terça-feira, 20 de novembro de 2012

Brasil divide experiência em cooperativas

 
Terça-Feira, 20 de novembro de 2012.

Brasil divide experiência em cooperativas
Em Congresso na França, secretário de Economia Solidária demonstra como as
cooperativas de trabalho promovem a geração de emprego e renda com inclusão
social
Brasília, 13/11/2012 – O secretário Nacional de Economia Solidária do Ministério
do Trabalho e Emprego (MTE), Paul Singer, levará à França a experiência
brasileira com cooperativas de trabalho. Singer participará do Congresso Francês
de Cooperativas de Trabalho, que será realizado amanhã e sexta-feira (15 e 16),
em Marselha.
Singer vai mostrar, no âmbito do Plano Brasil sem Miséria, de que forma o país
promove a economia solidária como instrumento de inclusão produtiva de pessoas
em situação de extrema pobreza.
No Brasil, as cooperativas de trabalho são um importante instrumento para a
preservação de valores como geração de trabalho e renda, além de inclusão
social. Neste ambiente, há espaço para incrementar atividades de produção, de
comercialização, de consumo e de crédito e finanças solidárias, beneficiando
comunidades carentes e segmentos específicos, como de mulheres, jovens,
quilombolas e catadores de materiais recicláveis. “A gestão participativa dessas
iniciativas, também conhecida como autogestão, é uma característica central da
economia solidária e contribui para a emancipação das pessoas associadas”,
reforça o secretário.
Um dos pilares da economia solidária, as cooperativas representam espaço para a
convergência de interesses e dos objetivos dos trabalhadores. Pelo modelo
cooperado, incentiva-se a propriedade coletiva de bens, a partilha dos
resultados e a responsabilidade solidária. Desde a publicação da Lei das
Cooperativas de Trabalho do Brasil (nº 12.690), de 12 de julho de 2012, os
trabalhadores associados a essas entidades passaram a contar com direitos
garantidos pela Constituição Federal.
Pronacoop – As cooperativas de baixa renda que não dispõem de recursos
suficientes para assegurar aos seus sócios direitos e garantias constitucionais
contam com o auxílio do Programa Nacional de Fomento às Cooperativas de Trabalho
(Pronacoop), instituído pela nova legislação. “É nosso compromisso obter para os
cooperados de baixa renda benefícios tributários já concedidos aos autônomos
individuais e uma elevação do valor de seus produtos e serviços mediante
formação e assistência técnica e sua inserção no sistema de comércio justo e
solidário”, afirma Singer.
*************
In: Ministério do Trabalho e Emprego
http://portal.mte.gov.br/imprensa/brasil-compartilha-experiencia-em-cooperativas/palavrachave/singer-economia-solidaria-cooperativas-de-trabalho-congresso-na-franca.htm
13/11/2012

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

14 novembro: A primeira greve internacional do século XXI


Se qualquer convocatória de greve geral merece uma atenção especial pela sua
transcendência e impacto político, a que se realiza este dia 14 de Novembro,
ainda mais: trata-se da primeira greve internacional do século XXI. Por Nacho
Álvarez, Público.es
A Europa vive nesta quarta-feira uma Jornada Europeia de Ação e Solidariedade
pelo emprego e contra as medidas de austeridade, que inclui protestos e
manifestações em vários países assim como uma convocatória de greve geral em
Espanha, Portugal, Itália e Grécia. Além disso, à convocatória uniram-se
diversos coletivos e movimentos sociais, contribuindo com isso para que a greve
transcenda o âmbito estritamente laboral.
Os cidadãos europeus, especialmente os dos países periféricos, experimentaram um
significativo retrocesso das suas condições de vida desde que começou a crise.
Os trabalhadores gregos viram como os seus salários e pensões sofreram cortes
entre 30% e 40%, como foram suprimidos 15% dos empregos públicos, como se
atrasou em 4 anos a idade da aposentação e como se fecharam centenas de escolas
e hospitais. Em Portugal, suprimiram-se os subsídios de Natal e de férias de
empregados públicos e pensionistas, e uma reforma laboral reduziu as
indemnizações por despedimento, as férias, os subsídios de desemprego e a
remuneração das horas extraordinárias. O governo italiano passou o IVA de 21%
para 23%, elevou a idade da aposentação até aos 66 anos e congelou as pensões,
ao mesmo tempo em que procedeu à privatização de numerosas entidades públicas.
Em Espanha, conhecemos de sobra as receitas exigidas pela Troika: os cortes
salariais e os despedimentos afetaram de forma generalizada os trabalhadores,
tanto no sector público como no privado, atrasou-se a idade da aposentação e
alargou-se o período de cômputo para o seu cálculo, a reforma do mercado de
trabalho facilitou e embarateceu o despedimento, enquanto se quebrava a
negociação coletiva, os cortes na saúde e no ensino foram generalizados e
massivos (eliminação de direitos de assistência, encerramento de serviços e
unidades, aumento das taxas universitárias, despedimentos de pessoal, etc.).
Estas políticas, implementadas sob pressão de Bruxelas e em nome da recuperação
económica, não fizeram mais do que aprofundar a crise, empobrecer milhões de
cidadãos em toda a Europa e incrementar as desigualdades sociais. Além disso,
estas medidas foram adotadas de forma fraudulenta, dado que não estavam
contempladas nos programas eleitorais dos governos que as impuseram.
Com tudo isto, nos diversos países da periferia europeia consuma-se uma fraude
similar: uma crise de origem bancária, vinculada à sobredimensão dos balanços
destas instituições e/ou o endividamento externo, pode ser transferida pelas
elites económicas para o sector público, de forma que seja sufragada pelo
conjunto da cidadania e, particularmente, pelas classes trabalhadoras. Os
resgates vinculados ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, incluindo o
resgate de 100.000 milhões de euros solicitado em junho pelo governo espanhol à
UE para recapitalizar a banca, permitem – de forma mais ou menos direta – ir
saldando as dívidas com os credores privados e os investidores estrangeiros a
troco de que o país “resgatado” contraia uma nova dívida com a UE, que passa a
ser paga com os cortes sociais e os impostos dos cidadãos.
A socialização dos prejuízos bancários, uma estrutura fiscal regressiva e
caraterizada pela desfiscalização das rendas do capital, e a negativa do BCE de
comprar a dívida dos países em apuros determinaram que as economias periféricas
aumentassem durante a crise a sua dívida pública. Assim, ainda que o défice
primário (aquele que exclui o pagamento de juros sobre a dívida) de Portugal,
Espanha, Grécia e Itália situa-se atualmente, segundo dados do Eurostat, em
-1,6% do PIB, estas economias veem-se forçadas a fazer dramáticos cortes sociais
para continuar a pagar os avultados juros da dívida pública. Só em Espanha os
juros desta dívida ascendem a 114.000 milhões de euros durante o período de 2008
a 2012 (equivalente a 12% do PIB).
Face a semelhante fraude global, as organizações sindicais europeias convocaram
a primeira greve geral do século XXI. Dado que a agressão aos direitos laborais,
sociais e democráticos é continental, também a resposta tem que o ser, no que
constitui um importante passo na história sindical europeia.
Por tudo isto, seremos milhões de trabalhadoras e trabalhadores, os cidadãos,
que – de Lisboa até Atenas, passando por Madrid e Roma – não daremos aulas, não
daremos consulta, não iremos aos escritórios, nem acenderemos as fundições, não
tiraremos as escovas dos armários, não ligaremos os computadores, não abriremos
as nossas lojas, nem atenderemos os telefones dos centros de atendimento a
clientes, não estaremos ao comando do metro, comboio ou autocarro, nem
consumiremos. Definitivamente, as pessoas que fazem com que a nossa sociedade se
ponha em andamento em cada manhã não o farão nesta ocasião. Porque parar amanhã
significa criar condições para que uma alternativa política seja possível depois
de amanhã. O nosso futuro e o dos nossos depende disto.
Publicado no Público.es
Nacho Álvarez é Professor de Economia Aplicada na Universidade de Valadolid.
Membro do coletivo EconoNuestra.
Tradução: António José André.
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IN: Esquerda.net
http://www.esquerda.net/artigo/14-novembro-primeira-greve-internacional-do-século-xxi/25447
14/11/2012

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Zanon: Ganó la disciplina ceramista

Martes, 13 de noviembre de 2012

Liliana Giambelluca (AGENCIA WALSH)
Los obreros de la Cooperativa FaSinPat (Fábrica sin Patrón) de Neuquén
recibieron el viernes último el decreto del Poder Ejecutivo provincial Nº 2977
que oficializó la expropiación de cerámicas Zanon. Marcelo Morales, Secretario
General del Sindicato de Ceramistas de Neuquén, entiende que esta medida
"descarta cualquier amenaza de desalojo para los trabajadores" y se mostró
optimista con respecto al destino de la empresa.
Los obreros de FaSinPat calificaron la jornada del 9 de noviembre de "día
histórico" y se fotografiaron sosteniendo en sus manos la hoja del decreto Nº
2977. "Hoy recibimos la firma del decreto. Zanon ya es del pueblo. Zanon es de
los obreros. Porque vale la pena luchar. Este es el triunfo de toda la
comunidad, de nuestras Madres Inés y Lolin. Organizaciones de derechos humanos,
organizaciones y partidos de izquierda, sindicatos, vecinos, medios
alternativos, valoramos y agradecemos todo el apoyo que nos dan. Obreras y
obreros de Zanon. Sindicato Ceramista de Neuquén", dice el texto que acompaña la
foto que subieron al sitio gremial.
Esta noticia tan esperada por los obreros comenzó a gestarse en marzo de 2009,
cuando el Ejecutivo provincial presentó a la Legislatura el proyecto de
expropiación con avenimiento de los acreedores privilegiados. El 13 de agosto
del mismo año, los legisladores votaron la ley de expropiación pero el trámite
se paralizó. El 28 de junio último, la jueza Valeria Pérez Casado intimó al
Gobierno provincial "a que en el plazo de quince días finalice la expropiación"
de Zanon. Cuatro meses más tarde, pese a las dilaciones gubernamentales, la
medida se cumplimentó este viernes 9.
El próximo paso judicial es que el Estado neuquino deposite alrededor de 23
millones de pesos para pagar la expropiación por avenimiento de tres principales
acreedores y que determine el destino de la empresa: estatal autogestionada por
los obreros -tal como lo solicitaron en 2003 los trabajadores en un proyecto-, o
la otorga a la Cooperativa FaSinPat.
"Se ha dado un paso muy firme"
Marcelo Morales, Secretario General del Sindicato de Obreros y Empleados
Ceramistas de Neuquén (SOECN), consultado ayer por Agencia Walsh, manifestó que
los trabajadores, su familia y amigos se encontraban en ese momento -pasado el
mediodía- festejando con un almuerzo la firma del decreto y el Día del
Trabajador Ceramista, que fue el 30 de octubre.
Recordó que el lunes los trabajadores de la fábrica se movilizaron para pedir se
cumplimentara la intimación de la jueza, el jueves hubo un compromiso de firma
por parte de autoridades gubernamentales "y el viernes nos entregaron el decreto
en Casa de Gobierno". Agregó que la medida "nos llevó años de lucha y ahora se
ha dado un paso muy firme" que "descarta cualquier amenaza de desalojo para los
trabajadores" de la ex Zanon.
"La familia y el acompañamiento de toda las comunidad, no sólo de Neuquén sino
de todo el país, han sido el pilar de nuestra lucha. Eso nos pone muy bien
porque sabemos que vamos por un camino correcto".
El dirigente estimó que durante la semana se haría el depósito que fijó la
Justicia para los tres acreedores más importantes del concurso. "Nosotros
pedíamos la expropiación sin pago de deudas pero no se dio, y que la empresa sea
estatal con control y gestión de los obreros". Por el momento está la
expropiación con pago de deudas y, hasta tanto no lo confirme la Justicia,
Morales prefirió reservar a manos de quién pasará la empresa, pero se mostró
optimista de la resolución.
Consultado acerca de cuál es la próxima etapa de FaSinPat, el dirigente
respondió que es la "renovación de maquinarias que tienen más de 30 años".
"Zanon es del pueblo"
Cuando Luigi Zanon presentó la quiebra de su fábrica de cerámicas a fines de
2001, pese al contexto de fuerte crisis generalizada en el país, era difícil
aceptar que una empresa tan exitosa y subsidiada por el Estado cerrara sus
puertas. Los obreros instalaron carpas fuera de la fábrica y pronto resolvieron
que la planta quedaba bajo su control. Se trataba de defender la fuente laboral
porque no querían planes del Estado ni salir a cortar la ruta por un puesto de
trabajo; inexistente, por otro lado ya que a diario los despidos se sucedían por
decenas.
Tenían sueldos atrasados sin cobrar, un futuro económico incierto y familia que
mantener, entonces salieron a la calle a informar a los vecinos su situación.
Pronto se sumaron organizaciones sociales, políticas, estudiantiles y organismos
de derechos humanos. Hasta los presos de la unidad n° 11, vecina a la fábrica,
durante tres días les donaron sus raciones de comida.
Pocos quedaron indiferentes a la férrea determinación obrera y a la "disciplina
ceramista" que se impusieron: "Zanon es del pueblo y de los obreros", decían una
y otra vez. Pusieron el cuerpo a la represión y resistieron cinco desalojos. No
se atemorizaron. Durante una asamblea, uno de ellos dijo "Prefiero morir
peleando que morirme en mi casa muerto de hambre". El aplauso cerrado de sus
compañeros dio fin al debate. No había más para agregar.
Las decisiones se resolvían en asambleas y siempre salía fortalecida la
organización y la unidad en la acción. "Vamos a plantear una moción: que
reafirmamos ante la comunidad, como desde el primer día, defender esta gestión
obrera cueste lo que cueste. Por la positiva, compañeros". Y no hubo un solo
brazo que no se elevara.
A fines de febrero de 2002 reactivaron la fábrica con la puesta en marcha de
cuatro hornos para fabricar porcellanato, guardas y cerámicos comunes. Había 260
trabajadores que operaban en tres turnos. En agosto generaron diez nuevos
puestos de trabajo y treinta más a inicios del siguiente año. Resistieron un
nuevo desalojo y en junio de 2003 presentaron en la Legislatura provincial el
proyecto de Ley Expropiación Bajo Control y Gestión Obrera, acompañado por 50
mil firmas.
En febrero de 2004 conformaron la Cooperativa de Trabajo Fasinpat (Fábrica Sin
patrones). En setiembre construyeron el Centro de Salud Nueva España en un
barrio cercano a la fábrica. Sus habitantes lo habían reclamado al gobierno
provincial durante 20 años, los ceramistas lo levantaron en tres meses. En
noviembre instalaron una carpa frente al Congreso de la Nación y presentaron el
proyecto de Ley de Expropiación y Estatización sin pago.
En febrero de 2005 amenazaron de muerte a varios dirigentes y sus familias. Un
mes más tarde agredieron físicamente a la esposa de un obrero. Por tal motivo
dos familias debieron mudarse fuera de la provincia. El Premio Nobel de la Paz,
Adolfo Pérez Esquivel, visitó la fábrica y les dio su apoyo.
En abril de 2007 la policía fusiló al docente Carlos Fuentealba. Una delegación
de ceramistas acompañó las jornadas de protesta. En septiembre terminaron la
primera partida de cerámicos para exportación.
Para otorgar un sentido social a su trabajo, los obreros donan cerámicas a
instituciones educativas, a centros de salud y al hospital público, a la vez que
a mediados de 2009 comenzó a funcionar en la fábrica la escuela primaria y
secundaria CPEM Nº 88, donde estudian trabajadores, sus hijos y vecinos de
barrios aledaños.
El ejemplo de lucha de los ceramistas no sólo recogió la solidaridad de su
pueblo, sino también la de cientos de trabajadores de diversos gremios
nacionales e internacionales. Además inspiró la escritura de libros y canciones,
la edición de documentales, videos y la realización de decenas de recitales en
la planta. Niños y adultos visitan la fábrica para conocer de primera mano la
historia de los obreros sin jefes ni patrones.
En FaSinPat hoy trabajan 450 obreros que producen 300 mil metros cuadrados de
cerámicos al mes.
Las conquistas que obtienen los trabajadores ceramistas tienen como eje la lucha
clasista, creando conciencia del papel que juegan los gobiernos, las patronales
y las burocracias sindicales. Una sociedad sin explotadores ni explotados, es su
máxima pretensión.
Luigi, un empresario amigo del poder
En 1979, plena dictadura militar, el empresario italiano Luigi Zanon inauguró
Cerámica Zanon S.A. en el Parque Industrial de Neuquén, a 7.5 kilómetros de la
capital provincial. Representantes gremiales denunciaron que lo hizo en terrenos
públicos y gracias al aporte de capitales del gobierno provincial y nacional que
nunca devolvió. En la ceremonia inaugural, don Luigi dijo: "Nos encontramos hoy
unidos aquí para inaugurar oficialmente nuestra moderna planta. Esta decisión
estuvo influida fundamentalmente por el ambiente de seguridad y tranquilidad que
nos han ofrecido las Fuerzas Armadas desde que se hicieron cargo del poder el 24
de marzo de 1976. Con nuestro esfuerzo y su ayuda hemos convertido en realidad
este sueño que alguna vez tuvimos".
En democracia, lejos de perder los subsidios, recibió un crédito "blando" del
gobierno menemista que le permitió construir la sección de porcellanatto. En
1993 inauguró el sector que contó con la presencia del entonces presidente
Carlos Menem y del gobernador Jorge Sobisch. Pronto don Luigi fue uno de los
empresarios más "exitosos" de la Argentina.
En 1998, Luigi Zanon comenzó a vaciar la planta y a no pagar los sueldos en
término. Dos años más tarde, el obrero Daniel Ferrás, de 22 años de edad, se
descompensó dentro de la fábrica. La empresa no contaba con oxígeno ni
ambulancia y el joven falleció durante el traslado al hospital. Sus compañeros
salieron a las calles a protestar y reclamar medidas de seguridad.
En 2001, la empresa suspendió al personal por falta de insumos y apagó los
hornos porque no podía pagar los salarios. Luego envió telegramas de despido.
Comenzaron las denuncias de un posible vaciamiento de la empresa. Zanon presentó
la quiebra y dejó una deuda millonaria.
En octubre de 2008, la justicia Federal de San Isidro procesó al ex directorio
de la quebrada empresa Zanon por el delito de "evasión tributaria agravada". La
decisión fue adoptada por el juez Conrado Bergesio, quién resolvió que una vez
que el procesamiento quede firme todos sus integrantes vayan a prisión. La lista
incluía a dos exgerentes y a seis miembros del directorio, la mayoría de ellos
de apellido Zanon.
************************
IN:
Argenpress
http://www.argenpress.info/2012/11/zanon-gano-la-disciplina-ceramista.html
13/11/2012

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Autodestrucción sistémica global, insurgencias y utopías


Jorge Beinstein *

El fatalismo global abandona su máscara optimista neoliberal de otros tiempos y
va asumiendo un pesimismo no menos avasallador. En el pasado los medios de
comunicación nos explicaban que nada era posible hacer ante un planeta
capitalista cada día más próspero (aunque plagado de crueldades), solo nos
quedaba la posibilidad de adaptarnos, una ruidosa masa de expertos avalaban las
grandes consignas con argumentos científicos irrefutables. A eso se le llamó
discurso único, aparecía como un formidable instrumento ideológico y prometía
acompañarnos durante varios siglos aunque duro unas pocas décadas y se esfumó en
menos de un lustro.
Ahora la reproducción ideológica del sistema mundial de poder empieza a acudir a
un nuevo fatalismo profundamente pesimista basado en la afirmación de que la
degradación social (desplegada como resultado de “la crisis”) es inevitable y se
prolongará durante mucho tiempo.
Como en el caso anterior los medios de comunicación y su corte de expertos nos
explican que nada es posible hacer más que adaptarnos ante fenómenos universales
inevitables. Como cualquier otra civilización, la actual en última instancia
controla a sus súbditos persuadiéndolos acerca de la presencia de fuerzas
inmensamente superiores a sus pequeñas existencias imponiendo el orden (y el
caos) ante las cuales deben inclinarse respetuosamente. El “mercado global”,
“Dios” u otra potencia de dimensión oceánica cumplen dicha función y sus
sacerdotes, tecnócratas, generales, empresarios o dirigentes políticos no son
otra cosa que ejecutores o intérpretes del destino lo que de paso legitima sus
lujos y abusos.
Así es como en septiembre de 2012 Olivier Blanchard, economista jefe del Fondo
Monetario Internacional anunciaba que “la economía mundial necesitará por lo
menos diez años para salir de la crisis financiera que comenzó en 2008” (1).
Según Blanchard el enfriamiento durable de los cuatro motores de la economía
global (Estados Unidos, Japón, China y la Unión Europea) nos obliga a descartar
cualquier esperanza en una recuperación general a corto plazo. Aún más duro en
agosto del mismo año el Banco Natixis integrante de un grupo que asegura el
financiamiento de aproximadamente el 20% de la economía francesa publicaba un
informe titulado “La crisis de la zona euro puede durar veinte años” (2).
Nos encontramos ante un problema que difícilmente puedan resolver las élites
dominantes: la cultura moderna es hija del mito del progreso, una y otra vez
pudo cautivar a los de abajo con la promesa de un futuro mejor en este mundo y
al alcance de la mano, eso la diferencia de experiencias históricas anteriores.
Las épocas de penuria son siempre descriptas como provisorias preparatorias de
un gran salto hacia tiempos mejores. La reconversión de la cultura dominante en
un pesimismo de larga duración aceptado por las mayorías no parece viable, por
lo menos es de muy difícil realización exitosa no solo en los países ricos sino
también en la periferia sobre todo en las llamadas sociedades emergentes. Solo
poblaciones radicalmente degradadas podrían aceptar pasivamente un futuro negro
sin salida a la vista, las élites imperialistas golpeadas, desestabilizadas por
la decadencia económica, sin proyectos de integración social podrían encontrar
en la degradación integral de los de abajo (sus pobres internos y los pueblos
periféricos) una riesgosa alternativa posible de supervivencia sistémica.
Autodestrucción
El capitalismo como civilización ha ingresado en un período de declinación
acelerada, una primera aproximación al tema muestra que nos encontramos ante el
fracaso de las tentativas de superación financiera de la crisis que se desató en
2008 aunque una evaluación más profunda nos llevaría a la conclusión de que el
objetivo anunciado por los gobiernos de los países ricos (la recomposición de la
prosperidad económica) ocultaba el verdadero objetivo: impedir el derrumbe de la
actividad financiera que había sido la droga milagrosa de las economías
centrales durante varias décadas. Desde ese punto de vista la estrategias
aplicadas fueron exitosas, consiguieron aplazar durante cerca de un lustro un
desenlace que se acercaba velozmente cuando se desinfló la burbuja inmobiliaria
norteamericana.
Una visión más amplia nos estaría indicando que lo ocurrido en 2008 fue el
resultado de un proceso iniciado entre fines de los años 1960 y comienzos de los
años 1970 cuando la mayor crisis económica de la historia del capitalismo no
siguió el camino clásico (tal como lo mostró el siglo XIX y de la primera mitad
del siglo XX) con gigantescos derrumbes empresarios y una rápida mega avalancha
de desempleo en las potencias centrales, sino que fue controlada gracias a la
utilización de poderosos instrumentos de intervención estatal en combinación con
reingenierías tecnológicas y financieras de los grandes grupos económicos.
Esa respuesta no permitió superar las causas de la crisis, en realidad las
potenció hasta niveles nunca antes alcanzados desatando una ola planetaria de
parasitismo y de saqueo de recursos naturales que ha engendrado un estancamiento
productivo global en torno del área imperial del mundo imponiendo la contracción
económica del sistema no como fenómeno pasajero sino como tendencia de larga
duración.
Se trata de un complejo proceso de decadencia, basta con repasar datos tales
como el del volumen de la masa financiera equivalente a veinte veces el Producto
Bruto Mundial y su pilar principal: el súper endeudamiento público-privado en
los países ricos que bloquea la expansión del consumo y la inversión, el de la
declinación de los recursos energéticos tradicionales (sin reemplazo decisivo
cercano) o el de la destrucción ambiental. Y también el de la transformación de
las élites capitalistas en un entramado de redes mafiosas que marca con su sello
a las estructuras de agresión militar convirtiéndolas en una combinación de
instrumentos formales (convencionales) e informales donde estos últimos van
predominando a través de una inédita articulación de bandas de mercenarios y
manipulaciones mediáticas de alcance global, “bombardeos humanitarios” y otras
acciones inscriptas en estrategias de desestabilización integral apuntando hacia
la desestructuración de vastas zonas periféricas. Afganistán, Irak, Libia,
Siria... México ilustran acerca del futuro burgués de las naciones pobres.
El área imperial del sistema se degrada y al mismo tiempo intenta degradar,
caotizar al resto del mundo cuando pretende controlarlo, superexplotarlo. Es la
lógica de la muerte convertida en pulsión central del capitalismo devenido senil
y extendiendo su manto tanático (su cultura final) que es en última instancia
autodestrucción aunque pretende ser una constelación de estrategias de
supervivencia.
Cada paso de las potencias centrales hacia la superación de su crisis es en
realidad un nuevo empujón hacia el abismo. Los subsidios otorgados a los grupos
financieros abultaron las deudas públicas sin lograr la recomposición durable de
la economía y cuando luego tratan de frenar dicho endeudamiento restringiendo
gastos estatales al tiempo que aplastan salarios con el fin de mejorar las
ganancias empresarias agravan el estancamiento convirtiéndolo en recesión,
deterioran las fuentes de los recursos fiscales y eternizan el peso de las
deudas. Frente al desastre impulsado por las mafias financieras se alza un coro
variopinto de neoliberales moderados, semi keynesianos, regulacionistas y otros
grupos que exigen suavizar los ajustes y alentar la inversión y el consumo... es
decir seguir inflando las deudas públicas y privadas... hasta que se recomponga
un supuesto circulo virtuoso del crecimiento (y del endeudamiento) encargado de
pagar las deudas y restablecer la prosperidad... a lo que los tecnócratas duros
(sobre todo en Europa) responden que los estados, las empresas y los
consumidores están saturados de deudas y que el viejo camino de la exuberancia
monetaria-consumista ha dejado de ser transitable. Ambos bandos tienen razón
porque ni los ajustes ni los repartos de fondos son viables a mediano plazo, en
realidad el sistema es inviable.
Las agresiones imperiales cuando consiguen derrotar a sus “enemigos” no logran
instalar sistemas coloniales o semi coloniales estables como en el pasado sino
que engendran espacios caóticos. Es así porque la economía mundial en declive no
permite integrar a las nuevas zonas periféricas sometidas, los espacios
conquistados no son absorbidos por negocios productivos o comerciales
medianamente estables de la metrópolis sino saqueados por grupos mafiosos y a
veces simplemente empujados hacia la descomposición. Mientras tanto los gastos
militares y paramilitares de los Estados Unidos, el centro hegemónico del
capitalismo, incrementan su déficit fiscal y sus deudas.
Queda así al descubierto un aspecto esencial del imperialismo del siglo XXI
mutando hacia una dinámica de desintegración general de alcance planetario. Esto
es advertido no solo por algunos partidarios del anticapitalismo sino desde hace
un cierto tiempo por un número creciente de “prestigiosos” (mediáticos)
defensores del sistema como el gurú financiero Nuriel Roubini cuando proclamaba
hacia mediados de 2011 que el capitalismo había ingresado en un período de
autodestrucción (3).
Es un lugar común la afirmación de que el capitalismo no se derrumbará por si
solo sino que es necesario derribarlo, por consiguiente quienes señalan la
tendencia hacia la autodestrucción del sistema son acusados de ignorar sus
fortalezas y sobre todo de fomentar la pasividad o las ilusiones acerca de
posibles “victorias fáciles” que desarman, distraen a los que luchan por un
mundo mejor.
En realidad, ignorar o subestimar el carácter autodestructivo del capitalismo
global del siglo XXI significa desconocer o subestimar fenómenos que
sobredeterminan su funcionamiento como la hegemonía del parasitismo financiero,
la catástrofe ecológica en curso, la declinación de los recursos naturales
especialmente los energéticos catalizada por la dinámica tecnológica dominante,
la incapacidad de la economía mundial para seguir creciendo lo que la lleva a
acelerar la concentración de riquezas y la marginación de miles de millones de
seres humanos que “están de más” desde el punto de vista de la reproducción del
sistema. En suma el ingreso a una era marcada por la reproducción ampliada
negativa de las fuerzas productivas de la civilización burguesa amenazando a
largo plazo la supervivencia de la mayor parte de la especie humana.
Presenciamos entonces una subestimación de apariencia voluntarista que oculta la
devastadora radicalidad de la decadencia y en consecuencia la necesidad de la
irrupción de un voluntarismo insurgente (anticapitalista) capaz de impedir que
el derrumbe nos sepulte a todos. Dicho de otra manera no nos encontramos ante
una “crisis cíclica” con alternativas de recomposición de una nueva prosperidad
burguesa aunque sea elitista sino ante un proceso de degeneración sistémica
total.
La historia de las civilizaciones nos recuerda numerosos casos (empezando por el
del Imperio Romano) donde la hegemonía civilizacional que conseguía reproducirse
en medio de la decadencia anulaba las tentativas superadoras engendrando
descomposiciones que incluían a víctimas y a verdugos.
La contrarrevolución ideológica que dominó la post guerra fría acunó a una
suerte de marxismo conservador que caricaturizó la teoría de la crisis de Marx
reduciéndola a una sucesión infinita de “crisis cíclicas” de las que el
capitalismo conseguía siempre salir gracias a la explotación de los trabajadores
y de la periferia, el ogro era denunciado quedando demostrado una vez más quien
era el villano del film.
Pero la historia no se repite, ninguna crisis cíclica mundial se parece otra y
todas ellas para ser realmente entendidas deben ser incluidas en el recorrido
temporal del capitalismo, en su gran y único súper ciclo, es lo que nos permite
por ejemplo distinguir a las crisis cíclicas de crecimiento, juveniles del siglo
XIX de las crisis seniles de finales del siglo XX y del siglo XXI.
Por otra parte es necesario descartar la idea superficial de que la
autodestrucción del sistema equivale al suicidio histórico aislado de las élites
globales liberando automáticamente de sus cadenas al resto del mundo que un buen
día descubre que el amo ha muerto y entonces da rienda suelta a su creatividad.
Es el mundo burgués en su totalidad el que ha iniciado su autodestrucción y no
solo sus élites, es toda una civilización con sus jerarquías y mecanismos de
reproducción simbólica, productiva, etc. que llega a su techo histórico y
comienza a contraerse, a desordenarse pretendiendo arrastrar a todos sus
integrantes, centro y periferia, privilegiados y marginales, opresores y
oprimidos... el naufragio incluye a todos los pasajeros del barco.
Decadencia global
La autodestrucción aparece como la culminación de la decadencia y abarca al
conjunto de la civilización burguesa no como un fenómeno “estructural” sino como
totalidad histórica con todas sus herencias a cuestas: culturales, militares,
productivas, institucionales, religiosas, tecnológicas, morales, científicas,
etc. Se trata de la etapa descendente de un prolongado proceso civilizacional
con un auge de algo más de 200 años precedido por una prolongada etapa
preparatoria.
Decadencia general, mucho más que “crisis”, el fenómeno incluye a las dos
configuraciones básicas del sistema: la central (imperialista, “desarrollada”,
rica) y la periférica (“subdesarrollada”, globalmente pobre, “emergente” o
sumergida, con sus áreas de prosperidad dependiente y de miseria extrema).
Los primeros años posteriores a la ruptura de 2008 mostraron el comienzo del fin
de la prosperidad de las economías dominantes mientras un buen número de países
periféricos seguían creciendo sobre todo China. Pero la expansión de la economía
china dependía del poder de compra de sus principales clientes: los Estados
Unidos, Japón y la Unión Europea, como ya se pudo ver en 2012 el desinfle de
esos compradores desinfla al engendro industrial exportador de la periferia. En
síntesis: no hay ningún desacople capitalista posible de la declinación mundial
del sistema.
La decadencia es ante todo decadencia occidental, degradación del centro
imperialista. Desde fines del siglo XVIII, cuando se inició el ascenso
industrial, hasta los primeros años del siglo XXI, el capitalismo estuvo marcado
por la dominación inglesa-norteamericana. Inglaterra en el siglo XIX y los
Estados Unidos en la mayor parte del siglo XX han cumplido la función reguladora
del conjunto del sistema, imponiendo la hegemonía occidental y al mismo tiempo
subordinando a los rivales que aparecían al interior de Occidente, Francia fue
desplazada a comienzos del siglo XIX y Alemania en la primera mitad del siglo
XX.
El sello occidental del capitalismo viene dado no solo por factores económicos y
militares sino por un conjunto más vasto de aspectos decisivos del sistema
(estilo de consumo, arte, ciencia, perfiles tecnológicos, diseños políticos,
etc.). Lo que ahora es visualizado como despolarización o fin de la
unipolaridad, es decir como pérdida de peso del imperialismo norteamericano
(paralelo a la declinación europea) sin reemplazante a la vista expresa la
desarticulación del capitalismo en tanto sistema global que debe ser entendida
no solo como desestructuración política y militar sino también cultural en el
sentido amplio del concepto, es la historia de una civilización que entra en el
ocaso.
Dicho de otra manera, la reproducción ampliada universal pero no occidentalista
del capitalismo es una ilusión sin asidero histórico, sin embriones visibles
reales en el presente. Recordemos el fiasco del llamado milagro japonés de los
años 1960-1970-1980 y los pronósticos de esa época acerca de “Japón primera
potencia mundial del siglo XXI” seguidos hasta hace poco por especulaciones no
menos fantasiosas sobre el inminente ascenso chino al rango de primera potencia
capitalista del planeta.
Agotamiento financiero
Es posible señalar fenómenos que marcan a la declinación sistémica. Uno de ellos
es el de la hipertrofia financiera que como sabemos se fue expandiendo mientras
descendían las tasas de crecimiento del Producto Bruto Mundial desde los años
1970. Cuando estalló la crisis de 2008 la masa financiera global equivalía
aproximadamente a unas 20 veces el PBM. Su columna vertebral visible, los
productos financieros derivados registrados por el Banco de Basilea
representaban en Junio de 2008 11,7 veces el PBM (contra 2,5 veces en Junio de
1998, 3,9 veces en Junio de 2002, 5,5 veces en Junio de 2004, 7,8 veces en Junio
de 2006). Pero desde mediados de 2008 esa masa dejó de crecer tanto en su
relación con el PBM como en términos absolutos, había llegado en ese momento a
unos 683 billones (millones de millones) de dólares nominales, alcanzó los 703
billones en Junio de 2011 bajando a 647 billones en diciembre de 2011 (4).
Nos encontramos ahora ante un fenómeno de agotamiento financiero, en el pasado
(posterior de los años 1970) la expansión de las deudas de los estados, las
empresas y los consumidores permitió crecer a las economías de los países ricos
pero el endeudamiento fue llegando al límite mientras allí se saturaban
importantes mercados (como los del automóvil y otros bienes durables). Deudas,
consumos tradicionales y parasitarios, redes comerciales, etc. en torno de los
cuales se inflaban las actividades especulativas alcanzaron su frontera hacia
2007-2008, la droga había terminado por agotar la dinámica capitalista y al
decaer los clientes se estancaron los negocios de los dealers es decir del
espacio hegemónico del sistema.
El capitalismo financiarizado, resultado de una prolongada crisis de
sobreproducción potencial controlada pero no resuelta, parásito cada día más
voraz, finalmente agotó a su víctima y al hacerlo bloqueó su propia expansión.
Visto de otra manera, la reproducción ampliada del capitalismo atravesando
exitosamente una larga sucesión de crisis de sobreproducción dio finalmente alas
al hijo de uno de sus padres fundadores: las finanzas, lo hizo para sobrevivir,
porque sin esa droga no habría podido salir del atolladero de los años
1970-1980, iniciado el camino quedó atrapado para siempre, más difícil era el
crecimiento más droga necesitaba el adicto y después de cada breve ola de
prosperidad económica global (su euforia efímera) llegaba el estado depresivo
que reclamaba más droga, las tasas de crecimiento zigzageaban en torno de una
línea de tendencia descendente y la masa financiera mundial se expandía en
progresión geométrica. La fiesta terminó en 2008.
Bloqueo energético y crisis tecnológica
Otro fenómeno importante es el del bloqueo energético, el capitalismo industrial
pudo despegar hacia finales del siglo XVIII porque la Europa imperial agregó a
la explotación colonial y a la desestructuración de su universo rural (que le
proporcionó mano de obra abundante y barata) un proceso de emancipación
productiva respecto de las limitadas y caras fuentes energéticas convencionales
como la corrientes de los ríos que permitían el funcionamiento de los molinos,
la madera de los bosques y la energía animal. La solución fue el carbón mineral
y en torno del mismo la ampliación sin precedentes de la explotación minera, su
polo dinámico fue el capitalismo inglés.
La depredación creciente de recursos naturales atravesó a todos los modelos
tecnológicos del capitalismo y si consideramos a la totalidad del ciclo
industrial (entre fines del siglo XVIII y la actualidad) podríamos referirnos al
sistema tecnológico de la civilización burguesa basado en la disociación
cultural del hombre y la “naturaleza” asumiendo a esta última como universo
hostil, objeto de conquista y pillaje.
Al auge del carbón mineral del siglo XIX le sucedió el del petróleo en el siglo
XX y hacia comienzos del siglo XXI ha sido agotada aproximadamente la mitad de
la reserva original de ese recurso. Eso significa que ya nos encontramos en la
zona calificada como cima o nivel máximo posible de extracción petrolera a
partir de la cual se extiende un inevitable descenso extractivo, desde mediados
de la década pasada ha dejado de crecer la extracción de petróleo crudo.
Suponiendo la existencia de reemplazos energéticos viables a gran escala y a
largo plazo cuando aceptamos las promesas tecnológicas del sistema (para un
futuro incierto) y los los introducimos en el mundo real con sus ritmos de
reproducción económica concretos a mediano y corto plazo nos encontramos ante un
bloqueo energético insuperable. Si pensamos en lo que resta de la década actual
comprobaremos que no aparecen reemplazos energéticos capaces de compensar la
declinación petrolera.
Dicho de otra manera, el precio del petróleo tiende a subir y la especulación
financiera en torno del producto lo empuja aún más hacia arriba, además alguna
aventura militar occidental como por ejemplo un ataque israelí-estadounidense
contra Irán y el consiguiente cierre del estrecho de Ormuz llevaría el precio a
las nubes. Todo ello significa que los costos energéticos de la economía se han
convertido en una factor decisivo limitante de su expansión y en algún escenario
turbulento causarían una contracción catastrófica de las actividades económicas
a nivel global.
No se trata solo del petróleo sino de un amplio abanico de recursos mineros que
se encuentran en la cima de su explotación, cerca de la misma o ya en la etapa
de extracción declinante (5) afectando a la industria y a la agricultura, por
ejemplo la declinación de la producción mundial de fosfatos, componente esencial
para la producción de alimentos, desde hace algo más de dos décadas (6).
Pasamos entonces del tema del bloqueo energético a otro más vasto, el del
bloqueo de los recursos mineros en general y de allí al del sistema tecnológico
de la civilización burguesa que lo ha engendrado. En dicho sistema tenemos que
incluir a sus materias primas básicas, sus procedimientos productivos y su
respaldo técnico-científico, su dinámica y estilo de consumo civil y de guerra,
etc., es decir al capitalismo como civilización.
Asistimos ahora a la búsqueda vertiginosa de “reemplazos” energéticos, de
diversos minerales, etc., destinados a seguir alimentando una estructura social
decadente cuya dinámica de reproducción nos dice que más de la mitad de la
humanidad “está de más” y que en consecuencia la “civilización” ha marcado un
camino futuro habitado por una sucesión de mega genocidios.
Pero la decadencia nos lleva a pensar que todos esos “recursos necesarios” para
el sostenimiento de sociedades y élites parasitarias no son necesarios en otro
tipo de civilización o por lo menos lo son en volúmenes mucho más reducidos. No
están de más los pobres y excluidos del planeta, está de más el capitalismo con
sus objetos de consumo lujoso, sus sistemas militares, su despilfarro obsceno.
De la sobreproducción controlada a la crisis general de sub producción
Es posible describir el trayecto de algo más de cuatro décadas que ha conducido
a la situación actual. Aproximadamente entre 1968 y 1973 nos encontramos ante un
gran crisis de sobreproducción en los países centrales que, como ya he señalado
no derivó en un derrumbe generalizado de empresas y una avalancha de
desocupación al el estilo “clásico” sino en una complejo proceso de control de
la crisis que incluyó instrumentos de intervención pública destinados a sostener
la demanda, la liberalización de los mercados financieros, esfuerzos
tecnológicos y comerciales de las grandes empresas. Y también integrando a la ex
Unión Soviética como proveedora de gas y petróleo y a China como proveedora de
mano de obra industrial barata.
Los cambios se produjeron gradualmente en respuesta a las sucesivas coyunturas
pero finalmente se convirtieron en un nuevo modelo de gestión del sistema
llamado neoliberalismo girando en torno de tres orientaciones decisivas marcadas
por el parasitismo: la financiarización de la economía, la militarización y el
saqueo desenfrenado de recursos naturales.
El proceso de financiarización concentró capitales parasitando sobre la
producción y el consumo, la incorporación de centenares de millones de obreros
chinos y de otras zonas periféricas y el saqueo de recursos naturales permitió
bajar costos, desacelerar la caída de los beneficios industriales.
El resultado visible al comenzar el siglo XXI es el ahogo financiero del
sistema, la degradación ambiental y el comienzo de la declinación de la
explotación de numerosos recursos naturales tanto renovables como no renovables
(al ser quebrados sus ciclos de reproducción).
Finalmente la crisis de sobreproducción controlada engendra una crisis
prolongada de sub producción que está dando ahora sus primeros pasos. El sistema
encuentra “barreras físicas” para la reproducción ampliada de sus fuerzas
productivas, los recursos naturales declinan, no se trata de “fronteras
exógenas”, de bloqueos causados por fuerzas sobrehumanas sino de autobloqueos,
de los efectos de la actividad productiva del capitalismo, prisionero de un
sistema tecnológico muy dinámico basado en la explotación salvaje de la
naturaleza y en la expansión acelerada de las masas proletarias del planeta
(poblaciones miserables de la periferia, obreros pobres, campesinos sumergidos,
marginales de todo tipo, etc.).
Asistimos entonces a la paradoja de industrias como la automotriz con altos
niveles de capacidad productiva ociosa, si por alguna magia de los mercados esas
empresas llegan a encontrar demandas adicionales significativas se producirían
saltos espectaculares en los precios de una amplia variedad de materias primas,
por ejemplo el petróleo, que anularían dichas demandas.
No estamos pasando del crecimiento al estancamiento, esté último no es más que
el transito hacia la contracción, más o menos rápida, más o menos caótica del
sistema, hacia la reproducción ampliada negativa de las fuerzas productivas al
ritmo de la concentración de capitales, la marginación social y el agotamiento
de los recursos naturales. No tiene porque ser un proceso de declinación
inexorable de la especie humana, se trata de la decadencia de una civilización,
de sus sistemas productivos y perfiles de consumo.
Capitalismo mafioso
De este proceso forma parte la mutación del núcleo dirigente del capitalismo
mundial en un conglomerado de redes parasitarias mafiosas, una de cuyas
características psicológicas es el acortamiento temporal de expectativas,
cortoplacismo que lo conduce hacia una creciente crisis de percepción de la
realidad. El negocio financiero en tanto cultura hegemónica del mundo
empresario, el gigantismo tecnológico (especialmente su capítulo militar), la
súper concentración económica y otros factores convergentes impulsan esta
desconexión psicológica liberando una amplia variedad de proyectos irracionales
que sirven como apoyatura de políticas económicas, sociales, comunicacionales,
militares, etc (el cuerpo parasitario engorda y la mente racional del obeso se
contrae). La élite global dominante (imperialista) se va convirtiendo en un
sujeto extremadamente peligroso empecinado en el empleo salvador de lo que
considera su instrumento imbatible: el aparato militar (aunque experiencias
concretas como en el pasado su derrota en Vietnam y actualmente el
empantanamiento en Afganistán demuestran lo contrario).
Tres enfoques convergentes
Es posible abordar la historia de la civilización burguesa, su gestación,
ascenso y decadencia, desde tres visiones de largo plazo.
La primera de ellas enfoca una trayectoria de aproximadamente 500 años. Arranca
a entre fines del siglo XV y comienzos del siglo XVI europeo con la conquista de
América y el pillaje de sus riquezas generando un derrame de oro y plata sobre
las sociedades imperiales europeas. impulsando su expansión económica y
transformación burguesa.
Luego del primer atracón (siglo XVI) llegó el tiempo de la digestión y de la
desestructuración de los bloqueos precapitalistas y de la emergencia de
embriones sólidos del estado y de la ciencia modernos y de núcleos capitalistas
emergentes, todo ello expresado como “larga crisis del siglo XVII”.
Al comenzar el siglo XVIII esas sociedades ya estaban culturalmente preparadas
para la gran aventura capitalista. Su despegue estuvo marcado por una crisis de
mediana duración entre fines del siglo XVIII y comienzos del siglo XIX marcada
por la revolución industrial inglesa, la revolución francesa y las guerras
napoleónicas. Fue atravesando todo el siglo XIX al ritmo de las expansiones
coloniales y neocoloniales y las transformaciones industriales y políticas.
En torno de 1900 el capitalismo, con centro en Occidente, había establecido su
sistema imperial a nivel planetario. Hasta llegar a la primera guerra mundial
que señala el fin de la juventud del sistema y el inicio de una nueva crisis de
mediana duración entre 1914 y 1945, punto de inflexión entre la etapa juvenil
ascendente y una era de turbulencias que empiezan a mostrar los límites
históricos de un sistema que dispone de recursos (financieros, tecnológicos,
naturales, demográficos, militares) como para prolongar su existencia en medio
de amenazas como la aparición de la Unión Soviética, luego la revolución china,
etc.
Y después de una recomposición que trae la prosperidad a un capitalismo
amputado, acosado (entre fines de 1940 y fines de los años 1960) el sistema
ingresa en una crisis larga (que consigue atrapar a los grandes ensayos proto
socialistas: la URSS y China) que se prolonga hasta el presente. Esta última
etapa, que ya dura más de cuatro décadas se caracteriza por el descenso gradual
zigzageante y persistente de las tasas globales de crecimiento económico
sobredeterminado por la desaceleración de las economías imperialistas (en primer
lugar los Estados Unidos) y por el incremento de las más diversas formas de
parasitismo (principalmente el financiero).
En esta etapa es posible distinguir un primer período entre 1968-1973 y
2007-2008 de desaceleración relativamente lenta, de pérdida gradual de dinamismo
y un segundo período (en el que nos encontramos) de agotamiento del crecimiento
apuntado hacia la contracción general del sistema.
En síntesis: a partir del primer impulso colonial exitoso (en el siglo XVI, el
anterior: las Cruzadas había fracasado) es posible hacer girar la historia de la
civilización burguesa en torno de cuatro grandes crisis; la larga crisis del
siglo XVII vista como etapa preparatoria del gran salto, la crisis de mediana
duración de nacimiento del capitalismo industrial (fines del siglo XVIII -
comienzos del siglo XIX), una segunda crisis de mediana duración (1914-1945)
seguida por una prosperidad de aproximadamente un cuarto de siglo y finalmente
una nueva crisis de larga duración (que se inicia hacia fines de los años 1960)
de decadencia del sistema, suave primero y acelerada desde fines de la primera
década del siglo XXI.
Un segundo enfoque restringido a un poco más de 200 años arranca con la
revolución industrial inglesa, la Revolución Francesa, la independencia de
Estados Unidos, las guerras napoleónicas y otros acontecimientos que señalan el
inicio del capitalismo industrial consolidándose en una larga etapa juvenil del
sistema abarcando la mayor parte del siglo XIX. Las turbulencias son cortas, las
crisis de sobreproducción siguiendo el modelo desarrollado por Marx son “crisis
de crecimiento” del sistema que van acumulando heridas, deformaciones, problemas
que terminan por provocar el gran desastre de 1914. Karl Polanyi se refiere a
rol de la cúpula financiera europea en el mantenimiento de equilibrios
económicos y políticos, en esa élite está la base de la futura hipertrofia
financiera de finales del siglo XX (6).
Luego de la etapa juvenil se desarrolla un período de madurez signado por
guerras, fuertes depresiones y una prosperidad de mediana duración (1945-1970).
Con la crisis de los años 1970, el fin del patrón dólar-oro, la derrota
norteamericana en Vietnam, la estanflación y los dos shocks petroleros, etc., el
capitalismo entra en su vejez que deriva en senilidad. El concepto de
“capitalismo senil” fue introducido por Roger Dangeville hacia finales de los
años 1970 señalando que desde ese momento el sistema devenía senil (8), se
desagregaba, perdía el rumbo. En realidad la senilidad del sistema se hace
evidente tres décadas después, a partir del estampido
financiero-energético-alimentario de 2008 cuando se acelera el descenso del
crecimiento hasta acercarnos ahora a crecimientos iguales a cero o negativos en
la zona central del capitalismo y cuando el motor financiero se ha estancado
apuntando a la caída.
Un tercer enfoque de desagregación del superciclo en “ciclos parciales” permite
detallar fenómenos decisivos de la historia del sistema. Es necesario limitar
los aspectos de autonomía de esos “ciclos” haciéndolos interactuar entre si y
refiriéndolos siempre a la totalidad sistémica.
El crepúsculo del sistema arranca con las turbulencias de 2007-2008, la
multiplicidad de “crisis” que estallaron (financiera, productiva, alimentaria,
energética) convergieron con otras como la ambiental o la del Complejo
Industrial-Militar del Imperio empantanado en las guerras asiáticas.
El cáncer financiero irrumpió triunfal entre fines del siglo XIX y comienzos del
siglo XX y obtuvo el control absoluto del sistema siete u ocho décadas después,
pero su desarrollo había comenzado mucho tiempo (varios siglos) antes
financiando estados imperiales donde se expandían las burocracias civiles y
militares al ritmo de las aventuras coloniales-comerciales y luego también a
negocios industriales cada vez más concentrados. La hegemonía de la ideología
del progreso y del discurso productivista sirvió para ocultar el fenómeno,
instaló la idea de que el capitalismo a la inversa de las civilizaciones
anteriores no acumulaba parasitismo sino fuerzas productivas que al expandirse
creaban problemas de adaptación superables al interior del sistema mundial,
resueltos a través de procesos de “destrucción-creadora”.
Por su parte el militarismo moderno hunde sus raíces más fuertes en el siglo XIX
occidental, desde las guerras napoleónicas, llegando a la guerra franco-prusiana
hasta irrumpir en la Primera Guerra Mundial como “Complejo Militar-Industrial”
(aunque es posible encontrar antecedentes importantes en Occidente en las
primeras industrias de armamentos de tipo moderno aproximadamente a partir del
siglo XVI). Fue percibido en un comienzo como un instrumento privilegiado de las
estrategias imperialistas y más adelante como reactivador económico del
capitalismo. Solo se veían ciertos aspectos del problema pero se ignoraba o
subestimaba su profunda naturaleza parasitaria, el hecho de que detrás del
monstruo militar al servicio de la reproducción del sistema se ocultaba un
monstruo mucho más poderoso: el del consumo improductivo, causante de déficits
públicos que no incentivan la expansión sino el estancamiento o la contracción
de la economía.
Actualmente el Complejo Militar-Industrial norteamericano (en torno del cual se
reproducen los de sus socios de la OTAN) gasta en términos reales más de un
billón (un millón de millones) de dólares, contribuye de manera creciente al
déficit fiscal y por consiguiente al endeudamiento del Imperio (y a la
prosperidad de los negocios financieros beneficiarios de dicho déficit). Su
eficacia militar es declinante pero su burocracia es cada vez mayor, la
corrupción ha penetrado en todas sus actividades, ya no es el gran generador de
empleos como en otras épocas, el desarrollo de la tecnología industrial-militar
ha reducido significativamente esa función. La época del keynesiamismo militar
como eficaz estrategia anti-crisis pertenece al pasado.
Presenciamos actualmente en Estados Unidos la integración de negocios entre la
esfera industrial-militar, las redes financieras, las grandes empresas
energéticas, las camarillas mafiosas, las “empresas” de seguridad y otras
actividades muy dinámicas conformando el espacio dominante del sistema de poder
imperial. La historia de las decadencias de civilizaciones, por ejemplo la del
Imperio Romano muestran que ya comenzada la declinación general y durante un
largo período posterior la estructura militar se sigue expandiendo sosteniendo
tentativas desesperas e inútiles de preservación del sistema.
En consecuencia la decadencia general y la exacerbación de la agresividad
militarista del Imperio podrían llegar a ser perfectamente compatibles, de allí
se deriva la conclusión de que al escenario previsible de desintegración mas o
menos caótica de la superpotencia deberíamos agregar otro escenario no menos
previsible de declinación sanguinaria, guerrerista.
Tampoco la crisis energética en torno de la llegada del “Peak Oil” debería ser
restringida a la historia de las últimas décadas, es necesario entenderla como
fase declinante del largo ciclo de la explotación moderna de los recursos
naturales no renovables. Ese ciclo energético bisecular condicionó todo el
desarrollo tecnológico del sistema y expresó, fue la vanguardia de la dinámica
depredadora del capitalismo extendida al conjunto de recursos naturales y del
ecosistema en general.
Lo que durante casi dos siglos fue considerado como una de las grandes proezas
de la civilización burguesa, su aventura industrial y tecnológica, aparece ahora
como la madre de todos los desastres, como una expansión depredadora que pone en
peligro la supervivencia de la especie humana.
En síntesis, el desarrollo de la civilización burguesa durante los dos últimos
siglos (con raíces en un pasado occidental mucho más prolongado) ha terminado
por engendrar un proceso irreversible de decadencia, la depredación ambiental y
la expansión parasitaria están en la base del fenómeno.
Existe una interrelación dialéctica perversa entre la expansión de la masa
global de ganancias, su velocidad creciente, la multiplicación de las
estructuras burocráticas civiles y militares de control social, la concentración
mundial de ingresos, el ascenso de la marea parasitaria y la depredación del
ecosistema.
Las revoluciones tecnológicas del capitalismo han sido en apariencia sus tablas
de salvación, así fue durante mucho tiempo incrementando la productividad
industrial y agraria, mejorando las comunicaciones y los transportes, pero en el
largo plazo histórico, en el balance de varios siglos constituyen su trampa
mortal, han terminado por degradar el desarrollo que han impulsado al estar
estructuralmente basadas en la depredación ambiental, al generar un crecimiento
exponencial de masas humanas súper explotadas y marginadas.
El progreso técnico integra así el proceso de autodestrucción general del
capitalismo (es su columna vertebral) en la ruta hacia un horizonte de barbarie.
No se trata de la incapacidad del actual sistema tecnológico para seguir
desarrollando fuerzas productivas sino de su alta capacidad en tanto instrumento
de destrucción neta de fuerzas productivas. Se confirma así el sombrío
pronóstico formulado por Marx y Engels en pleno auge juvenil del capitalismo:
“Dado un cierto nivel de desarrollo de las fuerzas productivas, aparecen fuerzas
de producción y de medios de comunicación tales que, en las condiciones
existentes solo provocan catástrofes, ya no son más fuerzas de producción sino
de destrucción” (9).
En fin, el ciclo histórico iniciado hacia fines del siglo XVIII contó con dos
grandes articuladores hoy declinantes: la dominación imperialista
anglo-norteamericano (etapa inglesa en el siglo XIX y norteamericana en el siglo
XX) y el ciclo del estado burgués desde su etapa “liberal industrial” en el
siglo XIX, pasando por su etapa intervencionista productiva (keynesiana clásica)
en buena parte del siglo XX para llegar a su degradación “neoliberal” a partir
de los años 1970-1980.
Capitalismo mundial, imperialismo y predominio anglo-norteamericano constituyen
un solo fenómeno, una primera conclusión es que la articulación sistémica del
capitalismo aparece históricamente indisociable del articulador imperial
(historia imperialista del capitalismo). Una segunda conclusión es que al ser
cada vez más evidente que en el futuro previsible no aparece ningún nuevo
articulador imperial ascendente a escala global entonces desaparece del futuro
una pieza decisiva de la reproducción capitalista global a menos que supongamos
el surgimiento de una suerte de mano invisible universal (y burguesa) capaz de
imponer el orden (monetario, comercial, político-militar, etc.). En ese caso
estaríamos extrapolando al nivel de la humanidad futura la referencia a la mano
invisible (realmente inexistente) del mercado capitalista pregonada por la
teoría económica liberal.
La declinación imperial de Occidente incluye la de su soporte estatal abarcando
una primera etapa (neoliberalismo) marcada por el endeudamiento público, el
sometimiento del estado a los grupos financieros, la concentración de ingresos,
la elitización y pérdida de representatividad de los sistemas políticos y una
segunda etapa de saturación del endeudamiento público, enfriamiento económico y
crisis de legitimidad del estado.
El colonialismo-imperialismo y el estado moderno han sido en términos históricos
pilares esenciales de la construcción de la civilización burguesa. Sobre los
antecedentes coloniales del capitalismo no hay mucho más que agregar. Respecto
de la relación estado-burguesía es evidente sobre todo a partir del siglo XVI en
Europa la estrecha interacción entre ambos fenómenos, no es posible entender el
ascenso del estado moderno sin el respaldo financiero y de toda la articulación
social emergente de la naciente burguesía cuyo nacimiento y consolidación
hubieran sido imposibles sin el aparato de coerción y el espacio de negocios
ofrecido por las monarquías militaristas. Y tambié es necesario tomar en cuenta
el mutuo respaldo legitimador, cultural, social que permitió a ambos crecer,
transformarse hasta llegar a la instauración del capitalismo industrial y su
contraparte estatal, la historia de la modernidad nos sugiere tratarlos como
partes de un único sistema (heterogéneo) de poder.
Hacia el final, en la fase descendente del capitalismo sesgada por la
financiaización integral de la economía, el Estado (en primer lugar los estados
de las grandes potencias) también se financiariza, se va convirtiendo en una
estructura parasitaria (un componente de las redes parasitarias), entra en
decadencia.
La convergencia de numerosas “crisis” mundiales puede indicar la existencia de
una perturbación grave pero no necesariamente el despliegue de un proceso de
decadencia general del sistema. La decadencia aparece como la última etapa de un
largo súper ciclo histórico, su fase declinante, su envejecimiento irreversible
(su senilidad). Extremando los reduccionismos tan practicados por las “ciencias
sociales” podríamos hablar de “ciclos” parciales: energético, alimentario,
militar, financiero, productivo, estatal y otros, y así describir en cada caso
trayectorias que despegan en Occidente entre fines del siglo XVIII y comienzos
del siglo XIX con raíces anteriores e involucrando espacios geográficos
crecientes hasta asumir finalmente una dimensión planetaria para luego declinar
cada uno de ellos. La coincidencia histórica de todas esas declinaciones y la
fácil detección de densas interrelaciones entre todos esos “ciclos” nos sugieren
la existencia de un único súper ciclo que los incluye a todos.
El siglo XX
A partir de un enfoque plurisecular del capitalismo es posible avanzar una
explicación del ascenso y derrota de la ola anticapitalista que sacudió al siglo
XX. La Revolución Rusa inauguró en 1917 una larga sucesión de rupturas que
amenazaron erradicar al capitalismo como sistema universal, el despegue
revolucionario se apoyaba en una crisis profunda y prolongada del sistema que
podríamos ubicar aproximadamente entre 1914 y 1945 y cuyas secuelas se
extendieron más allá de ese período.
Dicha crisis fue interpretada por los revolucionarios rusos como el comienzo del
fin del sistema pero el sistema aún sufriendo sucesivas amputaciones
“socialistas” (Europa del Este, China, Cuba, Vietnam...) y la proliferación de
rebeldías y autonomizaciones nacionalistas en la periferia pudo finalmente
recomponerse y sus enemigos fueron cayendo uno tras otro a través de
restauraciones explícitas como en el caso soviético o sinuosas como en el caso
chino. Las élites occidentales pudieron entonces afirmar que la tan anunciada
declinación del capitalismo y su remplazo socialista no fue más que una ilusión
alimentada por la crisis. Y algunos gurús como el ahora olvidado Francis
Fukuyama hasta proclamaban el fin de la historia y el pleno desarrollo de un
milenio capitalista liberal.
Existe una visión falsa (pero no totalmente falsa) de la decadencia occidental
frente a la emergencia del mundo nuevo a partir de la Revolución Rusa incluso si
es entendida como “decadencia hegemónica”, esa visión pareció quedar desmentida
por la realidad con el sometimiento chino (1978) y el derrumbe soviético (1991),
sin embargo era apuntalada desde 1968-73 cuando empezaron a declinar las tasas
de crecimiento del Producto Bruto Mundial y parcialmente confirmada desde 2008
porque el sistema se degrada velozmente (condición necesaria para su superación)
aunque su sepulturero no aparece o aparece en una dispersión de pequeñas dosis
históricamente insuficientes.
Insurgencias (hacia la negación absoluta del sistema)
La contra cara positiva de la decadencia podría ser sintetizada como la
combinación de resistencias y ofensivas de todo tipo contra el sistema operando
como un fenómeno de dimensión global y actuando en orden disperso, expresando
una gran diversidad de culturas, diferentes niveles de conciencia y de formas de
lucha.
Desde los indignados europeos o norteamericanos que (por ahora) solo pretenden
depurar al capitalismo de sus tumores financieros y elitistas, hasta los
combatientes afganos peleando contra el invasor occidental o la insurgencia
colombiana animada por la perspectiva anticapitalista pasando por un muy
complejo abanico de movimientos sociales, minorías y pequeños grupos críticos y
rebeldes.
Oposiciones a gobiernos abiertamente reaccionarios y a ocupaciones coloniales
pero también a las fachadas democráticas más o menos deterioradas que intentan
suministrar gobernabilidad al capitalismo. Lo que plantea la hipótesis de la
convergencia y radicalización de esos procesos y entonces la posibilidad de
profundizar el concepto de insurgencia global pensado como realidad en formación
alimentada por la declinación de la civilización burguesa. La alternativa
insurgente emergiendo como rechazo y apuntando hacia la negación radical del
sistema y al mismo tiempo abriendo el espacio de las utopías post capitalistas.
El sujeto central de la insurgencia es la humanidad sumergida en expansión a la
que la dinámica de la marginación y la superexplotación (la dinámica de la
decadencia) empuja hacia la rebelión como alternativa a la degradación extrema.
Se trata de miles de millones de habitantes de los espacios rurales y urbanos.
Este proletariado es mucho mas extendido y variado que la masa de obreros
industriales (incluye a sus franjas periféricas y empobrecidas), no es el nuevo
portador de la antorcha del progreso construida por la modernidad sino su
negador potencial absoluto el cual en la medida en que vaya destruyendo las
posiciones enemigas estará construyendo una nueva cultura libertaria.
Sin embargo la irrupción universal de ese sujeto se demora, un gigantesco muro
de ilusiones bloquea su rebelión. Es que la autodestrucción del sistema global
recién está en sus inicios, su hegemonía civilizacional es todavía muy fuerte,
es casi imposible pronosticar, establecer teóricamente el recorrido temporal, el
calendario de su desarticulación. Si es posible establecer teóricamente la
trayectoria descendente aunque sin pegarle fechas.
Utopías (el retorno del fantasma)
Aquí aparece el postcapitalismo como necesidad y posibilidad histórica concreta,
como utopía radical que hunde sus raíces en el pasado revolucionario de los
siglos XIX y XX y mucho más allá en las culturas comunitarias precapitalistas de
Asia, Africa, América Latina y de la Europa anterior a la modernidad. No se
trata de una etapa inevitable (une suerte de “resultado inexorable” de la
declinación del sistema decidido por alguna “ley de la historia”) sino del
resultado posible, viable del desarrollo de la voluntad de las mayorías
oprimidas.
Ya en la génesis del sistema existía su enemigo absoluto, negando, rechazando su
expansión opresora. En Europa en torno del siglo XVI emergían los despliegues
coloniales, la industria de guerra bajo moldes pos artesanales, las primeras
formas estatales modernas, los capitalistas comerciales y financieros asociados
a las aventuras militares de las monarquías. Y la superexplotación de los
campesinos, la destrucción de sus culturas, de sus sistemas comunitarios
generando rebeliones como la que encabezó el comunista cristiano Tomas Müntzer
en el corazón de Europa bajo la consigna “Omnia sunt communia” (todo es de
todos, todas las cosas nos son comunes).
El amanecer de la modernidad burguesa fue también el de su negación absoluta,
ambos bandos aportaban nuevas culturas pero al mismo tiempo heredaban viejas
culturas de opresión y emancipación.
La alianza de banqueros, terratenientes y príncipes que derrotaron a los
campesinos en la batalla de Frankenhausen (mayo de 1525) y asesinó a Müntzer
unía sus nuevos apetitos burgueses con los viejos privilegios feudales mientras
los campesinos rebeldes reinterpretaban los evangelios de manera comunista y
asumían la herencia de libertad comunitaria del pasado, incluidas valiosas
tradiciones precristianas. La construcción de alternativas innovadoras (de
opresión y de emancipación) hundía sus raíces en el pasado.
Repasando luego el siglo XIX europeo y más adelante la crisis occidental entre
1914 y 1945 y sus consecuencias vemos como una y otras vez el demonio burgués
derrota a su enemigo mortal que renace más adelante para presentar nuevamente
batalla. Desde las insurgencias obreras europeas hasta llegar a la derrota de la
Comuna de París en la era del capitalismo industrial juvenil que ya asumía una
dimensión imperialista planetaria hasta llegar a las revoluciones comunistas
rusa y china concluyendo con la degeneración burocrática y la implosión de la
primera y la mutación capitalista-salvaje de la segunda.
En su prolongada historia la civilización burguesa fue pasando desde su infancia
europea hasta su madurez en el siglo XX y finalmente a su vejez y su degradación
senil desde fines del siglo XX hasta nuestros días.
En la era de la decadencia del capitalismo va asomando nuevamente la figura de
su enemigo, se trata de un nuevo fantasma heredero y al mismo tiempo superador
de los anteriores. Una mirada pesimista nos señalaría que será nuevamente
derrotado, si ello ocurre esta civilización planetaria se irá sumergiendo en
niveles de barbarie nunca antes vistos ya que su capacidad (auto)destructiva
supera a cualquier otra decadencia civilizacional. Ahora no está en juego la
supervivencia de algunos millones de seres humanos sino de más de siete mil
millones.
Pero ese pesimismo se apoya en la historia de la modernidad pensada como una
infinita repetición de escenarios donde cambian la dimensión, la complejidad
tecnológica, los modelos de consumo, etc. pero queda intacta la dinámica
amo-esclavo, el primero controlando los instrumentos que le permiten renovar su
dominación y el segundo embarcado en batallas perdidas de antemano. De esa
manera es ocultado el hecho de que la modernidad burguesa ha entrado en
decadencia lo que abre la posibilidad del quiebre, del colapso de dicha dinámica
perversa abriendo el horizonte de la victoria de los oprimidos. Ello no fue
posible en la etapas de adolescencia, juventud o madurez del sistema pero si es
posible ahora.
Es la declinación de Occidente (entendido como civilización burguesa universal)
lo que abre el espacio para el nuevo fantasma anticapitalista que necesita para
imponerse irrumpir bajo la forma de una vasto, plural proceso de
desoccidentalización, de critica radical a la modernidad imperialista, sus
modelos de consumo y producción, de organización institucional, etc. Se trata
entonces de la abolición del sistema en el sentido hegeliano del concepto:
negar, destruir, anular las bases de la civilización declinante y al mismo
tiempo recuperar positivamente en otro contexto cultural todo aquello que pueda
ser utilizable.
Volviendo a Hegel para superarlo es necesario afirmar que la marcha de la
libertad que él suponía avanzando desde “Oriente” (entendido como la periferia
del mundo occidental-moderno) para realizarse plenamente en Occidente en
realidad avanza desde el subsuelo del mundo y puede llegar a dar un salto
gigantesco aplastando, desbordando a los baluartes de la opresión occidental,
irrumpiendo como una ola universal de pueblos insurgentes.
El primer fantasma fue europeo de cuerpo y alma y dio su última batalla en 1871
en la Comuna de París. El segundo fantasma asumió una envergadura planetaria,
levantó su bandera roja en Rusia y China alentando un amplio espectro de
rebeliones periféricas, tenía un cuerpo universal pero su cabeza estaba
impregnada de ilusiones progresistas occidentales (el tecnologismo, el
aparatismo, el estatismo, el consumismo). Su fecha o período de defunción
podemos fijarla entre 1978 cuando China ingresa en la vía capitalista y 1991
(derrumbe de la URSS).
Lo que necesita el siglo XXI es el desarrollo de un tercer fantasma
revolucionario, completamente desoccidentalizado, es decir negador absoluto de
la modernidad burguesa y por consiguiente universal de cuerpo y alma,
anticapitalista radical, construyendo la nueva cultura postcapitalista a partir
de la confrontación intransigente con el sistema. Heredando los antiguos
combates, levantando la bandera multicolor de la rebeldía de todos los pueblos
esclavizados del planeta, de sus identidades aplastadas, sumergidas convertidas
gracias a sus combates en contraculturas opuestas al capitalismo.
En suma la emergencia, la avalancha plural de pueblos sometidos, de la humanidad
verdadera, liberada (en proceso de emancipación) de la prehistoria, de la
historia inferior del hombre enemigo de su entorno ambiental, del espacio que le
permite vivir, y en consecuencia del hombre enemigo de si mismo.
No se trata de una utopía universal única apuntando a una humanidad homogénea
sino de una amplia variedad de utopías comunitarias ancladas en identidades
populares específicas interrelacionadas conformando un gran espacio plural
marcado por la abolición de las clases sociales y del estado.
Notas:
1. Blanchard, del FMI, dice que la crisis durará una década,
www.que.es/ultimas-noticias/internacionales/201210031112-blanchard-dice-crisis-durara-decada-reut.html
2. Natixis- Banque de financement & d‘investissement, “La crise de la zone euro
peut durer 20 ans”, Flash Économie – Recherche Économique, 8 Août 2012 – N°.
534.
3. Ansuya Harjan, “Roubini: My ‘Perfect Storm‘ Scenario Is Unfolding Now”, CNBC
9 Jul 2012, http://www.cnbc.com/id/48116835 y Nouriel Roubini, “A Global Perfect
Storm”, Proyect Syndicate, 15 June 2012,
http://www.project-syndicate.org/print/a-global-perfect-storm.
4. “Banco de Basilea”, Bank for International Settlements, Monetary and Economic
Department, OTC derivatives market activity. (www.bis.org).
5. Ugo Bardi and Marco Pagani. “Peak Minerals”, The Oil Drum:Europe, October 15,
2007, http://europe.theoildrum.com/node/3086.
6. Patrick Déry and Bart Anderson, “Peak Phosphorus”, The Oil Drum: Europe,
August 17, 2007, http://www.theoildrum.com/node/2882.
7. Karl Polanyi, “La gran transformación. Los orígenes económicos y políticos de
nuestro tiempo”, Fondo de Cultura Económica, Mexico DF, 2011.
8. Roger Dangeville, “Marx-Engels, La Crise”, Union Générale D`Editions-10/18,
Paris 1978.
9. Marx-Engels, “La ideología alemana”, 1845-46, en Marx & Engels, Obras
Escogidas, Editorial Progreso, Moscú, 1974.
* Ciclo de Conferencias “Los retos de la humanidad: la construcción social
alternativa”, Centro de Investigaciones Interdisciplinarias en Ciencias y
Humanidades (CEIICH) de la Universidad Nacional Autónoma de México, 23 al 25 de
Octubre de 2012.
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