Candido G. Vieitez
O
golpe de Estado burguês-militar que implantou a ditadura em 1964
prontamente promoveu a repressão, desmantelamento e controle do
movimento operário. O Movimento, aparentemente muito forte, foi
incapaz de oferecer uma resistência consistente à ação predatória da
ditadura e foi rapidamente dizimado. Esse fato paradoxal esteve
no cerne de uma leva de importantes estudos sobre o MO na assim
denominada república populista. Esses estudos formularam a teoria do
“sindicalismo populista” a qual aproximativamente sustenta que: nessa
época o MO esteve enredado em aliança implícita ou explícita com o
populismo varguista, o que impediu a sua ação autônoma, bem como, o
desenvolvimento da consciência de classe do proletariado; havia um
descolamento entre as cúpulas dirigentes dos sindicatos e as massas,
uma vez que os dirigentes não se empenharam na organização dos
trabalhadores na base, sobretudo nos locais de trabalho, o que
propiciou uma manipulação política oportunista dos sindicatos e, em
geral, de todo o Movimento.No entanto, pesquisas subsequentes,
apoiadas em melhor fundamentação empírica, inclusive ao nível
molecular dos acontecimentos, contraditam em pontos fundamentais as
formulações da teoria do “sindicalismo populista”.Os textos
apresentados neste trabalho, sem qualquer pretensão polêmica,
descrevem espontânea e naturalmente uma práxis de militância que
tende a somar-se a esses estudos que contestam a justeza da teoria do
“sindicalismo populista”.
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