quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017
Os media corporativos dos EUA fazem campanha golpista***
– Bilionários não compram media para ganhar dinheiro, compram-nos para
manipular a opinião pública
por Tyler Durden [*]
Penso que neste momento a cidadania estado-unidense está a ser assolada
por uma espécie de insânia em massa. Não pode haver bons resultados se
isto continuar. Em consequência, sinto-me obrigado a proporcionar uma voz
àqueles de nós que se perderam nesta selvajaria política. Devemos
perseverar e não nos deixarmos manipular pelas tácticas óbvias de divisão
e conquista que estão a ser desencadeadas agressivamente através de todo o
espectro da sociedade. Se perdermos nossas bases e nossa fortaleza de
ânimo, quem restará para falar em nome daqueles entre nós que
simplesmente não se ajustam dentro de quaisquer das ideologias políticas
actualmente dominantes?
in Lost in the Political Wilderness
Ao invés de centrar sua energia jornalística na descrição da insegurança
económica que atormenta muitos dos nossos compatriotas, os media possuídos
por bilionários parecem totalmente obcecados em tagarelar infindavelmente
acerca de teorias de conspirações russas e tramas golpistas internas. Ao
invés de olharem no espelho e admitirem que os seus incontáveis erros e
propaganda provocaram múltiplos desastres humanitários ao longo de duas
décadas, os oligarcas proprietários dos media de referência (mainstream)
insistem numa narrativa em que Trump, individualmente, está na raiz dos
nossos problemas, em oposição ao obstinado ramo executivo com poder
excessivo. Isto acontece porque os media de referência não estão realmente
preocupados acerca do nosso sistema canceroso em metástase para o
estatismo, eles simplesmente não querem Trump à frente dele. Eu, por outro
lado, quero desmantelar totalmente este estado inconstitucional e
transferir poder para o povo americano a que ele pertence – auto-governo.
Será que alguém realmente pensa, por um segundo, que os media seriam um
adversário assim se Hillary vencesse?
O artigo de Nicholas Kristof no New York Times deste fim de semana
representa uma espécie de início da festa para os media corporativos
possuídos por bilionários. Mais do que qualquer outro que eu tenha visto,
ele demonstra perfeitamente como os media de propriedade de bilionários
estão completamente desconectados e sem valor. É o máximo dos absurdos que
estas organizações de media, possuídas por bilionários ou conglomerados
corporativos gigantescos, estejam a desempenhar o papel de vítimas quando
têm sido eles os violadores primários durante todo o século XXI.
Pode-se ser um firme defensor da liberdade de imprensa e da Primeira
Emenda e, ao mesmo tempo, denunciar que os media de propriedade de
bilionários falharam. Esta é a minha posição e a eleição de Trump não a
alterou. O punhado de corporações e bilionários que controlam a imprensa
de referência não equivale a "a imprensa". Eles (e o Estado Profundo)
actualmente tentam convencer o público de que são os únicos a erguerem-se
contra o fascismo. Isto é uma estupidez completa e, se cairmos nisso,
obteremos o que merecemos.
Os media possuídos por bilionários são mais cúmplices na criação da
presidência imperial do que Donald Trump, que simplesmente imaginou um
meio de obter o seu controle. Agora estes mesmos charlatães estão a
pretender extinguir um incêndio ateado por eles próprios e querem ser
louvados por serem tão corajosos. Isto é assustadoramente semelhante à
trapaça efectuada pelo Federal Reserve durante e após a crise financeira.
Com esta introdução inabitual, vamos dar uma olhadela a uns poucos
excertos da alucinante peça explícita publicada no New York Times do
último fim de semana, intitulada de forma bastante descarada como "Como
nos podemos livrar de Trump?" ( How Can We Get Rid of Trump? )
Talvez as coisas se estabilizem. Mas o que é gritante acerca de Trump não
é apenas a disfuncionalidade da sua administração mas também as –
energicamente negadas – alegações de que a equipe de Trump pode ter
cooperado com Vladimir Putin para roubar a eleição. O que também é
diferente da ampla preocupação de que Trump é tanto: A) inadequado para o
gabinete; como b) perigosamente instável. Um líder pró-americano num país
estrangeiro telefonou-me outro dia e saltou as [saudações] preliminares,
começando com "O que está errado com o seu país?"
Assim, vamos investigar: Haverá algum caminho de saída?
Trump ainda tem apoio político significativo, de modo que os obstáculos
são colossais. Mas o meio mas limpo e mais rápido para remover um
presidente envolve a Secção 4 da 25ª Emenda e nunca foi tentado. Ela
estabelece que o gabinete pode, por votação de maioria simples, despojar o
presidente dos seus poderes e transferi-lo imediatamente ao
vice-presidente. A armadilha é que o presidente removido pode objectar e,
nesse caso, o Congresso deve aprovar a remoção por uma maioria de dois
terços em cada câmara, ou o presidente recupera o mandato.
Isto nunca foi tentado na história do país, mas vamos promovê-lo de qualquer
modo!
A rota da 25ª Emenda destina-se a ser usada quando um presidente é "incapaz"
de exercer seus deveres. Perguntei a Laurence Tribe , professor de direito
constitucional de Harvard, se isso poderia significar não apenas
incapacidade física mas também instabilidade mental. Ou, digamos, a mácula
de se ter secretamente conluiado com a Rússia para roubar uma eleição?
Tribe disse que acreditava que a Secção 4 poderia ser utilizada numa tal
situação.
"No evento improvável de que Pence e uma maioria do bizarro gabinete de
Trump ganhassem a coragem necessária para fazer a coisa certa em relação ao
processo estabelecido por aquela disposição, certamente estaríamos numa
situação em que uma muito grande maioria do público, incluindo uma
percentagem muito substancial dos apoiantes de Trump, apoiariam se não mesmo
insistiriam num tal movimento", disse Tribe. "Nesta circunstância, não posso
imaginar Trump e seus advogados a terem êxito em conseguir a interferência
de tribunais federais".
Como recordatório, aqui está um exemplo do deserto intelectual e ético agora
conhecido como a mente de Laurence Tribe.
Agora, de volta a Kristof:
O melhor caminho é o impeachment. Mas por agora é difícil imaginar uma
maioria da Câmara a votar pelo impedimento e ainda menos concebível que dois
terços do Senado votassem a condenação de modo a remover Trump. Além disso, o
impeachment e julgamento no Senado se arrastariam durante meses, paralisando a
América e deixando Trump no gabinete com o seu dedo sobre o gatilho nuclear.
Na mente de Kristof, uma grande desvantagem em avançar com o impeachment é que
não derrubaria Trump suficientemente rápido. Será este realmente um jornal em
que o público possa remotamente confiar para informar sobre os problemas do país
de maneira razoável?
Agora aqui começa simplesmente a ficar cómico o que Kritoff escreve:
Algumas pessoas acreditam que as eleições intercalares de 2018 serão tão
catastróficas para o Partido Republicano que toda a gente estará pronta a
livrar-se dele. Sou céptico. No Senado, o mapa é desastroso para os democratas
em 2018. Os republicanos estarão a defender apenas oito lugares no Senado, ao
passo que os democratas estão efectivamente a defender 25.
Assim, se bem que democratas possam ranger dentes, caberá a republicanos
decidir se obrigam Trump a sair. E isso não acontecerá a menos que o vejam a
arruinar o seu partido assim como a nação.
Talvez, ao invés de "ranger os dentes", os democratas pudessem sair-se com uma
plataforma coerente que não girasse em torno do culto à Wall Street.
Finalmente, aqui está como Kristoff termina a sua petição patética pelo derrube
de Trump:
E o que dizer acerca de uma presidência que, com apenas um mês em exercício, já
estamos a discutir se ela pode ser terminada antecipadamente?
Não Nicholas, "nós" não estamos a discutir isso. Você é que está. Você e seus
colegas dos media. Os quais levam-me ao aspecto mais enfurecedor do que está a
acontecer hoje no discurso americano. O que é que alguém como eu, que não gosta
de Trump, mas desgosta ainda mais dos media corporativos, se supõe que faça?
Esta é a posição inconfortável em que me encontro hoje e, se estou nela,
milhões de outros também estão. Trump entende isto, razão pela qual continua
seus ataques implacáveis a elementos da imprensa corporativa. Pessoalmente, meu
desgosto com Trump seria ainda mais agudo se não fosse o meu desprezo total em
relação aos media possuídos por bilionários. Supõe-se que jornalistas sejam
geralmente adversos ao poder, não sejam selectivos quanto a que figuras
poderosas desafiar com base na ideologia política. Os media corporativos
enfraqueceram claramente o país, portanto Trump está a ser politicamente hábil
ao iniciar um combate com eles. Como observei na semana passada no Twitter:
Eu sempre disse isto.
Se Trump alvejar instituições elitistas, ele vencerá.
Se alvejar o povo médio, perderá.
Não é complicado.
— Michael Krieger (@LibertyBlitz) February 17, 2017
Mais uma vez, os media corporativos estão a provar a sua inutilidade ao fazerem
[girar] tudo em torno de um homem, em contraste com o desastre sistémico que é a
sociedade controlada oligarquicamente em que vivemos. O actual presidente não é
suficientemente carismático e não advoga os lugares comuns habituais como
bombardear mulheres e crianças muçulmanas. Está é aparentemente a linha
vermelha dos media. Se isto soa como se eu estivesse contra tudo, há uma razão.
Nossa cultura está demente e os media corporativos merecem um bocado da culpa
por isso.
Finalmente, aqui está um artigo publicado pela [revista] Forbes no ano
passado que ajuda a entender rapidamente contra o que estamos: These 15
Billionaires Own America's News Media Companies .
Bilionários não compram media para ganharem dinheiro, eles já o tem. Eles
compram-nos para manipular a opinião pública.
20/Fevereiro/2017
O original encontra-se em www.zerohedge.com/...
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
In
RESISTIR.INFO
http://resistir.info/eua/media_corporativos_20fev17.html#asterisco
20-2-2017
*** QUALQUER SEMELHANÇA COM O QUE SE PASSA EM NOSSO PAÍS NÃO É MERA COINCIDÊNCIA
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