quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Galeria de bandidos do FMI




Galeria de bandidos do FMI: vigaristas, violadores e trapaceiros

por James Petras

O FMI é a principal organização monetária internacional cujo objetivo
público é manter a estabilidade do sistema financeiro global através de
empréstimos relacionados com propostas a promover a recuperação económica
e o crescimento.

Na realidade, o FMI tem estado sob o controlo dos EUA e dos estados da
Europa Ocidental e as suas políticas têm sido concebidas para aumentar a
expansão, o domínio e os lucros das suas principais empresas
multinacionais e instituições financeiras.

Os EUA e os estados europeus praticam uma divisão de poderes: os
diretores executivos do FMI são europeus; os seus homólogos no Banco
Mundial (BM) são norte-americanos.

Os diretores executivos do FMI e do BM funcionam em estreita ligação com
os seus governos e, em especial, com os departamentos do Tesouro, para
decidir prioridades, para decidir quais os países que vão receber
empréstimos, quais as suas condições e quanto.

Os empréstimos e condições estabelecidos pelo FMI são estreitamente
coordenados com o sistema bancário privado. Quando o FMI assina um acordo
com um país devedor, isso é um sinal para que os grandes bancos privados
emprestem, invistam e avancem com uma série de transações financeiras
favoráveis. Pelo acima exposto, pode-se deduzir que o FMI desempenha o
papel de comando geral para o sistema financeiro global.

O FMI abre o caminho para os principais bancos conquistarem os sistemas
financeiros dos estados vulneráveis em todo o mundo.

O FMI assume o fardo de fazer todo o trabalho sujo através da sua
intervenção. Isto inclui a usurpação da soberania, a exigência de
privatizações e a redução das despesas sociais, dos salários e das
pensões, assim como a garantia da prioridade do pagamento da dívida. O FMI
atua como uma 'cortina' dos grandes bancos, desviando a crítica política e
o desassossego social.

Diretores executivos como capangas

Que espécie de pessoas têm os bancos como diretores executivos do FMI? A
quem confiam a tarefa de violar os direitos de soberania dum país, de
empobrecer o seu povo e de corroer as suas instituições democráticas?

A lista inclui um vigarista financeiro condenado; a atual diretora, que
está a ser julgada por acusações de má utilização de fundos públicos,
enquanto ministra das Finanças; um violador; um defensor da diplomacia da
canhoneira e o promotor do maior colapso financeiro na história de um
país.

Diretores executivos do FMI em tribunal

A atual diretora executiva do FMI (julho 2011-2015), Christine Lagarde,
está a ser julgada em França, por negligência quanto a um pagamento de
400 milhões de dólares ao magnata Bernard Tapie, quando era ministra das
Finanças no governo do presidente Sarkozy.

O anterior diretor executivo (novembro 2007-maio 2011), Dominique
Strauss-Kahn, foi forçado a demitir-se depois de ser acusado de violar uma
empregada de quartos num hotel de Nova Iorque e foi posteriormente preso e
julgado por proxenetismo na cidade de Lille, em França.

O seu antecessor, Rodrigo Rato (junho 2004-outubro 2007), era um
banqueiro espanhol que foi preso e acusado de evasão fiscal, escondendo
?27 milhões de euros em 70 bancos ultramarinos e defraudando milhares de
pequenos investidores a quem convenceu a pôr dinheiro num banco espanhol,
o Bankia, que foi à falência.

O seu antecessor, alemão, Horst Kohler, demitiu-se depois de ter afirmado
uma verdade inadmissível – nomeadamente, que a intervenção militar
ultramarina era necessária para defender os interesses económicos alemães,
como vias de comércio livre. Uma coisa é o FMI agir como instrumento dos
interesses imperialistas, outra coisa é um executivo do FMI falar sobre
isso publicamente!

Michel Camdessus (janeiro 1987-fevereiro 2000) foi o autor do "Consenso
de Washington", a doutrina subjacente à contra-revolução neoliberal
global. O seu mandato assistiu ao apoio e financiamento de alguns dos
piores ditadores da época, incluindo as suas fotos com o general Suharto,
o homem forte e o assassino de massas da Indonésia.

Com Camdessus, o FMI colaborou com o presidente da Argentina, Carlos
Menem, na liberalização da economia, na desregulamentação dos mercados
financeiros e na privatização de mais de mil empresas. As crises, que se
seguiram, levaram à pior depressão da história da Argentina, com mais de
20 mil falências, 25% de desemprego e taxas de pobreza acima dos 50% em
bairros da classe trabalhadora… Camdessus, posteriormente, lamentou os
seus "erros políticos" em relação ao colapso da Argentina. Nunca foi
preso ou acusado de crimes contra a humanidade.

Conclusão

O comportamento criminoso dos executivos do FMI não é uma anomalia nem
obstáculo para a sua seleção. Pelo contrário, foram escolhidos porque
refletem os valores, os interesses e o comportamento da elite financeira
global: vigarices, evasão fiscal, suborno, transferências em grande escala
de riqueza pública para contas privadas, são a norma para a instituição
financeira. Estas qualidades adequam-se à necessidade que os banqueiros
têm de confiar nos seus homólogos "sósias" no FMI.

A elite financeira internacional precisa de executivos no FMI que não
hesitem em usar padrões duplos e que passem por alto as grosseiras
violações dos procedimentos usuais. Por exemplo, a atual diretora
executiva, Christine Lagarde, empresta 30 mil milhões de dólares ao
regime fantoche na Ucrânia, apesar de a imprensa financeira descrever com
grande pormenor como os oligarcas corruptos roubaram milhares de milhões,
com a cumplicidade da classe política ( Financial Times, 12/21/15, pg.
7). A mesma Lagarde muda de regras quanto ao reembolso da dívida [NR] ,
permitindo que a Ucrânia não cumpra o pagamento da sua dívida soberana à
Rússia. A mesma Lagarde insiste que o governo grego de centro-direita
reduza ainda mais as pensões na Grécia, abaixo do nível de pobreza,
levando a que o regime acomodatício de Alexis Tsipras apele ao FMI para se
manter fora do resgate ( Financial Times, 12/21/15, pg.1).

Evidentemente, o corte selvagem dos padrões de vida, que os executivos do
FMI decretam por toda a parte, não deixa de estar ligado à sua história
pessoal criminosa. Violadores, vigaristas, militaristas, são as pessoas
certas para dirigirem uma instituição que empobrece 99% e enriquece 1% dos
super-ricos.

[NR] Ver O colapso da ordem financeira global começa dia 21

O original encontra-se em petras.lahaine.org/?p=2069 . Tradução de
Margarida Ferreira.


In
RESISTIR.INFO
http://resistir.info/petras/petras_25dez15_p.html
27/1/2016

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