sábado, 29 de dezembro de 2012

Brasil 2012: Tombo na economia e aumento dos conflitos sociais

por Correio da Cidadania
. O ano de 2012 vai terminando e pode ser definido como um ano de algumas significativas mudanças de conjuntura política, econômica e social.

Pelos menos dois traços marcantes que, registre-se, foram comuns em dois anos de mandato do governo Dilma-PMDB: a desaceleração do crescimento do PIB (com alguns indicadores de estagnação econômica, como o aumento da inadimplência e a travagem na criação de empregos formais) e um crescimento dos conflitos e tensões sociais, marcados em uma significativa recuperação das greves na classe trabalhadora, ao lado de lutas populares de resistência, como a luta contra as remoções e pelo direito à moradia, e a resistência aos desastres socioambientais no horizonte, como Belo Monte.

O tombo na economia é grave, não se sabe se teremos "PIBinho" ou "zerinho" em 2012.

A primeira razão são os sinais e fatos dramáticos do aprofundamento da crise internacional, que golpeia fortemente o continente europeu, levando a um cenário de recessão continental e depressão em alguns países como Grécia, Portugal e Espanha. Considerem-se também os sinais de uma desaceleração, ainda que paulatina, do crescimento do capitalismo chinês e temos o cenário global de complicações no mercado de exportações, muito precioso para um país exportador de commodities, como o Brasil.

A ausência de qualquer controle sério de capitais e o sempre religioso pagamento dos juros e amortizações da dívida pública, à custa do Orçamento da União, mantêm o país com altos índices de vulnerabilidade externa, dependente do capital financeiro. O cenário gera desconfiança e retração interna do capital, que para de fazer investimentos de fôlego enquanto clama aos quatro cantos por mais benefícios fiscais e redução dos custos da mão-de-obra.

Clamores que são atendidos pelo governo Dilma/PMDB. Pois este vem, desde 2011, no âmbito do setor público, cortando gastos públicos e sociais, arrochando salários dos servidores. Diante das incertezas da crise externa e da volta do fantasma da inflação, o governo cede ao setor privado, sinalizando apertos nos salários e ataques aos direitos trabalhistas, ao passo que anuncia megapacote de R$ 100 mil milhões na economia para 2013, movida sempre pelo dinheiro público do BNDES.

Ou seja, em 2012, diante da crise, a coalizão capitalista dominante – o capital financeiro, o agronegócio, os grandes grupos siderúrgicos, empreiteiras – cerrou ainda mais fileiras em torno do governo PT-PMDB. E este não lhes faltou.

Basta sistematizar outra série de medidas, projetos e políticas que o governo vem adotando em benefício deste condomínio, tais como: 1) a revisão do Código Florestal; 2) os recentes pacotes de privatização da infraestrutura do país, como a privatização dos aeroportos e novas "parcerias" com o setor privado nas estradas e ferrovias; 3) o corte dos impostos para o empresariado, sob pretexto de manter a economia aquecida e garantir empregos (sem impedir pacotes de demissões, como as recentes 850 na empresa aérea Webjet); 4) os novos ataques para flexibilizar a legislação trabalhista, como o Acordo Coletivo Especial (o negociado acima do legislado), entre outros.

O crescimento das greves: resposta natural a este cenário

Os conflitos sociais aumentaram porque a economia derrapa e roda e a política do governo e do capital é de apertar o cerco aos salários, à legislação trabalhista e ao ajuste dos gastos nos serviços públicos.

No primeiro semestre de ano, houve greves e mobilizações expressivas na construção civil, na rede estadual de educação de diversos estados, nas polícias militares e bombeiros de vários estados, com destaque para a mobilização dos bombeiros do RJ. Houve ainda uma expressiva rede de greves nos transportes ferroviários e metroviários, que também tiveram caráter interestadual.

No segundo semestre, segundo cálculo dos sindicatos e federações, mais de 300 mil servidores federais de dezenas de categorias realizaram o que foi considerado a maior greve da história do serviço público federal, por reajustes salariais e reestruturação das carreiras. Depois vieram as greves de bancários, trabalhadores de correios, metalúrgicos.

Ao lado disso, como forma de resistência à política de mega-obras e mega-eventos, cresceu também a resistência do movimento popular por moradia e das populações indígenas e comunidades ribeirinhas a obras como Belo Monte.

Corruptos jogos do poder do PT e PCdoB

As eleições municipais não desequilibraram este cenário. Pautadas pelas mazelas e colapsos das cidades, de maneira geral, as eleições favoreceram o condomínio atual do poder, ainda que com mais contradições. Mas o pleito municipal também expressou o fenômeno do crescimento de um voto mais crítico à esquerda, em favor de alternativas ao modelo que consumiu no fogo da institucionalidade e dos corruptos jogos do poder partidos como PT e PCdoB.

Ao lado do aumento da resistência e das lutas populares, houve uma parcela da população que nas urnas também expressou essa resistência, tal como se verificou em uma legenda como o PSOL (a única de oposição de esquerda com representação parlamentar), que obteve mais votos do que partidos como PCdoB e PV nas suas candidaturas majoritárias.

2012 foi mais um ano para demonstrar que o modelo de "desenvolvimento" vigente no país não resolve os gargalos da desigualdade social histórica e estrutural do Brasil. Mesmo a tão propalada ampliação da classe C (que é na verdade a ampliação da classe trabalhadora sob salários e direitos precarizados) já está no limite, estrangulada no endividamento, ou já na inadimplência, devido à permanente política de incentivo do consumo pela via do crédito fácil – sem, portanto, a elevação do rendimento, diante da tendência de arrocho e freio na economia. Bombas de tempo. É certo que, na maioria da população, prevalece o apoio ao governo, mas já sob uma sensação, tal como diz um ditado cada vez mais popular, de "tá ruim, mas tá bom"... Ainda.

Tudo indica que o mundo não vai acabar em 2012. Mas, para terminar o ano em nosso país, nada poderia ser mais simbólico do que Sarney voltar a ser presidente do Brasil. Por três dias apenas, é verdade, mas ilustrativos de que o bloco dominante no poder, dirigido pelo PT há dez anos, não tem nada de novo e esperançoso a oferecer ao povo brasileiro.

Serão as lutas sociais e o crescimento da resistência popular que poderão recolocar novas alternativas de reconstrução de uma ruptura com o modelo no horizonte. Tal como ocorreu no Norte da África e nas greves e manifestações na Europa, o Brasil também vai precisar da sua primavera.
21/Dezembro/2012

O original encontra-se em http://www.correiocidadania.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=7956:editorial211212&catid=27:editorial&

Este editorial encontra-se em http://resistir.info/ .
29/Dez/12

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Fábricas recuperadas y autogestión en la nueva realidad de España



por José Luis Carretero Miramar
Jueves, 27 de Diciembre de 2012
Al calor de las movilizaciones y de la resistencia, la transformación social
(con la autogestión como elemento central) se asoma con fuerza en el horizonte
de España.
Con el panorama de la crisis financiera y económica, el Estado español empezó a
recortar por lo más delgado. Así el cierre de empresas y los despidos se
sucedieron –y se siguen sucediendo– dejando un tendal de desempleados. Al calor
de las movilizaciones y de la resistencia, la transformación social (con la
autogestión como elemento central) se asoma con fuerza en el horizonte de
España.
Hace apenas cinco o seis años, hablar de empresas recuperadas o de
cooperativismo en España hubiera sido manejar conceptos no sólo marginales, sino
profundamente ajenos a los intereses y vivencias de la gran mayoría de la
población. En el marco de la sociedad de la burbuja, el consumo desenfrenado y
la “fiesta” juvenil, nadie se planteaba –o sólo lo hacían grupos en extremo
reducidos o muy localizados geográficamente– la necesidad de trabajar para uno
mismo desde perspectivas horizontales o ajenas al mando capitalista.
Marinaleda o Mondragón eran experiencias autogestionarias de dimensión global,
pero lo cierto es que la generalidad de la población hispánica permanecía
profundamente ajena a los valores que las sustentaban.
Sin embargo, no siempre fue así. Sin tener que viajar tan lejos como a las
colectivizaciones surgidas en el marco de la Guerra Civil de 1936-39 (que
abarcaban gran parte de la industria, servicios y el agro de la zona
republicana), en el escenario de la llamada Transición española del franquismo a
la democracia, en los 70, la experiencia de la recuperación de empresas por sus
trabajadores jugó un papel trascendente.
Eran tiempos de crisis, fracturas y de grandes movimientos populares. Fue al
calor de los mismos que se fraguaron iniciativas como la de Númax, una fábrica
de electrodomésticos autogestionada por los operarios como respuesta a su
intento de cierre irregular por parte de los dueños, cuya existencia quedó
plasmada en dos documentales de Joaquím Jordá: Númax presenta y 20 años no es
nada.
Algunas de las experiencias de aquellos años sobrevivieron, pese a todo, hasta
la actualidad, como la barcelonesa Mol Matric, hoy responsable de realizar los
chasis de una línea de Metro de Barcelona, el tren y cientos de máquinas
industriales para empresas como General Motors; o la imprenta Gramagraf, ocupada
hace 25 años, y en la actualidad parte del grupo editorial cooperativo Cultura
03.
Pero la Transición terminó. Y lo hizo como un gran fiasco. Las líneas esenciales
del régimen franquista fueron mantenidas en lo que constituyó una simple reforma
política que introdujo el país en el ámbito de la Unión Europea y la OTAN, y que
concedió ciertas libertades públicas; pero que no tocó los mecanismos esenciales
de reparto del poder económico y social. Los grandes movimientos populares se
deshincharon, y a la experimentación y la lucha las sustituyó el “desencanto” y
el cinismo. Las propuestas autogestionarias nunca desaparecieron, pero fueron
relegadas a un espacio puramente marginal.
Y eso fue así mientras la sociedad de la burbuja y su consumo desaforado e
irresponsable se mantuvo en plena vigencia. ¿Cómo?: fundamentado en el crédito y
la sobreexplotación del trabajo migrante y juvenil, mediante la precarización de
las condiciones laborales y la conformación de una legislación de extranjería
que fomentaba (de hecho) la actividad sumergida y sin derechos.
Al llegar la crisis financiera y económica actual, las estructuras se
modificaban y todo se movía: la escalada inmisericorde de la tasa de paro hasta
extremos no vistos anteriormente en la sociedad española y la rápida degradación
del tejido productivo y empresarial –al pincharse e implosionar la burbuja
inmobiliaria– generaron una situación radicalmente nueva que implicó el inicio
de grandes transformaciones económicas y también socioculturales.
El paro y una pobreza revisitada empujaban a amplias capas de la población hacia
la economía sumergida y el cobro de los magros subsidios de un Estado del
Bienestar que nunca se llegó a desarrollar en España hasta la magnitud alcanzada
en los países centrales de Europa.
Los extremos (en puridad, extremistas) ajustes llevados a cabo por los poderes
públicos ante el desencadenamiento de la crisis de la deuda externa generada por
la socialización de las deudas privadas de las entidades financieras provocaron
el efecto que era de esperar: el Estado Español devino un gigantesco páramo
económico donde los cierres de empresas se sucedieron y amplios sectores de la
población empezaron a quedar excluidos de la actividad productiva.
En ese marco se desataron los sucesos del 15 de mayo de 2011, e irrumpió con
fuerza el llamado “Movimiento de los indignados”, que expresó las primeras
tentativas masivas de resistencia al proceso de descomposición social impuesto
por las dinámicas neoliberales de la UE y los gobiernos españoles.
A partir de entonces, la arquitectura política de la sociedad volvió a ser un
elemento debatido y discutido públicamente. La política recuperó una cierta
centralidad en las conversaciones cotidianas y en las mentes de la generalidad
de la población. Hablar, ahora, de movilizaciones, de resistencia o de
transformación social (con la autogestión como elemento central) vuelve a ser
posible.
Pero ya en los meses anteriores, al calor del desplegarse de la crisis, se
habían ido expandiendo los gérmenes y las semillas de esta nueva situación. Y el
recurso de la recuperación de empresas por los propios trabajadores había vuelto
a ser pensable.
En ese sentido, ya en los primeros años de la crisis cerca de 40 empresas fueron
recuperadas por los trabajadores y puestas a funcionar de forma cooperativa,
como afirma la Confederación de Cooperativas de Trabajo Asociado (COCETA). Entre
ellas podemos contar emprendimientos como la empresa de robotización Zero-Pro de
Porriño (Pontevedra), o la de muebles de cocina Cuin Factory en Vilanova i la
Geltrú (Barcelona), en la que el antiguo jefe participó activamente en la
cooperativización y donde todos los recuperadores se impusieran un salario
igualitario de 900 euros. También con apoyo del propietario, se autogestionó en
Sabadell la metalúrgica Talleres Socar, reconvertida en la cooperativa Mec 2010.
Pero, quizás, la iniciativa más impactante y conocida sea la puesta en marcha
por los ex empleados del periódico de tirada nacional Público, que dejó de
editarse en papel el 23 de febrero de 2012 y dejó al 90 % de sus trabajadores en
la calle. Fueron esos mismos trabajadores los que constituyeron la cooperativa
Más Público, que trata de obtener apoyo social y financiero para seguir
publicando el periódico en formato mensual.
Sin embargo, pese a estas experiencias, no puede decirse que la vía de la
recuperación de empresas se haya vuelto algo habitual o extendido: los
trabajadores, en las situaciones de cierre, siguen prefiriendo masivamente
hacerse con las prestaciones que comporta un Estado del Bienestar cada vez más
menguante y en discusión. Las dificultades de la figura jurídica de la
cooperativa en el Derecho español, así como la casi ausencia de previsiones al
respecto en la Ley Concursal, junto a cierta pasividad alimentada por las
décadas de universo burbujil y conformista, probablemente fundamentan estas
limitaciones de la estrategia recuperadora.
Lo que sí parece cada vez más común es el creciente recurso del cooperativismo
de muchos desempleados que, ante la situación de anomia productiva y de falta de
expectativas de volver a ser contratados, recurren a la posibilidad de
capitalización de la prestación por desempleo para la conformación de
emprendimientos autogestionarios. Los ejemplos son innumerables (como la
cooperativa de electricidad renovable Som Energía, creada en diciembre de 2010)
y, en algunos casos, muestran evidentes vínculos con los movimientos sociales
(como los relativos a la conformación de experiencias a la imagen y semejanza de
la Cooperativa Integral Catalana, o los del ámbito libertario, como la gráfica
Tinta Negra). De hecho, de enero a marzo de 2012, se produjo la creación de unas
223 cooperativas nuevas en el Estado Español.
No hay duda. Nuevos caminos están siendo recorridos por la sociedad española,
para bien y para mal. Y, entre ellos, el camino de la autogestión empieza a ser
cada vez más común.
José Luis Carretero Miramar (del Instituto de Ciencias Económicas y de la
Autogestión (ICEA). Madrid, España).
Fuente:
http://iceautogestion.org/index.php?option=com_content&view=article&id=511
*****************************
In:
Kaosenlared
http://www.kaosenlared.net/component/k2/item/41908-fábricas-recuperadas-y-autogestión-en-la-nueva-realidad-de-españa.html
27/12/2012

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

"Sem indignação, nada de grande e significativo ocorre na história humana"

26/12/2012

Michael Löwy
Nesta entrevista à Fundação Oswaldo Cruz, o investigador do Centre National de
la Recherce Scientifique (CNRS) diz que a dinâmica de movimentos como o dos
“Indignados” é de uma crescente radicalização anticapitalista, embora nem sempre
de forma consciente. Michael Löwy esteve no Brasil em dezembro para lançar ‘A
teoria da revolução no jovem Marx', publicado em 1970 na França e que só agora
ganha edição em português.
Fundação Oswaldo Cruz
Data: 26/12/2012
Michael Löwy esteve no Brasil no final de 2012 para lançar o livro ‘A teoria da
revolução no jovem Marx', que foi publicado em 1970 na França e só agora tem uma
edição em português.
Durante a sua estada no país, participou de muitos eventos e falou sobre temas
diversos, como literatura e a questão ecológica. Nada que surpreenda no perfil
de um pesquisador que circula com desenvoltura entre o estudo dos clássicos e a
análise da conjuntura atual, e isso sem abrir mão da militância política de
esquerda. Nesta entrevista, ele lança mão dos conceitos que aprendeu com os
clássicos – principalmente Marx e Walter Benjamin – para discutir a crise que o
capitalismo atravessa e os movimentos reivindicatórios que têm surgido em
diferentes cantos do mundo. Além disso, explica os princípios e limitações da
ideia de ‘ecossocialismo', com a propriedade de ter sido um dos autores do
Manifesto que defende essa bandeira.
Brasileiro residente na França desde 1969, Löwy é diretor de pesquisas do Centre
National de la Recherce Scientifique (CNRS) e responsável por um seminário na
Écoles de Hautes Études en Sciences Sociales. Só em português, é autor de mais
de 20 livros.
Como a teoria da revolução do jovem Marx, de que trata o seu livro, nos ajuda a
entender o momento atual, com mobilizações de indignados no Estado espanhol,
Grécia e vários outros países da Europa, além de movimentos de ‘ocupação' em
vários locais do mundo? Esses são movimentos anticapitalistas?
Os movimentos de ‘Indignados' opõem-se às políticas ditadas pelo capital
financeiro, pela oligarquia dos bancos e aplicadas por governos de corte
neoliberal, cujo principal objetivo é fazer com que os trabalhadores, os pobres,
a juventude, as mulheres, os pensionistas e aposentados – isto é, 99% da
população – paguem a conta pela crise do capitalismo. Esta indignação é
fundamental. Sem indignação, nada de grande e de significativo ocorre na
história humana. A dinâmica destes movimentos é de uma crescente radicalização
anticapitalista, embora nem sempre de forma consciente. É no curso de sua ação
coletiva, de sua prática subversiva, que estes movimentos poderão tomar um
caráter radical e emancipador. É o que explicava Marx na sua teoria da
revolução, inspirada pela filosofia da práxis.
Marx escreveu no século XIX. As revoluções socialistas a que assistimos
aconteceram no século 20. O que a realidade trouxe de diferente na forma como se
concretizaram e na forma como se entende revolução nos séculos 19, 20 e 21?
As revoluções sempre tomam formas imprevistas, inovadoras, originais. Nenhuma se
assemelha às anteriores. A Comuna de Paris (1871) foi um formidável levante da
população trabalhadora da grande cidade e a Revolução Russa foi uma convergência
explosiva entre proletariado urbano e massas camponesas. Nas demais revoluções
do século 20, desde a Mexicana de 1911 até a Cubana de 1959, ou nas revoluções
asiáticas (China, Vietname), foram os camponeses o principal sujeito do processo
revolucionário. Não podemos prever como serão as revoluções do século 21: sem
dúvida, não repetirão as experiências do passado. Por outro lado, existe o que
Walter Benjamin chamava de ‘a tradição dos oprimidos': a experiência da Comuna
de Paris inspirou a Revolução Russa e é ainda até hoje um exemplo de
autoemancipação revolucionária das classes subalternas.
Com a crise capitalista de 2008 e o movimento de intervenção dos Estados para
salvar a economia dos países, acreditou-se que a era neoliberal havia chegado ao
fim. No entanto, tem sido intensificada cada vez mais a destruição dos direitos
conquistados com o Estado de Bem-Estar Social, como temos visto acontecer na
Europa (França, agora Espanha...). O que isso significa?
A intervenção dos Estados não significou de forma alguma o fim do
neoliberalismo. O único objetivo desta intervenção era salvar os bancos,
resgatar a dívida e assegurar os interesses dos mercados financeiros. Para este
objetivo, foram sacrificadas conquistas de dezenas de anos de lutas dos
trabalhadores: direitos sociais, serviços públicos, pensões e aposentadorias,
etc. Para a lógica de chumbo do capitalismo neoliberal, tudo isto são ‘despesas
inúteis'.
Um debate antigo da esquerda é sobre a relação entre revolução e reforma. O
contexto do final do século 20 e do início do século 21, com situações como, por
exemplo, a vitória eleitoral de partidos de esquerda na América Latina e mesmo
em alguns países da Europa recolocam essa questão. Como analisa essa relação
hoje?
Rosa Luxemburgo já havia explicado, em seu belo livro ‘Reforma ou Revolução?'
(1899), que os marxistas não são contra as reformas; pelo contrário, apoiam
qualquer reforma que seja favorável aos interesses dos trabalhadores: salário
mínimo, seguro médico, seguro desemprego, por exemplo. Simplesmente, lembrava
ela, não podemos chegar ao socialismo pela acumulação gradual de reformas; só
uma ação revolucionária, que derruba o muro de pedra do poder político da
burguesia, pode iniciar uma transição ao socialismo. O problema da maioria dos
governos de centro-esquerda, seja na Europa ou na América Latina, é que as
‘reformas' que aplicam são muitas vezes de corte neoliberal: privatizações,
regressões no estatuto dos pensionistas, etc. Tratam-se de variantes do
social-liberalismo, que aceitam o quadro económico capitalista mas,
contrariamente ao neoliberalismo reacionário, têm algumas preocupações sociais.
É o caso dos governos Lula-Dilma no Brasil. Temo que no caso da França (François
Hollande, recentemente eleito), nem a isto chegue...
Um desafio dessa esquerda que chegou ao poder na América Latina tem sido
equacionar a dependência econômica da exploração de recursos naturais (como o
petróleo na Venezuela e o gás natural na Bolívia) com a tentativa de superação
da lógica capitalista de destruição do meio ambiente. Na sua opinião, essa
equação é possível?
Contrariamente aos governos social-liberais, os da Venezuela, Bolívia e Equador
têm levado adiante uma verdadeira rutura com o neoliberalismo, enfrentando as
oligarquias locais e o imperialismo. Mas dependem, para a sua sobrevivência
económica, e para financiar os seus programas sociais, da exploração de energias
fósseis – petróleo, gás –, que são os principais responsáveis pelo desastre
ecológico que ameaça o futuro da humanidade.
É difícil exigir destes governos que deixem de explorar estes recursos naturais,
mas eles poderiam utilizar uma parte do rendimento do petróleo para desenvolver
energias sustentáveis – o que fazem muito pouco. Uma iniciativa interessante é o
projeto ‘Parque Yasuni', do Equador, proposta dos movimentos indígenas e dos
ecologistas assumida, após algumas hesitações, pelo governo de Rafael Correa.
Trata-se de preservar uma vasta região de florestas tropicais, deixando o
petróleo embaixo da terra, mas exigindo, ao mesmo tempo, que os países ricos
paguem metade do valor (9 bilhões de dólares) deste petróleo. Até agora, não
houve iniciativas comparáveis na Venezuela ou na Bolívia.
A crítica à destruição do meio ambiente como intrínseca ao capitalismo já estava
presente na obra de Marx?
Muitos ecologistas criticam Marx por considerá-lo um produtivista, tanto quanto
os capitalistas. Tal crítica parece-me completamente equivocada: ao fazer a
crítica do fetichismo da mercadoria, é justamente Marx quem coloca a crítica
mais radical à lógica produtivista do capitalismo, à ideia de que a produção de
mais e mais mercadorias é o objetivo fundamental da economia e da sociedade. O
objetivo do socialismo, explica Marx, não é produzir uma quantidade infinita de
bens, mas sim reduzir a jornada de trabalho, dar ao trabalhador tempo livre para
participar da vida política, estudar, jogar, amar.
Portanto, Marx fornece as armas para uma crítica radical do produtivismo e,
notadamente, do produtivismo capitalista. No primeiro volume de O Capital, Marx
explica como o capitalismo esgota não só as energias do trabalhador, mas também
as próprias forças da Terra, esgotando as riquezas naturais, destruindo o
próprio planeta. Assim, essa perspetiva, essa sensibilidade está presente nos
escritos de Marx, embora não tenha sido suficientemente desenvolvida.
O Manifesto Ecossocialista, que o sr. ajudou a escrever em 2001, diz que o
capitalismo não é capaz de resolver a crise ecológica que ele produz. Como o sr.
analisa as soluções a esse problema que vêm sendo apresentadas pelo capitalismo,
como é o caso da economia verde?
A assim chamada ‘economia verde', propagada por governos e instituições
internacionais (Banco Mundial, etc), não é outra coisa senão uma economia
capitalista de mercado que busca traduzir em termos de lucro e rentabilidade
algumas propostas técnicas ‘verdes' bastante limitadas.
Claro, tanto melhor se alguma empresa trata de desenvolver a energia eólica ou
fotovoltaica, mas isto não trará modificações substanciais se não for
acompanhado de drásticas reduções no consumo das energias fósseis.
Mas nada disto é possível sem romper com a lógica de competição mercantil e
rentabilidade do capital. Outras propostas ‘técnicas' são bem piores: por
exemplo, os famigerados ‘biocombustíveis' que, como bem diz Frei Betto, deveriam
ser chamados de ‘necrocombustíveis', pois tratam de utilizar os solos férteis
para produzir uma pseudogasolina ‘verde', para encher os tanques dos carros – em
vez de comida para encher o estômago dos famintos da terra.
É possível implementar uma perspetiva como a do ecossocialismo no capitalismo?
O ecossocialismo é anticapitalista por excelência. Como perspectiva, implica a
superação do capitalismo, já que se propõe como uma alternativa radical à
civilização capitalista/industrial ocidental moderna. Por outro lado, a luta
pelo ecossocialismo começa aqui e agora, na convergência entre lutas sociais e
ecológicas, no desenvolvimento de ações coletivas em defesa do meio ambiente e
dos bens comuns. É através destas experiências de luta, de auto-organizaçâo, que
se desenvolverá a consciência socialista e ecológica.
A perspectiva ecossocialista pressupõe uma crítica à noção de progresso. Em que
consiste essa crítica?
Walter Benjamin insistia, com razão, que o marxismo precisa libertar-se da
ideologia burguesa do progresso, que contaminou a cultura de amplos setores da
esquerda. Trata-se de uma visão da história como processo linear, de avanços,
levando, necessariamente, à democracia, ao socialismo.
Estes avanços teriam sua base material no desenvolvimento das forças produtivas,
nas conquistas da ciência e da técnica. Em rutura com esta visão – pouco
compatível com a história do século 20, de guerras imperialistas, fascismo,
massacres, bombas atómicas –, precisamos de uma visão radicalmente distinta do
progresso humano, que não se mede pelo PIB [Produto Interno Bruto], pela
produtividade ou pela quantidade de mercadorias vendidas e compradas, mas sim
pela liberdade humana, pela possibilidade, para os individuos, de realizarem
suas potencialidades; uma visão para a qual o progresso não é a quantidade de
bens consumidos, mas a qualidade de vida, o tempo livre - para a cultura, o
ócio, o desporto, o amor, a democracia - e uma nova relação com a natureza. Para
o ecossocialismo, a emancipaçâo humana não é uma ‘lei da história', mas uma
possibilidade objetiva.
Quais as principais diferenças entre o ecossocialismo e a forma como o
socialismo real lidou com os problemas ambientais? E a socialdemocracia,
conseguiu construir alternativas a essa lógica destrutiva do capital?
O assim chamado ‘socialismo real' - muito real, mas pouco socialista - que se
instalou na URSS sob a ditadura burocrática de Stalin e seus sucessores tratou
de imitar o produtivismo capitalista, com resultados ambientais desastrosos, tão
negativos quanto os equivalentes no Ocidente. O mesmo vale para os outros países
da Europa Oriental e para a China. As intuições ecológicas de Marx foram
ignoradas e se levou a cabo uma forma de industrialização forçada, copiando os
métodos do capitalismo. A social-democracia é um outro exemplo negativo: nem
tentou questionar o sistema capitalista, limitando-se a uma gestão mais ‘social'
de seu funcionamento.
Mesmo nos países em que governou em aliança com os partidos verdes, a
social-democracia não foi capaz de tomar nenhuma medida ecológica radical. O
ecossocialismo corresponde ao projeto de um socialismo do século 21, que se
distingue dos modelos que fracassaram no curso do século 20. Ele implica uma
rutura com o modelo de civilização capitalista e propõe uma visão radicalmente
democrática da planificação socialista e ecológica.
*****************************
In:
Carta Maior
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=21444&boletim_id=1475&componente_id=25109
26/12/2012

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

‘La Marea’ se agota en muchos kioskos

La Marea  |  22/12/2012  |  42
inShare1MADRID // No pretende ser un ejercicio de contabilidad exacta, pero
todos los indicadores nos señalan que el primer número de la revista de La Marea
ha sido acogido con gran entusiasmo este viernes. Los trabajadores hemos
comprobado que en varios kioskos de Madrid, Barcelona y Valencia los ejemplares
se han agotado y en otros quedaban pocos por la tarde. Lo mismo nos han dicho
nuestros socios y muchos lectores a través de esta página web o las redes
sociales. A esto hay que sumar los pedidos online que aún no hemos podido
contar. A todos los que habéis comprado la revista, y a los que nos siguen a
través de este blog, muchísimas gracias.
Con la llegada de La Marea, editada por la cooperativa MásPúblico, el panorama
en los kioskos de prensa tiene un color más, un aire fresco y distinto.  Son 64
páginas en color, llenos de reportajes, noticias, relatos, música, cine,
cabaret, el humor de Mongolia y otras sorpresas. En el tema de portada contamos
cómo las estrechas relaciones entre los partidos políticos que nos gobiernan y
la gran empresa solo benefician a ellos pero perjudican al interés general de la
ciudadanía. Por ejemplo, cuando un informe pagado por Telefónica se convierte en
ley.
La Marea está a la venta en kioskos en Madrid, Barcelona y Valencia. También se
puede comprar a través de esta página web.
¿De dónde venimos?
El equipo fundador de La Marea está formado íntegramente por extrabajadores del
diario Público, que cerró su edición en papel en febrero, la mayoría vinculados
al periódico desde su inicio en 2007. Antes habíamos pasado por medios como la
Agencia Efe, La Vanguardia, El Periódico de Catalunya, Cinco Días, Financial
Times, El Mundo, Europa Press, la Cadena Cope, ADN…
Nuestro compromiso
Hace casi un año, nos planteamos una serie de preguntas:
¿Cómo seguir informando sobre los temas que demandaban los lectores de Público
tras el cierre de su edición en papel? ¿Cómo crear un medio de comunicación sin
tener detrás a un gran empresario? Periodismo es, para nosotros, sentarnos
delante del ordenador sin que ningún tipo de presión política o empresarial
condicione nuestros artículos. Es, por ejemplo, poder publicar el nombre de un
banco responsable de un desahucio sin miedo a que retire sus anuncios. Ese es el
único periodismo en el que cree- mos y el que vamos a ejercer en La Marea.
Apostamos por el periodismo de investigación y análisis, por la cultura y por
esas otras historias que a menudo pasan inadvertidas para los medios de
comunicación.
Un diario con muchos propietarios
Compartir la propiedad de La Marea entre muchos pequeños propietarios garantiza
nuestra independencia. Los dueños de este medio son sus lectores y nosotros
mismos, convertidos en socios de la cooperativa MásPúblico, editora de La Marea.
Detrás de MásPúblico no hay ningún empresario, partido político u otra
organización. El lanzamiento del proyecto ha sido posible gracias a que más de
600 personas ya han contribuido a lo que parecía una utopía.
¿Cómo funciona la cooperativa?
Las decisiones que atañen a la gestión económica de la cooperativa y a las
grandes líneas editoriales de La Marea se toman en la asamblea de socios. La
redacción es la que decide sobre los contenidos periodísticos. Un Consejo
Editorial, que incluye a una representación de socios usuarios, velará por el
cumplimiento de los principios editoriales del medio.
Nuestros principios
La defensa de lo público, de la igualdad y de la laicidad; la economía justa, la
memoria histórica, el trabajo digno, el medio ambiente, el derecho a la vivienda
y la cultura libre son los principios que inspiran nuestro trabajo. También el
interés por los movimientos sociales y la regeneración democrática .
Código ético de inserción publicitaria
La Marea aspira a que la publicidad apenas genere un 10% del total de sus
ingresos. Los anuncios están sometidos a un código ético consensuado en
asamblea: no aceptamos los de prostitución ni tampoco los de empresas que
vulneren nuestros principios éticos.
Esperamos que os guste la revista.
¡Esto es solo el principio!
Un saludo caluroso del equipo de La Marea y de todos los socios de la
cooperativa MásPúblico
******************************
In
La Marea
http://www.lamarea.com/2012/12/22/exclusiva-no-se-acaba-el-mundo-sale-a-la-venta-la-marea/
Madrid 22/12/2012

sábado, 22 de dezembro de 2012

Entrevista a trabajadores de la fábrica ocupada AZERTIA GC


      Escrito por Prensa Lucha de Clases   
      Jueves 20 de Diciembre de 2012
      La siguiente es una entrevista realizada a trabajadores de la empresa de
      artes gráficas AZERTIA GC, ubicada en la zona industrial de Palo Verde, en
      Petare, la misma fue objeto de un cirre patronal típico, de esos que tanto
      se observan a diario en el país, como consecuencia del carácter párasito y
      voraz de la burguesía venezolana y trasnacional que explota a los
      trabajadores y trabajadras del país, y que, cuando no desea cumplir con el
      pago de reivindicaciones laborales conquistadas por los trabajadores y
      trabajadoras, cierran las empresas alegando quiebra con el fin de
      forzarles a abandonar sus puestos de trabajo, sólo como un mecanismo para
      más tarde reabrir la empresa con una nueva plantilla de trabajadores, que
      no tengan la misma experiencia organizativa y de lucha que tenían los
      compañeros y compañeras que fueron echados a la calle, a fin de por
      explotar mejor a estos nuevos. Este es el caso de AZERTIA GC, propiedad de
      capital trasnacional español, que además realizó el cierre pocos días
      antes de navidad, con el fin más cruel aún de golpear con más fuerza sobre
      el ánimo de los trabajadores y trabajadoras de la fábrica. La lucha de
      estos compañeros y compañeras es un ejemplo para todos los trabajadores y
      trabajadoras del país.
      
      Entrevista a Oscar Useche, Delegado Sindical de los trabajadores y
      trabajadoras de AZERTIA GC:
      L.C.: Oscar, coméntanos un poco al respecto de la empresa Azertia, el
      cargo que desempeñas en ella, y la situación actual de los trabajadores y
      trabajadoras.
      O.U.: Mi nombre es Oscar Useche, soy delegado sindical de la empresa
      Azertia GC, una filial de la trasnacional española Indra. Nosotros nos
      dedicamos a impresos de seguridad, somos una empresa gráfica, mayormente
      hacemos impresiones para los bancos del estado. Hacemos chequeras, estados
      de cuenta, títulos de valores, órdenes de pago para diferentes
ministerios.
      La empresa fue fundada en el año 1992 y desde entonces ha pasado por
      varios dueños, hasta llegar a Asertia que es su nombre hoy en día.
      Inicialmente se llamó Impresos Provincial, por ser una compañía que creó
      el Banco Provincial.
      L.C.: ¿Compañero cuéntanos qué los llevo a la situación actual? ¿Cuáles
      fueron las razones que los llevaron a tomar la empresa?
      O.U.: Bueno, hace dos meses introdujimos un proyecto de convención
      colectiva, para buscar beneficios a los trabajadores, y eso conllevó, a
      que los patronos amenazaran con que si presentábamos dicho proyecto
      quebraría la empresa, cumpliendo con esa amenaza el 21 de noviembre, ya
      que cuando los trabajadores llegamos a las instalaciones a trabajar como
      cualquier día normal, nos encontramos con la empresa cerrada, alegando el
      quiebre.
      Desde ese momento 150 trabajadores nos quedamos sin empleo, reteniendo
      nuestros pasivos y todo tipo de beneficios. Actualmente, hemos realizado
      una serie de denuncias a través de la Inspectoría del Ministerio del
      Trabajo, tratando de arreglar la situación en beneficio de los
      trabajadores, haciendo valer lo que manda nuestra constitución nacional y
      dando a respetar nuestra inamovilidad laboral, que es lo más importante, y
      que nos la ha dado este gobierno.
      Desde el 21 de noviembre estamos a la expectativa de lo que pase aquí, los
      trabajadores no quieren quedarse sin empleo, porque ese es su sustento. Ya
      tenemos dos semanas en esto, esperando respuesta del Ministerio, y si se
      pronuncia acerca de nuestra situación, esperamos que sea lo más pronto
      posible.
      L.C.: Compañero, antes de la entrevista hablábamos de la posibilidad de
      nacionalizar la empresa, debido a lo contemplado en la nueva LOT con
      respecto a los cierres ilegales, como es el caso de Azertia. ¿Qué objetivo
      se trazan en tal sentido, que decisión esperan del Ministerio del Trabajo?
      O.U.: Como lo indicas, este cierre fraudulento de esta trasnacional, está
      de espaldas a la realidad nacional. La mejor respuesta que pudiéramos
      obtener del Ministerio del Trabajo es la expropiación, ya que esta es una
      empresa estratégica para el estado, porque hacemos impresiones de valores
      y le trabajamos a los diferentes bancos del estado, como el Banco del
      Tesoro, Banco Venezuela, Banco Industrial, adicionalmente se hacen los
      Sodexo Pass, tickets de alimentación y también se pueden hacer tickets de
      transporte estudiantil.
      Como ves es una empresa estratégica para el estado, ya que ayudaría a
      desarrollar la banca pública nacional.
      L.C.: Coméntanos ahora un poco cómo ha sido la experiencia de la toma,
      cómo se han estado organizando, cómo ha estado el ánimo de los
      trabajadores y si se han mantenido en pie de lucha.
      O.U.: Cuando llegas acá y sondeas la emoción de los trabajadores, claro
      que vas a encontrar caras largas, porque se han metido con su sustento.
      Pero nosotros seguimos en pie de lucha, tenemos una conciencia socialista
      de lo que es la lucha obrera, como en este caso.
      No es la primera lucha que vivimos, hemos batallado no solo por el
      apoderamiento de la empresa, sino que desde antes habíamos discutido un
      contrato colectivo y fue dura la lucha de que los trabajadores entendieran
      que la única forma de quitarle parte de las ganancias que se llevan al
      extranjero a estos patronos, es a través de esto, de luchar por sus
      propios beneficios, ya que el patrono nunca lo va a hacer, lo que quiere
      es apoderarse no solamente de la fuerza obrera, sino de todos las
      ganancias que pueda hacer gracias a los trabajadores.
      L.C.: En otro orden de ideas, nos gustaría que nos hablaras un poco sobre
      la conciencia de los trabajadores y trabajadoras, en cuanto a esa farsa
      que se nos ha vendido históricamente durante tantos años en la televisión
      y por medio de todo el aparato cultural y mediático burgués, de que los
      capitalistas son el mejor ejemplo a seguir para la sociedad, como lo
      podemos ver diariamente por ejemplo, en las propagandas de Empresas Polar
      que nos dicen: “Si hay”, “Si se puede”, y donde nos dicen directa e
      indirectamente que los Mendoza y su monopolio son un ejemplo para todo el
      país. Coméntanos un poco de cómo es el capitalista con el trabajador en la
      realidad. Acá en Asertia hay buen un ejemplo de que los capitalistas no
      están en pro del desarrollo del país y del bienestar del pueblo sino sólo
      de sus propias ganancias.
      O.U.: Cuando vemos estos escenarios, ves un ejemplo de cómo es el sistema
      capitalista en el país, de cómo destruye a la sociedad, de cómo juega con
      el salario, con la estabilidad laboral de los trabajadores en el país.
      Este sistema capitalista se tiene que acabar de una vez por todas.
      Y ¿Cómo se tiene que acabar? Pues con el apoderamiento de todo el sector
      obrero del país sobre las fábricas, porque debe existir el control obrero
      en toda fábrica y medio de producción, no puede seguir sucediendo que los
      capitalistas se llenen los bolsillos sacando el dinero fuera del país a
      través de las trasnacionales.
      Es el caso de la crisis que vive Europa y EEUU, donde salvan a los
      banqueros pero no salvan al pueblo, y estos ejemplos deben tomarse y
      desarrollarse no solo a nivel de conciencia, sino informar acerca de eso,
      por medio de una campaña.
      No debe quedar sólo en lo que el presidente diga a la sociedad, sino la
      realidad que sucede, porque esta realidad no es sabida por muchas
      personas, que ven al capitalismo como una salvación y no es así.
      L.C.: Oscar, coméntanos un poco cómo ha sido el comportamiento del patrono
      hacia ustedes como dirigencia sindical. Adicionalmente, mientras
      visitábamos los pasillos del almacén nos comentaban sobre los manejos
      fraudulentos que incluso hacen para importar materia prima.
      O.U.: Fíjate, ellos desde hace mucho tiempo vienen manejando negocios
      fraudulentos, creando gastos que no corresponden a la realidad de la
      empresa. Tenemos información de importaciones que ellos realizan de forma
      irregular, y esto trae perdidas al estado, como es sabido, por medio de la
      evasión de impuestos, no pagando pasivos de los trabajadores las cuales
      son cosas que no sólo deben responder ante a los trabajadores sino también
      ante el estado y ante el país.
      Y muchas cosas así, tienen un mal manejo del capital, de las ganancias que
      invierten en el país, deben rendir cuentas al estado sobre ese mal manejo,
      aprovechándose de esto para enriquecerse más.
      Por ejemplo, el papel que nosotros manejamos es de importación, es traído
      de Canadá, ellos lo guardan en la aduana, entonces esto causa impuestos,
      gatos por estacionamiento y almacenaje, son embargo, ellos lo resguardan
      allí para que se “engorde” y puedan negociar en base de ese dinero.
      L.C.: Para ir cerrando, ¿Qué llamado le haces a los trabajadores que están
      en situaciones parecidas a las de ustedes en estados como Carabobo, Aragua
      e incluso en el propio estado Miranda, donde hay muchos casos de fábricas
      hace tiempo cerradas o que en este mismo momento están siendo cerradas
      para echar a los trabajadores a la calle, para no cumplir con la seguridad
      laboral de los trabajadores y trabajadoras y con los pasivos y en los
      cuales los trabajadores y trabajadoras no han respondido como ustedes.
      ¿Que mensaje le puedes dar a los trabajadores y trabajadoras del país que
      pueden estar pasando por la misma situación que ustedes pero que no se han
      animado a dar el paso de tomar la empresa?
      O.U.: Fíjate algo, hay una sola salida, que es el apoderamiento de los
      medios de producción, es la única salida que existe en el país para lograr
      un desarrollo sostenible, no hay otra manera.
      Debemos aprovechar que hay en el país un presidente de izquierda, un
      presidente socialista, que apoya a la clase obrera. Ese es el mensaje que
      le doy a cada uno de los trabajadores.
      Por lo tanto, desde aquí hago el llamado a todos esos compañeros y
      compañeras que están pasando por una situación similar a la nuestra a que
      no se amilanen, a que luchen con fuerza y se animen a dar el paso de tomar
      las fábricas.
      2.- Palabras de Beatriz Matos, Delegada de Prevención de AZERTIA GC
      L.C.: Compañera, por favor háblanos un poco sobre tu situación y la de la
      empresa.
      B.M.: Mi nombre es Beatriz Matos, soy delegada de prevención, aparte de
      todo esto soy una de las más afectadas, porque tengo una discapacidad, ya
      que sufro de Túnel Carpiano en ambas manos, y tengo la cervical inflamada.
      A mí me dieron la incapacidad por INPSASEL, y la compañía metió por
      tribunales mi incapacidad, o sea para no pagarme. Porque me salía por 140
      mil Bolívares.
      A todas estas, cuando llegó el aviso de los tribunales ya se había
      vencido, ya que había sido introducido y no me dieron por enterada, sino
      cuando faltaban horas para cumplirse el plazo.
      Somos 7 personas afectadas que tenemos certificación de incapacidad por
      problemas de Túnel Carpiano, Cervical, Columna y a ninguno de nosotros nos
      reconocen eso. Hay muchos que ya se fueron y les dijeron que lo que
      podrían pagarles es solo el 40%
      L.C.: En cuanto a la toma de la empresa, ¿Cómo la ves y qué opinas de la
      lucha que se ha llevado a cabo?
      B.M.: Yo soy del tipo de persona que prefieren morir luchando, porque
      conmigo se han aplicado demasiado. Aunque lo que ellos dicen de mi es que
      soy “reposera”, porque si me siento mal no puedo trabajar, no puedo, debo
      pedir reposo y asistir a las terapias. Y por eso soy mala, según dicen los
      patronos.
      Pero ellos nunca nos han acondicionado nuestro sitio de trabajo, porque
      muchas veces lo hablamos con ellos, y su respuesta era que no trabajaran
      más aquí y que se fueran a otra parte. La única opción que dan ellos es
      que los ponen en un escritorio a no hacer nada. Lo cual tampoco es la
      idea, porque uno se enferma más y es mucho más estresante.
    **********************
In:
Lucha de clases
http://www.luchadeclases.org.ve/lucha-obrera-leftmenu-166/7273-entrevista-asertia
Venezuela 20/12/2012

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Cooperativas urbanas, ya

Cooperativas urbanas, ya
13-12-2012
Elsa Claro
Progreso Semanal


“…el transporte, la gastronomía, la pesca, los servicios personales y
domésticos, la recuperación de materias primas, la producción de materiales y
los servicios de la construcción…” son los sectores que inauguran, a partir de
este 11 de diciembre, las cooperativas urbanas, consigna la prensa cubana. Las
decisiones fueron anunciadas recientemente y ahora cobran fuerza de ley.
Tomando como punto de partida errores y aciertos de igual forma de asociación
organizativo-laboral en la esfera agropecuaria, la nueva modalidad de empleo y
negocios tendrá a unas 220 instalaciones para el muestreo que a más corto que
largo plazos, debe extenderse en cantidad y número de posibilidades.
El carácter experimental que por ahora se establece, tiene entre sus motivos,
comprobar sobre la marcha dónde pueden surgir dificultades, violaciones o
necesidades no previstas por los Decreto-Ley que dan marco y amparan a esas
asociaciones que, según lo dispuesto, tendrán personalidad jurídica y poder de
decisión sobre la mayoría de las medidas que sus miembros determinen.
Se les faculta para usar y decidir sobre los bienes que le pertenezcan o les den
en usufructo. Salvo eventuales y, al parecer, pocas excepciones, establecerán el
precio de los servicios que oferten o aquello que produzcan. Se harán cargo,
asimismo, de comercializar el resultado de la labor emprendida.
Estas cooperativas disfrutarán de autonomía. No se subordinan a ninguna sujeto
estatal, salvo en lo que se refiere a normas de calidad en géneros como los
materiales de la construcción.
La Asamblea General, integrada por todos sus socios, con voto efectivo de cada
uno de ellos, tomará las decisiones de cualquier índole incluyendo la elección
de quien les presida.
De momento estas cooperativas urbanas serán de primer grado. Su núcleo debe
partir de nunca menos de tres personas naturales que, previo consenso, decidan
emprender esta experiencia en el ramo elegido. Hasta tanto no se verifique en
los hechos la viabilidad, flaquezas o requerimientos que esta práctica exija, no
se crearán cooperativas de segundo grado, o lo que es igual, la libre asociación
de dos o más que por semejanza, tamaño o proyecciones, lo ameriten y sus
participantes deseen tal expansión.
La ley establece 4 modalidades para fundar una cooperativa. 1) Partiendo del
aporte de los socios que una su patrimonio. 2) que cada socio conserve la
propiedad individual de sus bienes, pero el total sirva para adquirir los
insumos y otros recursos requeridos para la empresa a iniciar. 3) a través del
arrendamiento de inmuebles y otros activos al estado. 4) el acoplamiento de las
opciones 2 y 3.
Según suponen varios expertos, es muy probable que sean, en lo inmediato,
colectivos que ahora trabajan en establecimientos estatales, los primeros en
probar este tipo de gestión. Esa sociedad mutual será favorecida con una rápida
articulación del ensayo. Los locales oficiales ahora inactivos serán también
arrendados (incluyendo recursos, si los tienen) a estas nuevas asociaciones,
previa licitación entre los interesados.
Puede usarse mano de obra asalariada, pero se auspicia el arreglo entre
partícipes con similares derechos sobre los bienes que administran y capacidad
de decisión en los planes y procedimientos. La distribución de las ganancias
queda entre las atribuciones y arreglos a pactar entre los socios.
En lo que respecta al pago de impuestos, estas asociaciones de nuevo cuño serán
beneficiadas con menores impuestos sobre las utilidades que los establecidos
para otras actividades por cuenta propia.
Nota: El Decreto-Ley está en la Gaceta Oficial de Cuba en su edición
Extraordinaria Nro. 53.
Fuente:
http://progreso-semanal.com/ini/index.php/cuba/6339-cooperativas-urbanas-ya
**************************
In:
Rebelión
http://rebelion.org/noticia.php?id=160693
13/12/2012

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Fábricas recuperadas y autogestión en la nueva realidad de España

por Jose Luis Carretero
Con el panorama de la crisis financiera y económica, el Estado español empezó a
recortar por lo más delgado. Así el cierre de empresas y los despidos se
sucedieron –y se siguen sucediendo– dejando un tendal de desempleados.
Al calor de las movilizaciones y de la resistencia, la transformación social
(con la autogestión como elemento central) se asoma con fuerza en el horizonte
de España.

Hace apenas cinco o seis años, hablar de empresas recuperadas o de
cooperativismo en España hubiera sido manejar conceptos no sólo marginales, sino
profundamente ajenos a los intereses y vivencias de la gran mayoría de la
población. En el marco de la sociedad de la burbuja, el consumo desenfrenado y
la “fiesta” juvenil, nadie se planteaba –o sólo lo hacían grupos en extremo
reducidos o muy localizados geográficamente– la necesidad de trabajar para uno
mismo desde perspectivas horizontales o ajenas al mando capitalista.

Marinaleda o Mondragón eran experiencias autogestionarias de dimensión global,
pero lo cierto es que la generalidad de la población hispánica permanecía
profundamente ajena a los valores que las sustentaban.

Sin embargo, no siempre fue así. Sin tener que viajar tan lejos como a las
colectivizaciones surgidas en el marco de la Guerra Civil de 1936-39 (que
abarcaban gran parte de la industria, servicios y el agro de la zona
republicana), en el escenario de la llamada Transición española del franquismo a
la democracia, en los 70, la experiencia de la recuperación de empresas por sus
trabajadores jugó un papel trascendente.

Eran tiempos de crisis, fracturas y de grandes movimientos populares. Fue al
calor de los mismos que se fraguaron iniciativas como la de Númax, una fábrica
de electrodomésticos autogestionada por los operarios como respuesta a su
intento de cierre irregular por parte de los dueños, cuya existencia quedó
plasmada en dos documentales de Joaquím Jordá: Númax presenta y 20 años no es
nada.

Algunas de las experiencias de aquellos años sobrevivieron, pese a todo, hasta
la actualidad, como la barcelonesa Mol Matric, hoy responsable de realizar los
chasis de una línea de Metro de Barcelona, el tren y cientos de máquinas
industriales para empresas como General Motors; o la imprenta Gramagraf, ocupada
hace 25 años, y en la actualidad parte del grupo editorial cooperativo Cultura
03.

Pero la Transición terminó. Y lo hizo como un gran fiasco. Las líneas esenciales
del régimen franquista fueron mantenidas en lo que constituyó una simple reforma
política que introdujo el país en el ámbito de la Unión Europea y la OTAN, y que
concedió ciertas libertades públicas; pero que no tocó los mecanismos esenciales
de reparto del poder económico y social. Los grandes movimientos populares se
deshincharon, y a la experimentación y la lucha las sustituyó el “desencanto” y
el cinismo. Las propuestas autogestionarias nunca desaparecieron, pero fueron
relegadas a un espacio puramente marginal.

Y eso fue así mientras la sociedad de la burbuja y su consumo desaforado e
irresponsable se mantuvo en plena vigencia. ¿Cómo?: fundamentado en el crédito y
la sobreexplotación del trabajo migrante y juvenil, mediante la precarización de
las condiciones laborales y la conformación de una legislación de extranjería
que fomentaba (de hecho) la actividad sumergida y sin derechos.

Al llegar la crisis financiera y económica actual, las estructuras se
modificaban y todo se movía: la escalada inmisericorde de la tasa de paro hasta
extremos no vistos anteriormente en la sociedad española y la rápida degradación
del tejido productivo y empresarial –al pincharse e implosionar la burbuja
inmobiliaria– generaron una situación radicalmente nueva que implicó el inicio
de grandes transformaciones económicas y también socioculturales.

El paro y una pobreza revisitada empujaban a amplias capas de la población hacia
la economía sumergida y el cobro de los magros subsidios de un Estado del
Bienestar que nunca se llegó a desarrollar en España hasta la magnitud alcanzada
en los países centrales de Europa.

Los extremos (en puridad, extremistas) ajustes llevados a cabo por los poderes
públicos ante el desencadenamiento de la crisis de la deuda externa generada por
la socialización de las deudas privadas de las entidades financieras provocaron
el efecto que era de esperar: el Estado Español devino un gigantesco páramo
económico donde los cierres de empresas se sucedieron y amplios sectores de la
población empezaron a quedar excluidos de
la actividad productiva.

En ese marco se desataron los sucesos del 15 de mayo de 2011, e irrumpió con
fuerza el llamado “Movimiento de los indignados”, que expresó las primeras
tentativas masivas de resistencia al proceso de descomposición social impuesto
por las dinámicas neoliberales de la UE y los gobiernos españoles.

A partir de entonces, la arquitectura política de la sociedad volvió a ser un
elemento debatido y discutido públicamente. La política recuperó una cierta
centralidad en las conversaciones cotidianas y en las mentes de la generalidad
de la población. Hablar, ahora, de movilizaciones, de resistencia o de
transformación social (con la autogestión como elemento central) vuelve a ser
posible.
Pero ya en los meses anteriores, al calor del desplegarse de la crisis, se
habían ido expandiendo los gérmenes y las semillas de esta nueva situación. Y el
recurso de la recuperación de empresas por los propios trabajadores había vuelto
a ser pensable.

En ese sentido, ya en los primeros años de la crisis cerca de 40 empresas fueron
recuperadas por los trabajadores y puestas a funcionar de forma cooperativa,
como afirma la Confederación de Cooperativas de Trabajo Asociado (COCETA). Entre
ellas podemos contar emprendimientos como la empresa de robotización Zero-Pro de
Porriño (Pontevedra), o la de muebles de cocina Cuin Factory en Vilanova i la
Geltrú (Barcelona), en la que el antiguo jefe participó activamente en la
cooperativización y donde todos los recuperadores se impusieran un salario
igualitario de 900 euros. También con apoyo del propietario, se autogestionó en
Sabadell la metalúrgica Talleres Socar, reconvertida en la cooperativa Mec 2010.

Pero, quizás, la iniciativa más impactante y conocida sea la puesta en marcha
por los ex empleados del periódico de tirada nacional Público, que dejó de
editarse en papel el 23 de febrero de 2012 y dejó al 90 % de sus trabajadores en
la calle. Fueron esos mismos trabajadores los que constituyeron la cooperativa
Más Público, que trata de obtener apoyo social y financiero para seguir
publicando el periódico en formato mensual.

Sin embargo, pese a estas experiencias, no puede decirse que la vía de la
recuperación de empresas se haya vuelto algo habitual o extendido: los
trabajadores, en las situaciones de cierre, siguen prefiriendo masivamente
hacerse con las prestaciones que comporta un Estado del Bienestar cada vez más
menguante y en discusión. Las dificultades de la figura jurídica de la
cooperativa en el Derecho español, así como la casi ausencia de previsiones al
respecto en la Ley Concursal, junto a cierta pasividad alimentada por las
décadas de universo burbujil y conformista, probablemente fundamentan estas
limitaciones de la estrategia recuperadora.

Lo que sí parece cada vez más común es el creciente recurso del cooperativismo
de muchos desempleados que, ante la situación de anomia productiva y de falta de
expectativas de volver a ser contratados, recurren a la posibilidad de
capitalización de la prestación por desempleo para la conformación de
emprendimientos autogestionarios. Los ejemplos son innumerables (como la
cooperativa de electricidad renovable Som Energía, creada en diciembre de 2010)
y, en algunos casos, muestran evidentes vínculos con los movimientos sociales
(como los relativos a la conformación de experiencias a la imagen y semejanza de
la Cooperativa Integral Catalana, o los del ámbito libertario, como la gráfica
Tinta Negra). De hecho, de enero a marzo de 2012, se produjo la creación de unas
223 cooperativas nuevas en el Estado Español.

No hay duda. Nuevos caminos están siendo recorridos por la sociedad española,
para bien y para mal. Y, entre ellos, el camino de la autogestión empieza a ser
cada vez más común.

José Luis Carretero Miramar (del Instituto de Ciencias Económicas y de la
Autogestión (ICEA). Madrid, España).
Artículo publicado en la revista argentina "Autogestión XXI"
****************************
In: Kaosenlared
http://www.kaosenlared.net/component/k2/item/39726-fábricas-recuperadas-y-autogestión-en-la-nueva-realidad-de-españa.html
6/12/2012

Los frenos al desarrollo de la economía solidaria

06-12-2012
Evelyn Patricia Martínez
Rebelión
Los diagnósticos erróneos de la realidad conducen a salidas de transformación
también erróneas, esto sucede cuando no se llega a analizar la esencia de la
realidad (las causas estructurales) y los diagnósticos se quedan en la parte
fenoménica (aparencial) de la misma. Estos diagnósticos y salidas erróneas
permiten seguir reproduciendo esa misma realidad, sin que haya un cambio desde
la raíz del problema y se produzca un cambio cualitativo de transformación.
Al analizar las alternativas que se están construyendo en todo el mundo para
avanzar a una sociedad post capitalista, requiere que hagamos una reflexión
crítica acerca de los obstáculos, frenos y límites que impiden su avance y
desarrollo. Si bien la propuesta de la economía solidaria presenta grandes
potencialidades, por estar fundamentada en una economía para la vida en todas
sus formas, es decir, fundamentada en el trabajo y no en el capital, y en el
cuido de la naturaleza; también presenta grandes limitantes y desafíos que son
precisos enfrentar.
En nuestro país [El Salvador], Aquiles Montoya, teórico de la economía
solidaria, se preocupó por estudiar y comprender sus potencialidades y límites,
estudió por muchos años las formas de producción y circulación no capitalistas
para el caso salvadoreño en específico, y para el submundo capitalista en
general. Afirmaba que dentro de la Formación Económica Social Capitalista se
encuentran, además del modo de producción capitalista, formas económicas no
capitalistas como por ejemplo: el sector campesino, el sector informal urbano,
cooperativas, y empresas solidarias. Formuló la categoría de la subsunción
indirecta del trabajo al capital, un gran aporte para la actualización del
marxismo. El maestro Aquiles planteaba que en los países del submundo
capitalista existen tres formas generales de producción: la producción
capitalista, la producción mercantil simple, y la producción de valores de uso.
Siendo la primera la producción principal y la que subordina a las otras dos.
Igual situación ocurre en el proceso de circulación del capital. Esto se debe a
que responden a la lógica del capital, ésta las determina y condiciona, y por
tanto se convierten en instrumentos indirectos de valorización extraordinaria
del capital a través de las relaciones de expoliación, y en esa medida, éste
posibilita y exige su existencia. (Montoya, Economía Crítica).
¿Qué es lo que implica la vinculación del sector no capitalista con el sector
capitalista y cómo se dan las relaciones de expoliación?: a) Los productores de
la producción mercantil simple al no poseer autonomía y capacidad de negociación
frente al capitalista (ya sea industrial o comercial), aceptan un precio de
compra inferior al valor de la mercancía o de sus costos de producción, porque
precisamente no posee otra alternativa, y b) la lógica del capital le determina
al productor mercantil cómo producir, de la misma forma modifica el tiempo y la
intensidad de su trabajo. De esta manera se da la subsunción indirecta del
trabajo al capital y la apropiación extraordinaria de valor. (Montoya: Op Cit)
Esto se convierte sin duda en freno al desarrollo de la economía solidaria. Para
las y los que le creemos en esta utopía en marcha de la economía solidaria,
debemos tener claridad de estos limites que enfrenta.
Con mucha preocupación, hace un para de días leía una nota en un periódico
nacional sobre la alianza y vinculación, que está impulsando USAID, de un grupo
de pescadores de la zona del Bajo Lempa con uno de los supermercados más grandes
de nuestro país (LPG 29.11.2012); pero lo que no dejó de alarmarme es que dentro
de ésta iniciativa también esté participando una ONG nacional que, hasta hace
poco, se consideraba una organización preocupada de promover y desarrollar
iniciativas de economía solidaria. La falta de claridad teórica de ésta ONG en
particular está llevando a que en lugar de articular y potenciar las iniciativas
de economía solidaria, las está debilitando, ¿por qué no mejor articular a esta
cooperativa de pescadores para que le provean a la economía local (los mercados,
comedores) de la zona?
No podríamos esperar que USAID promueva prácticas de economía solidaria, éstos
confunden la caridad con la solidaridad, al igual que el mencionado capital
comercial que se beneficiará de ésta vinculación, por lo que expresábamos más
arriba…“Descubrirse en la posición del opresor aunque ello implique sufrimiento
no equivale aún a solidarizarse con los oprimidos. Solidarizarse con éstos es
algo más que prestar asistencia a 30 o a 100, manteniéndolos atados a la misma
posición de dependencia. Solidarizarse no es tener conciencia de que explota y
"racionalizar" su culpa paternalistamente. La solidaridad, que exige de quien se
solidariza que "asuma" la situación de aquel con quien se solidarizó, es una
actitud radical" (Paulo Freire, Pedagogía del Oprimido).
Aquiles planteaba para que la producción mercantil simple dejase de ser de
beneficio para el capital y se convirtiera en beneficio de la clase trabajadora,
se debe de potenciar la economía solidaria. Esto implicaría la no vinculación
con el sector capitalista y desarrollar su articulación inter e intra sectorial,
realizando ventas y compras de manera asociada y coordinada, creando sus propios
circuitos financieros solidarios, practicar la solidaridad en el conocimiento y
tecnologías, y algo principal mantener y fortalecer siempre la formación
política e ideológica, conocer la realidad capitalista. (Montoya: Las
microempresas y la expoliación, 01.09.2009, Contrapunto).
La praxis, la coherencia entre reflexión y acción es urgente.
**********************
In:
Rebelión
http://rebelion.org/noticia.php?id=160364
6/12/2012

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Chomsky y el papel de las empresas recuperadas

Chomsky y el papel de las empresas recuperadas
 5 de Diciembre de 2012 |
Por:
Javier Borelli
Noam Chomsky sabe incomodar. Nació en Estados Unidos y es un
persistente crítico de su gobierno y su sociedad. Fue criado en el seno de una
familia judía exiliada de Ucrania pero eso no le impide cuestionar ciertas
políticas del Estado de Israel. Precisamente por su espíritu insurrecto y sus
agudos comentarios es considerado uno de los intelectuales más influyentes en el
mundo contemporáneo.
Su apellido resonó por primera vez con fuerza hace 55 años cuando en su
curriculum sólo se destacaban sus estudios en Lingüística. Su libro Estructuras
sintácticas marcó un hito en la materia y sus contribuciones incluso inspiraron
aplicaciones en la Informática y la Medicina. Desde entonces, su fama se fue
incrementando a la par que su curiosidad lo llevó a incursionar en otras
disciplinas. Hoy, con 83 años, más conocido como filósofo y cientista político,
Chomsky sigue rebelándose hasta a la jubilación y prodiga una incansable
hospitalidad a los periodistas que hacen cola para conocer sus opiniones.
En una pequeña mesa redonda donde se apilan libros, fotocopias y cuadernos,
Chomsky recibe a Tiempo Argentino con una amigable sonrisa y un té en la mano.
Entre los papeles de su oficina ubicada en el octavo piso del Massachusetts
Institute of Technology, más conocido en la jerga académica por sus siglas MIT,
sobresale un anillado con el título "What then must we do?" (¿Qué debemos hacer
entonces?), escrito por Gar Alperovitz. Su presencia cobrará sentido a lo largo
de la conversación cuando recomiende su lectura para entender uno de los hechos
"revolucionarios" más importantes que están pasando en EE UU: el movimiento de
empresas recuperadas. A propósito de ello, Chomsky recordará que "algo de esa
iniciativa, de hecho, vino de la Argentina post colapso".
Las primeras palabras de la conversación pasan inevitablemente por Gaza, ciudad
de donde volvió justo antes de que Israel lanzara la última ofensiva. Allí
recorrió los hospitales que todavía hoy aparecen en todos los noticieros y
comprobó los problemas que tienen los médicos para conseguir medicamentos.
Chomsky aún recuerda que uno de los que conoció en su viaje es el que se
popularizó en las portadas de los diarios alrededor del mundo, sosteniendo entre
brazos a un niño muerto. A 9000 kilómetros de allí, el filósofo ahora sigue
atento las discusiones en la arena diplomática.
Aunque la situación en Medio Oriente tenga hoy el primer lugar en la agenda
informativa, Chomsky también ha estudiado con profundidad la historia de América
Latina y ha escrito recurrentemente sobre la región en los últimos tiempos. Es
que desde principios del siglo XXI sus países se han levantado "por primera vez
en 500 años ante la dominación occidental y de EE UU", explica. "También han
estado moviéndose despacio pero significativamente hacia la unificación y muy
lentamente se han ocupado de algunos asuntos internos muy extremos", agrega
antes de analizar lo que puede esperarse de las relaciones entre Latinoamérica y
EE UU en el segundo gobierno de Barack Obama.
"Todos estos desarrollos muy positivos para América Latina a EE UU no le
gustaron. Además, prácticamente lo empujaron de las bases militares que le
quedaban en la región. Luego, en las reuniones hemisféricas quedó bastante
aislado, como sucedió en Cartagena hace unos meses, cuando EE UU y Canadá
quedaron contra el resto del hemisferio en los asuntos más importantes. Y, de
hecho, si hay otra reunión continental no me sorprendería que EE UU y Canadá
queden excluidos. Ante esto, lo que EE UU ha estado intentando hacer con Obama
es reconstruir la posición de influencia y control. En Honduras, por ejemplo,
Obama ha logrado llevar adelante un golpe de Estado. En Paraguay, no conocemos
los detalles, pero supongo que Estados Unidos está detrás de la destitución de
Lugo también. En Chile, EE UU está trabajando por debajo del radar,
desarrollando relaciones militares para poder restablecer bases y esencialmente,
si no restablecer el viejo sistema, al menos volverse más fuerte. Aunque no creo
que funcione."

–¿Hasta qué punto el desarrollo de los países de América Latina tiene que ver
con que Estados Unidos ha estado concentrado en otros temas?
–Cuanta menor atención preste EE UU al continente, mejor para este último. Pero
no se debe dar por sentado que eso haya ocurrido. De hecho, creo que ha estado
prestando bastante atención. Cuando algo pasa en América Latina, EE UU está
allí. En los '80 estuvo muy activo en Centroamérica. En los primeros años de las
dictaduras sudamericanas, EE UU apoyaba a todas. En Argentina, por ejemplo. En
los '90, América Latina estaba bastante bajo control con la estructura de los
programas de ajustes, por lo que EE UU no tuvo que hacer mucho. Pero en la
última década, EE UU ha sido empujado afuera y ha tratado con mucho ahínco de
reconstruir su posición. Creo, en definitiva, que trata de aplicar más o menos
la misma política que antes, pero tiene menos capacidad para implementarla.
–Varios de los gobiernos de América Latina que han sentado una posición más dura
en su relación con Estados Unidos también se han enfrentado a las corporaciones
mediáticas y han promovido nuevas medidas para regular el poder de los medios.
¿Cómo analiza eso?
–La situación de los medios en América Latina es prácticamente un escándalo.
Están enormemente centralizados, en control privado, son muy reaccionarios y muy
dañinos para los países. Dan una imagen muy distorsionada del mundo. Sin
embargo, no creo que la respuesta correcta sea que los gobiernos los constriñan,
sino que ayuden al surgimiento de alternativas comunitarias. En cierto punto eso
ha comenzado a hacerse en Venezuela. Por otro lado, cuando ocurrió allí lo del
canal RCTV, que no fue cerrado pero sí empujado al cable, escribí que acordaba
con las protestas occidentales y también con el hecho de que algo así no podía
suceder en EE UU. Pero agregué algo que lo hizo impublicable aquí. No puede
pasar en este país por una buena razón: si algo así pasara acá, si la CBS, por
ejemplo, apoyara un golpe de Estado contra el gobierno y después de unos días
ese golpe hubiera sido revertido, no habría ningún juicio a los directivos y la
cadena no seguiría transmitiendo. Simplemente, los dueños y directivos de esa
estación serían asesinados por una escuadra especial sin juicio previo.
–¿Cree que el enfrentamiento abierto entre los gobiernos y los medios
concentrados ayuda a concientizar a la gente acerca de los intereses detrás de
los medios?
–En la mayor cantidad de países, los gobiernos apoyan a los medios concentrados.
Y en las ocasiones en que eso no es así, creo que la mejor forma de responder no
es poniendo presión, sino desarrollando alternativas, que es algo que el
gobierno puede hacer. Algo así se está queriendo desarrollar acá en una pequeña
medida. Por ejemplo, cuando el sistema de cable apareció en EE UU a inicios de
los '70, el Congreso aprobó una ley que impedía a las compañías de cable tener
monopolios en algunas áreas particulares. Por ejemplo en la zona donde estamos,
Cambridge. Cualquier red de cable que quisiera operar aquí debía incluir una
señal comunitaria. Es una gran falla de la izquierda de EE UU que no aprovechen
esta oportunidad. Acá hay una estación de la comunidad y si vas ahí te
sorprendería ver que el equipo es bastante bueno. No es CBS, pero es mejor que
otros en poder de movimientos políticos. Y muchas veces están dirigidos por
lunáticos porque la izquierda no los usa. Llegan a mucha gente y podría ser
usado como una base de medios alternativa.
–¿Qué es lo que les falta a los grupos de izquierda para sacar partido de esa
posibilidad?
–Eso es lo que he estado discutiendo durante 40 años. Tienen muchas críticas
sobre los medios que están justificadas, pero hay muy poco trabajo en tratar de
crear alternativas. Y puede ser hecho, como pasó con Democracy Now, que
funciona. Pero si los grupos de izquierda usaran esas posibilidades que están a
mano, podrían hacer más cosas. Hay mucho para hacer.
–Y no sería importante sólo el contenido, sino también la forma en que se lleva
a cabo…
–Estuve una vez en Brasil, antes de que Lula fuera elegido presidente, y una
tarde él me llevó a los suburbios de Río, donde vi algo muy interesante de los
medios populares que no sé si todavía funciona. Lo que pasaba era que un grupo
de profesionales de los medios de Río iba a una plaza en el medio de una ciudad
a las nueve de la noche, prime-time, y ponían un camión con una pantalla. Allí
pasaban programas que eran sólo para la gente que estaba sentada en la plaza o
en los bares de alrededor. Los contenidos habían sido escritos por gente de la
zona, actuados por ellos y eran interesantes. No podía entender todo lo que
decían, pero sí me daba cuenta de que algunos eran comedia, otros eran más
serios y hablaban sobre la crisis de la deuda o sobre el HIV, por ejemplo.
Después de los programas, una de las actrices iba con el micrófono y una cámara
a pedirle un comentario a la gente que los había visto. Esas opiniones eran
pasadas en la pantalla gigante y otra gente se sumaba. Generaba interacción
comunitaria y esa gente no miraba la televisión prime-time, sino que prefería
mirar eso. Todo estaba hecho por la comunidad salvo el equipo, que venía de la
ciudad. Cosas como esas pueden ser hechas.
–Procesos políticos como la Primavera Árabe, el movimiento Occupy o el de
indignados han conmovido sociedades con sus planteos. ¿Cree que estos grupos
tienen potencial revolucionario?
–Creo que son importantes, pero hay muchas otras cosas también revolucionarias
que están sucediendo. Por ejemplo, los desarrollos comunitarios y el trabajo en
empresas. Algo de esa iniciativa, de hecho, vino de la Argentina post colapso.
Gar Alperovitz trabaja sobre ello y cuenta de lugares como en Cleveland, donde
hay una red de empresas cuyos propietarios son sus propios trabajadores.
Cooperativas que empiezan a establecer vínculos a nivel internacional con otras
empresas en España. Hoy eso está en varios lugares del país y es revolucionario.
No sé si se alcanzará una escala como para cambiar la sociedad, pero es una de
las cosas más importantes que están pasando.
–Una joven española que participó del movimiento de indignados en España decía
que admiraba la experiencia de Occupy Wall Street porque en su país reclamaban
por derechos que habían perdido y en EE UU por derechos que nunca tuvieron…
–Es que aquí se pelea por los derechos de otras personas. Ninguno de los que
está en el movimiento Occupy y pasa el tiempo en el parque Zuccotti es pobre.
Todos tienen, al menos, un plato de comida en la mesa y no vienen de los barrios
más desventajados. Esa gente no tiene tiempo para estas cosas. Sin embargo, creo
que están logrando llamar la atención de los medios en muchos aspectos. Los
hechos que Occupy trajo se pusieron en el centro de la agenda nacional. Antes,
se hablaba muy poco de la desigualdad, del fraude bancario, de la compra de las
elecciones. Estas cosas ahora están siendo discutidas. De hecho, el slogan de
"somos el 99% vs el 1%" se puede leer en la prensa de negocios y todos hablan de
ello. Además, están haciendo cosas. Por ejemplo, con el huracán Sandy de hace un
par de semanas, los primeros en salir a ayudar fueron los chicos de Occupy.
También están ayudando a la gente que está siendo desalojada de sus hogares por
los bancos: los apoyan para resistir el desalojo o van a la Corte a protestar.
Por eso, puede transformarse en algo muy constructivo. De hecho, creo que lo más
importante que hicieron, que la mayoría de la prensa no lo reconoce y nadie
habla de ello, es que rompieron la atomización de la sociedad. Esta es una
sociedad en la que la gente esta sola. Es casi sociopático. La gente no se junta
para hablar, quedan atrapados en la televisión, en el consumo de bienes. Pero
Occupy reunió a la gente, los puso a hacer algo cooperativamente. Abrió un
espacio de discusión, interacción. La gente está aprendiendo a hacer cosas
juntos y eso es muy importante y, en especial, en una sociedad como esta. Si
dura, puede ser importante para inspirar a más grupos.
–¿Piensa que de este movimiento puede derivarse un cambio más profundo en la
sociedad?
–Es uno de los tantos lugares. Hay muchas cosas que pasan en el país. Esto fue
una especie de chispa y se puede ver. Se pudo ver en el hecho de que el día
después de Zuccoti había movimientos Occupy en todo el país y, de hecho, en
otras partes del mundo. Y ha pasado sólo un año, no se puede decir más, pero ha
sido muy exitoso. Y si se pueden asociar a otros movimientos, como el de
empresas recuperadas, puede ser muy interesante. «


Una mirada a las redes sociales
La oficina de Noam Chomsky está repleta de libros. Entre dos escritorios en
forma de letra L que ocupan dos de los laterales de la habitación, apenas hay un
espacio libre para algunos portarretratos familiares. No sorprende que Chomsky
admita no mirar mucha televisión y que se informa a partir de "toneladas de
lectura". "Leo la prensa nacional, la prensa de negocios, la internacional. Un
sinfín de periódicos con un amplio espectro de perspectivas, incluso
conservadoras", describe. El cronista confiesa entonces que antes de la cita
revisó sus datos biográficos en Wikipedia.
"Yo uso Wikipedia para algunas cosas. Si querés saber sobre matemática o
historia medieval, está bien. Pero si es algún tema contemporáneo y
controversial, entonces hay que ser muy cauteloso."
–¿Y las redes sociales?
–No tengo una opinión porque estoy fuera de moda. La gente me dice que tengo una
cuenta de Facebook, pero no la abrí yo.
–Le atribuyen un rol importante en la Primavera Árabe.
–Acá también tienen un rol importante. Cualquier grupo activista anuncia lo que
hace en las redes sociales para sumar gente a sus actividades. Eso está bien, no
tengo ninguna objeción contra ello. Pero lo más que hago es leer blogs
ocasionalmente. Creo que es una gran cosa que cualquiera pueda decir lo que
quiera en Internet, pero significa que el 99% son cosas sin importancia.
–Se suele criticar que afecta al periodismo acelerando los procesos y
contribuyendo a la pérdida de análisis y chequeo de datos…
–Por eso leo los diarios y no las redes sociales. Pero algo interesante sucedió
en la Primavera Árabe. En un punto (el presidente de Egipto Hosni) Mubarak cerró
Internet. La interacción creció porque en vez de twitear la gente hablaba entre
sí y la organización iba más rápido. Es decir, acelera las cosas pero tampoco
tanto.
 *********************
In:
Tiempo Argentino
http://tiempo.infonews.com/2012/12/02/editorial-92024-chomsky-y-el-papel-de--las-empresas-recuperadas.php
2/12/2012

domingo, 2 de dezembro de 2012

Cooperativas urbanas y nueva ley de inversiones en la mirilla


Cooperativas urbanas y nueva ley de inversiones en la mirilla
¿Nuevas leyes?

Elsa Claro y Manuel Alberto Ramy
Progreso Semanal


-El 13 de diciembre debe efectuarse el Décimo Período Ordinario de Sesiones de
la Séptima Legislatura correspondiente al 2012. Los diputados fueron convocados
públicamente este viernes mediante nota oficial de su presidente, Ricardo
Alarcón de Quesada.
Entre las leyes que presumiblemente serán discutidas y aprobadas está la muy
esperada que regirá el inicio de las cooperativas urbanas no vinculadas al
sector gastronómico. Los antecedentes para esta previsión tiene dos asideros:
las declaraciones hechas a los medios por Marino Murillo, Vicepresidente del
Consejo de Ministros, miembro del Buró Político del Partido Comunista (PCC) y
rector de los cambios en la economía. El pasado 27 de marzo, durante una
conferencia de prensa en el hotel Nacional, Murillo declaró que “se trabaja en
un nuevo decreto ley que debe reconocer el funcionamiento de las cooperativas en
actividades no agropecuarias”, en clara referencia a las cooperativas urbanas.
También dijo que trabajaban en el reglamento de las mismas y confirmó que la
política del país va en esa dirección: “Nosotros damos prioridad a las formas
cooperativas” de producción. De los 313 Lineamientos aprobados durante el 6to
Congreso del PCC, 36 lineamientos estaban dedicados a esta forma de producción
en el sector urbano, apuntó.
El otro soporte para que esta ley sea aprobada estriba en que durante las
sesiones parlamentarias del pasado mes de junio, Murillo afirmó: “se le abre
espacio a la actividad privada (…) el estado solo debe administrar lo esencial”.
Otras de las leyes esperadas es la promulgación de una nueva Ley de Inversiones
también anunciada meses atrás. La concesión para que una empresa brasileña
subsidiaria de Odebrecht administre el central azucarero 5 de septiembre en
Cienfuegos, y que una filial británica construya una planta de generación de
electricidad en el central azucarero Ciro Redondo (provincia de Ciego de Ávila),
estarían mostrando los primeros fogueos en la materia.
Y quizás, la nueva ley migratoria sufra algunas ampliaciones de beneficios para
todos los cubanos, radiquen donde radiquen.
En resumen, la cita parlamentaria decembrina podría traer novedades como
despedida de año y estreno del 2013, año en el que comenzará regir la nueva ley
impositiva.
Fuente: http://progreso-semanal.com/ini/index.php/cuba/6267-nuevas-leyes
******************************
In: Rebelión
http://rebelion.org/noticia.php?id=160112
2/12/2012

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Brasil divide experiência em cooperativas

 
Terça-Feira, 20 de novembro de 2012.

Brasil divide experiência em cooperativas
Em Congresso na França, secretário de Economia Solidária demonstra como as
cooperativas de trabalho promovem a geração de emprego e renda com inclusão
social
Brasília, 13/11/2012 – O secretário Nacional de Economia Solidária do Ministério
do Trabalho e Emprego (MTE), Paul Singer, levará à França a experiência
brasileira com cooperativas de trabalho. Singer participará do Congresso Francês
de Cooperativas de Trabalho, que será realizado amanhã e sexta-feira (15 e 16),
em Marselha.
Singer vai mostrar, no âmbito do Plano Brasil sem Miséria, de que forma o país
promove a economia solidária como instrumento de inclusão produtiva de pessoas
em situação de extrema pobreza.
No Brasil, as cooperativas de trabalho são um importante instrumento para a
preservação de valores como geração de trabalho e renda, além de inclusão
social. Neste ambiente, há espaço para incrementar atividades de produção, de
comercialização, de consumo e de crédito e finanças solidárias, beneficiando
comunidades carentes e segmentos específicos, como de mulheres, jovens,
quilombolas e catadores de materiais recicláveis. “A gestão participativa dessas
iniciativas, também conhecida como autogestão, é uma característica central da
economia solidária e contribui para a emancipação das pessoas associadas”,
reforça o secretário.
Um dos pilares da economia solidária, as cooperativas representam espaço para a
convergência de interesses e dos objetivos dos trabalhadores. Pelo modelo
cooperado, incentiva-se a propriedade coletiva de bens, a partilha dos
resultados e a responsabilidade solidária. Desde a publicação da Lei das
Cooperativas de Trabalho do Brasil (nº 12.690), de 12 de julho de 2012, os
trabalhadores associados a essas entidades passaram a contar com direitos
garantidos pela Constituição Federal.
Pronacoop – As cooperativas de baixa renda que não dispõem de recursos
suficientes para assegurar aos seus sócios direitos e garantias constitucionais
contam com o auxílio do Programa Nacional de Fomento às Cooperativas de Trabalho
(Pronacoop), instituído pela nova legislação. “É nosso compromisso obter para os
cooperados de baixa renda benefícios tributários já concedidos aos autônomos
individuais e uma elevação do valor de seus produtos e serviços mediante
formação e assistência técnica e sua inserção no sistema de comércio justo e
solidário”, afirma Singer.
*************
In: Ministério do Trabalho e Emprego
http://portal.mte.gov.br/imprensa/brasil-compartilha-experiencia-em-cooperativas/palavrachave/singer-economia-solidaria-cooperativas-de-trabalho-congresso-na-franca.htm
13/11/2012

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

14 novembro: A primeira greve internacional do século XXI


Se qualquer convocatória de greve geral merece uma atenção especial pela sua
transcendência e impacto político, a que se realiza este dia 14 de Novembro,
ainda mais: trata-se da primeira greve internacional do século XXI. Por Nacho
Álvarez, Público.es
A Europa vive nesta quarta-feira uma Jornada Europeia de Ação e Solidariedade
pelo emprego e contra as medidas de austeridade, que inclui protestos e
manifestações em vários países assim como uma convocatória de greve geral em
Espanha, Portugal, Itália e Grécia. Além disso, à convocatória uniram-se
diversos coletivos e movimentos sociais, contribuindo com isso para que a greve
transcenda o âmbito estritamente laboral.
Os cidadãos europeus, especialmente os dos países periféricos, experimentaram um
significativo retrocesso das suas condições de vida desde que começou a crise.
Os trabalhadores gregos viram como os seus salários e pensões sofreram cortes
entre 30% e 40%, como foram suprimidos 15% dos empregos públicos, como se
atrasou em 4 anos a idade da aposentação e como se fecharam centenas de escolas
e hospitais. Em Portugal, suprimiram-se os subsídios de Natal e de férias de
empregados públicos e pensionistas, e uma reforma laboral reduziu as
indemnizações por despedimento, as férias, os subsídios de desemprego e a
remuneração das horas extraordinárias. O governo italiano passou o IVA de 21%
para 23%, elevou a idade da aposentação até aos 66 anos e congelou as pensões,
ao mesmo tempo em que procedeu à privatização de numerosas entidades públicas.
Em Espanha, conhecemos de sobra as receitas exigidas pela Troika: os cortes
salariais e os despedimentos afetaram de forma generalizada os trabalhadores,
tanto no sector público como no privado, atrasou-se a idade da aposentação e
alargou-se o período de cômputo para o seu cálculo, a reforma do mercado de
trabalho facilitou e embarateceu o despedimento, enquanto se quebrava a
negociação coletiva, os cortes na saúde e no ensino foram generalizados e
massivos (eliminação de direitos de assistência, encerramento de serviços e
unidades, aumento das taxas universitárias, despedimentos de pessoal, etc.).
Estas políticas, implementadas sob pressão de Bruxelas e em nome da recuperação
económica, não fizeram mais do que aprofundar a crise, empobrecer milhões de
cidadãos em toda a Europa e incrementar as desigualdades sociais. Além disso,
estas medidas foram adotadas de forma fraudulenta, dado que não estavam
contempladas nos programas eleitorais dos governos que as impuseram.
Com tudo isto, nos diversos países da periferia europeia consuma-se uma fraude
similar: uma crise de origem bancária, vinculada à sobredimensão dos balanços
destas instituições e/ou o endividamento externo, pode ser transferida pelas
elites económicas para o sector público, de forma que seja sufragada pelo
conjunto da cidadania e, particularmente, pelas classes trabalhadoras. Os
resgates vinculados ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, incluindo o
resgate de 100.000 milhões de euros solicitado em junho pelo governo espanhol à
UE para recapitalizar a banca, permitem – de forma mais ou menos direta – ir
saldando as dívidas com os credores privados e os investidores estrangeiros a
troco de que o país “resgatado” contraia uma nova dívida com a UE, que passa a
ser paga com os cortes sociais e os impostos dos cidadãos.
A socialização dos prejuízos bancários, uma estrutura fiscal regressiva e
caraterizada pela desfiscalização das rendas do capital, e a negativa do BCE de
comprar a dívida dos países em apuros determinaram que as economias periféricas
aumentassem durante a crise a sua dívida pública. Assim, ainda que o défice
primário (aquele que exclui o pagamento de juros sobre a dívida) de Portugal,
Espanha, Grécia e Itália situa-se atualmente, segundo dados do Eurostat, em
-1,6% do PIB, estas economias veem-se forçadas a fazer dramáticos cortes sociais
para continuar a pagar os avultados juros da dívida pública. Só em Espanha os
juros desta dívida ascendem a 114.000 milhões de euros durante o período de 2008
a 2012 (equivalente a 12% do PIB).
Face a semelhante fraude global, as organizações sindicais europeias convocaram
a primeira greve geral do século XXI. Dado que a agressão aos direitos laborais,
sociais e democráticos é continental, também a resposta tem que o ser, no que
constitui um importante passo na história sindical europeia.
Por tudo isto, seremos milhões de trabalhadoras e trabalhadores, os cidadãos,
que – de Lisboa até Atenas, passando por Madrid e Roma – não daremos aulas, não
daremos consulta, não iremos aos escritórios, nem acenderemos as fundições, não
tiraremos as escovas dos armários, não ligaremos os computadores, não abriremos
as nossas lojas, nem atenderemos os telefones dos centros de atendimento a
clientes, não estaremos ao comando do metro, comboio ou autocarro, nem
consumiremos. Definitivamente, as pessoas que fazem com que a nossa sociedade se
ponha em andamento em cada manhã não o farão nesta ocasião. Porque parar amanhã
significa criar condições para que uma alternativa política seja possível depois
de amanhã. O nosso futuro e o dos nossos depende disto.
Publicado no Público.es
Nacho Álvarez é Professor de Economia Aplicada na Universidade de Valadolid.
Membro do coletivo EconoNuestra.
Tradução: António José André.
**********************************
IN: Esquerda.net
http://www.esquerda.net/artigo/14-novembro-primeira-greve-internacional-do-século-xxi/25447
14/11/2012