por Luis Nassif
Peça 1 – o fim do ciclo Bolsonaro
Tudo o que é Bolsonaro se desmancha no ar ou boia no esgoto.
No início, as táticas de sobrevivência da família eram simples como o
seu cérebro. Havia um mapeamento eficiente das redes sociais. A cada
sinal de enfraquecimento de Bolsonaro providenciava-se um fato novo, uma
frase escandalosa para um público acostumado a merda e circo. E, em
começo de governo, os estragos ainda não eram sentidos.
A cada jogada repetida, os idiotas da objetividade saudavam: ele parece
tosco, mas é um gênio político. Para a formiga, lagartixa é dragão.
Saudá-lo como gênio intuitivo era a maneira de justificar a
extraodrinária mediocrização institucional do país, o fracasso de todos
os poderes, jogando a 7a economia do mundo sob o jugo de um idiota completo.
Agora, o modelo se esgotou. Especialmente porque, a cada dia que passa,
surgem mais evidências do enorme apagão administrativo em que o país foi
jogado, em um processo amplo de destruição, de inconsequência, de uma
irresponsabilidade geral e irrestrita.
Em queda livre, Bolsonaro precisou administrar as alianças com prebendas
mais substanciosas. E aí, se enrola de todas as maneiras, comportando-se
como um náufrago no mar, e se agarrando a qualquer galho para se manter
à tona.
Tenta cativar a Polícia Federal e cria uma crise monumental com a
Receita e o Banco Central. Tenta cativar a classe médica bolsonarista,
com mudanças para fortalecer o Conselho Federal de Medicina e para criar
uma enorme demanda para a classe – obrigando crianças que irão se
vacinar a pagar por uma consulta médica. E consegue jogar seu Ministro
da Saúde na relação dos criminosos de guerra – que irão se ver com a
justiça brasileira e internacional quando cessar esse pesadelo.
Peça 2 – o fim do ciclo militar
Fica claro, na quadra atual, que o governo Bolsonaro é fundamentalmente
um governo militar. Centrão, olavistas e quetais são aliados de ocasião.
A verdadeira cara do bolsonarismo são os militares que levou para o
Palácio.
Bolsonaro nunca foi do trabalho. É inimaginável vê-lo tomando decisões
administrativas no dia-a-dia ou prestando atenção em qualquer tema de
administração pública ou política. A verdadeira gestão de governo é
feita pelos militares acantonados no Palácio – generais Walter Braga
Netto, Augusto Heleno, Luiz Eduardo Ramos e Eduardo Pazuello. E, em
outros tempos, Fernando Azevedo.
São eles que definem os passos de Bolsonaro, alertam quando suas
loucuras chegam às raias da ebulição, definem suas alianças políticas e,
em tese, as prioridades administrativas.
Os resultados até agora comprovam ser uma das equipes mais canhestras e
descompromissadas com o interesse nacional na história da República.
Em relação à ditadura, mantém a mesma insensibilidade sobre educação,
políticas sociais e emprego. E, ao contrário da era Geisel, nenhum
compromisso em relação a projetos de desenvolvimento.
É de sua responsabilidade direta o esvaziamento do sistema de inovação,
do INEP, da CAPES, os atrasos na compra de vacinas e o consequente
desastre do combate à pandemia, a crise com a Receita, os conflitos com
governadores, o escandaloso orçamento secreto, os problemas ambientais.
Foram literalmente jantados pelas raposas do Centrão, que montaram suas
tendas em pleno Palácio do Alvorada.
Doravante, o militarismo na política só sobreviverá pelos chamados medos
ancestrais. É o caso do Ministro Luis Edson Fachin, que inibiu-se com um
mero twitter do general Villas Boas e, agora, leva para o Tribunal
Superior Eleitoral um general representante do Partido Militar, como
anteparo contra eventuais pressões da tropa.
Peça 3 – O tempo de Lula 3
Como tratado no Xadrez do Início da Maior Campanha Popular da História
<https://jornalggn.com.br/editoria/luisnassif/xadrez-do-inicio-da-maior-campanha-popular-da-historia-por-luis-nassif/>, todos os sinais indicam uma onda avassaladora em direção a Lula, que supera as eventuais discussões sobre vícios e virtudes pessoais do candidato e do partido.
Afinal, em um momento em que a palavra de ordem é a busca da paz
nacional, em torno de uma candidatura competitiva, que político poderia
ser recebido nos salões e nos encontros com catadores de lixo, com
moradores de rua, com movimentos sociais de todas as naturezas, nos
salões internacionais e nos grotões? Esta é a prova do pudim, não
simulacros de debates eleitorais entre candidatos indicados
exclusivamente pela mídia.
A chamada Terceira Via tem um histórico de mediocridade. Em nenhum
momento saiu dos salões, ousou misturar-se a qualquer coisa que
cheirasse povo ou intelectualidade. Seu símbolo de status maior é Miami.
Em 2014 havia diversos movimentos prestes a romper com Dilma Rousseff –
LBTGI, educação inclusiva, Universidades, movimento negro. Mas qual a
alternativa? Aécio Neves. Ficaram com Dilma.
Lula tornou-se a grande esperança e reside aí o problema.
Peça 4 – o país de Tico e Teco
Lula assumirá carregando o peso das expectativas gerais da Nação.
Assumiu 2002 com esse peso. Não se tinha um país redondo, como alguns
querem fazer crer. Os erros da privatização do setor elétrico, as
loucuras cambiais que devastaram a indústria, os erros de Armínio Fraga
e Luiz Fernando Figueiredo na condução da política monetária em 2002, a
expansão da miséria por todos os quadrantes, tudo isso criou uma
transição amarga.
Mas o Estado não estava destruído como agora. Nem a miséria era tão
avassaladora.
Além disso, vive-se hoje em dia o período de maiores mudanças da
história, desde a primeira revolução industrial. E tem-se um país
partido ao meio e sem inteligência formada.
Hoje em dia, nos centros desenvolvidos, a elite intelectual já aponta
nas tecnologias exterminadoras de emprego a maior ameaça à humanidade,
não apenas por substituírem o trabalho humano, mas por torná-lo
irrelevante. Por aqui ainda se trata o fenômeno como “o novo Iluminismo”.
Vamos a alguns exemplos simples, mostrando a incapacidade das
instituições de juntarem o teco com o tico.
Teco-Tico 1
1. A maior fonte de financiamento da Previdência são os encargos da
folha de salários.
2. Aprovada pelo Congresso, Supremo e mídias, a reforma trabalhista
precarizou fundamentalmente o emprego e reduziu encargos da folha
sem nenhuma espécie de compensação.
3. Logo, irá comprometer irreversivelmente o financiamento da
Previdência Social.
Ou seja, 1 + 1 = 2.
E não houve um sopro de vida inteligente no Supremo e na mídia,
antevendo esse desastre que recairá sobre as futuras gerações.
Teco-Tico 2
1. A maior fonte de aparelhamento da máquina pública são os cargos
comissionados – embora sejam relevantes para funções determinadas e
restritas.
2. A proposta de reforma administrativa aumentaria em dezenas de vezes
o comissionamento.
3. Logo, aumentaria o aparelhamento da máquina.
Ou seja, 1 + 1 = 2.
Por aqui, se saudou unanimemente a reforma, como maneira de conferir ao
setor público a agilidade do setor privado e acabar com o aparelhamento.
Por aparelhamento certamente entendiam as funções e regulamentos típicos
de Estado que atrapalham os grandes negócios públicos.
Teco-Tico 3
1. As vinculações orçamentárias se destinam a preservar verbas para
áreas essenciais, garantindo um piso de gastos para educação e saúde.
2. Propõe-se, então, uma reforma orçamentária para dotar o orçamento de
maior flexibilidade e. aumentar o atendimento à educação e saúde.
3. Ou seja, acaba-se com a destinação mínima obrigatória de verbas para
educação e saúde para poder aumentar a destinação de verbas para
educação e saúde.
E nem se ruborizam.
Como um país em que exercícios lógicos simples não são compreendidos
pelo tribunal do Congresso, do Supremo e da mídia, vai entender o
cálculo diferencial das profundas transformações que virão pela frente?
Peça 5 – a crise da inteligência brasileira
A tragédia nacional, a razão maior do subdesenvolvimento brasileiro é a
crise da inteligência brasileira. E não é por falta de inteligência: é
por falta de canais institucionais.
A inteligência brasileira está distribuída em alguns centros
universitários, em algumas consultorias, em alguns cérebros brilhantes.
Mas os dutos que levam as ideias para os centros de poder estão
irreversivelmente embolorados. Não conseguem avançar além dos slogans
vazios de mercado.
Os temas mais relevantes merecem uma ou outra análise, sem destaque. Mas
nas manchetes, lides, chamadas principais – em suma, o que condiciona a
opinião pública – preponderam palavras mágicas, “reformas”,
“privatização”, um liberalismo escandalosamente superficial e com prazo
de validade vencido em todos os centros de inteligência mundiais.
Desde a redemocratização, havia dois centros de racionalidade, o PSDB e
o PT – cada qual com seus vícios e virtudes. O PSDB se esfarelou quando
passou ao comando de José Serra e, depois, de Aécio Neves. E o PT jamais
mostrou compreensão sobre os fenômenos da nova era, que já eram nítidos
pelo menos desde meados dos anos 2.000.
* Foi incapaz de perceber as transformações sociais promovidas pela
inclusão de milhões de pessoas na classe média. A mudança de classe
cria um novo cidadão. Em vez de incluídos agradecidos e mobilizador
em torno de temas como solidariedade, projetos de país, surgiram
novos cidadãos assimilando todos os vícios de pensamento da velha
classe média individualista, crentes que chegaram ao sucesso pela
meritocracia, exigentes em relação aos serviços públicos e
descontentes com a estagnação da economia. Sem nenhum trabalho de
base, viraram presas fáceis para os neopentecostais.
* Não percebeu o avanço desestabilizador dos algoritmos nem após a
espionagem da NSA sobre a presidente da República.
* Não percebeu os riscos do aprofundamento da financeirização, com a
falta de regulação do mercado, e Banco Central e Fazenda atrelados
aos interesses imediatos do mercado.
* No momento em que o mundo já trabalhava a 4a revolução industrial,
voltou-se para o modelo antigo dos campeões nacionais – uma
excrescência que desestruturou a pecuária e a indústria do couro,
criou enormes ressentimentos no meio empresarial e transformou
empresas nacionais em campeões globais, sem nenhum ganho estrutural
para o país.
* Com exceção de uma iniciativa isolada de José Genoíno, não cuidou de
envolver a alta burocracia pública e militar em projetos de país.
Sem projetos e sem saber onde se situar, cada qual resolveu atuar no
vácuo-do-meu-pirão-primeiro. O país tornou-se uma enorme ópera bufa,
com cada poder lançando seu candidato a estadista, o MPF com Janot,
o STF com Barroso, as FFAAs com Villas Boas, o Judiciário com Moro.
* Descuidou-se totalmente do Poder Judiciário, a ponto de escolher
Ministros do STF sem compromisso com bandeiras sociais, atrasar
indicações de Ministros do STF, do STJ, dos Tribunais Federais e do
próprio Tribunal Superior Eleitoral – mesmo na época em que poderia
ter impichado a chapa Dilma-Temer. Só faltou o rei Momo.
Mesmo assim, promoveu diversos avanços institucionais na máquina
pública, especialmente nas políticas sociais, incluindo Educação e
Saúde. Agiu como um contraponto racional às pirações imediatistas do
ultraliberalismo à brasileira mantendo a máquina pública inteira.
Com o impeachment e a entrada de Michel Temer-Eduardo Cunha, todas as
pontes de racionalidade implodiram. E as transformações do período
anterior, pouco enraizadas na opinião pública, voaram com o vento do golpe.
Peça 6 – as prioridades
Agora, haverá o desafio de reconquistar e reconstruir o país, em meio às
turbulências da maior crise das democracias liberais, maior que a dos
anos 20.
O grande desafio contemporâneo é o poder corrosivo das novas tecnologias
sobre o emprego, as relações sociais e as articulações políticas.
A polarização com a URSS obrigava o Ocidente a se cercar de algumas
preocupações com o Estado Social e com a regulação, como forma de coibir
abusos do poder econômico.
O fim da União Soviética marcou o apogeu do chamado homem liberal, a
ideia de que o mercado seria capaz de substituir o Estado em todas as
atividades. O homus liberal avançou em todas as frentes, levando a um
individualismo exacerbado. Sem a ex-URSS, o fantasma do comunismo foi
substituído pelo da regulação. A lógica é de que toda forma de regulação
impediria o funcionamento adequado do mercado. A partir daí, o
ultraliberalismo encontra sua melhor forma de expressão política, a
ultradireita,
A única métrica de desempenho das empresas passou a ser o valor das suas
ações no mercado. Em cima dessa lógica houve um processo de privatização
selvagem de empresas públicas, substituindo monopólios públicos por
monopólios privados em setores estratégicos. E o mercado passou a se
apropriar de todas as instâncias de regulação, como o CADE (Conselho
Administrativo de Direito Econômico), OAB-RJ Central, os órgãos de controle.
O desafio maior de Lula 3 não será apenas o da reestatização das
estatais estratégicas , mas o aprofundamento da democracia em todas as
instâncias, trazendo a sociedade organizada para o centro das políticas
públicas e criando ferramentas de organização da sociedade desorganizada.
Em todos os casos, as ideias-força são:
* Geração de emprego e renda.
* Programas com visão sistêmica.
* Corrente de colaboração / solidariedade
* Prestação de contas.
Peça 7 – os programas prioritários
Já existe uma bela soma de experiências bem sucedidas que tiveram
continuidade, experiências bem sucedidas sem continuidade, e
ideias-chave para os novos tempos.
Ação federativa e pactos nacionais
O modelo campeão, o das Conferências Nacionais, consiste em montar
estruturas estaduais e municipais sincronizadas com as estruturas
federais setoriais.
* A partir da base, as Conferências Municipais definem prioridades que
recebem uma primeira padronização nas conferências estaduais até
serem uniformizadas nas nacionais, dando consistência e articulação
aos programas federais.
* O fortalecimento dos conselhos de secretários municipais e estaduais
dos diversos setores da administração e das agências estaduais.
Agricultura familiar
* Os programas de agricultura familiar casados com compras públicas.
* O programa de bioetanol com agricultura familiar, ensaiado antes da
descoberta do pré-Sal, e administrado pela Petrobras.
* Aceleração da reforma agrária com apoio tecnológico da Embrapa,
valendo-se da estrutura e do know how desenvolvido pelo Movimento
dos Sem Terra.
Pequena e micro empresa
* Rearticulação das ações de aprimoramento das PMEs através da
parceria Sebrae-Federações de Indústria.
* Reativação da lei que concede prioridade às PMEs em até 35% das
compras públicas, mantidas igualdade de qualidade com as maiores.
* Remontagem do Prominp.
* Remontagem do MEI (Movimento Empresarial pela Inovação) artravés do
qual grandes corporações “adotavam” PMEs e incutiam princípios de
gestão pela qualidade e inovação.
Federações empresariais
* Articulação da Finep-Fundações de Amparo à Pesquisa para financiar a
inovação.
* Remontagem das parcerias com Confederações empresariais, tipo a que
foi criada e não lançada no âmbito da ABDI (Agência Brasileira de
Desenvolvimento Industrial).
* Fortalecimento dos programas de parceria CNI-Universidades federais,
para pesquisa e desenvolvimento.
Políticas industriais
* Reativação e ampliação do Programa de Desenvolvimento Produtivo
(PDP), que permitiu lançar as bases de uma nova indústria da saúde
no país.
* Montagem de programas de mobilidade visando estimular soluções de
baixo carbono para o transporte nas cidades.
Em suma, o desafio será montar a grande orquestração, o trabalho
colaborativo e democrático em todas as frentes. E Lula, com seu poder de
comunicação, ser o arranjador e o maestro condutor.
As redes sociais, que até agora serviram para propósitos deletérios,
serão o canal através do qual Lula poderá comandar a grande orquestra
brasileira, com conjuntos espalhados por todos os lados, no trabalho de
juntar pessoas e setores em busca de soluções conjuntas.
Em
JORNAL GGN
https://jornalggn.com.br/xadrez-2/xadrez-de-bolsonaro-se-desmanchando-no-ar-por-luis-nassif/
30/12/2021
quinta-feira, 30 de dezembro de 2021
Xadrez de Bolsonaro se desmanchando no ar
quarta-feira, 29 de dezembro de 2021
¿ESTÁ EL CAPITALISMO EN DECLIVE?
*DOMINIC ALEXANDER, HISTORIADOR BRITÁNICO *
El capitalismo mundial no se ha recuperado del crack de 2008. Desde
entonces estamos viviendo un periodo de bajo crecimiento persistente que
se puede calificar como una nueva «larga depresión» que rivaliza con las
profundas crisis de finales del siglo XIX y de los años treinta. En
todas las crisis anteriores, el capitalismo se ha recuperado y ha
entrado en una nueva fase de rentabilidad y expansión. La pregunta sigue
siendo si podría hacerlo de nuevo, o si el capitalismo, como sistema, ha
llegado al final de su capacidad histórica para renovarse.
Uno de los principales mecanismos por los que se ha superado la crisis
es la oleada de nuevas tecnologías, que abaratan la producción, permiten
la expansión de nuevas industrias y restauran la tasa de beneficio. Sin
embargo, estos auges siempre contienen el germen de la siguiente gran
crisis, ya que cuando la nueva tecnología se ha generalizado en toda la
economía, la rentabilidad media vuelve a disminuir.
Los nuevos métodos de producción suelen reducir la cantidad de mano de
obra necesaria para fabricar productos básicos. Al principio, esto puede
aumentar la rentabilidad, al menos para algunas industrias, y si el
coste de la reproducción de la mano de obra se abarata, por ejemplo,
mediante el abaratamiento de los alimentos, esto puede aumentar la
rentabilidad en general. Sin embargo, el trabajo es la fuente de la
plusvalía, y por lo tanto de la ganancia, por lo que cuanto menos
trabajo haya, menos plusvalía se producirá. En consecuencia, la
tendencia a largo plazo acaba por reafirmarse, y la tasa global de
beneficio de la economía se reduce. La crisis se reanuda.
La historia económica de los últimos cincuenta años sugiere que la
salida de la crisis es cada vez más difícil para el sistema. Diversos
estudios, que utilizan diferentes métodos, han demostrado que las tasas
de beneficio disminuyeron grandemente a finales de los años 60 y
principios de los 70. Sólo se recuperaron cuando las políticas
neoliberales de finales de los 70 recortaron los servicios públicos y
reestructuraron la producción a nivel mundial, haciendo bajar los
salarios y los costes de producción. A continuación, las tasas de
beneficio retomaron una tendencia a la baja, disminuyendo de nuevo antes
del crack de 2008, y permaneciendo históricamente bajas. La última
crisis se produce, por tanto, tras un largo periodo en que el
capitalismo no ha logrado recuperar las altas tasas de crecimiento del
boom de la posguerra.
La actual ola de innovación en el ámbito de la informática y la
tecnología digital lleva ya algún tiempo en marcha y ha dado lugar a
nuevas y enormes empresas y a capitalistas multimillonarios. Sin
embargo, por muy importante que haya sido este sector en las últimas
tres décadas, no se ha traducido en una innovación decisiva del
crecimiento y la rentabilidad del capitalismo en general. El capitalismo
requiere una expansión cada vez mayor, pero últimamente parece que sólo
corre para quedarse parado.
Resulta revelador que éxitos notables como Google y Facebook no se
dedican a la producción de mercancías como tal, sino que dependen de la
publicidad como fuente de ingresos. Es decir, están sacando una tajada
de la plusvalía existente, no creando ellos mismos nuevo valor a partir
de la producción. Sin embargo, el capitalismo depende de la actividad de
creación de valor. Como vector de renovación del capitalismo, estos
éxitos parecen estériles. Lo que estamos viendo ahora está muy lejos de
los auges de la electrónica, la química y la automatización de finales
del siglo XIX y principios del XX.
¿Alguien puede decir que no pueda llegar otra ola de innovación
productiva? Puede ser, o puede ser que el capitalismo se esté acercando
a un límite de su capacidad para abaratar la producción de manera que
permita su expansión acelerada. Además, no hay ningún lugar
significativo en el mundo en el que el capitalismo pueda expandirse;
China es claramente parte del sistema mundial. El crecimiento
desmesurado de la esfera financiera, y sus absurdos, es una señal de que
el capital está huyendo de la actividad productiva hacia la competencia
por la parte del excedente social existente.
Otro signo del mismo problema es que la vivienda es ahora un sumidero de
capital improductivo, lo que en realidad crea un mayor lastre para el
sistema en su conjunto, ya que esto aumenta el coste de la reproducción
del trabajo. Estos y otros problemas sugieren que el capitalismo se está
volviendo, incluso en sus zonas más prósperas, disfuncional según sus
propios estándares. Todo esto sin mencionar las aceleradas y múltiples
crisis ecológicas.
Otra forma en que el capitalismo ha restaurado, en el pasado, la
rentabilidad es a través de la destrucción masiva de capitales rivales.
Esto sucedió en la Segunda Guerra Mundial, por ejemplo, y fue una base
importante para el auge de la posguerra. Puede que el capitalismo esté
en declive, pero es capaz de alcanzar niveles impensables de devastación
en su desesperación por renovar la rentabilidad.
No debemos esperar que el capitalismo llegue al fin de sus propios
límites. Debemos organizarnos para sustituirlo, antes de que nos
destruya a todos en sus estertores.
Em
OBSERVATORIO DE LA CRISIS
https://observatoriocrisis.com/2021/12/29/esta-el-capitalismo-en-declive/
29/12/2021
quinta-feira, 23 de dezembro de 2021
La teoría de la alienación de Marx
*MARCELLO MUSTO, PROFESOR DE SOCIOLOGÍA EN LA UNIVERSIDAD DE YORK, CANADÁ*
La alienación fue uno de los temas más importantes y debatidos del siglo
veinte y la teoría del fenómeno propuesta por Karl Marx jugó un rol
fundamental en la creación del concepto. Sin embargo, contra lo que uno
podría imaginar, la teoría de la alienación en sí misma no se desarrolló
de manera lineal, y la publicación de textos inéditos en los que Marx
analizó el concepto, definió un momento significativo en la
transformación de su teoría y en su diseminación a escala global.
En los Manuscritos económico y filosóficos de 1844, con la categoría de
«trabajo enajenado», Marx no solo extendió el alcance del problema de la
alienación de la esfera filosófica, religiosa y política a la esfera
económica de la producción material, sino que también convirtió a la
última una condición indispensable de la comprensión y superación de la
primera.
Con todo, esta primera elaboración, escrita a los 26 años, no fue más
que el bosquejo inicial de su teoría. Aunque muchas de las teorías
marxistas de la alienación posteriores se fundaron erróneamente en las
observaciones incompletas de los Manuscritos económico y filosóficos de
1844 —que sobrestiman el concepto de «autoalienación»
(Selbst-Entfremdung)—, no debemos olvidar que las más de dos décadas de
investigación que Marx emprendió antes de publicar El capital
conllevaron una evolución considerable de sus conceptos.
En los escritos económicos de las décadas de 1850 y 1860, Marx
profundizó su pensamiento sobre la alienación. Las ideas que Marx
presenta en esos textos destacan por combinar la crítica de la
alienación en la sociedad burguesa con la descripción de una alternativa
posible al capitalismo.
*La larga marcha del concepto de alienación*
En La fenomenología del espíritu (1807), Georg W. F. Hegel propuso la
primera elaboración sistemática del problema de la alienación. Con el
fin de describir el proceso mediante el cual el Espíritu deviene otro en
la esfera de la objetividad, adoptó los términos Entausserung
(«extrañamiento»), Entfremdung («alienación») y Vergegenständlichung
(literalmente: «convertir-en-un-objeto», traducido usualmente como
«objetivación»). El concepto de alienación ocupó un rol destacado en los
escritos de la izquierda hegeliana.
Una importante contribución en este sentido es la teoría de la
alienación religiosa propuesta por Ludwig Feuerbach en La esencia del
cristianismo (1841), es decir, la idea de que la religión surge de la
proyección de la propia esencia del hombre en una deidad imaginaria.
Pero después desapareció de la reflexión filosófica y ninguno de los
pensadores importantes de la segunda mitad del siglo XIX se detuvieron
en el problema. En sus obras publicadas en vida, Marx rara vez utiliza
el término, y la discusión sobre la alienación estuvo completamente
ausente del marxismo de la Segunda Internacional (1889-1914).
No obstante, cabe destacar que durante el período muchos intelectuales
desarrollaron otros conceptos, posteriormente asociados al de
alienación. En La división del trabajo social (1893) y en El suicidio
(1897), Émile Durkheim introdujo el término «anomia» para designar un
conjunto de fenómenos que se producen cuando las normas que garantizan
la cohesión social entran en crisis tras una ampliación considerable de
la división del trabajo.
Las tendencias sociales concomitantes a las grandes transformaciones del
proceso de producción también fueron el eje del pensamiento de los
sociólogos alemanes. En La filosofía del dinero (1900), Georg Simmel
estudió la dominación que ejercen las instituciones sociales sobre los
individuos y la impersonalidad creciente de las relaciones humanas.
Por su parte, Max Weber, en Economía y sociedad (1922), abordó los
fenómenos de la «burocratización» a nivel social y del «cálculo
racional» a nivel de las relaciones humanas, a los que definió como la
esencia del capitalismo. Pero estos autores pensaban que estaban
describiendo tendencias imparables de las relaciones humanas y sus
reflexiones estuvieron guiadas por el deseo de mejorar el orden político
y social existente (no el de reemplazarlo por uno distinto).
Debemos el redescubrimiento de la alienación a Georg Lukács, quien en
Historia y conciencia de clase (1923) introdujo el término «reificación»
(Versachlichung) para describir el fenómeno del trabajo que se opone a
los seres humanos como algo independiente y objetivo, y los domina
mediante leyes externas y autónomas. En 1932, la aparición de los
Manuscritos económicos y filosóficos de 1844, obra de juventud de Marx
inédita hasta entonces, fue un acontecimiento decisivo.
En el marco de esa obra, el concepto de alienación remite al fenómeno
por el cual el producto del trabajo se opone al trabajo como algo ajeno,
como un poder independiente del productor. Marx definió cuatro formas de
alienación del trabajador en la sociedad burguesa: (1) por el producto
de su trabajo, que se convierte en un objeto extraño que ejerce un poder
sobre él; (2) en su actividad laboral, a la que percibe como dirigida
contra sí mismo y como si no le perteneciera; (3) por la «esencia
genérica» del hombre que se transforma en un ser ajeno; y (4) por otros
seres humanos y en relación con su trabajo y con el objeto de su trabajo.
A diferencia de Hegel, Marx sostiene que la alienación no coincide con
la objetivación en sí misma, sino con un fenómeno particular que se
produce en una forma precisa de economía: es decir, el trabajo
asalariado y la transformación de los productos del trabajo en objetos
autónomos de los productores. Mientras que Hegel presentaba la
alienación como una manifestación ontológica del trabajo, Marx estaba
convencido de que era el rasgo de una época de producción específica: el
capitalismo.
Por el contrario, a comienzos del siglo veinte, casi todos los autores
que abordaron el problema consideraban que la alienación era un aspecto
universal de la vida. En Ser y tiempo (1927), Martin Heidegger trató la
alienación en términos puramente filosóficos.
En esa especie de fenomenología de la alienación, acuñó la categoría
«caída» [Verfallen] para referirse a la tendencia de la existencia
humana a perderse a sí misma en la inautenticidad del mundo circundante.
Heidegger no consideraba esta caída como una propiedad negativa y
deplorable de la que, «tal vez, etapas más avanzadas de la cultura
humana sean capaces de despojarse», sino más bien como un «modo
existencial de ser-en-el-mundo», es decir, como una realidad que forma
parte de la dimensión fundamental de la historia.
Después de la Segunda Guerra Mundial, bajo influencia del
existencialismo francés, la alienación se convirtió en un tema
recurrente tanto en la filosofía como en la literatura. Pero fue
identificada con un malestar difuso del hombre en la sociedad y una
división entre la individualidad humana y el mundo de la experiencia:
una insuperable condition humaine.
Los filósofos existencialistas no propusieron un origen social de la
alienación, sino que la concibieron como algo vinculado inevitablemente
a la «facticidad» —perspectiva reforzada, sin duda, por el fracaso de la
experiencia soviética— y a la otredad humana.
Marx intentó desarrollar una crítica de la dominación buscando asidero
en su oposición a las relaciones de producción capitalistas. Los
existencialistas siguieron el camino inverso: intentaron absorber las
partes de la obra de Marx que consideraban útiles para sus propios
enfoques, en el marco de un debate meramente filosófico, vaciado de toda
crítica histórica específica.
Otro caso fue Herbert Marcuse, quien también identificó la alienación
con la objetivación en vez de con su manifestación en el marco de las
relaciones de producción capitalistas. En Eros y civilización (1955) se
distanció de Marx y argumentó que la emancipación solo podría ser
alcanzada mediante la abolición —no la liberación— del trabajo y la
afirmación de la libido y del juego en las relaciones sociales. Marcuse
terminó oponiéndose a la dominación tecnológica en general, de modo que
su crítica de la alienación dejó de apuntar contra las relaciones de
producción capitalistas, y sus reflexiones sobre el cambio social se
volvieron tan pesimistas que muchas veces llegó a incluir a la clase
obrera entre los sujetos que operaban en defensa del sistema.
*La fascinación irresistible de la teoría de la alienación*
Una década más tarde, el término entró en la sociología estadounidense.
La sociología dominante trató el problema como si hiciera referencia al
ser humano individual, no a las relaciones sociales, y centró la
búsqueda de soluciones en la capacidad de los individuos para adaptarse
al orden existente, no en las prácticas colectivas que buscan
transformar la sociedad. Este desplazamiento terminó degradando el
análisis de los factores socio-históricos.
Mientras que, en la tradición marxista, el concepto de alienación había
contribuido a algunas de las críticas más agudas del modo de producción
capitalista, su institucionalización en la esfera de la sociología lo
redujo a un fenómeno de inadaptación individual a las normas colectivas.
Estas interpretaciones contribuyeron al empobrecimiento teórico del
discurso sobre la alienación que, alejándose de aquel fenómeno complejo
vinculado a la actividad laboral humana, incluso llegó a convertirse en
un fenómeno positivo, en un medio de expresar la creatividad. Por lo
tanto, terminó diluyéndose al punto de volverse virtualmente insignificante.
Durante el mismo período, el concepto de alienación también se abrió
paso en el psicoanálisis, donde Erich Fromm lo utilizó para construir un
puente con el marxismo. Sin embargo, el filósofo alemán terminó
colocando todo el énfasis en la subjetividad, y su noción de alienación,
sintetizada en Psicoanálisis de la sociedad contemporánea (1955) como un
modo de experiencia en que el individuo se percibe como extraño, terminó
de definir su vocación individual.
Fromm se basó exclusivamente en la concepción expuesta por Marx en los
Manuscritos económicos y filosóficos de 1844, y mostró no comprender la
especificidad y la centralidad del trabajo enajenado en el pensamiento
de Marx. Esta laguna impidió que otorgara su debido peso a la alienación
objetiva (es decir, la que afecta al trabajador en el proceso de
producción y define su relación con el producto del trabajo).
En los años 1960 las teorías de la alienación se pusieron de moda y el
concepto parecía expresar a la perfección el espíritu de la época. En La
sociedad del espectáculo (1967), Guy Debord vinculó la teoría de la
alienación con la crítica de la producción inmaterial. Argumentó que con
la «segunda revolución industrial», el consumo alienado se había
convertido, en igual medida que la producción alienada, en un deber de
las masas.
En La sociedad de consumo (1970), Jean Baudrillard se distanció del
enfoque marxista, es decir, la centralidad de la producción, y también
identificó al consumo como el factor fundamental de la sociedad moderna.
Entonces, la época del consumo, en la que la publicidad y las encuestas
crean necesidades espurias y consensos de masas, se convirtió en la
«época de la alienación radical».
Sin embargo, la popularidad del término y su aplicación indiscriminada
crearon una profunda ambigüedad conceptual. En pocos años, la alienación
se convirtió en una fórmula vacía que atravesaba todo el espectro de la
infelicidad humana y su amplitud generó la creencia de que remitía a una
situación inmodificable. Se escribieron y publicaron cientos de libros y
artículos en todo el mundo.
Fue la época de la alienación tout court. Autores de distinta formación
política y académica propusieron distintas causas para explicar el
fenómeno: mercantilización, superespecialización, anomia,
burocratización, conformismo, consumismo, pérdida de sentido generada
por las nuevas tecnologías, incluso aislamiento personal, apatía,
marginación étnica o social y contaminación ambiental. El debate alcanzó
un límite paradójico en el contexto académico estadounidense, donde el
concepto de alienación sufrió una verdadera distorsión y terminó siendo
utilizado por los defensores de aquellas clases contra las cuales había
sido elaborado en primera instancia.
*La alienación según Karl Marx*
La difusión de los Grundrisse, manuscrito redactado entre 1857 y 1858
que ganó popularidad a comienzos de los años 1970, evidenció el concepto
de alienación con el que trabajaba Marx en sus escritos de madurez. Su
estudio retomaba las observaciones de los Manuscritos económicos y
filosóficos de 1844, pero las enriquecía con una comprensión mucho más
amplia de las categorías económicas y un análisis social más riguroso.
En los Grundrisse, Marx utilizó más de una vez el término «alienación» y
argumentó que, en el capitalismo: «El intercambio general de las
actividades y de los productos, que se ha convertido en condición de
vida para cada individuo particular y es su condición recíproca [con los
otros], se presenta ante ellos mismos como algo ajeno, independiente,
como una cosa. En el valor de cambio el vínculo social entre las
personas se transforma en relación social entre cosas; la capacidad
personal, en una capacidad de las cosas» [Grundrisse, Ed. S. XXI, tomo
1, pp. 84-85).
Los Grundrisse no eran el único texto incompleto de madurez donde Marx
abordó la alienación. Cinco años después, el borrador de la parte VI del
libro primero de El capital (1863-1864) estableció un vínculo más
estrecho entre los análisis económicos y políticos y el concepto de
alienación. Marx argumentó entonces que «la dominación del capitalista
sobre el trabajador es la dominación de las cosas sobre los seres
humanos, del trabajo muerto sobre el trabajo vivo y del producto sobre
el productor.
En la sociedad capitalista, la transposición de la productividad social
del trabajo en los atributos materiales del capital promueve una
verdadera personificación de las cosas y una reificación de las
personas, y crea la apariencia de que las condiciones materiales del
trabajo no están sometidas al trabajador, sino que es él quien está
sometido a ellas».
El progreso que representa esta concepción frente a los escritos
tempranos es evidente también en la famosa sección de El capital (1867)
titulada «El fetichismo de la mercancía». Según Marx, en la sociedad
capitalista, las relaciones entre las personas no se presentan como
relaciones sociales, sino como «relaciones entre cosas». Este fenómeno
es lo que denominó «el fetichismo que se adhiere a los productos del
trabajo no bien se los produce como mercancías, y que es inseparable de
la producción mercantil».
En cualquier caso, el fetichismo de la mercancía no reemplazó a la
alienación de los escritos de juventud. Marx siguió sosteniendo que, en
la sociedad burguesa, las cualidades y las relaciones humanas se
convierten en cualidades y relaciones entre cosas. Esta teoría —que
anticipa lo que Lukács llamaría reificación— ilustra el fenómeno desde
el punto de vista de las relaciones sociales, mientras que el concepto
de fetichismo aborda la misma cuestión desde el punto de vista de las
mercancías.
La difusión de todos estos escritos de Marx abrió el camino a una
concepción de la alienación distinta de todas las que se volvieron
hegemónicas en la sociología y en la psicología. Es una concepción
dirigida a la superación de la alienación en la práctica: a la acción
política de los movimientos sociales, partidos y sindicatos que se
movilizan para transformar las condiciones de vida y trabajo de la clase
obrera.
La publicación de esos textos, que —después de la edición de los
Manuscritos económicos y filosóficos de 1844 en 1930— podríamos
denominar la «segunda generación» de escritos de Marx sobre la
alienación, no solo brindó una base teórica coherente a los nuevos
estudios del fenómeno, sino también una plataforma ideológica
anticapitalista al servicio del extraordinario movimiento social y
político que surcó el mundo en aquella época. La alienación abandonó los
libros de los filósofos y las salas de conferencias de las
universidades, tomó las calles y los lugares de trabajo y se convirtió
en una crítica general de la sociedad burguesa.
Durante las últimas décadas, el mundo del trabajo sufrió una derrota
histórica y la izquierda todavía enfrenta una profunda crisis. Con el
neoliberalismo volvimos a un sistema de explotación que en muchos
aspectos es similar al del siglo XIX. Por supuesto, Marx no tiene una
respuesta para todos nuestros problemas, pero supo plantear las
preguntas esenciales.
En una sociedad dominada por el mercado y la competencia entre
individuos, el redescubrimiento del concepto de alienación de Marx
brinda una herramienta crítica indispensable, tanto para entender el
pasado como para criticar el capitalismo contemporáneo.
Em
OBSERVATORIO DE LA CRISIS
https://observatoriocrisis.com/2021/12/22/la-teoria-de-la-alienacion-de-marx/
22/12/2021
terça-feira, 14 de dezembro de 2021
¿Puede la crisis del Globalismo dar paso a una revolución-mundo?
*WIM DIERCKXSENS y WALTER FORMENTO*
*Introducción*
El fracaso de la política globalista de la llamada “agenda climática” o
“verde” es un hecho de características significativas, que implica el no
avance del mapa del poder trazado por el Globalismo en 1999-2021 y el
definitivo no regreso al mapa del poder delineado por el Continentalismo
estadunidense y su fase posterior Tricontinentalista entre 1966-2001.
La puja de poder entre la OTAN y la OCS, que asumen la forma de un
enfrentamiento entre la OTAN y Rusia en la frontera de
Ucrania-Bielorrusia y en la frontera interna Kiev-Donbas en Ucrania
marca los límites de la OTAN pos Afganistán 2021 para resolver a su
favor los conflictos que plantea y que se le plantean.
Para la administración globalista ( desde la administración Obama a la
de Biden, a través de la OTAN) la crisis en Ucrania es el instrumento
para evitar que la UE –Europa- consolide su articulación en el proyecto
de un Mundo Multipolar. Y, por lo tanto, una recuperación de la unidad
estratégica de Europa. Para ello, en primer lugar, el Globalismo a
través de la OTAN con base de apoyo en Polonia y Ucrania, busca sabotear
con “todos los medios” la puesta en marcha concreta del Gasoducto
Nordstream-2, que conectaría de modo directo Rusia con Alemania.
La Iniciativa Globalista llamada Crisis Climática o Alternativa Verde
han entrado en un momento de crisis terminal, porque los
actores-e-intereses que las promovían han perdido la iniciativa, han
dispersado sus “fuerzas” e incluso están en conflictos internos que
adquieren cada vez mayor relevancia. Esto, por otro lado, se manifiesta
como un regreso de las naciones del sur global a una agenda industrial y
energética con iniciativa propia en el marco del multipolarismo ascendente.
Por ello, las “paradas” de suministro de energías fósiles en Europa, que
ya está expuesta a las primeras olas de frio, se transforman en fuerzas
que movilizan, bloquean y generan nuevas situaciones y escenarios, un
espacio donde emergen y se consolidan nuevos actores ascendentes.
Por ello, las amenazas de operaciones bélicas desde la OTAN no van más
allá. Su desordenado repliegue en Afganistán puso de manifiesto su
pérdida de capacidades para proyectar poder económico, técnico-militar,
de inclusión social y estratégico-cultural. A los globalista solo le va
quedando una 4ta Ola del Covid-19, que ha tomado como centro a la UE
(Alemania-GB-Francia-Italia-etc.).
*El «fracaso» de la COP26 y la agenda de la llamada “crisis climática”
de la ONU*
Hace 12 años, las llamadas naciones en desarrollo se negaron a limitar
su crecimiento económico. Luego, hace 7 años en París 2015, nuevamente
las naciones en desarrollo –o periféricas a los países centrales-
recibieron carta blanca para seguir aumentando las emisiones. Y cuando
llegó el momento de la crisis en 2021, las naciones en desarrollo –ahora
participando de la Nueva Ruta de la Seda multipolar- (encabezadas por
India, China, Sudáfrica e Irán) ya sabían con certeza que sus economías
no pueden funcionar sin carbón y otros combustibles fósiles, y mucho
menos aliviar la pobreza. Por ello, el “Acuerdo” perdió respaldo y fuerza.
Entonces, los organizadores de la ONU aceptaron los hechos concretos y
cambiaron la palabra “eliminación” por “fase descendente” lo cual
termino de destruir el Acuerdo. Entonces, ahora, el mundo podrá seguir
quemando todo el carbón que se requiera, durante el tiempo que quieran.
Lo que la COP26 realmente ha acordado se reduce a reunirse nuevamente el
próximo año 2022. De hecho, se reconoció que las emisiones seguirían
aumentando hasta 2030.
La COP demostró que llamado “Tercer Mundo” exige cada vez más. Las
“naciones en desarrollo” plantean que se incremente el financiamiento
para la adaptación al cambio climático, no quieren dinero para paneles
solares, prefieren tener el dinero para desarrollar “capacidades” para
enfrentar el “cambio climático” que las transnacionales globales
producen social y ecológicamente.
En la reunión en Glasgow-Escocia del COP26, hemos visto el principio del
fin de la agenda climática de la ONU. El final del camino de una
estrategia discursiva del Globalismo que legítimo, desde fines de 1990,
la deslocalización industrial desde los países centrales a los
periféricos , como modo de manifestar el despliegue del Globalismo
Unipolar Transnacional, que logró redefinir las realidades ( incluso el
modo la conceptualizaciónde País Central o Desarrollado en el Norte
Global y de País Periférico o Subdesarrollado a Sur Global) .
Pero, 30 años después, en 2021, en un nuevo marco internacional la
Iniciativa Estratégica ya paso a las “manos” de las naciones que
promueven el despliegue de un nuevo orden Multipolar Plurinacional.
La COP nos mostró que los llamados “países en desarrollo” de todo el
mundo se pusieron de pie y se negaron a reducir el consumo de
combustibles fósiles, porque saben que hoy por hoy no tienen otra
alternativa, no lo pueden hacer si su objetivo es desarrollar sus
economías y, dar a sus pueblos inclusión social y política, una mayor
capacidad de consumo y servicios económicos y culturales, en fin, una
vida mejor. También quedó claro que los actores
trasnacionales-financieros-globales ya no pueden imponer sus condiciones
a todo el mundo aunque sigan necesitando maximizar la tasa de ganancia
transnacional global.
Los precios europeos del gas natural continúan subiendo después que se
“observaron” retrasos en el gasoducto Nord Stream 2 a fines de noviembre
y, además, ahora un importante gasoducto de crudo de Rusia a Europa ha
“detenido temporalmente” los flujos, debido a «reparaciones no programadas».
El gigante de las exportaciones Transneft escribió: «Se iniciaron
reparaciones no programadas en uno de los ramales del oleoducto Druzhba,
limitando el flujo en dirección a Polonia durante aproximadamente tres
días”. El operador de la sección bielorrusa, dijo que el mantenimiento
comenzó el 16 de noviembre. Habiendo restringido el bombeo [de crudo]
hacia Adamowa Zastawa [en Polonia] provisionalmente durante tres días,
pero el plan para el mes no se revisa», dijo Transneft.
Druzhba es una de las redes de oleoductos más grandes del mundo. Su red
se divide en dos y bombea el crudo a una sección norte, Polonia y
Alemania, y una parte a la sección sur, Ucrania a Eslovaquia, la
República Checa y Hungría.
Las reparaciones no programadas, se producen días después de que el
líder bielorruso Alexander Lukashenko amenazara con cortar el suministro
de gas de tránsito de Rusia a Europa debido a una “crisis migratoria” en
la frontera entre Bielorrusia y Polonia. Esto se agrega al ahora
retrasado proceso de aprobación para el gasoducto Nord Stream 2.
El regulador de energía de Alemania, ha anunciado que suspendió el
proceso de certificación para el nuevo gasoducto que conecta Alemania y
Rusia, luego de dictaminar que el operador que ésta dentro de Alemania
no cumple con las condiciones establecidas por las leyes en Alemania.
La empresa “Nord Stream 2 AG”, que tiene su sede en Zug (Suiza), ha
decidido no transformar actual forma legal y sólo creará una subsidiaria
bajo la ley alemana para gobernar únicamente la parte alemana del
oleoducto. Entonces, el índice de referencia europeo para el Gas, ha
subido al menos un 33% en usemana.
El cierre por mantenimiento de Druzhba y el retraso del proceso de
certificación de Nord Stream 2 llegan en el peor momento posible. La UE
se enfrenta a una verdadera crisis energética. Los niveles de
almacenamiento de gas natural en Europa son los más bajos desde 2013 y
los retrasos “inesperados” se han producido justo antes de la primera
ráfaga fría de la temporada invernal. En efecto, el rebote de la
pandemia , la inflación energética y las interrupciones de la cadena de
suministros podría alimentar un complejo «invierno de descontentos», que
puede conducir a serias inestabilidades socioeconómicas en Europa.
*Estados Unidos, Biden y la “Caída de las reservas SPR”*
La administración de Biden está “preocupada” por detener la subida de
los precios minoristas de la gasolina en EEUU. Incluso habría hecho una
“movida” solicitando al presidente Xi que liberara parte de la Reserva
Estratégica de Petróleo de China, sin embargo, inmediatamente el
JPMorgan-Texas, con espíritu más realista, aseguró que es «muy poco
probable» que estas medidas hicieran bajar los precios de los
combustibles. Y aunque China accedió, parcialmente , la tendencia al
alza del petróleo se ha mantenido sin variaciones. De hecho, las
reservas estratégicas estadounidense (SPR) han experimentado reducciones
durante 10 semanas consecutivas, durante las cuales se han retirado más
de 15 millones de barriles de crudo.
La tendencia descendente en el uso y perdida de las SPR -reservas
estratégicas- viene desde marzo-septiembre de 2020, cuando sucedieron
una serie de crisis internas en EEUU. Un ejemplo fue el enfrentamiento
entre dos fracciones financieras en el mercado de TICS, que impactaron
sobre el conjunto de las empresas que cotizan.
Con 606 millones de barriles, la SPR está en su nivel más bajo desde
2003, y parece que habrá más caídas. Como señala Bloomberg, la retirada
de 3,25 millones de barriles del SPR es la mayor en más de una década.
Aunque la tendencia a la perdida de Reservas Estratégicas de Petróleo
comenzó en 2011, en la pos crisis financiera global de 2008-2009 y no ha
sido revertida aún.
Desde la liberación coordinada de las reservas de emergencia –SPR- en
marzo-septiembre de 2011 y el llamado “levantamiento libio o de Gaddafi”
con el “concurrente asesinato de Muammar Gaddafi” en octubre de 2011 por
la OTAN, no se habían “gastado” tanto de las cavernas de almacenamiento
en una sola semana. Además, también está claro que el “uso” de SPR
–Strategic Petroleum Reserve-, del que tanto se habla, se está
produciendo sigilosamente.
Pero hay algo más, a pesar de liberar reservas estratégicas de petróleo
durante 10 semanas seguidas, los precios de la gasolina en el surtidor
en EEUU han aumentado más del 7%. Por lo tanto, el uso de reservas
estratégicas no está destinado al mercado interno norteamericano. ¿Tal
vez están siendo destinadas a consumos presentes y futuros de la OTAN?
Como en el 2011. En este asunto es importante tomar nota que Biden ha
decidido dejar de confrontar con las empresas de combustibles fósiles.
Pero, aunque el aumento de voces y diálogos sean crecientes, lo concreto
es que el precio del petróleo internacional viene subiendo desde
noviembre de 2020, de modo acelerado y sin interrupciones y, a partir de
octubre-noviembre de 2021 se ha acelerado del mismo modo que lo hizo
este febrero-marzo de 2021.
*Putin y Biden, reunión marco y juego de sombras*
Estaba confirmado que Vladimir Putin y Joe Biden tendrían una
conversación «larga» (mediante video) considerando las “tensiones
extremas” entre Estados Unidos, la OTAN, la UE y Rusia-OCS. Con razón el
evento fue definido por la prensa como un “momento decisivo”.
Veamos qué han estado haciendo las dos partes: EEUU ha aumentado las
“tensiones” lo más alto posible, tanto con una avalancha de
declaraciones belicosas como mediante la participación en ejercicios de
«acoso menor» cerca de la frontera rusa. La principal (y única) ventaja
de esta estrategia previa a las negociaciones es que cuesta muy poco
dinero y tiene un efecto de relaciones públicas, hacia adentro, importante.
Las dos principales desventajas de esta estrategia previa a las
negociaciones son 1) tienden a llevar arrinconar, limitar los márgenes,
a Biden, de modo que cualquier tipo concesión, por razonable que sea,
puede ser presentada como una “rendición ante el malévolo Putin” lo que
lo debilitaría principalmente hacia adentro de Estados Unidos con los
Republicanos comandados por Texas-Florida; y 2) en la Rusia-OCS saben
que todo este ruido de sables es solo “humo” y, bien leído, un signo de
debilidad. Por lo tanto, es solo una jugada para adentro del
Unipolarismo Financiero en EEUU principalmente, pero también para
intentar reducir los márgenes de acción en la UE continental de
Alemania-Francia-Italia-España-etc., y de Escocia en el RU.
Rusia ha hecho protestas verbales comparativamente «más fuertes» y ha
mencionado «líneas rojas» que el Imperio Global (en la OTAN) ha ignorado
por completo. Rusia, también, han realizado movimientos militares reales
que han preocupado a la OTAN, incluido el repentino lanzamiento hacia el
Pacífico de todos los submarinos estratégicos de la Flota Rusa de ese
océano.
El problema podría llegar a plantearse de este modo: «Biden» ha
“permitido” que los continentalistas ruso-fóbicos coloquen a la
Administración Biden en el mismo rincón, donde esos mismos locos de
Texas-Florida “atraparon” a Trump: un lugar donde no hay márgenes para
negociaciones significativas. El problema principal es que en el mundo
real (a diferencia del Hollywood y del de las TICs-IA), es Rusia-OCS la
que está en una posición de fortaleza, mientras que Estados Unidos-OTAN
están en una posición de vulnerabilidad significativa, tal como lo
muestra la salida de la OTAN de Afganistán y el modo en cómo se
constituyó la AUKUS.
En otras palabras, es extremadamente improbable que Rusia-OCS hagan
concesiones importantes en algo, aunque solo sea para ganar tiempo.
Rusia-OCS no quiere ni necesita una guerra en ningún lado, por lo que
probablemente esté dispuesta a hacer concesiones relativamente menores,
pero solo políticas. En términos militares, Rusia-OCS están ahora
«prestos» y no se retirarán a menos que el llamado Imperio-Global-OTAN
otorgue concesiones legalmente vinculantes y verificables para
garantizar la seguridad de Rusia en su frontera occidental.
*La cuarta ola de Covid-19: ¿Hay condiciones para una rebelión?*
En los últimos días de noviembre, la prensa corporativa y los gobiernos
mundiales han producido una increíble cantidad de ruido sobre una nueva
variante de COVID, la variante «Omicrón», que se habría detectado en
Sudáfrica y Botswana. El pánico actual de la nueva cepa llega después de
las “revueltas populares” en Europa contra las amenazas de nuevos
cierres de la economía y la imposición “autoritaria” de la vacunación,
cuando los casos de COVID-19 estaban aumentando en Europa. Señalan que
la 4ta-Ola podría ser más grande que todas las anteriores y, por lo
pronto, aún más entre los ya vacunados que los no vacunados. Se observa
una “obsesión” para vacunar a toda la población sin excepción. El
acento, por el momento, cae más sobre la vacunación obligatoria que
sobre el confinamiento. Particularmente porque la 3ra dosis de
vacunación podría significativamente limitar el poder de “daño” de la
4ta-Ola u Omicron.
Los vacunados, sin embargo, pueden contribuir justamente al desarrollo
de variantes del virus y pueden acelerar la propagación del COVID,
afirma el Dr. Günter Kampf, profesor asociado de higiene y medicina
ambiental en la Universidad de Medicina Greifswald, Instituto de Higiene
y Medicina Ambiental en Alemania. Como se demuestra en la revista del
establishment The Lancet. El Dr. Kampf constituye una excepcional voz
disidente en el establishment sobre las vacunas COVID-19. La nueva
variante de Covid-19, «Omicrón», se observó primero en Sudáfrica, único
país africano con niveles altos de vacunación. El Dr. Kampf afirma
asimismo que la inmunidad generada por una infección por COVID es más
duradera que la inmunidad obtenida por vacunación, ya que la misma
pierde rápidamente efectividad.
Según datos del Johns Hopkins, las vacunas tampoco constituyen ningún
´salvavidas´ contra Covid-19 ya que el número total acumulado de muertes
relacionadas con la enfermedad Covid-19 en el año 2021 y reportadas al
22 de noviembre en EEUU (con más de un mes por delante), superó la cifra
de 386500 casos, cifra por encima de las 385300 muertes observadas en el
año 2020. Esto ha sucedido a pesar del hecho que en el año 2020 no se
vacunó a ningún estadounidense, contra el 59% de todos los
estadounidenses vacunados en 2021.
Entonces, nos preguntamos: ¿por qué las personas no pueden tener derecho
a elegir si dejar vacunarse o no dejar que una vacuna “entre” en su
cuerpo? La único que sabemos fehacientemente es que la élite globalista
necesita y está decidida a imponer su ´Económic Reset´: imponer un orden
de poder consistente con sus intereses financieros unipolares
globalistas. Este Economic-Reset ya no solo está planteado en relación a
los Continentalismos Unipolares norteamericano, del RU, de la UE, etc.
Sino también y principalmente al Multipolarismo Pluriversal
Plurinacional de los Pueblos. Para ello quiere y necesita fomentar la
obediencia masiva a fin de poder imponer el New Reset Global.
Las vacunas Pfizer y AstraZeneca no se habrían aprobado, si los
gobiernos hubieran exigido seis meses entre una y otra dosis en lugar de
dos, debido a la severa disminución de la eficacia de la vacuna conforme
pasan los meses. Lo anterior concluye el epidemiólogo Dr. Paul Elias
Alexander, quien fue asesor consultor de evidencia de la pandemia de
COVID de la OMS y la OPS en Washington, DC (2020) y ex asesor principal
de la política de la pandemia de COVID en salud y servicios humanos
(HHS) en Washington, DC, quien publicó un artículo para el Brownstone
Institute con una lista de 130 estudios de investigación sobre la
inmunidad natural a COVID. El doctor señala que: “Los funcionarios de
salud pública y el establishment médico están engañando al público con
afirmaciones de que las inyecciones de COVID-19 brindan mayor protección
que la inmunidad natural. A diferencia de la protección a corto plazo
que ofrecen las vacunas, la protección obtenida por la infección ha
demostrado ser duradera y amplia. Lo lógico sería tener un debate sobre
qué hacer entonces.
Observamos, sin embargo, que hay una obsesión a nivel internacional para
tener vacunados el 100% de la población a toda costa y aplicar una
tercera o cuarta vacuna. Para el mes de diciembre de 2021 podemos
esperar la implementación de medidas más autoritarias: más gente
vacunada y quienes se resistan podrán estar expuestas a penas cada vez
más duras particularmente en EEUU. Los no vacunados serán considerados
parias de la sociedad. Las vacunas contra el COVID-19 figuran como el
boleto para acceder a los “privilegios” de la vida comunitaria.
¿Cuál es la razón? Condicionan a la población a la idea de que el ser
parte de la sociedad no es un derecho, sino depende de la medida en que
uno esté dispuesto a cumplir con los dictados del gobierno, no importa
cuáles sean. Estos mandatos de COVID-19 a la vez han creado y podrán
crear un nuevo escenario de grandes protestas a nivel internacional,
amenazando con otro fracaso para las fuerzas globalistas de poder
imponer su Economic Reset.
La lucha gira especialmente en torno a la autonomía corporal y la
soberanía individual ante el asalto masivo, coercitivo y autoritario y
al derecho a la soberanía individual sobre la propia vida.
Hemos de entender que después de la derrota en el COP26-Escocia, los
actores globalistas se encuentran en una situación “desesperada” para
imponer su Economic Reset de cualquier “modo”. Las transnacionales de la
comunicación global y los “gobiernos globalistas” han producido una
increíble cantidad de ruido sobre la nueva variante de COVID, la
«Omicron». Al igual que con los episodios de histeria-19 en el pasado,
la misma fue fomentada por las fuerzas globalistas.
La nueva variante de “histeria” se originó en el Imperial College del
Reino Unido. El Imperial College ha sido la fuente de innumerables
versiones de la propaganda de una «nueva cepa» de Covid-19 a fin de
llevar el “miedo” por terrorismo comunicacional virtual a nivel mundial.
No hay motivo estadístico de alarma sobre esta nueva cepa ya que es una
más de las miles y miles de mutaciones en el coronavirus.
Pero, a partir de la alarma, sí observamos en los últimos días de
noviembre y los primeros de diciembre de 2021 un reforzado acuerdo entre
el Estado tecno-corporativo global y el gobierno de los Estados Unidos
sobre los “mandatos” de las vacunas. Es simplemente la manifestación
desesperada de las fuerzas fascistas-globalistas para “derrocar” la
república constitucional y anular los derechos individuales. La tarea,
sin embargo, no es fácil y podría ser causa no solo de rebeliones
callejeras en relación con o producto de choques entre las fracciones
oligárquicas de capital que componen a la fracción financiera
Globalista-OTAN, Nueva York-San Francisco, y a la fracción financiera
Continentalista-SouthCom, Texas-Florida.
Una encuesta realizada en EEUU por la Sociedad para la Gestión de
Recursos Humanos estimó que el 28% de los estadounidenses empleados no
están dispuestos a recibir una vacuna anti-COVID, incluso si eso
significara perder sus trabajos. Aunque OSHA (la Administración de Salud
y Seguridad Ocupacional) exige a los empresarios con más de 100
trabajadores que vacunen a sus empleados. Aquellos que se nieguen a
vacunarse, pero conserven sus trabajos, tendrán que dar negativo en la
prueba de COVID semanalmente. Las empresas que no exijan que sus
empleados se vacunen enfrentan multas de hasta $ 13,653 por tal
violación y 10 veces dicha cifra por violaciones intencionales o repetidas.
La administración globalista de Biden está recibiendo mucha resistencia.
La Corte de Apelaciones del 5to Circuito de los Estados Unidos en Nueva
Orleans avaló la decisión de una instancia inferior, de poner en
suspenso la orden considerada inconstitucional de Joe Biden para que las
empresas con 100 trabajadores o más exijan vacunas contra el COVID-19.
El tribunal argumentó que el mandato de la vacuna «plantea serias
preocupaciones constitucionales» y excede la autoridad del gobierno
federal». El fallo provocó desafíos legales en al menos 27 estados, así
como de grupos empresariales y religiosos que argumentan que el mandato
es inconstitucional. Hasta ahora, alrededor de 24 estados federales han
presentado demandas contra los mandatos de vacunación de Biden.
También a nivel de ciudades se observa la resistencia. En EEUU ya hay
una ciudad en estado de rebelión: La ciudad de Oroville, California, se
ha declarado a sí misma una “República Constitucional”, independiente de
las órdenes ejecutivas emitidas por el gobierno federal y en protesta
por las vacunas obligatorias, los confinamientos y los mandatos de
máscaras impuestos por la administración Biden.
El vicealcalde Thompson explicó: ´Creo que, en todos lados, pero
especialmente en California, el tejido mismo de nuestra nación se
encuentra en una encrucijada de cuánta autoridad dejaremos que obtenga
el gobierno central. No creo que nadie gane cuando el gobierno central
tiene mayor autoridad, enfatizó Thompson´, y agregó que ´cada vez que se
pierde la libertad, generalmente se necesita un derramamiento de sangre
para recuperarla. También a nivel de grandes fabricantes de automóviles
observamos resistencia. Las tres grandes empresas continentalistas
anti-globalistas de EEUU: Ford, General Motors y Stellantis, han
acordado no exigir vacunas para los miembros del sindicato UAW.
En este punto podría surgir la pregunta: ¿cómo reaccionaría el ejército
ante eventuales rebeliones sociales? También aquí nos encontramos con
hechos concretos, que sorprenden. La Guardia Nacional de Oklahoma
‘rescindió’ el requisito del Pentágono de que los miembros del servicio
reciban la vacuna COVID-19. El Pentágono no puede tomar medidas al
respecto porque no es su jurisdicción, las tropas de la Guardia Nacional
responden ante sus gobernadores.
Es cierto también, que la gran mayoría de los fondos de la Guardia
Nacional provienen del gobierno federal, que amenaza en cortarlos. Sin
embargo, la única forma en que Oklahoma ‘perdería’ cualquier
financiamiento federal sería por no cumplir con el Artículo 32, es
decir, al ignorar el orden legal de la autoridad civil elegida, en este
caso, el propio gobernador de Oklahoma quién está del lado de los
“revoltosos”. Pero, en ese caso, el gobierno de Biden, donde dominan los
Globalistas (Blackrock-Soros-Yellen-etc.), aparentemente no contaría con
el ejército de los Estados Republicanos (la mayoría en números) para
poder enfrentar la rebelión.
Los Estados y Ciudades con población mayoritariamente republicana siguen
luchando en todos los niveles contra los mandatos “autoritarios” de los
intereses globalistas en el gobierno de Biden. Estos serían los modos y
características que va asumiendo la puja de poder entre los intereses y
oligarquías financieras Globalistas-vs-Continentalistas en Estados
Unidos. Dando forma, modo y contenido a la guerra civil larvada que se
viene desarrollando desde que el Gobierno Clinton-Globalista derogo la
ley Glass Steagall en 1999, liberando todo el poder de las grandes
Bancas Financieras de Inversión para que controlaran y subordinaran a la
Banca Comercial. Y a partir de esto a las industrias. Claro que
inmediatamente los Continentalistas de Texas-Florida respondieron con
los golpes en las llamadas: “Caída de las Torres Gemelas” en 2001 y
“Caída del Lehman Bothers-Citigroup” en 2007-08.
Y, el 9 de diciembre de 2021, un número creciente de diputados y
senadores demócratas en la Cámara y el Senado se están uniendo a los
republicanos para confrontar rechazando las demandas de los globalistas
en el gobierno de Biden, de imponer que las vacunas sean obligatorias.
Los oponentes de éste mandato globalista argumentan que es
inconstitucional. En este contexto, los tribunales que están tomando
medidas para bloquear el mandato de “Biden”, no encontrarían mayor
oposición en eventuales apelaciones ante la Corte Suprema. Por su parte,
el primer ministro británico, Boris Johnson, también en línea con los
intereses pro-globalistas, contempla imponer su ronda de restricciones.
Mientras, otros líderes europeos solo advierten que no se excederán al
imponer otra ronda de bloqueos o estrictos mandatos de vacunas. El
director regional de la OMS, Hans Kluge, afirma que se debe considerar
el efecto que los mandatos tienen sobre la «confianza pública y pide que
las naciones europeas eviten hacer que las vacunas sean obligatorias. En
el Reino Unido, un importante programa de televisión eliminó una
encuesta vía Twitter (globalista) luego que mostrara que el 89% se
oponen a las vacunas obligatorias, en una muestra de 42 mil encuestados.
La credibilidad de los políticos ligados a las fuerzas globalistas que
perseveran para imponer el Economic Reset a través de mandatos
verticales, que esperaban poder implementar a partir del terror, el
aislamiento y el ensimismamiento que causa el Covid-19, se pierde y no
solo en Estados Unidos. Entonces, ¿qué otra medida les queda a los
intereses globalistas para poder imponer su Economic Reset, cuando no
pueden avanzar resolviendo la barrera que les imponen los
Continentalismos y Localismo oligárquicos en cada nación: EEUU, Gran
Bretaña, etc.
¿Estarán preparando hacer que estalle una gran crisis bursátil, que las
fuerzas globalistas han pospuesto hasta la fecha? Esta nueva crisis
financiera global para imponer un escenario de guerra financiera
globalista, tendrá márgenes para poder imponerla cuando es escenario
internacional muestra a los actores
multipolares-plurinacionales-pluriversales en la OEEA-OCS con márgenes
de maniobra que les permiten hasta ahora neutralizar cualquier escenario
de desestabilización global que impulsaran las fuerzas unipolares
financieras, ej.: La salida relámpago de la OTAN de Afganistán o La
provocación de la OTAN en Kiev contra Rusia, Ucrania y Bielorrusia.
Pronto lo vamos a ver, pero una cosa es segura, el proyecto multipolar
sigue consolidando sus posiciones y sorteando los escenarios de guerra
militar que le plantea la OTAN en diferentes momentos, situaciones y
regiones. Aunque la OTAN este y de muestras de estar en una situación de
debilidad técnico militar.
*El Regreso del Reino del Medio*
Nos encontramos en medio de una transición de carácter civilizatorio,
una transición de un mundo Unipolar hacia otro Multipolar. El Proyecto
Multipolar, en tanto que iniciativa estratégica del Siglo XXI, no solo
es dominante ya en todas las naciones de la masa terrestre continental
Eurasiática. También existe una tendencia clara y definida para que las
iniciativas de hacer parte a otras naciones como México, Argentina,
Brasil, Perú, etc. y regiones como la CELAC, etc., avancen de modo
claro. Al igual que para África. Conformando de esto modo un dialogo de
civilizaciones pluriversal, plurinacional y multipolar.
Consideramos que la China multipolar en los BRICS, con el proyecto de la
Nueva Ruta de la Seda, permite invertir la lógica del valor-capital. La
racionalidad económica en China no está autonomizada a partir de
valor-capital. El Estado Nacional en China puede invertir la lógica y en
estos días de la llamada “Crisis de Evergrande” ya está dando muestras
que las inversiones hacia el ámbito improductivo parasitario están
siendo frenadas, para evitar su desconexión con la economía real.
Evergrande, que tenía más de 300.000 millones de dólares en pasivos a
junio, se convierte en la mayor ´víctima´ de los esfuerzos del
presidente Xi Jinping para tomar medidas enérgicas contra el libre
sector inmobiliario y frenar la especulación inmobiliaria. Como señala
Bloomberg, «la renuencia de Beijing a rescatar al desarrollador envía
una clara señal de que el Partido Comunista no tolerará acumulaciones
masivas de deuda que amenacen la estabilidad financiera».
También es una señal de que los multimillonarios que hicieron su fortuna
con negocios inviables no serán salvados ni rescatados. Por ello, los
tenedores de bonos offshore son los últimos en la fila para el pago y
ciertamente tendrán que aceptar recortes, posiblemente de un 80%. El
mayor perdedor en términos de dólares es el fundador de Evergrande, Hui,
quien a partir de la caída en el precio de las acciones de Evergrande ha
visto reducir su riqueza en un 73%, según Bloomberg.
China hace los mayores esfuerzos para limitar las consecuencias en el
mercado inmobiliario más amplio y para reducir el contagio más allá del
sector, en un país donde los bienes raíces representan aproximadamente
una cuarta parte de la producción económica y hasta el 75% de la riqueza
de los hogares. La compañía informó el 5 de diciembre que los
representantes del gobierno de Guangdong han ocupado la mayoría de los
asientos en un nuevo comité de gestión de riesgos. Estamos, en otras
palabras, en camino a la estatización de facto de las empresas privadas
en problemas, pero sin salvar a los accionistas y menos aún al capital
foráneo.
En lugar de invertir dinero en el circuito improductivo, la otra opción
que China tiene, al conducir de facto las empresas, es cambiar la
racionalidad económica, es decir, impulsar otro modo de producción que
sí tenga respuestas para re-vincularse con lo productivo sin destruir la
naturaleza, sin afectar negativamente el medio ambiente. Que, en lugar
de acortar la vida media de los productos finales e intermedios, pueda
decidir prolongar su vida media. Que pueda priorizar los productos
(alargar su vida útil y su calidad) según las necesidades de la
población, frenando el consumismo en beneficio exclusivo de las
corporaciones y como motor del capitalismo, es lo que lleva claramente
al llamado “cambio climático” y a la destrucción de la naturaleza y toda
la vida animal.
Con el desarrollo existente de la Inteligencia Artificial es posible hoy
no solo conocer las necesidades populares, no para manipularlas a favor
de las ganancias y los intereses exclusivos de los grandes consorcios,
para generar productos y servicios en función de la vida misma de los
Pueblos, de la Comunidad-Mundo. En un primer momento tal vez en China,
pero con la potencialidad de incluir al mundo multipolar como un todo,
donde nadie debería estar excluido y, particularmente, tampoco el Pueblo
de Estados Unidos.
La Vía Oriental siempre ha construido comunidad e interés comunitario
por sobre el interés individual. La Vía Occidental desde el neolítico
tardío ha construido sociedad a partir del interés individual y la
individualidad. En la vía occidental, a partir de la individualidad no
hay modo de construir sociedad que logre alcanzar el Bien Común
(Dierckxsens 2013).
Nunca a partir de intereses privados en conflicto: entre amos y
esclavos, señores feudales y siervos, ni entre capitalistas y
trabajadores asalariados que operan en competencia o en conflicto de
intereses particulares, hay modo de alcanzar el Bien Común y menos aún
en su crisis final. La realidad actual en Occidente se dirige hacia una
centralización de riqueza cuasi infinita, en manos de corporaciones
económico-financieras en conflicto entre sí, con la exclusión cada vez
más consolidada de grandes y crecientes mayorías de población.
En la historia Oriental (así como en la historia de la América
precolombina, de Egipto, etc.), se conserva el concepto de lo
comunitario/pueblo frente al desarrollo de intereses particulares o
individuales occidentales. Es la historia de una comunidad directiva o
meritocratica que dirige las obras colectivas para la sociedad como un
todo, es decir en principio para las comunidades de base/pueblo. Este
bagaje histórico aún se manifiesta en la China de hoy. La meritocracia
tiene márgenes de explotar la comunidad de base/pueblo al apropiarse de
una parte determinada (mayor o menor) del excedente para sí. Explotación
de y en solidaridad con el pueblo no son excluyentes en la historia
oriental. Mientras lo colectivo y re-productivo predomina sobre lo
privativo, existe mayor legitimación de la meritocracia y si sucede lo
contrario, la meritocracia se revela como clase dominante explotadora y
en su extremo obsoleta y estalla la rebelión contra esta clase explotadora.
La caída de una dinastía y consecuente desintegración de la gran
comunidad implicó en la historia de China el abandono de las obras
re-productivas. Lo cual llevo a que sea sucedida por otra comunidad
directiva, a menudo en otro lugar, para volver a integrar comunidades a
fin de levantar obras productivas colectivas. Esta es la historia
cíclica y milenaria de Oriente en general y de China en particular,
donde imperaba por milenios el Modo de Producción Tributario.
La realidad de hoy es que en los trabajos colectivos (incluyendo la
Nueva Ruta de la Seda) que impulsa la actual meritocracia (el partido)
predominan los productivos, aunque en la China de hoy no se excluye la
apropiación privativa, pero se la controla cada vez más con sanciones,
como en el caso de Alibaba y Tencent por ejemplo, por sus fusiones
monopolistas. No es extraño en este contexto observar un apoyo popular
muy grande para su gobierno socialista en la República Popular de China,
con rasgos históricos milenarios claros.
*¿Ha formulado China ´Un Nuevo Manifiesto Comunista’?*
Durante los últimos días del Foro sobre el Cambio Climático en Escocia
(COP26) con su fracaso estructural, que marcó el comienzo del fin de la
“agenda globalista de la crisis climática de la ONU”, también tuvo lugar
en Pekín el sexto pleno del Partido Comunista de China. En dicho evento,
dirigido por Xi Jinping, se adoptó una resolución histórica, solo la
tercera en sus 100 años de historia, que presenta una visión para el
futuro. Una visión que supone un Hecho Político internacional o
geopolítico importante: China está de regreso.
El «renacimiento» de China”, que implica en términos económico políticos
“volver reposicionarla como centro del Mundo”. En el lugar que le
“corresponde” según una historia larga que contiene al menos tres mil
años de historia: ubicar al país justo en el centro del mundo, del Mundo
Multipolar. Es decir, el regreso del Reino Medio. Claro que, al observar
en espacio geográfico-político de China + Rusia + India, esta figura del
Reino del Medio o del Heartland + el Rimland muestra su potencia para
ser, incluir e integrar a todas las naciones. Pero particularmente
neutralizar primero a la OTAN-Globalista e incluir luego a todo Estados
Unidos, Gran Bretaña y la UE. Ya durante su primer mandato, Xi logró
imprimir un nuevo marco de ideas-fuerza político-culturales.
El Partido, en tanto que comunidad superior, debería conducir la
economía hacia «la nueva era», utilizando mecanismos de regulación y
supervisión para orientarla hacia el Bien Común de la comunidad de base
– Pueblo. Controlando, por ejemplo, la esfera financiera improductiva
parasitaria de la “banca en la sombra” o Shadow Banking, contener la
expansión de la deuda pública, orientar el crédito a la inversión
productiva y supervisar la extensión del crédito. Pekín no tardó mucho
en intervenir en Evergrande ante los riesgos de la esfera financiera,
“sin salvar ni considerar de modo preferencial” que puedan existir
bancos “demasiado grandes para dejarlos caer”. Beijing –Pekín- ha
intensificado, de este modo, sus esfuerzos para frenar a los
desarrolladores inmobiliarios muy endeudados y pretende alejarse de un
modelo de crecimiento económico impulsado por la inversión y la deuda.
El papel del partido, en este caso, cumple las funciones de la comunidad
directiva general que fomenta las alianzas público-privadas, pero no a
costa del Bien Común, controlando el interés privado para priorizar los
objetivos e intereses de la comunidad de base en general. El Partido
comprendió perfectamente cómo la economía bajo dirección del Estado
creaba riqueza y una tecnología que ya alcanza a ser superior a la del
Occidente Globalista, a quién ya no teme enfrentar, enfrenta y supera
cada vez en más caos, situaciones y regiones. El siguiente paso sería
utilizar dicha riqueza para ponerla al servicio del renacimiento
general, en el caso chino, de China. Orientar la producción más al
consumo interno en un mundo donde globalismo lo ha sumergido en crisis
pandémica y orientar este consumo para “reducir” cada vez más las
desigualdades, es decir orientarlo más hacia el Pueblo mismo, a la
Comunidad de Base – Pueblo.
A nivel internacional, China busca hacer intercambios económicos,
políticos y sociales, pero no la guerra. Esa sería la Pax sínica –China-
bajo Xi, todo lo contrario, a la Pax estadounidense, que siempre se basó
en la variante de la diplomacia de las cañoneras del Pentágono desde
1898 o con la OTAN luego, desde 1950. Todo muestra que Pekín no está
interesado en convertirse en un nuevo hegemón o jefe dominante, ni esto
tiene sustento en su trayectoria histórica milenaria. De todos modos, en
tiempos de escala de poder Pluriversal, Universal, Global, sería un
error estratégico concebir a China por fuera o por arriba de una
concepción Universalista de los Pueblos. Sería caer en un error, que no
es el caso, que la debilitaría y enfrentaría por ej.: a Rusia-India.
De manera concisa, estamos hablando del “socialismo con características
chinas”, un sistema económico único y siempre mutante. La historia
milenaria de China ha demostrado que es capaz de reducir el grado de
explotación y que puede acercarse al Bien Común no solo dentro de China
sino potencialmente siendo parte y haciendo parte al mundo entero, para
poder estar siendo el Reino del Medio. Como ya lo fue a través de la
Antigua o Histórica Ruta de la Seda.
Además, es importante considerar que hoy ya existen condiciones
objetivas y subjetivas para que la Humanidad en su conjunto recorra el
camino hacia una nueva civilización centrada en el trabajo en beneficio
de la Comunidad-Mundo, que logre reducir la apropiación privativa de la
riqueza socialmente producida como excedente, para una elite
oligárquico-financiera global a costas de la explotación de las mayorías
de Pueblos y Naciones. Más y más Naciones y Pueblos en Asia, África,
América Latina-y-Caribe e incluso en Europa, se suman y alinean con el
Proyecto de un Mundo Multipolar, la Nueva Ruta de la Seda, el nuevo
Proyecto-Mundo, mostrando como va ganando terreno un proyecto posible
hacia un Mayor Bien Común. En un camino que nunca concluye y siempre
tendrá sus desafíos.
Como ya hemos observado, éste no es un sistema preconcebido sino un
proyecto que seguirá abierto a las nuevas necesidades, que nacen y
emergen con el tiempo desde la comunidad pueblo/humanidad. Es un
proyecto que se plantea sin exclusiones de ningún pueblo ni nación y,
por ello, pluriversal, pluricultural y plurinacional, pero con dilemas a
solucionar siempre.
En verdad consideramos que, acorde con la dialéctica de la historia, se
requiere de la unidad de estos dos contrarios: de la línea occidental y
de la vía oriental de la historia. Esto será posible de lograrse
partiendo de la Vía oriental multipolar (África-Asia-América
precolombina) y no siguiendo la línea occidental (globalista), la cual
sufre su crisis civilizatoria y está desembocando en autoritarismos de
carácter fascista. Para lograr la síntesis, al Proyecto Multipolar le
faltaría fomentar un mayor bienestar y libertad personal a nivel de los
Pueblos en la vía oriental. La lucha por un mundo
multipolar-plurinacional-pluriversal constituye el camino plausible para
lograr dicha transición.
Hoy el proyecto multipolar está comenzando a ser compartido
concretamente por la mayoría de los pueblos y naciones del mundo y no
excluye a ninguno, incluso al pueblo estadounidense y al británico.
En el Foro globalista sobre el Cambio Climático (COP26), la derrota del
proyecto globalista fue contundente, solo 46 de un total de 191 países
se comprometieron con su resolución final (eliminar gradualmente el uso
de carbón) según Alok Sharma, quien presidía la conferencia. Una enorme
mayoría de países votó por la propuesta de los líderes del proyecto
Multipolar (China, India, etc.) lo cual demostró una capacidad de
convocatoria revolucionaria: ¡Pueblos de todas las naciones uníos! <>>
*Bibliografía*:
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https://theparadise.ng , 4 de diciembre de 2021.
Dierckxsens Wim y Formento Walter, Por una nueva civilización: El
proyecto multipolar, Ediciones Acerándonos, Buenos Aires 2021
Dierckxsens Wim, Formento Walter, La perestroika en Estados Unidos.
Réquiem para la civilización occidental, Ediciones Acercándonos, Buenos
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Dierckxsens Wim, Formento Walter, “Cambio” climático globalista o
diálogo de civilizaciones, ALAI, Ecuador noviembre de 2021
Dierckxsens Wim y Formento Walter, El multipolarismo, paradigma
geopolítico hecho realidad. www.alainet.org, octubre de 2021
Dierckxsens Wim y Formento Walter, Perestroika: De la caída Soviética a
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Dierckxsens Wim y Formento Walter, Del Choque al Dialogo: De la
Globalización a la Perestroika en Estados Unidos, ALAI Ecuador, junio de
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Dierckxsens Wim, La Transición hacia una nueva civilización, Casa
Editorial ABRIL, La Habana, 2013.
Formento, Walter y Merino, Gabriel. Crisis financiera global, La lucha
por la configuración del orden mundial, ISBN: 978-950-754-329-6,
Ediciones Continente. CIEPE. Argentina – Buenos Aires, 2011.
Durden Tyler, Los precios del gas en la UE se disparan por los retrasos
de NS2 y el cierre repentino del oleoducto de Bielorrusia (titulo
original en inglés), zerohedge 16 de noviembre de 2021.
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Homewood Paul , COP26 Ends In Humiliating Failure – Not a Lot of People
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Marey Philip, Nordstreaming, Rabobank, 9 de diciembre de 2021
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control, Rutherford Institute, https://thevoice.us/metaverse, 18 de
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In
OBSERVATORIO DE LA CRISIS
https://observatoriocrisis.com/2021/12/13/puede-la-crisis-del-globalismo-dar-paso-a-una-revolucion-mundo/
13/12/2021
segunda-feira, 13 de dezembro de 2021
Declaração Política do XVI Congresso do PCB
Pelo Poder Popular, rumo ao Socialismo!
O Partido Comunista Brasileiro realizou, em novembro de 2021, seu XVI
Congresso, num contexto de crise profunda do sistema capitalista, que
atinge a todos os países e setores sociais, de crise política e
econômica no Brasil, com oposição e insatisfações crescentes por parte
da maioria da população brasileira ao Governo Bolsonaro, em virtude do
agravamento da carestia, da fome, do desemprego e da recessão na
economia. Esse quadro se acirrou ainda mais com a crise sanitária global
da pandemia da Covid-19.
Nesse contexto, o grande capital, para manter seus ganhos, atua em meio
aos Estados nacionais para seguir retirando direitos da classe
trabalhadora, privatizando empresas públicas, demitindo e reduzindo
salários, fragilizando as relações de trabalho, restringindo liberdades
democráticas, lucrando com a degradação ambiental. Como resultado, temos
o brutal aumento de concentração da riqueza, guerras contra os povos que
não aceitam as imposições do imperialismo, o desemprego de milhões de
trabalhadores e trabalhadoras, a ampliação da barbárie e da miséria.
Milhões de pessoas morreram com a pandemia, sobretudo nos países
periféricos e nas camadas mais exploradas da classe trabalhadora nos
países centrais, principalmente por conta das condições materiais de
vida. Há enormes contingentes de deslocados de seus países em
consequência das guerras de rapina, do aumento da exploração dos
trabalhadores e das trabalhadoras e de cada vez mais precárias condições
de vida da população. Essa crise desvenda de maneira objetiva a
contradição entre o capitalismo e os interesses da imensa maioria da
humanidade, bem como os próprios limites e contradições desse sistema.
*O Capitalismo hoje*
O modo de produção capitalista, como forma de organizar a produção e a
distribuição da riqueza, está em processo acelerado de esgotamento. A
continuidade desse sistema representa uma grave ameaça à própria
existência da humanidade e à vida em todo o planeta.
O século XXI marca definitivamente o período em que a crise sistêmica do
capitalismo tem se tornado mais intensa e profunda, atingindo todos os
setores da vida social, processo que se intensificou com a crise
sanitária global. Como em outros momentos da história, o grande capital
e seus representantes na institucionalidade buscam uma saída para essa
grave crise atacando povos, destruindo os direitos e garantias dos
trabalhadores e das trabalhadoras, rebaixando os salários, realizando
demissões em massa, devastando o meio ambiente, atacando as liberdades
democráticas e avançando contra o fundo público, com o objetivo de
recuperar as taxas de lucro colocando todo o ônus da crise que eles
próprios criaram na conta dos trabalhadores, da juventude e a população
pobre em geral.
Está cada vez mais evidente que as transformações sociais necessárias
para a superação desse quadro não podem ser realizadas nos limites do
sistema capitalista, e a única forma de abrir caminho para uma nova
etapa na história da humanidade é superar o capitalismo e construir a
sociedade socialista.
Mesmo abalado pela crise, o imperialismo, que é a expressão orgânica e
política do grande capital, procura de todas as formas sair da crise e
manter essa velha ordem apodrecida e desumana. Os governos capitalistas
intensificam e radicalizam as políticas neoliberais e colocam trilhões
de dólares para privilegiar os setores rentistas, salvar bancos e
empresas privadas, ampliam o saque aos recursos públicos, intensificam a
sabotagem, as sanções internacionais e a promoção de guerras como forma
de fortalecer o complexo industrial militar e reduzir a crise de
hegemonia imperialista.
Na América Latina, os Estados Unidos e seus aliados intensificam o
bloqueio criminoso contra Cuba e as sanções contra a Venezuela e criam
bases militares em vários países. Os EUA reativaram a IV Frota para
chantagear as nações e ter o poder de intervenção rápida na região,
promovem golpes contra governos para garantir a defesa dos seus
interesses e controlar as riquezas naturais, como a biodiversidade da
Amazônia e o pré-sal.
Para os comunistas se torna cada vez mais explícito que esse sistema não
cairá de podre, nem será modificado estruturalmente através de reformas
graduais para torná-lo mais humano. Pelo contrário, quanto mais se
aprofunda a crise mais o sistema resiste da forma mais agressiva
possível, sem quaisquer escrúpulos, para defender seus interesses. A
grande burguesia já apoiou o nazifascismo de Hitler e Mussolini,
militares genocidas nas ditaduras latino-americanas e hoje se alia a
bandos fascistas em vários países.
É tarefa dos comunistas derrotar, através da luta organizada do
proletariado e seus aliados, esse sistema explorador do ser humano,
predador da natureza e fomentador da barbárie e da miséria no planeta.
*As condições em que se dá a luta pelo Socialismo no Brasil*
O desenvolvimento do sistema capitalista como um todo e, em particular,
no caso brasileiro, elimina a possibilidade histórica de qualquer
aliança entre uma suposta “burguesia nacional” e a classe trabalhadora,
para a realização de uma revolução “nacional-libertadora”, ou seja, o
enfrentamento, num primeiro momento, do capital estrangeiro presente no
país para, numa etapa posterior, realizar-se a revolução socialista. A
burguesia brasileira, sócia subalterna do grande capital internacional,
não tem interesse em alterar o atual padrão de desenvolvimento do
Brasil, excludente e concentrador de renda. O proletariado é o inimigo
principal da burguesia brasileira e contra o proletariado a burguesia
realiza uma luta permanente.
Mudanças estruturais só ocorrerão se dirigidas pelas forças socialistas,
anticapitalistas e anti-imperialistas. Não há qualquer possibilidade de
alianças com a burguesia brasileira, que está integrada ao grande
capital internacional e, portanto, umbilicalmente ligada aos interesses
do imperialismo. A revolução brasileira é, portanto, de caráter
socialista, e este é o objetivo central da ação do PCB. A revolução
socialista, uma vez vitoriosa no Brasil, será de fundamental importância
para o processo revolucionário em muitos outros países.
A estrutura da economia brasileira inclui uma infraestrutura robusta,
com estradas, portos, aeroportos, telecomunicações e outros segmentos de
grande porte. Mesmo estando hoje em processo de desindustrialização, o
Brasil dispõe de um parque industrial desenvolvido de grande dimensão,
que cobre praticamente todos os setores da produção, uma agricultura
mecanizada, com grande volume de produção e trabalho assalariado,
voltada para a exportação e integrada ao mercado mundial, num modelo
extremamente lesivo ao meio ambiente, invasor de terras indígenas e
quilombolas e de povos tradicionais, que gera desmatamento,
deslocamentos forçados de populações, destruição de biomas inteiros e
esgotamento de recursos hídricos. Outras formas de organização da
produção no campo, como os milhares de pequenos proprietários, que têm
papel fundamental para a segurança e a soberania alimentar dos
brasileiros, estão também subordinados à lógica do capital e ao mercado
capitalista, vivendo em condições de estrangulamento e carência de
políticas de apoio. O Brasil dispõe, também, de um amplo e forte setor
de serviços, incluindo-se os serviços financeiros e bancários e de um
sistema de comunicações integrado nacionalmente.
Esse conjunto de elementos permite o entendimento de que, mesmo com
imensas dificuldades a serem superadas, como boicotes externos e
enfrentamentos de classe no plano interno, sob uma estrutura de poder
socialista, será possível, com a reorientação do sistema produtivo para
o atendimento às necessidades da grande maioria da população, suprir,
para todos os brasileiros e brasileiras, os bens e os serviços
necessários ao bem-estar, com infraestrutura geral, moradia, saúde,
educação e outras demandas essenciais. Muitas plantas produtivas hoje
inativas poderão ser reativadas, gerando muitos empregos. Nesse
contexto, o desenvolvimento científico será enfatizado, e o esforço
tecnológico deverá ser voltado, prioritariamente, para o atendimento às
necessidades de trabalhadores e trabalhadoras, com a expansão das
universidades e institutos de pesquisa.
O padrão vigente do desenvolvimento capitalista brasileiro – como no
caso geral do padrão capitalista – vem gerando condições de mais
desigualdade, desemprego estrutural, fome e desespero, que, aliados à
falta de perspectivas para a maioria, compõem, igualmente, o conjunto de
condições objetivas que viabilizam o processo revolucionário socialista.
No entanto, as condições subjetivas para a revolução ainda não estão
presentes na dimensão necessária para a deflagração do processo
revolucionário no Brasil.
A economia brasileira é dominada pelos oligopólios e grandes grupos
econômicos, e os 100 maiores grupos econômicos têm um volume de vendas
anual correspondente a 56% do PIB, o que demonstra o alto grau de
concentração e centralização do capital no país. O capital estrangeiro
hegemoniza os ramos mais dinâmicos da economia, como automobilístico,
eletroeletrônica, químico e farmacêutico. Na maioria dos setores
econômicos, é o grande capital internacional que provê as tecnologias e
responde pelos fluxos financeiros e comerciais.
As classes fundamentais do país, tanto a burguesia quanto o
proletariado, estão perfeitamente definidas. A burguesia industrial
concentra suas atividades na região Sudeste, mas tem parcelas
importantes no Sul do país e alguns estados do Nordeste. A burguesia
financeira é o setor em que os grupos de capital nacional são
majoritários, e os 10 maiores bancos são responsáveis pela dinâmica
financeira no país. A burguesia comercial e de serviços está
hegemonizada pelas grandes cadeias de supermercado, lojas de
departamento e centros de logística, muito embora existam dezenas de
milhares de pequenos negócios espalhados por todo o Brasil. A burguesia
agrária é hegemonizada pelo agronegócio e existem ainda frações
burguesas nas áreas da saúde e da educação.
O proletariado brasileiro é gigantesco, o segundo maior do continente.
Os trabalhadores e as trabalhadoras ligados/as diretamente à produção
correspondem a 36,89 milhões de trabalhadores ocupados, sendo que grande
parte desse contingente é jovem, entre 16 e 35 anos. Trabalhadores/as da
área comercial e de serviços somam 53,8 milhões, os/as quais, em sua
grande maioria, estão concentrados na região Sudeste e especialmente nas
regiões metropolitanas, o que significa dizer que é exatamente nas
grandes cidades onde pulsa mais intensamente a luta de classes em nosso
país. Entre os/as trabalhadores/as ocupados/as, cerca de 38 milhões
atuam em atividades informais, sem direitos e garantias trabalhistas.
O Estado brasileiro sempre se caracterizou por uma construção política
pelo alto, mediante a ação de grupos dominantes no interior do poder.
Temos uma classe dominante integrada ao imperialismo, que sempre
procurou afastar a classe trabalhadora e a população em geral das
decisões econômicas e políticas e que assume, no essencial, um perfil
truculento e reacionário. As instituições do Estado burguês brasileiro –
Executivo, Legislativo e Judiciário – seguem em funcionamento, sem
rupturas, desde a queda da ditadura empresarial-militar, com muitas
limitações e fragilidades, de acordo com a lógica e os interesses
centrais da burguesia, estando hoje mais legitimadas no corpo da
sociedade. No entanto, as liberdades democráticas existentes,
conquistadas com muita luta, vêm sendo mais restringidas e sofrem
frequentes e intensos ataques.
*A Revolução brasileira*
O capitalismo brasileiro, por seu peso econômico e político, se
constitui como parte integrante do sistema de dominação do imperialismo.
O Brasil, país com elevado índice de industrialização, concentração e
centralização do capital, apresenta uma estrutura definida entre
burguesia e proletariado, onde as relações de assalariamento são
hegemônicas, tanto nas cidades quanto no campo, com concentração das
duas classes fundamentais em polos antagônicos nas regiões
metropolitanas e grandes cidades, além de elevado índice de urbanização
– 80% da população vive nas cidades.
A definição do caráter socialista da revolução brasileira significa que
subordinamos as táticas que utilizamos à nossa estratégia, de forma a
evitar as ilusões reformistas ou a aceitação ilusória da possibilidade
de humanização do capitalismo. Todas as conquistas dos trabalhadores e
das trabalhadoras na sua luta diária devem ser parte de uma estratégia
para derrotar o bloco burguês e conquistar o socialismo, o que impõe a
necessidade de a classe trabalhadora conscientizar-se plenamente de que
somente com a socialização dos meios de produção será possível a
construção de uma nova sociedade, livre da exploração e da opressão.
Essa opção evidencia que não há hipótese alguma de construção de
alianças espúrias com nossos inimigos de classe.
O caráter socialista da revolução significa também reafirmar o direito
de rebelião das massas contra a exploração e a opressão e estar presente
em todos os espaços de lutas, dentro e fora da ordem, dentro e fora da
institucionalidade, mantendo a independência orgânica, política e de
classe de nossa organização revolucionária. O caráter socialista da
revolução brasileira não significa ausência de mediações nas lutas do
proletariado, da juventude e da população pobre nos locais de trabalho,
nos locais de moradia e de estudo e nos diferentes espaços de atuação e
luta que se abrem em meio à luta de classes. As lutas cotidianas de
nosso povo se chocam também diariamente com os interesses do capital e
servem de elemento pedagógico para as mobilizações populares. São parte
integrante do longo processo de construção da revolução brasileira.
*Os aliados dos comunistas no processo revolucionário*
O processo de contraposição revolucionária à dominação burguesa no
Brasil tem, como núcleo central, o proletariado ligado às cadeias de
produção do valor. Este é o setor mais interessado e mais consequente da
revolução brasileira, pela própria posição que ocupa no interior do
sistema econômico – os trabalhadores e as trabalhadoras da cidade e do
campo. Somam-se a este contingente, no processo revolucionário, setores
da pequena burguesia, pequenos agricultores e trabalhadores autônomos.
Podem aliar-se ao processo movimentos juvenis, movimentos sociais e
populares, os intelectuais progressistas, além de todos aqueles e
aquelas que se incorporarem objetivamente na luta anticapitalista e
anti-imperialista. Os inimigos da revolução brasileira são a burguesia
monopolista nacional e internacional, o imperialismo, a burguesia
financeira, a burguesia rural.
A revolução brasileira, para os comunistas, deverá ser um fenômeno de
massas, a ser realizada pelos milhões de explorados/as e oprimidos/as.
Como as classes dominantes brasileiras sempre utilizaram a violência e a
repressão para barrar a luta da classe trabalhadora e dos/as comunistas,
não descartamos nenhuma forma de resistência à violência da burguesia na
luta revolucionária.
O processo revolucionário brasileiro tem, como tarefa central, a
construção da sociedade socialista através do poder popular, uma
bandeira cada vez mais incorporada à luta real das massas e nas
manifestações de rua por todo o país. O poder popular não é uma aliança
entre partidos de esquerda, mas uma construção que envolve as batalhas
cotidianas dos trabalhadores e das trabalhadoras, da juventude e dos
setores populares por dentro e por fora da ordem. É necessário superar a
fragmentação social e política da classe trabalhadora e fortalecer as
lutas das massas para construir um programa unitário e um instrumento
organizativo que unifique as demandas populares, com vistas à construção
de um bloco alternativo de poder da classe trabalhadora em contraposição
ao bloco burguês.
*A crise brasileira*
A crise brasileira é parte da crise sistêmica global, com as
singularidades e especificidades próprias de um país periférico e com
economia subordinada aos grandes centros do capitalismo internacional.
Essa crise ocorre num momento em que se encerra um longo ciclo iniciado
com as greves do ABC e fechou com o impeachment da presidenta Dilma. O
governo de coalizão, que foi representado hegemonicamente pelo Partido
dos Trabalhadores, tem responsabilidade nesta crise porque desenvolveu
uma política de fortalecimento do capitalismo brasileiro – gerada e
mantida em função, essencialmente, dos interesses da burguesia, que
sustentou o tripé macroeconômico neoliberal com austeridade fiscal,
metas de inflação e câmbio flutuante –, e não realizou as medidas
necessárias para promover mudanças estruturais no país em favor da
classe trabalhadora, limitando-se a implementar políticas de compensação
social para os setores mais pobres da população, como no caso do
programa Bolsa Família e outros.
A conjuntura mundial favorável, vigente naquele período, principalmente
pelo aumento internacional dos preços das commodities agrícolas e
minerais exportadas pelo Brasil, proporcionou ao governo de coalizão, na
sua primeira década, as condições para um crescimento médio anual maior
que o do período anterior, com o aumento da oferta de emprego e a
elevação do salário-mínimo. No entanto, em função da crise sistêmica
global que se seguiu e da queda dos preços internacionais dessas
matérias-primas, o governo começou a apresentar fortes sintomas de
crise. Um dos marcos desse processo foram as manifestações de junho de
2013, todas realizadas por fora do governo e das entidades controladas
ou cooptadas pelo PT, sendo hostis a elas e a outras organizações
combativas. A crise mundial, a queda nas receitas com exportação e as
tensões da política interna, a orientação e os erros na condução da
política econômica, além do descontentamento popular em função da
ausência de medidas para resolver os problemas reais da população, foram
fenômenos que geraram uma dinâmica desagregadora, levando à crise que
estamos vivendo atualmente.
Estavam presentes nas manifestações de 2013 grupos de extrema-direita
que já atuavam para insuflar segmentos descontentes da população a ir às
ruas, com palavras de ordem conservadoras e reacionárias, somando-se aos
ataques ao governo do PT. Esses grupos aumentaram, pouco a pouco, a
partir de então, a ofensiva contra o PT e as esquerdas em geral, e
dariam sustentação à movimentação política de Bolsonaro pelo Brasil,
iniciada logo a seguir, no caminho da construção de sua candidatura à
presidência da República em 2018.
Os líderes do governo de conciliação de classe não compreenderam o
significado da insatisfação popular, não entenderam as implicações da
crise mundial e seus reflexos no Brasil e foram vítimas das próprias
ilusões de classe. Enquanto isso, as classes dominantes, cientes da
mudança rápida da conjuntura e das debilidades do governo, resolveram
descartar o PT e construir um governo “puro sangue”, pois os petistas
não controlavam mais o movimento popular e não podiam realizar, de
maneira rápida e intensa, o ajuste neoliberal que a burguesia
reivindicava. A presidenta Dilma, reeleita com estreita margem de votos,
ainda tentou uma virada ortodoxa ao nomear um banqueiro ultraliberal,
uma latifundiária e um representante dos industriais para os
ministérios, além de outros representantes da direita clássica. O
resultado dessa nova conciliação foi o aumento do desgaste da
administração, uma recessão brutal, o aumento acelerado do desemprego e
a desmoralização do governo.
A partir daí as classes dominantes resolveram abertamente conspirar para
a queda do governo. Para tanto, ativou-se a Operação Lava a Jato, com
denúncias diárias de corrupção no governo. Criou-se um clima no qual o
PT era visto como os únicos responsáveis pela corrupção no Brasil. Logo
as denúncias de corrupção e a insatisfação popular foram capturadas
pelos movimentos de direita e transformadas em movimento de massas nas
ruas pelo impeachment da presidenta, processo ampliado pelos meios de
comunicação, que cumpriram o papel de comitê de comunicações das classes
dominantes. Essas articulações viabilizaram o golpe institucional de
2016 e o impeachment da presidenta Dilma, que foi substituída pelo vice
Michel Temer.
O governo Temer se encarregou de aplicar o ajuste neoliberal como as
classes dominantes desejavam, aprovando diversas contrarreformas no
Congresso. O documento “Ponte para o Futuro”, apresentado pelo governo
golpista, representou fielmente a reconfiguração da dominação burguesa e
imperialista no país, apontando para a recuperação das taxas de lucro e
de rentabilidade e impulsionando um violento processo de centralização
de capitais em setores como do varejo, agronegócio e financeiro. Estes
elementos estariam presentes no governo Bolsonaro, deixando clara uma
linha de continuidade.
Mas a tarefa das classes dominantes ainda não estava completa, pois
haveria eleições em 2018, e o ex-presidente Lula estava liderando em
todas as pesquisas de opinião. Mesmo estando muito descaracterizado em
relação às suas origens populares e sindicais e à postura combativa de
antes, o PT ainda se mantinha como referência em muitas bases sociais, e
Lula congregava em torno de si um conjunto de apoios ainda maior na
sociedade.
A Operação Lava a Jato se transformou no braço jurídico do golpe, com as
delações premiadas e prisões de vários dirigentes do PT, tudo isso
diariamente reportado com ênfase pelos meios de comunicação. O desfecho
desse processo foi a condenação do ex-presidente e, posteriormente, sua
prisão, além do impedimento de participar das eleições. A Operação Lava
a Jato foi uma trama das classes dominantes, aliadas com os Estados
Unidos, para afastar o líder das pesquisas da eleição. O juiz Sérgio
Moro e os procuradores de Curitiba agiam abertamente para fraudar o
processo eleitoral no Brasil, como depois ficou provado pela divulgação
das conversas entre eles. O resultado de todo esse processo foi a
eleição de Bolsonaro.
As lições são de que governos de conciliação de classe num mundo
globalizado, onde as burguesias de cada país estão umbilicalmente
ligadas ao capital internacional, tendem a fracassar porque não
conseguem atender as reivindicações populares e, quando deixam de ser
funcionais para o capital, são descartados. A experiência histórica tem
demonstrado que os partidos de esquerda que realizaram alianças com a
burguesia terminaram sendo cooptados pelo projeto burguês e
transformados em instrumento da ordem capitalista. É praticamente
impossível realizar uma política econômica e social voltada para os
interesses populares sem a mobilização e o apoio organizado das grandes
massas do povo e sem romper com a subordinação ao capital internacional.
Essa é a natureza do fracasso dos chamados governos
reformistas-progressistas na América Latina.
*O significado do governo Bolsonaro*
A eleição de Bolsonaro significou uma profunda derrota para a classe
trabalhadora, a juventude e a população pobre porque seu governo
radicalizou as políticas antipopulares neoliberais, a pauta reacionária
dos costumes, as contrarreformas, o entreguismo do patrimônio público
mediante as privatizações, a ofensiva contra os direitos e salários de
trabalhadores e trabalhadoras, a destruição do meio ambiente, a
perseguição aos indígenas e quilombolas, as agressões racistas,
machistas e lgbtfóbicos, os ataques à educação pública, à ciência e a
ameaça permanente às liberdades democráticas e aos direitos humanos. A
emergência da pandemia veio escancarar outra face desse governo: o
negacionismo científico, a campanha contra a vacina e o uso de máscaras
e a propaganda de medicamentos ineficazes para o combate à Covid. As
ações do governo provocaram mais de 615 mil mortes entre os brasileiros,
o segundo país com mais mortos por Covid no mundo.
A eleição de Bolsonaro também revelou de maneira nítida mais uma vez que
as classes dominantes brasileiras não têm escrúpulos. Basta lembrar que
no passado apoiaram a ditadura e não têm nenhum problema em apoiar os
bandos fascistas do governo Bolsonaro, desde que estas forças sirvam aos
seus interesses econômicos e políticos. Trata-se de um governo de
extrema-direita, que flerta com o fascismo e o golpe, representa o
grande capital, os ricos e poderosos e é totalmente subserviente ao
imperialismo. Mesmo que setores burgueses apresentem contradições
pontuais com o governo, porque Bolsonaro com suas fanfarronices está
atrapalhando os negócios, todos estão de acordo com a política
neoliberal, as contrarreformas, o ataque aos direitos e salários de
trabalhadores e trabalhadoras, a política de assalto ao patrimônio
público e o saque ao fundo público.
O resultado concreto dessa política em três anos de governo foi o
aumento da concentração de renda, o desemprego, o trabalho informal, a
miséria e a fome. Mais de 50% da população vive em insegurança
alimentar, mais de 20 milhões de brasileiros e brasileiras se encontram
nas filas da fome e cada vez mais famílias se postam diante dos açougues
e terminais de descarte de lixo para conseguir ossos de boi, pelancas de
carne e carcaças de frango para se alimentar. A classe dominante
demonstra, mais uma vez, extrema perversidade no tratamento da questão
da pobreza no Brasil, como no episódio em que os ministros da Economia e
da Agricultura recomendaram que restaurantes e supermercados oferecessem
restos de comida e alimentos vencidos para a população como forma de
resolver o problema da fome.
*A retomada das lutas nas ruas*
A situação em que a população está vivendo, por outro lado, tem acirrado
e tornada aberta a luta de classes no Brasil. Trabalhadores e
trabalhadoras, a juventude e a população pobre não deixaram de se
manifestar contra a candidatura e o governo Bolsonaro, tendo, como um
dos pontos mais emblemáticos, a manifestação das mulheres na campanha do
Ele Não, que reuniu centenas de milhares de manifestantes em todo o
Brasil antes das eleições de 2018.
A crise sanitária, porém, fez com que as manifestações de massa fossem
bruscamente interrompidas. Por mais de um ano, Bolsonaro chantageou o
país com ameaças de golpe, manifestações fascistas em vários Estados,
elogiando torturadores e pedindo a intervenção militar. Bolsonaro surfou
nesse período na pandemia porque sabia que seus opositores estavam
praticando o distanciamento social e defendendo as vacinas.
No entanto, a rápida deterioração das condições – já dramáticas – da
vida da população, o reconhecimento mais generalizado da gravidade da
pandemia e o avanço da vacinação permitiram que a população voltasse
novamente às ruas a partir do final de maio, iniciativa na qual nosso
Partido teve um papel importante, tanto no chamado às manifestações
quanto na presença organizada e disciplinada nos atos convocados. Essas
manifestações vêm tendo importância fundamental na conjuntura não só
porque representaram a retomada da luta nas ruas, mas principalmente
porque incorporaram aos protestos centenas de milhares de lutadores e
lutadoras em cerca de 400 das maiores cidades do país.
Ao contrário de 2013, os atos foram organizados e dirigidos pelos
movimentos sociais e populares e partidos políticos de esquerda. Os
setores revolucionários conseguiram imprimir tamanha intensidade à luta
nas ruas que mesmo os reformistas foram compelidos a aderir às
manifestações. Contudo, guiadas por uma tática oportunista de
reconciliação com a burguesia, limitada à sangria eleitoral de
Bolsonaro, as forças predominantes no movimento de massas foram
incapazes de travar a luta pelo impeachment de modo consistente e com
independência de classe. Mesmo assim, as manifestações contribuíram para
ampliar o isolamento nacional e internacional de Bolsonaro, cujos
reflexos se expressam na perda de popularidade do governo. O desgaste de
Bolsonaro se estende à sua família e a diversos membros de seu governo,
e o relatório da CPI da Covid aumentou ainda mais esse desgaste.
No entanto, não se pode subestimar Bolsonaro e seus aliados. Seu governo
ainda conta com apoio de vários setores das classes dominantes, de
contingentes expressivos das camadas médias e até mesmo de setores
populares incentivados por um grupo de pastores inescrupulosos de
igrejas neopentecostais. Conta também com apoio de segmentos das Forças
Armadas e, em especial, de setores das polícias militares e das
milícias. Bolsonaro não cairá de podre. Seu governo só será derrotado se
conseguirmos aglutinar um poderoso movimento de massas, que envolva
grandes manifestações de rua, aliadas à paralisação da produção e da
circulação.
Mesmo com o desgaste e a eventual retirada de Bolsonaro do poder pelo
“impeachment”, indiciamento criminal ou pela derrota nas eleições de
2022, o chamado “bolsonarismo” tende a se manter como uma aglutinação de
conservadores, negacionistas, obscurantistas, fascistas e outros grupos,
com segmentos organizados e desorganizados da população. No que diz
respeito aos seus interesses centrais, a burguesia segue ganhando com
esse governo, que, mesmo na pandemia, já conseguiu aprovar a
independência do Banco Central, a reforma da previdência, a privatização
da Eletrobras e atualmente tenta privatizar os correios e aprovar a
reforma administrativa.
As classes dominantes, em princípio, não têm interesse em derrubar
Bolsonaro e preferem desgastá-lo até 2022 e, nesse intervalo, encontrar
um candidato com viabilidade eleitoral para representá-las, compondo a
chamada “terceira via”. Determinadas forças políticas, incluindo-se
algumas que se situam no campo da oposição pela esquerda ao governo, no
entanto, parecem também apostar no desgaste de Bolsonaro para
enfrentá-lo nas eleições de 2022, deixando em segundo plano a
mobilização para a sua derrubada imediata.
*O PCB e as mediações táticas*
O PCB busca enraizar-se junto ao proletariado, construindo-se como
organização revolucionária de acordo com a vida real da população,
presente em todos os organismos vivos da sociedade. As lutas pela
revolução brasileira devem ser aglutinadas no Bloco Revolucionário do
Proletariado, uma construção contra-hegemônica ao polo do capital, capaz
de organizar o conjunto de ações transformadoras de emancipação do
proletariado e pela construção do socialismo. Politicamente, esse
processo se expressa na Frente Anticapitalista e Anti-imperialista, pois
as lutas contra a exploração, contra os monopólios econômicos e
financeiros e contra o latifúndio são essencialmente lutas
anticapitalistas, dado que o grande capital exerce seu domínio em todas
as esferas da vida social e que as lutas de resistência de trabalhadores
e trabalhadoras na defesa dos direitos e salários, por educação e saúde
públicas, moradia, direitos previdenciários, mobilidade urbana, as lutas
no campo, as reivindicações por acesso à informação e aos bens culturais
e ao lazer se chocam com a lógica privada e do mercado. As lutas
anticapitalistas se unem à luta contra o imperialismo, pois o sistema
capitalista brasileiro está associado aos centros imperialistas
mundiais, e a burguesia brasileira é parte integrante e aliada do
imperialismo e de seus interesses no Brasil.
A atuação do PCB se desdobra em dois movimentos táticos que se
articulam: travamos as lutas defensivas das massas dos trabalhadores,
das trabalhadoras e da juventude em unidade de ação com outras forças
que se opõem às políticas neoliberais, na defesa das liberdades
democráticas e contra o fascismo, bem como buscamos construir uma frente
social e política de caráter classista revolucionária, tendo como
espinha dorsal a classe trabalhadora, a juventude e os movimentos
sociais e populares que, juntos, representam a absoluta maioria do povo
brasileiro. O PCB mantém sua independência política, orgânica e de
classe, rejeita as articulações de frentes amplas com a burguesia e não
participará de governos comprometidos com o capital.
As organizações sindicais hoje hegemônicas, atualmente dirigidas pelos
partidos da conciliação de classes, se institucionalizaram, perderam a
combatividade e, com a eleição do presidente Lula, se transformaram em
instrumentos da ordem, tendo perdido a combatividade e se burocratizado.
Hoje representam um freio à luta de classes e à reorganização dos
trabalhadores e das trabalhadoras. Esse processo de adaptação à ordem
iniciou-se a partir da chegada do PT ao governo federal. O novo bloco do
poder deixou de lado a mobilização de trabalhadores e trabalhadoras,
substituindo as lutas sociais nas ruas por acordos institucionais e de
gabinetes, cooptando, simultaneamente, lideranças dos movimentos sociais
para controlar as ações das massas. O resultado foi o apassivamento e a
despolitização dos/as trabalhadores/as e da juventude, desarmando esses
segmentos para as lutas contra o capital. Esse apassivamento se refletiu
na baixa mobilização para a luta contra o impeachment da presidenta Dilma.
O PCB atua no movimento de massas com Coletivos abertos à participação
de pessoas que, embora alinhadas às nossas concepções, ainda não são
militantes partidários. Nosso objetivo prioritário é o fortalecimento da
Unidade Classista como instrumento de organização e luta no movimento
sindical e popular, especialmente nas categorias estratégicas da
produção e da circulação de mercadorias e serviços. Priorizamos a
participação nas entidades sindicais e nos movimentos populares e a
atuação nos locais de trabalho, moradia e estudo. Defendemos a
utilização de formas alternativas de organização, como a ocupação e
recuperação de fábricas e empresas, de terras dos latifúndios, moradias
e terrenos para a habitação, sempre buscando politizar e organizar os
trabalhadores e as trabalhadoras para a luta pelo poder popular.
Apoiamos e lutamos pela realização de um Encontro Nacional da Classe
Trabalhadora, a ser construído a partir do campo sindical classista,
para desenvolver a unidade de ação necessária, um programa de lutas e
uma Frente ou Central Sindical classista de âmbito nacional. Os
militantes do PCB e de seus coletivos participam de todos os fóruns
unitários de mobilização e lutas nos Estados, buscando organizar a
frente social e política classista, especialmente no interior do Fórum
Sindical, Popular e da Juventude por Direitos e Liberdades Democráticas,
um dos principais instrumentos para a reorganização de nossa classe.
Tem sido intenso o crescimento e o fortalecimento da União da Juventude
Comunista, hoje organizada em todo o país, com presença marcante nas
manifestações nacionais. O PCB busca fortalecer e expandir essa frente
de luta nas universidades públicas e privadas e especialmente na
juventude secundarista, com destaque para as escolas técnicas, Faetecs e
institutos federais, a partir de suas entidades de base. A UJC deve
reforçar e desenvolver sua atuação junto a jovens trabalhadores e
trabalhadoras e atuar com intensidade nos movimentos culturais.
O Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, o Coletivo Minervino de
Oliveira – voltado para a luta antirracista – vêm crescendo e
intensificando a sua atuação. O Coletivo LGBT Comunista vem se
organizando em nível nacional. Avançamos nossa participação nas lutas
dos povos indígenas e em comunidades populares. O PCB dá especial
atenção ao trabalho cultural, especialmente entre os jovens e busca a
aproximação com intelectuais progressistas para o fortalecimento da luta
cultural e ideológica contra os valores burgueses, conservadores e
reacionários.
Como partido internacionalista, o PCB empreende ações de solidariedade
com todos os povos do mundo atacados pelo imperialismo e pelo fascismo,
especialmente com os povos cubano e palestino, cuja resistência aos
bloqueios e às sabotagens imperialistas tem sido referência para todos
os revolucionários e revolucionárias do mundo. Na luta contra o
reformismo e o revisionismo, o PCB respeita a diversidade de opiniões
que existem no movimento comunista internacional e busca fortalecer o
bloco revolucionário em seu interior, bem como contribuir para a
construção desse pólo revolucionário na América Latina e no Caribe.
O PCB participa dos processos eleitorais porque entende que esta é uma
frente de luta importante, mesmo sob as condições de extrema dificuldade
para os partidos revolucionários por conta do poder econômico e da
legislação eleitoral cada vez mais restritiva à participação nos meios
de comunicação e acesso aos fundos públicos eleitorais. Nas eleições é
possível dialogar com as massas, realizando a denúncia do capitalismo, a
defesa das ideias socialistas e comunistas e a apresentação de propostas
e eixos de luta em defesa dos interesses da classe trabalhadora e dos
setores populares contra a burguesia. São momentos em que a população
está mais aberta ao debate político.
Os resultados eleitorais dos comunistas expressam, em grande parte, a
inserção do Partido nos movimentos sociais e populares. A política de
alianças do PCB no terreno eleitoral se realiza com os partidos do campo
anticapitalista e anti-imperialista e com movimentos sociais e
populares, resguardando-se a possibilidade de chapas e candidaturas
próprias. O PCB considera importante eleger representantes na
institucionalidade, ampliando a esfera de atuação do Partido,
compreendendo que os eleitos e as eleitas devem estar a serviço da
classe trabalhadora, sendo sua atuação balizada pela linha do Partido e
suas resoluções políticas.
O PCB completará 100 anos de existência em 2022. O XVI Congresso do PCB
reafirma o seu compromisso com a revolução brasileira e com a construção
do socialismo em nosso país, na perspectiva da sociedade comunista.
Lutaremos com todos os meios possíveis para a derrota da hegemonia
burguesa no Brasil, pela socialização dos meios de produção e o controle
do poder popular, como forma de criar a sociedade da igualdade, da
fraternidade, da solidariedade, da abundância para todos e da felicidade
humana: a sociedade comunista!
Viva a revolução brasileira e o socialismo!
Viva o internacionalismo proletário!
Viva o Partido comunista Brasileiro!
XVI Congresso Nacional do PCB
07/Dezembro/2021
Ver também: Entrevista de Edmilson Costa, secretário-geral do PCB
<https://pcb.org.br/portal2/28148/entrevista-do-momento-edmilson-costa/>
Em
RESISTIR.INFO
https://www.resistir.info/brasil/declaracao_xvi_congresso.html
13/12/2021