"A Lava Jato destruiu o futuro do Brasil", afirma Luís Nassif
Luís Nassif
Em entrevista a Hildegard Angel, Luís Nassif critica "exibicionismo"
do Judiciário e expõe os bastidores que afetaram o Brasil político e
econômico
*247 - *Na entrevista com Hildegard Angel, disponibilizada na /TV 247,/
o jornalista Luís Nassif tece críticas contundentes à operação Lava
Jato, abordando o que considera "um dos maiores golpes" contra a
economia e a política brasileira. Segundo Nassif, o "exibicionismo
judicial" e as manobras de cooperação internacional transformaram a
operação numa ferramenta de influência externa que comprometeu
seriamente o futuro do país. Para ele, a Lava Jato consolidou um
movimento que impactou o setor empresarial nacional e desestruturou a
política interna.
Hildegard Angel conduziu a conversa, ressaltando os principais pontos da
nova obra de Nassif, "A conspiração Lava Jato", já em destaque entre
leitores e críticos. O livro, publicado pela editora Contracorrente,
traz detalhes das estratégias que culminaram em um prejuízo de mais de
R$ 400 bilhões à economia brasileira, conforme estimativa do ex-
procurador-geral da República Augusto Aras. A narrativa propõe que a
operação Lava Jato não apenas impactou o setor empresarial, mas também
promoveu mudanças profundas e duradouras no sistema de justiça e nas
relações entre o Brasil e potências internacionais, especialmente os
Estados Unidos.
*O Judiciário como espetáculo e o papel da mídia*
Nassif também critica a transformação da imagem dos ministros do Supremo
Tribunal Federal (STF), que segundo ele, passaram de figuras discretas a
“popstars”, incentivados pela visibilidade proporcionada pela mídia. Ele
afirma que a TV Justiça e as redes sociais contribuíram para esse
fenômeno, no qual, além do protagonismo dos ministros, houve o que
Nassif chamou de “chantagem e lisonja” para manter certos juízes sob
controle ou para incentivá-los a seguir com uma postura punitivista.
Ao longo da entrevista, ele destaca o papel da mídia no apoio à Lava
Jato. Para Nassif, a mídia brasileira seguiu o modelo do magnata
australiano Rupert Murdoch, buscando alavancar seu poder político para
influenciar as decisões nacionais. Segundo ele, esse movimento da
imprensa criou o que o jornalista Paulo Henrique Amorim chamava de
"Partido da Imprensa Golpista (PIG)", que, com manchetes
sensacionalistas, amplificou a narrativa de combate ao crime de maneira
unilateral, afastando-se de um jornalismo que contextualiza e aprofunda
os fatos.
*Destruição de empresas nacionais e dependência externa*
Outro ponto de destaque na entrevista é o dano econômico causado pela
operação, que, conforme exposto no livro, impôs sérios obstáculos ao
crescimento de empresas nacionais, especialmente nas áreas de engenharia
e tecnologia. Nassif detalha como o ataque à Petrobras e a outras
grandes empresas nacionais aumentou a vulnerabilidade do país frente aos
interesses estrangeiros. “Foi um crime que matou empresas que estavam se
desenvolvendo, comprometendo o futuro do Brasil", afirma Nassif.
Ele menciona também a interferência do Departamento de Justiça dos EUA
na Lava Jato, além da pressão para que o Brasil optasse por produtos e
equipamentos de origem americana, impactando até mesmo decisões
estratégicas, como a compra de aeronaves e equipamentos bélicos.
*A indústria das palestras e o compliance*
Nassif ainda aborda a "indústria das palestras" e o uso do compliance
como novos negócios para figuras da Lava Jato. Ele menciona que juízes e
procuradores, como Deltan Dallagnol, lucraram significativamente com
palestras e consultorias, e critica o uso do compliance como ferramenta
para controlar empresas nacionais em prol dos interesses externos.
Segundo ele, escritórios americanos passaram a dominar o compliance de
grandes empresas brasileiras, reforçando a dependência do país em
relação aos EUA e, por consequência, enfraquecendo a autonomia econômica
do Brasil.
*A relação entre a política e o Judiciário: casos emblemáticos*
Ao longo da entrevista, Hildegard e Nassif discutem o impacto do sistema
judiciário na política nacional, com Nassif tecendo críticas a ministros
e figuras proeminentes. Ele cita exemplos de figuras do STF que,
inicialmente progressistas, teriam se rendido à pressão midiática e a
interesses externos. Para Nassif, o punitivismo judicial e a perseguição
a figuras políticas como o ex-presidente Lula foram parte de uma
estratégia maior para desestabilizar o país.
*O papel das redes sociais e o futuro do jornalismo*
Nassif encerra com uma reflexão sobre o papel do jornalismo na era
digital e a importância da formação crítica dos profissionais. Segundo
ele, a internet fragmentou o sistema de informações, o que desarticulou
o papel de formadores de opinião e trouxe novos desafios para o
jornalismo. Com seu livro, ele espera trazer à tona o "ovo da serpente"
que gerou a operação Lava Jato, alertando para o papel fundamental da
mídia e da justiça na proteção dos interesses nacionais.
*Leitura essencial para entender a Lava Jato*
"A conspiração Lava Jato" é recomendada por Hildegard Angel como uma
leitura fundamental para compreender os impactos e bastidores da
operação. Nassif traz um relato crítico e embasado sobre os mecanismos
que, em sua visão, utilizaram a operação como ferramenta política para
fragilizar a autonomia do Brasil. O livro já é um sucesso de vendas, e
sua mensagem promete reverberar tanto entre leitores quanto nos debates
sobre os rumos do país.
Em
Brasil 247
https://www.brasil247.com/entrevistas/a-lava-jato-destruiu-o-futuro-do-brasil-afirma-luis-nassif
31/10/2024
domingo, 3 de novembro de 2024
"A Lava Jato destruiu o futuro do Brasil", afirma Luís Nassif
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