domingo, 15 de janeiro de 2017

Para resistir aos ataques do capital, é necessário construir a greve geral!




UNIDADE CLASSISTA

Vivemos uma conjuntura catastrófica, somos mais de 22 milhões de desempregados;
6,2 milhões de famílias sofrem com um gigantesco déficit habitacional; com a
acelerada deterioração dos serviços públicos e com a desvalorização dos
salários, que já não têm data para serem pagos; nossa jornada de trabalho é cada
vez mais extensa e intensa; assistimos à proliferação das terceirizações e os
mais variados tipos de precarização e, como se isso não bastasse, temos sido
forçados a conviver com um governo federal ilegítimo, fruto de uma operação
institucional golpista.
 O governo Temer, “puro-sangue da burguesia”, veio para destruir direitos
trabalhistas e previdenciários, acelerar o processo de contrarreforma do Estado,
iniciado por Collor, aprofundado por FHC e reiterado por Lula e Dilma e
sofisticar os mecanismos capitalistas de exploração e de opressão.
 Por meio de medida provisória, encaminhou a contrarreforma do Ensino Médio, que
pretende alterar a matriz curricular, reduzir o número de professores e ampliar
a dimensão reprodutivista (burguesa) da escolarização, tornando-a cada vez mais
uma mera oficina preparatória de força de trabalho para a exploração
capitalista.
 Temer aprovou também na câmara e no senado a emenda constitucional que reduzirá
os investimentos nos serviços públicos por vinte anos, para matar por asfixia os
já combalidos sistemas públicos de saúde, assistência social e educação,
fomentando a iniciativa privada e economizando bilhões para pagar os juros da
dívida pública, garantindo o lucro dos banqueiros e dos empresários.
 Para piorar, já tramita no congresso a nefasta contrarreforma da previdência
que pretende entre muitas maldades, obrigar homens e mulheres a contribuírem
para a previdência por 49 anos e impor a idade mínima de 65 anos para
aposentadoria integral. Também é certo que a contrarreforma trabalhista será
encaminhada em breve, para retirar ainda mais direitos, ambas devem ser
aprovadas com ampla maioria pelo atual congresso.
 Para barrar estes ataques e os próximos, devemos organizar espaços de formação,
manifestações e paralisações, acumulando forças para a realização de um
movimento grevista de grandes proporções. É necessário, portanto, a construção
de uma Greve Geral, que paralise diversos setores da economia, principalmente o
setor produtivo, para atingir de forma contundente os interesses capitalistas,
não há outra saída.
 A nosso favor contamos com o crescente sentimento de indignação. Por outro
lado, o gigantesco endividamento dos trabalhadores, estimulados pela sociedade
de consumo, a ação nefasta dos dirigentes sindicais pelegos e a crescente
alienação são fatores importantíssimos que explicam ao menos em parte as
dificuldades de compreensão da necessidade de uma resistência organizada.
 Para piorar as coisas, temos visto com maior periodicidade em diversos meios de
comunicação: patrões, representantes de governos, economistas e muitos
jornalistas, propagando a ideia de que a contenção dos investimentos nos
serviços públicos, a contrarreforma da previdência e a futura contrarreforma
trabalhista são necessárias para que o país supere os difíceis momentos de crise
e que na atual conjuntura, as greves e outras formas de luta dos trabalhadores
são ações inconsequentes e prejudiciais a todos.
 Esta fração da sociedade, ao fazer isto, tenta impor sua visão de mundo aos
demais setores, com o objetivo de criar um consenso para que todos acreditem na
mentira de que vivemos em uma sociedade onde patrões, governos e trabalhadores
têm os mesmos interesses e que, durante as crises econômicas, próprias do modo
de produção capitalista, todos são atingidos da mesma forma e com a mesma
intensidade. Com base nesta tese, “todos” deveriam buscar a conciliação e evitar
o conflito.
 Tal posição tem, como único objetivo, constranger os trabalhadores,
principalmente aqueles que, ainda não compreendem como funciona uma sociedade
dividida em classes sociais, com interesses antagônicos e a quem representam os
governos derivados deste tipo de sociedade.
 Não é à toa que, em tempos de crise, este discurso se intensifique, junto com o
discurso do combate a corrupção, desenvolvido exatamente para que acreditemos
que a questão é meramente conjuntural, dificultando a compreensão sobre as
verdadeiras causas da crise.
 Sabemos, portanto, que a Greve Geral é necessária, as condições objetivas são
evidentes, trata-se agora de em todos os espaços de trabalho, estudo, moradia e
nos movimentos sociais convencer a classe a movimentar-se para si. Vamos à luta!
Para resistir aos ataques do capital, é necessário construir a greve geral!

In
UNIDADE CLASSISTA
https://unidadeclassista.org.br/uc1/2691
12/1/2017

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