quarta-feira, 8 de abril de 2020
Invasão dos EUA na América do Sul marcaria todo o século XXI, afirma Celso Amorim
"Provavelmente farão com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, o
mesmo que fizeram com Manuel Noriega no Panamá em 1989 [...] Seria a
primeira invasão dos EUA na América do Sul e isso ficaria marcado por
100 anos", diz o ex-chanceler e ex-ministro da Defesa Celso Amorim edit
Celso Amorim
*Sputnik - *Ex-ministro da Defesa do Brasil, Celso Amorim falou sobre a
situação no Brasil, envolvendo a situação presidencial e das Forças
Armadas. Além de opinar sobre uma possível invasão norte-americana na
América do Sul.
Questionado sobre os "problemas institucionais" no Brasil, o diplomata
considerou que o general Braga Netto evidencia um "aspecto mais orgânico
das Forças Armadas no governo e maior influência".
Além disso, o ex-ministro _enfatizou_
<https://mundo.sputniknews.com/radio_voces_del_mundo/202004081091043966-celso-amorim-una-invasion-de-eeuu-a-sudamerica-nos-marcara-todo-el-siglo-xxi/>
à Sputnik Mundo que Bolsonaro não estaria perdendo o comando da
Presidência, e que os boatos sobre Braga Netto não passam de informações
mal interpretadas.
"A única influência que Bolsonaro estaria sofrendo seria na parte
econômica, que tem a marca do ministro da Economia, Paulo Guedes, que
até o momento, não sofreu a influência dos militares", afirmou.
Dessa maneira, deve-se ter cautela em dizer que Braga Netto seja o
presidente operacional, "entretanto as outras partes do governo
aparentemente querem uma _grande coordenação_
<http://br.sputniknews.com/brasil/20200408/15430003.html> no âmbito da
saúde, transporte e infraestrutura".
Ou seja, essa influência estaria limitando e moderando as ações de
Bolsonaro, entretanto, atualmente, Guedes e os militares estariam
coordenando o governo.
*Classe empresarial*
A classe empresarial de Brasília está muito debilitada, que por sinal,
estava ficando cada vez mais debilitada nos último quatro ou cinco anos.
Hoje, os apoiadores de Bolsonaro são supermercados, alguns produtores
agrícolas e outras empresas que não têm força econômica no Brasil.
Ou seja, Bolsonaro não conta com o apoio das _fortes associações
empresariais_ <http://br.sputniknews.com/brasil/20200408/15428715.html>
capazes de "erguer" a economia brasileira, mas, sim, apenas com a classe
média empresarial, explica Celso Amorim.
*Invasão dos EUA na América do Sul*
A ameaça de Washington contra Caracas e o desdobramento do Pentágono no
Caribe provocam um temor de uma ação que afetaria gravemente a região.
"Há uma ameaça direta de invasão. Seria a primeira vez na América do
Sul", advertiu o diplomata.
Assim que os EUA anunciaram um ambicioso desdobramento militar no Caribe
sob o pretexto de uma operação antidrogas, os alarmes regionais foram
acionados.
O diplomata também ressalta que o Brasil poderia apoiar uma invasão dos
EUA, até porque já teria apoiado outros planos norte-americanos contra a
Venezuela, citando o apoio do atual _ministro das Relações Exteriores do
Brasil_ <http://br.sputniknews.com/brasil/20200408/15428622.html>,
Ernesto Araújo, que "apoiou o plano de Pompeo para a transição da
Venezuela [...] Os militares são conservadores porém têm sentido comum".
Para Celso Amorim, diplomata e ex-ministro da Defesa do Brasil, a
estratégia da Casa Branca "causa temor sobre uma ação de guerra".
"Provavelmente farão com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, o
mesmo que fizeram com Manuel Noriega no Panamá em 1989 [...] Seria a
primeira invasão dos EUA na América do Sul e isso ficaria marcado por
100 anos", adicionou.
"Os EUA montaram o cenário das drogas porque não podem dizer que Maduro
tem armas de destruição massiva", como mentiram com Saddam Hussein para
justificar o bombardeio contra o Iraque, ironizou o diplomata brasileiro.
In
BRASIL 247
https://www.brasil247.com/mundo/invasao-dos-eua-na-america-do-sul-marcaria-todo-o-seculo-xxi-afirma-celso-amorim
8/4/2020
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