terça-feira, 16 de dezembro de 2025

O que se passa na cabeça de Trump enquanto os EUA se adaptam à multipolaridade

 


M. K. Bhadrakumar [*]

Tio Sam, cartoon do século XIX.

A transformação da ordem mundial rumo à multipolaridade é um trabalho em andamento com variáveis em atuação, mas o seu resultado será amplamente determinado pelo alinhamento das três grandes potências — Estados Unidos, Rússia e China. Historicamente, o "triângulo" surgiu quando a cisão sino-soviética veio à tona na década de 1960 e uma acirrada disputa pública eclodiu entre Moscovo e Pequim, o que levou o governo Nixon a propor a missão secreta de Henry Kissinger a Pequim a fim de se encontrar pessoalmente com o presidente Mao Zedong e o primeiro-ministro Zhou En-lai e, com sorte, chegar a um modus vivendi para combater conjuntamente a Rússia.

Ao revisitar o cisma sino-soviético, agora é bem compreendido que o triângulo EUA-União Soviética-China nunca seguiu realmente o curso que Kissinger previra. O fracasso de Kissinger em consolidar a abertura das relações com a China deveu-se, em parte, à sua perda de poder em janeiro de 1977 e, num sentido sistémico – inevitavelmente, dada a complexidade do caldeirão fervente da cisão sino-soviética em que a ideologia se misturava com a política e a geopolítica — também à realpolitik.

Embora a mitologia ocidental fosse a de que os EUA construíram as bases da ascensão da China, a historiografia aponta para outra direção, nomeadamente, que Pequim sempre teve em mente a dialética em ação. Assim, mesmo existindo um certo grau de compatibilidade entre os interesses chineses e americanos em conter a expansão do poder soviético, Pequim estava determinada a evitar um conflito militar com a União Soviética e concentrou a sua atenção em melhorar a sua posição tática dentro do triângulo EUA-China-União Soviética.

Por seu lado, a União Soviética também promoveu consistentemente o aumento das trocas com a China, apesar da amarga acrimónia e até mesmo dos confrontos militares, com o objetivo de minar as vantagens percebidas que os EUA derivavam da divisão sino-soviética — e até mesmo procurou persuadir a China a aceitar o status quo militar e territorial na Ásia.

De facto, para retardar a cooperação sino-americana contra eles no início da década de 1970, os soviéticos chegaram a oferecer a modificação de suas reivindicações territoriais ao longo da fronteira, a assinatura de pactos de não agressão e/ou acordos proibindo o uso da força, a base da relação sino-soviética nos cinco princípios da coexistência pacífica e a restauração de contatos de alto nível, incluindo laços partidários, no interesse de sua oposição comum aos EUA.

Se a China ignorou em grande parte essas propostas, isso deveu-se quase inteiramente à grande turbulência na sua política interna. Basta dizer que, logo após a morte de Mao, o inimigo da União Soviética, em setembro de 1976 (e o fim da Revolução Cultural), Moscovo reagiu rapidamente com vários gestos, incluindo o envio de uma mensagem de condolências por Brezhnev (a primeira mensagem do PCUS à China em uma década), seguida por outra mensagem do partido em outubro dando parabens ao recém-eleito presidente do PCC, Hua Guofeng, e, pouco depois, em novembro, enviando seu principal negociador para as conversações sobre a fronteira, o vice-ministro das Relações Exteriores Ilichev, de volta à China, numa tentativa de retomar as conversações sobre a fronteira. Mas, mais uma vez, se nada resultou disso, foi devido à invasão da China ao Vietname e à intervenção soviética no Afeganistão logo a seguir, em 1980.

De facto, olhando para trás, o principal legado da década de 1970, visto através do prisma do "triângulo" EUA-China-Rússia, foi a reorientação da política de defesa da China e o seu realinhamento geopolítico com o Ocidente. A China não contribuiu significativamente para enfraquecer a União Soviética ou agravar a estagnação e a crise que se gerava na economia política soviética.

Entretanto, as divergências sino-americanas sobre Taiwan e outras questões ressurgiram entre 1980 e 1982, obrigando a China a reavaliar a sua estratégia de política externa, o que se manifestou no anúncio de Pequim, em 1982, da sua política externa "independente" — em termos simples, uma tentativa de depender menos explicitamente dos EUA como contrapeso estratégico à União Soviética — e a decisão de iniciar “conversações consultivas” com Moscovo, além de uma receptividade crescente às inúmeras propostas soviéticas pendentes para intercâmbios bilaterais (nas áreas desportiva, cultural, económica etc), com o objetivo geral de reduzir as tensões com os soviéticos e aumentar a margem de manobra de Pequim no triângulo China-EUA-União Soviética.

De facto, uma distensão mais ampla entre a China e a União Soviética teve de esperar até à retirada soviética do Afeganistão, na sequência dos Acordos de Genebra assinados em abril de 1988. No entanto, surgiu uma mudança básica nas relações sino-soviéticas ao longo da década de 1980, que incluiu cimeiras regulares programadas; retomada dos laços de cooperação entre o PCC e o PCUS; aceitação por Pequim das propostas soviéticas pendentes de não agressão/não uso da força; e retomada das questões fronteiriças sino-soviéticas a nível de vice-ministro das Relações Exteriores.

Washington percebeu a mudança nas orientações da política chinesa em relação à União Soviética. Notavelmente, ao analisar a mudança acentuada na estratégia chinesa, uma avaliação da CIA observou:

"Mais recentemente, Moscovo seguiu o apelo de Brezhnev em 1982 para melhorar as relações com a China, suspendendo a maioria das declarações soviéticas críticas à China. Quando as discussões sino-soviéticas foram retomadas em outubro de 1982, os media soviéticos reduziram drasticamente as críticas à China. E eles permaneceram contidos sobre esse assunto, embora trocas polêmicas ocasionais tenham marcado a cobertura sino-soviética na época da visita do primeiro-ministro Zhao Ziyang aos Estados Unidos em janeiro de 1984. Moscovo continuou a criticar a China por meio da rádio clandestina Ba Yi, com sede na União Soviética... Por seu lado, a China continuou a criticar a política externa soviética, embora a atenção dada anteriormente às políticas internas 'revisionistas' soviéticas tenha praticamente desaparecido uma vez que as próprias políticas económicas da China foram significativamente alteradas após a morte de Mao".

Em resumo, com o secretário-geral do PCUS, Gorbachev, a consolidar o poder por volta do final de 1988 com a sua eleição para a presidência do presidium do Soviete Supremo e, em paralelo, com Deng a superar os seus rivais políticos e tornar-se o líder supremo da China em 1978 — foi lançado o programa Boluan Fanzheng para restaurar a estabilidade política, reabilitar os perseguidos durante a Revolução Cultural e reduzir o extremismo ideológico — abriu-se a porta para que os dois antigos adversários entrassem no jardim de rosas da reconciliação.

Significativamente, o momento da visita de Gorbachev a Pequim para se encontrar com Deng em 1989 estava longe de ser ideal devido aos incidentes da Praça Tiannenmen, mas nenhum dos lados propôs adiar ou remarcar a reunião. Tal era a intensidade do desejo mútuo de reconciliação.

Hoje, o resumo acima torna-se necessário quando avaliamos as direções futuras das políticas da administração Trump em relação à China. A percepção comum é que Trump está a tentar criar uma divisão entre a Rússia de Putin e a China de Xi Jinping, com o objetivo de isolar esta última e impedir que ultrapasse os EUA. Mas não há nenhuma evidência disponível que sugira a possibilidade de separar a Rússia da China.

Todos os sinais apontam para o contrário, na direção de uma integração constante dos dois países. Na semana passada, o Kremlin anunciou um regime de isenção de vistos para cidadãos chineses que visitam a Rússia. Curiosamente, esta foi uma medida recíproca. O FT informou recentemente que um empresário chinês recebeu ações da maior fabricante russa de drones que fornece as forças armadas — a primeira colaboração conhecida na área da indústria de defesa.

Com o Power of Siberia 2 em andamento, a dependência da China em relação à Rússia para sua segurança energética aumentará ainda mais. O comércio externo da Rússia está a passar por uma profunda mudança, com a China substituindo a UE como principal parceiro comercial da Rússia. Na generalidade, as relações sino-russas estão mais próximas hoje do que em décadas.

Por outro lado, não há nenhuma sugestão crível de que o governo Trump esteja se preparando para uma guerra com a China. O Japão, sob sua nova liderança, está assobiando no escuro.

Então, o que está na mente de Trump? Na sua agenda revolucionária para a reconstrução da nova ordem mundial, Trump visa uma concordância estratégica entre os EUA, de um lado, e a Rússia e a China, do outro. A recente Estratégia de Segurança Nacional (NSS) dos EUA também aponta fortemente nessa direção. As implicações dessa ideias revolucionária para a multipolaridade serão profundas — tanto para parceiros como a Índia quanto para aliados como o Japão ou a Alemanha.

12/Dezembro/2025

terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Bellamy Foster: La doctrina de seguridad de Trump es el imperialismo “tipo MAGA”

 

La doctrina Trump está redefiniendo la política exterior en términos de un imperio hipernacionalista términos étnicos y ve a Estados Unidos como un país blanco. 

Entrevista a John Bellamy Foster realizada por el Canal de televisión estadounidense “99 Media”.

Nuestra intención es  profundizar un poco en la política exterior estadounidense. Para empezar, explíquenos en qué consiste la política exterior de Trump. 

La agenda de política exterior de Trump se ha conocido como la Doctrina Trump. Normalmente, cuando una doctrina se asocia con un presidente estadounidense la prensa la designa como la doctrina que define esa presidencia. Pero en el caso de Trump, esta doctrina fue formulada por Michael Anton, del Instituto Claremont.  Ahora es el principal analista de políticas del Departamento de Estado. Básicamente, él es el cerebro detrás de la política exterior de Trump. 

En la primera administración de Trump, Michael Antón escribió un artículo, en Foreign Policy, que describe esta doctrina en cuatro ejes: uno: rechazo al  internacionalismo liberal; dos: un política basada en el nacional-populismo, que esencialmente significa neofascismo; tres:  apoyo al nacionalismo populista en todos los países. Y cuatro, el más importante, el retorno de la nación a la “normalidad homogénea de la etnia”. 

Su propósito es redefinir la política exterior en términos étnicos, en términos de etnias homogéneas, idea que se opone al carácter heterogéneo de un imperio multiétnico. Así pues, el cuarto pilar constituye una definición étnica-racial que es subyacente a lo que es el nacionalismo racial.  

Básicamente, la doctrina Trump está redefiniendo la política exterior de Estados Unidos en términos de un imperio hipernacionalista en el que el mundo entero se ve en términos étnicos y Estados Unidos se ve como un país blanco. 

Esta idea racista en la doctrina Trump ahora es parte de la agencia de seguridad nacional de Estados Unidos y el señor Michael Antón es quizás el principal ideólogo de MAGA.

Ahora bien, la otra parte del documento considera a China como la principal amenaza, incluso con una probable guerra nuclear contra China. 

Desde el principio, MAGA, el movimiento de Trump se centró en hacer la paz con Rusia, lo cual veían en términos étnicos. Decían: «Bueno, los rusos son parte de nuestro linaje racial». Pero lo más importante es que para concentrar todo el poder de fuego estadounidense contra China, necesitan lograr la paz con Rusia, incluso si eso interfería con su relación con Europa. La idea básica es que los europeos hacen lo que queramos, y nosotros  tomamos las decisiones.

Correcto, la estrategia de Trump se propone terminar con la alianza entre Rusia y China. ¿Cree que Trump realmente piensa en lograrlo o se trata de un objetivo que sabe que no logrará y que, al final, tendrán que encargar la guerra contra Rusia a los europeos? 

Bueno, como se sabe la administración Trump presentó un plan de 28 puntos a Rusia, que implica aceptar el control ruso del Donbás y luego intentar introducir garantías de seguridad para Ucrania. Esa ha sido su política desde siempre. No es nada nuevo. Escribí sobre ello en mi primer libro. Sí, a la administración Trump le gustaría poner fin a esa guerra, al menos en lo que respecta a la participación directa de Estados Unidos.

Podemos tener diferentes opiniones, sobre si es racional o no, pero esa es su política. A los europeos básicamente no les gustará, pero EE. UU. seguirá adelante de todos modos. Y supongo que intentará garantizar que Europa no entrará en guerra. Esto no es ningún secreto.

Al mismo tiempo… Han declarado una nueva guerra fría contra China y han  llegado incluso a planearse una guerra nuclear, bajo la suposición que podrían controlar una escalada de este tipo. Se contrató a altos cargos del Departamento de Defensa con ese objetivo y esa estrategia. Los trumpistas, el movimiento MAGA, creen que tienen que detener a China de cualquier forma. Quieren impedir que China supere a Estados Unidos, sin importarles el resto del mundo. 

Por tanto, intentan estabilizar la situación en otros lugares. Su beligerancia con Venezuela, tiene que ver con la estrategia de expulsar a China de Latinoamérica. 

Y, cuando terminó la primera administración de Trump y los demócratas llegaron al poder aceptaron la nueva guerra fría con China. Pero también los demócratas estaban comprometidos con la guerra contra Rusia. Tenían un plan a largo plazo: desmantelar Rusia mediante la expansión de la OTAN en Ucrania. Esto significó que EEUU se enfrentó a una posible guerra en dos frentes: contra Rusia y China. 

En estas circunstancias Rusia y China se acercaron y ahora la administración Trump está intentando separar a estas potencias. Es una estrategia racional para el imperio estadounidense. Si eres imperialista y quieres mantener la supremacía estadounidense, es la estrategia más racional

Tengo curiosidad por preguntar que ocurrió con Irán.  ¿Trump fue arrastrado al conflicto por el lobby sionista o dio marcha atrás cuando el conflicto no iba según lo previsto?. ¿Qué opina al respecto? 

Bueno, hay una división en los círculos cercanos a Trump sobre Irán. Mientras los nacionalistas cristianos son muy antiiraníes, parte del movimiento MAGA no quieren un conflicto con Irán porque quieren centrar el poder estratégico contra China. Hemos conocido la política del principal analista del Departamento de Defensa, Míster Colby, cuando declaró: «Ignoremos a Irán. Centrémonos en China». 

De hecho Colby estaba bajo la lupa de los nacionalistas cristianos, pero fue confirmado en su cargo. Esta claro que la estrategia de Trump es evitar a Irán y negociar con China. Trump tuvo que hacer un show, lanzó bombas contra Iran y luego dijo que había destruido todas sus instalaciones nucleares. Sin embargo todo el mundo sabe que era mentira. Para Trump era solo una demostración del poder estadounidense porque en realidad no quería a atacar Irán. 

De hecho, advirtieron a Irán de antemano para que pudieran trasladar a su gente y los materiales antes de bombardearlos, esto lo hicieron para dejar claro que no iban a declarar la guerra . La administración Trump no se toma en serio atacar a Irán. Fue una distracción.

Por otra parte, han tenido que dar marcha atrás con los aranceles contra China. El gigante asiático tiene el monopolio sobre las tierras raras y puede detener toda la alta tecnología estadounidense. La marcha atrás es una señal que Estados Unidos no puede imponer su voluntad impunemente . 

Entonces, ¿qué está haciendo Estados Unidos? Trump ha declarado que va a intervenir en Nigeria por un supuesto genocidio de los cristianos. Es falso. No hay genocidio, pero Nigeria tiene la mayor cantidad de tierras raras en África y lo que quieren es apropiarse de esas tierras . 

¿Cree que invadirán Nigeria? 

No. Creo que amenazarán de manera tan seria que esperan que Nigeria les permita controlar sus tierras raras. Es decir Nigeria debería permitir  que las corporaciones estadounidenses entren a apropiarse de estas riquezas . 

Estados Unidos tiene muchas maneras de ejercer poder para conseguir lo que quiere, pero probablemente no invada Nigeria. Quiere sus tierras raras, y tal vez pueda obligar al gobierno nigeriano a que les permita controlarlas.

Cual es el rasgo común de la política exterior de Trump. Según su respuesta anterior, está bastante claro que su verdadera prioridad es Asia. Pero si vamos a Venezuela ¿cree que es probable que haya una intervención allí? 

Con el Premio Nobel a Corina Machado están preparando a la opinión pública para algo más grande. Para Trump América Latina es su patio trasero. Según el EEUU puede hacer lo que quiera en Latinoamérica . 

Bueno, parece que no es tan fácil. Cuando estuve en Venezuela alguien muy cercano a Chávez, me dijo: » El gobierno está armando a toda la población». La idea era hacer irreversible la revolución. Empezaron con los consejos comunales y los círculos Bolivarianos. Han armado a millones de personas. Tienen una milicia de otro planeta. Cualquier intento de invasión estadounidense con tropas terrestres sería un desastre. Simplemente no se puede combatir a toda una población en un país de ese tamaño. 

También los rusos han estado armando a Venezuela con misiles hipersónicos. Así que tienen fuertes defensas. Lo que Estados Unidos podría hacer es cierto dominio aéreo, Quizás Estados Unidos puede matar a Maduro y a sus líderes. El asesinato con drones es un método bien conocido, y Maduro no se esconde en un búnker.

Podrían intentar decapitar al liderazgo y una de las cosas que han estado haciendo es usar medios electrónicos para destruir el sistema eléctrico e interrumpir el sistema satelital venezolano. Pero, la última vez que Estados Unidos interrumpió el sistema eléctrico venezolano, China y Rusia enviaron técnicos que les ayudaron a crear defensas contra ese tipo de acciones.

Creo que ahora los venezolanos están recibiendo ayuda tanto de Rusia como de China . Así que tienen como defenderse. Todas las intervenciones que Estados Unidos en Venezuela han fracasado porque solo una pequeña parte de la población es antichavista y una agresión probablemente no funcionará. 

Podrían intentar lo que Israel hace con Irán, lo que Estados Unidos ha hecho en el pasado.Se trata de asesinatos y sabotajes. Pero una gran intervención militar sería muy difícil y toda Latinoamérica se opondría. 

América Latina se está volviendo contra los EE. UU.y contra la administración Trump.  Esto se puede ver en la actitud de Petro en Colombia y de Lula en Brasil. No es la misma Latinoamérica de los años 60 y 70. Estados Unidos no puede actuar con la misma impunidad. Creo que la resistencia será mucho mayor. 

Estados Unidos no tiene muchas opciones, lo que quiere es crear tanto caos que un líder militar intervenga y destituya a Maduro o algo así. De hecho, ha habido indicios recientes que Estados Unidos esta intentando que algunos generales cambien de bando. Pero la población no se deja engañar. 

De hecho, Corina Machado, la ganadora del Premio Nobel, espera que   Estados Unidos la ponga en el poder y a cambio ofrece entregar los activos de Venezuela a las corporaciones petroleras estadounidenses. Por eso no es muy popular en Venezuela.

Tal vez una revolución militar sea improbable, pero estamos viendo muchas revoluciones de color de la llamada Generación Z. Esta parece más probable. Lo mismo que sucedió en Ucrania. Es un guion que sigue funcionando. Lo vimos hace unas semanas en México. No sé qué opinas al respecto.

Sí, las rebeliones de la Generación Z se organizan a través de las redes sociales, mediante el poder de las corporaciones y de la inteligencia estadounidense, es decir de la CIA. Y lo han intentado en todo el mundo. La cuestión es que la gente se está dando cuenta. No son tan efectivas como antes . 

Este es un punto bastante interesante porque se relaciona con uno de los principales conflictos entre Estados Unidos y China. En última instancia radica en la tecnología y la capacidad de dominarla. Al menos desde la perspectiva del Pentágono , Estados Unidos necesita este imperio informal, este colonialismo digital que le permite una influencia enorme en nuestras vidas. 

Toda esta tecnología proviene del ejército y del sistema de defensa. El imperio estadounidense invierte tanto en centros de datos que han abandonado el combate contra el cambio climático porque el consumo de energía es enorme. Para el imperialismo el dominio tecnológico es una prioridad mayor que cualquier mitigación del cambio climático. 

Sin embargo, me parece que han perdido la guerra económica, la guerra tecnológica y la guerra por la IA. Es probable que Estados Unidos no pueda dominar ese ámbito frente a China. La IA estadounidense está destinada a la mercadotecnia y la manipulación de la gente, mientras China está regulando la IA, la utiliza de forma más racional, y parece ser más creativa. 

Por lo tanto, creo que Estados Unidos está en serios problemas como potencia hegemónica desde el punto de vista económico y tecnológico, y esto teóricamente no debería conducirnos a una guerra mundial. Sin embargo, el capitalismo y el imperialismo, nos han encaminado históricamente hacia la guerra. 

Estados Unidos es una potencia agresiva, con pérdidas económicas en  producción y en liderazgo tecnológico. Ahora, Estados Unidos solo cuenta con su poder financiero y militar. En eso se apoyan para intentar derrotar a China. Y el poder financiero no es suficiente, con los BRICS y  con los países que están dejando el dólar para el comercio internacional . 

Por esta razón, el imperialismo dependen cada vez más del ejército y esto es muy peligroso para el futuro de la humanidad. No habrá futuro si seguimos en esa dirección. He escrito sobre que pasaría si se produce un intercambio nuclear . Y la gente empieza a darse cuenta que una guerra nuclear es una posibilidad. 

Afortunadamente, si hay algún tipo de paz con Rusia, hay menos probabilidad de una guerra nuclear en Europa. De hecho, creo que la paz es un valor fundamental que debemos defender con toda nuestra fuerza. 

Que la OTAN libre una guerra indirecta con Rusia es la receta para el desastre generalizado . Por supuesto, eso no pinta bien en Europa. Con la UE y su maquinaria de propaganda bélica en marcha Europa demuestra que están atascados en una vieja narrativa. Intentan presentar la guerra como una defensa de la democracia y la libertad contra el nuevo Hitler, pero han fracasado completamente.

Profesor Foster, muchas gracias. Quizás la próxima vez deberíamos centrarnos en la confrontación tecnológica , porque es realmente fascinante. Estamos totalmente de acuerdo con lo que dijo al final de la entrevista. La paz es un valor en sí misma. Palabras sabias que, lamentablemente, no solemos escuchar de las élites europeas.

Observatorio de la crisis

 https://observatoriocrisis.com/2025/12/09/bellamy-foster-la-doctrina-de-seguridad-de-trump-es-el-imperialismo-tipo-maga/

9/12/2025 

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

 

Apropos “Western Civilisation”

Prabhat Patnaik

ACCORDING to a report in the Times of India (November 23), the United States has asked European countries to restrict immigration in order to preserve “Western Civilization”. Many in the Third World would find the term “Western Civilization” laughable, especially if it is used in the sense of denoting something precious and worth preserving. The atrocities committed by Western imperialist countries against people all over the world over the last several centuries have been so horrendous that using the term “civilization” to cover such behaviour appears grotesque. From British colonialism’s unleashing  famines in India that killed millions in its rapacious bid to raise revenue from hapless peasants, to Belgium’s king Leopold’s unspeakable brutality against the people of what used to be called the Congo, to German extermination camps in Namibia that wiped out whole tribes, it is a tale of horrible cruelty inflicted on innocent people for no reason other than sheer greed. It is not surprising in this context that Gandhiji, when asked by a journalist what he thought of “Western Civilization”, had wryly quipped: “that would be a very good idea”.

But let us ignore all this cruelty and focus only on the material advance achieved by the West. This material advance itself has been achieved on the basis of an exploitative relationship that the Western imperialist countries had developed vis-à-vis the Third World, a relationship that left the latter in such a state that its inhabitants today are desperate to escape it. Western prosperity is not a separate and independent state achieved through Western diligence alone; it has been achieved through a process of decimation of the economies of countries from which the immigrants are fleeing. What is even more striking is that Western imperialism not only wants to stop the inflow of immigrants; it wants to prevent, even through armed intervention, any change in the societal structure in the immigrants’ home countries that could usher in development that stops this inflow of immigrants.

My argument might of course would be dismissed as hyperbole. After all, Western economies have been characterized by the introduction of remarkable innovations that have dramatically raised labour productivity which in turn has made possible an increase in real wages and the real incomes of Western populations. It is this innovativeness that distinguishes the West and that is lacking in the Third World; it constitutes the differentia specifica between the two parts of the world, the root cause of their divergent economic performances owing to which migrants are seeking to move from one part to another.

Two things about innovations however must be noted. First, innovations are typically introduced when the market for the commodity that would come out of the innovation is expected to expand, which is why innovations do not get introduced during Depressions. Second, innovations do not on their own raise real wages; they do so only when there is a tightness in the labour market that arises for independent reasons. For a very long period in history, the expectation about market expansion for Western products was generated by the seizure of Third World markets. The Industrial Revolution in Britain which started the era of industrial capitalism could not have been sustained if colonial markets had not been available where local craft production could be replaced by the new machine-made goods. The other side of Western innovativeness therefore was deindustrialization of colonial economies that created massive labour reserves there.

Even in countries where innovations were introduced, labour reserves were also created because of technological progress, but these reserves got reduced owing to large scale migration of labour to the temperate regions of settlement abroad such as Canada, the United States, Australia, New Zealand, and South Africa, where they massacred and displaced the local tribes from the land they had occupied and cultivated this land.  Within the innovating countries therefore tightness was introduced into the labour market through such large scale emigration, because of which real wages could increase alongside innovations that raised labour-productivity.

The labour reserves created in the colonies and semi-colonies however could not migrate to the temperate regions; they were kept confined to the tropical and sub-tropical regions, trapped within a syndrome of low wages, through tight immigration laws that continue till today. If capital from the metropolis could have flowed in to take advantage of their low wages to produce goods for the world market with the new technologies, then the wage-differential could have disappeared. But that did not happen. Despite their low wages, capital from the temperate regions did not come into these economies except to primary commodity-producing sectors; and manufactured goods produced by local producers, using this low-paid labour and adopting the new technologies, could not enter temperate region markets owing to high tariffs. Western innovativeness in short produced material prosperity in the metropolis, because it was complemented by a segmented structure of the world economy.

That is not all. The diffusion of capitalism occurred within this segmented structure: along with labour from Europe migrating to the temperate regions like North America, Australia, New Zealand, and South Africa, capital from Europe too started getting invested in these new lands as a complement to labour migration. This capital however was extracted from the tropical and subtropical colonies and semi-colonies by impounding gratis their foreign exchange earnings from the world, making up a large part of their economic surplus, a process that has come to be known as the “drain” of surplus.

The diffusion of capitalism in the “long nineteenth century” from Britain to Continental Europe, Canada, and the United States took the form of keeping British markets open for the goods of these regions and making capital exports to them at the same time; that is, of Britain having both a current account and a capital account deficit vis-à-vis these regions. The total deficit, taking both current and capital accounts together, of Britain vis-à-vis these three most prominent regions in 1910 was 120 million pounds. Half of this amount, according to the estimates of economic historian S.B.Saul, was settled at the expense of India, through Britain appropriating India’s entire export surplus vis-à-vis the rest of the world, and also India’s payment for deindustrializing imports from Britain in excess of the primary commodities it sold to Britain. If we take Continental Europe and the U.S. alone then Britain’s total deficit was 95 million pounds, of which almost two-thirds was settled in this manner at the expense of India.

Thus the entire development of capitalism historically occurred through the creation of a segmented world. The innovativeness that is supposed to underlie the material prosperity of the West also occurred through this segmentation. It is not innovativeness therefore that explains why the West became prosperous while the Third World stagnated and declined, but this fact of segmentation. After all, even theories like Joseph Schumpeter’s, that emphasize innovations as the cause of material prosperity, show all workers to be benefitting from innovations. But if some workers alone are the beneficiaries (apart from the capitalists of course) while others belonging to a different region are excluded from these benefits, then the cause for this divergence must lie elsewhere, not in the fact of innovativeness being confined to only one region. The essence of this segmentation was the deliberate exclusion of one region from the process of material development, through the imposition of tariff barriers against its products, through not permitting it to impose tariff barriers of its own against the products of the metropolitan region, and through the latter’s acquisition gratis of a part of its produced economic surplus.

The days of colonialism are over; what is more, capital from the metropolis now is willing to flow into the Third World to produce goods for the world market using local low-paid labour and new technology; why then does the poverty of the Third World continue to remain in this new situation? We go back here to the proposition that innovations as such do not raise real wages; theories like Schumpeter’s that claim the contrary, by assuming a spontaneous tendency under capitalism to use up labour reserves and move to full employment, are simply wrong. Technological progress in the third world through the spread of innovations, whether under the aegis of metropolitan capital or of local capital, which tends typically to be labour-saving, does not therefore reduce the relative size of its labour reserves, and hence of the relative magnitude of poverty. Third World labour has no scope for migrating anywhere to the temperate regions.

Two factors are going to worsen this situation in the coming days: one is Trump’s tariffs that seek to export unemployment from the U.S. to the rest of the world, especially the Third World; and the other is the introduction of Artificial Intelligence within the framework of capitalism.

Em

Peoples Democracy

https://peoplesdemocracy.in/2025/1130_pd/apropos-%E2%80%9Cwestern-civilisation%E2%80%9D 

November 30, 2025

segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

John Mearsheimer: Hoy países de África, América Latina y Asia pueden decir NO a Washington

 

¿Qué pasa cuando el paquete de sanciones más brutal de la historia moderna no solo falla en destruir a su objetivo, sino que lo fortalece y al mismo tiempo acelera el final del dominio occidental que lo impuso? 

Análisis  de John Mearsheimer, profesor de ciencia política en la Universidad de Chicago y teórico de la escuela neorrealista en las relaciones internacionales.

Durante más de 40 años he estudiado cómo suben y cómo caen las grandes potencias. Lo que estoy viendo ahora mismo desafía todo lo que los responsables políticos occidentales creían saber sobre la guerra económica. 

El profesor Richard Wolf, uno de los economistas marxistas más respetados de Estados Unidos, acaba de ofrecer el análisis más demoledor que he escuchado sobre el fracaso estratégico de Occidente. 

Su advertencia no es una opinión, es la autopsia de un imperio que se está suicidando sin darse cuenta. Las sanciones que se diseñaron para estrangular a Rusia han terminado creando algo mucho peor para Washington y Bruselas. un orden mundial multipolar que cuestiona la hegemonía estadounidense en su raíz misma. 

Mientras Occidente celebra victorias tácticas en el terreno militar, Moscú está ganando una guerra completamente distinta, la guerra por desmantelar el dominio del dólar y el control económico occidental. Y lo peor de todo es que la mayoría de los líderes occidentales todavía no se han enterado de que están perdiendo. 

Cuando Rusia lanzó su operación militar especial en Ucrania en febrero de 2022, vi a los líderes occidentales cometer exactamente el mismo error fatal que he documentado durante toda mi carrera. confundieron la indignación moral con el pensamiento estratégico. 

La respuesta fue inmediata y predecible. El mayor paquete de sanciones de la historia moderna. Congelación de activos, exclusión del sistema Swift, embargo energético, prohibición de exportar tecnología avanzada. El objetivo era clarísimo, estrangular la economía rusa hasta provocar el colapso del régimen. 

Como realista, yo sabía que esa estrategia descansaba sobre una suposición peligrosísima, que Rusia no tenía alternativas, pero Richard Wolf vio lo mismo que yo. Occidente no estaba librando la guerra que creía estar librando. Mientras la OTAN se concentraba en la contención militar, Rusia jugaba otro tablero completamente distinto, el desmontaje sistemático de la hegemonía económica occidental. 

Y Vladimir Putin estaba a punto de demostrar que el verdadero pilar del poder estadounidense, el dominio del dólar, era mucho más frágil de lo que nadie había imaginado. 

El primer shock llegó en cuestión de semanas. El rublo, que los analistas occidentales habían pronosticado que se convertiría en papel mojado, no solo se estabilizó, se fortaleció. A finales de 2022 ya se había apreciado frente al dólar el producto interior bruto ruso que los economistas del Fondo Monetario Internacional y del Banco Mundial habían vaticinado que se hundiría un 15% o más. apenas se contrajo antes de volver a crecer a ritmos que dejaron en ridículo a todos los que habían apostado por el colapso. 

El régimen que se suponía que iba a tambalearse por la presión interna consolidó su poder. La popularidad de Putin, lejos de desplomarse por las penurias económicas, se mantuvo sorprendentemente alta. Los oligarcas que los estrategas occidentales esperaban que se rebelaran contra el Kremlin encontraron, en cambio, nuevas oportunidades y redirigieron sus flujos comerciales. 

Pero eso no fue lo más sorprendente. El verdadero terremoto fue estructural. Richard Wolf lo llama adaptación estratégica, el giro sistemático de Rusia hacia lo que hoy los economistas llaman la coalición del sur global ampliado. China, India, Irán, Turquía, Arabia Saudita, Brasil, Indonesia, Emiratos Árabes Unidos, países que representan más de la mitad de la población mundial y una porción creciente del producto interior bruto global. 

Lo que más me impresionó fue la velocidad de esa reorientación. Relaciones comerciales que normalmente tardan décadas en construirse se crearon en meses. El comercio bilateral, Rusia-China, creció un 30% solo en el primer año. India multiplicó por más de 700% sus importaciones de petróleo ruso. No eran ajustes temporales, eran cambios permanentes en la geografía económica mundial. 

He pasado décadas argumentando que en un sistema internacional anárquico los estados siempre terminan equilibrando el poder contra la potencia dominante. Lo que presenciamos entre 2022 y 2025 fue el reequilibrio de gran potencia más rápido de la historia moderna. Y el catalizador no fue la agresión rusa, fue la sobreactuación occidental. 

La ecuación energética lo explica todo a la perfección. Europa, en un ataque de lo que Wolf llama arrogancia moral, se cortó de la noche a la mañana el suministro de gas ruso barato. El suicidio económico fue inmediato y devastador. Cientos de fábricas alemanas cerraron. 

La industria francesa empezó a deslocalizarse hacia Estados Unidos y Asia. La competitividad europea se evaporó en cuestión de meses. Los precios de la energía se triplicaron y cuadruplicaron en algunas regiones, empujando a los grandes fabricantes hacia mercados americanos, donde los subsidios y la energía más barata los esperaban con los brazos abiertos. 

Vi colapsar cadenas de suministro enteras en tiempo real. Plantas químicas que habían sido rentables durante décadas de repente dejaron de serlo. La producción de acero, la columna vertebral de la industria europea, cayó dígitos dobles. El sector del automóvil, que ya estaba luchando con la transición eléctrica, recibió un golpe adicional con unos costes energéticos que lo hacían cada vez menos competitivo frente a los rivales asiáticos. 

Mientras tanto, Rusia redirigió sus flujos energéticos hacia el este con una eficiencia asombrosa. Las importaciones chinas de petróleo ruso alcanzaron niveles récord con Pekín asegurándose contratos a largo plazo a precios descontados. 

India se convirtió en el mayor cliente de Moscú fuera de China, aumentando sus compras más de 1000% en 18 meses. Incluso aliados tradicionales de Estados Unidos como Turquía incrementaron discretamente sus importaciones energéticas desde Rusia. Pero lo más importante fue la construcción de nueva infraestructura, la ampliación del gasoducto Fuerza de Siberia. 

Nuevas rutas a través de Asia Central, terminales de gas natural licuado orientadas al mercado asiático. Rusia estaba literalmente recableando la red energética euroasiática, alejándola de Europa. El mapa energético de Eurasia se redibujó en meses, no en décadas. Y Europa, que había renunciado voluntariamente a la seguridad energética por simbolismo moral. se encontró en una desventaja permanente en la manufactura global. 

Sin embargo, la energía fue solo el principio. La transformación más profunda afecta algo mucho más amenazante para la hegemonía estadounidense, el propio sistema del dólar. Durante 80 años, Estados Unidos ha disfrutado de lo que los economistas franceses llamaron el privilegio exorbitante, la capacidad de imprimir dinero que el resto del mundo está obligado a aceptar porque el comercio internacional se hace en dólares. 

Ese sistema ha permitido a Washington financiar déficits gigantescos, mantener presencia militar global y convertir las sanciones en un arma devastadora. Richard Wolf advierte que esa era terminando no por derrota militar, sino por desvío sistémico. 

Los países BRICS, Brasil, Rusia, India, China y Sudáfrica han acelerado el desarrollo de sistemas de pago alternativos. La organización de cooperación de Shanghai está ampliando su arquitectura financiera y lo más significativo, grandes productores de petróleo están aceptando pagos en yuanes, rublos e incluso rupias en lugar de dólares. 

Los números son implacables. En 2021, solo el 2% del comercio Rusia-China se realizaba en sus monedas nacionales. En 2025 esa cifra supera el 75%. Arabia Saudita, el aliado más antiguo de Estados Unidos en Oriente Medio, empezó a aceptar yuanes por sus ventas de petróleo a China, algo que hace unos pocos años habría sido inimaginable. 

La ampliación BRICS Plus en 2023 incorporó a Irán, Egipto, Emiratos Árabes Unidos y Etiopía, mientras decenas de países más hicieron cola para entrar. Esto no es simbolismo diplomático, es la institucionalización de una infraestructura financiera no occidental, el nuevo banco de desarrollo como alternativa al Banco Mundial, el sistema de pagos BRICS desafiando el dominio de Swift. Cada acuerdo comercial bilateral que se realiza fuera del dólar es una pequeña grieta en la hegemonía financiera estadounidense, pero el efecto acumulativo es revolucionario. 

Cuando suficientes países comercien sin dólares, toda la base del poder económico americano empezará a erosionarse. He calculado la matemática de ese Dexartorius. Si solo el 30% del comercio global se desdolariza, Estados Unidos pierde la capacidad de financiar sus déficits masivos mediante expansión monetaria. Las consecuencias serían austeridad fiscal forzada, recorte del gasto militar y reestructuración fundamental de los compromisos globales estadounidenses. 

Observo este proceso con el desapego analítico que exige mi formación realista, pero también con una preocupación creciente. que lo que describe Wolf no es solo una transición económica, es el nacimiento de un orden mundial genuinamente multipolar. Y la historia nos enseña que esas transiciones rara vez son pacíficas. Lo trágico es que todo esto era completamente evitable. 

Tras el fin de la Guerra Fría, Occidente tuvo la oportunidad de construir un sistema internacional inclusivo que reflejara las nuevas realidades. En lugar de eso, doblamos la apuesta por la dominación, expansión de la OTAN, coersión económica, operaciones de cambio de régimen, todo para preservar un momento unipolar que siempre fue temporal. La supervivencia de Rusia bajo la presión máxima ha enviado un mensaje al mundo entero. Las armas económicas de Occidente tienen límites. Si Moscú puede soportar las sanciones más duras de la historia y salir más autosuficiente, ¿por qué cualquier otro país debería temer el chantaje económica occidental? 

Esa revelación se está extendiendo más rápido de lo que cualquier sanción puede contener. De África a Asia, de América Latina a Oriente Medio, los gobiernos diversifican discretamente sus socios económicos, reducen la dependencia del dólar y construyen relaciones con potencias no occidentales. visto este cambio de primera mano en conferencias académicas y debates de política reciente. 

Funcionarios del sur global hablan abiertamente de estrategias de cobertura, mantienen relaciones con occidente, pero expanden alternativas. Nigeria explora ventas de petróleo denominadas en yuanes. Bangladesh aumenta el comercio en rupias con India. Argentina considera seriamente la membresía en los bricks. El patrón es inconfundible. 

Los países se preparan para un orden mundial postestadounidense, no mediante revolución, sino mediante un desacoplamiento gradual de los sistemas dominados por Occidente. Richard Wolf lo llama el despertar de la soberanía. Naciones que redescubren que tienen opciones. 

El mundo monopolar donde Washington dictaba las reglas está siendo reemplazado por una realidad multipolar donde el poder se distribuye entre varios centros, pero la transformación va más allá de la economía, es psicológica, cultural, civilizacional. Durante tres décadas, los valores, instituciones y modelos de desarrollo occidentales se presentaron como universales e inevitables. 

Ahora, caminos alternativos hacia la prosperidad y la gobernanza están demostrando ser viables. La iniciativa de la franja y la ruta de China ha conectado a más de 140 países con inversiones en infraestructura que superan el billón de dólares. A diferencia de la ayuda occidental, que suele venir con condiciones políticas sobre gobernanza y reformas económicas, la inversión china se centra principalmente en infraestructuras tangibles, puertos, ferrocarriles, redes de telecomunicaciones. 

Los resultados son visibles en todo el mundo en desarrollo. Ciudades africanas conectadas por ferrocarriles construidos por China. Naciones centroasiáticas enlazadas por gasoductos, países sudamericanos que acceden a mercados del Pacífico gracias a puertos financiados por Pekín. Europa se encuentra entre los grandes perdedores de esta transición, habiendo entregado su autonomía estratégica al liderazgo estadounidense. 

Los países europeos descubren ahora que carecen tanto de capacidad militar para defenderse por sí mismos como de flexibilidad económica para adaptarse. El continente que una vez dominó los asuntos globales se ha convertido en un remanso estratégico dependiente de energía estadounidense que cuesta tres veces más que las alternativas rusas que voluntariamente abandonaron. 

El impacto psicológico que está sufriendo Occidente es en realidad mucho más profundo y duradero que el económico. Durante tres décadas, desde la caída del muro de Berlín hasta aproximadamente 2022, las élites políticas, académicas y mediáticas de Estados Unidos y Europa vivieron instaladas en una certeza casi religiosa. 

Su modelo liberal democrático capitalista era el fin de la historia, la única vía legítima hacia la prosperidad y la libertad. Francis Fukuyama lo formuló con elegancia académica, pero millones lo asumieron como evangelio cotidiano. Esa creencia no era solo ideología, era identidad. Ser occidental significaba pertenecer al bando ganador de la historia, al equipo que había demostrado la superioridad absoluta de su sistema. El resto del mundo se asumía, acabaría pareciéndose a nosotros o quedándose rezagado para siempre. 

Richard Wolf no se limitan a enunciar una opinión incómoda. La respalda con una cascada de datos que ningún think tank de Washington puede desmentir sin caer en la caricatura. Su argumento central es demoledor precisamente porque es empírico. El supuesto fin de la historia no era una ley histórica, sino una apuesta ideológica que perdió y la está perdiendo a plena luz del día, en tiempo real delante de todo el planeta. 

Empecemos por China, porque es el elefante en la habitación que ya nadie puede ignorar. Desde 1978, cuando Den Shoping abrió la economía sin abrir el sistema político, el Partido Comunista Chino ha sacado a más de 800 millones de personas de la pobreza extrema según los criterios del Banco Mundial. Eso equivale a rescatar en cuatro décadas a una población mayor que toda Europa y Norteamérica juntas. 

Lo ha hecho sin multipartidismo, sin prensa libre al estilo occidental, sin separación de poderes, sin elecciones competitivas a nivel nacional y durante mucho tiempo sin mercado de capitales plenamente abierto. lo ha hecho con planificación estatal, con represión selectiva, con censura digital sofisticada y con un modelo de desarrollo que prioriza la estabilidad política por encima de las libertades individuales, tal y como las entiende Occidente. 

Y no solo no ha colapsado, se ha convertido en la fábrica del mundo, en el mayor acreedor de Estados Unidos, en el líder mundial, en vehículos eléctricos, en paneles solares, en trenes de alta velocidad, en 5G, en pagos digitales, en patentes registradas per cápita, en áreas estratégicas. 

En 2024, el PIB chino ya supera al estadounidense en paridad de poder adquisitivo y según las proyecciones del FMI, la brecha se ampliará en la próxima década. Todo ello bajo un sistema que cualquier manual de ciencia política occidental de los años 90 habría calificado de insostenible a medio plazo. 30 años después, el sistema no solo sigue en pie. define el siglo XXI. 

Pero China no está sola. India, la mayor democracia del mundo, según el mantra repetido hasta el cansancio, ha decidido en los últimos 10 años que ser democracia no significa imitar el modelo liberal anglosajón. Bajo Narendra Modi, el país ha abrazado un nacionalismo hindú musculoso, ha restringido libertades de prensa, ha aprobado leyes de ciudadanía que discriminan por religión, ha desactivado internet en Cachemira durante meses y ha perseguido a ONGs y opositores con una agresividad que habría escandalizado a los editorialistas occidentales si el protagonista fuera Venezuela.  o Bielorrusia. 

Y, sin embargo, la economía crece al 78% anual sostenido. Las Starups Indias levantan más capital riesgo que las británicas o francesas. Las reservas de divisas superan los 650,000 millones de dólares y el país se ha convertido en la quinta economía mundial y según todas las proyecciones será la tercera antes de 2030. 

Los países del Golfo, especialmente Arabia Saudita, los Emiratos Árabes Unidos, representan otro desafío aún más irritante para la narrativa occidental. Han construido sociedades de consumo opulentas con esperanza de vida escandinava, tasas de criminalidad bajísimas, infraestructura futurista y estados de bienestar que financian educación universitaria gratuita, sanidad de primer nivel y subsidios energéticos sin necesidad de grabar apenas a sus ciudadanos. 

Todo ello sin elecciones, sin partidos políticos, sin sindicatos independientes, con monarquías absolutas hereditarias y con sistemas legales que mezclan la Sharia con el capitalismo más salvaje. Dubai y Riyadh atraen más talento expatriado que muchas capitales europeas. Sus fondos soberanos compran trozos enteros de Silicon Valley, de la Premier League y de los puertos europeos.

Y lo hacen mientras Occidente les sermonea sobre derechos humanos sin que en la práctica nadie se atreva a tocarles un pelo, porque el petróleo, el gas y el dinero siguen mandando. Vietnam es quizá el caso más quirúrgico. 

Un país gobernado por el mismo Partido Comunista que ganó la guerra contra Estados Unidos mantiene hoy una de las economías de mayor crecimiento del planeta, 6 8% anual, fábricas de Samsung, Intel y Nike, tratados de libre comercio con la Unión Europea, con el Reino Unido y con el CPTP y una tasa de aprobación de su gobierno que ronda el 90% según encuestas independientes. 

Vietnam ha duplicado su PIB per cápita en apenas 15 años. ha reducido la pobreza extrema del 70% al menos del 5% y lo ha hecho sin permitir oposición política real, con censura estricta y con un modelo que combina planificación quinquenal con apertura selectiva al capital extranjero. 

Vietnam es hoy el contraejemplo perfecto para quienes decían que sin democracia liberal no hay desarrollo sostenido. lo hay y además compite directamente con los países que inventaron esa frase. Rusia merece un capítulo aparte porque su caso es el que más ha herido el orgullo occidental en los últimos 3 años. 

En febrero de 2022, los líderes europeos y estadounidenses anunciaron casi con regocijo el Armagedón financiero contra Moscú. Biden habló de convertir el rublo en escombros. La UE prometió que la economía rusa retrocedería décadas. Más de 15,000 sanciones después. El régimen más duro, jamás impuesto a un país grande. 

Los resultados son los siguientes. Rusia creció un 3,6% en 2023 y proyecta otro 3% en 2024 según el FMI más que Alemania, Francia o Reino Unido. El desempleo está en mínimos históricos, 2,9%. El rublo, tras una devaluación inicial, se ha estabilizado y hoy es más fuerte frente al euro que antes de la guerra. 

Rusia ha desplazado a Arabia Saudita como mayor exportador de petróleo a China e India. Vende más trigo que nunca, casi 50 millones de toneladas anuales. Ha puesto en marcha la ruta del Ártico. Ha firmado acuerdos de gas a 30 años con Pekín y ha visto como países que en teoría debían aislarla. Turquía, India, Brasil, Sudáfrica, Indonesia han multiplicado su comercio bilateral. 

Y no es solo supervivencia, es demostración práctica de que el sistema financiero occidental no es tan omnipotente como se creía. El Swift ya no es la guillotina universal. Existen alternativas. SPFS ruso, CPS chino, UP indio. 

El dólar sigue siendo dominante, pero ya no es incuestionable. El 20% del comercio petróleo gas ruso se hace en rublos o yuanes y la tendencia crece. Países que antes temblaban ante la amenaza de sanciones secundarias hoy observan que Rusia no solo no se ha hundido, sino que ha reorientado su economía hacia el sur global con una rapidez que ha sorprendido incluso a sus aliados. 

Cada uno de estos casos, China, India, Golfo, Vietnam, Rusia, funciona como un ariete contra la arrogancia ideológica que dominó el discurso occidental desde 1989. No se trata de que estos modelos sean moralmente superiores. 

Muchos tienen sombras profundas, represión, desigualdad, corrupción, autoritarismo. Se trata de que funcionan lo suficientemente bien como para que cientos de países en desarrollo saquen una conclusión devastadora. No necesitamos copiar el modelo occidental para prosperar. Podemos elegir nuestro propio camino, mezclar tradición y modernidad, estado y mercado, autoritarismo y eficiencia, identidad cultural y apertura económica y salir adelante. Esa es la verdadera herejía. 

Durante 30 años, Occidente vendió la idea de que sus instituciones eran la única receta válida, que sin elecciones multipartidistas, sin prensa libre, sin justicia independiente, sin derechos individuales, tal y como los define la carta de la ONU de inspiración occidental, un país estaba condenado al estancamiento o al caos. 

La evidencia empírica de 2025 destroza esa pretensión y lo hace no con teorías, sino con rascacielos en Shanghái, trenes Bala en Arabia Saudita, fábricas en Hanoi, silos de grano en Rostov y fondos soberanos que compran el mundo. El impacto psicológico es brutal porque ataca la raíz misma de la identidad colectiva occidental postguerra fría. 

Si nuestros valores no son universales, si otras civilizaciones pueden prosperar sin adoptarlos, entonces, ¿qué nos hace especiales? ¿Qué justifica seguir predicando, sancionando, interviniendo, condicionando préstamos del FMI, exigiendo reformas políticas a cambio de ayuda? La respuesta honesta es nada. Y esa respuesta es intolerable para una élite que construyó toda su legitimidad sobre la certeza de ser el faro moral y práctico de la humanidad. Por eso la reacción no es racional, es visceral. Se responde con negación. 

China colapsará en cualquier momento, con demonización. Todos son regímenes autoritarios con dobles raseros. Las violaciones de derechos humanos en Riad no son como las de Caracas y cada vez más con una militarización del lenguaje y de la política. 

Porque cuando la fe en la superioridad del modelo se rompe, lo único que queda para mantener la sensación de control es la fuerza. Y ahí está el verdadero peligro que Wolf señala entre líneas. La historia no perdona a los imperios. que se niegan a leerla. Cuando Atenas perdió su ventaja económica, intentó compensarlo con la guerra del Peloponeso. 

Cuando España dejó de recibir oro americano, se lanzó a guerras religiosas que la arruinaron cuando el imperio británico vio que no podía competir industrialmente con Alemania y Estados Unidos. Optó por la Primera Guerra Mundial antes que aceptar un mundo multipolar. 

Hoy Estados Unidos y sus aliados europeos se enfrentan al mismo dilema y los síntomas de desesperación están por todas partes. Estos ejemplos no son excepciones ni anomalías, son la nueva normalidad. 

El mundo del siglo XXI no va a parecerse a Washington o Bruselas. va a parecerse a sí mismo, diverso, híbrido, pragmático, a veces autoritario, a menudo caótico, pero definitivamente no subordinado. Y cuanto antes lo aceptemos, menos dolorosa será la transición, porque la alternativa no es mantener el viejo orden, eso ya es imposible. La alternativa es decidir si el nuevo orden nacerá de la cooperación. o de la confrontación. 

Y la historia, una vez más, no espera a que los hegemonías en declive terminen de procesar su duelo. Cuando un imperio pierde la fe en su propia superioridad moral, pierde también la capacidad de justificar su dominio. Durante la Guerra Fría, Estados Unidos podía decirse a sí mismo y al mundo que luchaba contra el totalitarismo comunista. Tras 1991 esa justificación desapareció y fue sustituida por una nueva, la defensa de la comunidad internacional basada en reglas. 

Pero, ¿qué pasa cuando la mayoría del planeta deja de aceptar que esas reglas fueron escritas por y para Occidente? ¿Qué legitimidad tiene seguir imponiendo sanciones secundarias, bloquear activos soberanos o amenazar con intervención militar cuando el argumento ya no convence ni siquiera a aliados tradicionales como Turquía, India o Brasil? 

Esa crisis existencial está empujando a la política exterior occidental hacia una deriva cada vez más agresiva y desesperada. Vemos como el lenguaje se militariza. Ya no se habla de competencia, sino de amenaza existencial. China no es un rival económico, es una amenaza sistémica. Rusia no es una potencia regional con intereses legítimos, es el mal absoluto. Irán, Cuba, Venezuela, Corea del Norte, todos son reducidos a caricaturas para evitar tener que reconocer que simplemente persiguen sus propios intereses nacionales sin pedir permiso a Washington. 

Y aquí entra el peligro que más me preocupa como estudioso de la seguridad internacional. Los hegemonos en declive tienden a ser especialmente peligrosos, precisamente cuando sus instrumentos preferidos, económicos, financieros, culturales, empiezan a fallar. 

La historia está llena de ejemplos. El imperio británico, incapaz de aceptar la independencia india por medios pacíficos, reprimió con violencia extrema hasta que le resultó insostenible. El imperio austrohúngaro se lanzó a la Primera Guerra Mundial antes que aceptar su disolución gradual. 

Japón, estrangulado por el embargo petrolero estadounidense, optó por Pearl Harbor antes que renunciara a su esfera de influencia en Asia. Alemania, humillada por Versalles y asfixiada por la crisis económica, eligió el camino del rearme y la guerra total. Hoy vemos síntomas inquietantemente similares. 

El arsenal económico que durante décadas permitió a Estados Unidos disciplinar al mundo, el dólar como moneda de reserva, Swift como arma financiera, el acceso privilegiado a sus mercados. Está perdiendo eficacia a pasos agigantados. Los países desvaloricen  sus reservas, crean sistemas alternativos de pago, firman acuerdos comerciales que excluyen deliberadamente a Estados Unidos y Europa. 

El BRICS Plus ya es más grande en PIB ajustado por paridad de poder adquisitivo que el G7. Y lo más importante, lo hacen sin pedir permiso y sin que Occidente pueda detenerlo. Cuando un hegemón ve que su poder blando se evapora y su poder duro es cuestionado, la tentación de usar la fuerza militar crece exponencialmente, no porque sea racional, sino porque es lo único que le queda para demostrar que todavía manda. 

Vemos ya los ensayos. expansión de la OTAN hasta las fronteras rusas, a pesar de las advertencias explícitas. Despliegue de misiles en Asia Pacífico apuntando directamente a China. Ejercicios militares cada vez más provocativos en Taiwán y el mar del sur de China. Apoyos sin límites a Israel incluso cuando cruza todas las líneas rojas internacionales. Amenazas constantes contra Irán. 

Richard Wolf propone una alternativa radicalmente distinta, aceptar la multipolaridad y en lugar de resistirla ayudar a gestionarla de forma cooperativa. Eso significaría, por ejemplo, reformar el Consejo de Seguridad de la ONU para incluir de forma permanente a India, Brasil, Sudáfrica y quizá una representación musulmana y otra africana. 

Crear un nuevo Breton Woods que refleje el peso económico real del siglo XXI en lugar de aferrarse a cuotas diseñadas en 1944. Aceptar que el dólar dejará de ser la única moneda de reserva y trabajar en un sistema de múltiples monedas que evite el chantaje financiero. 

Reconocer esferas de influencia legítimas. Rusia en su extranjero cercano, China en el mar del sur de China, India en el océano Índico, Irán en Oriente Medio. Abandonar la pretensión de exportar la democracia liberal por la fuerza y aceptar que diferentes civilizaciones pueden organizarse de formas distintas sin que eso constituya automáticamente una amenaza. 

Esto requiere una humildad que la élite estadounidense ha mostrado muy pocas veces en su historia. La última vez que Washington aceptó algo parecido fue en 1972, cuando Nixon y Kissinger viajaron a Pekín y reconocieron que China continental era la China real, rompiendo con dos décadas de negación. Fue un acto de realismo brutal que evitó una confrontación mayor y permitió 30 años de crecimiento pacífico. Hoy haría falta un gesto de esa magnitud, pero multiplicado por 10, porque la alternativa es sombría. 

Si Occidente sigue aferrándose al unipolarismo muerto, la fragmentación económica se acelerará. Bloques comerciales enfrentados. Guerras arancelarias permanentes, cadenas de suministro militarizadas, carrera armamentística en nuevas tecnologías, IA, espacio, ciber y sobre todo el riesgo real de conflicto directo entre potencias nucleares. 

No hace falta imaginar escenarios apocalípticos. Basta mirar el nivel de tensión actual en Ucrania, Taiwán y Oriente Medio para entender que estamos caminando por el filo de la navaja. La resiliencia rusa ha sido el catalizador que ha hecho saltar por los aires el mito de la omnipotencia económica occidental. 

Lo que debía ser una demostración de fuerza, aislar completamente a Rusia se ha convertido en una demostración de debilidad. El rublo no colapsó. Colapsó el precio del gas en Europa. Las reservas rusas no se agotaron. Se agotó la paciencia de Alemania con su propia desindustrialización. 

Y mientras Occidente se desgarraba debatiendo si enviar tanques o aviones, el resto del mundo observaba y sacaba conclusiones. Si ni siquiera pueden doblegar a Rusia, ¿qué esperanza tienen contra China? Ese es el verdadero cambio tectónico. 

No es solo que Rusia haya sobrevivido, es que su supervivencia ha legitimado estrategias de resistencia que antes se consideraban suicidas. Hoy países de África, América Latina y Asia entienden que pueden decir no a Washington sin que necesariamente les ocurra lo que le ocurrió a Irak o Libia. Pueden comerciar en sus propias monedas. Pueden firmar acuerdos con Pekín o Moscú. pueden abstenerse en la ONU sin que eso signifique el fin del mundo y lo hacen. 

Estamos, por tanto, ante el final de una era, no porque Occidente vaya a desaparecer, seguirá siendo rico, innovador y poderoso, sino porque ya no será el centro indiscutido del mundo. La tragedia de las grandes potencias, como decía Tucidides, no es que caigan, es que suelen arrastrar al resto consigo cuando se niegan a aceptar su nuevo lugar. 

El profesor Richard Wolf nos ha lanzado una advertencia clara y documentada. No es profecía, es análisis. El viejo orden se derrumba. Queramos o no. La cuestión ya no es si aceptaremos la multipolaridad, es si lo haremos con inteligencia y grandeza, o si por orgullo herido y nostalgia imperial tropezaremos hacia una catástrofe que nadie ganará. El reloj corre, el mundo avanza, con o sin nosotros. 

La era del dominio estadounidense incontestado terminó. Ahora toca decidir si el siguiente orden internacional será de cooperación entre iguales o de confrontación entre ruinas. La decisión, por primera vez en décadas, no está solo en manos de Washington y eso, paradójicamente es la mayor esperanza y el mayor peligro de todos.

Em

Observatorio de la crisis

https://observatoriocrisis.com/2025/11/29/john-mearsheimer-hoy-paises-de-africa-america-latina-y-asia-pueden-decir-no-a-washington/

29/11/2025 

quarta-feira, 26 de novembro de 2025

Jalife Rhame: El eje Epstein es pedofilia, espionaje, chantaje y banca

 


El caso Epstein no es lo que parece. Documentos publicados por Drop Site News dan fe de sus vínculos políticos con el ex primer ministro israelí, el general Ehud Barak, quien manipuló la red Epstein para vender ciber-armas israelíes.

Alfredo Jalife Rahme , geopolítico mexicano

El fétido “asunto Epstein” resultó mucho más que un vulgar erotismo al irrumpir en el máximo nivel de la ciberestrategia.

El caso del pedófilo jázaro Jeffrey Epstein representa el núcleo operativo de una genuina política de la mayor letalidad que epitomiza la tríada eterna del poder integral: sexo/dinero/poder.

Drop Site [1] –con sede en Washington, fundada por ex colaboradores de The Intercept que expone abusos de poder y desinformación–, a raíz de la parcial exhumación de nuevos documentos del House Oversight Committee de Estados Unidos, ata cabos que parecían inconexos e impensables de Jeffrey Epstein con sus correligionarios banqueros Rothschild, las frecuentes y consabidas visitas del ex premier y ex ministro de defensa israelí, el lituano ashkenazi Ehud Barak, y “la industria de ciber-armas israelíes”.[2].

Dejo de lado la forma en que se conectaron Jeffrey Epstein, el jázaro polaco Leon Black de Apollo Global Management, la salvadoreña-alemana Ariane de Rothschild (viuda del banquero Benjamín de Rothschild) y la jázara Cynthia Fanny Renée Tobiano Rozenblum (vicedirectora del Grupo Edmond de Rothschild), para centrarme en las puertas revolventes del eje erotismo/espionaje/chantaje/banca globalista/ciber-armas.

El “soplón” Distributed Denial of Secrets [3]develó las tratativas financieras entre Epstein y Rothschild para «recaudar fondos para el desarrollo de las ciber- armas israelíes» a cargo del ex premier y ex ministro de defensa israelí Ehud Barak y su pupilo Pavel Gurvich, «graduado de la Unidad 81, unidad Tecnológica Secreta del ejército israelí». 

También soslayo los lazos crapulosos de Epstein con la jázara Kathryn Ruemmler, asesora legal de Obama, quien fue el pionero de las “ciber-armas”, en especial, el “gusano” Stuxnet [4] que saboteó la planta nuclear de Natanz en Irán, bajo el esquema de “Juegos Olímpicos”.

No fue nada anormal que luego Kathryn Ruemmler haya pasado a servir al banco de origen israelí Goldman Sachs. Tampoco es gratuito que hayan salido a relucir los megabancos globalistas J.P. Morgan y Deutsche Bank en sus lazos metafinancieros con Epstein. Los lucrativos negocios holísticos de Epstein necesitaban el manejo de grandes bancos lubricantes como J.P. Morgan, Goldman Sachs, Deutsche Bank y Rothschild.

Existe apabullante literatura sobre los nexos del Mosad con Epstein y su concubina Ghislaine Maxwell (hija de Robert Maxwell, desaparecido misteriosamente en alta mar) [5].

El portal iraní PressTV titula que «Jeffrey Epstein usó el imperio de la Banca Rothschild para financiar la industria de ciberarmas de Israel» [6].

Por lo que se desprende, la pedofilia y el tráfico sexual constituían la carnada para atraer a la más alta clase política de Estados Unidos (el ex director de la CIA William Burns, el polémico empresario Bill Gates, ex presidentes, etc.) y hasta la realeza de Gran Bretaña (v.gr. el ex príncipe Andrew), donde los instrumentos ciberofensivos «incluyeron la red de vigilancia Tor, el software de piratería informática para teléfonos móviles al estilo-NSO y tecnologías de explotación de routers».

El maridaje de Southern Trust Company, propiedad de Epstein, y Reporty Homeland Security (ahora Carbyne), de Ehud Barak, contó con el apoyo financiero de la banca globalista, en especial de la banca Rothschild.

El compromiso del pedófilo Jeffrey Epstein con el “Gran Israel” llegó hasta operar la Primera Cumbre de Ciberguerra de Israel en la Conferencia Herzliya de 2014 [7], apadrinada por la Fundación Rothschild Caesarea y contó con la conspicua participación del jázaro ex primer ministro y ex ministro de Defensa de Israel, Ehud Barak.

¡La cibermilitarización globalista de la pedofilia!

Notas

[1] “Jeffrey Epstein Pursued Swiss Rothschild Bank to Finance Israeli Cyberweapons Empire”, Ryan Grim y Murtaza Hussain, Substack, 18 de noviembre de 2025.

[2] «Netanyahu: “Cualquiera con celular, medicinas (¡sic!) y alimentos tiene un ‘pedazo de Israel’”», por Alfredo Jalife-Rahme, La Jornada(México), Red Voltaire, 17 de noviembre de 2025.

[3] “Ehud Barak emails”, Distributed Denial of Secrets, 27 de agosto de 2025.

[4] «De los multimedia a la Internet: el control de Estados Unidos/Israel» Alfredo Jalife-Rahme, La Jornada, 19 de agosto de 2012.

[5Robert Maxwell, Israel’s Superspy: The Life and Murder of a Media Mogul, Gordon Thomas y Martin Dillon, Grand Central Publishing, 2003.

[6] “Jeffrey Epstein used Rothschild banking empire to finance Israeli cyberweapons industry”, PressTV, 19 de noviembre de 2025.

[7] “The 14th Herzliya Conference 2014”, Reichman University, 8 de junio de 2014.

Em

Observatorio de la crisis

https://observatoriocrisis.com/2025/11/25/jalife-rhame-el-eje-epstein-es-pedofilia-espionaje-chantaje-y-banca/

25/11/2025