terça-feira, 4 de fevereiro de 2020
A interpretação da Shoah
Thierry Meyssan
No fim da Segunda Guerra Mundial, os nazis massacraram os Judeus da
Europa e os Ciganos. A interpretação actual de um destes genocídios
apoia-se num mau conhecimento da condição humana e desperta uma
quantidade de paixões que, longe de evitar a sua repetição, pelo
contrário os favorecem.
Comemoramos actualmente o 75º aniversário da libertação do campo de
Auschwitz onde pereceram mais de um milhão de prisioneiros. Fizemos dele
o símbolo dos campos de extermínio, dos crimes nazis e da Shoah.
Negacionistas tentaram reabilitar a Alemanha nazi contestando, a
propósito, que ela tivesse a intenção de exterminar populações, que ela
tivesse efectivamente assassinado milhões de pessoas, e mesmo que ela
tivesse recorrido ao gaseamento de prisioneiros. Esta polémica abjecta
fez passar para segundo plano a questão do entendimento dos factos.
Desde o processo de Adolf Eichmann, em 1962, a interpretação que
prevalece é a que foi, então, adoptada pela Agência Judaica : o
anti-semitismo nazi traduziu-se a partir da Conferência de Wansee num
plano de aniquilação (/Shoah/) das populações judias europeias. Isto
marcaria uma ruptura na História. Eternos perseguidos, os judeus não
ficariam ao abrigo disso em definitivo senão indo para o Estado de Israel.
Ora, tal como eu vou demonstrar, esta interpretação contemporânea não dá
conta dos factos conexos.
A longa história de genocídios
Durante os quatro séculos de colonização do mundo pelos Europeus
Ocidentais, inúmeros Estados, pretensamente civilizados, realizaram
genocídios sem estados de alma.
Por exemplo quando o Presidente do Conselho do reino de Itália, Benito
Mussolini, proclamou o Império. Acreditou que podia fundar uma colónia
de povoamento na Etiópia. Mas, a resistência popular foi tão forte que
ele concebeu um plano de «limpeza étnica» de uma região para eliminar a
população autóctone e substituí-la por Italianos. Mandou lançar, pelo
Vice-rei Rodolfo Graziani, gás mostarda a partir de aviões que atacavam
aldeias rebeldes.
No entanto, os massacres em massa não são um exclusivo dos Europeus
Ocidentais, nem da ideologia colonial. Assim, o Sultão Abdulhamid II
organizou o dos não-muçulmanos (1894-96), que foi prosseguido pelos
«Jovens Turcos» (particularmente em 1915-16), os quais o haviam
derrubado. Os dois regimes partilhavam a mesma ideologia, o
pan-islamismo, segundo a qual a identidade turca é exclusivamente
muçulmana. Se os Arménios foram os mais atingidos, todas as religiões
não-muçulmanas foram perseguidas. Os massacres tiveram lugar na actual
Turquia e não nos territórios conquistados pelo Império Otomano [1 <#nb1>].
Houve pelo menos dois motivos distintos para estes massacres.
- um fim militar : a eliminação de populações resistentes ;
- um objectivo ideológico : a eliminação de populações consideradas como
estrangeiras.
A política nazista assentou nos dois, mas o extermínio dos judeus da
Europa corresponde unicamente ao objectivo ideológico.
Os genocídios também não são apenas o apanágio dos mais fortes contra os
mais fracos, como mostra o dos Tutsis pelos Hutus no Ruanda. Os dois
povos tinham o mesmo peso e o massacre foi perpetrado à catana pela
população hutu e não por milicianos.
Estes massacres de massas constituem «crimes contra a humanidade». Foi a
este título —e apenas por si só— que o dos judeus da Europa foi julgado
pelo Tribunal Internacional de Nuremberga. A noção de «genocídio» só
posteriormente entrou para o Direito.
Sob a influência de Raphaël Lemkin, considerou-se em seguida que o
genocídio é um crime particular entre os crimes contra a humanidade.
Infelizmente, introduziu-se assim uma noção de culpabilidade colectiva
que é contrária ao princípio da responsabilidade pessoal e vai ao
encontro do fim desejado. De uma ponta a outra, o Direito dos EUA
considera agora como genocídio, o assassínio de pelo menos duas pessoas
pelo que elas são e não pelo que supostamente teriam feito.
Porquê tentaram os nazis exterminar os judeus?
O programa nazi previa reconstruir um império alemão do qual o país
havia sido privado pelo Tratado de Versalhes, no fim da Primeira Guerra
Mundial. Mas, em vez de talhá-lo em África, na Ásia ou na América
Latina, que eram já partilhados entre o Reino Unido e a França, quis
conquistá-lo no Leste Europeu.
Os nazistas, herdeiros de Goethe e Beethoven, imaginavam-se humanistas
desde nascença. De acordo com a ideologia colonial Ocidental, eles
justificavam a sua vontade de conquista alegando que os povos a dominar
eram culturalmente inferiores. É o que Adolf Hitler explica no /Mein
Kampf/. Aí, ele nunca fala de «infra-humanos» (/Untermenschen/). Essa
expressão veio do «consenso científico» da época: os meios científicos
ocidentais estavam convencidos de que as conquistas coloniais provavam a
existência de uma hierarquia de raças no cimo das quais eles reinavam.
Procuraram, portanto, definir as características destas raças e
separá-las [2 <#nb2>]. Esta noção é hoje em dia desmentida pela Ciência,
mas persiste em muitos países, como nos EUA, onde as estatísticas
oficiais continuam a classificar as pessoas segundo este conceito
imaginário [3 <#nb3>].
Para os nazistas, os primeiros sub-humanos eram portanto os eslavos e
eles foram o seu primeiro alvo. No entanto, como o Chanceler Hitler
justificava a sua intenção de conquista de um espaço de vital
(/Lebensraum/) pela superioridade da sua «raça» (conceito que à época
era largamente partilhado pelos povos Ocidentais), ele acrescentou os
Ciganos e os Judeus porque que eles eram nómadas ou, em todo o caso, não
tinham terra. É claro, a sua condenação dos Judeus, enquanto raça,
alimentava-se do anti-semitismo europeu, que ele desenvolveu, mas não
foi por anti-semitismo que ele os classificou como sub-humanos. Aliás,
não existe uma cultura europeia anti-cigana, mas este povo foi mesmo
assim classificado também como sub-humano.
A própria noção de anti-semitismo não tem grande relação com os judeus.
Com efeito, os semitas são árabes, dos quais alguns são de religião
judaica. Além disso, a maioria dos judeus da Europa são originários de
populações do Cáucaso convertidas no século X, e não da Palestina [4
<#nb4>].
No início, alguns nazis não eram assim tão hostis aos judeus alemães tal
como o supomos hoje em dia [5 <#nb5>].
- Antes e depois da chegada dos nazis ao Poder, Leopold von Mildenstein
organizou viagens de oficiais nazistas à Palestina do mandato, sob a
supervisão de Joseph Goebbels. O NSDAP, o partido nazi, considerava
inaceitável que os judeus não tivessem Estado e, portanto, apoiava a
noção de lar nacional judeu na Palestina.
- Enquanto a Alemanha havia já adoptado leis anti-judaicas, o partido
nazista negociava com a Agência Judaica, em 1933, os Acordos de Haavara
que autorizavam os judeus a instalarem-se na Palestina. [6 <#nb6>].
- Mas, as coisas evoluíram na direcção errada. O Ministro francês dos
Negócios Estrangeiros, Georges Bonnet, propôs à Alemanha nazi, em 1938
—quer dizer, antes da guerra—, transferir os judeus franceses e alemães
para a colónia francesa de Madagáscar. A Polónia —tal como o Presidente
Vladimir Putin acaba de recordar [7 <#nb7>]— juntou-se a estes dois
países para formar uma comissão preparatória para este plano que jamais
foi concretizado.
Foi só no fim de 1941, quando todas as opções estavam esgotadas e quando
a invasão da União Soviética se transformou para eles num pesadelo, é
que os nazis se viraram para a «solução final»: o assassínio em massa.
O caso Rudolf Höß
Antes da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha dispunha de um império como
as outras grandes potências europeias. Franz Xaver Höß foi enviado,
enquanto militar, para o Sudoeste Africano (actual Namíbia). Aí, ele
participou no primeiro genocídio do século XX: o massacre de Hereros e
de Namas.
O seu filho, Rudolf Höß, alistou-se muito jovem no exército imperial
durante a Primeira Guerra Mundial. Ele foi enviado para dar assistência
ao Império Otomano. Nas suas memórias, pretende ter combatido os
Britânicos na Palestina [8 <#nb8>]. Na realidade, estava na actual
Turquia e participou no massacre dos não-muçulmanos pelos Jovens Turcos.
Vinte anos mais tarde, ele aderiu à milícia SS e tornou-se, em 1940, o
Director do complexo prisional de Auschwitz. À partida, tratava-se de um
campo de concentração baseado no modelo daqueles criados pelos
Britânicos durante a Guerra dos Bóeres (África do Sul).
Acrescentaram-lhe, no fim de 1941, um campo de extermínio
(Auschwitz-Birkenau) e, a meio de 1942, um campo de trabalhos forçados
(Auschwitz-Monowitz), onde o banqueiro dos EUA Prescott Bush (pai e avô
de dois presidentes Bush) investiu para seu enorme proveito [9 <#nb9>].
Rudolf Höß sempre reclamou ser um homem normal. Por mais chocante que
isso possa parecer, ele não achava que era anormal assassinar Arménios e
Judeus tal como o seu pai havia assassinado Hereros e Namas.
O «extermínio» de homossexuais
Os nazis, seguindo o consenso científico da sua época, tentaram
preservar a «raça» (sic) germânica interditando os casamentos
inter-raciais. O que não era muito original, a Alemanha já o fazia desde
1905, antes da Primeira Guerra Mundial, e também muitos outros países
ocidentais.
Mas não se tratava apenas de prevenir o nascimento de mestiços, era
preciso também preservar o património genético da raça. O Instituto do
Kaiser Guilherme (equivalente ao CNRS francês) afirmou que durante a
relação sexual entre homens, se um penetrasse o outro, ele podia
transmitir-lhe elementos do seu património genético. Havia, pois, um
risco com os «homossexuais passivos». Foi por isso que os nazistas
penalizaram a prática dessa forma de sexualidade, mesmo que no início do
Partido ela fosse nele publicamente dominante.
A pessoas apanhadas em flagrante delito eram convidados a fazerem-se
castrar ou eram presas como associais. Muitos médicos, entre os quais
Sigmund Freud, distribuíram então atestados médicos comprovando que a
homossexualidade era uma doença, mas que o sujeito seguia uma terapia.
Assim, eles salvavam o seu paciente de uma ou outra atrocidade. Hoje,
certos grupos citam erradamente esses atestados de conveniência para
tentar provar de que o fundador da psicanálise condenara a
homossexualidade como um desvio.
Depois de ter assistido em Amsterdão à inauguração de um monumento aos
homossexuais deportados ---eles teriam sido no total mais de 5.000 no
conjunto do Reich---, eu fundei uma associação para fazer reconhecer
esse crime em França. Assim, organizei várias cerimónias com associações
de deportados. Apareceu então uma testemunha, Pierre Seel, que relatou,
em todos os detalhes, ter sido deportado para o campo de Struthof por
homossexualidade. Consegui fazer modificar, por decreto, as condições de
atribuição do reconhecimento da qualidade de deportado, a fim de que ele
pudesse beneficiar disso. No entanto, na altura de preencher o seu
dossier, descobriu-se que esta testemunha mentia e tinha sido deportado
como desertor da Alsácia-Mosellan. Pedi então a um dos meus amigos, o
Senador Henri Caillavet, para investigar a deportação de homossexuais
franceses na sua qualidade de presidente da Commission nationale
informatique et libertés (Comissão Nacional Informática e de Liberdades-
ndT) Proteção de Dados (CNIL). Após um ano de pesquisa, ele constatou
que jamais havia existido arquivo policial sobre esse tema e que esse
evento jamais tinha ocorrido em França, nem na Alsácia-Mosela anexada. A
versão de Pierre Seel foi, no entanto, popularizada, e a cidade de
Toulouse dedicou-lhe mesmo uma rua.
Essa história ensinou-me muito sobre os exageros a que se entregam
grupos humanos para se aureolar com a coroa de mártires. Espalhou-se a
crença que o Reich queria exterminar os homossexuais e as lésbicas, o
que é absolutamente falso. Jamais houve repressão do lesbianismo, mas,
sim unicamente da homossexualidade masculina e apenas entre as
populações exclusivamente ditas «arianas». Apenas 48 homens foram
identificados como tais em Auschwitz. Eles foram deportados para o campo
de concentração e, se tivessem sobrevivido, seriam libertados em 1942
para servir enquanto «arianos» na «guerra total» contra os Aliados.
É preciso lembrar aqui que nem as questões de judeus, ciganos ou
homossexuais jogaram o menor papel no desencadear da Guerra Mundial.
Regime alimentar
Ainda é difícil entender por que os nazis alimentavam, é certo muito
mal. os prisioneiros que iriam matar. Na realidade, eles apenas
alimentavam aqueles de quem contavam explorar a força de trabalho. Para
isso, utilizavam a estranha sopa do doutor Otto Buchinger.
Esse grande médico era um dos militantes da /Lebensreform/, do retorno à
natureza. Ele teorizou o papel restaurador do jejum. Antes de mais, ele
descobriu que se pode trabalhar no duro, quase sem comer, se se beber
uma sopa muito clara. O corpo emagrece rapidamente, mas produz uma
grande energia. As suas descobertas ainda são aplicadas nas clínicas da
sua família na Alemanha e em Espanha, onde as dinastias reinantes do
Golfo vêm tratar o excesso de peso. Os nazis, que também eram ardentes
defensores do retorno à natureza —Adolf Hitler era vegetariano e
interditava que se fumasse—, utilizavam essa sopa para fazer trabalhar
os seus prisioneiros, sabendo que no fim eles acabariam por morrer.
Solução final, Holocausto e Shoah
A destruição dos Judeus da Europa é chamada «solução final» pelos
historiadores. Mas ela é conhecida hoje em dia como «Holocausto» ou a
«Shoah» ; dois vocábulos que designam interpretações particulares deste
facto.
O termo holocausto é empregue pelos cristãos evangélicos dos EUA. Faz
referência a um sacrifício judeu onde um décimo dos animais são mortos e
onde os seus corpos são completamente queimados. Segundo a sua teologia,
o extermínio dos Judeus da Europa teria sido desejado por Deus antes do
Messias retornar à Terra. Não é, portanto, um termo muito respeitoso
para com as vítimas. Além disso, quando, durante a guerra, os oficiais
evangélicos dos EUA souberam da existência dos campos de extermínio,
desaconselharam a intervenção ao seu Estado-Maior a fim de não perturbar
o que acreditavam ser o «plano de Deus». Tendo os nazis multiplicado os
esforços para matar longe de olhares indiscretos, teria bastado
bombardear as vias de caminho de ferro (estrada de ferro-br) para
instantaneamente parar o genocídio não apenas dos judeus, mas também dos
ciganos.
O vocábulo /Shoah/ é uma palavra hebraica. Ela significa «catástrofe» e
remete para o silêncio de Deus durante a tragédia. É, por analogia, como
os Palestinianos designaram a sua expulsão, em 1948, como /Nakba/
(igualmente, a /catástrofe/, mas em árabe desta vez).
Tendo em vista as informações precedentes, não parece nada certo que
este genocídio seja diferente dos demais, nem que ele constitua uma
ruptura na História, nem que ele seja o produto exclusivo do
anti-semitismo. E, ainda menos, que o Estado de Israel ofereça aos
Judeus a protecção que eles tem o direito de esperar. Se fosse esse o
caso, não existiriam hoje 50.000 sobreviventes deste crime que vivem
abaixo do limiar de pobreza em Israel.
Nem bons, nem maus, apenas humanos
A realização da «solução final» foi planeada pelos nazis e parcialmente
concretizada por Alemães. Mas a grande maioria do pessoal dos campos era
de Bálticos.
Se considerarmos todos aqueles que nada fizeram para impedir esse crime,
é no mínimo abusivo atribuir as responsabilidades em exclusivo à
Alemanha. A verdade, é que à época se pensava como os nazistas, muito
embora apenas eles tivessem ido até o fim do raciocínio.
Deve-se avaliar uma ideologia a partir das suas premissas e admitir que
todos nós podemos tomar uma direcção errada.
Assim, o Estado de Israel foi criado em nome de uma ideologia sionista
britânica [10 <#nb10>]. Tratava-se de criar uma colónia que pudesse
ajudar à extensão do Império. Ele foi proclamado por David Ben-Gurion
que não era judeu no sentido religioso do termo, mas ateu. É certo que
no fim da sua vida, recuperou a fé e virou-se para o budismo. O Estado
de Israel concede a nacionalidade segundo critérios que não têm relação
com a religião judaica, de modo que incluem um número de pessoas
rejeitadas pelo rabinato. Ora, ele escolheu expulsar as populações
autóctones e não em eliminá-las. Pouco a pouco, como quem petisca, ele
saca novos bocados de território até fazer desaparecer os Árabes
palestinianos. No entanto, como alguns deles obtiveram a cidadania
israelita (israelense-br) em 1948 e representam agora um quinto da
população, o Primeiro-ministro likudista, Benjamin Netanyahu, proclamou
Israel um «Estado judeu». Oficializou, assim, uma cidadania
hierarquizada e implica o Estado numa lógica de classificação. Pareça o
que pareça, foi exactamente a mesma lógica que levou o Primeiro-ministro
trabalhista (socialista-Ndt), Yitzhak Rabin (grande aliado do apartheid
sul-africano) a considerar a «solução de dois Estados»: separar as
«raças». Ora, ainda há tempo para dar marcha-atrás.
O «dever de memória»
Os seres humanos fazem de tudo para esquecer os infortúnios de que foram
vítimas ou que causaram. Os Ciganos, cujas famílias foram massacradas
junto com as dos judeus, seguem esta lógica e portam-se melhor.
Claro que é importante, para aqueles que os conheceram, celebrar a
memória dos mortos. Mas isso não irá prevenir novos genocídios. Esta
questão não tem qualquer relação nem com a identidade e a condição das
vítimas, nem com a dos carrascos. É apenas a condição humana e nenhum de
entre nós está ao abrigo de se transformar em monstro.
A civilização nunca é um dado adquirido.
Texto da sua mensagem:
[1 <#nh1>] «La Turquía de hoy continúa el genocidio armenio
<https://www.voltairenet.org/article187444.html>», por Thierry Meyssan,
/Red Voltaire/ , 30 de abril de 2015.
[2 <#nh2>] /The Nazi Connection: Eugenics, American Racism, and German
National Socialism/, Stefan Kuhl, Oxford University Press (2002). /War
Against the Weak: Eugenics and America’s Campaign to Create a Master
Race/, Edwin Black, Dialog Press (2012).
[3 <#nh3>] /Hitler’s American Model: The United States and the Making of
Nazi Race Law/, James Q. Whitman, Princeton University Press (2017).
[4 <#nh4>] /The Invention of the Land of Israel: From Holy Land to
Homeland/, Slomo Sand, Verso (2012). Version française : /Comment la
terre d’Israël fut inventée: De la Terre sainte à la mère patrie/,
Flammarion (2014).
[5 <#nh5>] /The Origins of the Final Solution: The Evolution of Nazi
Jewish Policy, September 1939-March 1942/, Christopher R. Browning,
University of Nebraska Press (2004).
[6 <#nh6>] /The Transfer Agreement: The Dramatic Story of the Pact
Between the Third Reich and Jewish Palestine/, Edwin Black, Dialog Press
(2009).
[7 <#nh7>] “A Rússia lembra que a Polónia e o Reich já em 1938 haviam
planeado a deportação de judeus
<https://www.voltairenet.org/article208727.html>”, Tradução Alva, /Rede
Voltaire/, 30 de Dezembro de 2019.
[8 <#nh8>] /Death Dealer: The Memoirs of the SS Kommandant at
Auschwitz/, Rudolf Hoss, Prometheus (2012).
[9 <#nh9>] «Los Bush y Auschwitz, una larga historia
<https://www.voltairenet.org/article120308.html>», /Red Voltaire/ , 1ro
de junio de 2003.
[10 <#nh10>] “Quem é o inimigo?
<https://www.voltairenet.org/article184977.html>”, Thierry Meyssan,
Tradução Alva, /Rede Voltaire/, 4 de Agosto de 2014.
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In
REDE VOLTAIRE
https://www.voltairenet.org/article209110.html#nb2
4/2/2020
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