sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Unicafes, Concrab e Unisol lançam frente pelo cooperativismo solidário

Economia Solidária (FBES) :: Unicafes, Concrab e Unisol lançam frente pelo cooperativismo solidário


30 de janeiro de 2014

Por Daniela Rueda (Secretaria-Executiva do FBES)

À noite de ontem (29/01/2014) foi marcada por um acontecimento histórico,
através da criação da União Nacional das Organizações Cooperativistas
Solidárias - UNICOPAS. A solenidade ocorreu na sede da Contag em Brasília,
através das falas da Diretoria da Unicopas: Luiz Ademir Polsamai
(Presidente-Unicopas / Unicafes), Arildo Lopes (Tesoureiro-Unicopas /
Unisol), Chico Dalgiovan (Secretário-Unacopas / Concrab). Os convidados
foram: Ademar Bertuci (FBES), Alessandra Duras (Contag), Chico de Oliveira
(BNDES), João Vintini (CONAB), Paul Singer (SENAES / MTE), Ministro
Gilberto Carvalho (SGP), Ministro Pepe Vargas (MDA), Assis do Couto
(PT/PA) e José Caetano de Andrade (FBB).
A União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias tem por
objetivo lutar pela concepção do cooperativismo solidário no Brasil.
Segundo destaques da mesa, Ademar Bertuci chamou de “casamento” essa
parceria e disse que em 2003, num momento de grande afirmação do movimento
social com a criação do FBES, que naquele momento se tinha clareza que
cooperativismo seria uma das saídas importantes para a construção da
economia solidária. “Daqui pra frente vamos avançar nesta luta e da
afirmação, sobretudo na mudança da legislação que acompanha a economia
solidária”.
Chico Dalgiovan coloca que não cabe a esta organização obrigar qualquer
cooperativa a se filiar a ela, porque o primeiro princípio é o absoluto
respeito a adesão livre e voluntária. “Nós seremos grandes pela nossa
capacidade de organização que nós exerceremos a partir também desta
articulação. Sem dúvida alguma temos o desafio de buscar a unidade
política. […] Aqui se configura outra questão – existem dois fatores
fundamentais para uma organização dessa natureza avançar – a necessidade e
a vontade. Esta organização nasce desses dois elementos fundamentais.
Espero que consigamos nesse período histórico vencer esses desafios e que
possamos criar uma grande organização de cooperativas porque hoje pelo
desenvolvido do capitalismo não existe mais espaço para o pequeno
individualmente. Não existe como criar uma pequena empresa para cada um.
Só cresceremos e nos juntarmos, no campo a mesma coisa.[...].”
O evento marcou a criação da Unicopas e o desafio seguinte é sua
estruturação e regimento.

Fórum Brasileiro de Economia Solidária
http://www.fbes.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=8087&Itemid=62
30/1/2014

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

"Associar o trabalho no campo"

MST, 30 anos: muito além da distribuição de terras
e a proposta de Reforma Agrária

Por Igor Carvalho e Glauco Faria
Da Revista Fórum

Com presença em 23 estados, além do Distrito Federal, e com mais 900
assentamentos que abrigam 150 mil famílias, o Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra (MST) completou 30 nesta semana.
Criado em um encontro nacional que reuniu 80 trabalhadores do campo em Cascavel,
no Paraná, em 22 de janeiro de 1984, o movimento já realizou, ao longo de sua
história, mais de 2,5 mil ocupações, acumulando duas mil escolas instaladas em
assentamentos, além de outras conquistas como acesso a crédito para a produção.
Em entrevista exclusiva à Fórum, João Pedro Stedile, membro da coordenação
nacional do MST, falou sobre os novos rumos do movimento e da luta no campo. “
Os parâmetros das mudanças propostas pela reforma agrária popular significam
reorganizar os bens da natureza e a produção agrícola para, em primeiro lugar,
produzir alimentos sadios para todo o povo.
Produzir com base na matriz da agroecologia, em equilíbrio com a natureza e sem
o uso de venenos agrícolas. Implementar agroindústrias na forma de cooperativas,
para beneficiar os alimentos e aumentar a renda dos trabalhadores do campo”,
aponta.
Stedile também criticou o atual ritmo das desapropriações de terra no Brasil.
“No governo Dilma, esse processo está totalmente paralisado, fruto de uma
correlação de forças mais adversa, pela base social e política que compõe o
governo, e por uma incompetência operacional impressionante dos setores que
atuam no governo.” Confira a íntegra da entrevista a seguir.
Fórum – Nestes 30 anos, bancada ruralista e parte da mídia tradicional
combateram, às vezes de forma pouco sutil, o MST. Como o senhor vê a atuação
desses dois grupos?
João Pedro Stedile – O capital está adotando um modelo de exploração da
agricultura que se chama agronegócio. Nesse modelo, há uma nova aliança das
classes dominantes, que aglutina os grandes proprietários, as empresas
transnacionais e a mídia burguesa.
Eles usam todos os seus instrumentos, como o Poder Judiciário e o Congresso,
para defender sua proposta, desmoralizar a reforma agrária e toda luta social no
campo.
Fórum – Boa parte da estagnação e dos retrocessos na questão agrária estão
relacionados não apenas ao Executivo, mas também ao agronegócio, muito
representado no Congresso Nacional. Nesse sentido, o senhor entende que é
essencial uma reforma política? Quais pontos seriam fundamentais para serem
mudados?
João Pedro Stedile – O Brasil vive uma crise política. Crise política no sentido
de que o povo e a classe trabalhadora não têm controle sobre os que deveriam ser
seus representantes nas esferas políticas do Estado.
Essa distorção se dá pelo financiamento privado das campanhas eleitorais, cada
vez mais caras, e pela manipulação ideológica do monopólio dos meios de
comunicação, sobretudo pela televisão.
Assim, os eleitos respondem apenas aos interesses da classe que os financia, em
vez daqueles que votaram neles. É preciso mudar as regras da política, para
voltarmos a ter uma democracia representativa séria em que o povo possa
acreditar.
Então, a reforma política é para modificar muitos aspectos desse processo, e vai
desde a forma de escolher os candidatos, de financiar as campanhas, os
compromissos, os tempos de mandato e o direito do povo de convocar por conta
própria plebiscitos populares para julgar questões candentes, até revogar
mandatos de eleitos que descumprirem os compromissos assumidos com o povo.
Porém, esses detalhes da reforma política, que não estão claros para todos ou
mesmo não tendo unidade entre as forças populares, precisam ser aprofundados,
justamente num amplo debate político com a população.
Por isso, estamos articulados numa ampla plenária de todos os movimentos sociais
brasileiros que tiraram como missão comum realizar neste ano um grande mutirão
para debater com a população que tipo de problemas temos na política e que tipo
de reforma precisamos fazer.
Na semana do 7 de setembro, vamos realizar um plebiscito popular para que a
população vote se é necessário ou não convocar uma Assembleia Constituinte,
soberana e exclusiva para implementar uma reforma política. Essa será nossa
tarefa nos próximos meses.
Fórum – O congresso nacional do MST, em 2014, falará sobre o programa Reforma
Agrária Popular, construído internamente pelo movimento. Como o movimento vai se
organizar para enfrentar o agronegócio?
João Pedro Stedile – O agronegócio é um modelo de produção agrícola do capital,
que exclui a população. Constitui uma nova classe dominante, mais forte e mais
complexa.
Daqui em diante, as mudanças no campo, para a construção de um novo modelo
agrícola que produza alimentos sadios, que não agrida a natureza, que distribua
renda e represente desenvolvimento para nosso povo, depende de uma aliança de
toda classe trabalhadora. Por isso, nossas táticas devem incluir a aliança com
a classe trabalhadora na cidade, com os jovens e todos os movimentos sociais
urbanos.
Fórum – Antigamente, o que se via no MST era prioritariamente a busca pela
distribuição de terra. Hoje, há uma preocupação, também, com a infraestrutura
dos assentamentos e por acesso à tecnologia na produção agrícola. A defesa do
meio ambiente, pensando em modelos de produção que não sejam agressivos à
natureza, é a próxima bandeira do movimento?
João Pedro Stedile – Exatamente. Houve uma mudança nos últimos anos em nosso
programa agrário e construímos o que chamamos de proposta de reforma agrária
popular.
No período anterior, dominado pelo capitalismo industrial, havia ainda a
possibilidade de uma reforma agrária do tipo clássico, que representava
democratizar a propriedade da terra e integrar o campesinato nesse processo.
Porém, agora a economia mundial é dirigida pelo capital financeiro e
internacionalizado. No campo, esse modelo implementou o agronegócio, que exclui
e expulsa os camponeses e a mão de obra do campo.
Agora, não basta apenas distribuir terra, até porque o processo em curso é de
concentração da propriedade da terra e desnacionalização.
Os parâmetros das mudanças propostas pela reforma agrária popular significam
reorganizar os bens da natureza e a produção agrícola para, em primeiro lugar,
produzir alimentos sadios para todo o povo.
Produzir com base na matriz da agroecologia, em equilíbrio com a natureza e sem
o uso de venenos agrícolas. Implementar agroindústrias na forma de cooperativas,
para beneficiar os alimentos e aumentar a renda dos trabalhadores do campo.
E incluir a democratização da educação como uma necessidade do desenvolvimento
social. Não se pode admitir que ainda tenhamos 18 milhões de trabalhadores
adultos analfabetos, e a maioria está no campo.
Fórum – O senhor falou, recentemente, da união de forças entre MST e a população
indígena. Acredita que, unindo forças com os índios, a luta por terra ganharia
outra dimensão no país?
João Pedro Stedile – A classe trabalhadora tem de defender a causa indígena. Os
povos indígenas vem sendo massacrados pela ofensiva do capital, que quer também
suas terras e riquezas, em especial na fronteira econômica do agronegócio, como
Mato Grosso do Sul, sul da Bahia e Maranhão.
Os povos indígenas, apesar deterem seus direitos garantidos pela Constituição,
são minoritários e não têm força de, sozinhos, enfrentarem o poder do capital.
Por isso, renovo o apelo: que todo o povo, em especial os setores organizados da
classe trabalhadora, defendamos os povos indígenas.
É uma forma, inclusive, de pagamento da nossa dívida histórica, com os nossos
avós históricos, que sempre foram os zeladores da natureza para que chegássemos
aonde estamos.
Fórum – Estamos em um ano eleitoral. Como o MST irá se posicionar nessas
eleições?
João Pedro Stedile – O MST tem uma tradição histórica de nunca se posicionar
enquanto movimento social por um ou outro candidato. Sempre nos posicionamos em
torno da necessidade de defender projetos populares.
Procuramos conscientizar a nossa base, para que tenha visão política e vote nos
candidatos e projetos que representam os interesses do povo e derrotem os
setores direitistas. Esse comportamento individual, como cidadão consciente, vai
se manter nas próximas eleições.
Fórum – De que forma o senhor vê a evolução da reforma agrária nos governos Lula
e Dilma?
João Pedro Stedile – A reforma agrária, do ponto de vista conceitual, é um amplo
programa de Estado que consegue democratizar o acesso à terra e eliminar o
latifúndio, como está até na nossa lei.
Porém, nunca houve reforma agrária no Brasil. Nós tivemos apenas programas
pontuais de criação assentamentos, frutos da luta direta e da pressão social,
que obriga os governos a desapropriar algumas fazendas e as transformarem em
assentamentos.
No governo Lula, ainda se manteve um ritmo razoável de desapropriações pontuais,
embora parecido com o governo FHC. No governo Dilma, esse processo está
totalmente paralisado, fruto de uma correlação de forças mais adversa, pela base
social e política que compõe o governo, e por uma incompetência operacional
impressionante dos setores que atuam no governo.
Não me canso de dar um exemplo que chega a ser patético: a presidenta Dilma se
comprometeu com o movimento de assentar as famílias sem terra do Nordeste nos
perímetros irrigados de projetos do governo.
Existem atualmente 86 mil lotes vagos em projetos antigos, onde o governo já
investiu milhões, tem água e terra. Basta levar as famílias. E nada acontece. Ou
seja, poderíamos assentar imediatamente 86 mil famílias em área irrigada, com
garantia de produção que resolveria a situação de grande parte dos acampamentos
do Nordeste.
Fórum – Há uma expectativa sobre como vão se comportar os movimentos sociais
durante a Copa do Mundo no Brasil. O MST irá às ruas? Qual a posição do
movimento em relação ao Mundial?
João Pedro Stedile – Há muitos setores sociais da juventude que certamente vão
se mobilizar. Estaremos juntos com todas as mobilizações que representem lutas
por melhores condições de vida de nosso povo.
O lugar privilegiado do povo é fazer política com mobilização nas ruas. Somente
pela mobilização poderemos alcançar mudanças. Elas nunca virão do Congresso ou
pela vontade iluminada de governantes.
Porém, espero que as mobilizações comecem logo. Não necessitemos casar a luta
por melhores condições de vida com o período da Copa. No período da Copa,
corremos o risco do povo em geral não gostar e não aderir. Todos queremos ver a
Copa e, por outro lado, corremos o risco de reduzir as mobilizações a denúncias
do valor das obras.
Cá entre nós, mesmo os valores exagerados gastos em algumas obras e reformas
representam muito pouco perto dos bilhões repassados pelo governo todo dia no
pagamento dos juros aos banqueiros.
Nossa luta deve ser para que os recursos públicos, hoje reservados pelo supervit
primário para pagamento dos juros – que só engordam os especuladores e o capital
financeiro – sejam destinados para investimentos necessários em educação, saúde,
transporte público e reforma agrária.

In
MST
http://www.mst.org.br/node/15648
28/1/2014

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Rumo a seu VI Congresso, MST defende novo tipo de reforma agrária


Por Rafael Soriano

Nos dias 10 a 14 de fevereiro, mais de 15 mil militantes de uma das maiores
organizações populares de massas do planeta, o Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra (MST), estarão reunidos em seu VI Congresso, em Brasília. A
instância máxima de direção do Movimento se debruçará sobre as táticas e
estratégias na atual conjuntura para a consolidação da luta por uma Reforma
Agrária Popular.

Passados 30 anos da fundação do MST, as configurações do campo brasileiro
sinalizam para a agudização das contradições sociais que se acumulam como uma
dívida histórica, desde a concentração das terras como mercadorias em
oligopólios privados, a continuidade da expulsão do homem e da mulher do campo
para inchar as grandes cidades, bem como a inundação de agrotóxicos que o modelo
do agronegócio despeja anualmente nas mesas de cada brasileiro.

Sinais claros dessas contradições estão expressos nas cifras de acampados hoje à
espera de acesso à terra, que ultrapassa as 186 mil famílias, segundo o
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Tão alarmante quanto é a quantidade de veneno ingerida por cada pessoa no Brasil
hoje através da alimentação contaminada: uma média de 5,2 litros ingeridos por
pessoa ao ano, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Isto para não
mencionar a existência no Brasil de trabalho em condições análogas à escravidão
em pleno século XXI, sustentado dentro das cercas de latifúndios país afora.

Esta situação sustenta o questionamento às promessas do desenvolvimento
capitalista no campo brasileiro, engendrado desde os governos militares através
do pacote tecnológico implantado impositivamente nos países do Sul.

“O período da ditadura teve como um dos seus eixos a implantação do que se
chamou de Revolução Verde. Com a ‘modernização’ da agricultura, introduziu-se um
pacote de máquinas, químicos e tecnologias, além de uma série de medidas, dentre
elas o crédito rural condicionado a este modelo, medidas que causaram uma forte
expulsão do povo do campo brasileiro”, sustenta Débora Nunes, da coordenação
nacional do MST.

Na contramão da lógica do capitalismo dos países centrais, que realizaram
Reformas Agrárias como base de desenvolvimento de suas indústrias e mercados
internos (a exemplo de EUA e Alemanha), no Brasil o modelo político permeado
pela velha oligarquia latifundiária impediu qualquer divisão de terras. Não foi
realizada a dita Reforma Agrária clássica.

“Passados 30 anos da criação do MST, chegamos à primeira década deste século com
a compreensão de que a possibilidade da realização de uma Reforma Agrária do
tipo clássica não mais se viabiliza e nem responderia as atuais necessidades dos
camponeses. Com a hegemonia do agronegócio sobre a agricultura, os desafios
colocados estão em outro patamar e isso exige que nossas proposições também
estejam”, completa Débora.

Segundo Débora, o programa agrário defendido hoje pelo MST ainda se funda na
divisão e democratização das terras, ampliando o acesso a este meio de produção
fundamental para a massa Sem Terra, mas vai além deste primeiro passo.

Reforma Agrária Popular: um contraponto ao sistema

A chamada Reforma Agrária Popular, defendida pelo MST, busca responder às
demandas da conjuntura atual. Débora se refere ao programa não como uma cartilha
a ser seguida, mas como uma ferramenta que orienta a militância e dialoga com a
sociedade o que o movimento quer para o Brasil.

“O MST apresenta um programa agrário que extrapola a reivindicação de condições
e medidas coorporativas apenas para os camponeses. Apresenta-se como uma
alternativa aos problemas estruturais do campo e de toda a sociedade
brasileira”, diz.

Indo além da concepção de democratização do acesso à terra, o MST, através da
luta por uma Reforma Agrária Popular, tem avançado no confronto ao modelo do
Capital no campo em outras frentes: na ressignificação do trato dado pela
sociedade à natureza, hoje mercantilizada; no estabelecimento de novas relações
de produção e assumindo o desafio da transição para uma nova matriz tecnológica
no campo, a agroecologia; e na disputa das instituições do Estado para que estas
reorientem sua atuação, que hoje apenas privilegia o agronegócio, em detrimento
da agricultura camponesa.

“O processo de agroindustrialização defendido e praticado pelo MST, por exemplo,
dentro do contexto de Reforma Agrária Popular, tem confrontado a forma de
apropriação capitalista da indústria agrícola convencional, bem como suas formas
de gestão – além de estar circunscrito a um projeto de sociedade”, explica
Débora.

O movimento tem, num processo de lutas e conquistas, confrontado e pautado o
Estado, como ente público coletivo, para que cumpra seu papel decisivo na
estruturação desta via de desenvolvimento popular para o campo que reflete em
toda sociedade.

Débora afirma que “temos pressionado o Estado para que assuma esta nova política
agrícola, com financiamento público da produção primária, da
agroindustrialização, de implantação das infraestruturas (equipamentos,
estruturas públicas, sociais e produtivas – acesso à terra, escola, telecentros,
estradas, abastecimento de água e energia, mecanização etc), crédito,
comercialização (com abastecimento regulado pelo estado e não desordenado pelo
mercado)”, defende citando o caso da alta dos preços do tomate em 2013.

Acúmulos que preparam um salto maior

O MST tem defendido que a luta, o enfrentamento pressionando e pautando Estado e
governos, tem alterado estruturas produtivas e sociais, como alicerce para
mudanças maiores, em nível global na sociedade.

Seja a partir da própria divisão e uso das terras, seja no estabelecimento de
concepções de trabalho associado e cooperado, ou ainda na elevação da
consciência e organização de classe através de sucessivos programas de formação
popular, o movimento tem acumulado forças para impulsionar as transformações
sociais nocampo e na cidade.

“Queremos transformar o campo num lugar melhor para se viver, tanto para que
quem está lá tenha esse sentimento, como para que quem está na cidade saiba que
o meio rural é onde se produz alimento e vida e onde o povo se coloca em marcha
pra concretizar esse sonho” resume Débora.

E conclui: “no atual estágio da luta de classes é preciso inovar na percepção e
no programa que esteja além do campo. Essa proposição não está restrita ao
campo, é um projeto de agricultura para o campo, mas que resolveria problemas
estruturais da sociedade brasileira”.

In
MST
http://www.mst.org.br/node/15645
27/1/2014

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Otras economías para un proyecto alternativo


Toño Hernández
Rebelión

Si algo caracteriza el ciclo de luchas que se abrió con la explosión del 15M, es
la rigidez del régimen actual para ignorar las reivindicaciones y luchas
masivas, así como la firmeza para ejecutar de forma implacable una hoja de ruta
que pretende acabar con los derechos sociales, económicos y políticos.
La incapacidad de los movimientos sociales y políticos alternativos para torcer
la agenda del poder tiene mucho que ver con el agotamiento de las formas de
lucha clásicas que se están demostrando como insuficientes o inadecuadas en un
contexto político que ha variado sustancialmente.
El “pacto social” por el estado del bienestar tras la II Guerra Mundial, que no
cuestionaba la propiedad de los medios de producción en manos capitalistas a
cambio de una porción de la tarta para los sectores obreros organizados, ha
derivado en bastantes aspectos negativos, de los que queremos resaltar algunos
para el tema que nos ocupa.
En primer lugar, la asunción tácita de que el empleo, y por tanto la riqueza, lo
crean los inversores o empresarios capitalistas. Tras ser interiorizado durante
los últimos decenios en la práctica sindical y política, no podía por menos que
producir un cambio cultural y de conciencia que ha supuesto un retroceso en la
autoestima y capacidad propia de los trabajadores para incidir en la marcha de
la economía.
El segundo elemento tiene que ver con la cesión al estado de todos los poderes y
herramientas para garantizar los derechos económicos básicos, renunciando a los
instrumentos que el movimiento obrero construyó - mutualidades, redes de apoyo,
cooperativas, economatos... - , y que se basaban en gran medida en la
solidaridad, el apoyo mutuo y el control obrero. Como denuncia Andre Gorz “la
asunción de servicios por el Estado acelera el deterioro de las redes de
solidaridad y suscita una dependencia y una relación de clientela cada vez mayor
con el Estado” además de convertir a los ciudadanos “de sujetos activos en los
administrados u objetos del Estado”1.
Esto se ha traducido en la restricción de la lucha por la hegemonía al terreno
de lo político. En la estrategia política actual sólo se trataría de conseguir
una mayoría electoral suficiente (o un proceso revolucionario) que al darnos las
riendas del poder institucional, nos posibilitaría transformar la esfera social,
económica e ideológica.
No vamos a negar la importancia y necesidad de esto, sino simplemente señalar la
insuficiencia de esa visión restringida para consolidar cambios profundos. El
abandono de la lucha por la hegemonía en el terreno económico crea importantes
lagunas en la lucha por el poder. En Venezuela, por ejemplo, el propio
presidente Nicolás Maduro ha reconocido que tras más de 10 años de proceso, el
dominio del sector privado capitalista sobre el 70% de la economía está poniendo
en peligro la viabilidad de los cambios.
En el caso del estado español, nos encontramos que, ante la ruptura unilateral
por parte del poder político y económico del mencionado pacto de posguerra,
hemos vuelto a reconocer el carácter clasista del estado y sus instituciones. La
facilidad con la que proceden al desmantelamiento del escaso estado de bienestar
y los corsés que se imponen para poder hacer otras políticas desde las
instituciones, también nos muestran las limitaciones que tiene el actuar desde
las mismas.
Frente a esto están surgiendo multitud de iniciativas –algunas ya existían-, que
por un lado intentan hacer frente a las necesidades urgentes de la población más
golpeada por la crisis, pero que por otro cuestionan las bases en las que se
sustenta el entramado económico y aspiran a generar otras dinámicas que ayuden a
un proceso de acumulación de fuerzas pero en el que también se vayan produciendo
cambios estructurales en el quehacer cotidiano de las personas y organizaciones.
Hablamos de experiencias como la Plataforma de Afectados por la Hipoteca, los
grupos de consumo y producción agroecológicos, la economía solidaria, las
finanzas éticas, las redes de solidaridad y apoyo mutuo, las redes de huertos
urbanos y comunitarios, la desobediencia civil y económica, el software libre
colaborativo, las cooperativas y centros sociales, etc... Movimientos que además
de luchar y resistir contra los recortes, están apostando por crear nuevas
formas de relacionarse entre las personas, generando organización y capacidad
política.
Partimos de la convicción de que un poder político “revolucionario” sin una
hegemonía previa suficiente en el terreno cultural y en la economía real, no
podrá acometer cambios estructurales ni soportar el boicot del poder económico.
Por tanto, resultan estériles las dicotomías sobre qué es más importante o
urgente: si la lucha política, la social, la cultural o la económica. Todas son
patas necesarias para caminar, y cuanto más acompasadas vayan y más se apoyen
unas en otras para conseguir nuevas conquistas, más sólidos y duraderos serán
los procesos de transformación.
Y además, necesitamos exigirnos a cada una de nosotras y nosotros la atención y
participación como personas individuales y como colectivos en todos esos
espacios de construcción y lucha. La coherencia entre lo que decimos y lo que
hacemos, la oportunidad de visualizar y mostrar a otras personas que las
relaciones que queremos construir son posibles, no deberían verse mermadas por
la pereza o la inercia para realizar cambios en nuestros hábitos cotidianos o
por las dinámicas frenéticas a que el activismo nos tiene acostumbradas.
Si consideramos como un elemento imprescindible de cualquier proceso emancipador
el empoderamiento de los y las trabajadoras sobre los medios de producción, es
decir volver a traer a primer plano la cuestión de la propiedad sobre los
mismos, la construcción de una hegemonía revolucionaria habrá que construirla
cuestionando el estatus aceptado, tanto en cuanto al papel de los trabajadores
en las empresas como en relación al estado como dueño de los medios de
producción. No está de más volver a repetir que estatal no significa lo mismo
que público, ni mucho menos democrático o participado.
Es en este sentido que muchas de las experiencias económicas (formales e
informales) alternativas van configurando otra forma de entender lo público que
recupera tradiciones y prácticas aquel movimiento obrero que aspiraba realmente
a tomar las riendas de su vida controlando la propiedad de los medios de
producción.
En el actual momento de ataques y recortes de lo público, la defensa de lo que
nos queda debe ser una lucha de primer orden, pero creemos que es necesario
tener y visualizar otro proyecto de lo público que sea más coherente con una
democracia avanzada. Oponernos a la venta de lo público a empresas privadas con
ánimo de lucro no debe alejarnos de reivindicar otras relaciones económicas que
nos empoderen de verdad sin delegar en un estado que apenas nos representa.
Tenemos que dejar de ser simples “administrados” a ser sujetos activos
construyendo unas nuevas relaciones entre lo institucional y lo socio-económico.
Lógicamente no estamos hablando de esa noción de “emprendedor”, con la que se
intenta responsabilizar a cada ciudadano/a de su situación y exonerar a los
verdaderos responsables de la crisis y de la pobreza existente. Ni de proyectos
que intentan “buscarse la vida” como sea, en la jungla de la economía de mercado
donde impera la ley del más fuerte, el individualismo y la competitividad.
Pero si no tenemos la capacidad de crear (emprender) y extender experiencias
económicas colectivas que funcionen con otra lógica, difícilmente vamos a
quebrar la hegemonía de los poderes económicos actuales. Necesitamos encontrar
sinergias entre las instituciones y la sociedad organizada, para lo que sería
necesario “replantear las políticas públicas y sus formas de intervención para
integrar las iniciativas que tengan por objetivo democratizar la sociedad y la
economía”, considerando a las entidades de la economía solidaria como
“instituciones intermedias por su dimensión de espacio público en las sociedades
civiles que pueden jugar un importante papel en la defensa de los bienes
comunes”2.
Claro que existen riesgos ni hay nada que garantice que experiencias
cooperativas o proyectos autónomos funcionen con una lógica de transformación
social basada en la equidad y la justicia social y económica. Pero a día de hoy,
y al menos en nuestro estado, la mayoría de iniciativas de estas características
tienen una visión política transformadora y si su práctica no siempre es
profunda y coherente, tiene más que ver con las dificultades del entorno, la
falta de reconocimiento y un apoyo insuficiente por parte de las personas y
organizaciones que aspiran al cambio social.
A pesar de todo ello, estamos hablando de cifras nada despreciables: actualmente
hay centenares de miles de personas participando de maneras diversas en
iniciativas de la economía alternativa. Aunque actualmente la dispersión de esas
iniciativas es grande, existen procesos de coordinación, construcción y
auto-reconocimiento como sujeto político colectivo, que avanzan rápidamente. En
este sentido podemos mencionar las Ecoxarxas, el Mercado Social3, la propia
dinámica de la PAH4 y sus obras sociales, la Red de Solidaridad Popular5, los
encuentros estatales de monedas sociales, la Red de Huertos Urbanos o variadas
experiencias de coordinación de grupos de consumo y productores agroecológicos
en ámbitos territoriales no estatales.
En cualquier caso, son cifras de personas activas que superan las de cualquier
partido político u organización social. Señalamos esto no porque sean
“activismos” comparables, sino por incidir en su potencialidad para generar
cambios en el imaginario social y por tanto en la construcción de una nueva
hegemonía.
¿En qué pueden las economías alternativas jugar un papel fundamental para
cuestionar conceptos y prácticas que necesitamos superar?
Un primer aspecto tiene que ver con la profundización de la democracia. Sin
participación, ésta no deja de ser un juego de partidos o élites. Cuando se
práctica la democracia económica, pasa a ser una necesidad la democracia
política participativa y, mucho más allá, una democracia radical que se guíe por
el principio de subsidariedad, traspasando capacidades de decisión a los y las
ciudadanas, las organizaciones sociales, y a los niveles más cercanos y
adecuados de las diferentes administraciones.
Cierto que esto no soluciona la complejidad de las relaciones entre lo local y
lo global, el problema de dónde situar las capacidades de decisión sobre todo en
un contexto de crisis ecológica global y de interconexión mundial en casi todos
los aspectos de la vida cotidiana. Pero parece evidente que sólo con una alta
participación democrática basada en el conocimiento de las grandes encrucijadas
a que nos enfrentamos, podremos encontrar soluciones en las que quepamos todos
los habitantes del planeta.
Especialmente, la economía solidaria puede jugar un papel importante en el
asunto del reparto del empleo. Para Gorz, “la cooperación solidaria constituye
la base para una reconquista de la sociedad y una delimitación de la esfera
económica. La reducción del tiempo de trabajo es su condición fundamental”6.
Cuando el modelo económico imperante necesita dejar sin medios de vida a muchas
personas para conseguir tasas de rentabilidad elevada, las empresas o proyectos
que ponen el centro de interés en los trabajadores/as, tienen mayor versatilidad
y mayor compromiso real para convertir los posibles aumentos de productividad en
mayor tiempo liberado y repartido equitativamente.
Esto no es una regla matemática, y la complejidad de la situación económica, las
necesidades de las personas que componen la empresa, las posibilidades
diferentes de cada sector o la necesidad de “competir” en un contexto
mayoritariamente capitalista, requieren ser cautelosos para que un supuesto
reparto del empleo no sea una simple precarización o distribución de la pobreza.
Pero sí se comprueba en muchos proyectos existentes que la disminución de la
jornada laboral y el reparto del empleo son estrategias regulares que se emplean
en las empresas de la economía solidaria en cuanto es posible.
Un tercer aspecto tiene que ver con la necesaria reconceptualización del
trabajo. Partiendo de la crisis de los cuidados y la necesidad de incorporar a
los hombres a dichas tareas, pasando por la necesidad de cambiar la valoración
social y económica-monetaria de los diferentes trabajos, poniendo sobre la mesa
el papel de los trabajos de voluntariado social, desde las economías
alternativas se está cuestionando, repensando y experimentando sobre cómo
articular todos estos asuntos en un nuevo marco de convivencia.
Por último quería señalar su imprescindible papel para poder articular una
alternativa que tenga en cuenta la crisis ecológica global. Cuando la huella
ecológica media de España es de casi tres planetas, reducir la escala material
del modelo de producción y consumo pasa a ser una obligación moral y política.
En modelos y contextos basados en la desigualdad, es difícil pedir a los que no
están en la parte alta que moderen sus expectativas. Negociar y acordar
proyectos de vida con menor consumo de recursos, sólo será posible con proyectos
y prácticas económicas en las que las desigualdades están acotadas y
minimizadas. Esto, también es una práctica habitual en la economía alternativa y
solidaria.
A fin de cuentas de lo que se trata es de quebrar las bases de esa economía
capitalista que analizó Marx, y que se basa en los valores de cambio. Para
romper el imaginario dominante y abordar en buenas condiciones la lucha por la
emancipación, “sólo es posible resistir en las relaciones tejidas en torno de
valores de uso, ya sean materiales o simbólicos. Si sólo nos movemos en las
esferas de los valores de cambio, nos limitamos a reproducir lo que hay.
Cerrados los poros de la vida en las fábricas por el posfordismo, es en los
territorios, barrios, comunidades o periferias urbanas donde –aun esos mismos
trabajadores– se vinculan entre sí en formas de reciprocidad, ayuda mutua y
cooperación que son relaciones sociales moldeadas en torno del intercambio de
valores de uso”.7
Notas
1 Andre Gorz. Metamorfosis del trabajo. Editorial Sistema. 1995. págs 71 y 236
2 Jean-Louis Laville. Crisis capitalista y economía solidaria. Icaria. 2009.
págs 58 y 118
3 http://mercadosocial.net/
4 http://afectadosporlahipoteca.com/
5 http://reddesolidaridadpopular.org/
6 Andre Gorz. Ídem. Pág 206
7 Raúl Zibechi. El territorio como espacio emancipatorio. La Jornada (Rebelión.
27-01-2013. http:// http://www.rebelion.org/noticia.php?id=162888)
Toño Hernández es miembro de Ecologistas en Acción y participa en el proyecto de
Mercado Social
Viento Sur nº 130
Rebelión ha publicado este artículo con el permiso del autor mediante una
licencia de Creative Commons, respetando su libertad para publicarlo en otras
fuentes.

In
http://rebelion.org/noticia.php?id=180008
27/1/2014

domingo, 26 de janeiro de 2014

Liberado un local en Gamonal para albergar un centro social autogestionado



por Diario de Burgos

Una nueva manifestación recorría este pasado viernes las calles de Burgos desde
la zona cero hasta subdelegación de gobierno, para exigir la absolución de los
encausados de gamonal y animar a las demás ciudades a luchar contra la
especulación y la corrupción. Al finalizar, se produjo la okupación.
Una nueva manifestación recorría este pasado viernes las calles de Burgos desde
la zona cero hasta subdelegación de gobierno, para exigir la absolución de los
encausados de gamonal y animar a las demás ciudades a luchar contra la
especulación y la corrupción.
Al finalizar la manifestación de vuelta a la zona cero se recordó que en la
última asamblea de vecinos y vecinas de Gamonal se exigió al Ayuntamiento un
local en la calle Pablo Casals, el antiguo Aula de Cultura de Caja de Burgos,un
terreno en propiedad del ayuntamiento cedido a la obra social de Caja de Burgos,
que estaba abandonado desde hace años y que ya tubo un intento para gestar un
centro social autogestionado que se trunco a los pocos meses.
El plazo ofrecido al ayuntamiento para ceder el espacio caducaba el viernes.
Llegado el viernes y después de la manifestación convocada se liberó el espacio.
Este espacio se ira adecentando en estos días para albergar las actividades que
demanda el barrio según se informo desde la comisión del centro social.
http://www.alasbarricadas.org/noticias/node/27673

Más información:

Burgos, 25 de enero de 2014. La Asamblea de Gamonal ocupó en la noche de ayer un
local en la calle Pablo Casals con el fin de tener un espacio cerrado donde
reunirse y realizar actividades. La acción tuvo lugar tras la manifestación que
el mismo colectivo convocó "por la puesta en libertad sin cargos o la absolución
de todas las personas detenidas en Gamonal y en todos los lugares donde se
realizaron manifestaciones en solidaridad" con el barrio burgalés y "contra de
la especulación y la corrupción", según indican fuentes del mismo. A la
convocatoria, que finalizó en la Delegación de Gobierno de la ciudad, acudieron
en torno a medio millar de personas
La ocupación del local, que hace años fue el Aula de Cultura de la Caja de
Burgos, se decidió la noche de ayer en asamblea debido a la negativa del
Ayuntamiento de ceder un espacio cerrado a la Asamblea de Gamonal, tal como
habían pedido para guarecerse "de la lluvia y del mal tiempo", indican fuentes
de la misma. Mediante un comunicado, el colectivo asegura que "el recinto tiene
multitud de posibilidades", una vez se arreglen las goteras que tiene
actualmente y sea acondicionado. El local, de propiedad municipal pero cedido
actualmente a la Caja de Burgos, será utilizado como centro social por los
vecinos, según aseguran desde el colectivo, y lleva años abandonado.
En el texto, hecho público ayer noche, la Asamblea asegura: "Para no perder lo
surgido en estos días de lucha, y para que no nos olvidemos de lo aquí
acontecido, queremos que este lugar sea un símbolo bien visible del despertar y
la vitalidad de la sociedad del barrio, que tiene la necesidad de tejer redes
sociales de solidaridad para hacer frente a las condiciones sociales creadas por
los de arriba: paro, condiciones laborales pésimas en régimen de esclavitud,
apartar a los jóvenes de las universidades públicas dejándoles sin futuro,
disminución de las pensiones, copago de medicamentos y recortes en sanidad y
educación".
Por otra parte, la Asamblea de Gamonal ha convocado varias manifestacionesen la
última semana, como las acaecidas los días 19 y 20 de enero, además de la que
tuvo lugar ayer, para pedir la absolución de los detenidos durante las protestas
contra las obras del bulevar en la calle Vitoria, paralizadas recientemente por
el alcalde debido a la presión vecinal.
Asimismo, esta mañana cientos de vecinos han realizado una 'marcha fúnebre',
simbolizando el entierro del constructor y propietario del Diario de Burgos,
Miguel Méndez Pozo, y del alcalde de Burgos, Javier Lacalle. Los manifestantes
han portado tres ataúdes que representaban "la avaricia, la codicia y la
soberbia en las obras de la calle Vitoria", explican desde la Asamblea. Las tres
lápidas han sido enterradas en un solar situado junto a la calle Vitoria,
epicento de las protestas. Las actividades han continuado por la tarde con una
comida popular y una asamblea vencinal en la que se han tratado posibles usos
del nuevo espacio ocupado.
http://disopress.com/gallery.php?mode=gallery&id=MzMzMTMxZTZmMjk3Nw==&page=1

In
http://www.kaosenlared.net/component/k2/item/79171-liberado-un-local-en-gamonal-para-albergar-un-centro-social-autogestionado.html
26/1/2014

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

La Autogestión Viva. Proyectos y experiencias de la nueva economía

Por Traficantes

Con la participación de

José Luis Carretero Miramar y Yayo Herrero,

Es evidente que la situación social en España ha derivado en una dinámica
incontrolable. Como resultado de una crisis económica y financiera sin
precedentes (en los últimos años se ha evaporado riqueza inmobiliaria en la
península por valor de más de un billón de euros, es decir, por la misma cuantía
que el PIB español anual), la desarticulación social y productiva provocada por
los “Planes de Ajuste” impuestos a la población se está aproximando a lo
insostenible.
En este contexto de emergencia y reconstitución de las luchas, de reencuentro
con las tendencias asamblearias y de base de los movimientos populares, algo más
está volviendo a irrumpir en el centro del imaginario social: la idea de la
autogestión, del trabajo cooperativo, de la construcción de un mundo sin
explotadores ni explotados y organizado en base a elementos esenciales de
funcionamiento democrático.
Todos hemos visto, en las asambleas del 15-M, las posibilidades de la
autoorganización... y también sus problemas. Los recursos, aún exiguos, parecen
multiplicar su eficacia cuando se utilizan para el apoyo mutuo, no para la
explotación. Además, con mayor o menor éxito, hemos vivido la explosión por
todos los rincones de la geografía española, de iniciativas de todo tipo cuyo
objetivo es la construcción de una sociedad distinta, basada en la solidaridad,
no hay más que recordar el bloqueo de los desahucios protagonizados, sí, por la
PAH, pero que no habrían sido posibles sin la implicación de los vecinos de los
afectados. Pues además de todo esto, se han puesto en marcha una gran variedad
de iniciativas reales, quizás menos conocidas porque no tienen la atención
mediática sobre ellas, que consiguen salir adelante y que demuestran que la
autogestión no es una teoría de locos utópicos o un recuerdo del pasado, sino
una auténtica alternativa a la actual organización económica de la sociedad:
desde las cooperativas que pueden ofrecer soluciones a muchos problemas
laborales y de vivienda recuperando empresas o edificios vacíos de forma legal,
a la gestión de lo común, de lo que es de todos, desde la educación al cuidado
del medioambiente.
En este libro podrás conocer muchas iniciativas prácticas que han dado lugar a
realidades de todo tipo: fábricas, escuelas, talleres, medios de comunicación,
organizaciones de consumo, centros culturales e incluso empresas financieras que
están funcionando hoy y ahora y cuyo objetivo es la mejora en los servicios, en
la situación de sus asociados y su repercusión positiva en la sociedad, y no el
beneficio económico a repartir entre unos pocos.
Y además, encontrarás ideas y consejos para poder poner en práctica,
colectivamente, este tipo de iniciativas con el fin de constituir, aunque sea
con contradicciones, una alternativa que tenga cada vez más fuerza y que pueda
llegar a imponer condiciones en una lucha permanente por un mundo más justo,
basando las prioridades en las personas y no en el beneficio y el crecimiento
económico.
No te limites a quejarte, lee, pregunta, escucha, aprende, asóciate y lucha
desde el trabajo diario.


Más información: www.traficantes.net/libros/la-autogestion-viva
*****************************************************

In
http://www.kaosenlared.net/component/k2/item/78926-audio-la-autogestión-viva-proyectos-y-experiencias-de-la-nueva-economía.html
22/1/2014

As verdadeiras causas da catastrófica crise na Grécia e a "esquerda"


por Takis Fotopoulos [*]

1. A integração da Grécia na União Europeia é a verdadeira causa da sua crise catastrófica

A quase total destruição das classes mais baixas na Grécia não se deve às causas que lhe são atribuídas habitualmente pela "esquerda". [1] Na realidade, contrariamente às "explicações" mistificadoras apresentadas por essa esquerda e também pela direita, a verdadeira causa é a plena integração da economia grega na globalização neoliberal, através da sua entrada na UE. Foi isso que determinou a total transformação da Grécia num protectorado económico e político da Elite Transnacional. [2]

O catalisador para esta crise foi o incumprimento não oficial da Grécia que, no entanto, foi apenas a consequência da destruição da sua estrutura de produção, em resultado da abertura e da liberalização de mercados impostas pela UE, decorrente da entrada da Grécia em 1981. Portanto, não é de admirar que tanto a esquerda (com exclusão da esquerda comunista) como a direita – na realidade, todo o establishment grego – estejam plenamente unidas em não contestar a principal causa da actual destruição económica: o facto de a Grécia ser membro da UE.

Por outras palavras, contrariamente às mistificadoras promessas pré-eleitorais do SYRIZA (que é uma parte orgânica da euro-esquerda que acaba de escolher o seu líder, A. Tsipras, como candidato para presidente da Comissão da UE), não é possível que um estado-membro da UE/UEM possa recusar-se a aplicar as políticas impostas pela globalização neoliberal, como a História confirma com Mitterrand, Lafontaine, Hollande e outros. É igualmente enganador afirmar, como faz o SYRIZA, que, se for eleito para o poder, inverterá a legislação catastrófica imposta pela famosa 'Troika' (que representa o FMI, a UE e o BCE) nos últimos três anos.

As promessas mistificadoras acima referidas baseiam-se no mito de que o neoliberalismo é uma espécie de ideologia errada ou de doutrina [3] defendida por "maus" políticos como Thatcher, Merkel, Blair, etc. No entanto, a globalização neoliberal é, na verdade, um fenómeno sistémico que significa também que o crescimento económico dos membros da UE já não assenta principalmente no mercado interno mas no mercado internacional (dentro e fora da UE) e que são as Corporações Transnacionais (CTN) que controlam a produção e o comércio mundiais, e – através da Elite Transnacional [4] – as instituições políticas, militares e culturais internacionais.

Assim, só se os governos da UE fossem conquistados pela euro-esquerda e depois forçassem as CTN com sede na UE a funcionar apenas no interior da área da UE – impondo nesse processo estritos controlos sociais sobre o movimento de capitais e de mercadorias de outros blocos económicos (i.e. Extremo Oriente e América) – só então a economia europeia podia ser indiferente ao seu nível de competitividade e viver no nirvana da euro-esquerda, feliz para sempre. Mas, na verdade, a UE está a avançar exactamente na direcção oposta para uma maior integração na Nova Ordem Mundial definida pela globalização neoliberal! Isso é claramente visível nas actuais negociações entre a UE e os EUA para uma Área Transatlântica de Comércio Livre.

2. A globalização capitalista só pode ser neoliberal

As euro-elites, pura e simplesmente, não podem dar-se ao luxo de perder mais competitividade. Na verdade, a verdadeira razão para a criação da UE e, posteriormente, da Zona Euro não teve nada a ver com os ideais de liberdade, democracia, valores humanos e o resto da sua ideologia, como demonstra claramente a história da UE. Foi o fosso crescente na competitividade (em termos de quota da UE nas exportações mundiais) durante os anos 80, que levou as euro-elites a acelerar os processos de integração, que na sua maioria estavam adormecidos até aí. O fracasso económico da UE ficou a dever-se claramente ao facto de que a competitividade das suas mercadorias estava a crescer a ritmos muito mais lentos do que a dos seus competidores, em especial nos países de baixos custos do Extremo Oriente. [5] Como os defensores da UE e da sua integração andavam a afirmar nessa altura, apenas um mercado de dimensões continentais podia proporcionar a segurança e as economias de escala que eram necessárias para a sobrevivência do capital europeu no mercado global híper-competitivo que estava a surgir na época.

No entanto, apesar do alto grau de integração conseguido pelo 'Acto Único Europeu' nos anos 90, e mesmo apesar da criação da Zona Euro, o seu declínio na competitividade continuou. Assim, enquanto a quota das euro-exportações no total mundial foi de 35,8% em 1990, dez anos depois, tinha caído para 29,7% e em 2010 ainda tinha caído mais para 26,3%! [6] Por outras palavras, em duas décadas, os países da Zona Euro perderam mais de um quarto da sua competitividade, medida em termos da sua quota nas exportações mundiais. Embora as euro-elites estejam bem conscientes de que uma parte significativa da sua 'perda' de exportações seja na verdade devida à sua desindustrialização – visto que as CTN (muitas delas com sede nos países metropolitanos incluindo os da Zona Euro) transferiram o capital industrial para os paraísos de baixos custos da China, da Índia e outros – obviamente isso não serve de consolo aos seus trabalhadores (e eleitorados), que beneficiam muito pouco (se é que beneficiam alguma coisa!) com a globalização!

Assim, as actuais políticas da UE não são o resultado de uma conspiração ou de uma conjura satânica para explorar ainda mais os trabalhadores europeus mas resultam simplesmente do facto de que a abertura e a liberalização de mercados exigidas pela globalização, para que as CTN possam expandir mais as suas actividades, levaram inevitavelmente às actuais políticas neoliberais implementadas por todos os países plenamente integrados na Nova Ordem Mundial. Para falar de modo simples, a globalização num mundo capitalista só pode ser neoliberal e o resto é mitologia adoptada pela "esquerda" mundial actualmente falida – com excepção da genuína (mas em contracção) esquerda anti-sistémica.

3. A competitividade é a regra

Portanto, se aceitarmos a premissa de que as euro-elites não têm alternativa senão melhorar a sua competitividade dentro da economia globalizada, a questão que se segue é como melhorar a competitividade. Há duas maneiras principais para melhorar a competitividade de um país: ou mudando os preços relativos, i.e. esmagando os preços das mercadorias produzidas localmente em relação às produzidas no exterior através do esmagamento dos ordenados e dos salários, ou melhorando a produtividade das mercadorias produzidas localmente, o que pode levar a um custo mais baixo de produção sem reduzir os ordenados e salários reais ou a melhor qualidade dos produtos, etc.

Mudar os preços relativos segundo a primeira forma é a solução fácil, porque pode ser implementada, quase duma só penada, no caso de um país que controla a sua divisa e a Grécia recorreu repetidas vezes a políticas de desvalorização no período pós-guerra para melhorar, temporariamente, a sua competitividade. Mas, no caso em que um país não controla a sua divisa, como é o caso da Grécia na Zona Euro, dado o baixo nível histórico da sua produtividade da mão-de-obra devido à falta de investimento na investigação e desenvolvimento, a única alternativa é a política actualmente implementada de esmagar ordenados e salários na esperança de que o custo de produção baixe em conformidade. Na verdade, o nível da produtividade da mão-de-obra grega, por exemplo, tem sido sempre historicamente muito mais baixo do que a da Zona Euro (em 2006 era apenas 77% da média da Zona Euro [7] ), uma coisa que não é assim tão estranha se tivermos em conta que a proporção de investimentos produtivos em relação ao PIB é muito mais alta no 'Norte' da Europa do que no 'Sul' em geral e na Grécia em particular.

Portanto, se partirmos da premissa de que os níveis desiguais de competitividade e produtividade são inevitáveis numa união económica como a UE, que é formada por países de níveis de desenvolvimento muito diferentes (dado que se formaram historicamente num processo de desenvolvimento muito desigual tal como é o capitalista), então podemos perceber facilmente as causas da crise em países como a Grécia. O facto de um país da Zona Euro como a Grécia, que enfrenta um problema de baixa competitividade, não poder desvalorizar a sua divisa (i.e. mudar os preços relativos sem a necessidade de reduzir salários e receitas internas) não é a causa da crise. Pode ser a causa de uma crise de competitividade semelhante num país capitalista avançado como a Alemanha mas não num país como a Grécia em que a baixa competitividade é um problema de desenvolvimento.

Tanto mais quanto a entrada da Grécia para a UE e posteriormente para a Zona Euro exacerbou significativamente o problema do desenvolvimento ao desmantelar efectivamente a estrutura produtiva do país, quando a sua indústria e agricultura incipientes não foram capazes de competir com as mercadorias importadas, na sequência da abertura e liberalização de mercados impostas pelo Mercado Único. Nestas condições, mesmo a saída da Grécia do Euro e uma desvalorização do dracma que seria depois reintroduzido, apenas podiam ter efeitos temporários na competitividade grega, a não ser que simultaneamente se fizessem maciços investimentos na sua estrutura produtiva, o que está longe de ser garantido numa economia de mercado internacionalizada.

4. A UE enquanto mecanismo para transferir excedentes do 'Sul' para o 'Norte'

Por outras palavras, a competitividade no núcleo dos países do Euro, que se caracterizam por níveis mais altos de produtividade de mão-de-obra do que no Sul, depende sobretudo de manter sob controlo os salários e os preços, para que as mercadorias alemãs continuem a ser competitivas (por causa da sua qualidade mais alta, etc) em comparação com mercadorias semelhantes produzidas na Ásia oriental e noutros locais. Por outro lado, a competitividade na periferia europeia, que engloba países de níveis mais baixos de produtividade de mão-de-obra, como a Grécia, depende sobretudo da melhoria da produtividade através de novos investimentos em Investigação e Desenvolvimento. Assim, o problema da competitividade no Sul é sobretudo um problema de desenvolvimento e prende-se com a necessidade de criar uma forte base produtiva, que não pode ser formada dentro do processo de desenvolvimento capitalista desigual (tal como hoje), mas dentro de um processo de controlo social da economia para criar uma economia de auto-suficiência.

No entanto, apesar da diferença fundamental relacionada com as causas de baixa competitividade entre o 'Norte' e o 'Sul' da UE, no enquadramento da Europa pós-Maastricht, foi adoptada uma política comum para todos os países membros – uma política que foi determinada pelas necessidades e pelos interesses do Norte. Assim, o Mercado Único não significou a unificação de povos, como a propaganda da UE o apresentou, nem sequer a unificação de estados, mas apenas a unificação de mercados livres. No entanto, 'mercados livres' não significavam apenas mercados abertos (i.e. o movimento sem inibições de mercadorias, capitais e mão-de-obra) mas também mercados flexíveis (i.e. a eliminação de quaisquer obstáculos na livre formação de preços e salários), assim como a restrição do papel do estado no controlo da actividade económica, o que implica a drástica restrição do elemento da 'economia nacional'.

Foi esta a essência da globalização neoliberal que caracterizou o novo enquadramento institucional da UE, i.e. que o controlo estatal do mercado interno de cada estado membro (que ficou drasticamente restrito no seio do Mercado Único de 1992) não fosse substituído por um correspondente controlo da UE, para além de alguns regulamentos (na sua maioria prejudiciais) sobre a uniformidade, etc. Por outras palavras, as novas instituições tinham em vista a maximização da liberdade do capital organizado, cuja concentração foi facilitada por todas as maneiras possíveis, e a minimização da liberdade do trabalho organizado, cuja coordenação foi restringida de todas as maneiras possíveis e em especial através da ameaça do desemprego.

Não foi por acaso nem devido a uma má concepção da Zona Euro, conforme argumentam os pós-keneysianos e outros reformistas (incluindo a euro-esquerda!) que a Alemanha é de facto o país que estava no lado receptor dos maiores benefícios da adesão à UE e à Zona Euro, enquanto os países do Sul da Europa beneficiavam minimamente dela. Quando foi institucionalizada a Zona Euro no início do novo milénio, a Alemanha já gozava de níveis relativamente altos de produtividade de mão-de-obra e de competitividade e a nova divisa 'congelou' essencialmente os desvios relativos entre o Norte avançado e o Sul muito menos avançado (que tinha partes que realmente eram subdesenvolvidas).

Assim, o Mercado Único, nas condições de uma divisa comum, provocou uma relativa igualização de preços de mercadorias e um certo aumento nos salários no Sul, quando os trabalhadores lutaram para manter o valor real dos salários e simultaneamente para estreitar o fosso de salários com os trabalhadores do Norte. Por outro lado, os empregadores alemães estavam em muito melhor posição para suprimir o aumento de salários dada a diferença na produtividade de mão-de-obra de que tinham beneficiado devido à tecnologia avançada e ao investimento em Investigação e Desenvolvimento, mas também devido aos melhores preços relativos. Como exprimiu Wolfgang Münchau, "a Alemanha entrou na Zona Euro com uma taxa de câmbio sem competição e embarcou num longo período de moderação de salários".

Os macroeconomistas diriam que "a Alemanha beneficiou de uma verdadeira desvalorização em relação aos outros membros". [8] Se a isso acrescentarmos que os países no Sul deixaram de ter o poder de desvalorizar as suas divisas, enquanto a Alemanha não tinha necessidade nenhuma de desvalorizar a sua divisa enquanto pudesse manter a subida dos salários ao ritmo dos aumentos da produtividade de mão-de-obra, então podemos perceber porquê (e como) a Zona Euro funciona essencialmente como um mecanismo económico para transferir os excedentes económicos dos países do Sul da Europa para os do Norte e em especial para a Alemanha.

5. O papel desorientador da "esquerda"

A conclusão óbvia é que é impossível tomar quaisquer medidas radicais para sair do actual desastre económico (e não só!), sem uma saída unilateral da UE juntamente com o cancelamento da dívida (para a qual, de resto, o povo nunca foi consultado), assim como sem abandonar toda a legislação imposta pela Troika e a adopção simultânea das necessárias mudanças geoestratégicas. [NR] Só deste modo pode a Grécia recuperar a soberania económica e nacional minimamente requerida para uma estratégia de auto-suficiência económica, que é necessária para a saída permanente da crise, através da criação de uma nova estrutura produtiva para satisfazer as suas necessidades.

Isto significa que a opinião de que podemos implementar outra política mesmo dentro da Zona Euro, como sugere o SYRIZA, ou que bastará sair do Euro (sem a saída paralela directa e unilateral da UE) para implementar uma estratégia económica radicalmente diferente (conforme sugerem outras organizações de esquerda), são totalmente mistificadoras. Isto porque, conforme tentei demonstrar acima, a causa da presente catástrofe económica na Grécia não são as políticas de austeridade da Troika, como afirmam os apoiantes da primeira perspectiva, nem a fraca concepção do Euro (e a sua implementação) que contribuíram para os défices e para a dívida maciça, conforme argumentam os apoiantes desta ultima perspectiva. [9]

Assim, os apoiantes da primeira perspectiva (Laskos e Tsakalotos), reproduzem na realidade os mitos de um internacionalismo obsoleto segundo o qual a luta do proletariado europeu no interior da UE deitará abaixo as políticas de austeridade, apesar de, depois de quase cinco anos de esmagamento económico dos estratos populares, não ter havido uma única luta europeia ("oficial" ou não oficial) contra essas políticas! Por outro lado, os apoiantes da última perspectiva (Flassbeck e Lapavitsas), agindo como o "Plano B" da Euro-elite – no caso de esta ser forçada a expulsar a Grécia (temporária ou permanentemente) da Zona Euro – defendem a saída da Grécia do Euro, mas não da UE. No entanto, em ambos os casos, pode considerar-se como certo o fracasso das políticas propostas, embora as consequências não sejam idênticas.

Assim, no primeiro cenário de um governo com base no SYRIZA (que parece provável na sequência das Euro-eleições e que poderá funcionar como catalisador para as eleições gerais), é uma questão de tempo até o seu fracasso se tornar evidente, se insistir na sua política pró-UE e pró-Euro. Apesar da sua actual retórica, terá simplesmente que seguir as mesmas políticas económicas que o actual governo, talvez com um menor relaxamento das políticas de austeridade (partindo do princípio de que as Euro-elites encontrarão forma de cancelar parte da Dívida para conseguir tornar pagável a parte restante). Enquanto os mercados se mantiverem abertos e liberalizados sob um governo do SYRIZA (o partido nunca contestou este princípio fundamental da globalização neoliberal), os mercados de trabalho também continuarão a ser flexíveis. No entanto, mercados abertos e liberalizados significam que:


os ordenados e salários serão mantidos em torno dos seus níveis mínimos actuais ou, pelo menos, esses níveis serão a base para quaisquer futuros aumentos estritamente ligados aos aumentos de produtividade;

a Saúde Pública e a Educação nunca recuperarão do seu actual desmantelamento, visto que o governo vai ter que continuar a implementar as actuais políticas fiscais restritivas da Zona Euro para manter os défices orçamentais sob estrito controle;

o desbarato da riqueza social da Grécia, na sequência das privatizações de serviços essenciais como a electricidade, a água, os transportes, os portos e aeroportos, as comunicações (e agora até mesmo as ilhas gregas!) não será invertido, tornando impossível a implementação de qualquer política social eficaz para proteger as vítimas da globalização;

o desemprego pode cair marginalmente dos actuais quase 30% da população trabalhadora (e 60% dos jovens) mas apenas na medida em que os investidores estrangeiros sejam atraídos pelos ordenados/salários extremamente baixos e pela 'estabilidade política' que o SYRIZA possa assegurar. No entanto, dada a forte competição nesta frente com outros países de salários baixos nos Balcãs e noutros locais (Ásia oriental), o desemprego está condenado a estabilizar em níveis muito altos durante o próximo futuro, e os jovens gregos terão que trabalhar na "indústria pesada" da Grécia (como o establishment chama ao turismo) ou terão que emigrar.
Nitidamente, esta latino-americanização (ou balcanização) da economia grega tornar-se-á permanente com a política pró-UE do SYRIZA e, nas eleições que se seguirem a um período (provavelmente curto) do SYRIZA no poder, o partido provavelmente terá o destino do partido social-democrata PASOK, que na realidade ficou desfeito. Com efeito, isso será apenas adiar o fim da Euro-esquerda na Grécia, acompanhando o mesmo fim deste tipo de "esquerda" no resto da Europa, na era da globalização. Contudo, a "esquerda" internacional é incapaz de ver tudo isto e estará pronta para festejar a possível vitória do SYRIZA nas próximas eleições, [10] enquanto Leo Panitch está tão entusiasmado com o novo tipo de reforma 'progressista' que o SYRIZA representa que se tornou quase lírico quando leu que Tsipras "falou em termos da 'oportunidade histórica' que agora existe para uma alternativa de esquerda ao actual 'modelo europeu' capitalista. [11] Isto, precisamente no momento em que o mesmo Tsipras também é elogiado indirectamente pelo New York Times, o principal órgão da Elite Transnacional, presumivelmente como um político de esquerda 'sério', digno da sua confiança, em comparação com a 'esquerda lunática' que eles tanto desprezam:

Mr. Tsipras… afastou-se da retórica do passado quanto a abandonar o Euro e disse que não pretende que a Grécia saia da zona dos 18 países que usam essa divisa. Mas pretende uma reformulação fundamental das condições dos fundos de salvação da Grécia, no valor de 240 mil milhões de euros. "A nossa intenção é alterar o enquadramento, não é esmagar o Euro", disse ele. [12]

Por outro lado, no caso do segundo cenário, i.e. de um governo de esquerda que decida a saída da Grécia do Euro (mas se mantenha na UE), a imagem seria muito mais turva, porque a reintrodução e a significativa desvalorização do dracma reintroduzido traria inicialmente alguns resultados positivos. Mas estes seriam totalmente temporários, a não ser que fossem acompanhados de uma radical estruturação paralela da estrutura produtiva, baseada em decisões sociais e que não fosse deixada às forças do mercado, conforme os dois cenários implícita ou explicitamente assumem. E isso leva-nos de volta à necessidade de uma estratégia de auto-suficiência que pressupõe uma saída da Grécia tanto do Euro como da UE.

A principal razão por que ambas as abordagens não só são erradas, mas também totalmente mistificadoras, é que elas não se baseiam no facto de a actual crise devastadora ser devida a razões estruturais que têm tudo a ver com o processo desigual de desenvolvimento capitalista, e que ainda é mais exacerbado na era da globalização neoliberal e das políticas consequentes implementadas pela UE, e muito pouco a ver com a crise financeira mais lata [13] , com as políticas de austeridade ou com a própria dívida e com as formas de a gerir.

Assim, no que se refere às políticas de austeridade, é óbvio que elas são uma consequência e não a causa da crise devastadora. Portanto, a solução para o "problema" não é apenas a redistribuição de rendimento à custa dos lucros e a favor dos salários (como supostamente será a conclusão tirada por um certo tipo de análise "marxista"), porque esta desigualdade não é nada de novo mas uma característica inerente do sistema capitalista. Não admira que, apesar da crescente desigualdade mundial durante a era da globalização neoliberal, o sistema tenha desfrutado de um período sustentado de expansão durante este período, com o PIB mundial a crescer a uma média de 2,9% nos anos 90 e 3,2% no período até ao início da última crise financeira (2000-2008). [14] Além disso, o único caso em que ocorreu uma redistribuição sistemática de rendimento contra os ricos num sistema capitalista foi quando a carga fiscal foi transferida para os ricos durante o período social-democrata (aprox. 1945-1975). No entanto, este tipo de redistribuição já deixou de ser possível na Nova Ordem Mundial da Globalização Neoliberal, visto que as Corporações Transnacionais podem mudar-se facilmente para paraísos fiscais como a Irlanda, a Índia, etc., deixando atrás de si desemprego maciço e pobreza.

No entanto, nem os défices e as consequentes dívidas foram criados por políticas fiscais imprudentes nem, como afirmam as variantes mais refinadas sobre o mesmo tema, pelo facto de a elite alemã ter estado a reprimir aumentos de salários numa altura em que as outras elites na Zona Euro, e em especial as elites na periferia do Euro, estavam a fazer exactamente o oposto. Esta política, segundo o mesmo argumento, terá criado uma vantagem competitiva artificial e consequentes excedentes na Balança de Pagamentos (BP) na Alemanha e, vice-versa, no Sul da Europa, i.e., baixa competitividade e défices da BP. Isto, por sua vez, levou a um endividamento excessivo dos países periféricos (facilitado pelo facto de estar sustentado por uma divisa forte, o Euro) até ao momento em que rebentou a "bolha" fiscal, quando a consequente escassez de liquidez tornou muito mais difíceis os empréstimos a esses países, levando às bem conhecidas crises da dívida em países como a Grécia. Não é de admirar que a Euro-elite tenha acabado por decidir adoptar um controlo económico ainda mais apertado dos membros do Euro, através da União Bancária. [15]

6. Observações finais

Portanto, a questão fundamental que se coloca é a seguinte: pode um pequeno país periférico do Euro, como a Grécia, deixar hoje de implementar as políticas da globalização neoliberal? Ou os milhões de desempregados e de pobres devem esperar (como sugere a actual "esquerda") uma mudança radical no equilíbrio de forças na UE e na Zona do Euro, a fim de que no novo governo pan-europeu de esquerda avance com as reformas 'progressistas' sugeridas pelos seus apoiantes? Alternativamente, será melhor esperarem por uma nova revolução socialista a fim de avançar com genuínas políticas socialistas, conforme sugerido pela esquerda anti-capitalista cada vez mais reduzida? As minhas simpatias, claro, seriam (como sempre foram) a favor de uma esquerda anti-sistémica, porque é a única que luta contra a sua plena integração no sistema e na Nova Ordem Mundial. Contudo, é óbvio para mim que, actualmente, esta esquerda não é menos messiânica do que a integrada no sistema "esquerda" e como tal igualmente inútil para as vítimas da globalização que todos os dias perdem um pouco mais a esperança num futuro melhor, muitas delas recorrendo cada vez mais ao suicídio.

Nestas condições, para mim é claro que só se um país romper com a economia de mercado internacionalizada e prosseguir uma política de auto-suficiência, poderá recuperar o necessário grau de soberania económica, e portanto nacional, de modo a que seja o povo que determine o processo económico, i.e. quais as necessidades económicas e sociais que devem ser satisfeitas e de que modo, em vez de deixarem esta questão de vida ou morte para as 'forças de mercado' e para o social darwinismo que elas inevitavelmente implicam. Isto, para um país como a Grécia, implicaria a necessidade da criação 'pela base' de uma Frente Popular para a Libertação Social e Nacional [16] (em vez de se centrar em políticos profissionais da "esquerda" ou da direita), que formularão um programa das mudanças radicais necessárias para conseguir o objectivo a curto prazo de restaurar o pleno controlo social sobre todos os mercados, cancelando unilateralmente a Dívida e toda a legislação com ela relacionada, imposta pela Troika, assim como uma saída unilateral da UE. Embora seja necessária, mesmo nesta fase inicial, a socialização do sistema bancário e das indústrias reprivatizadas, em especial das que cobrem necessidades básicas (energia, água, transportes, comunicações, etc.), o objectivo a médio prazo terá que ser a auto-suficiência económica, de modo que as necessidades básicas de todos os cidadãos sejam satisfeitas através da reconstrução da estrutura económica segundo as necessidades sociais em vez de segundo a procura do mercado. Por outro lado, a questão da mudança sistémica, i.e. se a Grécia será no futuro uma sociedade de um estado socialista, uma democracia inclusiva [17] ou um tipo radical de social-democracia, será determinado pelo próprio povo numa fase posterior depois de resolvidos os actuais problemas cruciais ligados à sua sobrevivência.

Com efeito, a Grécia não estará sozinha nesta luta contra a Nova Ordem Mundial e a globalização neoliberal. Os povos de outros países na periferia europeia e noutros locais seguirão o seu exemplo quando perceberem que há uma saída da catástrofe actual, AQUI e AGORA, mas também os povos que já estão a lutar contra a globalização neoliberal se juntarão à luta comum contra a Nova Ordem Mundial da globalização neoliberal. De facto, esta luta já está a intensificar-se a partir da América Latina (Venezuela, Bolívia, Cuba, etc.) até aos povos da Eurásia da ex-URSS, e aos povos nos países árabes (claro que não estou a referir-me às pseudo-revoluções na Tunísia e no Egipto ou às insurreições engendradas na Líbia e na Síria) [18] que derramam sangue diariamente na luta pela sua libertação nacional e social.

Notas

[1] Ver e.g. o recente livro de dois membros da direcção do SYRIZA (um deles membro do Parlamento representando o partido), Christos Laskos e Euclid Tsakalotos, Crucible of Resistance: Greece, the Eurozone and the World Economic Crisis, (Pluto Press, Sept. 2013).

[2] Takis Fotopoulos, "Greece: The implosion of the systemic crisis", The International Journal of INCLUSIVE DEMOCRACY, Vol. 6, No. 1 (Winter 2010); ver, também, Greece as a protectorate of the transnational elite,(Athens: Gordios, November 2010), www.inclusivedemocracy.org/...

[3] Ver e.g. Naomi Klein, The Shock Doctrine: The Rise of Disaster Capitalism, (London: Penguin, 2008).

[4] Ver, para o sentido e significado da Elite Transnacional na administração da Nova Ordem Mundial, Takis Fotopoulos, Subjugating the Middle East: Integration into the New World Order – Vol. 1: Pseudo-Democratization, (Progressive Press, 2014), Part I.

[5] Assim, enquanto a quota da UE das exportações mundiais esteve estagnada entre 1979 e 1989, a quota dos EUA aumentou em 3,5% e a quota do Extremo Oriente aumentou nuns enormes 48%, (Banco Mundial, Relatório do Desenvolvimento Mundial 1991, Quadro 14).

[6] Banco Mundial, Indicadores de Desenvolvimento Mundial 2002, (Quadro 4.5) & Indicadores de Desenvolvimento Mundial 2012, (Quadro 4.4).

[7] Banco Mundial, Indicadores de Desenvolvimento Mundial 2008, Quadro 2.4.

[8]Wolfgang Münchau, "Germany's rebound is no cause for cheer", Financial Times, 29/8/2010.

[9] Heiner Flassbeck and Costas Lapavitsas, Left-Wing Strategies to Solve the Euro Crisis, (Rosa Luxemburg Foundation: Berlin, May 2013, www.rosalux.de/fileadmin/rls_uploads/pdfs/Studien/kurzfassung_flassbeck_en.pdf
e versão completa in "The systemic crisis of the euro – true causes and effective therapies", www.rosalux.de/publication/39478 .

[10] Ver e.g. Andreas Bieler, "Crucible of Resistance: Class Struggle Over Ways Out of the Crisis", Socialist Project • E-Bulletin No. 926 January 10, 2014; Reproduced also in Global Research.

[11] Leo Panitch, "Europe's left has seen how capitalism can bite back»", The Guardian, 13/1/2014.

[12] Andrew Higgins, "Opposition Dissent Tempers Greek Attempts at Optimism", The New York Times, 12/1/2014.

[13] Takis Fotopoulos, "The myths about the economic crisis, the reformist Left and economic democracy", The International Journal of INCLUSIVE DEMOCRACY, Vol. 4, No. 4, (October 2008), www.inclusivedemocracy.org/journal/vol4/vol4_no4_takis_economic_crisis.htm

[14] Banco Mundial, Indicadores de Desenvolvimento Mundial 2010, Quadro 4.1.

[15] 'Big step' reached in rescue plan for eurozone banks, BBC News, 12/12/2013 ; Ver, também, Maria Snytkova, "European countries lose bank sovereignty", English Pravda, 2012/2013 english.pravda.ru/world/europe/20-12-2013/126445-bank_sovereignty-0/

[16] Ver Takis Fotopoulos, "Neoliberal Globalization and the need for popular fronts for national and social liberation", The International Journal of Inclusive Democracy, Vol. 9, No. 1/2 (2013), (under publication).

[17] Takis Fotopoulos, Towards An Inclusive Democracy, (London/NY: Cassell /Continuum, 1997/1998).

[18] Takis Fotopoulos, Subjugating the Middle East: Integration into the New World Order – Vol. 2, Engineered Insurrections, (Progressive Press, 2014).

[NR] O sublinhado a vermelho é de resistir.info.

16/Janeiro/2014

[*] Filósofo politico, editor de Society & Nature/Democracy and Nature, The International Journal of Inclusive Democracy . Também tem colaborado no Athens Daily Eleftherotypia desde 1990. É autor de inúmeros livros em grego sobre a evolução; a Guerra do Golfo; o consenso neoliberal; a Nova Ordem Mundial; a cultura das drogas; a Nova Ordem nos Balcãs; o novo irracionalismo; a globalização e a esquerda; a guerra contra o "terrorismo". O seu último livro é a 'Grécia enquanto protectorado da elite transnacional: A necessidade para uma saída imediata da UE e para uma economia auto-suficiente' (Athens: Gordios, November 2010). Também é autor de mais de 1000 artigos em jornais teóricos, revistas e periódicos britânicos, americanos e gregos, alguns dos quais têm sido traduzidos em mais de vinte línguas. O seu último livro é; 'Subjugação do Médio Oriente. Integração na Nova Ordem Mundial' (Progressive Press, 2014).

O original encontra-se em www.globalresearch.ca/... . Tradução de Margarida Ferreira.
------------------------------------------------------
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

23/Jan/14

domingo, 19 de janeiro de 2014

The Death of Social Democracy in the Age of Global Monopoly-Finance Capital

"The Death of Social Democracy in the Age of Global Monopoly-Finance Capital": An Interview with John Bellamy Foster
by Tassos Tsakiroglou
Tassos Tsakiroglou: How urgent do you consider the necessity to develop an understanding of the interconnections between the deepening impasse of the capitalist economy and the rapidly accelerating ecological threat?

John Bellamy Foster: The urgency of understanding the interconnections between the economic impassse and the ecological emergency derives from the combined threats they pose to the material conditions of the world's population and to humanity's long-term survival. On the surface they may appear to represent discrete, even diametrically opposed, problems. Their real interconnection is apparent only when we penetrate to the level of production and come to see them as rooted in the very process of capital accumulation. Today there is no exit from the economic and the ecological crises that beset us that does not require exiting capitalism itself.

You make a distinction between the present "epochal crisis" and "ordinary developmental crises." What's exactly the difference?

Periodic economic crises of the kind associated with the business cycle are an inherent feature of the capital accumulation process. Monopoly capitalism is also subject to a tendency to stagnation or long-term slowdowns in the trend rate of growth. Slow growth is now the norm in mature captitalism -- partly counteracted by the financialization of the economy, which of course carries its own inherent dangers. Together these phenomena encompass what we can call economic or "developmental" crises.

But we can also talk about the emergence at certain transitional periods of human history of the phenomenon of "epochal crisis" in the sense of a structural crisis of an entire mode of production, where the system comes up against its own abolute limits: internal and external. Such an epochal crisis is visible in the undermining of all material conditions: economic and ecological. Today the planetary environmental emergency is so immense that the scientific consensus tells us that the long-term survival of humanity is in question; while at the same time we are confronted with economic stagnation and financialization. Together these conditions represent the crisis of an entire epoch of human history.

During the crisis, dominant media and communication industry play a decisive role in maintaining the social order, in justifying the austerity programs and in defaming struggles of political resistance. Is there any alternative?

Aside from the pervasive ideological reality of capitalism whereby the class which owns the means of material production also generally owns the means of mental production (i.e. communications) -- as Marx and Engels put it in The German Ideology -- there are media problems that are specific to our time. Both the traditional mass media and professional journalism are being rapidly dismantled by the Internet, which is itself becoming monopolized at the speed of light. This means, as Robert McChesney argues in the forthcoming February issue of Monthly Review, we must: (1) view the new Internet monopolies as forms of monopoly capital and oppose their very basis of existence; and (2) treat journalism as a public good that needs public subsidies if a democratic climate is to be ensured. And this would be only the beginning of a media revolt. As argued in the July-August 2013 issue of Monthly Review the left vitally needs to revive its larger critique of the cultural apparatus that briefly arose in the early 1960s (rooted in the earlier ideas of Bertolt Brecht) but was later forgotten.

Here in Greece we have a wave of revelations about corruption concerning millions of euros coming from briberies from military supplies. One of the ex ministers is already in jail. What's the social cost of military spending?

The social cost of the capitalist military is as great as the cost of the capitalist mode of production itself: the inequality, exploitation, waste, destruction, pervasive corruption, and class surveillance of our societies -- the lost human lives and creativity. The military is used to keep the imperialist world economy intact -- to stave off change, and to ensure repression. Opposition to militarism and imperialism is therefore the first requirement of a global resistance movement.

Where does the current crisis of capitalism leave social democracy, given the dominance of neoliberalism and the destruction of the Welfare State?

Neoliberalism stands for the death of social democracy in the age of global monopoly-finance capital. Social democracy was supposed to be "capitalism with a human face." Very little room remains in the system for even the pretense of this. The danger of the left focusing its critque on neoliberalism rather than capitalism iself is that this often conceals a naïve wish to restore social democracy rather than recognizing present realities and the fact that any forward movement requires genuine socialism as its object. That doesn't mean that we should stop fighting for reforms but nowadays they have to be connected to strategies for fundamental social transformation. There is no middle ground or Third Way.

You have said that "[i]n the context of the present structural crisis there is strong evidence of an emerging revival of Marxist analysis." How do you expain this?

Jean-Paul Sartre once wrote that "an anti-Marxist argument is only the apparent rejuvenation of a pre-Marxist idea." What he meant was that it was impossible to trancend historical materialism in any forward-moving struggle, since it stood for the revolutionary human movement of the oppressed themselves. The revival of Marxian analysis is an inevitable product of the return of history: of the collective struggle not just to understand the world but to changeit.


--------------------------------------------------------------------------------
John Bellamy Foster is editor of Monthly Review and professor of sociology at the University of Oregon. His latest book, written with Robert W. McChesney, is The Endless Crisis: How Monopoly-Finance Capital Creates Stagnation and Upheaval from the USA to China (New York: Monthly Review Press, 2012). A new edition of his book The Theory of Monopoly Capitalism will be published in April 2014. Tassos Tsakiroglou is political editor of the Athens-based Journal of Editors (Εφημερίδα των Συντακτών/Εfimerida ton Syntakton). Follow Tsakiroglou on Twitter @ttsakir. The original interview in Greek may be read at .

In
http://mrzine.monthlyreview.org/2014/foster180114.html
18/1/2014

sábado, 18 de janeiro de 2014

Reconocen la propiedad a ceramistas de Zanon



AN - PRENSA RED

La Fábrica Sin Patrones, Fasinpat, obtuvo el documento luego de 12 años de
reclamos judiciales por la fuente de trabajo. Ahora buscarán pedir un crédito
para modernizarse.

La lucha de más de 12 años por el control obrero de la cerámica Zanon tuvo esta
semana su desenlace más esperado, con la entrega formal del título de propiedad
de la fábrica a los trabajadores de la Cooperativa Fasinpat. Ahora los obreros
saldrán a la búsqueda de un crédito cercano a los 70 millones que les permita
renovar su línea de producción y mejorar las condiciones de la fábrica.

El logro de Fasinpat es un hecho que no conoce demasiados precedentes en el país
y abre el camino para otras experiencias de autogestión similares, multiplicadas
en las últimas décadas a raíz de la crisis de finales del 2000. “Va a marcar un
antecedente importante dentro de lo que es el movimiento de trabajadores en
Argentina y va a permitir que sepan que es posible, cuando se lucha, llegar
hasta el final”, dijo ayer el secretario general del Sindicato Ceramista,
Marcelo Morales.

Los obreros de Zanon obtuvieron la documentación definitiva de la cerámica el
lunes, tras un año de gestiones desde que el gobierno provincial reglamentó en
2012 la ley 2.656 (de su expropiación) y ordenó el pago de 23 millones de pesos
a sus principales acreedores (ver aparte).

Además de obtener la propiedad de todos los bienes de la cerámica, los
trabajadores también lograron quedarse con su histórica marca: Zanon. “La marca
que le hemos ganado a la patronal tiene mucho peso porque es la calidad también
y forma parte de los logros que hicimos como trabajadores. Haber obtenido todo
esto significa que no estábamos tan equivocados en lo que queríamos hacer”,
señaló Morales.

El primer paso a seguir por la cooperativa –que a partir de esta semana comienza
a transitar un camino diferente de aquel marcado por el reclamo de la
expropiación y las trabas burocráticas– será gestionar un crédito con Nación que
les permita adquirir una nueva línea de producción. Según indicó Morales el
proyecto de inversión elaborado por Fasinpat es de unos 70 millones de pesos,
que será actualizado a nuevos valores una vez presentada la documentación
faltante para completar el trámite.

“Necesitamos una tecnología renovada, una línea nueva de producción también nos
va a ayudar a reducir el consumo de energía y gas. El desafío que nos queda es
hacer realidad el tema de la inversión en la fábrica y este año vamos a apostar
fuertemente a esto”, señaló el ceramista.

Para los obreros de Zanon se trata de un logro “histórico”, a más de 12 años de
tomar la fábrica y “haber tomado la decisión de no ser desocupados”.

In
Argenpress
http://www.argenpress.info/2014/01/reconocen-la-propiedad-ceramistas-de.html
16/1/2014

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Agroflorestas se baseiam na dinâmica e biodiversidade florestal

Por Josi Basso

Em Barra do Turvo (SP), no Vale do Ribeira – região com um dos menores Índices
de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado – onde, em 2003, a Associação iniciou
a implantação desta Tecnologia, a população não tinha conhecimento sobre
técnicas de manejo e prevalecia a monocultura, com exploração predatória dos
recursos naturais da Mata Atlântica, bioma da região.
No sistema convencional, de monocultivo, o solo geralmente chega a um ponto em
que fica completamente degradado e sem nutrientes para produzir e manter as
reservas naturais.
Ao acompanhar a dilapidação do patrimônio genético da floresta, aliada à
ausência de uma política voltada ao manejo sustentável, com famílias abandonando
suas terras, sem destino, saúde e trabalho, iniciou-se estudo e implantação da
Agrofloresta na região.
Com a Agrofloresta, o material vegetal preexistente é cortado e disposto de
forma ordenada e com arranjo definido no solo, sem a utilização de fogo. Ao
longo do tempo, há um manejo intensivo da vegetação, especialmente na poda e na
disposição do material podado no solo, criando o que se chama de ‘berços’.
Desta maneira, o aproveitamento da matéria orgânica pela vida do solo é ainda
maior que nas clareiras naturais. A água entra melhor na terra, com maior
aproveitamento. É nesta pequena faixa que se colocam as sementes, tubérculos ou
manivas. Ao longo do tempo, vão surgindo várias espécies de plantas por
regeneração natural.
Na agricultura convencional, essas espécies seriam eliminadas. Em uma
agrofloresta, procura-se manter, a cada etapa de sucessão, espécies adequadas às
situações de fertilidade do solo, conjunto de espécies companheiras ao redor e
luminosidade nos diferentes andares.
O resultado é a integração entre homem e natureza. “Consideramos ser essa a
agricultura ideal para o planeta, pois a convencional está destruindo e
desrespeitando o meio ambiente.
A nossa técnica trabalha a relação homem e natureza, pois os cultivos em
equilíbrio não se exaurem, mas colaboram entre si, mutuamente”, enfatiza
Lucilene Vanessa Andrade, agrônoma que integra a equipe técnica da
Cooperafloresta.
Com isso, na agrofloresta você está plantando e colhendo ao mesmo tempo e
regularmente gerando renda. O adubo vem da própria natureza; as podas feitas
corretamente deixam os raios de sol entrar e dão força para as verduras,
legumes, hortaliças, frutas crescerem. E o mais importante: tudo vai para as
próprias famílias por meio da comercialização coletiva.
“Vale ressaltar que as agroflorestas, conduzidas sob uma lógica agroecológica,
transcendem qualquer modelo pronto e incorporam a sustentabilidade quando se
desenham agroecossistemas adaptados ao potencial natural do lugar, aproveitando
os conhecimentos locais.
Assim sendo, não existe um modelo, e sim, princípios, fundamentos e práticas que
têm que ser adaptados a cada realidade”, finaliza a engenheira agrônoma Lucilene
Vanessa.
Resgate do conhecimento tradicional
“Buscamos articular o resgate do conhecimento tradicional, a geração de
pesquisas de forma participante à difusão dos ensinamentos técnicos para, com
isso, termos como resultado a geração de renda por meio da produção nas
agroflorestas. Mas, aliado a isso, resgatamos, em cada cultura presente na Mata
Atlântica, o valor pessoal para o enfrentamento da exclusão social”, enfatiza o
engenheiro agrônomo e técnico da Cooperafloresta, Nelson Eduardo Corrêa Netto.
Um exemplo, cita Corrêa Netto, são os Quilombolas, que têm seus conhecimentos
tradicionais, fundamentais para o desenvolvimento daquele solo em questão e das
suas culturas ancestrais. Para tanto, os processos de organização das famílias,
valorização dos seus sabores são fundamentais para o sucesso das Agroflorestas.
Sucesso da Agrofloresta é fruto de um processo continuado
“Diante da situação em que se encontravam as famílias agricultoras e quilombolas
do Vale do Ribeira, de exclusão resultante de um modelo agrícola concentrador e
gerador de graves impactos econômicos, sociais e ambientais, com poucas
perspectivas de superação, a adoção do modelo agroflorestal foi essencial para o
resgate das 120 famílias associadas”, lembra Nelson.
O sucesso do projeto, que proporciona, continuamente, ampliação significativa de
renda para as famílias associadas; diversidade de produtos para autoconsumo e
recuperação de 1 mil hectares (ha) dos recursos naturais demonstram o sucesso
dos sistemas agroflorestais desenvolvidos pela Cooperafloresta.
Para tanto, o processo continuado de organização, formação e assessoria técnica
para o desenvolvimento das agroflorestas, certificação participativa e
comercialização coletiva é de fundamental importância.
“Estamos em constantes estudos, prestando assessoria técnica, colaborando com o
desenvolvimento do processo como um todo. A sistematização das experiências
oportuniza um olhar qualificado para a tecnologia social, gerando referenciais
para serem socializados na perspectiva da sua multiplicação.
Para tal, estabelecemos parcerias com institutos de pesquisa e universidades,
que têm realizado estudos e pesquisas regulares”, enfatiza o técnico da
Cooperafloresta.
Prática agroflorestal também fortalece assentamentos de Reforma Agrária
Famílias agricultoras de assentamentos de Reforma Agrária, em diversos
municípios do Brasil, também estão sendo beneficiadas pela adoção dos Sistemas
Agroflorestais (SAFs) com apoio da Cooperafloresta.
Atualmente, cerca de 180 famílias agriculturas assentadas, distribuídas nos
municípios de Morretes, Antonina, Paranaguá, Serra Negra (Litoral do Paraná),
Lapa (grande Curitiba/PR), Ribeirão Preto e Apiaí (ambos em São Paulo) estão
tornando seus lotes em um modelo viável de produção alternativa à monocultura e
um exemplo de reforma agrária bem-sucedida.
Cada localidade com suas peculiaridades climáticas e socioeconômicas estão se
integrando em torno de um só objetivo: proteção e recuperação ambiental aliadas
ao resgate da dignidade de vida das famílias. “Para tanto, o trabalho é
detalhado, moroso, mas satisfatório”, diz Nelson Corrêia Netto.
“Apesar dos assentados já terem conhecimento sobre o respeito ao meio ambiente
em razão do engajamento na causa da Reforma Agrária, na maioria dos lotes, a
exemplo dos de Ribeirão Preto, as terras estão desgastadas pelo uso de
agrotóxicos, heranças deixadas pelo cultivo da cana de açúcar”, finaliza o
engenheiro agrônomo Nelson Eduardo Corrêa Netto.
“Hoje pra mim não tem outra forma de agricultura que não seja no sistema
agroflorestal, onde tem vida, fartura, diversidade, renda e ainda contribuímos
com meio ambiente”, ressalta Ademir Fernandes, do Assentamento Pantanal, membro
do Grupo Agroflorestal Gralha Azul /MST em Morretes, litoral do Paraná.
Tecnologia Social da Cooperafloresta está entre as três melhores do país
Trata-se do prêmio promovido pela Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social,
que na edição 2013 elegeu o projeto ‘Agrofloresta baseada na estrutura, dinâmica
e biodiversidade florestal’ um dos três melhores do Brasil, na categoria
“Comunidades Tradicionais, Agricultores Familiares e Assentados da Reforma
Agrária”. A edição deste ano teve 1.011 inscritos e, ao final, cinco categorias
definidas, com 15 projetos premiados.
A Cooperafloresta – Associação que atua com 120 famílias agricultoras e
quilombolas desde 2003 visando à adoção dos Sistemas Agroflorestais (SAFs) –
prática que promove a proteção e recuperação ambiental aliada ao resgate da
dignidade de vida dos seus associados – está entre os 15 projetos eleitos os
melhores do país, pela Fundação Banco do Brasil (FBB) de Tecnologia Social, que
atuam na transformação de comunidades.
Ao todo, foram 1.011 inscrições, o que resultou na definição de cinco
categorias, sendo três contemplados em cada uma delas. Os projetos passaram a
compor o Banco de Tecnologias Sociais da FBB em um cadastro online que dispõe as
soluções desenvolvidas e aplicadas por instituições para os mais diversos
problemas sociais.
A Associação dos Agricultores Agroflorestais de Barra do Turvo/SP e
Adrianópolis/PR (Cooperafloresta) ficou em segundo lugar na “Comunidades
Tradicionais, Agricultores Familiares e Assentados da Reforma Agrária”.
O prêmio nesta categoria foi decorrente do desenvolvimento da tecnologia social
‘Agrofloresta baseada na estrutura, dinâmica e biodiversidade florestal’.As
vencedoras foram escolhidas segundo critérios de inovação, interação com a
comunidade, poder de transformação social e potencial de reaplicabilidade.

In
MST
http://www.mst.org.br/node/15615
15/1/2014