trabalho da professora de História começou por acidente. Em 2013, ela
deparou-se com uma casa de madeira abandonada no campus da Universidade George
Mason, em Virgínia (EUA). O lugar estava repleto com os arquivos desorganizados
de um homem que havia morrido naquele ano, e cujo nome é provavelmente pouco
familiar a você: James McGill Buchanan. Ela conta que a primeira coisa que
despertou sua atenção foi uma pilha de cartas confidenciais relativas a milhões
de dólares transferidos para a universidade pelo bilionário Charles Koch1.
Suas descobertas naquela casa de horrores revelam como Buchanan desenvolveu, em
colaboração com magnatas e os institutos fundados por eles, um programa oculto
para suprimir a democracia em favor dos muito ricos. Tal programa está agora
redefinindo a política, e não apenas nos Estados Unidos.
Buchanan foi fortemente influenciado pelo neoliberalismo de Friedrich Hayek e
Ludwig von Mises e pelo supremacismo de proprietários de John C Carlhoun. Este
último argumentava, na primeira metade do século XIX, que a liberdade consiste
no direito absoluto de usar a propriedade – inclusive os escravos – segundo o
desejo de cada um. Qualquer instituição que limitasse este direito era, para
ele, um agente de opressão, que oprime homens proprietários em nome das massas
desqualificadas.
James Buchanan reuniu estas influências para criar o que chamou de “teoria da
escolha pública. Argumentou que uma sociedade não poderia ser considerada livre
exceto se cada cidadão tivesse o direito de vetar suas decisões. Queria dizer
que ninguém deveria ser tributado contra sua vontade. Mas os ricos, dizia ele,
estavam sendo explorados por gente que usa o voto para reivindicar o dinheiro
que outros ganharam, por meio de impostos involuntários usados para assegurar o
gasto e o bem-estar social. Permitir que os trabalhadores formassem sindicatos e
estabelecer tributos progressivos eram, sempre segundo sua teoria, formas de
“legislação diferencial e discriminatória” sobre os proprietários do capital.


Qualquer conflito entre o que ele chamava de “liberdade” (permitir aos ricos
fazer o que quiserem) e a democracia deveria ser resolvido em favor da
“liberdade”. Em seu livro The Limits of Liberty [“Os limites da liberdade”], ele
frisou que “o despotismo pode ser ser a única alternativa para a estrutura
política que temos”. O despotismo em defesa da liberdade…

James Buchanan, colaborador de Pinochet e partidário da ditadura — em nome da
“liberdade”…
Ele prescrevia o que chamou de uma “revolução constitucional”: criar barreiras
irrevogáveis para reduzir a escolha democrática. Patrocinado durante toda sua
vida por fundações riquíssimas, bilionários e corporações, ele desenvolveu uma
noção teórica sobre o que esta revolução constitucional seria e uma estratégia
para implementá-la.
Ele descreveu como as tentativas de superar a segregação racial no sistema
escolar do sul dos Estados Unidos poderiam ser frustradas com o estabelecimento
de uma rede de escolas privadas, patrocinadas pelo Estado. Foi ele quem primeiro
propôs a privatização das universidades e cobrança de mensalidades sem nenhum
subsídio estatal: seu propósito original era esmagar o ativismo estudantil. Ele
recomendou a privatização da Seguridade Social e de muitas outras ações do
Estado. Queria romper os laços entre os cidadãos e o governo e demolir a
confiança nas instituições públicas. Ele queria, em síntese, salvar o
capitalismo da democracia.
Em 1980, pôde colocar este programa em prática. Foi chamado ao Chile, onde
ajudou a ditadura Pinochet a escrever uma nova Constituição – a qual, em parte
devido aos dispositivos que Buchanan propôs, tornou-se quase impossível de
revogar. Em meio às torturas e assassinados, ele aconselhou o governo a ampliar
seus programas de privatazação, austeridade, restrição monetária,
desregulamentação e destruição dos sindicatos: um pacote que ajudou a produzir o
colapso econômico de 1982.
Nada disso perturbou a Academia Sueca que, por meio de Assar Lindbeck, um devoto
na Universidade de Estocolomo, conferiu a James Buchanan o Nobel de Economia de
1986. Foi uma das diversas decisões que tornaram duvidosa a honraria.

A historiadora Nancy Maclean: para ela, capitalismo é, cada vez mais,
incompatível com democracia
Mas seu poder realmente intensificou-se quando Charles Koch, hoje o sétimo homem
mais rico nos EUA, dicidiu que Buchanan tinha a chave para a transformação que
desejava. Para Koch, mesmo ideólogos neoliberais como Milton Friedman e Alan
Greenspan eram vendidos, já que tentavam aperfeiçoar a eficiência dos governos,
ao invés de destruí-los de uma vez. Buchanan era o realmente radical.
Nancy MacLean afirma que Charles Koch despejou milhões de dólares no trabalho de
Buchanan na Universidade George Mason, cujos departamentos de Direito e Economia
parecem muito mais thinktanks corporativos que instituições acadêmicas. Ele
encarregou o economista de selecionar o “quadro” revolucionário que
implementaria seu programa (Murray Rothbard, do Cato Institute, fundado por
Koch, havia sugerido ao bilionário estudar as técnicas de Lenin e aplicá-las em
favor da causa ultraliberal). Juntos, começaram a desenvolver um programa para
mudar as regras.
Os documentos que Nancy Maclean descobriu mostram que Buchanan via o sigilo como
crucial. Ele afirmava a seus colaboradores que “o sigilo conspirativo é
essencial em todos os momentos”. Ao invés de revelar seu objetivo último, eles
deveriam agir por meio de etapas sucessivas. Por exemplo, ao tentar destruir o
sistema de Seguridade Social, sustentariam que estavam salvando-o e
argumentariam que ele quebraria sem uma série de “reformas” radicais. Aos
poucos, construiriam uma “contra-inteligência”, articulada como uma “vasta rede
de poder político” para, ao final, constituir um novo establishment.
Por meio da rede de thinktanks financiada por Koch e outros bilionários; da
transformação do Partido Republicano; de centenas de milhões de dólares que
destinaram a disputas legislativas e judiciais; da colonização maciça do governo
Trump por membros de sua rede e de campanhas muito efetivas contra tudo – da
Saúde pública às ações para enfrentar a mudança climática, seria justo dizer que
a visão de mundo de Buchanan está aflorando nos EUA.
Mas não apenas lá. Ler seu livro desvendou, para mim, muito da política
britânica atual. O ataque às regulamentações evidenciado pelo incêndio da Torre
Grenfell, a destruição dos serviços públicos por meio da “austeridade”, a regras
de restrição do orçamento, as taxas universitárias e o controle das escolas:
todas estas medidas seguem à risca o programa de Buchanan.
Em um aspecto, ele estava certo: há um conflito inerente entre o que ele chamava
de “liberdade econômica” e a liberdade política. Deixar os bilionários de mãos
livres significa, para todos os demais, pobreza, insegurança, contaminação das
águas e do ar, colapso dos serviços públicos. Como ninguém votará em favor deste
programa, ele só pode ser imposto por meio de ilusão ou controle autoritário. A
escolha é entre o capitalismo irrestrito e a democracia. Não se pode ter os
dois.
O programa de Buchanan equivale à prescrição de capitalismo totalitário. E seus
discípulos apenas começaram a implementá-lo. Mas ao menos, graças às descobertas
de Nancy Maclean, agora podemos compreender a agenda. Uma das primeiras regras
da política é conhecer seu inimigo. Estamos a caminho.

In
OUTRAS PALAVRAS
http://outraspalavras.net/destaques/o-programa-secreto-do-capitalismo-totalitario/
25/7/2017

   A CIA e a contra-revolução na Venezuela



 
       por Atilio A. Borón [*] 

       A sociedade capitalista tem como um dos seus traços principais a
       opacidade. Se nos antigos modos de produção pré-capitalistas a opressão e
      a exploração dos povos saltava à vista e adquiria inclusive uma expressão
      formal e institucional com hierarquias e poderes, no capitalismo prevalece
      a obscuridade e, com ela, o desconcerto e a confusão. Foi Marx que com a
      descoberta da mais-valia descobriu o véu que ocultava a exploração a que
       eram submetidos os trabalhadores "livres", emancipados do jugo medieval.
      E foi ele também que denunciou o fetichismo da mercadoria numa sociedade
      onde tudo se converte em mercadoria e portanto tudo se apresenta de modo
      fantasmagórico perante os olhos da população.
       O que acaba de ser dito vem a propósito da negação do papel da CIA na
      vida política dos países latino-americanos, ainda que não só neles. O seu
      activismo permanente é inevitável e não pode passar desapercebido diante
      de um olhar minimamente atento. Apesar disso, quando se fala da crise na
      Venezuela – para tomar o exemplo que agora nos preocupa – e das ameaças
      que pairam sobre esse país irmão, nunca se nomeia a "Agência", salvo
      poucas e isoladas excepções. A confusão que com a sua opacidade e seu
      fetichismo gera a sociedade capitalista faz novas vítimas no campo da
      esquerda. Não deveria surpreender que a direita encoraje este encobrimento
      da CIA. A imprensa hegemónica – na realidade, a imprensa corrupta e
      canalha – nunca a menciona. É um tema tabu para estes impostores seriais.
      Nem a ela, a CIA, nem a nenhuma das outras quinze agências que constituem
      em conjunto o que nos Estados Unidos se denomina amavelmente como
      "comunidade de inteligência". Eufemismos à parte, é um terrível
      conglomerado de dezasseis bandos criminosos financiados com fundos do
      Congresso dos Estados Unidos e cuja missão é dupla: recolher e analisar
      informação e, sobretudo, intervir activamente nos diversos cenários
      nacionais com uma amplitude acção que vai desde o manejo e a manipulação
      da informação e o controle dos meios de comunicação até a captação de
      líderes sociais, funcionários e políticos, a criação de organizações de
      fachada dissimuladas como inocentes e insuspeitas ONGs dedicadas a causa
      humanitárias inobjectáveis até ao assassinato de líderes sociais e
      políticos incómodos e a infiltração – e destruição – em toda classe de
      organizações populares. Vários arrependidos e enojados ex-agentes da CIA
      descreveram tudo isto com todo pormenor, com nomes e datas, o que me
      dispensa de discorrer sobre o tema. [1]
       Que a direita seja cúmplice do encobrimento do protagonismo dos aparelhos
      de inteligência dos Estados Unidos é compreensível. Faz parte do mesmo
      bando e protege com um muro de silêncio seus apaniguados e sicários. O que
      é absolutamente incompreensível é que representantes de alguns sectores da
       esquerda – nomeadamente o trotsquismo –, o progressismo e certa
       intelectualidade presa nos embriagantes vapores do pós-modernismo
       inscreva-se neste negacionismo em que não só a CIA desaparece do
       horizonte da visibilidade como também o imperialismo. Estas duas
       palavras, CIA e imperialismo, nem por sombras irrompem nos numerosos
      textos escritos por personagens daquelas correntes acerca do drama que
      hoje se desenvolve na Venezuela e que, diante dos seus olhos, parece ter
      como único responsável o governo bolivariano. Aqueles que se inscrevem
       nessa errónea – insanavelmente errónea – perspectiva de interpretação
      esquecem-se também da luta de classes, que brilha pela sua ausência
      sobretudo nas análises de supostos marxistas que não são senão
      "marxólogos", isto é, cultos doutores embriagados pelas palavras, como por
      vezes dizia Trotsky, mas que não compreendem a teoria nem muito menos a
      metodologia na análise marxista e por isso, diante dos ataques que sofre a
       revolução bolivariana, exibem uma gélida indiferença que, de facto,
      converte-se em complacência com os planos reaccionários do império.
       Toda esta horrível confusão, estimulada como dizíamos a princípio pela
      própria natureza da sociedade capitalista, dissipa-se quando se recorda as
      infindáveis intervenções criminosas que a CIA executou na América Latina
      (e onde fosse necessário) para desestabilizar processos reformistas ou
       revolucionários. Uma enumeração sumária a voo de pássaro, inevitavelmente
      incompleta, destacaria o papel sinistro desempenhado pela "Agência" na
      Guatemala, em 1954, ao derrubar o governo de Jacobo Arbenz organizando uma
      invasão dirigida por um coronel mercenário, Carlos Castillo Armas, o qual,
      depois de fazer o que lhe fora ordenado, foi assassinado três anos depois
      no Palácio Presidencial. Continuemos: o Haiti, em 1959, sustentando o
      então ameaçado regime de François Duvalier e garantindo a perpetuidade e o
      apoio a essa dinastia criminosa até 1986. Nem falemos do envolvimento
      intenso da "Agência" em Cuba, desde o princípio das Revolução Cubana,
      actividade que continua até o dia de hoje e que regista como um dos seus
      feitos principais a invasão de Playa Girón em 1961. Ou no Brasil, em 1964,
      assumindo um papel activíssimo no golpe militar que derrubou o governo de
       João Goulart e afundou esse país sul-americano numa ditadura brutal que
      perdurou por duas décadas. Em Santo Domingo, República Dominicana, em
      1965, apoiando a intervenção dos  marines  lutando contra os patriotas
      dirigidos pelo coronel Francisco Caamaño Deño. Na Bolívia, em 1967,
      organizando a caça do Che e ordenando a sua execução covarde depois de
      caído ferido e capturado em combate. A CIA permaneceu no terreno e diante
      da radicalização política que se verificava na Bolívia conspirou para
      derrubar o governo de Juan J. Torres em 1971. No Uruguai, em 1969, quando
      a CIA enviou Dan Mitrione, um especialista em técnicas de tortura, para
      treinar os militares e a polícia a arrancar confissões aos Tupamaros.
      Mitrione foi justiçado por estes em 1970, mas a ditadura instalada pela
      "embaixada" desde 1969 perdurou até 1985. No Chile, desde princípios dos
      anos sessenta e intensificando a sua acção com a cumplicidade do governo
       democrata-cristão de Eduardo Frei. Na mesma noite em que Salvador Allende
      ganhou as eleições presidenciais de 4 de Setembro de 1970 o presidente
      Richard Nixon convocou com urgência o Conselho Nacional de Segurança e
      ordenou à CIA que impedisse por todos os meios a posse do líder chileno e,
      no caso de isso ser impossível, não poupar esforços nem dinheiro para
      derrubá-lo. "Nem um parafuso nem uma porca para o Chile" disse esse
      labrego que a seguir seria despejado da Casa Branca por um julgamento
      político. Na Argentina, em 1976, a CIA e a embaixada foram colaboradores
      activos da ditadura genocida do general Jorge R. Videla, contando
      inclusive com a ajuda descarada e o conselho do então secretário de Estado
      Henry Kissinger. Na Nicarágua, sustentando contra ventos e maré a ditadura
      somozista e, a partir do triunfo do sandinismo, organizado os "contra"
       recorrendo inclusive ao tráfico ilegal de armas e drogas a partir da
       própria Casa Branca para alcançar seus objectivos. Em El Salvador, desde
      1980, para conter o avanço da guerrilha da Frente Farabundo Marti de
      Libertação Nacional, envolvendo-se activamente durante os doze anos que
      durou a guerra civil a qual deixou um saldo de mais de 75 mil mortos. Em
      Granada, liquidando o governo marxista de Maurice Bishop. No Panamá, 1989,
      invasão orquestrada pela CIA para derrubar Manuel Noriega, um ex-agente
      que pensou poder tornar-se independente dos seus chefes, provocando pelo
      menos 3.000 mortos na população. No Peru, a partir de 1990, a CIA
      colaborou com o presidente Alberto Fujimori e seu chefe do Serviço de
      Inteligência, Vladimiro Montesinos, para organizar forças paramilitares a
      fim de combater o Sendero Luminoso, deixando um saldo fúnebre de milhares
      de vítimas. Dados estes antecedentes, alguém poderia pensar que a CIA
      permaneceu de braços cruzados diante da presença das FARC-EP e do ELN na
      Colômbia, onde os Estados Unidos contam com sete bases militares para a
      instalação das suas forças? Ou que não actua sistematicamente para corroer
       as bases de sustentação de governos como os de Evo Morales e, na altura,
      de Rafael Moreno e hoje de Lenin Moreno. O que se retirou para quartéis de
      inverno e deixou de actuar na Argentina, Brasil e em toda esta imensa
      região constituída pela América Latina e o Caribe, considerada como justa
      razão como a reserva estratégica do império. Só por um cúmulo de
      ignorância ou ingenuidade poderia pensar-se em tal coisa.
       Portanto, será alguém se pode surpreender com o protagonismo que a CIA
      está a ter hoje na Venezuela, o "ponto quente" do hemisfério ocidental?
      Podem os dirigentes norte-americanos – os reais, o  deep state  como dizem
      seus observadores mais lúcidos, não as carrancas de proa que despacham na
      Casa Branca – ser tão ineptos que se desinteressem da sorte que possa
      correr a luta colocada contra a Revolução Bolivariana no país que conta
      com a maiores reservas provadas de petróleo do mundo? Pode ser que para o
      trotsquismo latino-americano e outras correntes igualmente extraviadas na
      estratosfera política o MUD e o chavismo "sejam as mesma coisa" e [por
       isso] não provoque nessas correntes senão uma indiferença suicida. Mas os
      administradores imperiais, que sabem o que está em jogo, estão conscientes
      de que a única opção que têm para apoderar-se do petróleo venezuelano –
      objectivo não declarado mas excludente de Washington – é acabar com o
       governo de Nicolás Maduro deixando de lado qualquer escrúpulo a fim de
      obter esse resultado, desde queimar pessoas vivas a incendiar hospitais e
      infantários. Sabem também que a "mudança de regime" na Venezuela seria um
      triunfo extraordinário do imperialismo norte-americano porque, ao instalar
      em Caracas seus peões e lacaios, os mesmos que se orgulham da sua condição
      de lambe botas do império, esse país se converteria de facto num
      protectorado norte-americano, montando uma farsa pseudo-democrática – como
      a que já existe em vários países da região – que só uma nova onda
      revolucionária poderia chegar a desbaratar. E diante dessa opção, império
      versus chavismo, não há neutralidade que valha. Não nos é indiferente, não
      pode nos ser indiferente uma coisa ou a outra! Porque por mais defeitos,
      erros e deformações que haja sofrido o processo iniciado por Chávez em
      1999; por mais responsabilidade que tenha o presidente Nicolás Maduro em
      evitar a desestabilização do governo, os acertos históricos do chavismo
      superam amplamente seus desacertos e pô-lo a salvo da agressão
      norte-americana e dos seus serventuários é uma obrigação moral e política
      inescapável para aqueles que dizem defender o socialismo, a
      autodeterminação nacional e a revolução anti-capitalista. E Isto, nada
      menos que isto, é o que está em jogo nos próximos dias na terra de Bolívar
      e de Chávez e, nesta encruzilhada, ninguém pode apelar à neutralidade ou à
      indiferença. Seria bom recordar a advertência que Dante colocou à entrada
      do Sétimo Círculo do Inferno: "Este lugar, o mais horrendo e ardente do
       Inferno, está reservado para aqueles que em tempos de crise moral optaram
      pela neutralidade". Tomar nota.

      26/Julho/2017
       [1] Ver John Perkins,  Confesiones de un gángster económico. La cara
      oculta del imperialismo norteamericano  (Barcelona: Ediciones Urano,
      2005). Edição original: Título original:  Confessions of an Economic Hit
      Man  First publicado por Berrett-Koehler Publishers, Inc., San Francisco,
      CA, USA.   O livro de Perkins pode ser descarregado em 
      resistir.info/livros/livros.html .   Ver também o texto pioneiro de Philip
      Agee, de 1975,  Inside the company,  publicado na Argentina sob o título
       La CIA por dentro. Diario de un espía  (Buenos Aires: Editorial
      Sudamericana 1987) 
      [*] Sociólogo, argentino.
In
RESISTIR.INFO
http://resistir.info/venezuela/boron_26jul17.html
28/7/2017

quinta-feira, 27 de julho de 2017

La CIA y la contrarrevolución en Venezuela



Atilio A. Boron


La sociedad capitalista tiene como uno de sus rasgos principales la opacidad. Si
en los viejos modos de producción precapitalistas la opresión y la explotación
de los pueblos saltaba a la vista y adquiría inclusive una expresión formal e
institucional en jerarquías y potestades, en el capitalismo prevalece la
oscuridad y, con ella, el desconcierto y la confusión. Fue Marx quien con el
descubrimiento de la plusvalía descorrió el velo que ocultaba la explotación a
la que eran sometidos los trabajadores “libres”, emancipados del yugo medieval .
Y fue él también quien denunció el fetichismo de la mercancía en una sociedad en
donde todo se convierte en mercancía y por lo tanto todo se presenta
fantasmagóricamente ante los ojos de la población.
Lo anterior viene a cuento de la negación sobre el papel de la CIA en la vida
política de los países latinoamericanos, aunque no sólo en ellos. Su permanente
activismo es insoslayable y no puede pasar desapercibido para una mirada
mínimamente atenta. Peso a ello al hablarse de la crisis en Venezuela –para
tomar el ejemplo que ahora nos preocupa- y las amenazas que se ciernen sobre ese
país hermano a la “Agencia” nunca se la nombra, salvo pocas y aisladas
excepciones. La confusión que con su opacidad y su fetichismo genera la sociedad
capitalista se cobra nuevas víctimas en el campo de la izquierda. No debería
sorprender que la derecha alentara ese encubrimiento de la CIA. La prensa
hegemónica –en realidad, la prensa corrupta y canalla- jamás la menciona. Es un
tema tabú para estos impostores seriales. Ni a ella, la CIA, ni a ninguna de las
otras quince agencias que constituyen en conjunto lo que en Estados Unidos
amablemente se denomina “comunidad de inteligencia”. Eufemismos aparte, es un
temible conglomerado de dieciséis pandillas criminales financiadas con fondos
del Congreso de Estados Unidos y cuya misión es doble: recoger y analizar
información y, sobre todo, intervenir activamente en los diversos escenarios
nacionales con un rango de acción que va desde el manejo y la manipulación de la
información y el control de los medios de comunicación hasta la captación de
líderes sociales, funcionarios y políticos, la creación de organizaciones de
pantalla disimuladas como inocentes e insospechadas ONGs dedicadas a
inobjetables causas humanitarias hasta el asesinato de líderes sociales y
políticos molestos y la infiltración en - y destrucción de- toda clase de
organizaciones populares. Varios arrepentidos y asqueados ex agentes de la CIA
han descrito todo lo anterior en sumo detalle, con nombres y fechas, lo que me
excusa de abundar sobre el tema. [1] 
Que la derecha sea cómplice del encubrimiento del protagonismo de los aparatos
de inteligencia de Estados Unidos es comprensible. Son parte del mismo bando y
protege con un muro de silencio a sus compinches y sicarios. Lo que es
absolutamente incomprensible es que representantes de algunos sectores de la
izquierda –notablemente el trotksismo-, el progresismo y cierta intelectualidad
atrapada en los embriagantes vapores del posmodernismo se inscriban en este
negacionismo donde no sólo la CIA desaparece del horizonte de visibilidad sino
también el imperialismo. Estas dos palabras, CIA e imperialismo, ni por asomo
irrumpen en los numerosos textos escritos por personeros de aquellas corrientes
acerca del drama que hoy se desenvuelve en Venezuela y que, ante sus ojos,
parece tener como único responsable al gobierno bolivariano. Quienes se
inscriben en esa errónea - insanablemente errónea- perspectiva de interpretación
se olvidan también de la lucha de clases, que brilla por su ausencia sobre todo
en los análisis de supuestos marxistas que no son otra cosa que “marxólogos”,
esto es, cultos doctores embriagados por las palabras, como a veces decía
Trotsky, pero que no comprenden la teoría ni mucho menos la metodología del
análisis marxista y por eso ante los ataques que sufre la revolución bolivariana
exhiben una gélida indiferencia que, en los hechos, se convierte en complacencia
con los reaccionarios planes del imperio.
Toda esta horrible confusión, estimulada como decíamos al comienzo por la
naturaleza misma de la sociedad capitalista, se disipa en cuanto se recuerda el
sinfín de intervenciones criminales que la CIA llevó a cabo en América Latina (y
en donde fuera necesario) para desestabilizar procesos reformistas o
revolucionarios. Una somera enumeración a vuelo de pájaro, inevitablemente
incompleta, subrayaría el siniestro papel desempeñado por “la Agencia” en
Guatemala, en 1954, derrocando al gobierno de Jacobo Árbenz organizando una
invasión dirigida por un coronel mercenario, Carlos Castillo Armas, quien luego
de hacer lo que le fuera ordenado sería asesinado tres años después en el
Palacio Presidencial. Sigamos: Haití, en 1959, sosteniendo al por entonces
amenazado régimen de François Duvalier y garantizando la perpetuidad y el apoyo
a esa criminal dinastía hasta 1986. Ni hablemos del intenso involucramiento de
"la Agencia” en Cuba, desde los comienzos mismos de la Revolución Cubana,
actividad que continúa hasta el día de hoy y que registra como uno de sus
principales hitos la invasión de Playa Girón en 1961; o en Brasil, 1964,
asumiendo un activísimo papel en el golpe militar que derribó al gobierno de
Joao Goulart y sumió a ese país sudamericano en una brutal dictadura que perduró
por dos décadas; en Santo Domingo, República Dominicana, en 1965, apoyando la
intervención de los marines luchando contra los patriotas dirigidos por el
Coronel Francisco Caamaño Deño; en Bolivia, en 1967, organizando la cacería del
Che y ordenando su cobarde ejecución una vez que había caído herido y capturado
en combate. La CIA permaneció en el terreno y ante la radicalización política
que tenía lugar en Bolivia conspiró para derribar el gobierno popular de Juan J.
Torres en 1971. En Uruguay, en 1969, cuando la CIA envió a Dan Mitrione, un
especialista en técnicas de tortura, para entrenar a los militares y la policía
para arrancar confesiones a los Tupamaros. Mitrione fue ajusticiado por estos en
1970, pero la dictadura instalada por “la embajada” desde 1969 perduró hasta
1985; en Chile, desde comienzos de los años sesenta e intensificando su acción
con la complicidad del gobierno democristiano de Eduardo Frei. La misma noche en
que Salvador Allende ganara las elecciones presidenciales del 4 de septiembre de
1970 el presidente Richard Nixon convocó de urgencia al Consejo Nacional de
Seguridad y ordenó a la CIA que impidiera por todos los medios la asunción del
líder chileno y, en caso de tal cosa ser imposible, no ahorrar esfuerzos ni
dinero para derrocarlo. “Ni un tornillo ni una tuerca para Chile” dijo ese patán
que luego sería desalojado de la Casa Blanca por un juicio político. En
Argentina, en 1976, la CIA y la embajada fueron activas colaboradoras de la
dictadura genocida del general Jorge R. Videla, contando inclusive con la
desembozada ayuda y consejo del por entonces Secretario de Estado Henry
Kissinger; en Nicaragua, sosteniendo contra viento y marea a la dictadura
somocista y, a partir del triunfo del sandinismo, organizando a la “contra”
apelando inclusive al tráfico ilegal de armas y drogas desde la misma Casa
Blanca para lograr sus objetivos; en El Salvador, desde 1980, para contener el
avance de la guerrilla del Frente Farabundo Martí de Liberación Nacional,
involucrándose activamente durante los doce años que duró la guerra civil que
dejó un saldo de más de 75.000 muertos. En Granada, liquidando al gobierno
marxista de Maurice Bishop. En Panamá, 1989, invasión orquestada por la CIA para
derrocar a Manuel Noriega, un ex agente que pensó que podía independizarse de
sus jefes, ocasionando al menos 3.000 muertos en la población. En Perú, a partir
de 1990, la CIA colaboró con el presidente Alberto Fujimori y su Jefe del
Servicio de Inteligencia, Vladimiro Montesinos para organizar fuerzas
paramilitares para combatir a Sendero Luminoso y, de paso, cuando izquierdista
se les pusiera a tiro, o dejando un saldo luctuoso que se mide en miles de
víctimas. Dados estos antecedentes, ¿alguien podría pensar que la CIA ha
permanecido de brazos cruzados ante la presencia de las FARC-EP y el ELN en
Colombia, donde Estados Unidos cuenta con siete bases militares para el
despliegue de sus fuerzas? ¿O que no actúa sistemáticamente para corroer las
bases de sustentación de gobiernos como los de Evo Morales y, en su momento, de
Rafael Correa y hoy Lenín Moreno? ¿O que se ha retirado a cuarteles de invierno
y dejado de actuar en Argentina, Brasil, y en toda esta inmensa región
constituida por América Latina y el Caribe, considerada con justa razón como la
reserva estratégica del imperio? Sólo por un alarde de ignorancia o ingenuidad
podría pensarse tal cosa.
¿Puede, por lo tanto, alguien sorprenderse del protagonismo que la CIA está
teniendo hoy en Venezuela, el “punto caliente” del hemisferio occidental? ¿Puede
la dirigencia norteamericana –la real, el “deep state” como dicen sus más
lúcidos observadores, no los mascarones de proa que despachan desde la Casa
Blanca- ser tan pero tan inepta como para desentenderse de la suerte que pueda
correr la lucha planteada contra la Revolución Bolivariana en el país que cuenta
con las mayores reservas probadas de petróleo del mundo? Puede que para el
trotskismo latinoamericano y otras corrientes igualmente extraviadas en la
estratósfera política la MUD y el chavismo “sean lo mismo” y no provoque en esas
corrientes otra cosa que una suicida indiferencia. Pero los administradores
imperiales, que saben lo que está en juego, son conscientes de que la única
opción que tienen para apoderarse del petróleo venezolano –objetivo no declarado
pero excluyente de Washington- es acabar con el gobierno de Nicolás Maduro
dejando de lado cualquier escrúpulo con tal de obtener ese resultado, desde
quemar vivas a personas a incendiar hospitales y guarderías infantiles . Saben
también que el “cambio de régimen” en Venezuela sería un triunfo extraordinario
del imperialismo norteamericano porque, instalando en Caracas a sus peones y
lacayos, los mismos que se enorgullecen de su condición de lamebotas del
imperio, ese país se convertiría de facto en un protectorado norteamericano,
montando una farsa pseudodemocrática –como la que ya hay en varios países de la
región- que sólo una nueva oleada revolucionaria podría llegar a desbaratar. Y
ante esa opción, imperio versus chavismo, no hay neutralidad que valga. No nos
da lo mismo, ¡no puede darnos lo mismo una cosa o la otra! Porque por más
defectos, errores y deformaciones que haya sufrido el proceso iniciado por
Chávez en 1999; por más responsabilidad que tenga el presidente Nicolás Maduro
en evitar la desestabilización de su gobierno, los aciertos históricos del
chavismo superan ampliamente sus desaciertos y ponerlo a salvo de la agresión
norteamericana y sus sirvientes es una obligación moral y política insoslayable
para quienes dicen defender al socialismo, la autodeterminación nacional y la
revolución anticapitalista. Y esto, nada menos que esto, es lo que está en juego
los próximos días en la tierra de Bolívar y de Chávez, y en esta encrucijada
nadie puede apelar a la neutralidad o la indiferencia. Sería bueno recordar la
advertencia que Dante colocó a la entrada del Séptimo Círculo del Infierno:
“este lugar, el más horrendo y ardiente del Infierno, está reservado para
aquellos que en tiempos de crisis moral optaron por la neutralidad”. Tomar nota.
Nota:

 [1]  Ver John Perkins, Confesiones de un gángster económico. La cara oculta del
imperialismo norteamericano (Barcelona: Ediciones Urano, 2005). Edición
original: Título original: Confessions of an Economic Hit Man First published by
Berrett-Koehler Publishers, Inc., San Francisco, CA, USA. Ver también el texto
pionero de Philip Agee, de 1975, Inside the Company,y publicado en la Argentina
bajo el título La CIA por dentro. Diario de un espía (Buenos Aires: Editorial
Sudamericana 1987).
Rebelión ha publicado este artículo con el permiso del autor mediante una
licencia de Creative Commons, respetando su libertad para publicarlo en otras
fuentes.

In
REBELION
http://www.rebelion.org/noticia.php?id=229598
27/7/2017

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Trumpismo y la nueva economía global



William I. Robinson

La decisión del gobierno del Presidente Donald Trump de renegociar con México el
Tratado de Libre Comercio de América del Norte (TLCAN) has sido interpretado por
la mayoría de los comentaristas como la salva de arranque de una nueva oleada de
proteccionismo estadounidense. Pero el discurso publico de Trump no debe
confundirse con la esencia del programa económico de su gobierno y las probables
políticas comerciales. Una explicación mejor para la renegociación –la que
podría arrancar tan temprano como a mediados de agosto– reside en la
transformación de la economía norteamericana y global en los años posteriores a
la puesta en vigencia en 1994 del TLCAN.
La región económica norteamericana forma parte de un sistema globalizado de
producción y finanzas. Aunque tuvieron motivación para hacerlo, las elites
políticas y económicas estadounidenses no podrían desenmarañar a Estados Unidos
(o a la región norteamericana) de las vasta red de cadenas de subcontratación y
“outsourcing” (externalización) que caracteriza la economía global. Trump y los
multimillonarios que conforman su gabinete son parte de la clase capitalista
transnacional. El imperio empresarial de la familia de Trump se extiende sobre
el mundo, incluyendo fabricas en México que se aprovechan de la mano de obra
barata para exportar a Estados Unidos gracias a las disposiciones del TLCAN.
Trump atacó al TLCAN durante su campaña electoral como parte de su estrategia de
obtener una base social entre sectores de la clase obrera estadounidense,
desproporcionadamente blanca, quienes enfrentan una cada vez mayor inseguridad y
el deterioro de sus condiciones de vida como resultado de la globalización
capitalista. Ningún candidato puede aspirar a ser electo a la presidencia sin
presentar un mensaje populista. También fue obligada Hillary Clinton a
declararse durante la campaña en contra del Acuerdo de Asociación TransPacifica
(conocido por sus siglas en inglés como TPP) que Trump echó a la borda una vez
que tomo posesión, y al igual que Barack Obama fustigó contra la globalización y
sus efectos devastadores para los trabajadores cuando el se postuló para la
presidencia.
Pero mas allá del discurso publico, no hay nada populista en las políticas que
hasta la fecha el gobierno de Trump ha planteado. El “Trumponomicos” abarca la
desregulación total, recortes del gasto social, el desmantelamiento de lo que
aun queda del estado de bienestar social, las privatizaciones, la reducción de
los impuestos a las corporaciones y los pudientes, y una expansión de los
subsidios estatales al capital – en fin, el neo-liberalismo en esteroides. La
elite política estadounidense se ve muy dividida y sumida en luchas internas,
pero los empresarios e inversionistas estan en su mayor parte encantados con el
programa neo-liberal de Trump, como lo indica el fuerte aumento de la bolsa de
valores en los meses posteriores a su elección.
De la Economía Industrial a la Economía Digital
Cuando fue negociado el TLCAN a principios de los años 90, las compañías mas
grandes en Estados Unidos eran las de automotriz, de electrodomésticos, y de
maquinas-herramienta, mientras la manufacturera aun impulsaba la economía
estadounidense. Al momento que el TLCAN entro en vigencia en 1994, la
Organización Mundial de Comercio (OMC) aun no existía, pocas personas utilizaban
en internet, y apenas las computadoras entraban en uso generalizado pero aun no
existía la economía digital. Las negociaciones del libre comercio tuvieron en
aquel entonces como objetivo principal el establecimiento de un sistema
globalizado de producción por medio del levantamiento de las barreras nacionales
al movimiento transfronterizo de los bienes. Este objetivo fue logrado gracias
al TLCAN, junto con la creación de la OMC en 1995, y la subsiguiente aprobación,
entre 1995 y 2016, de una cantidad extraordinaria de 400 acuerdos comerciales
internacionales, de acuerdo con los datos de la OMC.
Pero desde que el TLCAN y la OMC entraron en vigencia la economía global ha
seguido su proceso de desarrollo y transformación. En particular, la
transnacionalización de los servicios y la emergencia de la llamada economía
digital y de datos – incluyendo las comunicaciones, la informática, la
tecnología de plataforma y digital, el comercio electrónico, los servicios
financieros, el trabajo profesional y técnico, y un sinfín de otros productos no
tangibles tales como la cinematografía y la música que requieren protecciones de
propiedad intelectual - se han colocado al centro de la agenda capitalista
global. De hecho, el crecimiento mundial del comercio en servicios ha superado
por mucho el de los bienes en el ultimo cuarto de siglo. Ya para 2017, los
servicios representaban aproximadamente el 70 por ciento del producto mundial
bruto.
Por un lado, Estados Unidos lidera el camino en el desarrollo de la economía
digital y les corresponde a los servicios el mayor cuota de crecimiento de las
exportaciones. Estados Unidos registró en 2016 un déficit comercial de $750 mil
millones de dólares con el resto del mundo en cuanto a exportaciones de bienes,
sin embargo registró ese año un superávit de $250 mil millones en la venta de
servicios. En 2016 Estados Unidos tuvo un déficit comercial con México de $64 mi
millones en concepto de exportaciones e importaciones de bienes, pero registró
un superávit de casi $7 mil millones en el comercio de servicios con ese país,
de acuerdo con los datos de la Ofician del Representante de Comercio de Estados
Unidos.
Por el otro lado, México rápidamente realiza una transición hacia la economía
digital. El valor de los servicios de la informática en 2016 ascendió a $20 mil
millones y se espera que este se van incrementando año por año en un 15 por
ciento. Los empresarios Mexicanos de la alta-tecnología se vanaglorian del
surgimiento de los valles de silicio en la Ciudad de México y en Guadalajara,
las dos ciudades mas grandes del país.
El TLCAN no incluía disposiciones relacionadas con el comercio digital. Además,
no incluía estipulaciones en cuanto a las empresas estatales y el sector
energético Mexicano, ni tampoco obligó a México a reformar su código laboral o
de abandonar una cantidad de practicas regulatorias. Aunque el gobierno Mexicano
del Presidente Enrique Peña Nieto ha permitido la participación de las compañías
energéticas extranjeras en la exploración y la producción por primera vez desde
que el país nacionalizó el petróleo en 1938, el sector energético en su mayor
parte aun sigue siendo nacional y publico. Y los sucesivos gobiernos
neo-liberales en México no han podido avanzar mucho en sus esfuerzos por
reformar el código laboral y levantar las regulaciones en cuanto a la
contratación de los trabajadores con el fin de flexibilizar a la mano de obra.
El representante estadunidense de comercio Robert Lighthizer, quien representará
a Estados Unidos en la renegociación del TLCAN, fue explicito en declarar que el
objetivo de la renegociación es “modernizar” y “actualizar” el acuerdo. “El
TLCAN fue negociado hace 25 años,” dijo, “y mientras han cambiado
considerablemente nuestra economía y nuestros negocios, el TLCAN no ha
cambiado.” En particular, dijo, el “comercio digital” apenas había empezado
cuando el TLCAN entró en efecto. Son necesarias nuevas disposiciones
relacionadas con el comercio digital y la propiedad intelectual, afirmó. Lejos
del proteccionismo, al insistir en renegociar el TLCAN y otros aspectos del
régimen comercial global, Estados Unidos funge para bajar las barreras
nacionales al comercio digital y de servicios que constituyen ahora la
vanguardia de la economía global, es decir, Estados Unidos promueve la nueva
generación de la globalización.
¿Porque la Retorica Nacionalista, Populista, y Proteccionista?
El intento de explicar las relaciones comerciales, económicas e internacionales
desde una perspectiva anticuada del estado-nación oscurece mas que aclara las
dinámicas del nuevo capitalismo global. Si bien es cierto, si apartamos el
comercio de servicios, que Estados Unidos tiene un enorme déficit comercial con
México, al igual que con China y muchos otros países, el hecho es que las
exportaciones que van desde territorio Mexicano al territorio estadounidense no
son exportaciones “Mexicanas.” Mas bien son exportaciones de centenares de
corporaciones transnacionales de todas partes del mundo que operan en territorio
Mexicano y que mueven sus productos por las vastas redes de la economía global.
Las exportaciones de bienes desde México a Estados Unidos son exportaciones no
de un estado-nación sino de estas corporaciones transnacionales que cruzan
numerosas fronteras en sus operaciones globales. Las estadísticas comerciales
nacionales esconden la esencia transnacional de la nueva economía global, y con
ello, las relaciones transnacionales de clase detrás de muchas dinámicas
políticas internacionales contemporáneas.
¿Entonces, porque Trump ha atacado a México mediante un discurso que es
nacionalista, populista, y proteccionista, para no mencionar profundamente
racista? Para contestar esta pregunta, hay que identificar una contradicción
fundamental en el capitalismo global: la globalización económica se lleva a cabo
dentro de un sistema de autoridad política basada en el estado-nación. Esta
contradicción genera un sinfín de dilemas para los estados y para la elite
transnacional. La legitimidad de los gobiernos depende del crecimiento, la
generación de empleos, y la prosperidad. Pero en la época de la globalización
los gobiernos dependen de atraer a sus territorios nacionales la inversión
corporativa transnacional, lo que a cambio se logra con la provisión al capital
de los incentivos relacionado con el neo-liberalismo – la presión para abajo
sobre los salarios, la desregulación, la austeridad, etc. – que terminan
agravando la desigualdad, el empobrecimiento, y la inseguridad para las clases
trabajadoras.
Para decirlo en términos académicos, los estado-naciones enfrentan una
contradicción entre su necesidad de promover la acumulación transnacional en sus
territorios y su necesidad de lograr la legitimidad política. Los gobiernos
alrededor del mundo han venido experimentando cada vez mas agudas crisis de
legitimidad frente a las desigualdades sin precedente que produce la
globalización. Esta situación genera políticas desconcertantes y aparentemente
contradictorias.
El Trumpismo es una respuesta ultra-derechista a la crisis de legitimidad que
descansa sobre un mensaje populista y nacionalista dirigido en particular a
aquellos sectores de la clase obrera, desproporcionalmente blanca, que enfrentan
condiciones laborales y sociales cada vez mas precarias. La fanfarronería
imperial y el discurso racista, basados en parte en despertar el sentimiento
anti-Mexicano y anti-inmigrante, es una apelación a estos sectores a que
canalicen su temor e inseguridad hacia una conciencia racista de su condición.
Por lo tanto, la agenda mexicana de Trump no puede verse separada del
recrudecimiento de la guerra contra los inmigrantes, en particular aquellos de
México y de Centroamérica. La criminalización de los inmigrantes, el fuerte
incremento de las redadas y las detenciones, y la retorica de “construir el
muro,” forman parte de una estrategia mas amplia de desarticular la organización
política y la resistencia que se extienden entre las comunidades inmigrantes en
años recientes. No es de sorprenderse que la reciente oleada de detenciones y
deportaciones de inmigrantes de México y Centroamérica han hecho blanco en
particular a los dirigentes del movimiento pro derechos de los indocumentados.
Pero la economía estadounidense y la clase capitalista transnacional dependen de
la súper-explotación de una fuerza labor en peonaje debido a la falta de
derechos ciudadanos. Los gobernantes norteamericanos han venido explorando el
reemplazamiento del sistema actual de súper-explotación de la mano de obra
inmigrante indocumentada con un masivo programa de “trabajadores visados” que
seria mas eficaz en conjugar la súper-explotación con el súper-control. Así,
mientras ha disparado el numero de detenciones y deportaciones de trabajadores
inmigrantes en California en años recientes, el uso de “trabajadores visados” en
la industria agropecuaria en ese estado, cuyo valor asciende a $47 mil millones
de dólares, incremento en un 500 porciento entre 2011 y 2017.
 Todo esto no quiere decir que el discurso populista, nacionalista, y
proteccionista de Trump puede ser descartado. Este discurso esta impregnado de
un racismo atroz en tanto inspira una movilización neo-fascista de los grupos de
extrema derecha en la sociedad civil norteamericana y agrava las tensiones
internacionales. Pero nos conviene ver el Trumpismo como una respuesta, ultra
derechista y altamente contradictoria y inestable, a la crisis del capitalismo
global mas que una política mordaz de proteccionismo y de populismo.
William I. Robinson. Profesor de Sociología, Universidad de California-Santa
Bárbara
Rebelión ha publicado este artículo con el permiso del autor mediante una
licencia de Creative Commons, respetando su libertad para publicarlo en otras
fuentes.

In
REBELION
http://www.rebelion.org/noticia.php?id=229567
26/7/2017

sábado, 22 de julho de 2017

Venezuela debe aplastar las pandillas fascistas



Por: Enrique Muñoz Gamarra

En realidad escribo muy poco o casi nada sobre América Latina. Sin embargo ahora
que está en la cresta de los acontecimientos mundiales, sobre todo por el asunto
venezolano, merece nuestra atención. No podemos evadirla.
En efecto es sumamente preocupante lo que ocurre en Venezuela. La ofensiva
fascista por traerse abajo el gobierno legítimo del presidente Nicolás Maduro,
es muy grave. La agitación, debidamente planificada por la CIA y el Pentágono,
marcha a un escenario sangriento similar a lo sucedido en 2014 en Ucrania (Plaza
Maidan).
Frente a ello la solidaridad internacionalista de quienes se precien de
progresismo y revolucionario, al margen de cualquier discrepancia ideológica, es
una obligación moral y principista. Máxime si se tiene en cuenta que en la hora
presente la lucha antifascista de los pueblos del mundo es una tarea de primer
orden. En ese sentido la resistencia del pueblo venezolano contra las bandas
paramilitares (células durmientes) no es otra cosa que una resistencia
anti-fascista. Por eso Venezuela merece la atención y la solidaridad
internacionalista. En esto hay que estar muy claros.
Veamos esto:
I.- LA RELACIÓN DE AMÉRICA LATINA CON ESTADOS UNIDOS:
En principio no podemos observar América Latina sin tener en cuenta lo que hay
en el plano mundial. Lo contrario conduce inevitablemente a imprecisiones y
subjetividades. De hecho los cambios después del 2008 han sido muy importantes.
América Latina no está desligada de todo esto.
Históricamente América Latina ha estado sometida a poderes foráneos. Primero, en
la época colonial, a las medievales y decadentes oligarquías, españolas y
portuguesas. Segundo, en la época del capitalismo, a burguesías foráneas
(inglesas y estadounidenses). Pues, como bien dijo el gran marxista peruano,
José Carlos Mariátegui, las burguesías latinoamericanas habían llegado muy tarde
al reparto, cuando en el plano internacional aquello ya había ocurrido.
Previamente la derrota de José Gabriel Condorcanqui (Tupac Amaru II) había
sellado aquello.
En las pugnas inter-imperialistas desde finales del siglo XIX América Latina ha
sido traspatio del imperialismo estadounidense. Esto viene incluso desde el
llamamiento de James Monroe, quinto Presidente de los Estados Unidos en 1823, de
"América para los americanos".
El proceso de sometimiento de esta región a las garras imperialistas de Estados
Unidos ha corrido tal como este avanzaba a su condición de superpotencia
capitalista, es decir, el sometimiento (saqueo y depredación) de América Latina
ha sido gravitante para su conversión en potencia hegemónica.
América Latina para los Estados Unidos es una región absolutamente estratégica.
Ha sido y es su zona de seguridad. Esto es inocultable. Una cuestión de vida o
muerte. En concreto, este país no puede existir sin el control de esta región.
Igual que Oriente Medio. América Latina en los cenáculos de los poderes
mundiales es considerada propiedad de Estados Unidos. De allí que no fueran
raros las palabras de Franklin D. Roosevelt, presidente de Estados Unidos,
referido al dictador nicaragüense Anastasio Somoza García conocido como Tacho:
"Tal vez Somoza sea un hijo de puta, pero es nuestro hijo de puta".
Consiguientemente cualquier riesgo de un mínimo indicio que afecte su dominio y
control sobre esta región de hecho va ser respondido con cruentos zarpazos. En
eso hay que estar bien claros.
En concreto América Latina es patio trasero de Estados Unidos. Algunos hablan
que esto habría sido superado. Nunca fue superado. Sus tentáculos de dominio
alcanzan a todas las estructuras de estos países. Y es que el control
estadounidense sobre esta región de hecho es total y completo solo a excepción
de Cuba.
Estados Unidos, además de ejercer un férreo control sobre las fuerzas armadas de
estos países, ha desplazado directamente sus fuerzas militares en 80 bases
estratégicamente establecidas. Esto en los últimos años ha sido muy fuerte.
Asimismo en toda América Latina está desplegada una monstruosa estructura
paramilitar, son sus células durmientes o bandas paramilitares fascistas
compuesto por: movimiento de pandillas, secciones especializadas de barras
bravas y un movimiento de sectas religiosas de tipo medieval. En realidad,
estructuras de su ejército. La presencia de estas organizaciones criminales es
muy grave que amerita un análisis muy serio. No podemos negar esto.
Las mafias que gobiernan estas regiones son grupos sórdidos y delincuenciales
que se apropian los bienes nacionales a plena luz del día. Mayordomos de baja
monta de los intereses de las burguesías financieras estadounidenses.
Caquistocracia, la afirmación del analista Alfredo Jalife-Rame, encaja
perfectamente para referirse a estas criminales mafias.
Desde las corrientes seudo-izquierdistas se han entretejido sobre América Latina
muchas teorías fantasiosas llenas de superficialidades. En ellas hay miedo de
hablar de las células durmientes. Incapacidad por denunciar la existencia de
presos políticos. Observancia de América Latina como un paraíso terrenal.
Admiración y seguidismo por las teorías del género, teorías de la dependencia,
sociología de la pobreza, imperio y no imperialismo, etc. En concreto hay
incapacidad de un claro posicionamiento antiimperialista. Consecuentemente solo
han servido para afianzar aún más el cruel dominio del imperialismo
estadounidense. Sus "análisis" coinciden sospechosamente con las posiciones del
statu quo vigente, vía ONG (s) particularmente de procedencia estadounidense.
Son cómplices directos de los crímenes y genocidios de estos regímenes que año
tras año, década tras década, aplastan a estos pueblos.
Todas las seudo-izquierdas con presencia en estas regiones tienen sus
"primaveras de gloria" en las danzas electorales (manipulaciones estadísticas)
manejadas por la CIA y el pentágono. Sus raíces y orígenes no tienen ni un ápice
de extracción y representatividad popular.
En concreto América Latina es una región oprimida, en un proceso constante de
descapitalización, de atroz saqueo de sus riquezas (minerales, gas natural,
petróleo, etc.). Los códigos de justicia con sus constituciones no han sido sino
para aplastar a las masas pobres. La educación esta mercantilizada con
currículos medievales que dan vergüenza. Las masas trabajadoras viven en las
peores condiciones de vida y con sueldos miserables, sin seguridad social, con
AFP (s) obligatorios, sin estabilidad laboral y con derechos laborales cada vez
más disminuidos. Han generado una extensa capa de lumpen-proletariado a los que
han convertido en la base de sus criminales escuadrones de la muerte
(paramilitarismo fascista) y que a partir de inicios de este año 2017 está en
fuerte agitación, sobre todo en Venezuela.
Los grandes cambios habidos en el planeta desde el año 2008, empiezan también a
sentirse en esta región. Por ejemplo hay un importante flujo de capitales no
solo de China sino también de otros países. Rusia efectúa acuerdos militares muy
importantes que incluye, entre otras, venta de armas.
Por supuesto esto enfurece a la vieja burguesía financiera estadounidense, por
lo que trata de reorientarla, contenerla a cualquier precio, máxime tratándose
de su traspatio de enorme valía. A esto obedece la agitación en que ahora está
empeñado y que últimamente avanzan desde América Central hasta Argentina y
Brasil pasando por Venezuela y Bolivia. Esto ocurre en el marco de la imposición
del fascismo en que está involucrado a nivel internacional.
Aquí un apunte:
"En 2015, el volumen comercial entre China y América Latina alcanzó 236.500
millones de dólares, multiplicándose por 20 en la pasada década, según
estadísticas oficiales de China. En 2016, las relaciones entre China y América
Latina han avanzado con el establecimiento de nuevas plataformas tales como el
año de intercambio cultural China-América Latina y el foro de cooperación
China-América Latina entre los gobiernos locales. China ha firmado Tratados de
Libre Comercio (TLC) con varios países latinoamericanos. En noviembre de 2005,
China y Chile firmaron el TLC que entró en vigor en octubre de 2006. En abril de
2009, Perú rubricó un TLC integral con China. En 2010, Costa Rica firmó un TLC
con China. En la actualidad, China es el segundo mayor socio comercial y la
tercera fuente de inversión de América Latina, mientras que América Latina es el
séptimo mayor socio comercial de China, e importante destino de su inversión
extranjera." (1).
II.- LAS BANDAS PARAMILITARES FASCISTAS:
Para un diagnóstico acertado de los riesgos fascistas al que se enfrenta América
Latina es necesario observar el accionar de las bandas paramilitares del
ejército estadounidense en el ámbito internacional, sobre todo, en Oriente
Medio.
Previamente debemos tomar nota que el fascismo nada puede ofrecerle al mundo en
materia de cultura y saber. Es la peor excrecencia de la cultura y la ciencia.
Por ejemplo el programa de los fascistas alemanes solo se basaba en la agitación
contra los homosexuales, los gitanos y los judíos. Blandían las razas para ellos
presentarse como los superiores. Bien se sabe que no hay razas, sino, especie
humana. Hitler era un semi Dios de la ignorancia y el chantaje.
En el actual contexto internacional la asimilación de las enseñanzas del
fascismo hitleriano por parte del fascismo estadounidense ha sido al pie de la
letra. Y no tiene otra alternativa. El "miente y miente que algo queda", es uno
de sus puntales. También, el terror. El ahorcamiento del presidente iraquí,
Sadam Husein, el 30 de diciembre de 2006 y el asesinato del presidente libio,
coronel Muamar el Gadafi, el 20 de octubre de 2011 son algunas muestras de esto.
En el impulso del actual Estado Islámico la manipulación informativa ha sido lo
más descarado nunca vista en la historia humana. Lo hacen a vista y paciencia de
la humanidad.
Por otra parte el supuesto sustento ideológico basado en el integrismo islámico
con el que pretende encubrirse el Pentágono para justificar el accionar fascista
de sus bandas paramilitares, en realidad, es una propaganda de baja monta
sostenida en la mediocridad y las teorías ignaras del medioevo, entre ellos, las
supersticiones, los mitos, los disimulos, los dobleces, los miedos, etc. Ni
siquiera es la deformación de la religión islámica, porque hasta eso es
imposible. Es tan retrogrado su supuesto basamento ideológico, que ni está
elucubración (religión islámica) puede sostenerlo. El fascismo en materia
ideológica es la peor excrecencia expectorada por la ciencia y la cultura que
solo interesa al lumpen-proletariado como su herramienta ideológica.
Esto tiene una íntima relación con los cientos de miles de paramilitares que
maneja el Pentágono en casi todas las regiones del planeta. Algunos hablan de
134 países. Charles Timothy "Chuck" Hagel que ocupo el cargo de Secretario de
Defensa de los Estados Unidos, entre el 27 de febrero de 2013 y el 17 de febrero
de 2015, dijo, que desde agosto de 2011 hasta agosto de 2014 las fuerzas de
operaciones especiales estadounidense estaban en más de 150 países.
Cuando en enero de 2014 Nick Turse público su trabajo titulado "El incremento de
las operaciones especiales. La guerra secreta de EEUU en 134 países", escribí el
22 de marzo de ese mismo año (2014) el artículo titulado: "Estados Unidos maneja
cientos de miles de paramilitares en 134 países" donde dije, respecto al apunte
de Turse, lo siguiente: "En realidad un apunte bastante generoso con los Estados
Unidos, pues, en el fondo, el asunto es mucho más amplio, sobre todo, por la
gravedad de la actual ofensiva fascista, que como sabemos, alcanza incluso a
Rusia y China (atentados terroristas)". Y finalizaba aquel artículo agregando lo
siguiente: "Fuera de toda duda Estados Unidos tiene una importante fuerza
paramilitar en casi todas las regiones del mundo. Tal vez de esto solo se salva
la RPDC. Maneja un verdadero ejército en la sombra. No puedo precisarla
exactamente, cuánto es, pero, de hecho es numerosísimo en cada uno de estos
países". Hoy este apunte está vigente en su totalidad.
En realidad este es un paramilitarismo que el Pentágono ha venido trabajándolo y
situándolo en casi todas las regiones del planeta desde la década de los setenta
del siglo pasado (Siglo XX). En algunos países estos movimientos paramilitares
manejados por el Pentágono han devenido en situaciones explosivas y de mucha
agitación que constituyen graves riesgos para los pueblos y el conjunto de la
humanidad. La gran crisis económica es un aditamento que acentúa este proceso.
Sus contingentes provienen de las masas desocupadas, convertidas por el
hundimiento económico en lumpen-proletariado
Pero lo más sorprendente en todo esto es la capacidad de movilización de masas
al que ha llegado el Pentágono con sus bandas paramilitares. Este es su logro
más importante. Cierto, el número de militantes de estas bandas paramilitares o
células durmientes es absolutamente impresionante. Algunos no tienen ni una
pizca de idea de lo que esto significa. El Pentágono es capaz de iniciar incluso
amplios movimientos, entre folklóricos o de protesta social. Incluso blandiendo
la corrupción, la inseguridad ciudadana, etc., como sus estandartes de "lucha"
al que se prestan ciertamente las organizaciones pseudo izquierdistas.
Fue así en Irak entre el 20 de marzo y el 1 de mayo de 2003 cuando fue invadido
este país. En Túnez a finales de 2010, fueron estas bandas paramilitares las que
iniciaron la llamada "Primavera Árabe". En Libia en 2010, en los movimientos de
Sirte. En Siria en 2011, en algunos movimientos de Damasco. En Kiev (Ucrania) en
febrero de 2014 no solo para traerse abajo los monumentos de Lenin, sino, para
encabezar el movimiento Maidan. En Brasil el 12 de mayo de 2016 para echar del
gobierno a Dilma Rousseff, afectando así la composición de los BRICS.
Pero en esencia las bandas paramilitares no funcionan gratuitamente o por alguna
convicción ideológica que no existe, pues, cada paramilitar es un mercenario que
se agita solo por paga. Consecuentemente los envíos de dólares desde el
Pentágono deben ser fabulosos. Por supuesto sin olvidar las exigencias a sus
socias menores (burguesías de segundo orden) que asuman también sus
responsabilidades a este respecto. Tomar nota de esto es muy importante.
Veamos el siguiente apunte:
"El salario anual de un terrorista del ISIS que por ejemplo sale desde España
con destino a Siria e Irak trepa hasta los 16.800 dólares por año, mientras que
un combatiente que vive en los países en conflicto recibe u$s400 por mes. Aunque
este monto se incrementa entre 700 y 1.000 dólares si provienen de lugares como
Europa o Marruecos. Si el yihadista llega desde alguno de esos dos lugares o
incluso Estados Unidos su salario promedio mensual puede llegar a los u$s1.400,
y si están casados reciben un "bono de pareja" de 100 dólares más y si tienen
niños u$s50 por cada uno de ellos". (2).
III.- VENEZUELA DEBE APLASTAR CON FIRMEZA A LAS PANDILLAS ASESINAS:
Sobre Venezuela pesa una presión muy fuerte por traerse abajo el gobierno
legítimo del presidente Nicolás Maduro.
La presión externa es muy fuerte. Estados Unidos ha dicho el 17 de julio del
2017 que tomará medidas (sanciones) si se admite la constituyente. Una descarada
intromisión y brutal amenaza de intervención de parte de este país contra
Venezuela. A esto se ha sumado el envío de una cuatrinca de indeseables
ex--presidentes, dictadores en su oportunidad que cometieron graves agresiones
contra sus pueblos: Vicente Fox (México) Jorge Quiroga (Bolivia), Andrés
Pastrana (Colombia), Laura Chinchilla y Miguel Rodríguez (Costa Rica).
Veamos esto:
""Estados Unidos no se quedará quieto mientras Venezuela se desmorona. Si el
régimen de Maduro impone su Asamblea Constituyente el 30 de julio, Estados
Unidos emprenderá enérgicas y rápidas acciones económicas", señala Trump en un
comunicado difundido el lunes por la Casa Blanca. La amenaza se produce un día
después de que la oposición venezolana organizara un plebiscito "ilegal", en el
que ganó el no a la Asamblea Nacional Constituyente (ANC) impulsada por el
presidente de Venezuela, Nicolás Maduro. El presidente estadounidense aseguró
además que su par venezolano es un mal líder "que sueña con convertirse en un
dictador". Además, Trump reiteró en su cuenta de Twitter el llamado a unas
"elecciones libres y justas" y mostró su apoyo al pueblo venezolano "en su
intento de restaurar una democracia plena y próspera en su país" (3).
También la Unión Europea estudia medidas contra el gobierno del presidente
Nicolás Maduro. En efecto el 17 de julio de 2017 la alta representante de la
Unión Europea (UE) para la Política Exterior, Federica Mogherini, exigió a
Venezuela suspenda la constituyente. Actúan así, tanto desde Estados Unidos como
desde la Unión Europea, sin respeto a nada contra el derecho internacional y
contra la soberanía de los países. La arrogancia es muy grave e inadmisible.
Veamos:
"La alta representante de la Unión Europea (UE) para la Política Exterior,
Federica Mogherini, instó hoy (17 de julio de 2017) al presidente de Venezuela,
Nicolás Maduro, a suspender" el proceso para una Asamblea Constituyente y
advirtió de que "todas las opciones, como las sanciones, están sobre la mesa.
Creemos que sería útil si el Gobierno venezolano buscase gestos políticos para
desescalar las tensiones, crear mejores condiciones para reanudar el trabajo
hacia una solución pacífica negociada y suspender el proceso de hacer una
Asamblea Constituyente, indicó Mogherini en una rueda de prensa al término de un
Consejo de ministros de Exteriores de la UE"
Continua: "Obviamente siempre están todas las opciones sobre la mesa para su
consideración política", agregó al ser preguntada por la posibilidad de aplicar
sanciones al régimen de Maduro si convoca las elecciones de la Constituyente,
previstas para el próximo 30 de julio. Espero que el tiempo de ahora al 31 de
julio pueda utilizarse sabiamente para buscar la unidad del país y evitar
cualquier otra escalada, indicó la política italiana" (4).
En tanto al interior de Venezuela, la labor de las bandas fascistas ha sido y es
muy grave. Ya sabemos a lo que realmente está enfrentado este país.
Veamos lo que han hecho estos escuadrones de la muerte en Oriente Medio y
comparémosla con lo que están haciendo ahora mismo en Venezuela:
Lo que han hecho en Oriente Medio.
Colgar enemigos, quemar vivos a los prisioneros, cortar cabezas y obligar a sus
esclavas a desnudarse para venderlas, crucificar a niños de minorías, sacar
sangre a los prisioneros para tener un "banco" para curar a sus heridos de
guerra, tirar desde los tejados y matar a pedradas, torturar y violar a niños,
violar niñas hasta la muerte frente a sus familiares, sacar los riñones y
corneas a prisioneros, ahogar prisioneros en una jaula, hacer estallar a sus
víctimas (Un verdugo les coloca en el cuello un cable con explosivos y los hace
estallar uno a uno). Es decir, sus fechorías han corrido entre: Mutilaciones de
sus enemigos, decapitaciones, asesinatos en masa, atentados masivos en lugares
públicos, violaciones masivas. Realmente espeluznantes.
Veamos algunos ejemplos concretos:
Primero, el 28 de junio de 2017 llegaron a mis manos desde el portal La
vanguardia una espelúznate acción llevada adelante por estos criminales: obligan
a una madre secuestrada y esclavizada a comer a su hijo de un año después de que
estos mataran al niño, cocinaran su cuerpo y se lo sirvieran con arroz.
Veamos:
"Una mujer yazidí secuestrada y esclavizada por Estado Islámico se comió a su
hijo de un año después de los terroristas mataran al niño, cocinaran su cuerpo y
se lo sirvieran con arroz. La última aberración perpetrada por el grupo
terrorista ha sido denunciada por Vian Dakhil, la única diputada yazidí en el
Parlamento de Irak. En una entrevista televisada, Dakhil relató cómo una de las
mujeres que las fuerzas iraquíes consiguieron liberar del yugo de los
terroristas fue engañada para que se comiera a su hijo sin saberlo".
Continua: "Sus captores la encerraron en un sótano y, durante tres días, la
dejaron sin comer y sin beber. Después, le sirvieron un plato de carne y arroz.
"Se lo comió porque estaba muerta de hambre. Cuando se lo acabó le dijeron:
‘Hemos cocinado al hijo de un año que te quitamos y te lo acabas de comer’",
relata la parlamentaria, visiblemente emocionada" (5).
Segundo, el 8 de abril tuve noticias desde Sputnik que el grupo paramilitar
Daesh (en realidad, el Estado Islámico, grupo paramilitar del ejército
estadounidense) había ejecutado en las afueras de Damasco a 175 personas, que en
este caso es solo uno de los centenares de ejecuciones que este grupo fascista
ha llevado adelante.
Veamos:
"El Ejército sirio informó que los militantes del grupo terrorista Daesh
(organización terrorista proscrita en Rusia y otros países) ejecutaron a 175
personas de las secuestradas el jueves en las cercanías de Damasco, según
Reuters. El jueves, 7 de abril, la agencia SANA, citando a una fuente del
Ministerio de Industria de Siria, informó que los militantes de Daesh
secuestraron al menos a 300 trabajadores de la empresa "Al Badia Cement" en las
afueras de Damasco" (6).
Lo que están haciendo en Venezuela:
Primero, el 18 de julio de 2017 tuve conocimiento desde Telesur de una
seguidilla de hechos abominables efectuados por estas bandas asesinas, en
realidad comandos de aniquilamiento del ejército estadounidense que están
causando terror en toda Venezuela:
Veamos:
"El 18 de mayo fue apuñalado y quemado el joven Carlos Ramírez por supuestamente
ser chavista, el 20 del mismo mes el joven Orlando Figuera fue quemado por
manifestantes de la oposición venezolana y falleció por un paro cardiopulmonar,
informó el ministro de Comunicación, Ernesto Villegas".
Continua: "El joven identificado como Giovanny González de 24 años fue quemado y
apuñalado el 26 de junio por encapuchados en La Castellana al confundirlo con un
"chavista", informó el ministro de Relaciones Interiores, Justicia y Paz, Néstor
Reverol, quien añadió: "Otra muestra de delitos de odio de la derecha fascista".
Continua: "El 29 de junio fueron quemados dos jóvenes de la ciudad venezolana de
Barquisimeto: Henry Escalona y Wladimir Peña de 21 y 27 años respectivamente
quienes se identificaron como simpatizantes del Gobierno de Nicolás Maduro.
Continua: "Dos jóvenes fueron quemados en la ciudad de Maracaibo, capital del
estado venezolano de Zulia, el domingo 2 de julio durante el denominado trancazo
convocado por la oposición venezolana". (7).
Segundo, aprovecho esta misma información de Telesur para dar cuenta de la quema
de un hombre en el proceso de una acción de vandalismo desatado por los grupos
paramilitares, hermanos gemelos de los paramilitares de Oriente Medio bajo
batuta del ejército estadounidense en Venezuela.
Veamos:
"Un hombre fue asesinado este martes en el estado Anzoátegui, al oriente de
Venezuela, tras ser atacado con un mortero por grupos violentos de la oposición.
Como Héctor Anuel quedó identificada la víctima, quien se desplazaba a bordo de
una moto en el municipio Diego Bautista Urbaneja, a la altura de la avenida
Camejo Octavio de la ciudad de Lechería, cuando fue atacado por los grupos de
encapuchados" (8).
Entonces Venezuela debe aplastar con firmeza a estas bandas paramilitares:
Ante todo debemos saber que el nuevo rumbo de la geopolítica mundial, sobre todo
tras la derrota militar estadounidense en la península coreana, está totalmente
aclarado. El análisis nos ha llevado a observar cuatro grandes potencias
militares de la actualidad mundial que es como sigue y en este orden: primero,
Rusia (por su armamento estratégico). Segundo, Estados Unidos (por su inmensa
cantidad de armamento convencional). Tercero, China (por ser la primera potencia
capitalista). Y cuarto, la RPDC (por su armamento nuclear desarrollado
absolutamente de forma independiente sin injerencia de ninguna potencia
foránea). Todo esto levantado sobre una nueva estructura económica del sistema
capitalista mundial después del 2008 encabezada por China.
Entonces a partir de aquí lo que queda a la vieja burguesía estadounidense es la
acentuación del fascismo sobre el mundo. En esto son centrales, como hemos visto
más arriba, las células durmientes o aparatos paramilitares de su ejército,
esparcidos casi en todas las regiones del planeta. Por lo menos ya sabemos que
esto en Oriente Medio está completamente activado.
Y en medio de este contexto América Latina está en grave riesgo por el ajuste
del poder al que Estados Unidos asume justamente por los cambios que han
empezado a afectar su dominio en esta región. Los fuertes vientos que han estado
azotando la economía mundial desde el año 2008 no podían haberse saltado por
encima de las economías de esta región. Por supuesto que estos están siendo
afectados. Bien sabemos que estamos en una coyuntura absolutamente de grandes
cambios. Entonces la vieja burguesía financiera estadounidense tiembla ante esta
situación. Por eso hablamos de la agitación de las células durmientes y
consiguientemente del grave riesgo de espeluznantes combates. Entonces América
Latina esta notificada. El riesgo es enorme. No podemos olvidar esto. Pobres de
aquellos que no lo entiendan.
Esto en Venezuela es gravitante. Es el primer país de América Latina sometida al
accionar de las bandas paramilitares. El pueblo venezolano debe entender esta
situación. Es aquí cuando en realidad se resuelve la cuestión de si
verdaderamente el proceso bolivariano ha sido justo, revolucionario y con
sustento del pueblo. De hecho el presidente Maduro debe profundizar, de
inmediato y sin pérdida de tiempo, los cambios a favor del pueblo y mantener la
firmeza movilizando a su pueblo. Asimismo los riesgos de Allende y el
pinochetismo en Chile deben ser calibrados como debe ser para no ser
sorprendidos. Esto es lo que debe hacer Venezuela. Esto es lo que debe hacer. Al
fin y al cabo, la historia, como bien sabemos, la hacen las masas, es decir, los
pueblos.
Si esto se cumple, aunque las provocaciones de las bandas paramilitares
fascistas estadounidense sean muy graves, este país finalmente sabrá resolver
victoriosamente su actual posicionamiento.
NOTAS:
1.- "Principales datos sobre relaciones entre China y América Latina". Nota
publicada el 21 de noviembre de 2016, en: Pueblo en Línea.
2.- "Los terroristas extranjeros del ISIS ganan hasta u$s1.400 por mes por
combatir en Siria". Nota publicada el 18 de mayo del 2015, en: Infobae:
http://www.infobae.com/2015/05/19/1729608-los-terroristas-extranjeros-del-isis-ganan-us1400-mes-combatir-siria/
3.- "Trump amenaza a Venezuela con ‘fuertes’ medidas económicas". Noya publicada
el 18 de julio de 2017, en: HispanTV
http://www.hispantv.com/noticias/ee-uu-/347749/trump-amenaza-maduro-constituyente-crisis-venezuela
4.- "Unión Europea pide a Maduro suspender proceso Constituyente sin excluir
sanciones". Nota publicada el 17 de julio de 2017 , en: El Carabobeño:
https://www.el-carabobeno.com/union-europea-pide-maduro-suspender-proceso-constituyente-sin-excluir-sanciones/
5.- "Las atrocidades de EI: engañar a una madre para que se coma a su bebé".
Nota publicada el 28 de junio de 2017, en: La vanguardia:
http://www.lavanguardia.com/internacional/20170628/423744750622/estado-islamico-enganar-madre-coma-bebe.html
6.- "Daesh ejecutó a 175 rehenes en las afueras de Damasco". Nota publicada el 8
de abril de 2016, en: Sputnik:
https://mundo.sputniknews.com/orientemedio/201604081058492059-daesh-rehenes-damasco/
7.- "Oposición quema a un hombre durante protesta en Venezuela". Nota publicada
el 18 de julio de 2017, en:
http://www.telesurtv.net/news/Oposicion-quema-a-un-hombre-durante-protesta-en-Venezuela-20170718-0052.html
8.- "Oposición quema a un hombre durante protesta en Venezuela". Nota publicada
el 18 de julio de 2017, en:
http://www.telesurtv.net/news/Oposicion-quema-a-un-hombre-durante-protesta-en-Venezuela-20170718-0052.html
(*) ENRIQUE MUÑOZ GAMARRA:
Sociólogo peruano, especialista en geopolítica y análisis internacional. Autor
del libro: "Coyuntura Histórica. Estructura Multipolar y Ascenso del Fascismo en
Estados Unidos". Su Página web es: www.enriquemunozgamarra.org

In
APORREA
https://www.aporrea.org/ddhh/a249623.html
21/7/2017

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Los trabajadores de esta fábrica griega demuestran cómo enfrentarse al capitalismo


Aditya Chakrabortty   


Uno podría llamar a los hombres y mujeres de Viome trabajadores de fábrica, pero
eso no sería ni la mitad. Prueba con esto: de las personas más valientes que he
conocido nunca. O con esto: organizadores de uno de los experimentos sociales
más llamativos en la Europa contemporánea. Y con esto otro: una lección diaria
de Grecia al Reino Unido del Brexit, tanto en la forma de trabajar como en la
forma de hacer política.
En el  punto más alto de la crisis griega en 2011, el personal de Viome fichó y
empezó a trabajar para enfrentarse a un dilema existencial. Los dueños de la
empresa estaban en quiebra y habían abandonado la fábrica, situada en la segunda
ciudad más grande de Grecia, Tesalónica. Desde este momento, el guión se
escribió prácticamente solo: la fábrica, que producía químicos para la industria
de la construcción, se iba a cerrar. Habría despidos inmediatos y se hundiría a
decenas de familias en la pobreza. Y viendo que Grecia estaba en la mayor
depresión económica jamás vista en la Unión Europea, las posibilidades de que
los trabajadores consiguiesen otro empleo eran prácticamente nulas.

Así que decidieron ocupar su propia fábrica. No solo eso, sino que  la han
puesto patas arriba. Pasé un par de días allí hace unas semanas informando para 
Vice News Tonight on HBO y ahora parece una fábrica normal. Tras la fachada, se
ha convertido en el equivalente político a la cabina  Tardis [cabina de la serie
británica  Doctor Who que se caracteriza por ser mucho más grande por dentro que
por fuera]: cuanto más miras al interior, mayor es su importancia.

Para empezar, no hay jefes. No hay jerarquía y todo el mundo tiene el mismo
sueldo. Tradicionalmente, las fábricas trabajan de acuerdo a un modelo de
trabajo en cadena, donde cada persona realiza una labor de uno o dos minutos
durante todo el día, todos los días: Yo pongo la pantalla, tu el protector y
ella mete el iPhone en la caja. Aquí, todo el mundo se reúne a las 7 de la
mañana para tomar un café griego negro y hablar sobre lo que hay que hacer. Es
en ese momento cuando se reparten las tareas. Y, sí, se turnan para limpiar los
baños.
A ver si nos entra en la cabeza. Un puñado de hombres y mujeres de mediana edad
que han pasado toda su carrera recibiendo órdenes a modo de ladridos sobre lo
que tenían que hacer y cuándo hacerlo han tomado el control de su lugar de
trabajo y de su futuro laboral. Se han convertido en sus propios jefes. E
inmediatamente se han alineado a los principios de la máxima igualdad posible.
“Antes solo hacía una cosa y no tenía ni idea de lo que hacía el resto”. Así
recuerda Dimitris Koumatsioulis la fábrica cuando empezó a trabajar en 2004. ¿Y
ahora? “Todos estamos unidos. Hemos olvidado el concepto de 'yo' y podemos
funcionar colectivamente como 'nosotros'”.
El otro gran cambio se ha producido entre la fábrica y sus vecinos. Cuando los
trabajadores “recuperaron” su lugar de trabajo (por utilizar el concepto local),
solo lo pudieron conseguir con la ayuda de los residentes de la ciudad. Cada vez
que llegaban los representantes de los antiguos dueños para requisar el equipo
de la fábrica, tal y como les había permitido un tribunal, centenares de
residentes formaban una cadena humana en frente de la fábrica (contacté con los
abogados de Viome, pero a pesar de las promesas, no llegó ninguna declaración).
Cuando los trabajadores preguntaron a la comunidad local qué deberían empezar a
producir, una solicitud era dejar de hacer productos químicos de construcción.
Ahora fabrican en su mayoría jabón y detergentes ecológicos: más limpio, más
verde y más agradable para el olfato de sus vecinos.

El personal de la fábrica utiliza el edificio como punto de reunión para
refugiados locales y he visto cómo se entregaban las oficinas a médicos para
convertirlas en una clínica para trabajadores y vecinos.  El sistema sanitario
griego se ha destruido por los recortes en el gasto, en ocasiones el trato a los
refugiados es espantoso; y en ambos casos, los trabajadores de Viome están
haciendo todo lo que pueden para reemplazarlos.
Donde el Estado ha colapsado, el mercado se ha quedado corto y los jefes han
huido, estos 26 trabajadores están intentando llenar el vacío. A estas personas
les ha fallado el capitalismo; y ahora rechazan el capitalismo en sí mismo como
un fracaso.
Otro veterano, Makis Anagnostoy, habla de cómo su fábrica es la prueba de que
“una economía alternativa es posible”. Compara esto con el modo en que
normalmente pensamos sobre el trabajo. En cualquier gran fábrica u oficina, los
guardias de seguridad mantienen a raya al mundo exterior. En la puerta, dejas
tus principios a un lado y escuchas a los jefes. Incluso se habla sobre la
conciliación entre vida personal y vida laboral como si fuesen polos opuestos.
En Viome, esto se combina. Uno de los resultados es un fuerte vínculo de lealtad
entre los trabajadores y su comunidad.
La tarde en que llegué, una multitud de personas se presentó para recaudar
fondos. Se sentaron en sillas de plástico en medio del almacén y vieron una obra
de Dario Fo, representada por una compañía nacional de teatro. La actriz
principal modificó algunas de sus líneas para referirse a este lugar y a este
negocio: “Venden sus jabones por todos lados ¡Y todo el mundo los compra!”. El
público aplaude mientras a algunos se les saltan las lágrimas.
Viome es valiosa, pero también es frágil. Desde el tejado del edificio se puede
ver la inmensa área propiedad de la empresa matriz. Solía emplear a 350
personas; ahora, los 26 hombres y mujeres operan desde un pequeño rincón del
terreno.
Ganan lo mismo que si estuviesen recibiendo la prestación por desempleo. Y
cuando cae la noche, uno de los trabajadores se queda de guardia —por si acaso
vuelve el antiguo dueño—. Durante el día, una serie de barriles vacíos actúan a
modo de barricada.
Por todas sus debilidades, Viome ofrece una lección en política a cualquier
visitante británico. Un año después del referéndum de permanencia en la UE, los
británicos han entrado en una era de una soberanía estúpida. Los acomodados
políticos aseguran que lo han “pillado”. Hacen que escuchan, pero solo escuchan
las respuestas que quieren. A los disidentes se les dice que “están
menospreciando Reino Unido”. Cualquier brote de democracia, tal como puede ser
que el Partido Laborista quiera más voz de sus representantes, se aplasta como
un ejemplo de ley de la calle.
Mientras tanto, la política en Reino Unido se vende como lo que un aspirante a
tory alfa le dijo a otro en una recepción con champán. Desde Tesalónica, ves
todo eso como la mentira que realmente es. ¿Recuperar el control? Simplemente
dar la posibilidad a Alexander Boris de Pfeffel Johnson de poner alguna carita
en horario de máxima audiencia. ¿Referéndums? Llenos de mentiras y alarmismo.
Si estás cansado de antiguos exalumnos jugando al populismo, ven a ver cómo es
la democracia cuando la pone en práctica la gente. Ven a Viome.
Traducido por Javier Biosca Azcoiti
 
In
EL DIARIO
http://www.eldiario.es/theguardian/trabajadores-fabrica-demuestran-enfrentarse-capitalismo_0_666334003.html
19/7/2017

quinta-feira, 20 de julho de 2017

"Contrato intermitente cria o boia-fria do meio urbano", diz diretor do Dieese


Diretor do Dieese pontua que trabalhador terá que gerir vários contratos, sem
garantia de rendimento mínimo mensal

Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) / Guilherme Santos/Sul21

O governo Temer e os empresários que apoiaram a reforma trabalhista garantem que
a modalidade de contrato intermitente vai criar novos empregos e trazer
vantagens ao trabalhador. Mas diversos especialistas discordam, e alegam que
essa modalidade beneficia o empregador porque transfere todos os riscos para o
empregado. "O contrato intermitente é a extensão do chamado boia-fria, do campo,
para o meio urbano", afirma o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio.
Nesse tipo de contrato, o trabalhador fica à disposição da empresa, mas só
trabalha quando é chamado e ganha pelas horas ou dias trabalhados, podendo
prestar serviços para mais de um contratante. O empregador deverá convocar o
trabalhador com três dias de antecedência e com um informe sobre a jornada a ser
cumprida. O funcionário terá um dia útil para responder. Se aceitar e não
comparecer, terá que pagar multa de 50% da remuneração a que teria direito.
Ao fim da jornada de trabalho, o empregado receberá o pagamento, incluindo
férias proporcionais com acréscimo de um terço, 13º salário proporcional,
repouso semanal remunerado e demais adicionais legais. A nova lei determina
ainda que o valor da hora de trabalho não pode ser inferior ao valor da hora do
salário mínimo, ou menor do que é pago aos empregados que exercem a mesma
função.
Clemente destaca que o trabalhador vai ter que se empenhar em gerir esses
diversos contratos, sem nenhuma certeza de que será acionado e, portanto, sem
garantia de um rendimento mínimo.
"Ele pode ter dez empresas que o contrataram e, se ninguém o chamar, ele não
terá nenhuma remuneração, portanto, é um ônus no qual todo o risco fica por
conta do trabalhador", explica o diretor do Dieese, em entrevista à repórter Ana
Flávia Quitério, para o Seu Jornal, da TVT.
O contrato intermitente passa a ser permitido em todos os setores da economia.
Para Clemente, sua aplicação deverá ser mais intensiva no setor de serviços,
como nas áreas de festas e eventos e turismo, por exemplo, que oscilam em função
do calendário.
A diretora do Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro-SP) Silvia Barbara
teme a aplicação do contrato intermitente na educação. Segundo ela, essa mudança
na lei poderá fazer com que o professor permaneça o ano todo à disposição da
instituição, mas seja remunerado apenas nos meses em que efetivamente tiver sido
convocado a dar aulas.
In
BRASIL DE FATO
https://www.brasildefato.com.br/2017/07/20/contrato-intermitente-cria-o-boia-fria-do-meio-urbano-diz-diretor-do-dieese/
20/7/2017

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Foram-se os direitos



por Elaine Tavares

Como era esperado, o Senado brasileiro, essa casa inútil, votou favoravelmente a
reforma das leis do trabalho. Ninguém, em sã consciência, poderia esperar outro
resultado. A absoluta maioria dos senadores e senadoras representa a classe
dominante, são servos fiéis do sistema que os paga regiamente para defender seus
interesses. Apenas o povo organizado e uma luta radical poderiam mudar o rumo
das coisas. Não houve nada disso. O que vimos foi uma sequência de marchas
promovidas pelos lutadores de sempre, mas sem a radicalidade necessária para
impor medo aos serviçais do capital.
Para os que têm bastante clareza do que significa essa “reforma”, ficou a
perplexidade. Mas, essa também não é uma atitude que ajude muito a compreender a
realidade. É preciso que a gente se debruce sobre as causas da apatia dos
trabalhadores diante desse ataque avassalador e procure caminhos para superar a
tremenda derrota sofrida ontem.
A primeira coisa que temos de ter em mente é que no Brasil a porcentagem da
população economicamente ativa é muito baixa: 46,7%, segundo dados de 2010.
Pouco mais de 80 milhões de pessoas (dados de 2016), numa população de 190
milhões, estão ocupadas. Ou seja, bem menos da metade está no setor produtivo.
E, desses que estão ativos, perto de 30 milhões  têm a carteira assinada. Os
demais estão no mercado informal, portanto, a eles, nem interessa esse debate
sobre leis. Não sabem o que isso significa. Estão na luta para se manter vivos,
muitas vezes no limite.
Os dados mostram que pelo menos 50 milhões de pessoas que trabalham hoje no
Brasil estão completamente fora de qualquer amparo. A eles não comove, para
nada, o discurso da classe média no facebook, e muito menos o dos sindicalistas.
Esse povo nem sabe o que é um sindicato. Não está no seu foco de existência. Sua
batalha é carregar tralhas pra lá e para cá, fugir da polícia, ou manter algum
tipo de trabalho avulso tipo pedreiro, eletricista, etc... Tudo o que sabem
sobre a reforma é que “vai gerar mais emprego”, pois é o que dizem os
jornalistas famosos das redes de televisão.
Dos 30 milhões que têm carteira assinada e são, portanto, potenciais perdedores
dos direitos, pelo menos a metade sequer sabe que têm direitos. São aqueles que
trabalham certinho, cumprem as regras, acreditam que o patrão é uma espécie de
pai e agradecem a deus por terem um emprego. Não se metem em sindicato, não
gostam de confusão e procuram ficar longe dos sindicalistas e das "badernas" nas
ruas. Também se sentam diante da TV e acreditam no discurso que ouvem, que é a
reprodução das ideias dominantes.
Temos também que contabilizar uma massa de 14 milhões de pessoas que estão
desempregadas. Tudo o que querem é encontrar um trabalho que lhes garanta
sustentar a si mesmos e às suas famílias. Logo, no momento, possivelmente a
maioria dessas pessoas não está interessada em lutas para defender os direitos
de quem tem emprego. Estão mais focadas na busca do seu.
Sobram aí uns 15 milhões de trabalhadores que sabem o que vai acontecer com o
fim das leis trabalhistas e boa parte deles está nas lutas. São os que vão para
os protestos, para as marchas, junto com os jovens e estudantes, potenciais
trabalhadores. Mas, como a maioria dos sindicatos esteve adormecida durante a
era petista, no geral, não há propostas radicais de luta. Qualquer grupo que
assome quebrando vidros de bancos ou de lojas já é logo colocado de lado como
“inoportuno”. A palavra de ordem é ordem. “Vamos manter a ordem”.  Assim, sem
provocar medo na classe dominante, os protestos são ritualísticos apenas, sem
correspondência no mundo onde se decidem as coisas. Nem quando mais de dois
milhões de pessoas foram às ruas contra as reformas, o eco chegou aos deputados
e senadores. Tudo seguiu seu rumo.
Não bastasse isso as lideranças políticas que ainda tem alguma ascendência sobre
as gentes tampouco incentivaram as lutas mais renhidas. Tirando algumas em
setores isolados, importante, mas isolados, ninguém mais convocou as massas. Os
combativos deputados e senadores no Congresso Nacional fizeram discursos,
armaram algumas inconveniências, mas também sem maiores arroubos. E não
convocaram as massas. Coube às mulheres senadoras, um ato de desespero, ontem,
quando tentaram impedir a votação, ocupando a mesa de trabalho. Foi bonito, teve
seu impacto emocional, mas uma boa analisada nas falas que se seguiram durante o
período de resistência, por parte delas mesmas, o que se ouviu foi a tentativa
de colocar remendos na lei, como se as coisas pudessem se ajeitar ali mesmo, na
casa legislativa. Não houve uma convocação revolucionária para que o povo
ocupasse o Congresso e, aí sim, impedisse a votação. Acabou como mais um
espetáculo, apenas no plano da sensação.
Também não se viu os prováveis candidatos presidenciais da eleição de 2018
levantarem a voz para convocar o povo. Nada. Silêncio de Ciro Gomes, silêncio de
Lula, silêncio em toda parte.
Assim, nas ruas do país, que deveriam estar em rebelião, o que se viu foram
algumas vigílias de trabalhadores, que até poderiam provocar ternura, se não
fosse tão trágica a situação.
Agora, está feito. E vem aí ainda a reforma da Previdência. Mais um golpe na
cabeça, para arrebentar de vez.
Para os trabalhadores se apresenta uma dura tarefa. Começar de novo, tudo outra
vez. Foram mais de 60 anos de luta para garantir alguns parcos direitos que
agora se esvaem. Há que recomeçar as batalhas, uma a uma. Há que reconstruir
todo um cenário de luta e de rebeldia, com uma geração anestesiada por décadas
de domesticação social-democrata e pelas hipnóticas redes sociais.
No futuro, logo ali, se apresentam algumas figuras, querendo tomar a rédea do
país. E os que assomam como mais progressistas, ou pelo menos os que aparecem
nas mídias, são um sinhozinho de engenho (Ciro) e um liberal, quase neo (Lula).
Trágico cenário.
Ainda assim, há esperanças. E elas vivem no meio das gentes, nos grupos
radicais, nos sindicalistas que nunca se renderam, na juventude rebelde, nos
sem-nada que nada tm a perder. A vida pulsa. Mas, há que trabalhar. Organizar,
estudar, se emaranhar na vida real. O caminho é longo, mas aí está. E lá vamos
nós. Porque não dá para paralisar na tristeza, nem na desesperança.
A luta de classes é o motor da história e a classe trabalhadora brasileira
haverá de se levantar. Quando não, agora! 

In
IELA
http://www.iela.ufsc.br/noticia/foram-se-os-direitos
12/7/2017