domingo, 19 de julho de 2020

Brasil de Bolsonaro tem um Maracanã de mortos pela covid-19




*Rede Brasil Atual *


Mortos pela covid-19: 79.488. Maracanã lotado: 78.838. A insensatez do
presidente Jair Bolsonaro, seguida por muitos governadores e prefeitos,
leva a um genocídio sem precedentes. Neste sábado (18), o Conselho
Nacional de Secretários de Saúde (Conass) registrou também o total de
2.098.389. de casos oficiais de doentes pelo novo coronavírus. Não são
só números, são pessoas, histórias, famílias destruídas. Quem não tem
capacidade para salvar vidas jamais salvará nenhuma economia. Basta! Ou
como gritaram as redes sociais: #Deu!

• O vírus da necropolítica: Bolsonaro contagiou até governadores que
disfarçaram oposição

• Entre os Inumeráveis, o que fica é sempre o mais simples

A imagem de abertura deste dossiê foi inspirada em capa do jornal Estado
de Minas de 3 de julho, quando o total de óbitos pela covid-19 (61.990)
superou a lotação do Estádio do Mineirão – em 16 dias de lá para cá
foram mais de mil mortes por dia.

A covid-19 em números: uma comparação de letalidade

O Brasil chega a 78 mil mortos de covid-19. Um Maracanã de mortos. São
300 vezes o número de vítimas do rompimento de barragem em Brumadinho
(MG), em janeiro de 2019. Na ocasião, foram 259 mortos e 11 desaparecidos.

O número de mortos pela covid-19 ainda supera, largamente, o desastre
natural que mais deixou vítimas na história: as chuvas e deslizamentos
na região serrana do Rio de Janeiro, com 917 mortos e 345 desaparecidos.

Os números da covid-19 também são significativamente maiores do que as
demais causas de mortes naturais. Em todo o ano de 2019, o Brasil
registrou 1.109 mortes por gripe comum (influenza), sendo 787 por H1N1.
Jair Bolsonaro chamou esse vírus de “gripezinha”, que não mataria mais
que chamada gripe suína.

No auge da pandemia de H1N1, entre os anos de 2009 e 2010, o Brasil
registrou 105.054 casos e 2.098 mortos. A covid-19 superou o número de
mortos nos dois anos de maior disseminação da H1N1, em 31 dias.

Agência Brasil

A pandemia de covid-19 segue sem controle no Braisil, epicentro da
pandemia. Número de mortes “se estabiliza”, em patamares acima do milhar
diariamente

Outra doença que, no início da pandemia, os negacionistas apontavam como
mais letal é a dengue. Entretanto, o novo coronavírus se mostrou muito
mais letal. Em 2019, a dengue deixou 754 mortos em todo o país. No pior
ano da história em relação às mortes pela doença, 2015, foram 986 mortos.

O mesmo em relação aos acidentes de trânsito, que matam muito no Brasil.
Em 2019, morreram, em média, 111 pessoas por dia, vítimas de acidentes
no trânsito. Foram 40.721 vidas perdidas naquele ano. Em apenas quatro
meses, a covid-19 já deixou quase o dobro de mortos.

As doenças cardiovasculares são, historicamente, as maiores causas de
mortes no Brasil. São mais de 1.100 mortes por dia, 46 por hora. Há duas
semanas o Brasil é o país em que mais pessoas morrem de covid-19. A
doença supera, neste período, os mortos por infarto e AVC. A média
diária de mortos se mantém acima de 1.100 há mais de um mês.

O Brasil de Bolsonaro e o mundo frente à covid-19

No contexto internacional, o Brasil carrega uma série de indicadores da
vergonha. É um dos países que menos testa no mundo. Enquanto os Estados
Unidos, local mais afetado pelo vírus, testa em média 118 pessoas para
cada positivo, essa proporção não chega a quatro testes para um positivo
no Brasil. Confira alguns desses dados vergonhosos:

O primeiro estudo em grande escala sobre a realidade da pandemia foi
divulgado na última semana pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Analisando as mortes excedentes por causas naturais em quatro cidades –
São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza e Manaus –, foi notado um excedente
de 22 mil mortes. Analistas da instituição apontam que, de forma
conservadora, as mortes pela covid-19 podem girar na casa dos 110 mil.

Sozinho, o Brasil tem mais do que o dobro de mortos de todos os países
da América do Sul somados. Enquanto o grupo de 11 países soma 36.494
mortos, o Brasil supera os 78 mil. Isso desconsiderando a subnotificação.

Fernando Crispim/Amazonia Real

Com a realidade da subnotificação, ainda não existe consenso científico
de quando a situação deve melhorar no Brasil

Enquanto o Brasil não fez nenhum tipo de rastreio de contágios, além de
testar muito pouco, os governos, de forma geral, mal adotaram medidas de
proteção sanitária. Agora, o país colhe os resultados. Enquanto isso,
não faltam bons exemplos em meio à pandemia.

É possível citar países latinos, como a Argentina, Cuba e o Uruguai. A
Argentina promoveu quarentenas intensas, e soma 2.112 mortos. Já o
Uruguai e Cuba fizeram um intenso trabalho de rastreio dos contágios,
analisando de forma setorizada e eficiente a disseminação do vírus. O
resultado: Uruguai, 31 mortos, Cuba, 87.

Existem outros bons exemplos onde a responsabilidade do poder público e
da sociedade resultaram em menos mortes e rápida reabertura da economia.
Países liderados por mulheres se destacam no sucesso da gestão pública
no combate à covid-19. Nova Zelândia (22 mortes), Alemanha (9.087),
Taiwan (7 mortes) e Noruega (254) são exemplos. Estes países realizaram
testes em massa e quarentenas rígidas para frear a doença. Outro ponto
em comum entre essas nações é o forte sistema de assistência social, que
promoveu cuidados com a população, protegendo vidas e economias.

Quando não se manifestou para ridicularizar a pandemia e os mortos,
Bolsonaro disse se espelhar na Suécia (5.619 mortos). O país nórdico, no
início da pandemia, resolveu não promover isolamento social. A ideia era
imunizar a população por meio do amplo contágio. O resultado foi
avassalador. O país teve um número elevado de mortes, e o ministro da
Saúde teve de se desculpar pela condução desastrosa. Se o Brasil tivesse
a mesma taxa de mortalidade sueca, já teríamos passado de 120 mil mortos.

Outro país com a condução desastrosa da pandemia é os Estados Unidos, de
Donald Trump, aquele que diz que não se importa e modelo de
necropolítica de Bolsonaro. Por lá, já morreram mais de 140 mil pessoas,
mais do que o dobro de baixas oficiais de norte-americanos durante a
Guerra do Vietnã.

Rechaço internacional

Trump e Bolsonaro desacreditaram da ciência e do novo coronavírus.
Entretanto, o seguidor fiel latino-americano conseguiu arrancar críticas
até mesmo do norte-americano. Por mais incompetente e frouxa tenha sido
a reação dos Estados Unidos, o Brasil conseguiu superar. “O Brasil está
enfrentando um grande problema, mas não testa como nós”, disse Trump. As
críticas internacionais não param aí.

Bolsonaro foi o único presidente do mundo a demitir dois ministros da
Saúde em meio à maior crise sanitária dos últimos 100 anos. Demitiu Luiz
Henrique Mandetta e Nelson Teich. O primeiro, por defender a importância
do isolamento social; o segundo, por não aceitar recomendar cloroquina
de forma indiscriminada.

Bolsonaro também encontra críticas em órgãos internacionais de Saúde. Em
maio, o governo tentou censurar dados da covid-19, o que provocou
reações, inclusive da Johns Hopkins, maior entidade de estudo em
epidemiologia dos Estados Unidos.

A Organização Mundial da Saúde também virou desafeto de Bolsonaro. O
brasileiro insiste em receitar um remédio, a hidroxicloroquina, como
“milagroso” contra a covid-19. Entretanto, uma série de estudos
reconhecidos pela OMS mostram que o medicamento não tem eficácia no
combate ao vírus. Ao contrário, tem efeitos colaterais graves no sistema
cardiovascular.

Reprodução

Abertura de covas emergencial no cemitério da Vila Formosa, em São
Paulo, o maior da América Latina

“No Brasil, é o vírus que está no controle até agora”, disse o diretor
de emergências da OMS, Michel Ryan. A entidade reconhece que o número de
mortos parou de crescer de forma veloz no país, mas a manutenção das
mortes acima da casa do milhar diariamente preocupa. “Não há maneiras de
garantir que a queda vai ocorrer por si”, disse, sobre a falta de ações
dos governos contra o vírus.

Os Estados Unidos fecharam fronteiras com o Brasil por conta da
gravidade da crise. Enquanto isso, países vizinhos, como a Argentina,
temem as fronteiras terrestres. Bolsonaro é criticado frequentemente
pela imprensa local, que teme que a irresponsabilidade brasileira possa
prejudicar cidades fronteiriças entre as nações latinoamericanas.

O mundo soma cerca de 14 milhões de infectados, com quase 600 mil
mortos. No entanto, países que tiveram grande números de mortos hoje têm
curvas da pandemia em clara queda, ao contrário do Brasil.

As curvas de casos de França, da Itália e do Reino Unido, acima, e a do
Brasil, em destaque

Aberrações de Bolsonaro durante a pandemia

10 de março

Em viagem aos Estados Unidos, Bolsonaro disse que “muito do que tem ali
é muito mais fantasia, a questão do coronavírus, que não é isso tudo que
a grande mídia propaga”. Naquele momento o país tinha 10 mil casos e
menos de 100 mortos.

12 de março

Quando o país chegou a 20 mil casos, Bolsonaro fez um pronunciamento. “O
governo está atento para manter a evolução do quadro sob controle.”
Passados quatro meses, investiu apenas 47% da verba total para
enfrentamento da pandemia. No caso da saúde, foram apenas 45%.

13 de março

“Eu não sou médico, não sou infectologista. O que eu ouvi até o momento:
outras gripes mataram mais do que esta”, disse o presidente, quando o
país superou 15 mil casos.

Marcos Corrêa/PR

Bolsonaro segue firme em sua campanha para minimizar a pandemia e
aumentar o número de mortos no país

16 de março

“Mas não é isso tudo que dizem”, disse Bolsonaro, enquanto prefeitos e
governadores começavam a anunciar as primeiras medidas de isolamento
social e fechamento do comércio.

22 de março

De forma totalmente errada, Bolsonaro compara a covid-19, que estava há
menos de um mês no país, com o número de mortos do vírus H1N1, que matou
800 pessoas em 18 meses. “A previsão é não chegar a essa quantidade de
óbitos no tocante ao coronavírus”, afirmou.

24 de março

Em pronunciamento na TV, Bolsonaro diz que a covid-19 é uma “gripezinha”
e defende o “isolamento vertical”, para manter em quarentena apenas os
idosos e doentes crônicos. Essa medida não é reconhecida pela ciência ou
pela medicina.

29 de março

“Estou com vontade de baixar um decreto amanhã” para proibir prefeitos e
governadores de decretar quarentenas e medidas de isolamento social.
Naquele dia, o país tinha 4.309 casos confirmados e 139 mortos.

12 de abril

Em live com líderes religiosos, Bolsonaro desdenhou das mais de 1.200
mortes que o país atingira e disse que “parece que está começando a ir
embora essa questão do vírus”.

16 de abril

Bolsonaro demite o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que
defende o isolamento social. Nelson Teich assume e deixa o ministério
menos de um mês depois. O general Eduardo Pazuello vai ficando no cargo.

20 de abril

Em uma semana, o país dobrou o número de mortes pela covid-19, chegando
a 2.575. Mais uma vez o presidente desdenhou: “Eu não sou coveiro”.

28 de abril

Apenas oito dias depois, o Brasil chegou a 5 mil mortes. “E daí?
Lamento. Quer que eu faça o quê?”, respondeu Bolsonaro, quando
questionado pela imprensa.

7 de maio

“Vou fazer um churrasco no sábado aqui em casa. Vamos bater um papo,
quem sabe uma ‘peladinha’”, disse Bolsonaro, um dia antes do país chegar
a 10 mil mortos pela covid-19.

Reprodução/Facebook

Bolsonaro e seus aliados, como Luciano Hang, debocharam reiteradamente
dos mortos e de quem buscou se proteger da covid-19

19 de maio

Várias vezes Bolsonaro defendeu o uso de medicamentos sem qualquer
eficácia comprovada contra a covid-19. No dia que o Brasil registrou
mais de mil mortes em 24 horas pela primeira vez, o presidente fez uma
live em tom de deboche e às gargalhadas para exaltar a cloroquina. “Toma
quem quiser, quem não quiser, não toma. Quem é de direita toma
cloroquina. Quem é de esquerda toma Tubaína.”

2 de junho

Ainda sem ministro da Saúde, sem política de enfrentamento da pandemia e
sem aplicar a verba destinada a combater o coronavírus, Bolsonaro vê o
país superar a marca de 30 mil mortos. “A gente lamenta todos os mortos,
mas é o destino de todo mundo”, disse, como se não fosse
responsabilidade do presidente trabalhar para evitar as mortes.

6 de junho

Para dificultar o trabalho da imprensa na divulgação dos dados de casos
e mortes pela covid-19, Bolsonaro manda tirar do ar o site com as
informações sobre a pandemia. “Acabou matéria no Jornal Nacional“,
comemorou.

25 de junho

O país supera a marca de 55 mil vidas perdidas. Bolsonaro novamente fala
contra o isolamento social e defende a reabertura da economia. “Não
podemos ter aquele pavor lá de trás, que chegou junto à população e
houve, no meu entender, um excesso de preocupação apenas com uma questão
(a saúde) e não podia despreocupar com a outra (a economia).”

3 de julho

Bolsonaro vetou a obrigação de uso de máscara em estabelecimentos
comerciais, indústrias, igrejas, templos, escolas e universidades. O uso
de máscara é uma das principais medidas de segurança individual contra o
coronavírus.

16 de julho

76 mil mortos. Bolsonaro diz novamente que está havendo exagero com a
pandemia e se exime de responsabilidade. “Alguns acham que tinha como
diminuir o número de óbitos. Diminuir como?”

17 de julho

Um grupo de médicos de várias áreas responde Bolsonaro sobre o que
poderia ser feito para diminuir o número de mortes: políticas nacionais
de isolamento social, ampla testagem, rastreamento de contatos,
fortalecer o sistema de saúde, contratar mais profissionais, incentivar
o uso de máscaras, entre outros. Nenhuma dessas ações foi tomada pelo
governo de Jair Bolsonaro.

Erros de governadores

São Paulo

14 de março

Para economizar, o governo João Doria (PSDB) decide testar apenas
pacientes graves, liquidando a possibilidade de fazer rastreamento da
doença e reduzir infecções.

“Nós vamos deixar de fazer exames para aqueles pacientes não internados.
Só faremos exames nos pacientes internados, nos pacientes em clínica
sentinela e pacientes de pesquisa. Isto é dar bom gasto ao dinheiro
público”, disse David Uip, que coordenava o comitê de saúde.

8 de abril

A Secretaria da Saúde admite que está subnotificando casos de covid-19.
Segundo o governo, o objetivo é concentrar esforços em casos graves, mas
a falta de registros dificulta o desenvolvimento de políticas e o
isolamento dos casos.

Governo de SP-Divulgação

Governador anunciou o plano para a volta às aulas comemorando que o
enfrentamento à pandemia em São Paulo era um sucesso

22 de abril

Doria anuncia um plano de flexibilização da quarentena a partir de 11 de
maio. Após o anúncio o isolamento social despenca, comércios reabrem e a
taxa de aumento de casos por semana sobe de 3,5% para 15,8%, na capital
paulista.

30 de abril

Instituto Butantã admite que perdeu quase 2 mil exames para detectar a
covid-19, por problemas no armazenamento do material coletado.

19 de maio

Com a queda no isolamento social, o então coordenador do comitê de
saúde, Dimas Tadeu Covas, diz que “estamos perdendo a batalha contra o
vírus”.

“A epidemia está ganhando força. Os números estão aí, as curvas estão
aí. A epidemia cresce no Brasil, cresce no estado de São Paulo,
inclusive no interior. Então nós temos sim que endurecer as medidas até
que os números comecem a decrescer”, disse Dimas. São Paulo tinha 65.995
casos e 5.147 pessoas mortas.

27 de maio

Em uma semana, São Paulo teve mais de mil mortes e 21 mil novos casos.
Sem qualquer melhora nos indicadores da pandemia, Doria anuncia que São
Paulo caminha para uma estabilização no número de casos e anuncia um
plano de reabertura da economia. Dimas deixa a coordenação do comitê.

1º de junho

Doria coloca quatro regiões do interior na fase 3-amarela da abertura,
podendo abrir shoppings, comércio, serviços, bares, restaurantes e
salões de beleza. Duas semanas depois todas elas passaram à fase
1-vermelha, após um imenso aumento dos números de casos, internações e
mortes. O estado tinha 111 mil casos e 7,6 mil mortes por covid-19.

24 de junho

Doria anuncia volta às aulas para 8 de setembro, com parte dos
estudantes. Pais, professores e especialistas em saúde se opõem.
Pesquisadores alertam para o risco de aumento na mortalidade de crianças
menores de 5 anos, que pode chegar a 17 mil vítimas no país.

26 de junho

O governador mantém o processo de reabertura e cidades do interior
registram cada vez mais casos e mortes. Fase 1-vermelha atinge 306
cidades em 10 regiões.

10 de julho

Para avançar com a abertura, Doria começa a afrouxar as regras do plano
São Paulo. Primeiro permite que os comércios possam ficar abertos mais
tempo na fase 2-laranja. Depois passa setores que só podiam abrir na
fase 4-verde, para a fase 3-amarela.

13 de julho

Capital paulista, Baixada Santista e parte da Grande São Paulo estão na
fase 3-amarela da reabertura. Mas número de casos suspeitos de covid-19
e mortes começam a crescer novamente na capital.

15 de julho

Em live realizada na última quarta-feira (15), o presidente do Instituto
Butantan e ex-coordenador do comitê de saúde, Dimas Covas, disse que foi
um erro não ter realizado ampla testagem desde o início da pandemia. E
que agora, já não adianta mais fazer.

17 de julho

Uma semana depois de Doria forçar a região de Piracicaba a passar para a
fase 2-laranja, sistema de saúde chega perto do colapso e governo
determina volta a fase mais restrita da reabertura. O estado registra
19,3 mil óbitos e 407,4 mil casos de covid-19. Um aumento de 154% nas
mortes e 267% nos casos, desde o início da abertura.

TWITTER/REPRODUÇÃO

Doria e Bolsonaro se afastaram e trocaram farpas por conta da covid-19.
A condução na pandemia, porém, não é muito diferente

Minas Gerais

9 de abril

O governador Romeu Zema (Novo) descarta fazer restrições de circulação e
de abertura do comércio. “Se nós impedirmos ele [coronavírus]
totalmente, ele acaba deixando algumas regiões sem estar infectadas, e
amanhã nós vamos ter uma onda gigantesca nessa região. Então, o ideal é
que ele se propague, mas devagar, e a ausência total de propagação é ruim.”

20 de abril

Zema descarta ampliar a testagem da população alegando que o estado não
tem dinheiro para comprar testes. Minas é o estado com menos testes
aplicados no país.

Final de abril

Contrário a medidas de isolamento social, Zema lança o programa de
reabertura Minas Consciente.

15 de maio

Ainda sem aplicar testes, o governo Zema para de informar o número de
casos suspeitos de covid-19 no estado, dificultando ainda mais a análise
da situação.

30 de junho

Por falta de material para diagnóstico, 73% das quase 3 mil mortes por
Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) acabaram registradas como
“causa indefinida”, termo utilizado quando não é possível identificar o
vírus.

1º de julho

Segundo dados da Secretaria da Saúde, houve crescimento de 930% no
número de internações por SRAG em Minas, entre janeiro e junho,
comparado a igual período de 2019.

Arquivo EBC

Mortes pela covid-19 continuam crescendo em todo o país e regiões mais
pobres seguem sendo as mais afetadas pela pandemia

Distrito Federal

2 de julho

O governador Ibaneis Rocha (MDB) autorizou a reabertura de quase todo o
comércio e a volta às aulas presenciais, mesmo com o número de casos
ainda aumentando.

9 de julho

Governo anuncia que a chance de contágio por covid-19 caiu. Havia 64.314
casos e menos de mil mortes.

17 de julho

Uma semana depois, o Distrito Federal teve aumento de 13.307 casos, o
maior crescimento semanal registrado até agora. Mortes chegaram a 1.037.

Santa Catarina

17 de março

Com apenas sete casos confirmados, o governador Carlos Moisés (PSL)
decretou o fechamento de todo o comércio não essencial e a proibição de
eventos de qualquer tipo por 30 dias e interrompeu todo o serviço de
transporte coletivo por uma semana.

1º de abril

Menos de 15 dias depois, Moisés iniciou um plano de reabertura da
economia catarinense. Construção civil, profissionais autônomos,
escritórios e mecânicas voltaram a abrir. Havia 776 casos confirmados e
24 mortes.

20 de abril

O governo de Santa Catarina liberou os cultos e as missas, a abertura de
shoppings, centros comerciais e restaurantes, e o exercício físico em
parques, praias e em academias. O estado registrava 1.063 casos de
covid-19 e 35 mortes.

6 de maio

Santa Catarina registra explosão de casos de covid-19, com aumento de
230% em três semanas. Mortes chegam a 58.

24 de junho

Santa Catarina registra 16 mortes e 1.600 casos em 24 horas. Número de
casos cresceu 1.800% desde a liberação de igrejas, shoppings e
restaurantes. Prefeito de Blumenau apela que o povo fique em casa: “Por
favor, nos ajudem”.

16 de julho

Sete regiões do estado registram nível gravíssimo da pandemia. Santa
Catarina tem 47.976 casos confirmados e 569 mortes. A taxa de ocupação
em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) chega a 71,7%.

Edição: Paulo Donizetti de Souza

In
BRASIL 247
https://www.brasil247.com/brasil/brasil-de-bolsonaro-tem-um-maracana-de-mortos-pela-covid-19-r2gszaa9
19/7/2020

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