quinta-feira, 20 de março de 2025

Documentos da CIA sobre o assassinato de Kennedy revelam que Leonel Brizola ainda está aqui

 




    Um dos políticos mais perseguidos da história do País expressa o
    sonho de um Brasil soberano. Os ataques que ele sofreu também
    explicam a campanha contra Lula



A liberação de documentos secretos da CIA <https://www.brasil247.com/
poder/arquivos-secretos-sobre-a-morte-de-kennedy-revelam-que-brizola-
foi-um-dos-politicos-mais-espionados-do-pais> sobre o assassinato de
John F. Kennedy, pelo governo de Donald Trump, trouxe à tona novas
evidências sobre a intensa vigilância e perseguição dos Estados Unidos
contra líderes nacionalistas brasileiros, como também ocorreu com
Getúlio Vargas, João Goulart e Rubens Paiva. Mas, mais do que um mero
capítulo da Guerra Fria, esses arquivos revelam algo essencial: Brizola
ainda está aqui. Seu legado, sua luta e sua visão de país continuam
sendo peças fundamentais para compreender o Brasil de ontem e de hoje.

A espionagem americana sobre Brizola <https://www.brasil247.com/poder/
arquivos-secretos-sobre-a-morte-de-kennedy-revelam-que-brizola-foi-um-
dos-politicos-mais-espionados-do-pais> não foi um acaso. Desde os tempos
da Cadeia da Legalidade, quando ele impediu um golpe militar que buscava
barrar a posse de Jango em 1961, até suas campanhas presidenciais nos
anos 1980 e 1990, Brizola sempre esteve na linha de frente da defesa da
soberania nacional. Para o Império e suas forças associadas no Brasil,
isso era inaceitável.

Os documentos liberados recentemente confirmam que Brizola foi
monitorado pela CIA desde os anos 1960. Em um dos registros, a agência
descreve como ele recusou a oferta de ajuda de Cuba e da China naquele
período, temendo que isso justificasse uma intervenção americana no
Brasil. Mesmo assim, sua defesa do nacionalismo econômico e sua luta
contra a entrega das riquezas nacionais fizeram dele um alvo
prioritário. O golpe de 1964, com apoio direto dos EUA, destruiu o
projeto trabalhista de Jango e Brizola e impôs duas décadas de repressão
política e um modelo de desenvolvimento marcado pelo alinhamento
automático com os interesses imperiais.


      *A mídia como arma contra o nacionalismo*

A perseguição a Brizola não veio apenas do exterior. No Brasil, a Rede
Globo, aliada da ditadura, tornou-se um dos maiores instrumentos para
difamar o líder trabalhista. A campanha contra ele foi implacável,
tentando associá-lo ao caos, à violência e ao atraso. Mas, mesmo
enfrentando um dos maiores monopólios de comunicação do mundo, Brizola
venceu a eleição para governador do Rio de Janeiro em 1982 e impôs à
emissora uma derrota histórica com o famoso direito de resposta em
cadeia nacional.

A Globo e os militares sabiam que Brizola representava a continuidade do
projeto interrompido com o golpe de 1964. Ele defendia um Brasil forte,
independente, com um Estado capaz de garantir desenvolvimento e justiça
social. Seus CIEPs, escolas em tempo integral, simbolizavam seu
compromisso com a educação pública. Seu combate à privatização e à
entrega das empresas estratégicas o tornava uma pedra no sapato dos que
queriam transformar o Brasil em um quintal das multinacionais ou uma
vaca-leiteira para a transferência de dividendos ao capital financeiro
internacional.


      *Brizola e a luta contra a interferência externa*

As novas revelações sobre o monitoramento da CIA mostram como a política
externa dos EUA nunca esteve dissociada dos interesses econômicos e do
controle da América Latina. O que começou com a desconfiança sobre a
viagem de Jango à China em 1961 culminou no golpe de 1964 e na
destruição do projeto nacionalista que poderia ter transformado o
Brasil. Décadas depois, esse mesmo processo se repetiria, com novas
estratégias e outras táticas de lawfare, como na guerra híbrida contra a
presidenta Dilma Rousseff e durante a Lava Jato, contra o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, mas sempre com o mesmo objetivo: impedir que
o Brasil tenha autonomia e caminhe com as próprias pernas.

O caso de Rubens Paiva, resgatado no filme "Ainda Estou Aqui", vencedor
do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2025, reforça essa triste
realidade. A nova leva de documentos da CIA confirma que a repressão
contra Paiva, Jango e Brizola foi fomentada pelos EUA. O objetivo era
silenciar qualquer voz que defendesse um país soberano e socialmente justo.


      *Por que Brizola ainda está aqui?*

Se Brizola foi perseguido, espionado e atacado com tanta violência, é
porque ele representava uma ameaça real ao status quo e aos interesses
da classe dominante. Ele encarnava um projeto de Brasil que assustava
elites locais e potências estrangeiras: um país que não se curvaria aos
ditames externos, que apostaria na educação pública, na
industrialização, no desenvolvimento soberano e na distribuição de renda.

E é por isso que seu legado segue vivo. Brizola ainda está aqui na luta
pela soberania nacional, nas políticas públicas que tentam resistir ao
desmonte do Estado, na necessidade urgente de uma imprensa democrática e
plural. Ele está aqui na valorização da educação como base do
desenvolvimento e na resistência contra a entrega das riquezas nacionais.

Os documentos da CIA não apenas revelam o que foi feito contra ele —
eles reforçam que é preciso manter vivos seus ideais. Se Brizola foi tão
atacado, é porque estava no caminho certo. E se seu nome ainda assombra
aqueles que querem um Brasil dependente, como ficou explícito na fala
recente do banqueiro Rogerio Xavier, da SPX, que disse dias atrás ter
desejado a morte de Brizola, é porque ele jamais foi apagado da história.

Além disso, compreender a perseguição das elites locais e internacionais
contra Leonel Brizola também explica os ataques ao presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e toda a atual campanha econômica e midiática que
vem sendo organizada contra sua reeleição em 2026.

/** Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não
reflete a opinião do Brasil 247.*/

Em
BRASIL 247
https://www.brasil247.com/blog/documentos-da-cia-sobre-o-assassinato-de-kennedy-revelam-que-leonel-brizola-ainda-esta-aqui
20/3/2025

Nenhum comentário:

Postar um comentário