quinta-feira, 31 de julho de 2014

A semana que anunciou solenemente a nova Guerra-fria


por M. K. Bhadrakumar

Se historiadores do futuro quiserem localizar com precisão o momento de
transição em que a era pós guerra-fria transmutou-se na nova Guerra-fria,
eles estão obrigados a examinar esta semana com atenção. A administração
Barack Obama está numa disposição triunfalista após o êxito, finalmente,
em alinhar os principais aliados europeus dos EUA – Reino Unido, França,
Alemanha e Itália – por trás da sua estratégia concertada para isolar a
Rússia da Europa e impor sanções contundentes contra ela.

Obama podia ter feito um emocionante discurso Cortina de Ferro esta semana
– se não fosse a grande bagunça na Líbia, Iraque, Síria, Afeganistão, et
al, e o horrendo massacre em Gaza que arruinou a sua própria reputação e,
além disso, não esquecer, ele é um Nobel e não se supõe que lance um grito
de guerra.

Ainda assim, o vídeo da teleconferência de Obama na segunda-feira com seus
homólogos europeus anunciando que o acordo sobre "medidas coordenadas de
sanção à Rússia" sugere sem qualquer dúvida que a era pós guerra-fria está
a acabar.

Dentro das próximas "12-48 horas" Bruxelas estará a anunciar novas sanções
contra Moscovo com base nos planos dos EUA que envolvem um vasto conjunto
de medidas destinadas a deixar a economia russa de rastos. Washington em
seguida anunciará suas próprias sanções contra a Rússia.

Espera-se que as assim chamadas sanções em Três Níveis atinjam
instituições financeiras, negócios de armas e tecnologia de exploração
energética da Rússia. Os bancos russos serão impedidos de apresentar novas
emissões de títulos ou acções nas bolsas europeias e haverá proibição de
transferir tecnologias sensíveis que poderiam ser utilizadas na perfuração
em mares profundos, na exploração do Árctico e na extracção do petróleo de
xisto. Também se espera que o embargo inclua uma proibição de futuros
negócios de armas com a Rússia.

Moscovo podia antever as chamadas sanções em Três Níveis e começou a
circular os vagões. Terça-feira passada o Presidente Vladimir Putin
efectuou uma reunião no Kremlin do Conselho de Segurança da Rússia, o mais
alto organismo de elaboração política sobre política externa e questões de
segurança. Putin fez um importante discurso na reunião cuja agenda era
inequivocamente discutir opções estratégicas da Rússia no novo clima de
Guerra-fria em todas as áreas das políticas nacionais – interna, externa,
poder militar e mesmo a "guerra de informação".

Disse Putin: "Nossas Forças Armadas permanecem o mais importante garante
da nossa soberania e da integridade territorial da Rússia. Reagirmos
adequadamente e proporcionalmente à aproximação da infraestrutura militar
da NATO em direcção às nossas fronteiras e não deixaremos de observar a
expansão dos sistemas de defesa de mísseis globais e os aumentos nas
reservas de armamento não nuclear de precisão... podemos ver claramente o
que está a acontecer: grupos de tropas da NATO estão claramente a ser
reforçados em estados da Europa Oriental, incluindo os dos Mares Negro e
Báltico. E a escala e intensidade do treino operacional e de combate está
em crescimento. É imperioso implementar todas as medidas planeadas para
fortalecer a capacidade defensiva da nossa nação plenamente e no prazo
certo". ( sítio web do Kremlin ).

Os acontecimentos desta semana quase eliminam quaisquer perspectivas
residuais de uma acomodação entre Washington e Moscovo. Igualmente, o
papel mediador da Europa – França e Alemanha em particular – também está a
desaparecer. A estimativa estado-unidense é de uma situação "vence-vence"
("win-win"), porque, como observou esta semana o académico Dmity Trenin,
da Carnegie, "Mesmo se nenhum líder pró ocidental substituir um Putin no
Kremlin... a Rússia sucumbirá a um outro período de perturbação, fazendo
com que se centre sobre si própria ao invés de criar problemas para
Washington".

Trenin apresentou o cenário com dureza: "Já não é mais a luta pela
Ucrânia, mas uma batalha pela Rússia. Se Vladimir Putin conseguir manter o
povo russo do seu lado, ele vencerá. Do contrário, uma outra catástrofe
geopolítica pode seguir-se".

Naturalmente, Trenin exagera. A avaliação da popularidade de Putin é o
dobro da de Obama. O povo russo admira Putin como um patriota e um líder
forte, ao passo que os americanos vêm Obama cada vez mais como um
incompetente não importando o assunto que manuseie.

Mas o perigo real está em outro lugar – nomeadamente, a comunidade
internacional pode ter de pagar um preço pesado pelo trabalho mal feito de
Obama no estabelecimento de uma nova Guerra-fria. Quando o Irão não pôde
ser intimidado por sanções, o que é que torna Obama e seus colegas
europeus tão confiantes em que um país muito mais poderoso como a Rússia
possa ser?

Será que o poder combinado dos EUA e dos seus aliados europeus basta para
redefinir a ordem mundial e isolar a Rússia a qual, a propósito, também é
uma ávida globalizadora (ao contrário da antiga União Soviética)?

Se a Europa não vai comprar petróleo russo e vai diversificar, o que
acontece ao mercado do petrolífero que também atende ao resto do mundo? O
que acontecer na verdade à própria recuperação económica da Europa se o
preço do petróleo disparar?

De modo bastante óbvio, quando a Rússia vê a NATO e a instalação de ABMs
como um desafio existencial, como pode isto reconciliar-se com o
estabelecimento de bases militares dos EUA-NATO no Afeganistão? Além
disso, se a Rússia é um adversário, por que deveria ela cooperar com os
EUA (e o Ocidente) sobre o Irão, a Síria ou o Iraque?

Onde é que tudo isto deixa os outros países importantes nos cantos não
ocidentais do mundo – Índia, Brasil ou China? Será que o Ocidente espera
que estes países cumpram o seu regime de sanções em Três Níveis? E se eles
não o fizerem?

Não, Sr. Trentin, o Sr. está errado. Isto não é realmente acerca do regime
na Rússia, isto é acerca da ordem mundial. Isto é acerca do sistema de
Bretton Woods e o desafio a ele que Putin encabeça, como evidenciou na
cimeira dos BRICS em Fortaleza.

Isto é o contra-ataque de Obama numa guerra de guerrilha, assustado acerca
do desafio crescente à supremacia do US dólar. A questão crucial é que,
sem a liberdade contínua para imprimir notas de dólar, a economia
americana está condenada.

O resto do mundo entende perfeitamente bem que a nova Guerra-fria é disto
que trata. Mesmo os europeus não são tontos, eles também compreendem o que
está a acontecer, como testemunha a sua grande relutância em isolar a
Rússia durante todas estas semanas e meses.

Quase certamente, não há ideologia aqui envolvida. Não é uma guerra sobre
socialismo ou terrorismo, nem é uma guerra intrinsecamente acerca da
Ucrânia ou da Rússia. Em termos claros, a nova Guerra-fria é acerca da
perpetuação da dominância global dos EUA.

Sem o sistema de Bretton Woods, sem a NATO, sem superioridade nuclear
sobre a Rússia, os EUA enfrentam a perspectiva ao longo do tempo de se
tornarem uma potência amplamente diminuída. Sem a liderança
transatlântica, fica reduzido ao que costumava ser antes da I Guerra
Mundial uma centena de anos atrás – uma influente potência regional no
Hemisfério Ocidental.

29/Julho/2014
O original encontra-se em
blogs.rediff.com/mkbhadrakumar/2014/07/29/the-week-that-ushered-in-new-cold-war/


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

31/Jul/14
http://www.resistir.info/crise/bhadrakumar_29jul14.html

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Guía para tumbar el capitalismo


Juan Luis Gallego

Sí, pero ¿cómo? Esa es la pregunta contra la que choca una y otra vez el
creciente rechazo del modelo capitalista actual. ¿Realmente es posible el
cambio? ¿Hacia dónde? ¿Qué puedo hacer yo?
Sí, pero ¿cómo? Esa es la pregunta contra la que choca una y otra vez el
creciente rechazo del modelo capitalista actual. ¿Realmente es posible el
cambio? ¿Hacia dónde? ¿Qué puedo hacer yo? El informe “Reflexionando sobre las
alternativas” es, probablemente, el más serio intento de dar una respuesta
elaborado hasta ahora. Obra del Seminari D´Economia Crítica Taifa –un grupo de
economistas, pero no solo, descontentos con el enfoque económico dominante en
las universidades actuales, “completamente monopolizadas por la corriente de
pensamiento neoclásico y neoliberal”-, el estudio, de casi 300 páginas, es el
fruto de años de trabajo afrontados con una vocación práctica y realista, “sin
sueños falsos”. Es una propuesta para avanzar, dicen sus autores, “aquí y
ahora”. No para poner parches al sistema actual.
Una reforma fiscal, una banca ética o una disminución de la jornada laboral, por
ejemplo, son instrumentos, pero no constituyen una alternativa. De lo que se
trata es de “subvertir la sociedad existente”, cuestionando su base, “el
capitalismo”. Y, además, con una vocación integradora, capaz de vehicular hacia
el mismo objetivo a todos los que compartan el fin último, sea cual sea su
prioridad: si uno quiere salvar ballenas mientras otros luchan contra los
desahucios, perfecto; probablemente ambos acabarán encontrándose al final del
camino. Eso sí, en el proceso los métodos son tan importantes como el objetivo:
debe ser una lucha de abajo a arriba, con procesos de toma de decisión
colectivos y sin jerarquías.
Es tal su intención de realismo que los economistas de Taifa advierten de que,
probablemente, nunca llegaremos a esa sociedad ideal –“utópica”, dicen-, pero no
hay más remedio que avanzar hacia ella “porque la peor opción es continuar con
lo que existe”. Y, además, es obligado hacerlo en una lucha condicionada por la
realidad actual, en la que los que queremos el cambio “no tenemos el poder” y
los partidos políticos y los sindicatos, si bien han jugado un papel fundamental
en determinados contextos históricos, ahora son “agentes muy debilitados del
cambio social”.
Hay, por tanto, que vencer al capitalismo desde el capitalismo, con las
contradicciones que eso conlleva. Este artículo no es más que un resumen de ese
trabajo, un intento por definición simplista de compendiar en unas pocas ideas
lo que, a todas luces, constituye un camino hacia la esperanza y una invitación
a la lucha.
1 El punto de partida
El informe de Taifa parte de la base de que “el capitalismo en el que vivimos
supone básicamente una sociedad injusta y depredadora, que ha fracasado
socialmente, ha hecho colapsar la idea de democracia y se ha manifestado
inviable ecológicamente”. No caben, por tanto, “medidas parciales, con
instrumentos paliativos y de reforma que aligeren las injusticias y
desigualdades que engendra la dinámica de acumulación propia del capitalismo,
con intentos de racionalizarla o humanizarla”.
2 El objetivo
La sociedad alternativa –La Alternativa, como la bautiza Taifa- hacia la que se
debe caminar sería, por el contrario, “justa y armoniosa entre las personas y
respetuosa del medio natural” y eso implica “no capitalista”. Y, de momento,
dice el informe, no hace falta definir más. No es necesario “un plan elaborado
previamente, como si fuese un mapa de carreteras (…), ya que ello supone
entenderla como algo que se puede elaborar desde fuera del cuerpo social”.
3 Definición
“Consideramos sociedades alternativas –afirma el estudio- aquellas económica y
socialmente justas, democráticas y ecológicas, y en las que las personas puedan
vivir desarrollando toda la capacidad que tiene el ser humano para una vida
plenamente satisfactoria y digna, en sociedades construidas con su plena
participación”. Las palabras ‘socialista’ o ‘comunista’, dicen, han quedado tan
degradadas que no sirven como definición.
4 Criterios mínimos
Aunque es imposible dibujar todos los elementos que deben configurar la nueva
sociedad, que, de hecho, se irá formando en “un proceso de transformación
llevado a cabo continuada y permanentemente por la actuación de los grupos
sociales”, sí es cierto que debe reunir unos requisitos mínimos.
4.1. Un régimen de producción comunitario; que no explote a las personas ni
derroche recursos. La producción no se orientará al beneficio privado ni al
mercado, sino “a satisfacer las necesidades materiales básicas de la población
y, en tanto en cuanto sea posible, sus deseos”. No puede existir la explotación
de unas personas por otras, sino la cooperación común, lo que implica que la
gestión empresarial debe recaer en el conjunto de los trabajadores “con igual
capacidad de decisión entre ellos para las decisiones estratégicas”.
4.2. Un sistema de propiedad colectivo, comunal, no privado. Se trata de apostar
por la autogestión y, además, planificada. “Evidentemente eso no significa que
todo lo que existe en la sociedad deba ser de propiedad colectiva”. Una sociedad
austera, que aprovecha bien los recursos, pero también “del buen vivir”, dentro
del nivel de riqueza disponible. “Con crecimiento selectivo, seguramente no hace
falta tanta inversión, ni trabajar tanto”.
4.3. Un sistema de distribución equitativo, de forma que el acceso a los bienes
que satisfacen las necesidades básicas esté asegurado (aunque no se trabaje). No
se puede tolerar la pobreza. Todos tenemos derecho a vivir dignamente. Hablamos
del derecho a una renta básica que cubra las necesidades fundamentales, un
derecho incondicional que no está sujeto a ninguna otra consideración más que la
de ser miembro de dicha sociedad. “Esto no debe ser obstáculo alguno para que
las personas que deseen trabajar puedan ejercer actividades remuneradas según el
sistema que socialmente se establezca”.
4. 4. Que los procesos de transformación se inicien desde la base, de abajo
hacia arriba. Y que la gestión del poder sea horizontal: igualitaria,
participativa, abierta, democrática, plural y no jerárquica.
4. 5. Que su sistema de valores y afectos proponga y potencie el bien común. El
bienestar social y colectivo es prioritario, pero el individual también es
importante. Una advertencia: no se pueden realizar transformaciones radicales
sin transformar también bastantes aspectos individuales: nuestras ideas, el
régimen de vida cotidiana, las relaciones sociales, cierto tipo de
satisfacciones a favor de otras renovadas, la relación con la naturaleza…
5 Papel del Estado
Taifa prefiere, en este informe, no decantarse ni por quienes apuestan por la
destrucción del Estado, ni por quienes creen que, de una forma u otra, tiene que
existir un ente similar que institucionalice el poder. Pero asegura: “Es muy
difícil plantearse que el poder pueda desaparecer totalmente, pero es importante
diluirlo al máximo para evitar su concentración y su consiguiente deriva
autoritaria y burocrática. Por ello, es necesario e imprescindible tener un
concepto del poder desde abajo, iniciar el cambio desde los colectivos de base”.
6 La violencia
No rehúye el informe un posicionamiento sobre la validez de la violencia en este
proceso hacia La Alternativa. “Desearíamos que fuera de carácter pacífico, pero
dudamos de que el poder claudique sin violencia. De hecho, el capitalismo ha
forjado su historia a base de millones de muertos. Nos parece imposible prever
ahora, en las circunstancias actuales, cuáles podrán ser los medios de ataque y
las respuestas que se podrán diseñar ante el uso de la violencia por el poder.
Pero es importante no ignorar que esto va a suceder”.
En algunos lugares la utopía ya ha comenzado:
Coop57
Actividad: cooperativa de servicios financieros.Localización: nacida en
Cataluña, cuenta con centros en Madrid, Aragón, Andalucía y Galicia. Socios: 540
entidades y 2.500 personas. Año de constitución: 1996. Web: www.coop57.coop
“La motivación principal de los socios y de las socias colaboradores no es el
afán de lucro, sino el convencimiento de que hay que controlar el destino de
nuestros ahorros para, por una parte, superar la paradoja de poder estar
contribuyendo a financiar iniciativas contradictorias con nuestros propios
principios éticos y solidarios y, por otra, contribuir a vehicular recursos
financieros a proyectos económicos que transformen la realidad acorde a los
principios de la economía”. Así explica la web de Coop57, en su apartado de
Preguntas Frecuentes, las razones de quienes en ella participan. Tratemos de
explicar cómo funciona.
Se trata de una cooperativa que gestiona el dinero de sus socios. No renuncia a
ganar dinero, todo lo contrario -ofrece hasta un 2% de interés a los depósitos
fijos-, pero su actividad se rige por una serie de principios irrenunciables:
coherencia; compatibilidad entre el rendimiento financiero y el social;
participación; transparencia y solidaridad. En la práctica, eso significa que el
dinero solo se destina a créditos -no hay inversiones en Bolsa, ni especulación,
ni compras de deuda pública…- de empresas o asociaciones de “economía social y
solidaria”; que, además, tienen que ser socios de Coop57.
Para eso, para ser socio, basta con aportar 300 euros si eres una persona física
o algo más de 900 si se trata de una entidad. Pero no es una aportación a fondo
perdido; Coop57 no es una ONG. Ese dinero forma parte del capital social de la
cooperativa y, además de rentar, puede ser retirado en cualquier momento. Pero
no solo sabes adónde va, sino que, además, eres uno de los que interviene en la
toma de decisiones. Mueven ya más de 16 millones de euros con solo 10
trabajadores.
Conservatorio de Santiago
Nombre: Conservatorio Histórico de Santiago de Compostela. Concepto: empresa
‘recuperada’, constituida ahora en cooperativa. Año de constitución: 2005.
Número de socios: cinco. Web: www.conservatoriodesantiago.com
El Conservatorio Histórico de Santiago es, ahora, una empresa ‘recuperada’, es
decir, una institución ‘tomada’ por sus trabajadores después de que quienes
fueron sus dueños durante años decidieran cerrarla. Ocurrió en el curso
2004-2005. La Real Sociedad Económica de Amigos del País, dueña entonces del
centro, decidió que, ante la proliferación de conservatorios públicos, el suyo
había dejado de tener sentido. Seis profesores, algunos con más de 30 años de
trabajo en el Conservatorio, se negaron entonces a aceptar sin más el vacío que
se les venía encima. Se constituyeron en cooperativa, invirtieron 18.000 euros
cada uno de la indemnización recibida y volvieron a las aulas cuando tocaba, sin
ningún parón, tras aprovechar el verano de ese año para acondicionar, brocha en
mano, un edificio histórico pero vetusto.
La existencia, desde entonces, es “muy complicada”, según reconoce a Números
Rojos la directora del conservatorio, Esther Sobral. Sin subvención alguna, a
pesar de impartir la enseñanza oficial, a sus socios, ahora cinco, no les ha
quedado más remedio que trabajar mucho y ganar poco para mantener el centro, en
el que dan trabajo a otra docena de personas y enseñan música a más de un
centenar. De todas las edades, porque esa es una característica del centro de la
que su directora se enorgullece: en un alarde de innovación frente a la
dificultad, han diseñado desde cursos para mayores hasta música para
embarazadas, clases de piano en inglés o programas de formación para
profesorado. “Somos un centro único en el mundo -dice Sobral-, porque ofrecemos
enseñanza musical en todas las etapas de la vida”.
La segunda parte de esta Guía anticapitalista se publicará el próximo miércoles
6 de agosto.

In
Kaosenlared
http://www.kaosenlared.net/component/k2/93056-guía-para-tumbar-el-capitalismo-1-2
30/7/2014

segunda-feira, 28 de julho de 2014

El movimiento de autogestión obrera en Argentina




Carlos Ghioldi



Intervención desde “La Toma” en el XI Congreso Argentino de Antropología
Social




Estimados compañeros y compañeras:
Muy buenas tardes.
- En primer lugar, tenemos que decir que en aquellos años (1998 a 2001) decenas
de miles de empresas presentaban concurso de acreedores o quiebras
cotidianamente. Tanto, que hasta los programas de radio tenían un micro en el
cuál (así como ahora se informa el estado de las rutas o las calles) se
informaba cuántas empresas habían ido a quiebra o presentado concurso de
acreedores en la semana... Esto implicaba decenas de miles de trabajadores en la
calle y el aumento descomunal e inédito que tuvo la desocupación en aquél
tiempo...
En ese marco, la lucha por los puestos de trabajo de los empleados de
supermercado tigre es parte de las centenas de empresas que los trabajadores
ocuparon y pusieron a producir como respuesta a la descomunal agresión de las
patronales.
- La ocupación del supermercado tigre por sus empleados como medida de lucha por
los puestos de trabajo surge como resultado de la orientación de un movimiento
sindical que hoy es la Comisión Gremial.
- Al revés de la mayoría de los casos de ocupación obrera (salvo BAUEN, IMPA y
algún otro) en La Toma se mantiene la situación de conflicto abierto como el
primer día desde hace trece años (!!!)... Sigue siendo un conflicto laboral en
curso, ya que sectores del poder judicial, respondiendo a los intereses de las
patronales supermercadistas de Rosario que también son propietarios de las más
grandes inmobiliarias y constructoras de edificios de la región, nos ha
mantenido una guerra implacable y sin descanso desde el primer minuto de la
ocupación.
- Mediante la solidaridad y la movilización popular hemos resistido y hasta
logramos 2 leyes de expropiación votadas unánimemente en la Legislatura de Santa
Fe (en 2004 y en 2008) pero que la justicia ha declarado inconstitucionales
manteniendo la orden de desalojo vigente y abriendo procesos penales contra
nosotros...
- Hace dos o tres años el conflicto de La Toma ha recrudecido de manera muy
fuerte... Hemos comenzado a soportar un feroz hostigamiento y una ofensiva total
para lograr nuestro encarcelamiento y el desalojo del lugar...
¿Por qué se produce esto?
A nuestro entender tiene que ver con dos cuestiones:
1- Por un lado, que nuevos y poderosos actores se sumaron a la campaña contra
nuestra existencia, esto a raíz de nuestra participación y solidaridad activa en
las luchas contra los abusos y atropellos de las patronales de la zona de
Rosario... Los “dueños” de la ciudad, sus comerciantes estrellas han apretado
fuertemente en la persecución y el intento de desalojo. Por ello en los últimos
tiempos y en manera veloz la Justicia nos procesó en causas durísimas de forma
arbitraria, nos rechazaron las apelaciones y la Cámara Penal nos condenó a ser
juzgados por delitos que jamás cometimos, junto con esto, un anuncio de la Corte
Suprema hace a un inminente desalojo contra La Toma que desde ya desconoceremos
y rechazaremos...
Además del ataque empresario-judicial, muchos alcahuetes (que nunca faltan)
desde sectores mediáticos, sociales y sindicales se han sumado entusiastamente a
la tarea de atacarnos y buscar aislarnos para facilitar el desalojo.
(Por ello ayer en el Foro de Trabajadores hubo tantas protestas de parte de las
conducciones sindicales cuestionando nuestra presencia en el XI CAAS, o tantos y
tantos que antes se sacaban fotos con nosotros ahora ni nos saludan o cuando nos
ven por la calle se ponen pálidos y hasta casi se orinan de miedo... El
compañero Mario Hernández que también militó en la Dictadura sabrá que ese
fenómeno de temor no es nuevo)
2- Creemos que además, existe una creciente corriente de opinión entre sectores
empresariales, políticos, mediáticos y sociales que consideran que las empresas
ocupadas son un “mal ejemplo” y que debe ser erradicado de raíz. Un ejemplo de
ello es la política del grupo Clarín contra los trabajadores del BAUEN...
En este marco y en esta situación queremos desarrollar cuál ha sido nuestra
forma de resistencia.
NUESTRA POLÍTICA:
1- Definimos que no somos una empresa recuperada, sino un establecimiento puesto
en funcionamiento por sus propios trabajadores. No es una cuestión semántica, ya
que de la conducta empresarial de obtención de lucro y multiplicación del
capital a cualquier costo no queremos “recuperar” nada, queremos nuestro puesto
de trabajo y ganar un ingreso por nuestra tarea.
2- Para contrarrestar la ofensiva empresarial y judicial el lugar debe estar al
servicio de todos los sectores obreros y populares... Debe ser un
establecimiento (como dice la propia ley) de “utilidad pública”... Esto lo
entendemos de manera que el establecimiento debe ser “apropiado” por el conjunto
de organizaciones populares de forma pluralista. Por ello en el lugar hoy
funcionan y tienen su sede: (los leemos para no olvidarnos de nadie)
-Subsecretaria de Economía Solidaria de Municipalidad de Rosario- ANSES (punto
de contacto) -Mesa Coordinadora de Jubilados – Las Safinas – APDH – Familiares
de Detenidos Desaparecidos – Cooperativa Sattva – Cooperativa Cajonardi –
Cooperativa Engranajes – Fundación Si – Fundación MAS – CEFMA – Asociación
Argentina de Actores – El Puente (psicólogos en La Toma) – Sindicato de
Guardavidas – Galería de Arte LA TOMA /Escuela de Bellas Artes UNR – Comedor
Universitario y Popular – Librería Obrera Federico Engels – Cooperativa de
Victimas Violencia de Género – INGENAR – Organización “Sin Barreras” - Pañuelos
en Rebeldía – Radio Popular Che Guevara – CEPETEL – Cursos de Formación
Profesional UNR-Municipalidad de Rosario – Centro Cultural de La Toma –
Cooperativa de Cartoneros...
Son éstas organizaciones quiénes hoy comparten el espacio con la cooperativa
“Trabajadores Solidarios en Lucha” en poner en funcionamiento el establecimiento
que popularmente se conoce como LA TOMA.
3- Promovemos la movilización permanente en defensa de los puestos de trabajo.
Por ello impulsamos el desarrollo cultural y la reflexión de los trabajadores en
lucha.
4- Unimos nuestro futuro a la lucha y organización de nuestra clase obrera.
Somos parte de ella. Más allá de la actividad comercial y productiva que
desarrollemos de la mejor manera posible, nuestra tarea es ayudar a organizar,
dar espacio, apoyo o lo que sea, a nuestros hermanos de clase en lucha...
5- Junto a éstos postulados de política gremial apostamos a una autogestión lo
más democrática y participativa posible. Desarrollamos un funcionamiento
asambleario, con distribución igualitaria del fondo de lucha y promovemos la
militancia a través del voluntariado.
6- Por ello nos enfocamos en dos frentes de trabajo y su forma organizativa
correspondiente:
× El frente de política gremial que orienta nuestra lucha. En el cuál llevamos
adelante todas las políticas que permiten nuestra resistencia contra la ofensiva
judicial y patronal, así como nuestra vinculación con los demás sectores obreros
y populares.
× El de gestión y administración. En el cuál se fijan las tareas, se administra
el funcionamiento cotidiano de las secciones. En el cuál se tratan las tareas
laborales diarias.
Es importante destacar que apostamos a la autogestión lo más democrática y
participativa posible ya que no consideramos conveniente que la parte de
orientación política se involucre e imponga su autoridad para el funcionamiento
cotidiano. Aunque esto reste ejecutividad, reste eficiencia en las decisiones
correctivas, nos permite mantener el estado de voluntad de resistencia colectiva
los más integro ante las agresiones patronales y de manera separada del desgaste
y el roce de la gestión cotidiana....
Por supuesto es una complicación mayor en la toma de decisiones pero para
nosotros políticamente es más correcto: mantiene el tema de la lucha contra el
ataque patronal y busca involucrarnos a todos los compañeros en la
administración de la “cosa colectiva”... No es fácil, no es sencillo, pero así
estamos resistiendo y a pesar de ataques, procesamientos, amenazas, censura
mediática, boicots y vacíos organizados desde sectores que puedan sorprender (o
no tanto) Estamos como la película “duros de matar”...
Un cosa más para finalizar. Agradecer al compañero Mario Hernández que hizo
posible y batalló para que ahora estemos aquí presentes y hacemos notar que al
recrudecer el conflicto en la nueva etapa que estamos transitando, cuando muchos
intelectuales y académicos locales nos cortaron el rostro y se sumaron al boicot
patronal (por miedo no más) fue el compañero Mario que nos acercó al CIET de la
Universidad de Rosario y nos conectó con compañeros de distintas instituciones
de Buenos Aires para que se solidaricen con nuestra causa.
Fraternales saludos proletarios a todas y todos.
Rebelión ha publicado este artículo con el permiso del autor mediante una
licencia de Creative Commons, respetando su libertad para publicarlo en otras
fuentes.

In
Rebelión
http://rebelion.org/noticia.php?id=187781
28/7/2014

Intenção velada de a Alemanha integrar os Brics assusta os EUA


Por Carl Edgard, com agências internacionais - de Nova York, EUA, Moscou e São
Paulo Tweetar

Merkel e Putin, em recente encontro durante reunião de cúpula da União
EuropeiaOs piores pesadelos do presidente Barack Obama têm ganhado forma, em uma
velocidade com a qual ele não contava, no front financeiro. Uma análise do
doutor em Estatística Jim Willie, PhD na matéria pela Carnegie Mellon
University, nos EUA, afirma categoricamente que a Alemanha está prestes a
abandonar o sistema unipolar apoiado pela Organização do Tratado Atlântico Norte
(Otan) e os EUA, para se unir às nações dos Brics, o grupo que reúne Brasil,
Rússia, Índia, China e África do Sul, razão pela qual a agência norte-americana
de espionagem NSA ampliou suas escutas à lider germânica Angela Merkel e
terminou flagrada por agentes do serviço secreto alemão, após as denúncias do
ex-espião Edward Snoden. Em entrevista ao blogueiro Greg Hunter, editor do USA
Watchdog, Willie afirmou que a verdadeira razão por trás do recente escândalo de
espionagem da NSA, visando a Alemanha, é o clima de medo que ronda o governo
norte-americano de que as potências financeiras da Europa estejam procurando
fugir do inevitável colapso do dólar.
Editor de um boletim financeiro a partir de Pittsburg, no Estado norte-americano
da Pensylvania, Jim Willie afirma que o apoio dos EUA à Ucrânia e as
consequentes sanções impostas à Rússia integram o esforço dos EUA de tentar
segurar o êxodo europeu no campo econômico e político, em nível mundial. “Aqui
está a grande consequência. Os EUA, basicamente, estão dizendo à Europa: você
tem duas opções aqui. Junte-se a nós na guerra contra a Rússia. Junte-se a nós
nas sanções contra a Rússia. Junte-se a nós nas constantes guerras e conflitos,
isolamento e destruição à sua economia, na negação do seu fornecimento de
energia e na desistência dos contratos. Junte-se a nós nessas guerras e sanções,
porque nós realmente queremos que você mantenha o regime do dólar. (Em
contrapartida, os europeus) dizem que estão cansados do dólar… Estamos
empurrando a Alemanha para fora do nosso círculo. Não se preocupem com a França,
nem se preocupem com a Inglaterra, se preocupem com a Alemanha. A Alemanha tem,
no momento, 3 mil empresas fazendo negócios reais, e elas não vão se juntar às
sanções”.
Willie continua: “É um jogo de guerra e a Europa está enjoada dos jogos de
guerra dos EUA. Defender o dólar é praticar guerra contra o mercado. Você está
conosco ou está contra nós?”. Quanto à espionagem da NSA sobre a Alemanha,
Willie diz: “(Os espiões norte-americanos) estão à procura de detalhes no caso
de (os alemães) passarem a apoiar a Rússia sobre o ‘dumping’ ao dólar. Eu penso,
também, que estão à procura de detalhes de um possível movimento secreto da
Alemanha em relação ao dólar de união aos Brics. Isto é exatamente o que eu
penso que a Alemanha fará”.
Willie calcula que, quando os países se afastarem do dólar norte-americano, a
impressão de dinheiro (quantitative easing, QE) aumentará e a economia tende a
piorar. Willie chama isso de ‘feedback loop’, e acrescenta: “Você fecha o
‘feedback loop’ com as perdas dos rendimentos causados pelos custos mais
elevados que vêm da QE. Não é estimulante. É um resgate ilícito de Wall Street
que degrada, deteriora e prejudica a economia num sistema vicioso
retroalimentado… Você está vendo a queda livre da economia e aceleração dos
danos. A QE não aconteceu por acaso. Os estrangeiros não querem mais comprar os
nossos títulos. Eles não querem comprar o título de um banco central que imprime
o dinheiro para comprar o título de volta! A QE levanta a estrutura de custos e
causa o encolhimento e desaparecimento dos lucros. A QE não é um estímulo. É a
destruição do capital”.
Na chamada “recuperação” a grande mídia tem batido na mesma tecla durante anos,
Willie diz: “Os EUA entraram em uma recessão da qual não sairão até que o dólar
tenha desaparecido. Se calcular-mos a inflação corretamente… Veremos uma
recessão monstro de 6% ou 7% agora. Não creio que a situação melhore até que o
dólar seja descartado. Portanto, estamos entrando na fase final do dólar”.
“Você quer se livrar de obstáculos políticos? Vá direto para o comércio e
negócios. Por que é que a Exxon Mobil continua realizando projetos no Ártico e
no mar Negro (na Crimeia) com os russos e suas empresas de energia? Nós já temos
empresas de energia dos Estados Unidos desafiando nossas próprias sanções, e
mesmo assim estamos processando os bancos franceses por fazerem a mesma coisa.
Isso é loucura. Estamos perdendo o controle”, aponta.
Um mundo
não norte-americano
No Brasil, a cúpula realizada em Fortaleza, na semana passada, durante a qual
foi criado o Novo Banco de Desenvolvimento, chamou a atenção do mundo para o
próprio projeto de desenvolvimento do bloco, bem como para o papel da China e da
Rússia nesta organização. O vice-diretor do Instituto de Estudos do Extremo
Oriente da Academia de Ciências da Rússia, Serguei Luzyanin, anda em paralelo à
linha traçada por Willie. Leia, adiante, a entrevista que Luzyanin concedeu à
agência russa de notícias VdR:
– Foi referida a criação do embrião “de um mundo não norte-americano”. Porque é
que os BRICS não gostam da América do Norte?
– A cúpula brasileira ficou para a história enquanto o mais fértil encontro do
“quinteto” – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A sua fertilidade não
ficou apenas patente na criação de instrumentos financeiros – o Banco de
Desenvolvimento e Arranjo Contingente de Reservas – mas, sobretudo, no nível de
empenho dos líderes dos Brics – no auge da Guerra Fria 2.0, quando os
norte-americanos tentam esmagar qualquer um que age à revelia das
“recomendações” de Washington – em criarem o seu embrião “de um mundo não
norte-americano”. No futuro, outros projetos poderão estar ligados ao
desenvolvimento dos Brics, como a Organização de Cooperação de Xangai (RIC). O
importante é que, de fato, existe a concepção “de um mundo não norte-americano”
que se desenvolve ativamente e de forma concreta. Os Brics parecem prestes a se
tornar o epicentro deste novo fenômeno. Não é preciso ser um político habilidoso
para sentir que os povos e as civilizações dos países em vias de desenvolvimento
estão cansados de “padrões norte-americanos” impostos. Aliás, padrões para tudo,
economia, ideologia, forma de pensar, os “valores” propostos, vida interna e
externa, etc. O mundo inteiro viu pela TV o aperto-de-mão dos cinco líderes dos
Brics, ao qual, passado uns dias, se juntou praticamente toda a América Latina.
É discutível se, neste impulso comum, existiu uma maior dose de contas
pragmáticas ou de solidariedade emocional, mas, uma coisa é certa, nele não
houve qualquer amor pela América do Norte. E isso ainda é uma forma polida de
colocar as coisas.
– E quanto à adesão da Argentina, quem, no Sul, irá “apoiar” os EUA?
– Para a Índia os Brics são uma oportunidade de reforço na Ásia Austral e de
desenvolvimento econômico fora da alçada da Ocidente. A motivação regional é
conjugada com expectativas financeiras e tecnológicas que unem a África do Sul e
o Brasil. No futuro, o “segmento” latino-americano poderá ser reforçado. Muitos
peritos esperam que o “quinteto” seja alargado através da adesão da Argentina ao
projeto. Ultimamente tem existido um desenvolvimento fulgurante das relações
bilaterais da Rússia e da República Popular da China com países da América
Latina, em setores como o tecnológico-militar, comercial, de investimento e
energético. Neste quadro, as visitas em Julho de Vladimir Putin e de Xi Jinping
marcaram o tendencial círculo de potenciais aliados dos Brics, nomeadamente
Cuba, Venezuela, Nicarágua, Argentina, entre outros. Como é sabido,
geograficamente, a America Latina “apoia”, a partir do Sul, os EUA. O reforço
dos Brics, nessa zona sensível para os norte-americanos, é um trunfo adicional
para o mundo em vias de desenvolvimento.
– Relativamente à “descoberta” muçulmana dos BRICS. Como será a
institucionalização?
– Também se estuda o prolongamento dos Brics da direção do Islã, onde também
existe descontentamento face ao domínio norte-americano. Espera-se que, após a
entrada da Argentina, a fila de adesão aos Brics seja engrossada pelo maior, em
termos de população, país muçulmano do mundo (cerca de 250 milhões), ou seja, a
Indonésia. Ela, seja pela sua ideologia, seja pela ambições, nasceu para aderir
ao projeto e assim fechar a região do Sudeste Asiático. O novo governo indonésio
confirma a sua intenção de desenvolver o relacionamento com os Brics. A entrada
da Indonésia encerrará a “corrente regional” que englobará as principais regiões
do mundo. Além disso, cada um dos países dos Brics irá representar a “sua”
região, tornando-se no seu líder informal. Brasil a América Latina, RAS a
África, Rússia a Eurásia, China o Nordeste da Ásia, Indonésia o sudeste
asiático. Os futuros cenários de desenvolvimento do projeto poderão ser
diversos. Mas um deles já é atualmente equacionado e de forma bastante concreta.
Num futuro próximo, os líderes dos BRICS deverão trabalhar no sentido da
institucionalização do projeto, nomeadamente através da criação de um fórum de
membros permanentes (atualmente são cinco Estados), e um fórum de observadores e
de parceiros de diálogo.
– Há alguma chance de os EUA dialogarem?
– É possível que, com tempo, os EUA sejam obrigados a dialogar com os Brics.
Porém, não parece ser algo que venha a ter lugar num futuro próximo. Hoje o
projeto está em ascensão. Ele combina, organicamente, as vantagens de diversas
civilizações, economias e culturas políticas. Aqui não existem imposições nem
domínios de um só país. É claro que existem incongruências, algumas
“divergências e visões diferentes quanto à concretização de alguns projetos
internacionais. Mas não são diferendos estratégicos. Trata-se de questões
objectivas, que surgem, normalmente, nas relações internacionais do mundo
político. Os Brics acabam por ser o reflexo bastante preciso do nosso mundo
multifacetado e bastante complexo.
diçõesRSS

In
Correio do Brasil
http://correiodobrasil.com.br/destaque-do-dia/intencao-velada-de-a-alemanha-integrar-os-brics-assusta-os-eua/718707/
27/7/2014

sábado, 26 de julho de 2014

A ascensão e a queda do sul global


por Prabhat Patnaik [*]

Foi pintado um quadro da globalização que é como se segue: os salários
reais no sul são muito mais baixos do que no norte, uma vez que o sul está
sobrecarregado com grandes reservas de trabalho. Num mundo onde o capital
é móvel, ainda que o trabalho não o seja, o capital do norte mudará a
localização da sua actividade produtiva do norte para o sul, para
aproveitar destes salários baixos, a fim de atender à procura global.
Ainda que o capital do norte não se mova para o sul, capitalistas locais
no sul que têm acesso (ou possam obter acesso) a tecnologias de produção
de vanguarda num grande número de sectores, podem produzir no sul a fim de
atender a procura global. Eles podem assim fazer com êxito devido aos
baixos salários do sul, desde que não haja barreiras para o fluxo de bens
e serviços do sul para o norte. Uma vez que "globalização" implica a
ruptura de barreiras ao livre fluxo de bens e serviços e de capital,
incluindo aquele na forma financeira, segue-se que a era da globalização é
a era da emergência do sul, de uma difusão maciça do "desenvolvimento",
dentro da ordem capitalista mundial, do norte para o sul, pela que
desaparecerá a dualidade historicamente observada da economia mundial.

Durante algum tempo este prognóstico parecia justificado. A China registou
enormes taxas de crescimento com base no aumento de exportações. A Índia
testemunhou um aumento significativo em exportações do sector de serviços
e também alcançou taxas de crescimento impressionantes, em comparação
aquelas muito mais baixas na era dirigista pré liberalização pareciam
insignificantes. A ascensão nos preços das commodities primárias, causada
entre outras coisas pelo aumento da procura de uma economia chinesa em
rápido crescimento, ajudou a África e a América Latina a registarem também
taxas de crescimento expressivas. Com a globalização parecia que havia
chegado o "momento" do sul. E o capital financeiro internacional
publicitou este tema da difusão do "desenvolvimento", uma vez que ele
"legitimava" a globalização, pintando-o numa luz extraordinariamente
favorável como uma ruptura com todas as dicotomias passadas.

Este prognóstico também tinha um corolário: o sul já não precisava de se
preocupar acerca do seu próprio mercado interno, nem acerca da
distribuição igualitária de activos entre o seu povo, acerca de reformas
agrárias, acerca da elevação do padrão de vida da sua população. Ficar
"aberto" a fluxos de bens e serviços e de capital era tudo o que
importava, uma vez que automaticamente asseguraria crescimento e elevaria
o padrão de vida da população, se não imediatamente pelo menos ao longo do
tempo – mas nenhuma estratégia de expansão do mercado interno era
realmente necessário. Ao contrário, se o sul executasse reformas
estruturais para uma distribuição igualitária de activos e rendimentos,
então a inquietação social resultante poderia mesmo afastar a entrada do
capital global e privá-lo da oportunidade de crescimento que a
globalização havia aberto. O que havia a fazer, em suma, era evitar
quaisquer reformas igualitárias e simplesmente acalentar o neoliberalismo,
uma conclusão que ia tão directamente contra toda a tradição teórica que
havia emergido das correntes "nacionalistas" e leninistas que, por algum
tempo, aquelas correntes teóricas pareceram fora de moda e obsoletas.

CENÁRIO ALTERADO

Este cenário foi completamente alterado. A crise que em 2007 afundou o
mundo capitalista avançado propagou-se agora ao sul, com taxas de
crescimento tanto na China como a Índia a desacelerarem notavelmente. E
além disso o velho mecanismo de estímulo ao crescimento dentro da
globalização parece ter chegado ao seu fim, levando as economistas
sulistas a um beco sem saída.

Isto era de esperar. Se o estímulo ao crescimento de uma economia decorre
basicamente da sua capacidade de exportar para o mercado mundial, então a
taxa de crescimento da procura mundial terá uma influência importante
sobre a sua taxa de crescimento. A recessão mundial, não
surpreendentemente, atingiu as economias do sul, incluindo a China e a
Índia – e as suas taxas de crescimento também vieram abaixo.

Mas levanta-se aqui uma questão: uma vez que os salários sulistas
continuam a ser consideravelmente mais baixos do que os do norte, por que
o processo de "difusão" de actividades não deveria, ainda que sob a égide
do capital metropolitano ou de produtores internos, continuar em plena
força, de modo a que a taxa de crescimento nos países de baixos salários
não afectasse a taxa de crescimento da procura mundial? Por outras
palavras, por que a taxa de crescimento da economia mundial não deveria
afectar exclusivamente os países de altos salários e excluir aqueles de
baixos salários dos seus efeitos destrutivos, até que as diferenças
salariais na economia mundial tivessem desaparecido?

A resposta a esta pergunta repousa na própria natureza da globalização. A
globalização não provocou a transferibilidade de todas as actividades de
todas as actividades, mas apenas de algumas. Em particular, ela realmente
fortaleceu o monopólio do capital metropolitano sobre tecnologias de
vanguarda num grande número de sectores, acima de tudo através da
institucionalização global de um regime de Direitos da Propriedade
intelectual. Isto significa que naqueles sectores onde o capital
metropolitano não pretende localizar suas unidades de produção no sul, os
produtores locais no sul não estão em posição de produzir para o mercado
mundial. E o próprio capital metropolitano não pretende, em actividades de
tecnologia intensiva, mudar a sua base de produção para o sul, privando-se
de todas as vantagens que desfruta nas suas localizações actuais no norte.
O resultado de tudo isto é que há limites para a difusão de actividades
mesmo sob a globalização actual: actividades que incorporam tecnologia
barata conseguem difundir-se no sul mas não actividades que incorporem
tecnologia avançada.

DESACELERAÇÃO DAS TAXAS DE CRESCIMENTO

Se existe um tal limite para o espectro das actividades que podem ser
difundidas, isto aponta claramente para o facto de salários mais baixos no
sul deixarem de importar no que se refere à difusão. E nas actividades que
são difundidas, a taxa de crescimento da procura mundial determina que as
taxas de crescimento dos países hospedeiros seriam aquelas em que tal
difusão se verificou. Esta é a razão porque países do sul, que até
recentemente estavam a experimentar taxas de crescimento
extraordinariamente altas, agora começam a desacelerar.

Certamente esta desaceleração no sul não foi concomitante com a
desaceleração da economia mundial. Ao contrário, por algum tempo parecia
que o sul havia escapado ao destino do norte, que não seria vítima da
crise tal como as economias nortistas. Mas a razão para este interregno
repousa não no facto de o sul estar livre da influência da recessão
mundial mas sim em outra coisa, nomeadamente na formação de "bolhas" num
certo número de economias do sul mesmo após o colapso da "bolha"
imobiliária nos EUA.

Uma vez que o capital financeiro internacional prefere "finanças
saudáveis", isto é, quer que os governos equilibrem seus orçamentos (ou no
máximo que tenham um défice orçamental que não exceda uma certa
percentagem do PIB, habitualmente 3%), a utilização do instrumento
orçamental para ressuscitar a actividade económica tem primado pela sua
ausência durante a actual crise global. O que o tem substituído é um
vigoroso recurso à política monetária. No principal país capitalista do
mundo, os EUA, as taxas de juro a curto e longo prazo foram virtualmente
conduzidas para zero através da intervenção do banco central (inclusive no
mercado de títulos a longo prazo do governo onde o banco central
normalmente não intervém).

No processo de compra de títulos do governo o Federal Reserve tem estado a
bombear enormes montantes de dinheiro, um fenómeno que é chamado
"facilidade quantitativa" ("quantitative easing"). Embora haja alguma
redução do montante bombeado a cada mês em relação ao nível anterior de
US$80 mil milhões, ainda há uma abundância de dólares a inundarem o mundo
os quais têm ido para as economias do sul com crescimento mais rápido, os
chamados "mercados emergentes", e ali criaram "bolhas".

A desaceleração do crescimento entre as economias mais dinâmica do sul
devido à recessão mundial foi portanto, numa certa medida, contrariada
pelo estímulo à procura dado pela formação destas "bolhas" – e isto
manteve as taxas de crescimento nestas economias avançarem por algum
tempo. A influência das mesmas, no entanto, começa a desvanecer-se. O sul
que supostamente estava em ascensão está agora a testemunhar uma queda, a
qual só pode ser impedida se o mercado interno for expandido através de
medidas igualitárias quanto à riqueza e à distribuição do rendimento, mas
que, além da China numa certa medida, nenhum outro país está a fazer de
qualquer maneira significativa (a China tem aumentado seus salários reais
internos, pelo menos nas regiões costeiras).

É improvável que a economia capitalista mundial registe qualquer
recuperação robusta no futuro previsível. Isto se deve ao facto de na era
da globalização, uma vez que os salários reais por toda a parte são
influenciados pelas grandes reservas de trabalho sulistas, o vector dos
salários mundiais tornam-se rígidos no sentido do aumento mesmo quando a
produtividade do trabalho ascende, levando a um aumento na fatia do
excedente mundial. Esta tendência é mais uma vez reforçada pelo
enfraquecimento dos sindicatos (pelas mesmas razões). Uma vez que o rácio
fora do excedente é mais baixo do que aquele fora dos salários, esta
redistribuição de salários para lucros (e outros rendimentos do
excedente), cria uma tendência rumo à super-produção na economia mundial.

Não se pode recorrer à intervenção do Estado para contrariar esta
tendência porque o capital financeiro, como já foi mencionado, prefere
"finanças saudáveis" e sob a globalização prevalecem os caprichos do
capital financeiro: sendo o capital financeiro internacional e os Estados
sendo Estados-nação, qualquer violação dos seus desejos corre o risco de
provocar uma fuga de capitais das suas costas. A única possível reacção à
tendência em direcção à super-produção na economia mundial sob estas
circunstâncias é dada pela formação de "bolhas". Mas estas não podem ser
feitas sob medida e, assim como a sua formação pode estimular o nível da
actividade económica mundial, o seu colapso seu o efeito oposto de
mergulhar a economia mundial numa crise aguda, como temos estado a ver.

Portanto, a economia mundial no período que vem aí é provável que
testemunhe um estado de quase estagnação, com breves recuperações
ocasionais seguidas por colapsos. As economias sulistas, ligadas sob o
regime de globalização à economia mundial, não estão em vias de conseguir
algo muito melhor. Um aspecto notável do sue alto crescimento passado é
que mesmo naquele período houve pouco impacto deste crescimento sobre o
seu estado de desemprego e sub-emprego e portanto sobre o estado de
pobreza aguda do seu povo. Na verdade, em muitos países o despojamento de
camponeses e de pequenos produtores tradicionais que ocorreu piorou ainda
mais a pobreza. Na estagnação que os ameaça nos próximos anos, uma vez que
este despojamento não cessará (mas pode mesmo ser agravado), a condição do
povo piorará ainda mais.

A revolta popular contra um regime que produz tais resultados pode ser
protelada por algum tempo pelo recurso a várias formas de fascismo, mas
logo ficará claro que a promessa da globalização para o sul foi uma
quimera, que não há alternativa a uma ampliação do mercado interno como
meio de expandir a economia e que as mudanças estruturais exigidas para
isto – tais como a redistribuição igualitária de activos, que a esquerda
sempre enfatizou – são indispensáveis para o progresso.
Do mesmo autor em resistir.info:

Os perigos da distribuição regressiva do rendimento
Sobre a crise económica global
Smith, Marx e alienação
A tributação da riqueza
Neoliberalismo e democracia
O valor do dinheiro
A natureza da actual crise capitalista
O espectro da austeridade

[*] Economista, indiano, ver Wikipedia

O original encontra-se em
http://peoplesdemocracy.in/2014/0720_pd/rise-and-fall-global-south

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
http://www.resistir.info/patnaik/sul_global_20jul14.html

26/Jul/14

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Una conquista para la clase obrera - Entrevista a los trabajadores de ABC Formas y Sistemas


Redacción Lucha de Clases

Entrevista realizada a los trabajadores de ABC Formas y
Sistemas, quienes luego de una lucha de más de un año por la aplicación por
parte del Ministerio del Trabajo, de lo establecido en el artículo 149 de la
LOTT, han recibido la resolución que les autoriza a producir bajo control
obrero, por medio de una Junta Administradora conformada por 2 trabajadores y un
representante del patrono. Los trabajadores se encuentran justo en estos
momentos en un proceso de reinicio de las operaciones, recuperando proveedores y
clientes.

Esta lucha comenzó producto del fallecimiento del patrono, y a que los herederos
legales del mismo decidieron autoritariamente el cierre de la empresa, para
vender la empresa y sus maquinarias y quedarse con su parte de las ganancias,
sin tomar en cuenta a los trabajadores, dejando a más de 30 en la calle. Luego
de la verificación por parte de los funcionarios de INPSASEL, de que
efectivamente había ocurrido un cierre ilegal, el Ministerio del Trabajo tardó
más de 8 meses para cumplir con lo establecido en la LOTT, en su artículo 149.
Por su parte los trabajadores duraron más de un año sin recibir ningún salario,
y sin poder llevar un ingreso económico a sus hogares, que le permitiera llevar
un plato de comida a la mesa.
Queriéndolo o no, este retraso burocrático de parte del Ministerio del Trabajo,
perjudicó enormemente a los trabajadores, poniendo en riesgo la supervivencia de
ellos y el aguante en la lucha por las reivindicaciones establecidas en la ley,
y por el respeto a su dignidad como trabajadores, y por supuesto al cumplimiento
del Legado de Chávez, establecido en la nueva LOTT, aprobada por el presidente
antes de su desaparición física. Lo cual en definitiva representa una defensa de
los intereses de la burguesía parasitaria del país, quienes no tienen
necesidades económicas, y pueden aguantar meses e incluso años esperando el
desgaste de los trabajadores, producto de los retrasos incurridos por la
burocracia.
En esta entrevista Luis Magallanes, líder sindical y vocero de la empresa nos
explica más a fondo la situación.
Lucha de Clases - Comentanos brevemente sobre la situación actual con respecto a
la resolución
Luis Magallanes - Estuvimos en una lucha por la resolución durante más de 8
meses en el ministerio, pedíamos audiencia en varios organismos, por ejemplo en
relaciones laborales, al vice-ministro, a la consultoría jurídica, a la
procuraduría, y el único que nos atendió bien fue el vice-ministro de seguridad
y salud Nestor Ovalles. Quien nos solucionó el problema de la inspección de
INPSASEL, y esa lucha fue fuerte. Usamos los medios comunitarios: las emisoras
de radio comunitarios, ustedes mismos desde “Lucha de Clases”, y otras
organizaciones políticas y colectivos, más la comunidad tanto del 23 de Enero,
Los Frailes y Ruperto Lugo, quienes nos animaron en la lucha. Hasta que al fin
el 26 de Junio vino la comisión del ministerio del trabajo, a hacer las
elecciones de la Junta Administradora Especial, conjuntamente con la resolución,
según lo que emana la LOTT en el artículo 149, la cual indica la toma bajo
control obrero, conformando una junta con dos representantes de los trabajadores
y uno del patrono, en nuestro caso con los herederos del mismo. Y llegamos al
acuerdo de reactivar la producción de la empresa, sabiendo que tenemos materia
prima y las maquinas en buen estado, y habíamos recuperado la electricidad
tiempo gracias al apoyo de ustedes (Lucha de Clases).
¿Qué significa para ustedes, que por fin tengan en sus manos la resolución que
les autoriza a producir?
Muy buena pregunta, esto es un tremendo legado que nos dejó nuestro comandante
eterno Chávez, y siempre lo hemos dicho, sólo que los burócratas no lo hacen
respetar cuando no cumplen con las leyes Pero por eso nosotros los trabajadores,
la clase trabajadora, lo hacemos respetar. Ese fue el mejor regalo que nos pudo
dejar el presidente Chávez (la LOTT) y no lo podemos dejar perder nosotros los
trabajadores. Sabiendo con tanta gente contra la que luchó, y que se enfrentó al
poder económico de Venezuela. Por eso nosotros desde ABC Formas y Sistemas,
estamos demostrando que sí se puede, y a la clase patronal también, que es la
clase trabajadora la que produce, ellos tienen el poder económico, pero nosotros
somos los que tenemos el poder del trabajo, el poder para producir.
En esta nueva fase de la lucha, ¿Cuáles son las trabas que se le presentan para
retomar la producción?
Nosotros estamos actualmente recuperando todos los clientes, también para
recuperar las materias primas, apartar un dinero, fuera de los gastos sobre los
salarios caídos, para comprar la materia prima. Por lo que también pediremos
apoyo al gobierno, para que nos ayude a través de INVEPAL. Ya que con los altos
costos en que está el papel en el mercado se nos complica mucho comenzar a
producir.
Yo estoy seguro que si nos ayudan, acá podemos meter muchos más trabajadores de
la comunidad a trabajar con salarios dignos. Actualmente somos 28, pero acá
podemos meter mucha más gente a trabajar, incluso hasta 90 personas, también
crear una escuela de formación para las artes gráficas. Podemos ser creadores de
fuentes de empleo. Hay muchas cosas buenas que podemos hacer, pero necesitamos
ayuda del gobierno, para ir de la mano y beneficiarnos todos.
¿Cuáles son las metas a corto plazo y que les espera a los trabajadores?
Primero recuperar nuestros salarios caídos, somos muchos los que tenemos deudas,
porque hemos pedido prestamos. Y por supuesto reactivar la producción al 100%.
Como puedes notar un poco antes había un silencio permanente en las
instalaciones, y ahora está el ruido de las maquinas, lo que para nosotros es
como una buena música, porque esto significa que vamos a retomar la
productividad y que pronto solventaremos nuestros problemas económicos.
¿Qué llamado le hacen ahora al gobierno?
Que no sigan cometiendo estos errores, y que respeten a la clase trabajadora.
Que respeten a los creadores de la riqueza socialmente producida, como dice la
ley. Que respeten el legado que nos ha dejado Chávez, que no lo abandonen.
Nosotros somos la fuerza de un pueblo, que nos ayude y nos dé las facilidades.
Que ya no ayuden a los ricos porque ellos lo tienen todo, que ayuden a los
trabajadores, que somos los que podemos ayudar a fortalecer la economía del
país, lo que tanta falta hace hoy en día.
¿Qué mensaje quieren enviarle a toda la clase obrera?
Primeramente, luchar por el legado del comandante, como ya lo he dicho, y a ser
constantes. Tienen que recordar que hay emisoras comunitarias, que hay
periódicos comunitarios, y muchos medios comunitarios. Que se apoyen en esa
gente que ellos si los ayudan, que lo digo yo de corazón, hay mucha gente
dispuesta a apoyar. Como es el caso de uds desde “Lucha de Clases”, quienes
estuvieron desde el primer día de nuestra lucha. y que agradable ver que se
acabó el silencio que había en esta empresa, y la alegría que se nota en el
rostro de los trabajadores, ya uniformados y reiniciando las operaciones.

In
Lucha de clases
http://www.luchadeclases.org.ve/venezuela/lucha-obrera/7769-entrevista-abc-aprobacion-resolucion
24/7/2014

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Comunas asumirán nuevas competencias



Por CiudadCCS

El Ministerio de las Comunas y Movimientos Sociales evalúa las
primeras 25 solicitudes de bienes y servicios de comunas socialistas instaladas
en el país, para concretar la transferencia de competencias a estas primeras
unidades de Gobierno Comunal.

Víctor Delgado, integrante de la Comisión Presidencial para el Impulso de las
Comunas, informó que en principio se recibieron 56 solicitudes, de las que se
priorizaron 25 que cumplen con los requerimientos legales y de forma que se
necesitan para poder ejercer las competencias solicitadas.

Refirió que las 31 restantes terminarán de formar su consejo ejecutivo, de
planificación o de contraloría, su banca comunal, parlamento comunal, o algún
otro detalle que les falte para avanzar en el proceso de consolidación comunal.
“Estamos en una fase de integración del Poder Popular en instancias de gobierno,
en las que el pueblo ejerza competencias de manera directa en áreas que puede
asumir con el concurso de las instancias comunales involucradas”, resaltó
Delgado.

Los proyectos presentados por las comunas se centran en la solicitud de bienes y
servicios en las áreas de educación y salud, manejo de desechos sólidos y
ornato, y administración de infraestructuras y servicios para el desarrollo
endógeno y la producción agrícola, informó AVN.

El plan es transferir de manera progresiva competencias y responsabilidades al
Poder Popular en áreas que anteriormente eran exclusivas de alcaldías y
gobernaciones, pero que ahora pueden ser administradas por las comunas, con el
apoyo de las instancias de Gobierno comprometidas.

GALPONES DEL INDER

En el caso de Yaracuy, refirió que la Comuna Independencia 18 de Febrero, del
municipio Trinidad, que integra a cuatro consejos comunales rurales, solicitó la
transferencia de la administración de cuatro galpones del Instituto Nacional de
Desarrollo Agrícolas (Inder) para utilizarlos para el acopio y beneficio de café
en la zona.

Delgado comentó que todas las solicitudes se revisan y procesan para, en el
menor tiempo posible, darles respuesta y avanzar en la nueva etapa de
consolidación de las comunas.

“El Poder Comunal debe basarse en la producción sustentable de bienes y
servicios que satisfagan las necesidades de la población, pero que, además,
generen un excedente, que en el sistema capitalista va a parar en manos de unos
pocos, pero que en el modelo socialista se distribuye en obras de interés social
para todos. Ese es el plan que legó nuestro Comandante Eterno Hugo Chávez y por
el que estamos trabajando”, subrayó.

En el mediano plazo se prevé la instalación de una comisión estadal que se
encargue de recibir las propuestas comunales. El dirigente comunal invitó a
quienes no han presentado propuestas a elaborarlas y promover la participación
de la comunidad en los proyectos que presenten al Gobierno.

In:
Aporrea
http://www.aporrea.org/poderpopular/n254889.html
23/7/2014

sábado, 19 de julho de 2014

Smith, Marx and Alienation


Prabhat Patnaik

THERE has always been a tendency among non-Marxists to ignore the specificity of
Marx’s perceptions in the realm of political economy, and to reduce them instead
to similar but antecedent ideas that might be found in Adam Smith or David
Ricardo. Economist Paul Samuelson expressed this tendency in the most blatant,
if deliberately provocative, manner when he referred to Marx as a “minor
post-Ricardian”.
The problem with this tendency is that it misses the leap that Marx made over
his predecessors, and hence seriously misinterprets him. The classic case of
such misinterpretation is Marx’s theory of value, which is erroneously taken to
be no different from that of David Ricardo (an error that informs Samuelson’s
characterisation of Marx). An analogous error is also committed with regard to
Marx’s views on alienation.
Adam Smith, it would be recalled, had underscored the profound significance of
the division of labour both in society at large and also inside the factory. As
regards the latter, he had given the famous example of the pin factory where the
work of manufacturing pins was broken down into a number of separate activities
and different workers were assigned these different activities; as a result
there was an enormous increase in productivity per worker. Smith had held such
productivity increase, and the ratio in which the total labour force was divided
into “unproductive workers” (such as domestic servants) and “productive workers”
(who produced surplus value), as the two key factors that determined the
increase in the wealth of nations.
But having emphasised the role of the division of labour in bringing about
economic progress, in the sense of enhancing the “wealth of nations”, Smith went
on to highlight the fact that such specialisation tended to cause “mental
mutilation” of the workers, since each of them was confined to performing a
single repetitive task. It is worth quoting Smith here in full:
"The man whose whole life is spent in performing a few simple operations, of
which the effects are perhaps always the same, or very nearly the same, has no
occasion to exert his understanding or to exercise his invention in finding out
expedients for removing difficulties which never occur. He naturally loses,
therefore, the habit of such exertion, and generally becomes as stupid and
ignorant as it is possible for a human creature to become. The torpor of his
mind renders him not only incapable of relishing or bearing a part in any
rational conversation, but of conceiving any generous, noble, or tender
sentiment, and consequently of forming any just judgement concerning many even
of the ordinary duties of private life... But in every improved and civilized
society this is the state into which the labouring poor, that is, the great body
of the people, must necessarily fall, unless government takes some pains to
prevent it."
While this view of Smith no doubt captures an important aspect of capitalist
production , an aspect that many Marxists have also written about and that was
tellingly captured in Charlie Chaplin’s film Modern Times, it is also often held
to be the precursor of Marx’s theory of “alienation” and to contain the gist of
the latter. This latter claim however is erroneous and misleading,
notwithstanding the insights contained in Smith’s own remarks.
Smith wanted the “governments” in “civilized societies” to prevent this torpor
of mind that befell the laboring poor, as the necessary complement to a nation’s
economic progress. Pre-Marxian communists like Proudhon too had been exercised
by the adverse consequence of division of labour, and expressed themselves on
how to overcome this torpor. Marx had summarised Proudhon’s view on this in The
Poverty of Philosophy in the following words:
“M.Proudhon …proposes to the worker that he make not only the twelfth part of a
pin, but successively all twelve parts of it. The worker would thus come to know
and realize the pin. This is M.Proudhon’s synthetic labour...he can think of
nothing better than to take us back to the journeyman or, at most, to the
master-craftsman of the Middle Ages.”
Thus alienation, as Smith or even Proudhon saw it, did not require the
transcendence of capitalism for overcoming it (this notwithstanding the fact
that Proudhon himself was a communist). Marx’s understanding of alienation,
though not negating the perception that Smith, and following him Proudhon, had
put forward, was nonetheless completely different from this; and overcoming it
did require a transcendence of capitalism.
OVERCOMING ALIENATION NEEDS
TRANSCENDENCE OF CAPITALISM
In Smith, it was only the workers who were alienated in this manner. But in
Marx, alienation was a universal characteristic of the system, affecting
everybody, not just the workers but the capitalists as well. And the
universality of alienation characterising the system meant that it could not be
overcome within the system itself; it necessarily required a transcendence of
the system.
Alienation was immanent in the commodity form itself. A commodity is of course
both a use-value and an exchange value; but it is not a use value for the
producer. While for the buyer it is both an exchange value, representing a
certain sum of money, and a use-value, with certain physical and chemical
properties which cater to his requirements, for the seller it is only an
exchange value, only a certain sum of money. The physical and chemical
properties of the commodity are of no use to him personally.
This is a basic point of difference between Marxian political economy and
“mainstream” bourgeois political economy, since the latter is founded upon the
presumption that the commodity that is exchanged for money between the seller
and the buyer constitutes a use-value for both (apart of course from being an
exchange value for both). But if the commodity is only an exchange value, not a
use value, for the producer, then the producer cannot ever simply withdraw from
the market and consume his own commodity. Come hell or high weather he must sell
it for a certain sum of money; if he cannot sell then he is doomed, unless he
has some cash reserves to fall back upon.
Since all sellers know this, building such reserves by enlarging the business at
the expense of rivals becomes essential for each. Competition in other words
introduces a Darwinian struggle among commodity producers; and this carries over
into capitalism, which is nothing else but generalised commodity production
(where labour-power itself has become a commodity). It is this Darwinian
struggle which underlies the drive for capital accumulation and for introducing
technological progress.
What this means is that it is not just the workers who have to compete against
one another for employment in a world characterised by unemployment (i.e., by
the perennial presence of a reserve army of labour), but the capitalists too
have to compete against one another. In short, all participants in this system
have to play out particular roles, whether they like it or not; for if they do
not then they fall by the wayside. Each of them can retain his or her position
within the system, no matter whether that position entails being an exploiter or
one who is exploited, only by playing a certain role, acting and behaving in a
particular manner. Each individual participant in the system appears to have
“agency” in the sense of being apparently free to do what he or she chooses to
do; but in fact this appearance is deceptive because the mode of his or her
action is determined by his or her position within the system and the role this
enjoins upon him or her. It is noteworthy that Marx called the capitalist
“capital personified”, i.e., the immanent tendencies of the system work
themselves out inter alia through the nominal “agency” of the capitalist (as
indeed of the workers).
Capitalism in other words is not just an exploitative system; it is not just an
anarchic system where the aggregate outcome of the actions of individuals turns
out to be different from what they intended; it is also, additionally, a
“spontaneous” system, where the mode of acting on the part of the individuals
itself is not determined by their volition but is forced upon them by the
position they occupy within the system.
COERCIVE LOGIC
OF THE SYSTEM
Alienation under capitalism is basically linked to this, i.e., to the fact that
the actions of individuals are not based on their own volition but derive from
the coercive logic of the system. The capitalist accumulates not because he
likes to but because he has no other option within the logic of the system if he
is to avoid falling by the wayside. The workers obey orders because if they did
not they would be sacked and fall by the wayside. Technological progress is
introduced because if a capitalist with access to new technology did not
introduce it, then somebody else would; and the first capitalist would get
outcompeted and fall by the wayside. It is this coercion that is alienating, the
fact that nominal agency does not entail authentic agency, but is merely the
mediation through which the immanent logic of the system works itself out.
This spontaneity however is precisely what is challenged by the workers through
“combinations” that increasingly take on a political complexion (with the help
of theory brought from “outside”). Such combinations in other words constitute
steps to overcome the alienation imposed by the system upon the workers. But the
immanent tendencies of the system (e.g., the tendency towards centralisation of
capital, its formation into larger and larger blocks), always act to thwart or
roll back these efforts towards overcoming alienation within the system itself.
The fact that globalisation of capital which is an expression of the highest
level of centralisation reached so far has served to undermine the trade union
movements all over the capitalist world, and with it the Left political
movement, is only a confirmation of this assertion. From this it follows that
the overcoming alienation as understood by Marx is not possible within the
system itself; it is possible only through its transcendence. This fact only
underscores the basic difference between the Smithian understanding and the
Marxian understanding of alienation.

IN
Peoples Democracy
http://peoplesdemocracy.in/2014/0323_pd/smith-marx-and-alienation

Smith, Marx e alienação Smith


por Prabhat Patnaik [*]

Entre não marxistas há sempre uma tendência a ignorar a especificidade
das percepções de Marx no âmago da economia política e reduzi-las, ao
invés, a ideias semelhantes mas anteriores que podem ser encontradas em
Adam Smith ou David Ricardo. O economista Paul Samuelson exprimiu esta
tendência da maneira mais flagrante, se não deliberadamente provocatória,
quando se referiu a Marx como um "pós ricardiano menor".

O problema com esta tendência é que ela perde o salto que Marx deu sobre
os seus antecessores e portanto interpretou-o muito mal. O caso clássico
de tal má interpretação é a teoria de valor de Marx, a qual é erradamente
tomada como não diferente daquela de David Ricardo (um erro que conforma a
caracterização de Marx feita por Samuelson). Um erro análogo é cometido
também quanto à visão de Marx da alienação.

Adam Smith, seria de recordar, enfatizou o significado profundo da divisão
do trabalho tanto na sociedade como um todo como também dentro da fábrica.
Em relação a esta última, ele deu o famoso exemplo da fábrica de alfinetes
onde o trabalho de manufacturar alfinetes era segmentado em numerosas
actividades separadas e diferentes trabalhadores eram assinalados a estas
diferentes actividades, o que resultava num enorme aumento da
produtividade por trabalhador. Smith havia sustentado que tal aumento de
produtividade e o rácio no qual o total da força de trabalho era dividido
em "trabalhadores improdutivos" (tais como servidores domésticos) e
"trabalhadores produtivos" (os quais produziam valor excedente) como os
dois factores chave que determinavam o aumento da riqueza das nações.

Mas tendo enfatizado o papel da divisão do trabalho como causa do
progresso económico, no sentido de aumentar a "riqueza das nações", Smith
avançou para destacar o facto de que tal especialização tendia a causar a
"mutilação mental" dos trabalhadores, uma vez que cada um deles estava
restrito a desempenhar uma única tarefa repetitiva. Vale a pena aqui citar
Smith na íntegra:
"O homem cuja vida inteira é gasta no desempenho de umas poucas
operações simples, das quais os efeitos são talvez sempre os mesmos, ou
muito aproximadamente os mesmos, não tem oportunidade de exercer o seu
entendimento ou de exercitar o seu poder inventivo na descoberta de
expedientes para remover dificuldades que nunca ocorrem. Ele
naturalmente perde, consequentemente, o hábito de tal esforço e torna-se
geralmente tão estúpido e ignorante quanto é possível tornar-se uma
criatura humana. O torpor da sua mente torna-o não só incapaz de
desfrutar ou participar de qualquer conversação racional, nem de
conceber qualquer sentimento generoso, nobre ou delicado e,
consequentemente, de formar qualquer julgamento justo referentes mesmo a
muitos dos deveres comuns da vida privada... Mas em toda sociedade
aperfeiçoado e civilizada isto é o estado no qual os trabalhadores
pobres, isto é, o grande conjunto do povo, deve necessariamente cair, a
menos que o governo faça alguns esforços para impedi-lo".
Se bem que esta visão de Smith sem dúvida apreenda um aspecto importante
da produção capitalista, um aspecto acerca do qual muitos marxistas também
escreveram e que de modo impressionante foi captado no filme Tempos
Modernos de Charlie Chaplin, ela é frequentemente mantida como sendo a
precursora da teoria da "alienação" de Marx e como contendo a sua ideia
central. Esta última afirmação no entanto é errónea e enganosa, não
obstante a perspicácia contida nas observações do próprio Smith.

Smith queria que os "governos" nas "sociedades civilizadas" impedissem
este torpor da mente que sobrevém aos pobres trabalhadores, como
complemento necessário ao progresso económico da nação. Comunistas
pré-marxistas como Proudhon [NR] também trataram das consequências
adversas da divisão do trabalho e exprimiram-se sobre como ultrapassar
este torpor. Marx resumiu a visão de Proudhon sobre isto, em A pobreza da
filosofia, com as seguintes palavras;
"O sr. Proudhon ... propõe ao trabalhador que faça não só um doze avos
do alfinete, mas sucessivamente todas as doze partes dele. O trabalhador
viria então a conhecer e compreender o alfinete. Isto é a síntese do
trabalho do sr. Proudhon... ele não pode pensar em nada melhor do que em
levar-nos de volta ao artesão ou, no máximo, ao mestre-artífice da Idade
Média".
Portanto a alienação, como Smith ou mesmo Proudhon a viam, não exige a
transcendência do capitalismo para ser ultrapassada (isto apesar do facto
de que o próprio Proudhon era comunista [NR]). O entendimento de Marx da
alienação, embora não negando a percepção que Smith e, a seguir a ele,
Proudhon, haviam avançado, era no entanto completamente diferente disto; e
a ultrapassagem exigia uma transcendência do capitalismo.

A ULTRAPASSAGEM DA ALIENAÇÃO NECESSITA DA TRANSCENDÊNCIA DO CAPITALISMO

Em Smith, eram apenas os trabalhadores que eram alienados desta maneira.
Mas em Marx, a alienação era uma característica universal do sistema,
afectando todos, não apenas os trabalhadores mas também os capitalistas. E
a universalidade da alienação caracterizando o sistema significa que ela
não podia ser ultrapassada dentro do próprio sistema; ela necessariamente
exigia a sua transcendência.

A alienação era imanente na própria forma mercadoria. Uma mercadoria é
naturalmente um valor de uso e um valor de troca; mas ela não é um valor
de uso para o produtor. Enquanto para o comprador ela é tanto um valor de
troca, representando uma certa soma de dinheiro como um valor de uso, com
certas propriedades físicas e químicas as quais satisfazem suas
exigências, para o vendedor ela é só um valor de troca, só uma certa soma
de dinheiro. As propriedades físicas e química da mercadoria são inúteis
para ele pessoalmente.

Isto é um ponto básico de diferença entre a economia política marxiana e a
economia política burguesa "convencional" ("mainstream"), uma vez que esta
última é fundamentada sobre a presunção de que a mercadoria que é trocada
por dinheiro entre o vendedor e o comprador constitui um valor de uso para
ambos (além naturalmente de ser um valor de troca para ambos). Mas se a
mercadoria é apenas um valor de troca, não um valor de uso, para o
produtor, então o produtor não pode simplesmente retirar-se do mercado e
consumir sua própria mercadoria. Venha o inferno ou a tempestade ele deve
vendê-la por uma certa soma de dinheiro; se não puder vender então está
condenado, a menos que tenha algumas reservas de cash a que recorrer.

Uma vez que todos os vendedores sabem disto, construir tais reservas pela
ampliação do negócio a expensas de rivais torna-se essencial para cada um.
A competição, por outras palavras, introduz uma luta darwiniana entre
produtores de mercadorias; e isto transmite-se ao capitalismo, o qual é
nada mais que a produção generalizada de mercadorias (onde o próprio
valor-trabalho tornou-se uma mercadoria). É a esta luta darwiniana que
está subjacente o impulso para a acumulação de capital e para a introdução
do progresso tecnológico.

O que isto significa é que não são apenas os trabalhadores que têm de
competir uns contra outros pelo emprego num mundo caracterizado pelo
desemprego (isto é, pela presença perene de um exército de reserva do
trabalho), mas os capitalistas também têm de competir uns contra os
outros. Em suma, todos os participantes neste sistema têm de representar
papeis particulares, quer gostem ou não; pois se não o fizerem então
dão-se por vencidos. Cada um deles pode conservar a sua posição dentro do
sistema, não importa se essa posição implica ser um explorador ou quem é
explorado, só representando um certo papel, actuando e comportando-se de
uma maneira particular. Cada participante individual no sistema aparece
como tendo "arbítrio" ("agency") no sentido de ser aparentemente livre
para fazer o que preferir fazer; mas de facto esta aparência é enganosa
porque o modo da sua acção é determinado pela sua posição dentro do
sistema e o papel deste impõe-se sobre ele ou ela. É digno de nota que
Marx chamou o capitalista de "capital personificado", isto é, as
tendências imanentes do sistema actuam elas próprias entre outras através
do "arbítrio" nominal dos capitalistas (tal como efectivamente dos
trabalhadores).

O capitalismo, por outras palavras, não é apenas um sistema explorador;
não é apenas um sistema anárquico onde a resultante agregada das acções de
indivíduos revela-se diferente do que pretendiam; ele é também, além
disso, um sistema "espontâneo", onde o modo de influir sobre parte dos
próprios indivíduos não é determinada pela sua vontade mas é-lhes imposta
pela posição que ocupam dentro do sistema.

A LÓGICA COERCIVA DO SISTEMA

A alienação sob o capitalismo está basicamente ligada a isto, isto é, ao
facto de que as acções dos indivíduos não são baseadas na sua própria
vontade mas derivam da lógica coerciva do sistema. O capitalista acumula
não porque goste mas porque não tem outra opção dentro da lógica do
sistema se não quiser dar-se por vencido. Os trabalhadores obedecem ordens
porque se não o fizessem seriam despedidos e postos à margem. O progresso
tecnológico é introduzido porque se um capitalista com acesso à nova
tecnologia não a introduzisse, então algum outro o faria; e o primeiro
capitalista ficaria fora da competição e seria descartado. É esta coerção
que é alienante, o facto de que o arbítrio nominal não implique arbítrio
autêntico, mas seja meramente a mediação através do qual funcionaa lógica
imanente do sistema.

Contudo é precisamente esta espontaneidade que é desafiada pelos
trabalhadores através de "combinações" que impõem cada vez mais
complexidade política (com a ajuda de teoria trazida de "fora"). Tais
combinações, por outras palavras, constituem passos para ultrapassar a
alienação imposta pelo sistema sobre os trabalhadores. Mas as tendências
imanentes do mesmo (ex. a tendência rumo à centralização do capital, sua
formação em blocos cada vez maiores), actua sempre para frustrar e
reverter estes esforços em direcção à ultrapassagem da alienação dentro do
próprio sistema.

O facto de que a globalização do capital, a qual é expressão do mais alto
nível de centralização até hoje alcançado, tenha servido para minar os
movimentos sindicais por todo o mundo capitalista, e com isto o movimento
político de esquerda, só confirma esta afirmação. Disto se segue que a
ultrapassagem da alienação, como entendida por Marx, não é possível dentro
do próprio sistema; ela só é possível através da sua transcendência. Este
facto apenas enfatiza a diferença básica entre o entendimento smithiano e
o entendimento marxiano da alienação.
[NR] Ao invés de "comunista pré-marxista" seria preferível classificá-lo
como socialista utópico.

[*] Economista, indiano, ver Wikipedia .

O original encontra-se em
peoplesdemocracy.in/2014/0323_pd/smith-marx-and-alienation . Tradução de
JF.

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

28/Mai/14
http://www.resistir.info/patnaik/patnaik_smith_marx.html

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Argentina: Los sueños no se desalojan


Escrito por Equipo de Educación Popular Pañuelos en Rebeldía

Ustedes saben que creemos en ustedes y que descreemos de los poderes. Saben que
como equipo de educación popular somos autónomxs, creemos en la solidaridad y en
la acción colectiva. Saben que no recibimos financiamientos para construir
nuestro espacio.
Ustedes compas, han estado con nosotrxs en distintos encuentros en nuestro
espacio de Pompeya. Ustedes lo han visto casi vacío, sin piso ni puertas ni
ventanas. Ustedes -en algunos casos- han compartido con nosotrxs no sólo
talleres, encuentros, debates, sino también el esfuerzo de rehacer el lugar con
nuestro trabajo. Ustedes saben que es un espacio abierto a diferentes colectivos
y organizaciones que caminan con distintos pasos hacia horizontes de sueños
colectivos.

El Juzgado Nacional de Primera Instancia en lo Comercial N° 1 -a cargo del Dr.
Alberto Alemán-, Secretaría N° 1 -a cargo del Dr. Mariano Conde- ha realizado
una constatación del inmueble, por un pedido del acreedor hipotecario: el Banco
de la Provincia de Buenos Aires. Sabemos que esto nos pone en las puertas de un
posible desalojo. Estuvimos presentes en esa constatación las organizaciones que
compartimos el Espacio Cultural Pompeya: la Asamblea Barrial Pompeya-Traful, la
Comisión por la Memoria de los Desaparecidos "Pompeya No Olvida", la Biblioteca
Popular que lleva el nombre de una educadora detenida-desaparecida del barrio:
Rosa Lamorte, el Centro Cultural Pompeya y el Equipo de Educación Popular
"Pañuelos en Rebeldía". Nos acompañaban compas de colectivos que han venido
realizando actividades con nosotrxs: del Frente Popular Darío Santillán, del
Movimiento Popular la Dignidad, de la Corriente Nacional del Frente Popular
Darío Santillán, entre otros. También estaba una familia con tres niñxs menores
de edad, que habitan en el Espacio.

Compas: Ustedes saben que nuestras actividades no son la especulación
inmobiliaria ni la especulación financiera, sino la recuperación y la creación
de saberes y sentires populares, la educación y comunicación popular, la
formación de redes, y los diálogos que nos acompañan en los procesos de lucha,
de invención de nuevos mundos.

Nos conocen. Saben que como equipo de educación popular somos autónomxs, creemos
en la solidaridad y en la acción colectiva. Saben que no recibimos
financiamientos para construir nuestro espacio. Que cada ladrillo que pusimos,
cada color con que pintamos las paredes, cada metro de piso que pisamos, lo
hicimos con nuestro trabajo colectivo, en una gran minga de saberes teórico
prácticos.

Ustedes saben que creemos en ustedes y que descreemos de los poderes.

Hoy compartimos esta amenaza de hipoteca con que pretenden ejecutar nuestros
sueños. Les pedimos entonces su solidaridad. Esperamos caminar juntas y juntos
en esta nueva resistencia que asumimos, con toda la memoria a cuestas, y con la
rebeldía -que no puede ser hipotecada-.

Aprendimos en nuestro andar como equipo, que la única lucha que se pierde, es la
que se abandona.

Aprendimos que los sueños no se desalojan.

Equipo de Educación Popular Pañuelos en Rebeldía
Julio 2014
Blosg de apoyo:
http://www.nosedesalojan.blogspot.com.ar/

----
IN
http://lists.kaosenlared.net/component/k2/92084-argentina-los-sueños-no-se-desalojan
15/7/2014

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Solidaridad y autogestión en Grecia. La hora de las alternativas



Antonio Cuesta
Manu Robles-Arangiz Institutua Fundazioa




En este texto Antonio Cuesta Marín realiza un recorrido por el camino de la
resistencia en Grecia y lo hace de una forma rigurosa y bien conectada con la
realidad política, social y económica en la que nacen estas iniciativas. Al
relatarlas genera un instrumento político necesario para extender estas nuevas
prácticas políticas permitiendo su diálogo con las que se están dando en otras
regiones. Su trabajo ayuda al renacimiento de la convicción de que la
emancipación humana, la justicia, la sostenibilidad o la lucha contra el
patriarcado constituyen luchas internacionalistas, luchas en las todas las
personas somos importantes y ocupamos un lugar protagonista.

Consulta aquí el libro completo [.pdf .epub]

Prólogo de Yayo Herrero
La crisis económica ha golpeado con fuerza lo que parecía una inexpugnable
Europa y, dentro de ella, los países del Sur están sufriendo las imposiciones de
unos planes de ajuste que, hasta hace muy poco, eran inimaginables en la rica
Unión Europea.
El modelo de crecimiento especulativo y depredador neoliberal estalló haciendo
visible la volatilidad de la riqueza creada por los mercados financieros. Las
deudas encadenadas disolvieron el espejismo de un crecimiento económico al
margen de la naturaleza y el trabajo humano y mostraron con claridad cómo
aquello que se había llamado desarrollo no estaba construido sobre nada sólido
ni durable.
El capital intentó regenerar las tasas de ganancia de forma rápida y entonces el
capitalismo mostró su verdadera cara. El poder político, fusionado con el poder
económico puso en marcha una maquinaria que, con la excusa de la reactivación
del crecimiento y la generación de empleo, eliminó derechos laborales; recortó
hasta situaciones dramáticas en servicios sociales, dependencia, sanidad y
educación pública; debilitó todo lo que tenía que ver con el bienestar, encerró
la vulnerabilidad y el cuidado de la vida humana en el espacio patriarcal e
invisible de los hogares; erosionando aún más la débil democracia…
La expresión de la indignación ante esta política del expolio va mucho más allá
de una crítica a políticas concretas. Es más bien una enmienda a la totalidad.
Mucha gente ha despertado y crece el convencimiento de que bajo la lógica
capitalista no existe vida digna posible que alcance a todos y todas.
En el plano de la contestación política, nos encontramos las huelgas, la
oposición a leyes o directivas más que injustas, criminales, la lucha contra los
despidos o el desmantelamiento de los servicios público, la denuncia de la
emergencia de neofascismos. En todos estos ámbitos, en la calle y en los
tribunales, la sociedad se activa de forma creciente y mejor organizada.
Pero además, cada vez más personas ejercen el derecho legítimo a resistir y a
reorganizar el conjunto de la vida social y económica. Hemos visto nacer y
asentarse una miríada de proyectos e iniciativas que buscan resolver necesidades
materiales, afectivas o culturales a partir de la cooperación, constituyendo una
verdadera emergencia de una nueva economía social y solidaria que sitúa a las
personas y su bienestar en el centro. En todos los sectores hay personas
dispuestas a construir y a demostrar que existen otras formas de entender las
relaciones, la política y la economía. Se trata de una estrategia de
supervivencia y a la vez de construcción de futuro. Se trata de disputar la
hegemonía económica, política y cultural.
La combinación de ambos planos, el de la confrontación con el poder hegemónico y
el de la construcción de alternativas es crucial. El primero permite frenar el
deterioro de lo que nos queda y el segundo permite imaginar otras formas de
construir la sociedad y experimentar en carne propia que es posible hacer las
cosas de otro modo.
En este texto Antonio Cuesta Marín realiza un recorrido por este doble camino de
resistencia en Grecia y lo hace de una forma rigurosa y bien conectada con la
realidad política, social y económica en la que nacen estas iniciativas. Al
relatarlas genera un instrumento político necesario para extender estas nuevas
prácticas políticas permitiendo su diálogo con las que se están dando en otras
regiones. Su trabajo ayuda al renacimiento de la convicción de que la
emancipación humana, la justicia, la sostenibilidad o la lucha contra el
patriarcado constituyen luchas internacionalistas, luchas en las todas las
personas somos importantes y ocupamos un lugar protagonista.
Fuente:
http://www.mrafundazioa.org/es/articulos/alternativas-y-autogestion-en-grecia

In
Rebelion
http://rebelion.org/noticia.php?id=187059