terça-feira, 17 de outubro de 2023

A censura militar israelita esconde-vos a verdade

 

 

Thierry Meyssan

Era a informação mais importante da operação « Torrente de Al-Aqsa »,
mas, no entanto, escapou-nos. O ataque a Israel não foi conduzido pelos
jiadistas do Hamas, mas por quatro grupos armados unidos. É a primeira
vez, desde há cinquenta anos, que os Palestinianos de Gaza se juntam.
Queira-se ou não, os longos anos de indiferença ocidental pela sorte dos
Palestinianos terminaram. Agora, vai ser preciso começar à aplicar o
Direito Internacional.
Rede Voltaire | 14 de Outubro de 2023


Este artigo dá sequência a :

    • « Mudança de paradigma na Palestina
    <https://www.voltairenet.org/article219800.html> », /Rede Voltaire/,
    11 de Outubro de 2023.

Contrariamente àquilo que escrevi na semana passada, com base nos
despachos das agências de imprensa ocidentais e árabes, o ataque de
Israel de 7 de Outubro, de 2023 (Operação « Torrente de Al-Aqsa ») não
foi apenas perpetrado pelo Hamas. O seu desencadeamento foi decidido por
uma câmara de operações unitária do conjunto da Resistência
Palestiniana. O Hamas, que é de longe o principal componente, forneceu o
essencial das tropas, mas três outros grupos participaram :
a Jihad islâmica (sunnita e khomeynista),
a Frente popular de libertação da Palestina (marxista)
e a Frente popular de libertação da Palestina-Comando Geral (FPLP-CG).
A imprensa ocidental deu conta dos crimes bárbaros cometidos por alguns
dos atacantes, mas não da delicadeza de alguns outros. Este jornalismo
vesgo não deve espantar-nos.

Esta precisão modifica a interpretação do acontecimento. Já não se trata
mais de uma operação jiadista dos Irmãos Muçulmanos, mas de um ataque do
conjunto dos Palestinianos de Gaza. Apenas a Fatah da Cisjordânia, que
se mantêm à parte dos grupos citados acima e cujo Presidente, Mahmud
Abbas, está gravemente doente, não participou.

O objectivo desta operação não era de «matar judeus», mesmo que alguns
jiadistas do Hamas o tenham feito, mas sim fazer prisioneiros, civis e
militares, para os trocar pelos detidos árabes das prisões de alta
segurança israelitas (israelenses-br) [1 <#nb1>]. Estes nem sempre são
combatentes, mas por vezes civis. Eles foram levados sem poder trocar de
roupa, para lembrar o modo como o Exército israelita tratara os
prisioneiros egípcios no final da Guerra dos Seis Dias.

Lembremos que o conflito israelo-palestiniano não opõe dois Estados (o
de Israel ainda não tem fronteiras e o da Palestina ainda não é
reconhecido), mas sim duas populações. Esta é uma situação especial : os
Palestinianos não são representados por um Estado e os Israelitas têm
responsabilidades adicionais enquanto potência ocupante.

Estes eventos ocorrem quando, em 15 de Maio de 2023, o Conselho de
Cooperação do Golfo, o Grupo dos 77, a Liga dos Estados Árabes, a
Organização de Cooperação Islâmica e a China apelaram à suspensão de
Israel das Nações Unidas até que Telavive respeite os seus próprios
compromissos [2 <#nb2>] .


    1° A Operação « Torrente de Al-Aqsa » surpreendeu Israel ?

Contrariamente ao que pretendeu o Governo de coligação de Benjamin
Netanyahu, a « Torrente de Al-Aqsa » não surpreendeu Israel. Este ataque
estava planeado desde os enfrentamentos de Maio de 2021.

• Segundo a CNN, o Hamas treinou os seus combatentes tendo em vista
desta operação durante um ano e meio [3 <#nb3>]. Ele construiu seis
campos de treino em Gaza e gravou aí filmes promocionais. Vídeos destes
treinos foram publicados semanas antes do ataque [4 <#nb4>].

• Em Março de 2023, o Hamas enviou uma grande delegação à Rússia. Nesta
ocasião, fez saber ao Ministro russo dos Negócios Estrangeiros (Relações
Exteriores-br), Serguei Lavrov, que a sua paciência estava esgotada e
que a sua raiva vinha « a caminho ».

• Em 2023, o Irão organizou debates entre as diversas forças
anti-Israelitas da região, o Hezbolla, a Jihad islâmica e o Hamas. Elas
realizaram-se em Beirute (Líbano) sob a presidência do General Ismaïl
Qaani, Comandante das brigadas al-Qods dos Guardas da Revolução
iraniana. Elas tinha por fim reconciliar estes actores que tinham
travado uma guerra feroz em Gaza e depois na Síria. Estas reuniões foram
tornadas públicas, em Maio de 2003. Nesta ocasião a imprensa libanesa
evocou a preparação da operação unida de 7 de Outubro. O Irão é, pois,
responsável pela reconciliação das facções palestinianas.

• Em 30 de Outubro, o Ministro egípcio da Inteligência, Kamel Abbas,
telefonou ao Primeiro-Ministro israelita para o avisar de uma grande
operação do Hamas contra Israel [5 <#nb5>]. O Egipto que combate os
Irmãos Muçulmanos estava inquieto por ver Israel continuar a deixá-los
desenvolverem-se.

• Em 5 de Outubro, a CIA avisou a Mossad sobre uma grande operação da
Resistência palestiniana unificada. Os Estados Unidos estavam
preocupados com a sua amplitude. No entanto, segundo o /New York Times,/
os relatórios da CIA (28 de Setembro e 5 de Outubro), ainda
classificados, não mencionam a utilização de novas técnicas de combate
pela Resistência palestiniana.
Os Serviços de Inteligência israelitas realizaram então uma reunião para
avaliar a ameaça. O Shin Bet (contra-espionagem) e o Amman (Inteligência
militar) participaram nela.

Portanto, o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu e o seu Gabinete
mentiram aos seus cidadãos ao fingirem ter sido surpreendidos pelo Hamas.


    2° Porque é que Israel deixou matar os seus ?

Várias hipóteses são possíveis. Eis aqui quatro :
• Os colonos habitando ilegalmente na Cisjordânia são omnipresentes no
governo israelita de coligação. Estavam cegos e surdos ao que se tramava
em Gaza.
• Benjamin Netanyahu, retomando a ideologia de seu pai, Benzion
Netanyahu, e do mentor deste, o Ucraniano Vladimir Jabotinsky, pensava
acabar com a presença palestiniana tanto em Gaza como na Cisjordânia.
Era esse quem descrevia a Palestina geográfica como « Uma terra sem
Povo, para um Povo sem terra ».
• Benjamin Netanyahu, retomando um velho projecto, desejava criar um
pretexto para justificar uma guerra contra o Irão e estender a
influência de Israel no Médio-Oriente.
• Os discípulos norte-americanos do fascista alemão Leo Strauss,
prosseguindo aquilo que fazem já na Ucrânia, desejavam criar um pretexto
para justificar uma guerra mais ampla contra a Rússia.
Estas quatro hipóteses não se excluem umas às outras, nem são exaustivas.


    3° O paralelo com o 11-de-Setembro

Os dirigentes israelitas estabeleceram um paralelo entre a versão
oficial do ataque do Hamas e a versão oficial dos atentados de 11 de
Setembro de 2001 nos Estados Unidos. Trata-se, para eles, de sublinhar a
barbárie do adversário, a surpresa do campo do Bem e de justificar as
guerras que se seguirão.

Este paralelo alimenta-se do facto de o Hamas se reivindicar como o ramo
palestiniano da Confraria dos Irmãos Muçulmanos, enquanto Osama Bin
Laden fora treinado por Mohammad Qutb, irmão de sangue do cérebro da
Confraria, Sayyid Qutb.

Este paralelo não tem base : é impossível que os atentados do
11-de-Setembro tenham sido perpetrados pela Alcaida. As autoridades
norte-americanas jamais foram capazes de responder às minhas objecções
[6] da sua versão. Além disso, desde estes acontecimentos novos
elementos apareceram contradizendo a Administração do Presidente George
W. Bush. Hoje em dia, 54% dos Norte-Americanos não acreditam na versão
da Comissão de Inquérito Presidencial.

No entanto, embora continuemos a ignorar quem organizou exactamente os
atentados do 11-de-Setembro, identificou-se um grupo que está implicado,
o do Projecto para um Novo Século Americano (PNAC em inglês-ndT). Assim,
um dos seus principais membros, Elliott Abrams, é o organizador da
mudança de regime que Benjamin Netanyahu levou a cabo em Israel e que a
sua Oposição qualificou como « Golpe de Estado » [6 <#nb6>]. Ora, este
indivíduo tem um pesado passado criminoso (nomeadamente, ele está
implicado no genocídio de Maias pelo terrorista israelita Yitzhak Shamir
e o General guatemalteco Efraín Ríos Montt [7 <#nb7>]. Foi condenado nos
Estados Unidos pelas suas mentiras [8 <#nb8>] e o seu papel no escândalo
Irão-Contras), pode-se razoavelmente questionar o seu eventual papel na
passividade de Israel face à preparação do ataque do Hamas.

Em Julho último, o Presidente Joe Biden nomeou este controverso
Republicano para a Comissão consultiva bipartidária dos Estados Unidos
da diplomacia pública, ou seja, para a supervisão da propaganda dos EUA
no mundo.


    4° Quem armou o Hamas ?

Uma operação tão sofisticada implica recursos e informações dos quais só
um Estado dispõe. As armas que utilizou eram originárias dos Estados
Unidos, da União Soviética e da Coreia do Norte. Elas circulam no Líbano
e na Palestina.

Três hipóteses foram formuladas :

= A hipótese de responsabilidade iraniana deve ser rejeitada devido ao
acordo celebrado entre Hassan al-Banna, o fundador da Confraria dos
Irmãos Muçulmanos, e Rouhollah Khomeini, o fundador da República
islâmica do Irão. Além disso, o Irão desmentiu já nas Nações Unidas, com
veemência, qualquer responsabilidade. É esta, no entanto, a teoria
defendida por Elliott Abrams [9 <#nb9>]. O Irão não é responsável pela «
Torrente de Al-Aqsa », mas sim pela reconciliação das facções palestinianas.

= A hipótese da responsabilidade russa não assenta em nenhuma prova.
Quando muito pode notar-se que o conflito na Palestina absorverá os
meios dos Ocidentais e, portanto, diminuirá a sua pressão na Ucrânia. Da
mesma forma, pode-se antecipar uma alta dos preços dos hidrocarbonetos,
favorável a Moscovo (Moscou-br). No entanto, a Rússia não tem meios para
lançar uma nova frente quando já se bate na Ucrânia. Além disso, Moscovo
não parou de combater as milícias oriundas da Confraria dos Irmãos
Muçulmanos desde a criação da Federação da Rússia. É, no entanto, a
teoria que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, defendeu perante
os 31 Ministros da Defesa da OTAN, em Bruxelas, no dia 11 de Outubro [10
<#nb10>]. O Ministro israelita da Defesa, Yoav Galant, interviu por
vídeo no mesmo senso [11 <#nb11>].

= A hipótese de uma responsabilidade turca, por outro lado, mantêm-se
sempre. Para além de o Presidente Recep Tayyip Erdoğan ter organizado o
último congresso do Hamas na Turquia, os principais dirigentes do Hamas
residem hoje em dia na Turquia, enquanto os membros da Confraria dos
Irmãos Muçulmanos, enquanto organismo internacional, partilham
residências entre o Reino Unido, o Catar e a Turquia. Ora, sabendo que a
CIA seguia a preparação da operação do Hamas, o Secretário de Estado dos
EUA, Antony Blinken, telefonou ao seu homólogo turco e antigo chefe dos
Serviços Secretos, Hakan Fidan, na noite de 6 para 7 de Outubro [12
<#nb12>], quer dizer no momento em que o Hamas lançava o seu ataque e
antes mesmo de o Exército israelita reagir. A seguir, Antony Blinken
telefonou aos seus homólogos em Israel e na Palestina, e novamente [13
<#nb13>] e ainda [14 <#nb14>] na Turquia.
Por fim, durante a cimeira dos ministros da defesa da OTAN, o Secretário
Loyd Austin revelou que os Estados Unidos haviam pedido à Turquia para
intervir a fim de fazer libertar os reféns dos EUA. No entanto, não
especificou se esta decisão tinha sido tomada antes ou depois do envio
do grupo naval /USS Gerald Ford/.


    5° Que diz o Direito Internacional a propósito do diferendo
    israelo-palestiniano ?

Segundo as Nações Unidas, os Palestinianos têm direito a um Estado
soberano dentro das fronteiras de 1967 com Jerusalém Leste como capital.
Esta fórmula implica que :
• O Estado da Palestina tem o direito a dispor do seu próprio exército
(ao que Israel se opõe sem descanso) ;
• O conjunto das colónias judaicas post-1967 e Jerusalém Leste devem ser
restituídos ao Estado da Palestina.
• Cada Palestiniano, ou titular de direitos, terá o direito de regressar
a Israel e de aí se estabelecer (direito ao regresso). Israel deverá
indemnizar aqueles cujos bens foram reciclados ou destruídos.

De acordo com as Nações Unidas, os Israelitas têm direito a um Estado
soberano dentro das fronteiras de 1967, com Jerusalém Ocidental como
capital. Esta fórmula implica que:
• Israel tem o direito a dispor do seu próprio exército (de que dispõe já)
• O conjunto das colónias judaicas post-1967 e de Jerusalém Leste devem
ser restituídos ao Estado da Palestina. Não será impossível que
Israelitas aí continuem a habitar, mas isso será enquanto estrangeiros.
• Israel deverá conceder o direito de residência a cada palestiniano, ou
titular de direitos, expulso em 1948, que o solicite. Israel deverá
restituir-lhe os seus bens ou indemnizá-lo (direito de regresso).

Inicialmente, estes dois Estados (Palestina e Israel) deviam ser
federados no seio de um Estado supranacional binacional. Isto é
claramente impossível de momento. Pode-se imaginar que uma força de paz
internacional venha se interpor entre a Palestina e Israel. De novo,
isso parece difícil. Por um lado, porque ninguém vai querer fazer parte
dela e, por outro lado, porque não é o que previam as Nações Unidas
originalmente. Esta previa o envio de observadores de manutenção da paz,
mas não força militar de interposição. Por fim, pode-se imaginar
desmilitarizar os dois Estados e dar-lhes garantias de não-agressão
pelos vizinhos.

Todos compreendem claramente que o Direito Internacional impõe perdas
consideráveis de território e de bens para Israel, ao passo que apenas
envolve o abandono de reivindicações para a Palestina. Mas é o preço da
justiça e da paz.


    6° Qual é a reacção de Israel ?

A coligação de Benjamin Netanyahu, que inclui supremacistas judeus
comparáveis aos supremacistas muçulmanos do Hamas, mudou em Agosto as
leis fundamentais de Israel, um Estado sem constituição. Segundo a
opinião dos observadores, nomeadamente da imprensa norte-americana, o
governo procedeu a um «Golpe de Estado» ao suprimir a independência da
Justiça. Manifestações monstras sacudiram Israel durante vários meses.

Face ao ataque que está a sofrer, Israel só poderá sobreviver aceitando
unir a sua classe dirigente. O antigo Primeiro-Ministro Yair Lapid
exigiu que os ministros supremacistas judaicos se demitam para que ele
possa participar num governo de unidade nacional. Itamar Ben-Gvir
(Ministro da Segurança Interna) e Bezalel Smotrich (Ministro das
Finanças) apoiaram desde que estão no Governo três pogroms anti-árabes,
nomeadamente o de Hawarrah [15 <#nb15>]. No entanto, o antigo Ministro
da Defesa, o General Benny Ganz, não colocou a mesma condição. Em última
análise, o actual Primeiro-Ministro decidiu incluí-los ambos no seu
governo, sem demitir os supremacistas judaicos. Mas, criou um conselho
de guerra, do qual os supremacistas judaicos estão excluídos.

Nesse momento, a censura militar entrou em cena. Ela é tão forte que o
Ministro da Informação, Distel Atbaryan, se demitiu em plena guerra.

Não é possível conhecer a exacta composição deste conselho de guerra
cujas deliberações são muito acaloradas. Sabe-se apenas que o Ministro
da Defesa, o General Yoav Gallant, não está no mesmo comprimento de onda
que o seu predecessor, o General Benny Ganz. A tal ponto que o
Primeiro-Ministro chamou em socorro o antigo Chefe de Estado-Maior, o
General Gadi Eizenkot, partidário de bombardeamentos maciços de civis,
para que ele participasse nas deliberações do conselho a título de
observador. Em caso algum, devem os Israelitas e o resto do mundo saber
como uns e outros reagem à passividade de Benjamin Netanyahu face à
preparação da Operação « Torrente de Al-Aqsa » e às primeiras horas da
sua aplicação. Da mesma forma, ninguém sabe o que este conselho de
guerra decidiu. Até o próprio Presidente, Isaac Herzog, foi mantido fora
das deliberações.

Parece que os debates evocaram a expulsão para o Egipto ou o massacre
dos dois milhões de habitantes de Gaza. Foi por isso que o Secretário de
Estado dos EUA, Antony Blinken, foi de urgência a Telavive apelar à calma.


    7° Como é que as coisas podem evoluir ?

O Direito Internacional dá o direito a Israel de se defender face ao
ataque que sofre. Foi o que fez durante cinco dias ao perseguir os
atacantes que tinham introduzido no seu território. Em seguida, Israel
iniciou o cerco de Gaza, enquanto o Exército israelita bombardeava a
Cidade de Gaza (mas não o sul da Faixa de Gaza). Esta operação viola
mais uma vez o Direito Internacional. Se se pode admitir que Israel
dispõe de um direito perseguição dos combatentes palestinianos em Gaza,
o cerco à Faixa de Gaza e o bombardeamento de edifícios civis são crimes
de guerra. Durante uma conferência de imprensa, ficou claro que o
Presidente de Israel, Isaac Herzog, ignora o que o seu Exército prepara.

Reportando-se à posição da Liga Árabe desde a Guerra dos Seis Dias, o
Egipto fechou a sua fronteira com Gaza. A Liga entende apoiar as
reivindicações palestinianas e recusa, pois, qualquer transferência de
população e qualquer naturalização. Além disso, o Cairo não pretende
assumir a responsabilidade por 2 milhões de imigrantes e sobretudo do
Hamas, cuja casa-mãe, a Confraria dos Irmãos Muçulmanos, é interdita no
Egipto.
O Exército israelita está pronto para reocupar a Faixa de Gaza. Ele
coloca-se a toda a volta. A ocupação de Gaza constituiria uma violação
do Direito Internacional, enquanto uma guerra contra-insurreicional
seria, em si mesma, um crime de guerra.

Os Estados Unidos enviaram armas e munições para Israel. Eles deslocaram
um grupo naval para a costa de Gaza (o porta-aviões /USS Gerald Ford/, o
cruzador lança-mísseis guiados /USS Normandy/ e os quatro destróieres de
mísseis guiados /USS Thomas Hudner, USS Ramage, USS Carney/ e /USS
Roosevelt/), depois um segundo grupo naval (o porta-aviões /USS
Eisenhower/, o cruzador lança-mísseis guiados /USS Philippine Sea/ e os
três destróieres de mísseis guiados /USS Laboon, USS Mason/ e /USS
Gravely/). No entanto, apelaram Israel à contenção.

Parece impossível que Israel possa levar ao seu termo o projecto de
Vladimir Jabotinsky e esvaziar à força a Faixa de Gaza dos seus dois
milhões de habitantes, sem intervenção internacional, a começar pela do
Hezbolla. Uma retirada do Exército é o mais provável.

Em
Voltaire.net.org
https://www.voltairenet.org/article219849.html
11/10/2023

Nenhum comentário:

Postar um comentário