quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Outra Hiroshima aproxima-se — se não a travarmos já


 
*por John Pilger [*]

John Pilger. Quando em 1967 fui pela primeira vez a Hiroshima, a sombra
sobre os degraus ainda estava ali. Era uma impressão quase perfeita de
um ser humano em descanso: pernas estendidas, cabeça inclinada, uma mão
ao seu lado enquanto aguardava a abertura de um banco.

Às oito e um quarto na manhã de 6 de Agosto de 1945, ela e a sua
silhueta foram queimadas no granito.

Olhei para a sombra durante uma hora ou mais, depois desci até ao rio
onde os sobreviventes ainda viviam em barracas.

Encontrei um homem chamado Yukio, cujo tórax fora gravado com o padrão
da camisa que estava a usar quando a bomba atómica foi lançada.

Ele descreveu um enorme clarão sobre a cidade, "uma luz azulada, algo
como um curto-circuito eléctrico", após o qual o vento soprou como um
tornado e caiu chuva negra. "Fui atirado ao chão e reparei que apenas os
caules das minhas flores tinham ficado. Tudo estava parado e silencioso
e, quando me levantei, havia pessoas nuas, sem nada dizer. Algumas delas
não tinham pele nem cabelo. Eu tinha a certeza de estar morto".

Nove anos mais tarde, voltei a procurá-lo e ele havia morrido de leucemia.

Só um repórter, Wilfred Burchett, um australiano, enfrentou a perigosa
jornada até Hiroshima no rescaldo imediato do bombardeio atómico,
desafiando as autoridades de ocupação Aliadas, as quais controlavam o
"pacote da imprensa".

Wilfred Burchett. "Escrevo isto como uma advertência ao mundo", relatou
Burchett no London /Daily Express / de Londres em 5 de Setembro de 1945.
Sentado nos escombros com a sua máquina de escrever Baby Hermes,
descreveu as enfermarias do hospital cheias de pessoas sem lesões
visíveis que estavam a morrer do que ele denominou "uma praga atómica".

Por isso, a sua acreditação de imprensa foi retirada, ele foi posto no
pelourinho e enlameado. O seu testemunho da verdade nunca foi perdoado.

O bombardeamento atómico de Hiroshima e Nagasaki foi um acto de
assassínio em massa premeditado em massa que desencadeou uma arma de
criminalidade intrínseca. Ela foi justificada pelas mentiras que
constituem a base da propaganda de guerra da América no século XXI,
lançando um novo inimigo e alvo – a China.

Durante os 75 anos desde Hiroshima, a mentira mais duradoura é que a
bomba atómica foi lançada para acabar com a guerra no Pacífico e poupar
vidas.

"Mesmo sem os ataques por bombardeio atómico", concluiu o United States
Strategic Bombing Survey de 1946, "a supremacia aérea sobre o Japão
poderia ter exercido pressão suficiente para provocar a rendição
incondicional e evitar a necessidade de invasão. "Com base numa
investigação pormenorizada de todos os factos e apoiada pelo testemunho
dos líderes japoneses sobreviventes envolvidos, é opinião do Inquérito
que ... o Japão ter-se-ia rendido mesmo se as bombas atómicas não
tivessem sido lançadas, mesmo se a Rússia não tivesse entrado na guerra
[contra o Japão] e mesmo se nenhuma invasão tivesse sido planeada ou
contemplada".

Os Arquivos Nacionais em Washington contêm documentadas aberturas de paz
japonesas já em 1943. A nenhuma foi dado seguimento. Um telegrama
enviado em 5 de Maio de 1945 pelo embaixador da Alemanha em Tóquio e
interceptado pelos EUA deixou claro que os japoneses estavam
desesperados a rogar por paz, incluindo "capitulação mesmo se os termos
fossem duros". Nada foi feito.

O secretário da Guerra dos EUA, Henry Stimson, disse ao presidente
Truman estar "temeroso" de que a US Air Force tivesse bombardeado tanto
o Japão que a nova arma não seria capaz de "mostrar a sua força".
Stimson admitiu mais tarde que "nenhum esforço foi feito e nenhum foi
seriamente considerado, para conseguir a rendição simplesmente a fim de
não ter de usar a bomba [atómica]".

Os colegas de política externa de Stimson – a olharem mais adiante para
a era do pós-guerra que estavam então a moldar "à nossa imagem", como o
famoso planeador da Guerra Fria George Kennan afirmou – deixaram claro
estarem ansiosos "por intimidar os russos com a bomba [atómica] que
mantinham ostensivamente a tiracolo". O general Leslie Groves, director
do Projecto Manhattan que fabricou a bomba atómica, testemunhou: "Nunca
houve qualquer ilusão da minha parte de que a Rússia era nossa inimiga e
que o projecto foi conduzido com base nisso".

No dia seguinte à obliteração de Hiroshima, o presidente Harry Truman
manifestou a sua satisfação com o "sucesso esmagador" da "experimento".

O "experimento" continuou muito depois de a guerra estar acabada. Entre
1946 e 1958, os Estados Unidos explodiram 67 bombas nucleares nas Ilhas
Marshall no Pacífico: o equivalente a mais do que uma Hiroshima todos os
dias durante 12 anos.

As consequências humanas e ambientais foram catastróficas. Durante a
filmagem do meu documentário, /The Coming War on China / , fretei um
pequeno avião e voei para o Atoll de Bikini, nas Ilhas Marshall. Foi ali
que os Estados Unidos explodiram a primeira Bomba de Hidrogénio do
mundo. Ali a terra permanece envenenada. Meus sapatos foram registados
como "inseguros" no meu contador Geiger. Palmeiras erguiam-se em
formações que não eram deste mundo. Não havia pássaros.

Atol de Bikini

Trilhei através da selva até ao bunker de betão onde, às 6h45 da manhã
de 1 de Março de 1954, foi premido o botão. O sol, que já se havia
levantado, levantou-se novamente e vaporizou uma ilha inteira na laguna,
deixando um vasto buraco negro, que visto do ar é um espectáculo
ameaçador: um vazio mortal num lugar de beleza.

A precipitação radioactiva propagou-se rapidamente e "inesperadamente".
A história oficial afirma que "o vento mudou subitamente". Foi a
primeira de muitas mentiras, como revelam documentos desclassificados e
os testemunhos das vítimas.

Gene Curbow, meteorologista designado para monitorizar o sítio do teste,
disse: "Eles sabiam para onde iria a precipitação radioactiva. Mesmo no
dia do disparo, ainda tinham oportunidade de evacuar pessoas, mas [as
pessoas] não foram evacuadas; eu não fui evacuado... Os Estados Unidos
precisavam de algumas cobaias para estudar que efeitos a radiação fariam".

Habitante das Ilhas Marshall. Tal como Hiroshima, o segredo das Ilhas
Marshall foi uma experimento calculado sobre as vidas de um grande
número de pessoas. Este foi o Projecto 4.1, que começou como um estudo
científico de ratos e se tornou uma experimento sobre "seres humanos
expostos à radiação de uma arma nuclear".

Os ilhéus das Marshall que encontrei em 2015 – tal como os sobreviventes
de Hiroshima que entrevistei nas décadas de 1960 e 1970 – sofriam de um
conjunto de cancros, habitualmente cancro da tiróide; milhares já haviam
morrido. Abortos e natimortos eram comuns; os bebés que viviam estavam
muitas vezes horrivelmente deformados.

Ao contrário de Bikini, o atol vizinho de Rongelap não foi evacuado
durante o teste de Bomba H. Directamente na direcção do vento de Bikini,
os céus de Rongelap escureceram e choveu o que a princípio pareciam ser
flocos de novo. Alimentos e água ficaram contaminados; e a população
caiu vítima e cancros. Isto é verdade ainda hoje.

Encontrei Nerje Joseph, que me mostrou uma fotografia sua de quando era
criança em Rongelap. Ela tinha terríveis queimaduras faciais e grande
parte do seu cabelo estava a faltar. "Estávamos a banhar-nos no poço no
dia em que explodiu a bomba", disse ela. "Um pó branco começou a cair do
céu. Consegui apanhar o pó. Usámo-lo como sabão para lavar o nosso
cabelo. Poucos dias depois, meu cabelo começou a cair".

"Alguns de nós estavam em agonia", disse Lemoyo Abon. Outros tinham
diarreia. Estávamos terrificados. Pensámos que deveia ser o fim do mundo".

A filmagem do arquivo oficial dos EUA que incluí no meu filme refere-se
aos ilhéus como "selvagens dóceis". Depois da explosão, um responsável
da Agência de Energia Atómica dos EUA é visto a jactar-se de que
Rongelap "é de longe o lugar mais contaminado da terra", acrescentando:
"será interessante obter uma medida da absorção humana quando pessoas
vivem num ambiente contaminado".

Cientistas americanos, incluindo médicos, construíram carreiras
distintas a estudar a "absorção humana". Lá estão eles a cintilar no
filme, nas suas batas brancas, atentos às suas pranchetas. Quando um
ilhéu morreu na sua adolescência, a sua família recebeu um cartão de
simpatia do cientista que o estudou.

Teste de Baker Shot, 1946.

Fiz reportagens de cinco pontos de impacto /("ground zeros") / através
do mundo – no Japão, nas Ilhas Marshal, em Nevada, na Polinésia e em
Maralinga, na Austrália. Ainda mais do que a minha experiência como
correspondente de guerra, isto ensinou-me acerca da crueldade e
imoralidade de uma grande potência: ou seja, a potência /imperial, /
cujo cinismo é o verdadeiro inimigo da humanidade.

Isto atingiu-me à força quando filmei no Ground Zero de Taranaki, em
Maralinga, no deserto australiano. Numa cratera semelhante a um prato
estava um obelisco sobre o qual estava inscrito: "Uma arma atómica
britânica explodiu aqui a 9 de Outubro de 1957". Na borda da cratera
estava este sinal:

*AVISO: PERIGO DE RADIAÇÃO
Os níveis de radiação durante algumas centenas de metros
em torno deste ponto podem estar acima daqueles considerados
seguros para ocupação permanente. *

Tanto quanto a vista podia alcançar, e mais além, o terreno estava
irradiado. Plutónio bruto espalhado como pó de talco: o plutónio é tão
perigoso para os humanos que um terço de um miligrama dá 50 por cento de
probabilidades de cancro.

Memorial a britânicos que morreram após testes nucleares em Maralinga.
As únicas pessoas que poderiam ter visto o sinal eram indígenas
australianos, para os quais não havia nenhum aviso. Segundo um relato
oficial, se tivessem sorte "eram enxotados como coelhos".

*A ameaça duradora *

Hoje, uma campanha de propaganda sem precedentes está a enxotar-nos a
todos como coelhos. Não pretendemos questionar a torrente diária da
retórica anti-chinesa, a qual está rapidamente a ultrapassar a torrente
da retórica anti-russa. Qualquer coisa chinesa é ruim, anátema, uma
ameaça: Wuhan... Huawei. Quão confuso é isto quando o "nosso" líder mais
vilipendiado diz isso.

A fase actual desta campanha começou não com Trump, mas com Barack
Obama, o qual em 2011 foi à Austrália para declarar a maior acumulação
de forças navais americanas na região da Ásia-Pacífico desde a Segunda
Guerra Mundial. Subitamente, a China era uma "ameaça". Isto era um
disparate, naturalmente. O que era ameaçado era a incontestada visão
psicopática da América como a nação mais rica, mais bem sucedida, mais
"indispensável".

O que nunca esteve em causa foram suas proezas como valentão – com mais
de 30 membros das Nações Unidas a sofrerem alguma espécie de sanções
americanas e um rastro de sangue a correr por indefesos países
bombardeados, com governos derrubados, com eleições interferidas e
recursos saqueados.

A declaração de Obama ficou conhecida como o "pivô para a Ásia". Uma de
suas principais defensoras foi a sua secretária de Estado, Hillary
Clinton, a qual, como revelou a WikiLeaks, queria renomear o Oceano
Pacífico como "o Mar Americano".

Enquanto Clinton nunca ocultou o seu belicismo, Obama era um maestro do
marketing. "Afirmo claramente e com convicção", disse o novo presidente
em 2009, "que o compromisso da América é buscar a paz e a segurança de
um mundo sem armas nucleares".

Obama em Darwin, 17/Nov/2011.

Obama aumentou os gastos com ogivas nucleares mais rapidamente do que
qualquer presidente desde o fim da Guerra Fria. Uma arma nuclear
"utilizável" foi desenvolvida. Conhecida como B61 Modelo 12, significa,
segundo o general James Cartwright, ex-vice-presidente do Estado-Maior
Conjunto, que "tornar mais pequena [torna o seu uso] mais pensável".

O alvo é a China. Hoje, mais de 400 bases militares americanas quase
circundam a China com mísseis, bombardeiros, navios de guerra e armas
nucleares
<https://newint.org/blog/2016/10/26/the-uk-and-nukes-why-the-global-south-is-asking-to-disarm>
. Do norte da Austrália, passando pelo Pacífico, ao sudeste asiático, ao
Japão e à Coreia, passando pela Eurásia, ao Afeganistão e à Índia, as
bases formam, como me disse um estratega americano, "o laço perfeito".

*O impensável *

Um estudo da RAND Corporation – a qual, desde o Vietname, tem planeado
guerras dos EUA – intitula-se /Guerra com a China: Considerando muito
bem o impensável (War with China: Thinking Through the Unthinkable). /
Encomendado pelo US Army, os autores evocam o berro infame do seu
estratega chefe da Guerra Fria, Herman Kahn – "pensar o impensável". O
livro de Kahn, /Sobre a Guerra Termonuclear (On Thermonuclear War), /
elaborava um plano para uma guerra nuclear "vencível".

A visão apocalíptica de Kahn é partilhada pelo secretário de Estado de
Trump, Mike Pompeo, um fanático evangélico que acredita no "êxtase do
Fim" /("rapture of the End"). / Ele talvez seja o mais perigoso dos
homens vivos. "Eu era director da CIA", gabava-se ele, "Nós mentimos,
trapaceámos, roubámos. Era como se tivéssemos cursos de treino
completos". A obsessão de Pompeo é a China.

A etapa final do extremismo de Pompeo raramente, se é que alguma vez, é
discutida nos media anglo-americanos, onde os mitos e falsificações
acerca da China são o cardápio corrente, bem como as mentiras sobre o
Iraque. Um racismo virulento é o sub-texto desta propaganda.
Classificados como "amarelo", muito embora fossem brancos, os chineses
são o único grupo étnico que foi banido por uma "lei de exclusão" de
entrar nos Estados Unidos, por serem chineses. A cultura popular
declarou-os sinistros, inconfiáveis, "dissimulados", depravados,
doentes, imorais.

Uma revista australiana, /The Bulletin, / dedicou-se a promover o medo
do "perigo amarelo" como se toda a Ásia estivesse prestes a cair sobre
as colónias apenas de brancos pela força da gravidade.

The Bulletin, 1886. Como escreve o historiador Martin Powers, reconhecer
a modernidade da China, a sua moralidade laica e as "contribuições ao
ameaçado pensamento liberal confrontam a Europa, de modo a tornar-se
necessário suprimir o papel da China no debate do Século das Luzes ....
Durante séculos, a ameaça da China ao mito da superioridade ocidental
tornou-a um alvo fácil como chamariz racial".

No /Sydney Morning Herald, / o incansável inimigo da China Peter
Hartcher descreveu aqueles que espalham influência chinesa na Austrália
como "ratos, moscas, mosquitos e pardais". Hartcher, que cita
favoravelmente o demagogo americano Steve Bannon, gosta de interpretar
os "sonhos" da actual elite chinesa, dos quais ele aparentemente tem
conhecimento privado. Estes são inspirados por nostalgias do "Mandato do
Céu" de 2.000 anos atrás. /Ad nauseam. /

Para combater este "mandato", o governo australiano de Scott Morrison
encomendou a um dos países mais seguros do mundo, cujo principal
parceiro comercial é a China, mísseis americanos no valor de centenas de
milhares de milhões de dólares que podem ser disparados contra a China.

O gotejamento já é evidente. Num país historicamente marcado pelo
racismo violento contra asiáticos, australianos de ascendência chinesa
formaram um grupo vigilante para proteger os entregadores em
motocicleta. Vídeos telefónicos mostram um entregador esmurrado na cara
e um casal chinês abusado racialmente num supermercado. Entre Abril e
Junho, houve quase 400 ataques racistas contra australianos de origem
asiática.

"Nós não somos seu inimigo", disse-me um estratega de alto nível na
China, "mas se vocês [no Ocidente] decidir que somos, devemos nos
preparar sem demora". O arsenal da China é pequeno em comparação com o
dos Estados Unidos, mas está a crescer rapidamente, especialmente o
desenvolvimento de mísseis marítimos concebidos para destruir frotas de
navios.

"Pela primeira vez", escreveu Gregory Kulacki da Union of Concerned
Scientists, a “China está a discutir colocar seus mísseis nucleares em
alerta máximo de modo a que possam ser lançados rapidamente diante do
aviso de um ataque... Isto seria uma mudança significativa e perigosa na
política chinesa..."

Documentário de John Pilger. Em Washington, conheci Amitai Etzioni,
ilustre professor de assuntos internacionais da Universidade George
Washington, que escreveu que estava planeado um "ataque cego à China",
"com ataques que poderiam ser erroneamente percebidos [pelos chineses]
como tentativas preventivas de excluir suas armas nucleares,
encurralando-os assim num terrível dilema de utilizá-las ou perdê-las
[que levaria] à guerra nuclear".

Em 2019, os EUA encenaram seu maior exercício militar único desde a
Guerra Fria, grande parte dele em alto segredo. Uma armada de navios e
bombardeiros de longo alcance ensaiou um "Air-Sea Battle Concept for
China" (ASB) bloqueando vias marítimas no Estreito de Malaca e cortando
o acesso da China ao petróleo, ao gás e a outras matérias-primas do
Médio Oriente e da África.

É o medo de um tal bloqueio que fez a China desenvolver a sua Iniciativa
Belt and Road ao longo da antiga Rota da Seda para a Europa e construir
urgentemente pistas de aterragem estratégicas em recifes e ilhotas
disputadas nas Ilhas Spratly. [NR] <#nr>

Em Xangai, conheci Lijia Zhang, uma jornalista e romancista de Pequim,
típica de uma nova classe de personalidades independentes. Seu livro
mais vendido tem o título irónico de /Socialismo é ótimo! (Socialism Is
Great!) / Tendo crescido na caótica e brutal Revolução Cultural, ela
viajou e viveu nos EUA e na Europa. "Muitos americanos imaginam", disse
ela, "que o povo chinês vive uma vida miserável, reprimida e sem
qualquer liberdade. A [ideia do] perigo amarelo nunca os abandonou...
Eles não fazem ideia de que há cerca de 500 milhões de pessoas sendo
retiradas da pobreza, e alguns diriam que são 600 milhões".

As conquistas épicas da China moderna, sua derrota da pobreza em massa e
o orgulho e contentamento do seu povo (medido por pesquisadores
americanos como a Pew) são voluntariamente desconhecidos ou mal
compreendidos no Ocidente. Isto por si só é uma confirmação do
lamentável estado do jornalismo ocidental e do abandono da reportagem
honesta.

O lado negro repressivo da China e do que gostamos de chamar o seu
"autoritarismo" são a fachada que nos permitem ver quase exclusivamente.
É como se fôssemos alimentados com histórias intermináveis do malvado
super-vilão Dr. Fu Manchu. E é hora de perguntarmos porquê:   antes que
seja demasiado tarde para impedir a próxima Hiroshima.

03/Agosto/2020
*[*] Jornalista e director de cinema, australiano. Ver
www.johnpilger.com <http://www.johnpilger.com/>

[NR] Acerca das Spratly ver O cerne da questão no Mar do Sul da China
<https://www.resistir.info/asia/escobar_30jul20.html>

O original encontra-se em Consortium News
<https://consortiumnews.com/2020/08/03/atomic-bombings-at-75-john-pilger-another-hiroshima-is-coming-unless-we-stop-it-now/>

In
RESISTIR.INFO
https://www.resistir.info/pilger/pilger_03ago20.html
3/8/2020

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