quarta-feira, 29 de março de 2017
Bancos privados é que criam 97 por cento de todo o dinheiro
O segredo bancário desconhecido tanto por economistas como por leigos que
está a destruir a economia real (enquanto faz alguns nababos)
Bancos privados é que criam 97 por cento de todo o dinheiro
– não os governos ou os bancos centrais
por George Washington
Quem cria a moeda?
A maior parte das pessoas supõe que a moeda é criada por governos... ou
talvez pelos bancos centrais.
Na realidade – como foi observado pelo Banco da Inglaterra, o banco
central britânico – 97% de toda a moeda em circulação é criada pelos
bancos privados.
Empréstimos bancários = Criação de moeda a partir do ar
Mas como é que os bancos privados criam moeda?
Fomos ensinados que os bancos primeiro captam depósitos e a seguir eles
emprestam esses depósitos às pessoas que querem contrair empréstimos.
Mas isto é um mito... O Banco da Inglaterra e o banco central alemão já
explicaram que os empréstimos são concedidos antes de os depósitos
existirem... e que os empréstimos criam depósitos.
A afirmação acima é de um vídeo oficial divulgado pelo Banco da
Inglaterra. O Banco da Inglaterra explica :
Todas as vezes que um banco faz um empréstimo, ele simultaneamente cria um
depósito em contrapartida na conta bancária do tomador, criando dessa
forma nova moeda. A realidade de como a moeda é criada hoje diverge da
descrição encontrada em alguns manuais de economia:
Ao invés de os bancos receberem depósitos das poupanças das famílias e a
seguir emprestarem tais poupanças, os bancos criam depósitos através da
concessão de empréstimos.
Um conceito errado habitual é que os bancos actuam simplesmente como
intermediários, emprestando os depósitos que os aforradores neles colocam.
Nesta visão os depósitos são tipicamente "criados" pelas decisões de
poupança das famílias e os bancos a seguir "emprestam" aqueles depósitos
existentes a tomadores de empréstimos, como por exemplo empresas que
procuram financiar investimentos ou indivíduos que querem comprar casas.
Na realidade, na economia moderna, os bancos comerciais são os criadores da
moeda depositada... Ao invés de os bancos emprestarem a partir dos depósitos
neles efectuados, o acto de emprestar cria depósitos – o inverso da
sequência descrita tipicamente nos manuais.
Bancos comerciais criam moeda, na forma de depósitos bancários, ao fazerem
novos empréstimos. Quando um banco faz um empréstimo, como para alguém que
contrai uma hipoteca para comprar uma casa, ele tipicamente não faz isso
dando-lhe um valor de milhares de libras de papel-moeda. Ele, ao invés,
credita a sua conta bancária com um depósito da dimensão da hipoteca. Nesse
momento é criada nova moeda.
Por esta razão, alguns economistas têm-se referido aos depósitos bancários
como "moeda de caneta", criada com um rabisco de banqueiros quando aprovam
empréstimos. Esta descrição da criação e moeda contrasta com a noção de que
bancos só podem emprestar a partir de moeda pré-existente, esboçada acima.
Depósitos bancários são simplesmente um registo de quanto o próprio banco
deve aos seus clientes. De modo que eles são um passivo do banco, não um
activo que poderia ser emprestado.
Analogamente, o Federal Reserve Bank of Chicago na década de 1960 publicou
um folheto chamado "Modern Money Mechanics" em que declara :
[Bancos] realmente não distribuem empréstimos a partir da moeda que recebem
como depósitos. Se assim fizessem, nenhuma moeda adicional seria criada. O
que eles fazem ao efectuar empréstimos é aceitar notas promissórias em troca
de créditos nas contas à ordem do tomador.
O perito monetário e professor de teoria económica Randall Wray explicou ao
Washington's Blog que:
Depósitos bancários são promissórias do banco
Ao professor de teoria económica Richard Werner – que obteve o seu PhD em
economics por Oxford, foi o primeiro investigador Shimomura no Instituto de
Investigação para a Formação de Capital no Banco de Desenvolvimento do
Japão, investigador visitante do Instituto de Estudos Monetários e
Económicos do Banco do Japão, académico visitante no Instituto de Estudos
Monetários e Orçamentais do Ministério das Finanças e economista chefe de
Jardine Fleming – foi-lhe concedido acesso para fins de estudo à
contabilidade de um banco e confirmou que os bancos privados criam moeda
quando eles simplesmente criam depósitos fictícios na conta de um tomador de
empréstimo. Werner explica:
O que os bancos fazem é simplesmente reclassificar nas contas a pagar o
acto da concessão do empréstimo como "depósito de cliente" e o público em
geral, quando recebe um pagamento na forma de uma transferência bancária,
acredita que uma forma de moeda foi paga ao banco.
Nenhum saldo é retirado para efectuar um pagamento ao tomador do
empréstimo.
O banco não torna realmente disponível qualquer moeda para o tomador do
empréstimo: Não se verifica nenhuma transferência de fundos de qualquer
lugar para o cliente ou sequer para a conta do cliente. Não há uma redução
igual no saldo de uma outra conta para custear (defray) o tomador do
empréstimo. Ao invés disso, o banco simplesmente reclassificou os seus
passivos, mudando a obrigação das "contas a pagar" decorrente do contrato do
empréstimo bancário para uma outra categoria do passivo chamada "depósitos
de clientes".
Apesar de o tomador do empréstimo ter a impressão de que o banco lhe
transferiu moeda do seu capital, das reservas ou de outras contas para a
conta do tomador (como na verdade afirmam erroneamente as principais
teorias da banca, da intermediação financeira e da reserva fraccionária), na
realidade não é o caso. Nem o banco nem o cliente depositaram qualquer
moeda, nem quaisquer fundos fora do banco foram para qualquer lugar a fim de
fazer o depósito na conta do tomador. Na verdade, não houve depósito de
quaisquer fundos.
O passivo do banco é simplesmente redenominado como "depósito bancário".
Os bancos criam moeda quando concedem um empréstimo: eles inventam um
depósito fictício de cliente, o qual o banco central e todos os
utilizadores do nosso sistema monetário consideram ser "moeda",
indistinguível de depósitos "reais" não recém inventados pelos bancos.
Portanto os bancos não concedem apenas crédito, eles criam crédito e,
simultaneamente, eles criam moeda.
Ao invés de descarregar o seu passivo para distribuir empréstimos, os
bancos simplesmente reclassificam os seus passivos com base em contratos de
empréstimos de "contas a pagar" para a rubrica "depósito de clientes"...
Como os bancos fazem isto?
O professor Werner explica a razão porque os bancos – mas mais ninguém –
podem criar moeda a partir do ar: é que eles são a única instituição
isenta das regras normais de contabilidade. Especificamente, qualquer outra
empresa estaria em infracção por contabilidade fraudulenta se conjurassem
nova moeda a partir do ar pela reclassificação de um passivo (isto é, contas
a pagar) como um activo (isto é, um depósito). Mas os bancos conseguiram
isso através de isenções de modo que não têm de seguir as regras normais da
contabilidade:
O que permite aos bancos criarem crédito e portanto moeda é a sua isenção
das "Normas sobre o dinheiro do cliente" (Client Money Rules). Graças a
esta isenção é-lhes permitido manterem depósitos dos clientes no seu próprio
balanço. Isto significa que os depositantes que depositam sua moeda num
banco já não são mais os possuidores legais desta moeda. Ao invés disso,
eles são apenas um dos credores gerais do banco a que deve dinheiro. Isto
também significa que o banco tem acesso aos registos dos depósitos do
cliente mantidos com ele e inventa um novo "depósito de cliente" que não foi
criado a partir de um depósito, mas ao invés é fruto da reclassificação em
contas a pagar no passivo do banco em consequência de um contrato de
empréstimo.
O que torna os bancos singulares e explica a combinação de concessão de
empréstimos e tomada de depósitos sob o mesmo tecto é o facto mais
fundamental de que eles não têm de segregar contas de clientes e, assim, são
capazes de entrar num exercício de "re-etiquetagem" e mistura de diferentes
passivos, especificamente pela re-designação das contas a pagar dos seus
passivos, verificadas quando entram em acordos de empréstimo, para uma outra
categoria do passivo chamada "depósitos de clientes".
O que distingue bancos de não-bancos é a sua capacidade de criar crédito e
moeda através da concessão de empréstimos, a qual é cumprida pela
escrituração do que são realmente passivos de contas a pagar como depósitos
imaginários de clientes. E isto por sua vez é tornado possível por uma
regulamentação particular que transforma os bancos em entidades singulares:
sua isenção das "Normas sobre o dinheiro do cliente". [Werner dá um exemplo
concreto na lei britânica para instituições bancárias e não bancárias.]
Soa fraudulento?
O professor Werner também pensa assim. Mas ele também destaca mais alguns
pontos importantes...
O que significa tudo isto? As implicações da criação de moeda pelos banca
privada
Os economistas convencionais (mainstream) acreditam que a dívida privada
nem mesmo "existe" como uma força actuante sobre a economia. Exemplo: Ben
Bernanke e Paul Krugman assumem que níveis enormes de dívida familiar não
prejudicam a economia porque mais dívida entre famílias significa apenas
que poupadores lhes emprestaram moeda... isto é, que se trata de uma rede de
lavagem (net wash) para a economia. Para fazerem esta suposição, eles
confiam no mito desmascarado acima... que os bancos só podem emprestar
quanta moeda tiverem nos seus depósitos. Na realidade, 143 anos de história
mostram que a dívida privada excessiva – de per si – pode causar
depressões.
Além disso, o professor Werne destaca que tentativas de escorar o sistema
bancário com exigências de capital (tais como nos acordos de Basiléia) estão
condenadas ao fracasso, uma vez que não reconhecem que os bancos podem criar
moeda à vontade:
As regras de Basiléia estão condenadas ao fracasso, pois consideram os
bancos como intermediários financeiros quando, nos factos reais, eles são os
criadores da oferta monetária. Uma vez que os bancos inventam moeda como
depósitos fictícios, pode-se mostrar de imediato que a adequação de capital
com base na regulamentação da banca não tem de restringir a actividade
bancária: os bancos podem criar moeda e portanto providenciar para que a
moeda fique disponível para comprar acções recém emitidas que aumentam o
seu capital bancário. Por outras palavras, os bancos poderiam simplesmente
inventar a moeda que é então utilizada para aumentar o seu capital.
Foi o que Barclays Bank fez em 2008, a fim de evitar a utilização de
dinheiro dos impostos para escorar o capital do banco. O Barclays "levantou"
£5,8 mil milhões em nova participação accionista junto a investidores de
riqueza soberana do Golfo – ao, como transpirou, emprestar-lhes a moeda!
Como é explicado por Werner (2014a) , o Barclays implementou uma operação
padrão de empréstimo, inventando portanto os £5,8 mil milhões de depósito
"emprestados" ao investidor. Este depósito foi então utilizado para
"comprar" as acções recém emitidas do Barclays.
Portanto, neste caso o passivo do banco originado com o empréstimo bancário
ao investidor do Golfo transmutou-se de (1) um passivo de contas a pagar
para (2) um passivo de depósito de cliente, para finalmente acabar como (3)
participação accionista – uma outra categoria no lado do passivo do balanço
do banco.
Efectivamente, o Barclays inventou o seu próprio capital. Isto certamente
foi mais barato para o contribuinte do Reino Unido do que utilizar dinheiro
dos impostos. Como às companhias cotadas publicamente não é permitido
emprestar moeda para firmas com o propósito de comprar as suas acções, isto
não estava em conformidade com o Companies Act 2006 (Secção 678, Proibição
de assistência para a aquisição de acções em companhia cotada em bolsa). Mas
os reguladores estavam desejosos de olhar para o lado.
Como argumenta Werner (2014b) , utilizar o banco central ou a criação de
crédito bancário é em princípio o meio mais eficaz para limpar o sistema
bancário e assegurar que o crescimento do crédito bancário se recupere
rapidamente. Entretanto, o caso do Barclays evidencia que exigências mais
estritas de capital não impedem necessariamente os bancos de expandir
crédito e criação de moeda, uma vez que a sua criação de depósitos gera mais
poder de compra com a qual aumentos de capital do banco também podem ser
financiados.
Além disso, Werner destaca que bancos criam o ciclo de crescimento e
queda ao emprestarem demasiado para propósitos especulativos, não
produtivos:
Ao deixar de considerar o facto de que os bancos criam moeda, economistas e
governos estão a lançar as sementes de crashes futuros. Mas o campo da
teoria económica é muito resistente à mudança... O professor de teoria
económica Steve Keen observa na [revista] Forbes:
Em qualquer ciência genuína, dados empíricos como este teriam forçado a
ortodoxia a repensar a sua posição. Mas na teoria económica, a profissão
navega em frente, alegremente inconsciente de como o seu modelo de "bancos
como intermediários entre aforradores e investidores" está gravemente errado
– e agora cega-os para o remédio para a crise tal como anteriormente os
cegou para a possibilidade de ocorrer uma crise.
Um dito humorístico definiu um economista como alguém que, quando se
mostrava que alguma coisa funcionava na prática, respondia: "Ah! Mas será
que funciona na teoria?"
E um documento de 2016 do FMI observa :
Cerca da década de 1960 os bancos começaram a desaparecer completamente da
maior parte dos modelos macroeconómicos acerca do funcionamento da economia.
Isto ajuda a explicar porque, quando confrontados com a Grande Recessão em
2008, a macroeconomia inicialmente não estava preparada para contribuir
muito em relação à análise da interacção de bancos com a economia macro.
Hoje há um apreciável corpo de investigação sobre este tópico, mas a
literatura ainda tem muitas dificuldades.
Virtualmente, toda a investigação económica neoclássica convencional está
baseada na altamente enganosa descrição da banca como "intermediação de
fundos emprestáveis"...
Nas teorias modernas neoclássicas da intermediação de fundos emprestáveis,
os bancos são encarados como a intermediarem poupanças reais. A concessão de
empréstimos, nesta narrativa, começa com bancos a colectarem depósitos de
recursos reais poupados anteriormente (bens de consumo perecíveis, bens de
consumo duradouros, máquinas e equipamentos, etc) por aforradores e acaba
com a concessão de empréstimos daqueles mesmos recursos reais a tomadores.
Mas tais instituições simplesmente não existem no mundo real.
Não há fundos emprestáveis de recursos reais que banqueiros possam colectar
e a seguir emprestar. Os bancos naturalmente colectam cheque ou instrumentos
financeiros semelhantes, mas porque tais instrumentos – para terem qualquer
valor – devem ser extraídos de fundos vindos de outro lugar no sistema
financeira, eles não podem ser depósitos de novos fundos vindos de fora do
sistema financeiro.
Novos fundos são produzidos só com novos empréstimos bancários (ou quando
bancos compram activos financeiros ou reais adicionais), através de entradas
por escrituração feitas por digitação no teclado do banqueiro no momento do
desembolso. Isto significa que os fundos não existem antes do empréstimo e
que eles estão na forma de entradas electrónicas – ou, historicamente,
entradas no livro razão – ao invés de recursos reais.
Esta função "financiamento através de criação de moeda" dos bancos tem sido
reiteradamente descrita em publicações dos principais bancos centrais do
mundo – ver McLeay, Radia e Thomas (2014a, 2014b) para resumos excelentes.
O que tem sido muito mais desafiante, contudo, é a incorporação destas
percepções dentro dos modelos macroeconómicos [muito verdadeiro] .
Qual é a solução?
Temos visto os problemas criados por não se considerar o facto de que os
bancos privados criam moeda. Mas há soluções... Inicialmente, o professor
Werne observa que impedir bancos de criarem nova moeda para empréstimos
destinado a especulação e mero consumo pessoal preveniria [ciclos] de
ascensão e queda.
Werner afirma que o "Milagre asiático" aconteceu exactamente por esta
razão:
Adicionalmente, permitir a pequena comunidade de bancos que cresça levaria
a economia real a florescer... uma vez que bancos pequenos emprestam a
pequenos negócios (os quais criam a maioria dos empregos), ao passo que
bancos grandes emprestam só a companhias gigantes e a especuladores:
Na verdade, grandes bancos estão virtualmente fora do negócio tradicional
da concessão de empréstimos... e os pequenos bancos são os únicos a
financiar os negócios comuns . Werner diz que isto é o secredo do êxito
económico alemão:
PS: Devido aos seus poderes únicos de impressão da moeda, os bancos agora
literalmente possuem o mundo ... incluindo todo o sistema político .
Há uma guerra extrema em conexão com a banca. Recorde que os bancos
gigantes tentaram aniquilar a comunidade bancária através da Parceria Trans
Pacífico (TPP). E, como destaca o professor Werner, o Banco Central Europeu
está actualmente numa guerra para destruir bancos da comunidade:
Hoje uma das batalhas chave para a prosperidade e a democracia é a
descentralização do sistema bancário .
http://www.zerohedge.com/
A Mafia Global está a manter o seu poder contratando e pagando mercenários
armados e políticos com divisas de papel cujo valor real repousa somente na
fé das pessoas neste sistema que eles mesmo construíram.
O Castelo de Cartas não terá alternativa senão ser sugado para dentro do
seu próprio vácuo quando o povo começar a abrir os olhos a toda esta
chicanice elaborada.
13/Março/2017
O original encontra-se em geopolitics.co/...
in
RESISTIR.INFO
http://resistir.info/financas/criacao_monetaria.html
29/3/2017
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