terça-feira, 29 de março de 2022

A Nova Ordem Mundial que preparam a pretexto da guerra na Ucrânia

 
 
Thierry Meyssan

O conflito na Ucrânia não foi lançado pela Rússia em 24 de Fevereiro,
mas pela Ucrânia uma semana antes. A OSCE é testemunha disso. Este
conflito periférico havia sido planificado por Washington para impor uma
Nova Ordem Mundial da qual a Rússia, depois a China, deviam ser
excluídas. Não se deixem enganar !


As operações militares da Rússia na Ucrânia desenrolam-se desde há mais
de um mês e as operações de propaganda da OTAN desde há um mês e meio.

Como sempre, a propaganda de guerra dos Anglo-Saxónicos é coordenada a
partir de Londres. Os Britânicos adquiriram desde a Primeira Guerra
mundial uma mestria sem equivalente. Em 1914, eles conseguiram convencer
a sua própria população que o Exército alemão havia praticado violações
em massa na Bélgica e que era dever de todos os Britânicos ir em socorro
destas pobres mulheres. Fora uma versão mais limpa que evocar a
tentativa do Kaiser Wilhelm II em rivalizar com o Império colonial
inglês. No fim do conflito, a população britânica exigiu que se
indemnizasse as vítimas. Procuraram contá-las e deu-se conta que os
factos haviam sido extraordinariamente exagerados.

*O Presidente Zelensky declarou guerra à Rússia dando ordem às tropas
banderistas incorporadas no seu Exército para atacar os cidadãos russos
do Donbass a partir de 17 de Fevereiro. Depois ele agitou o pano
vermelho ao declarar perante os dirigentes políticos dos países membros
da OTAN que ia adquirir a Bomba atómica violando os tratados
internacionais. *

Desta vez, em 2022, os Britânicos conseguiram convencer os Europeus que
em 24 de Fevereiro os Russos atacaram a Ucrânia para a invadir e anexar.
Moscovo (Moscou-br) tentaria reconstituir a União Soviética e
aprestar-se-ia a atacar sucessivamente todas as sua antigas possessões.
Esta versão é mais edificante para os Ocidentais que evocar a «
armadilha de Tucídides » —eu voltarei a ela—. Na realidade, as tropas de
Kiev atacaram a sua própria população do Donbass, em 17 de Fevereiro à
tarde. Depois a Ucrânia agitou um pano vermelho diante do touro russo
com o discurso do Presidente Zelenski face aos dirigentes políticos e
militares da OTAN reunidos em Munique, no decurso do qual ele anunciou
que o seu país ia dotar-se da arma atómica para se proteger da Rússia.

Não acreditam ? Eis aqui os dados da OSCE na fronteira de Donbass. Já
não havia combates há meses, mas os observadores da Organização neutra
observaram, a partir da tarde de 17 de Março, 1. 400 explosões por dia.
De imediato, as províncias rebeldes de Donetsk e Luhansk, que
continuavam a considerar-se ucranianas, mas pretendiam a autonomia no
seio da Ucrânia, evacuaram mais de 100. 000 civis para os proteger. A
maioria recuaram para o interior do Donbass, outros fugiram para a Rússia.

*Número de explosões registradas no Donbass (14 a 22 de fevereiro de 2022) *
Fonte: Relatório Diário da OSCE SMM.

Em 2014 e 2015, quando uma guerra civil opôs Kiev a Donestk e a Lugansk,
as destruições materiais e humanas eram apenas assuntos internos da
Ucrânia. No entanto, com o decorrer do tempo, a quase totalidade da
população ucraniana do Donbass encarou emigrar e adquiriu a dupla
nacionalidade russa. Por consequência o ataque de Kiev contra a
população do Donbass, em 17 de Fevereiro, era um ataque contra cidadãos
ucraniano-russos. Assim, Moscovo trouxe-lhes socorro, de urgência, a
partir de 24 de Fevereiro.

A cronologia é indiscutível. Não foi Moscovo que quis esta guerra, mas
sim Kiev, apesar do preço previsível que terá de pagar. O Presidente
Zelensky colocou deliberadamente o seu povo em perigo e carrega sozinho
a responsabilidade pelo que ele padece hoje em dia.

Porque é que ele agiu assim? Desde o início do seu mandato, Volodymyr
Zelensky prosseguiu o apoio do Estado ucraniano, que começara com o seu
antecessor Petro Poroshenko, aos desvios de fundos, perpetrados pelos
seus patrocinadores norte-americanos, e aos extremistas do seu país, os
banderistas. O Presidente Putin qualificou os primeiros de « bando de
drogados » e os segundos de « bando de neo-nazis » [1 <#nb1>] Não só
Volodymyr Zelensky declarou publicamente que não queria resolver o
conflito do Donbass aplicando os Acordos de Minsk, mas também proibiu
aos seus concidadãos falar russo na escola e na administração e, pior,
assinou uma lei racial, em 1 de Julho 2021, excluindo de facto os
Ucranianos que reivindicam sua origem eslava do gozo dos Direitos do
Homem e das Liberdades Fundamentais.

O Exército russo invadiu primeiro o território ucraniano, não a partir
do Donbass, mas a partir da Bielorrússia e da Crimeia. Destruiu todas as
instalações militares ucranianas utilizadas pela OTAN durante anos e
atacou os regimentos banderistas. Agora, dedica-se a esmaga-los no Leste
do país. Os propagandistas de Londres e das suas quase 150 agências de
comunicação, um pouco por todo o mundo, asseguram-nos que, repelido pela
gloriosa Resistência ucraniana, o derrotado Exército russo abandonou seu
objectivo inicial de tomar Kiev. Ora, nunca, jamais, disse o Presidente
Putin que a Rússia tomará Kiev, derrubará o Presidente eleito Zelensky e
ocupará o seu país. Pelo contrário, sempre disse que os seus objectivos
de guerra eram desnazificar a Ucrânia e eliminar os stocks (estoques-br)
de armas estrangeiras (as da OTAN). É exactissimamente o que ele faz.
A população ucraniana sofre. Descobrimos que a guerra é cruel, que
sempre mata inocentes. Hoje, somos abafados pelas nossas emoções e, como
ignoramos o ataque ucraniano de 17 de Fevereiro, atira-mo-nos aos russos
que qualificamos erradamente de « agressores ». Não sentimos a mesma
compaixão pelas vítimas da guerra simultânea no Iémene, os seus 200. 000
mortos, dos quais 85. 000 crianças, mortas de fome. Mas a verdade é que
os Iemenitas não são aos olhos dos Ocidentais « mais do que árabes ».
Mas o facto de sofrer não deve a priori ser interpretado como prova de
que se tem razão. Tal como os inocentes os criminosos também sofrem.

*A delegação ucraniana no Tribunal Internacional de Justiça conseguiu
que não haja um julgamento sobre o fundo da questão, mas um despacho
impondo uma medida cautelar contra a Rússia. *

O Tribunal Internacional de Justiça (CIJ), quer dizer, o tribunal
interno das Nações Unidas, foi accionado pela Ucrânia e ordenou à
Rússia, em 16 de Março, como medida cautelar, para cessar a guerra e
retirar as suas tropas [2 <#nb2>]. Ora, tal como eu acabo de mostrar o
Direito dá razão à Rússia.

Como é possível uma tal manipulação do Tribunal ? A Ucrânia evocou o
facto de o Presidente Putin ter declarado, durante o seu discurso sobre
a operação militar russa, que as populações do Donbass eram vítimas de
um « genocídio ». Ora, ela negou esse « genocídio» e acusou a Rússia de
ter indevidamente usado esse argumento. No Direito Internacional, a
palavra genocídio já não designa a erradicação de uma etnia, mas um
massacre ordenado por um governo. No decorrer dos últimos oito anos, 13.
000 a 22. 000 civis foram mortos no Donbass, segundo nos referirmos às
estatísticas do governo ucraniano ou às do governo russo. A Rússia, que
enviou a sua argumentação por escrito, argumentou que não se baseia na
Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio, mas no
Artigo 51 da Carta das Nações Unidas autorizando a guerra em legítima
defesa — o que o Presidente Putin explicitamente declarou durante o seu
discurso—. O Tribunal não procurou verificar o que quer que fosse.
Agarrou-se apenas ao desmentido ucraniano. Concluiu, portanto, que a
Rússia havia indevidamente utilizado a Convenção como argumento. Além
disso, como a Rússia não julgou necessário fazer-se representar
fisicamente no Tribunal, este aproveitou a sua ausência para lhe impor
uma medida cautelar aberrante. A Rússia, segura de seus justos direitos,
recusou-se a cumprir e reclama um julgamento de mérito que não será
proferido antes do final de Setembro.

Dito tudo isto, só podemos compreender a duplicidade dos Ocidentais ao
por os acontecimentos no seu contexto. Desde há uma dezena de anos, os
politólogos norte-americanos garantem-nos que o aumento de poderio da
Rússia e da China conduzirá a uma guerra inevitável. O politólogo Graham
Allison criou para tal o conceito de « armadilha de Tucídides » [3
<#nb3>]. Ele fazia referência às Guerras do Peloponeso que opuseram
Esparta a Atenas no século IV A.C. O estratega e historiador Tucídides
chegou à conclusão que as guerras se tornaram inevitáveis quando
Esparta, que dominava a Grécia, percebeu que Atenas estava a formar um
império e poderia substituir essa hegemonia. A analogia é forte, mas
falsa: se Esparta e Atenas eram cidades gregas vizinhas, os Estados
Unidos, a Rússia e a China nem sequer têm a mesma cultura.

A título de exemplo, a China recusa a proposta de concorrência comercial
formulada pelo Presidente Biden. Ela opõe-lhe a sua tradição de
«ganhador-ganhador». Ao fazê-lo, não faz referência a contratos
comerciais rentáveis para ambas as partes, mas à sua História. O «
Império do Meio » tinha uma população muitíssimo grande. O Imperador era
forçado a delegar a sua autoridade ao máximo. Ainda hoje, a China é o
país mais descentralizado do mundo. Quando ele emitia um decreto, este
tinha consequências práticas em certas províncias, mas não em todas. O
Imperador devia, pois, assegurar-se de que cada governador local não
considerasse seu decreto sem sentido e não esquecesse a sua autoridade.
Oferecia então uma compensação aos que não eram visados pelo decreto
para que se sentissem sempre sujeitos à sua autoridade.

Desde o início da crise ucraniana, a China não só adopta uma posição
não-alinhada, mas protege o seu aliado russo no Conselho de Segurança
das Nações Unidas. Erradamente, os Estados Unidos temem que Pequim envie
armas a Moscovo. Isso nunca aconteceu, mesmo que haja uma ajuda
logística nas refeições preparadas para os soldados, por exemplo. A
China observa como as coisas decorrem e infere daí como elas se passarão
quando tentar recuperar a província rebelde de Taiwan. Pequim declinou
gentilmente as ofertas de Washington. Pensa a longo prazo e sabe, por
experiência, que se deixar destruir a Rússia, será de novo pilhada pelos
Ocidentais. A sua salvação só é possível com a Rússia, mesmo que um dia
vá contestá-la por causa da Sibéria.

Voltemos à armadilha de Tucídides. A Rússia sabe que os Estados Unidos
querem apagá-la da cena. Ela antecipa uma possível invasão/destruição.
Ora, o seu território é imenso e a sua população não é suficientemente
numerosa. Ela não pode defender as suas fronteiras demasiado grandes.
Ela tem, desde o século XIX, imaginado defender-se esquivando-se dos
seus inimigos. Quando Napoleão, depois Hitler, a atacaram, deslocou a
sua população sempre cada vez mais para o Leste. E queimou as suas
próprias cidades antes da chegada do invasor. Este viu-se incapaz de
aprovisionar as suas tropas. Teve que enfrentar o inverno sem meios e,
finalmente, bater em retirada. Esta estratégia de « terra queimada » só
funcionou porque nem Napoleão, nem Hitler tinham bases logísticas nas
proximidades. Assim a Rússia moderna sabe que não poderá sobreviver se
as armas norte-americanas forem armazenadas na Europa Central e
Oriental. Foi por isso que, no fim da União Soviética, a Rússia exigiu
que a OTAN jamais se estendesse para o Leste. O Presidente francês,
François Mitterrand, e o Chanceler alemão, Helmut Köhl, que conheciam a
História, exigiram pois que os Ocidentais assumissem esse compromisso.
Durante a reunificação alemã, eles redigiram e assinaram um Tratado
garantindo que a OTAN nunca cruzaria a linha Oder-Neisse, quer dizer, a
fronteira germano-polaca.

A Rússia fez registar este compromisso por escrito em 1999 e 2010 com as
Declarações da OSCE de Istambul e de Astana. Mas os Estados Unidos
violaram-na em 1999 (adesão da República Checa, da Hungria e da Polónia
à OTAN), em 2004 (Bulgária, Estónia, Letónia, Lituânia, Roménia,
Eslováquia e Eslovénia), em 2009 (Albânia e Croácia), em 2017
(Montenegro) e ainda em 2020 (Macedónia do Norte). O problema não é que
todos esses Estados se tenham aliado a Washington, mas que tenham
armazenado armas norte-americanas no seu território. Ninguém critica que
estes Estados tenham escolhido os seus aliados, mas Moscovo acusa-os de
servir de base traseira ao Pentágono na preparação para um ataque à Rússia.


Em Outubro de 2021, a Straussiana [4 <#nb4>] Victoria Nuland, a número 2
do Departamento de Estado veio a Moscovo intimar a Rússia a aceitar a
colocação de armas dos EUA na Europa Central e Oriental. Ela prometeu
que em contrapartida Washington investiria na Rússia. Depois ameaçou a
Rússia se esta não aceitasse a sua oferta e acabou concluindo que faria
julgar o Presidente Putin perante um Tribunal internacional. Moscovo
respondeu enviando, em 17 de Dezembro, uma proposta de Tratado
garantindo a paz na base do respeito pela Carta das Nações Unidas. Foi o
que provocou a tempestade actual. Porque respeitar a Carta, baseada no
princípio da igualdade e da soberania dos Estados, supõe reformar a OTAN
cujo funcionamento está pelo contrário baseado numa hierarquia entre os
seus membros. Apanhados na « armadilha de Tucídides », os Estados Unidos
fomentaram então a actual guerra na Ucrânia.

Se admitirmos que o seu fim é o de riscar a Rússia da cena
internacional, torna-se clara a forma como os Anglo-Saxónicos reagem à
crise ucraniana. Eles não buscam repelir militarmente o Exército russo,
nem incomodar o governo russo, mas em fazer desaparecer qualquer traço
da cultura russa no Ocidente. E acessoriamente, tentam enfraquecer a
União Europeia.

Começaram com o congelamento dos bens dos oligarcas russos no Ocidente;
uma medida que foi aplaudida pela população russa que os considera
ilegítimos beneficiários da pilhagem da URSS. Depois, impuseram às
empresas ocidentais cessar suas actividades na Rússia. Por fim,
continuaram cortando o acesso dos bancos russos aos bancos ocidentais (o
sistema SWIFT). No entanto, se estas medidas financeiras foram
desastrosas para os bancos russos (mas não para o governo russo), as
medidas contra as empresas que trabalham na Rússia são, pelo contrário,
favoráveis à Rússia, que recupera os seus investimentos a um custo
menor. Além disso, a Bolsa de Valores de Moscovo, que havia estado
fechada de 25 de Fevereiro (o dia seguinte à resposta russa) até 24 de
Março, registou uma alta logo após a sua reabertura. É certo que o
índice RTS caiu no primeiro dia 4,26%, mas ele mede sobretudo valores
especulativos, pelo contrário o índice IMOEX, que mede a actividade
económica nacional, aumentou 4,43%. Os verdadeiros perdedores das
medidas ocidentais são os membros da União Europeia que cometeram a
estupidez de as tomar.

*Paul Wolfowitz foi iniciado no pensamento de Leo Strauss pelo seu
Professor de filosofia, Alan Bloom. Em seguida, tornou-se aluno do
mestre, directamente junto dele na universidade de Chicago. Leo Strauss
convenceu-o que os judeus nada devem esperar das democracias. Para não
sofrer uma nova Shoah, devem construir o seu próprio Reich. Vale mais
estar do lado do martelo do que da bigorna. *

Já, em 1991, o Straussiano Paul Wolfowitz escrevia num relatório oficial
que os Estados Unidos deviam impedir que qualquer potência se pudesse
desenvolver a ponto de rivalizar com eles. À época, a URSS estava em
fanicos. Assim ele designou a União Europeia como o potencial rival a
abater [5 <#nb5>]. Foi exactissimamente o que ele fez em 2003, assim que
se tornou o número 2 do Pentágono, interditando a Alemanha e a França de
participar na reconstrução do Iraque [6 <#nb6>]. Era também aquilo de
que falava Victoria Nuland, em 2014, quando deu como instruções ao
embaixador dos EUA em Kiev « mandar a União Europeia apanhar no cú »
(sic) [7 <#nb7>].

Hoje, a União Europeia é intimada a parar as suas importações de
hidrocarbonetos russos. Se obedecer a esta injunção (liminar-br), a
Alemanha será arruinada e com ela toda a União. Isto não será um dano
colateral, mas fruto de um pensamento estruturado, expresso de forma
clara desde há trinta anos.

O mais importante para Washington é excluir a Rússia de todas as
organizações internacionais. Conseguiu já, em 2014, excluí-la do G8. O
pretexto não foi a independência da Crimeia (que esta reclamava desde a
dissolução da URSS, vários meses antes de a Ucrânia considerar a sua
própria independência), mas a sua adesão à Federação da Rússia. A
pretensa agressão à Ucrânia fornece um pretexto para a excluir do G20. A
China fez notar de imediato que ninguém podia ser excluído de um fórum
informal que não dispõe de estatutos. Pouco importa, o Presidente Biden
voltou à carga em 24 e 25 de Março na Europa.

Washington multiplica os contactos para excluir a Rússia da Organização
Mundial do Comércio. De qualquer forma, os princípios da OMC ficam já
minados pelas « sanções » unilaterais aplicadas pelos Ocidentais. Tal
decisão seria prejudicial para ambos os lados. É aqui que convêm fazer
referência aos escritos de Paul Wolfowitz. Com efeito, ele escrevia em
1991 que Washington não deve procurar ser o melhor no que faz, mas ser o
primeiro em relação aos outros. Isso implica que, salientava ele, para
manter sua hegemonia, os Estados Unidos não devem hesitar em aleijar-se,
se fizerem muito pior aos outros. Nós vamos todos arcar com as despesas
desta maneira de pensar.

O mais importante para os Straussianos é excluir a Rússia das Nações
Unidas. Isso não é possível respeitando a Carta das Nações Unidas, mas
Washington não se incomodará muito com isso. Desde logo, entrou em
contacto com todos os Estados membros da ONU, com poucas excepções.
Tendo já a propaganda anglo-saxónica conseguido fazê-los confundir alhos
com bugalhos, estão todos convencidos que um membro do Conselho de
Segurança se lançou numa guerra de conquista contra um dos seus
vizinhos. Se Washington conseguir convocar uma Assembleia Geral
extraordinária da ONU e modificar os estatutos, atingirá os seus objectivos.
Uma espécie de histeria apoderou-se do Ocidente. Caça-se tudo o que é
russo sem pensar em quaisquer ligações com a crise ucraniana. Interditam
artistas russos de se apresentar, mesmo que sejam reputados opositores
do Presidente Putin. Aqui uma universidade proíbe no seu currículo o
estudo do herói anti-soviético Soljenitsyn, ali outra proíbe o escritor
do debate e do livre arbítrio, Dostoiévski (1821-1881), que se opôs ao
regime czarista. Aqui desprograma-se um maestro porque ele é russo e
acolá retira-se Tchaikovsky (1840-1893) do repertório. Tudo o que é
russo deve desaparecer da nossa consciência, tal como outrora o Império
Romano arrasou Cartago e destruiu metodicamente todos os traços da sua
existência, a ponto de hoje não sabermos muito sobre essa civilização.

Em 21 de Março, o Presidente Biden não se escondeu. Perante uma plateia
de chefes de empresas declarou : « Este é o momento em que as coisas
mudam. Vai haver uma Nova Ordem Mundial e nós devemos dirigi-la. E
devemos unir o resto do mundo livre para fazer isso » [8 <#nb8>]. Esta
nova Ordem [9 <#nb9>] deverá cortar o mundo em dois blocos herméticos ;
um corte como nós jamais conhecemos, sem comparação possível com a
“cortina de ferro” da Guerra Fria. Certos Estados, como a Polónia,
julgam perder muito com isto tal como os outros, mas também ganhar um
pouco. Assim, o General Waldemar Skrzypczak acaba de reclamar que o
enclave russo de Kaliningrad se torne polaco [10 <#nb10>]. Com efeito,
após o corte do mundo, como poderá Moscovo comunicar com este território ?

Thierry Meyssan <https://www.voltairenet.org/auteur29.html?lang=pt>
Tradução


Em
VOLTAIRE.NET
https://www.voltairenet.org/article216295.html
29/3/2022

segunda-feira, 28 de março de 2022

En la transición hacia una nueva civilización. La confrontación militar en Ucrania

    


*/El objetivo principal de Rusia-OCS es construir una posición de
fuerza, para recién ponerse a negociar un nuevo pacto con la OTAN. Cuyo
objetivo sería que la Alianza Atlántica (OTAN) vuelva a las fronteras
originales de 1997. Es decir que la OTAN desaloje su maquinaria militar
de los espacios rusos y de Europa oriental. /*


  *Wim Dierckxsens y Walter
  Formento*                                                                                 

La guerra en Ucrania no es simplemente una guerra para ver quién
controla un país, un territorio. Es una confrontación en el terreno
militar por el futuro de la Humanidad y de la Naturaleza. Como veníamos
sosteniendo, ésta se plantea entre dos esquemas de poder que componen la
contradicción principal a nivel internacional, entre el Pluriversalismo
multipolar plurinacional y el Globalismo unipolar financiero. Ambos
esquemas de poder universal internacional están en choque estratégico y,
es el multipolarismo quien sostiene en este momento la iniciativa
estratégica general desde 2020/21 en adelante.

Rusia lleva la iniciativa multipolar al plantear la batalla en Ucrania
para desarticular las acciones técnicas militares de la OTAN /(acciones
realizadas principalmente desde 2014 de múltiples modos: con la
instalación en Ucrania de a- capacidades de guerra biológica, b-
capacidades de guerra bacteriológica y c- capacidades de guerra nuclear,
etc.) /que constituyen una amenaza para la soberanía de
Rusia-China-India-Pakistán-Irán-etc.

Detener las acciones técnico-militares de la OTAN-Globalista y
desarticular su plan de acción significa detener los últimos esfuerzos
de una civilización occidental en declive, de esta manera se está
“despejando” el camino para que el multipolarismo plurinacional y
pluriversal pueda avanzar y desarrollar dicha nueva civilización multipolar.

Estamos observando una clara decadencia y proceso de “caída”[i] <#_edn1>
de la civilización occidental en su expresión unipolar globalista
financiera, centrada ya no en la acumulación de capital productivo sino
en la forma improductiva de obtener dinero y más dinero sin vínculo con
la economía real. Este un proyecto expansionista ya no se conecta con la
producción real y el trabajo y necesita imponer por la fuerza los
intereses de una élite obsoleta de capitalistas financieros globalistas
que ha llevado a la destrucción de naciones y regiones. Ejercen su
dominación desde los bancos centrales, sus cities financieras locales y
una corte de gerentes de bancos. Controlan la moneda de cada país,
subordinada al petro-dólar como moneda fiduciaria sin otro respaldo que
el poder militar, esencialmente de la OTAN. Sin embargo, de hecho su
poder militar de hecho ya no es superior a nivel mundial.

Con la Perestroika y la desintegración de la Unión Soviética en
1987-1991, la OTAN debería haberse disuelto, puesto que su objetivo
principal, planteado en 1950, había sido alcanzado. Sin embargo, a
partir del unipolarismo norteamericano[ii] <#_edn2> y particularmente
con el */unipolarismo globalista/* (desde 1999[iii] <#_edn3>), la OTAN
actualizó objetivos y desplegó otro proyecto estratégico globalista:
integrar en sucesivas olas a las antiguas repúblicas soviéticas y
particularmente las de Europa oriental.

Con la consolidación de la CEE (Comunidad Económica Europea) en 1955
(que luego tendrá crisis hasta dar paso a la Unión Europea a principios
de los noventa) muy pronto se propuso su progresiva ampliación hacia el
Este, incluyendo sucesivamente a las ex repúblicas soviéticas. Claro que
cuando entraron a la UE, lo hicieron ya bajo la tutela de la OTAN. Esta
es la situación en la se encuentra toda la UE (6), excepto Gran Bretaña
y particularmente la City de Londres.

Al principio, Rusia se preocupó por el aislamiento que le impuso la OTAN
respecto de Europa, pero a fines del siglo XX, no tuvieron otra opción
que interpretar la expansión de la OTAN como una acción militar amenazante.

El punto de más alta violencia fue 1999, cuando se desarrolla la
“intervención” de la OTAN, como brazo armado de las fuerzas globalistas,
sobre la ex república de Yugoslavia. La OTAN inicio una guerra, sin
ningún mandato de las Naciones Unidas. El bombardeo de Belgrado durante
70 días, por parte de la OTAN, provocó en Rusia el temor y alerta porque
algo parecido podría suceder en el futuro sobre Moscú. Fue entonces que
Rusia tomó conciencia de la “fragilidad” de su posición, se dio el
relevo de Yeltsin por enfermedad y asumió Putin en su lugar, como nuevo
presidente ese mismo año de 1999[iv] <#_edn4>.

En el mismo año (1999) el globalismo (Bill Clinton) deroga la Ley Glass
Steagall (Roosevelt ,1933) para poder tomar el control de la gran banca
comercial en EEUU, mediante la Banca de Inversión Financiera (ffig)[v]
<#_edn5>: un cambio radical que da inicio, además, a una guerra civil
financiera. En concreto, entre los actores financieros transnacionales
Globalistas unipolares y los actores unipolares continentalistas
norteamericanos. Conflicto que en septiembre de 2001 “se expresara” en
la “caída” de las Torres Gemelas[vi] <#_edn6> en Nueva York. Y luego, en
2007/8, con un segundo momento con la llamada “Caída” de la banca
financiera offshore (Lehman Brothers entre otras)[vii] <#_edn7>.

En febrero de 2007, en Munich, luego de la crisis de la caída de las
Torres Gemelas de septiembre de 2001, Putin denunció al globalismo
unipolar anglosajón: “Nos quieren imponer nuevas líneas de demarcación
avanzando hacia las fronteras rusas”. A nivel de la OTAN, incluso, se
planteaba la posibilidad para dar el “First Strike” nuclear contra
Rusia. Rusia tuvo que trazar líneas rojas y Ucrania se constituyó en
aquella línea que nunca debería traspasar la OTAN. En respuesta el
secretario general de la OTAN, Jens Stoltenberg, manifestó hace poco:
“Rusia no es nadie para impedir la entrada de Ucrania a la OTAN”.

Los intereses Globalistas, mediante el avance militar de la OTAN,
forzaron a Rusia a hacer respetar las líneas roja en Ucrania. Algo que
estaba ya planteado Putin en 2007 y, que “debería” haber sido respetado
por la OTAN. Claramente decidieron no hacerlo en 2014 cuando produjeron
el Golpe de Estado (el Maidan) contra el presidente electo Yanukovich,
que se había comprometido a respetar las líneas rojas de Rusia.

Los principales diplomáticos y funcionarios estadounidenses – en las
negociaciones postsoviéticas con Rusia sobre el orden de seguridad de
Europa – sabían muy bien que, si la OTAN alguna vez se expandiera hasta
las fronteras de Rusia, cercanas de Moscú, habría guerra.

No se trata de una nueva guerra en febrero de 2022. Es la misma que se
desarrolla desde 2014, pero ahora ha pasado a un nuevo nivel y formato.
Moscú busca en primer lugar desmilitarizar Ucrania /(eliminar los
laboratorios de desarrollo de armas nucleares –Chernóbil-, biológicas y
bacteriológicas*[viii]* <#_edn8> –Mariupol-)/ y desarticular
(desnazificar) a los grupos paramilitares ultra-nacionalistas pro-OTAN,
que combaten y persiguen a la población culturalmente rusa.

En 2014, el “levantamiento” de fuerzas ultraderechistas en la plaza de
Maidan, respaldada por Occidente
<https://translate.google.com/website?sl=en&tl=es&hl=es-419&prev=search&u=https://off-guardian.org/2022/02/24/timeline-euromaidan-the-original-ukraine-crisis/> y la OTAN, condujo a un golpe de estado, con cambio de gobierno. Lo más preocupante de todo es que fue llevado materialmente adelante por el grupo de paramilitar neonazi “Svoboda”, fundado por Andriy Parubiy, en tanto primera línea de un plan elaborado y respaldado por la OTAN. Obviamente esto ha sido silenciado por las estructuras de comunicación globalistas.

Ahora, la naturaleza neonazi del nuevo régimen de Ucrania está quedando
hoy a la vista de todos. De hecho, los neo-nazis de Azov han sido
documentados y filmados por las Naciones Unidas, por haber cometido
crímenes de guerra y atrocidades en Donbás. La OTAN con recursos,
material de guerra y capacitación del Pentágono, estuvo armando
al batallón nazi Azov durante años
<https://translate.google.com/website?sl=en&tl=es&hl=es-419&prev=search&u=https://thehill.com/policy/defense/380483-congress-bans-arms-to-controversial-ukrainian-militia-linked-to-neo-nazis>[ <#_edn9>que desde el golpe del 2014, opera encubierto como la Guardia Nacional de Ucrania.       

El 21 de febrero de 2022 la Federación Rusa hizo un movimiento clave en
el tablero ucraniano: reconoció a las repúblicas separatistas de Donetsk
y Lugansk que venían resistiendo desde el mismo momento del golpe de
estado con respaldo de la OTAN en 2014. Una vez reconocidas las
entidades de dicha región llamada Donbás, el siguiente movimiento de
Moscú fue asegurar la defensa directa de las zonas pro-rusas en el
territorio y avanzar sobre la Ucrania desde el Este, el Norte y el Sur.

Esta “invasión” de Ucrania por parte de Rusia era «prevenible» si los
globalistas y la OTAN hubieran tomado el camino de la diplomacia. Pero
los globalistas, representados por la administración Biden, no querían
resolver nada por la vía diplomática y el derecho internacional. Querían
sí, “complicarle” la vida a Rusia a partir de una invasión en Ucrania,
con una “guerra comunicacional de amplio espectro” en manos de las más
poderosas estructuras financiero-comunicacionales de los actores
Globalistas.

Los globalistas estaban ante el dilema de ceder y hundirse o parar a
Rusia y a China con su proyecto de una nueva civilización multipolar.
Con la pandemia mundial de Covid-19, buscaron poder crear las
condiciones para poder imponer al mundo su gobierno global: el
““Economic Reset””. No lograron, ni siquiera dentro de EEUU, crear las
condiciones de obediencia ciega a las autoridades demócratas
/(Biden-Pelossi-Harris)/ que asumieron en enero de 2020 controlando
tanto el poder ejecutivo como el legislativo. Pero para poder asumir por
completo tuvieron que hacerlo en el marco de una suerte de golpe de
estado comunnicaiconal llamado el “Asalto al Capitolio” o el
“Auto-Asalto al Capitolio”[x] <#_edn10>.

Más aún, el Covid-19 potenció las condiciones para una segregación
latente de los estados republicanos de EEUU, o sea, el avance en su
propia Perestroika. En enero de 2021, hicieron un segundo intento a
partir del Foro Mundial sobre el Cambio Climático en Escocia,
oportunidad que se les escapó de las manos tanto internamente /(división
al interior del partido demócrata y oposición de los republicanos)/,
como con el voto contrario de los países del Sur Global en el Foro, como
ya hemos abordado en artículos anteriores[xi] <#_edn11>.

Para imponer su “Economic Reset”, a los globalistas no les quedaba otra
que lograr quebrar la voluntad de Rusia en una guerra y luego ir contra
China, a partir de otra guerra o dando “continuidad al conflicto” pero,
ahora la “demonización” sería a partir de Taiwán. Están aparentemente
dispuestos de llevar el mundo entero al abismo en el caso de no lograr
sus objetivos.

La entrada de tropas rusas a Ucrania disparo a un nivel superior de la
guerra mediática globalista, se ha hecho con connotaciones histéricas
para poder forzar el alineamiento de los países miembros de la OTAN y,
legitimar las sanciones más severas posibles.

Un primer objetivo de los globalistas fue declarar al gasoducto
Nord-Stream-2 como “proyecto-muerto”. Este ducto de gas que conecta a
Rusia y Alemania, vía el mar Báltico, fue boicoteado por las fuerzas
globalistas desde los primeros momentos de su construcción. Cuando se
dio la respuesta de Rusia-OCS[xii] <#_edn12> a la OTAN, el gasoducto
estaba listo para comenzar a funcionar. Alemania, pero también muchos
otros países de la UE, son muy dependientes del gas ruso.

La inauguración del Nord-Stream-2 hubiera significado, sin duda, la
progresiva integración definitiva de la /UE
(Alemania-Francia-Italia-España-etc.)/ al proyecto multipolar con China
y Rusia. El excanciller alemán Gerhard Schröder es presidente del
gasoducto Nord-Stream-2 y aun pieza clave para darle continuidad a la
negociación en el tiempo.

La histeria que generaron los medios de desinformación globalista
predicando la ´posverdad´ lograron, que hasta Alemania no tenga otra
posibilidad que “adherir” a las sanciones impuestas por las fuerzas
globalistas anglosajonas a Rusia: no al Nord-Sream-2, no al petróleo
ruso y excluir a Rusia del sistema transferencias interbancarias SWIFT,
entre otras medidas.

Rusia, antes de la entrada a la confrontación directa, logró un acuerdo
para transferir sus exportaciones de gas y petróleo a China,
anticipándose así a las sanciones. La nueva economía multipolar, con
China y Rusia como motor, permite a China pagar a Rusia por fuera del
dólar y a precios relativamente favorables, los combustibles fósiles.
Producto de las sanciones Rusia se ve favorecida con dichos precios
elevados para mantener su economía ya que depende fuertemente de estos
recursos naturales.

Europa, en cambio, observa como esta “realidad” impuesta por la OTAN, no
puede sostener la marcha de su economía con los altos precios del
petróleo y gas. Si las tasas de interés aumentan, esto significa nuevos
impulsos a la inflación y hará empeorar aún más la economía europea
conduciéndola hacia una recesión profunda.  Para colmo la UE ha decidido
aumentar su gasto militar improductivo, hecho que beneficia a EEUU como
vendedor de productos bélicos, pero que afecta negativamente al
crecimiento económico de Europa, profundizando aún más la recesión que
llegará con casi seguridad a tomar carácter de depresión al estilo de
los años treinta.

Rusia conoce cuanto el mundo depende de sus exportaciones de
combustibles fósiles. Así como de la conexión física que existe entre el
consumo de combustibles-fósiles y la fabricación de bienes-y-servicios
terminados. La economía real de China cuenta con costos de producción
más bajos que Europa o EEUU y está en condiciones de progresar con su
economía a pesar del alza en los precios de la energía /(Gas, Petróleo,
etc.)/. Europa en cambio muy difícilmente puede sostener su economía
real con precios tan altos en la energía. El tándem Rusia-China
“adquiere” de este modo un enorme poder potencial sobre la economía
mundial y empujará el multipolarismo adelante.

En cambio, la UE (Alemania-Francia-Italia-España-etc.) observa
concretamente como el alza en el costo de la energía y crisis, que la
OTAN ha “construido” en Ucrania, la golpea de modo más directo y más aún
cuando pierden un mercado significativo para sus propios productos de
exportación (automóviles, etc.).

La economía real de la UE está ya integrada a los mercados de China.
Ahora la UE se ve forzada de comprar gas y productos bélicos caros de
EEUU. La inestabilidad económica que ésta política está causando a la UE
tendrá como resultado, a muy corto plazo, que la dirección de la OTAN
(Estados Unidos + GB) se transforme en una amenaza mayor para la UE que
lo que realmente puede ser Rusia-OCS.

*La desdolarización acelerada a partir de las sanciones*

La Unión Europea se ve ante el dilema de tener que importar gas mucho
más caro desde EEUU. Han buscado como obtener más petróleo desde el
Medio Oriente. Sin embargo, Arabia Saudí, durante los primeros diez días
de la guerra, manifestó su decisión de comercializar petróleo con China
en yuanes, incluyendo el nuevo bloque económico RCEP que se ha
constituido[xiii] <#_edn13>. Irán desde que fue sancionado, trabaja con
la misma “línea”. La OPEP ha manifestado de no aumentar su cuota con
Occidente.

El desarrollo de la economía en Eurasia centrada en Rusia y China, está
acelerando el necesario desplazamiento definitivo del */petro-dólar
estadounidense/* como moneda internacional de cambio y reserva. Rusia ya
no está vendiendo su gas y petróleo en euros o dólares, sino en rublos.
La cotización del rublo se disparó de inmediato. En la práctica lo
anterior significa que países como Alemania compra rublos con euros o
entregan bienes tangibles (como autos) a cambio de petróleo.

Ante las fuertes sanciones recibidas por Rusia y los ejemplos de Irán y
Venezuela, cada vez más países dejarán de tener dólares en reserva.
Rusia podría también considerar incumplir el pago de su deuda en
dólares, creando un precedente para otros países más alineados con el
proyecto multipolar. El Salvador dejó el dólar de lado y en Rusia el
bitcoin de pronto se hizo más popular. Habrá más países reemplazando
dólares por bitcoins u otras cripto-monedas.

*La dependencia insustituible del gas y energía rusa*

La economía mundial depende de las exportaciones de Rusia de petróleo,
carbón y gas natural. Esta dependencia se puede ver de muchas
maneras. Por ejemplo, en 2020, el 41 % de las exportaciones mundiales de
gas natural procedieron de Rusia. El gas natural es especialmente
importante también para “equilibrar” los suministros de electricidad
eólica y solar, sin lo cual no habría “estabilidad” en el suministro.
Europa absorbe casi el 45% de las importaciones mundiales de gas natural
(Figura1).

Sus importaciones de gas natural superan las exportaciones de Rusia
(Figura 2). Sin las exportaciones de gas natural de Rusia, no hay
ninguna posibilidad de suministrar gas natural desde el resto del mundo
para satisfacer la demanda europea. Alemania con toda razón pretende no
cortar los canales de suministro de energía fósil con Rusia ni los
mecanismos de pago. La única conclusión que podemos sacar es que la UE
ha de negociar con Rusia cuanto antes.

Las sanciones contra Rusia en torno a la energía, por lo anteriormente
mostrado, dañan más a los países europeos que a Rusia. Si las sanciones
realmente hundieran a Rusia, que no es el caso, el resultado tendería a
empujar a toda la economía mundial hacia el colapso, porque el resto del
mundo depende en demasiado gran medida de las exportaciones de
combustibles fósiles de Rusia. Debido a los niveles muy altos en los
precios, los gobiernos en el mundo occidental corren el riesgo de ser
fuertemente cuestionados y hasta “derrocados” por sus pueblos.

*Figura 1*

<https://www.zerohedge.com/s3/files/inline-images/nattygas_chart.jpg?itok=xBm6RXYG>

*Figura 2*

*Hacia un sistema de nuevas reservas estratégicas*

La expulsión de los bancos rusos del sistema de comunicación
interbancario, SWIFT, puede empujar a esos bancos a buscar otro sistema
de comunicación alternativo, como el Sistema para la transferencia de
Mensajes Financieros de Rusia (SPFS), por ejemplo, lanzado a modo de
prueba en 2014. O también, el sistema de pagos interbancario
internacional de China (CIPS) creado en 2015. La Unión Económica
Euroasiática, liderada por Rusia y China, acordó el 18 de marzo el
mecanismo para un sistema financiero y monetario independiente del
SWIFT. La EAEU puede atraer no solo a las naciones que se han unido al
BRI, sino también a los de la Organización de Cooperación de Shanghai.
(SCO). Interesante es observar que el comercio entre Rusia y China
aumentó más del 40% en enero-febrero.

Otra medida, mucho más impactante que la exclusión de los bancos rusos
del sistema SWIFT, es la prohibición al gobierno ruso del acceso a sus
reservas en oro, ahorros en dólares y euros, depositados en los bancos
occidentales. Usar o manipular al dólar, política y militarmente, a
favor de los intereses Globalistas, significaría un punto de inflexión
para la legitimidad global del dólar, como moneda de reserva
internacional y por ende de su hegemonía. El nivel de precios de las
materias primas ha conmovido a todos los mercados. Estos ´commoditties´
constituyen nuevas garantías, sustituyendo al dólar.

El mundo pasó a un nuevo Bretton Woods, a una etapa respaldada por
(lingotes de) oro junto a materias primas estratégicas y Rusia, junto
con muchos países periféricos, está bien dotado de dichos recursos. Las
sanciones regresan como bumerán a sus responsables.

*La perspectiva futura de la guerra*

Las fuerzas de Rusia-OCS ya controlan más del 80% del territorio en
Ucrania. Militarmente no vuela ni una mosca si el comando de guerra ruso
no lo autoriza. Los focos de resistencia que aún operan, fuerzas
militares y comandos nazis (controladas por la OTAN y la CIA), no tienen
ya capacidad para alterar el cuadro de situación. La maquinaria
técnico-militar de Rusia-OCS controla y bloquea todo el espectro del
territorio ucraniano, por aire, por mar y por tierra. Tiene un manejo y
un posicionamiento estratégico sobre todo el escenario del conflicto.

Como demostración de fuerza del control de Rusia-OCS sobre Ucrania, es
que EEUU probó el 15 de marzo de nuevo el teléfono rojo con Rusia. Es la
señal que Washington ya está programando (igual que en Afganistán) la
salida de su personal diplomático y de los operadores encubiertos de la
CIA y de la OTAN de Ucrania.

Rusia cumplió la primera fase de los objetivos de su misión:
desmilitarizar y desnazificar la región y las fuerzas regresan a Donbas
para acabar con la última resistencia, para establecer como segunda fase
un nuevo gobierno, que no responda a los intereses (militares,
económicos y políticos) del globalismo anglosajón y la OTAN. En una
tercera fase, Rusia busca negociar en posición de fuerza el
levantamiento de las sanciones económicas que le aplicaron.

El objetivo principal de Rusia-OCS es construir una posición de fuerza,
para recién ponerse a negociar un nuevo pacto con la OTAN. Cuyo objetivo
sería que la Alianza Atlántica (OTAN) vuelva a las fronteras originales
de 1997. Es decir que la OTAN desaloje su maquinaria militar de los
espacios rusos y de Europa oriental. Lo cual en la práctica significaría
disolver la OTAN, ya que su misión actual de avanzar militarmente hacia
Rusia ha sido paralizada “en toda la línea”.

En Occidente solo entienden el lenguaje cifrado del poder nuclear, pero
Rusia ya tiene superioridad en ese campo. Lo que le permite dejar en
claro que la mejor decisión es negociar. Es probable que este último
objetivo llevara más tiempo, pero con las elecciones de noviembre de
este año en EEUU y la casi segura derrota de Biden, brinda el escenario
apropiado.

*Perspectiva futura al interior de EEUU*

Acorde con una encuesta de pewresarch.órg/politics al 13 de marzo de
2022, alrededor de dos tercios (67%) de los estadounidenses dicen estar
en contra de una acción militar en Ucrania, más aún si se corre el
riesgo de un conflicto nuclear con Rusia. Los demócratas y los de
tendencia demócrata aprueban en gran medida la respuesta de la
administración Biden a la invasión rusa (el 69 % la aprueba), mientras
el 67% de los de tendencia republicana la desaprueban. La aprobación del
trabajo de Biden como presidente en marzo (43%) prácticamente no ha
cambiado desde enero, cuando estaba en el mínimo de 41%.

La verdad es que los globalistas del WEF fallaron en sus esfuerzos por
instituir la tiranía médica o sanitaria, al menos en los EEUU y en
ciertas partes de Europa.  No les fue posible generar el suficiente
miedo o terror en la población para que éstas aceptaran renunciar a sus
libertades como el mal menor. Los globalistas podrán esperar “otra”
crisis al menos en Estados Unidos.

Larry Fink, CEO y presidente del administrador globalista de activos más
grande del mundo, BlackRock
<https://translate.google.com/website?sl=en&tl=es&hl=es-419&prev=search&u=https://www.cnbc.com/quotes/BLK> , dijo que la invasión de Rusia a Ucrania ha trastocado el orden mundial que había estado vigente desde el final de la Guerra Fría. La invasión rusa de Ucrania ha puesto /fin a la globalización/ que hemos experimentado durante las últimas tres décadas, dijo Fink en su carta del 24 de marzo de  2022 a los accionistas <https://translate.google.com/website?sl=en&tl=es&hl=es-419&prev=search&u=https://www.blackrock.com/corporate/investor-relations/larry-fink-chairmans-letter> . Ha dejado a países y comunidades mirando hacia adentro como han sido el caso de Rusia y China y con la creación de nuevas comunidades como el BRI. Lo anterior ha exacerbado la polarización de dos sistemas que estamos viendo en el mundo actual: una globalización unipolar en declive con la posible Perestroika de EEUU ante un mundo multipolar en ascenso.

Hace solo unos meses, los jefes del banco central de EEUU (Powell). y de
la UE (Lagarde), cantaban que la inflación era transitoria y ahora
resulta que estamos ante una inflación galopante. Durante años
estuvieron tratando de llevar la inflación al dos por ciento y luego, de
repente, se dispara al 10%.

Desde 2008 vimos una /inflación/ de activos sin precedentes en acciones,
bonos y propiedades, beneficiando a las grandes corporaciones
globalistas como GAFAM sobre todo, como hemos señalado en artículos
anteriores. Sin embargo siempre estuvo claro que el aumento exponencial
de la oferta monetaria tiene un efecto negativo sobre el precio de la
moneda (dólar, euro, yen, etc.) y alcanzaría los precios al consumidor.
Con el Covid-19, más aún con la guerra en Ucrania y sobre todo a partir
de las las sanciones económicas podemos esperar además una tormenta
financiera perfecta.

Las*/acciones/* al haber alcanzado máximos, podemos esperar en esta
coyuntura una caída devastadora. Es probable un colapso bursátil y que
las acciones disminuyan un 75% o más y que no se recuperen durante años
o quizás décadas. */Los bonos/* han subido durante más de 40 años y las
tasas de interés llegaron a cero o negativas. Las tasas ahora están
subiendo y es probable que siguen hacia arriba según las políticas de la
Fed, provocando un colapso de la deuda hiper-inflacionaria. Es decir,
muchos bonos perderán su valor.

*Los /mercados inmobiliarios/*/ / han llegado a extremos, impulsados ​
​por dinero barato y crédito ilimitado con un apalancamiento muy alto.
Los precios de las propiedades han llegado de nuevo a niveles
insostenibles. A medida que aumenten las tasas de interés, la burbuja de
los mercados inmobiliarios residenciales y comerciales explosionará, con
importantes incumplimientos de pago. *Los /derivados/* son una gran
bomba nuclear financiera que probablemente sea una sentencia de muerte
para los mercados financieros. Habrá quiebra bancaria sin posibilidad de
rescate.

Lo anterior pavimenta el camino a la derrota contundente de la
administración Biden en las elecciones de medio término, quedando la
cámara baja y el Senado en manos de los republicanos

*Conclusión***

La guerra contra Rusia, en Ucrania, fue planificada y provocada por las
fuerzas Globalistas y la OTAN según deja en claro el informe Rand de
2019 que se titula ¨/Sobreextensión y desequilibrio de Rusia: Evaluación
del impacto y de los costes de las posibles opciones/” de una guerra con
Rusia en Ucrania.

El informe propone financiar en Ucrania un conflicto para desgastar a
Rusia principalmente con sanciones económicas severas. El objetivo fue
provocar el colapso económico y político, sin entrar en una guerra
directa contra Rusia, *porque según informes Rusia la ganaría sobradamente.*

En cuanto al*precio del petróleo y del gas, partieron de un supuesto
falso ya *que los precios de petróleo no se mantuvieron bajos como en
2019 ni tampoco logran aun sustituir el petróleo ruso convenciendo a
países de la OPEP de aumentar sus cuotas de producción. El gas licuado
desde EEUU para abastecer a la UE, no solo aumenta su costo
notoriamente, sino que no puede alcanzar los niveles requeridos por la
UE para funcionar y desarrollarse. En resumen, Europa quedaría afectada
negativamente por las medidas y, por lo tanto, tiene necesidad de
encontrar una solución de fondo en el suministro de energía, de las
otras materias primas y de consolidar su mercado en China.

La exclusión de los bancos rusos del sistema de comunicación
interbancario SWIFT solo ha provocado que Rusia y China tengan ahora un
sistema interbancario alternativo para realizar sus transferencias. Este
además incluye en principio a todos los países de Eurasia y de BRI, y
con ello el esquema de poder y el proyecto multipolar dan un gran paso
adelante para dejar el dólar a un lado y avanzar con otro sistema de
moneda de referencia internacional.

Ante la decisión del occidente unipolar Globalista de congelar las
reservas internacionales en oro, dólares y euros, Rusia decidió exigir
que los países de la OTAN paguen sus facturas en rublos por los recursos
fósiles (Petróleo y Gas) y ciertos metales. Además, quedarán sin acceso
a los metales considerados más estratégicos.

China y Rusia han firmado un acuerdo de apoyo mutuo sin límites. En este
plano no solo apoya a Rusia donde sea necesario. Incluso, es preciso
señalar que China ha militarizado por completo al menos tres de las
islas que construyó en el disputado Mar de China Meridional, armándolas
con sistemas de misiles anti-buque y antiaéreos, láser y equipos de
interferencia, aviones de combate en un movimiento cada vez más decidido
que pone freno a todas aquellas naciones que deciden operar en las
proximidades de manera desafiante. La batalla por Taiwán en otras
palabras ya ha comenzado, mostrando las capacidades disuasorias.

Somos de la opinión que la batalla en Ucrania ya ha sido ganada por la
OCS y Rusia, no solo en el terreno técnico militar sino también en el
terreno de la guerra económica y financiera. Incluso también en el
terreno de la comunicación y cultural. Los rusos han sido objetivos al
publicar  datos comparando con la propaganda barata de los medios de la
OTAN.  Las tropas rusas han rodeado varias ciudades importantes,
pero *deliberadamente no buscaron tomarlas*, sino que apuntaron a hacia
las tropas ucranianas. No quisieron, en lo posible, causar muertes
ciudadanas, Retornan a Donbás por haber concluido la primera fase.

En resumen, podemos afirmar que se está abriendo camino con avances
sustanciales en el proyecto del mundo multipolar hacia una nueva
civilización, tema que hemos abordado en nuestro libro[xiv] <#_edn14>.
Al mismo tiempo es probable que EEUU ingrese en una gran recesión
económica en los meses venideros, que sin lugar a dudas bajarán aún más
la popularidad de la administración Biden. Que bien podría llevarlo a
sufrir una derrota contundente en las elecciones de medio término en
noviembre, abriendo probablemente el espacio para la etapa decisiva a
una desintegración o Perestroika norteamericana[xv] <#_edn15>.

*Bibliografía*

Alejandro Narváez Liceras
<https://www.alainet.org/es/autores/alejandro-narvaez-liceras>,
/¿Peligra la hegemonía del dólar tras la guerra Rusia – Ucrania?, ALAI,
/16/03/2022

Egon von Greyerz, /A hell will break loose for humanity/, 22 de marzo de
2022

Fringe Finance de QTR
<https://quoththeraven.substack.com/p/god-help-us-andy-schectman-says-the?s=w>,/La «sentencia de muerte» para el dólar está aquí, los mercados de metales «se están rompiendo»,/ Zero Hedge, 11 de marzo de 2022

/Gail Tverberg, //El ataque de Rusia a Ucrania representa una demanda de
un nuevo orden mundial/*, *Our Finite World
<https://ourfiniteworld.com/2022/03/02/russias-attack-on-ukraine-represents-a-demand-for-a-new-world-order/>/, /5 de marzo de 2022**

Pepe Escobar, /¿Hacer que el nazismo vuelva a ser grande?/,26 de marzo
de 2022

Sputnik News,/Pronostican cambios que generarán las sanciones antirusas
en la política y economía mundial, /27 de marzo de 2022

/Gail Tverberg, //El ataque de Rusia a Ucrania representa una demanda de
un nuevo orden mundial/*, *Our Finite World
<https://ourfiniteworld.com/2022/03/02/russias-attack-on-ukraine-represents-a-demand-for-a-new-world-order/>/, /5 de marzo de 2022**

------------------------------------------------------------------------

[i] <#_ednref1> Wim Dierckxsens y Walter Formento, La Perestroika en
Estados Unidos, Réquiem para la civilización occidental, Editorial
Acercándonos, Buenos Aires, 2021

[ii] <#_ednref2> Bipolarismo Continentalista primero en 1950,
tricontinentalista en 1971, con el acuerdo en el Consenso de Washington
desde 1987, para imponer la perestroika o caída de la URSS, y Globalista
desde 1999 ya dominante y subordinando al Continentalismo y
Tricontinentalismo.

[iii] <#_ednref3> Bill Clinton y la Derogación de la Ley Glass Steagall
en 1999 abre el tiempo donde el globalismo unipolar financiero y se
lanza a la dominación de EEUU. Para luego ir por la Alemania-UE,
2000-2013 y por Japón-Asia Pacifico 1999-2009. Los hechos del 2001 y
2008 muestran la reacción del Continentalismo unipolar financiero
enfrentando al Globalismo, en el marco de su gobierno con Bush como
presidente de EEUU.

[iv] <#_ednref4> El primer presidente de Rusia, Borís Yeltsin, dimitió
el viernes al mediodía haciendo una jugada magistral en el estilo que le
ha caracterizado como político: asombrar, impactar. El golpe de efecto
de Yeltsin fue todo un éxito: el último día del siglo decidió dar vuelta
a una importantísima página de la historia de Rusia marcada por su
gestión y permitir, como él mismo dijo, que el país entre en el nuevo
milenio con una nueva generación de políticos. De acuerdo con la
Constitución, el primer ministro, Vladímir Putin, pasó a ser presidente
interino, y, como primera medida, tomó el control del maletín nuclear,
el máximo símbolo de poder. Yeltsin anunció su renuncia durante el
tradicional mensaje presidencial de fin de año.
https://elpais.com/diario/2000/01/02/internacional/946767601_850215.html
<https://elpais.com/diario/2000/01/02/internacional/946767601_850215.html>

[v] <#_ednref5> Con la especificidad que la Banca Financiera Global
tiene por norma no tributar impuestos en ninguna nación sino en paraísos
fiscales bajo su mando. Con lo cual imponen su capacidad y decisión de
monopolizar para sí como nueva forma de estado global en desarrollo,
desfinanciar a los Estados Nacionales y debilitar su soberanía para
monopolizar y proyectar poder.

[vi] <#_ednref6> Hecho que tuvo un componente técnico-militar muy
importante. Y particularmente expreso el conflicto de los Republicanos
continentalistas, Bush, y los Demócratas globalistas, Clinton. (Ver
Crisis Financiera Global Libro)

[vii] <#_ednref7> Que tuvo un componente técnico-financiero dominante
como detonante de la caída de las bancas off-shore en nueva York. Y
nuevamente expreso el conflicto de los Republicanos continentalistas,
Bush, y los Demócratas globalistas, Clinton. Pero mostrando ya la
fractura irreversible entre ambos bandos del poder financiero unipolar.
(Ver Crisis Financiera Global Libro y Crisis Mundial –Libro-).

[viii] <#_ednref8> El portavoz del Ministerio de Asuntos Exteriores
chino, Zhao Lijian, declaró que China había solicitado que EE.UU. revele
detalles sobre sus laboratorios biológicos en territorio ucraniano.
“Estados Unidos tiene 336 laboratorios en 30 países bajo su control,
incluidos 26 sólo en Ucrania. Debería dar cuenta de sus actividades
militares biológicas en su país y en el extranjero y someterse a una
verificación multilateral”, advirtió el portavoz. El inmediato efecto
que tuvo la presión china indica la importancia que la Casa Blanca
reconoce a las gestiones que Pekín, Berlín y París están llevando para
resolver el conflicto en Ucrania. (…) Los documentos publicados por el
ministerio incluyen supuestamente una orden del Ministerio de Sanidad
ucraniano para destruir los patógenos, así como listas de los gérmenes
en cuestión. De acuerdo a la traducción se puede leer que «el Ministro
de Seguridad Sanitaria de Ucrania en relación con la introducción de la
ley marcial en Ucrania el 24 de febrero de 2022, de acuerdo con la Orden
Presidencial de Ucrania el 24.02.2022, Nº 64/2022 solicita asegurar la
destrucción de emergencia de patógenos biológicos utilizados para
asegurar el sistema de gestión de calidad de los laboratorios en la
orden adjunta: apéndice en 2 hojas. en 1 aprox.» (…) El texto hace
evidentemente referencia a Viktor Liashko, Ministro de Sanidad de
Ucrania, quien durante su carrera en sucesivos cargos en el ministerio
siempre siguió trabajando para la USAID (Agencia norteamericana de Ayuda
para el Desarrollo), participando en diversos programas para el combate
de epidemias y enfermedades contagiosas.
https://www.telam.com.ar/notas/202203/585872-rusia-ucrania-armas-bacteriologicas.html <https://www.telam.com.ar/notas/202203/585872-rusia-ucrania-armas-bacteriologicas.html>

[ix] <#_ednref9> “En marzo de 2001, el general Giandelio Maletti, exjefe
del contraespionaje italiano, dejó entrever que además de la red
clandestina Gladio, de los servicios secretos militares italianos y de
un grupúsculo de terroristas de extrema derecha, las matanzas que
desacreditaron a los comunistas italianos recibieron también la
aprobación de la Casa Blanca y de la CIA.” */Los ejércitos secretos de
la OTAN: Operación Gladio/*, por Daniele Ganser,
https://www.voltairenet.org/article163224.html
<https://www.voltairenet.org/article163224.html>

[x] <#_ednref10> El Asalto al Capitolio: «Para algunos la insurrección
del 6 de enero fue motivo de orgullo. A menos que haya un correctivo
para ellos vamos a tener problemas en EE.UU.”
https://www.bbc.com/mundo/noticias-internacional-59889298
<https://www.bbc.com/mundo/noticias-internacional-59889298>. Para otros
“El Auto Asalto al capitolio”: todos lo vimos sin custodia y el único
guardia que había prácticamente invito a pasar a los «asaltantes». /“*La
elección de la democracia bananera de EEUU es el brote agudo de la
involución del sistema, fracturado en 2 repúblicas irreconciliables —la
azul, demócrata, y la roja, republicana— con subfracturas entre los
‘progresistas’ de Sanders y los ‘centristas’ de Biden, quienes en su
conjunto avizoran una guerra civil que no se atreve a decir su
nombre*/*.*
“https://www.larazon.cl/2020/11/13/por-alfredo-jalife-rahme-se-encamina-eeuu-a-una-guerra-civil/ <https://www.larazon.cl/2020/11/13/por-alfredo-jalife-rahme-se-encamina-eeuu-a-una-guerra-civil/>**

[xi] <#_ednref11> Multipolarismo vs unipolarismo: amenaza de guerra o
caída del Imperio, Observamos, ya serias incapacidades para que el
globalismo logra “sostener” su proyecto estratégico ya que recibe cada
vez más derrotas y con menos perspectiva. /Wim Dierckxsens y Walter
Formento, 04/02/2022, //https://www.alainet.org/es/articulo/214860/
<https://www.alainet.org/es/articulo/214860>//

[xii] <#_ednref12> OCS China, Rusia e India: ¿una alianza anti-OTAN en
Asia? Vladimir Putin y Xi Jinping durante la reunión de la Organización
de Cooperación de Shanghái (OCS) en Qingdao (China). La Organización de
Cooperación de Shanghái (OCS), que incluye a China, Rusia, India, etc.,
se ha calificado como una anti-OTAN asiática, aunque las discrepancias
entre sus miembros y su enfoque regional limitan sus posibilidades de
ser un contrapoder a Occidente.

[xiii] <#_ednref13> En total 15 países forman parte del acuerdo,
considerado el tratado de libre comercio más grande del mundo. Casi un
tercio de la población y el 30% del producto interno bruto globales se
concentran en el área que cubre el convenio, cuyos miembros -entre los
que no está EE. UU.- intercambian un volumen de comercio mayor entre sí
que con Estados Unidos y Europa juntos. Los detractores creen que está
demasiado centrado en favorecer a China y aquejan poca regulación en
derechos laborales y medio ambiente.
https://www.france24.com/es/econom%C3%ADa-y-tecnolog%C3%ADa/20220102-rcep-acuerdo-economico-asia-china <https://www.france24.com/es/econom%C3%ADa-y-tecnolog%C3%ADa/20220102-rcep-acuerdo-economico-asia-china>

[xiv] <#_ednref14> Por una nueva civilización: El proyecto multipolar,
En la modernidad (occidental) vale afirmar “pienso luego existo”,
mientras en la vía oriental prevalece históricamente “somos comunidad
luego existimos”.

Wim Dierckxsens, Walter Formento, 02/12/2021.
https://www.alainet.org/es/articulo/214505
<https://www.alainet.org/es/articulo/214505>

[xv] <#_ednref15> La Perestroika en Estados Unidos: Réquiem para la
civilización occidental, El ascenso y la caída de las civilizaciones es
una tesis clásica que con la Gran Depresión del Siglo XXI toma
nuevamente vigencia. Wim Dierckxsens, Walter Formento, 08/12/2021.

Publicado en: A fondo
<https://observatoriocrisis.com/category/actualidad/a-fondo/>,
Actualidad <https://observatoriocrisis.com/category/actualidad/>

Em
OBSERVATORIO DE LA CRISIS
https://observatoriocrisis.com/2022/03/28/en-la-transicion-hacia-una-nueva-civilizacion/
28/3/2022

sexta-feira, 25 de março de 2022

Al apoderarse de las reservas de Rusia, los EEUU y Europa están dando lugar a un nuevo sistema monetario internacional


24 marzo, 2022

*/En su afán por aplastar la economía rusa, los halcones de EEUU, han
abierto el camino para que Rusia y China comiencen a crear un nuevo
sistema monetario, muy alejado de la esfera del dólar estadounidense./*

*ALASTAIR CROOKE, DIPLOMÁTICO INGLÉS SENIOR*

La realidad es que la actual operación militar en Ucrania, a su debido
tiempo, quedará relegada a poco más que a una nota a pie de página en la
historia, pero la guerra financiera total contra Rusia será clave para
definir el próximo nuevo orden mundial. De hecho, es posible que ya
hayamos sido testigos del momento en que la historia económica cambió de
rumbo: el 26 de febrero, Occidente colectivo se apoderó de todas las
reservas de divisas del Banco Central de Rusia.

En esencia, Occidente decretó que las tenencias de la reserva soberana
rusa en euros, dólares y bonos del Tesoro de EEUU ya no eran ’dinero
bueno’. No tenían valor como « dinero » para pagar las deudas rusas a
sus acreedores extranjeros. Y al sancionar también al Banco Central de
Rusia, se hizo imposible que aquellos que compraban bienes, energía o
materias primas realizaran transacciones.

La magnitud de esta decisión se puede dimensionar por un hecho
histórico: durante un conflicto anterior -la Guerra de Crimea de
1854–1856- Gran Bretaña y Francia estaban en guerra con Rusia. Sin
embargo, en esta guerra, que también estaba centrada en Ucrania, el
gobierno ruso siguió pagando los intereses a los tenedores británicos de
su deuda, y el gobierno británico también siguió pagando sus deudas al
gobierno ruso.

El mensaje ahora es bastante claro: si con solo presionar un botón, un
estado importante del G20 puede ver que se apoderan de sus reservas, ,
entonces, aquellos que todavía tienen ’reservas’ en Nueva York, deben
poner sus barbas en remojo y llevar sus reservas a otro lugar mientras
sea posible. Y si necesitan mantener algo de valor en un reserva fiable
deben comprar y conservar oro.

Ahora, más que nunca, hay que preguntarse que esta pasando detrás de la
niebla informativa ¿Qué piensan aquellos que creían que los bonos
soberanos de EEUU (Treasuries) eran “dinero inviolable y seguro” ?
Bueno, EEUU acaba de declarar nulas y sin efecto esos bonos
estadounidense que son de propiedad del Banco Central de Rusia. Tal como
están las cosas , puede que ocurra lo mismo que pasó con los bonos
imperiales de Rusia que apenas sirvieron para decorar los baños europeos
en la primera guerra mundial. Ahora, al parecer, el banco central ruso
terminará usando sus tenencias en bonos del Tesoro de EEUU sólo como
papel tapiz para sus baños .

¡Pues bien preste atención ! Hay más. En la legislación propuesta al
Senado de los EEUU, las reservas de oro en poder del Banco Central de
Rusia serán congeladas e incautadas. Sin embargo, hay un gran problema
con esta legislación. El oro existe. Está en lingotes de oro físicos
(unas 2.300 toneladas), con un valor aproximado de 150 000 millones de
dólares, PERO… están almacenados en Rusia. En realidad, no se pueden
congelar ni incautar.

Entonces, ¿de qué se trata, si el oro *no* puede ser incautado? Se trata
de sanciones de boicot a cualquier parte o país que ayude a Rusia a
transportar o realizar transacciones en oro. Entonces, si Rusia
importara, digamos a modo de ejemplo, chips y semiconductores chinos y
liquidara la transacción en oro, entonces, en teoría, EEUU podría
sancionar a la entidad receptora en China.

Es cierto que las sanciones de EEUU a los destinatarios del oro ruso
pueden ser un poco exageradas, pero consideremos este hecho: hay (al
menos en teoría) 6 000 toneladas de oro de propiedad de Estados
extranjeros todavía en poder en la Reserva Federal de Nueva York.

Ahora, con el precedente ruso las autoridades estadounidenses pueden
confiscar fácilmente 6 000 toneladas con solo pulsar un botón … Y por
qué no hacerlo: el oro está ahí para apoderárselo. Entonces, ¿por qué
los Estados extranjeros querrían seguir manteniendo su oro en Nueva
York? ¿Por qué no repatriarlo mientras se pueda ? (Bueno… no será tarea
fácil quitarle ese oro a la Fed).

Sí, algunos dirán que Estados Unidos considera que Rusia es un ’mal
actor’, mientras que nosotros no lo somos. Ok, eso está bien por hoy.
Pero la lista de estados que en un momento u otro han sido etiquetados
como ’malos actores’ es larga. Recuerden que incluso Francia, miembro
del G7, fue acusada de ser un ’mal actor’ durante la guerra de Irak de 2006.

Seguramente estamos a punto de ver un gran retiro de Reservas que
todavía están bajo la jurisdicción de los EEUU. La decisión de Biden de
apoderarse de los activos del Banco Central Ruso es tan significativa en
términos geopolíticos como lo fue el fin del “respaldo en oro del dólar”
por parte de Nixon en 1971. Recuerden que el cierre de esta ’ventana’
fue explicada inicialmente como «una medida temporal».

La consecuencia geopolítica, sin embargo, fue nuclear. El sistema de
comercio basado en petrodólares le ha permitido a Estados Unidos
’bombardear’ al mundo con sanciones.( este bombardeó lo permite el
comercio denominado en dólares, o el «proceso de compensación» en dólares).

La hegemonía estadounidense sobre el llamado ’orden basado en reglas’ ha
sido financiera (y no tanto militar). Es decir, cualquier país que no
acepte este “orden” se expone a una sanción estilo ’bomba de neutrones’
del Tesoro estadounidense.

Pero, el 26 de febrero, este sistema comenzó su caída, cuando los
’halcones’ rusofóbicos de Washington agredieron estúpidamente al único
país, Rusia, que tiene todos los productos básicos necesarios para
desencadenar un cambio que instale un sistema monetario internacional
diferente: un sistema que este anclado en algo que no sea dinero fiduciario.

Claramente, el yuan o el rublo pueden reflejar el valor subyacente de
sus grandes reservas de oro. También, las materias primas son garantías,
y las garantías son dinero. Y Rusia tiene la mayor parte de los
productos clave.

En resumen, el sistema monetario occidental basado en el dólar
estadounidense, como moneda de reserva, está a punto de terminar en una
supernova inflacionaria, ya que EEUU perderá la capacidad de utilizar
los ahorros chinos para financiar su déficit presupuestario y comercial.

Y todo esto está sucediendo cuando la generación de los baby-boomers se
jubilan y sus pensiones se deben empezar a pagar. Además, los gastos en
defensa y los intereses “no discrecionales” ya consumen el 100% de los
ingresos fiscales. Así que ahora no hay elección : la Fed imprimirá la
mayor parte de un enorme gasto adicional.

Zoltan Poszar, una de las voces más respetadas de Wall Street, argumentó
recientemente que el actual sistema monetario funcionó mientras los
precios de las materias primas oscilaron de manera predecible dentro de
una banda estrecha, es decir, no se encontraban bajo una tensión extrema
(precisamente porque las materias primas son garantía de otros
instrumentos de deuda). Sin embargo, cuando el complejo de materias
primas está sometido a tensiones, como ocurre actualmente, la subida de
sus precios provoca una amplia desconfianza a todo el sistema monetario
basado en el dólar. Y esto es lo que estamos viendo ahora.

¿No previeron los halcones anti-Rusia estas ’consecuencias inesperadas’?
¿Hubo alguna gran estrategia detrás de la decisión de apoderarse de las
reservas rusas, más allá de la actitud visceral contra Rusia?

No, solo fue un impulso desesperado. Lo sabemos porque tanto la FED como
el BCE dijeron que no fueron consultados sobre esta incautación o/y la
expulsión de siete bancos rusos del sistema de compensación financiera
SWIFT, y agregaron que ellos se habrían opuesto a ambas decisiones si se
les hubiera preguntado.

Es autodestrucción.

¡Y qué ironía! En su afán por aplastar la economía rusa, los halcones de
EEUU, sin darse cuenta, han abierto el camino para que Rusia y China
comiencen a crear un nuevo sistema monetario, muy alejado de la esfera
del dólar estadounidense.

OBSERVATORIO DE LA CRISIS
https://observatoriocrisis.com/2022/03/24/al-apoderarse-de-las-reservas-de-rusia-los-eeuu-y-europa-estan-dando-lugar-a-un-nuevo-sistema-monetario-internacional/
24/3/2022

segunda-feira, 21 de março de 2022

Quando começou a guerra da Ucrânia?

 
  
    


Roger Harris

 

    /A integração pacífica da Rússia com o resto da Europa seria uma
    grande ameaça ao império dos EUA. Uma Europa unificada ou mesmo
    cordial poderia realmente anunciar o fim da hegemonia dos EUA. O
    objetivo geopolítico de longo prazo de impedir a unificação da
    Europa pode muito bem ser o objetivo fundamental da política externa
    dos EUA naquele continente./

 

 



Ver a guerra da Ucrânia como começando com a atual invasão russa leva a
conclusões muito diferentes do que se se considerar que o ponto de
partida dessa guerra foi o golpe de 2014 orquestrado pelos EUA na
Ucrânia. O golpe, que teve elementos de uma autêntica revolta popular,
tem sido utilizado por potências externas para perseguir fins geopolíticos.

 

A conceção de que a guerra começou em 24 de fevereiro deste ano é como
ver a “invasão” dos EUA e seus aliados da Normandia em junho de 1944
contra os “soberanos” e “democráticos” franceses de Vichy como o início
da Segunda Guerra Mundial. Não importa que o governo de Vichy fosse um
fantoche dos nazis; que as oportunidades de negociação tivessem sido
rejeitadas há muito tempo; que a guerra tivesse começado há anos e que a
única opção para deter os nazis fosse militar.

 

*O exército imperial dos EUA*

A NATO, deve-se entender, é um exército ao serviço do império dos EUA.
Vendo-o simplesmente como uma aliança de entidades nominalmente
soberanas, obscurece que é comandado como uma ferramenta da política
externa dos EUA na sua busca declarada de domínio mundial; isto é,
“dominância de espectro total”.Os membros da “aliança” devem integrar
totalmente as suas forças armadas sob esse comando, além de comprar
equipamentos de guerra dos EUA e oferecer seus próprios cidadãos como
tropas.

 

Após a implosão da União Soviética e o suposto fim da primeira guerra
fria, em vez da NATO ser dissolvida, ocorreu o contrário. Não houve
“dividendo da paz” nem o honrar a promessa de que a NATO não se iria
expandir mais. Em vez disso, a NATO disparou para o leste em direção às
fronteiras da Federação Russa, adicionando quatorze novos membros das
ex-repúblicas e aliados da URSS.

 

Mesmo antes do golpe de 2014, a decisão fatídica dos EUA em 2006 de
atrair a Ucrânia para a NATO representava uma ameaça existencial para a
Rússia. Em dezembro de 2021, de acordo com o estudioso de relações
internacionais da “realpolitik” John Mearsheimer, uma Ucrânia armada
pelos EUA tinha-se tornado um membro de facto da NATO, cruzando uma
linha vermelha para a Rússia. Mearsheimer conclui que “o ocidente é o
principal responsável pelo que está a acontecer hoje”.

 

*O fracasso das negociações pacíficas*

Falando perante a ONU em 2 de março, o representante venezuelano
identificou a violação dos Protocolos de Minsk, com o incentivo dos EUA,
como precursora da atual crise na Ucrânia.

Após o golpe de 2014 na Ucrânia, os Protocolos de Minsk foram uma
tentativa de um acordo pacífico por meio de “um cessar-fogo, retirada de
armas pesadas da linha de frente, libertação de prisioneiros de guerra,
reforma constitucional na Ucrânia concedendo autogoverno a certas áreas
de Donbass , e restaurar o controle da fronteira do Estado pelo governo
ucraniano.” Moscovo, Kiev e os separatistas orientais eram todos partes
nos acordos.

 

A perceção russa das negociações com a aliança ocidental no período que
antecedeu a invasão, conforme relatado pelo /New York Post//, /foi
descrita usando terminologia insensível como “como  conversa de surdos”
pelo ministro das Relações Exteriores russo Sergei Lavrov no seu
encontro com a sua contraparte britânica. (NOTA: o /NYP/, mesmo na
versão atualizada do artigo, refere-se a Lavrov como o ministro das
Relações Exteriores “soviético”, esquecendo que a URSS não existe há
mais de 30 anos.)

 

Após a última rodada de sanções “de varredura” impostas pelos EUA à
Rússia, o seu Ministério das Relações Externas anunciou que “chegámos à
linha onde começa o ponto sem retorno”. Tais sanções são uma forma de
guerra tão mortal como as bombas.

 

*As vantagens da guerra para os EUA e as desvantagens para todos os outros*

A guerra é uma grande diversão para Joe Biden, cuja popularidade vem
caindo devido a um desempenho doméstico sem brilho. O império dos EUA
tem muito a ganhar: unificar ainda mais a NATO sob o domínio dos EUA,
reduzir a concorrência económica russa no mercado de energia europeu,
justificar o aumento do orçamento de guerra dos EUA e facilitar a venda
de material de guerra aos vassalos da NATO.

 

A NATO despejou mais de um bilião de dólares em armas e instalações nos
países fronteiriços próximos da Rússia e continua até hoje a despejar
armas letais na Ucrânia. O líder do grupo neonazi  C14 da Ucrânia
gabou_-se _recentemente no YouTube (enquanto outras vozes são
censuradas): “Estamos a receber tanto armamento não porque, como alguns
dizem, 'o Ocidente está a ajudar-nos', não porque é melhor para nós, mas
realizamos as tarefas estabelecidas pelo ocidente porque... porque nos
divertimos, divertimo-nos a matar.”

 

Mais de 14 000 pessoas foram mortas na região de Donbass, no leste da
Ucrânia, numa guerra entre a etnia russa e militares ucranianos
regulares/paramilitares de direita nos oito anos a seguir ao  golpe. As
autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, enclaves
sitiados no Donbass cuja população em grande parte é constituída pela
etnia russa, separaram-se da Ucrânia e foram reconhecidas pela Rússia em
21 de fevereiro.

 

A cartilha semi-governamental (mais de 80% financiada pelo governo dos
EUA) da Rand Corporation^1 para os EUA e seus aliados diz tudo:
“pressionar as áreas económicas, políticas e militares para pressionar –
esticar e desequilibrar – a economia, as forças armadas da Rússia e as
forças de apoio político da Rússia no interior e no exterior”.

 

O conflito pode ter consequências desastrosas para a Federação Russa,
segundo fontes ocidentais e até mesmo algumas pessoas que se identificam
com a esquerda na Rússia . Como um bônus para os EUA, de acordo com Juan
S. González, diretor sénior do Conselho de Segurança Nacional dos EUA
para o Hemisfério Ocidental, as sanções contra a Rússia são feitas por
medida para prejudicar Cuba, Venezuela e Nicarágua, todos visados por
Washington para uma mudança de regime. E, claro, para ucranianos de
todas as etnias não há vitória numa guerra.

 

É difícil pensar que outras opções a Rússia tem para se defender. Talvez
existam algumas, mas certamente elas são escassas. Deve ficar claro que
os EUA têm sido continuamente o agressor, mesmo que alguns não concordem
com a resposta russa. Como argumenta Phyllis Bennis, do Institute for
Policy Studies [Instituto de Estudos Políticos (NT)], os EUA provocaram
esta guerra.

 

*Separar a Rússia da Europa*

A integração pacífica da Rússia com o resto da Europa seria uma grande
ameaça ao império dos EUA. Uma Europa unificada ou mesmo cordial poderia
realmente anunciar o fim da hegemonia dos EUA. O objetivo geopolítico de
longo prazo de impedir a unificação da Europa pode muito bem ser o
objetivo fundamental da política externa dos EUA naquele continente.

 

O que aconteceria com os “interesses estratégicos dos EUA” se a paz
surgisse na Europa e a Rússia se tornasse parceira da Alemanha, França e
Itália? Uma Europa potencialmente mais independente, incluindo a Rússia,
desafiaria o projeto atlanti_sta _dominado pelos EUA .

A extrema hostilidade que os EUA impuseram ao projeto Nord Stream 2 ,
que teria canalizado gás natural russo sob o Mar Báltico diretamente
para a Alemanha, foi além do estreito economicismo de favorecer os
fornecedores de gás natural liquefeito (GNL) dos EUA. Onde os esforços
anteriores de Washington de impor sanções económicas unilaterais ilegais
ao seu aliado da NATO falharam, o conflito atual certamente
desencorajará qualquer associação económica racional e cooperativa da
Rússia com os seus vizinhos ocidentais.

 

A separação da Rússia do resto da Europa é uma tremenda vitória para o
projeto imperial dos EUA. Este é especialmente o caso, quando houve
movimentos recentes na direção do intercâmbio económico, cultural e
político, que agora foram revertidos.

 

*Esferas de Influência e rivalidade interimperialista*

A Rússia compartilha uma fronteira de 1.426 milhas [2294.92 Km(NT)] com
a Ucrânia e considera essa região dentro do seu perímetro de segurança,
vital para a sua segurança nacional. Os EUA, que ficam a 5.705 milhas
(3693.3 Km) da Ucrânia, consideram o mundo como sua esfera de
influência. Claramente, há um conflito de interesses.

 

A dinâmica geopolítica contemporânea evoluiu da que Lenine descreveu em
1916 em /O/ /Imperialismo, o estágio supremo do capitalismo//, /que foi
então caracterizado como uma rivalidade interimperialista. Essa teoria
não é inteiramente adequada para entender o mundo de hoje dominado por
uma única superpotência (com os seus parceiros menores da União
Europeia, britânicos e japoneses)^2 .Certamente, os centros nacionais de
capital continuam a competir. Mas acima dessa competição está uma
/unipolar/ /pax americana/ imposta de maneira militante .

 

Existe apenas uma superpotência com centenas de bases militares
estrangeiras, posse da moeda de reserva mundial e controle do sistema
mundial de pagamentos e transações SWIFT [Society for Worldwide
Interbank Financial Telecommunications (NT)]^3 . Reduzir simplesmente  o
conflito a um confronto entre capitalistas obscurece o contexto do império.

 

Além disso, mesmo que se entenda a situação atual como um choque de dois
campos imperialistas, isso não impede a tomada de partido. Certamente a
Segunda Guerra Mundial foi uma guerra interimperialista, mas isso não
impediu os socialistas de se oporem ao pólo do Eixo e apoiarem os
aliados. Os EUA estão cada vez mais agressivamente a agitar as águas,
não apenas na Ucrânia, mas também em Taiwan, em África e  noutros sítios.

 

*Assimetria das Forças*

As forças são assimétricas nesta competição. A Rússia e os EUA podem ter
arsenais nucleares comparáveis, mas a Rússia não tem bases de nenhum
tipo na América do Norte em comparação com pelo menos seis bases
nucleares e muitas outras bases convencionais  dos EUA na Europa. O
orçamento militar dos EUA é 11,9 vezes maior que o da Rússia, para não
mencionar os cofres de guerra dos aliados de Washington na NATO. Da
mesma forma, a economia dos EUA é 12,5 vezes maior que a da Rússia. Das
500 maiores empresas internacionais segundo a revista Fortune , apenas
quatro são russas, em comparação com 122 dos EUA. A produtividade do
trabalho da Rússia é apenas 36% da dos EUA. Em termos de capital
financeiro, os EUA têm 11 dos 100 maiores bancos do mundo; a Rússia tem
um. Longe de ser um importante exportador de capital, a Rússia é líder
na fuga de capitais, em parte devido às sanções impostas pelos EUA e
seus aliados.

 

Como concluio analista Stansfield Smith, a Rússia “desempenha um  
papepequenol na atividade imperialista por excelência: a exportação de
capital para a periferia e a extração de lucro do trabalho e dos
recursos dos países em desenvolvimento”. A Rússia é um alvo do
imperialismo liderado pelos EUA. A Ucrânia é apanhada no fogo cruzado.

 

*Hipocrisia da “comunidade internacional”*

Se ao menos a indignação com a invasão russa tivesse algum fundamento
ético pelo que é erroneamente chamado  “comunidade internacional”!  Mas
na realidade são os EUA e os seus subalternos. A elogiada “ordem baseada
em regras” de Biden é aquela em que os EUA fazem as regras e o resto do
mundo segue as suas ordens, em contradição com a Carta da ONU e outras
leis internacionais reconhecidas.

 

De Cuba, o jornalista Ángel Guerra Cabrera lamenta: “A nossa região
assistiu a flagrantes violações  desses princípios, da parte dos EUA,
na Guatemala, Cuba, República Dominicana, Granada e Panamá, as três
últimas por meio de invasões diretas. Cuba, Venezuela e Nicarágua são
exemplos atuais de uma política dos EUA que nega categoricamente a sua
afirmação, para não mencionar Porto Rico”.

 

O especialista em direito internacional Alfred de Zayas lembra_-_nos que
a chamada “comunidade internacional parece ter aceitado violações
flagrantes do art. 2 (4) [da Carta da ONU] pelos EUA contra Cuba,
República Dominicana, Granada, Haiti, Nicarágua, Panamá, Venezuela;
pelos países da NATO contra o Afeganistão, Iraque, Líbia, Somália,
Síria, Jugoslávia; por Israel contra todos os seus vizinhos árabes,
incluindo os palestinos e libaneses; pela Arábia Saudita contra o Iémen;
pelo Azerbaijão contra o Nagorno Karabakh, pela Turquia contra Chipre, etc.”

 

*Como vai acabar esta guerra*

Independentemente de como se torne – ou não – na nova guerra fria, é
instrutivo entender o contexto do conflito. Isso é especialmente verdade
quando visões fora da narrativa dominante dos EUA, como as dos veículos
russos /Sputnik/ e /R//[ussia]//T//[oday]/, que receberam intelectuais
americanos como o jornalista vencedor do Prémio Pulitzer Chris Hedges,
estão a ser silenciadas.

Este artigo abordou a questão de como começou esta guerra. Como vai
acabar ou mesmo se vai acabar é outra história. O mundo está a entrar
numa nova guerra fria, emanando de uma região formalmente em paz sob o
socialismo.

Expressando uma visão do Sul Global, o ex-presidente brasileiro Luiz
Inácio Lula da Silva comentou : “não queremos ser inimigos de ninguém.
Não estamos interessados, nem o mundo,  numa nova guerra fria… que com
certeza está a arrastar o mundo inteiro para um conflito que pode
colocar a humanidade em perigo.” Se há uma lição a ser aprendida, é que
o fim da guerra sem fim virá com o fim do projeto imperial dos EUA que
provocou esta crise.

 

/Roger Harris faz parte da equipa da //Task Force on the Americas//, uma
organização anti-imperialista de direitos humanos com 32 anos./

/ /

^1 A *RAND Corporation *("investigação e desenvolvimento”) é uma
organização americana sem fins lucrativos de investigação de política
global, criada em 1948 pela Douglas Aircraft Company para produzir
investigação e fornecer análises às Forças Armadas dos EUA. É financiada
pelo governo dos EUA e donativos  privados, empresas, universidades e
particulares.

 

^2 Os editores discordam desta afirmação (NE)

^

^3  A Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais
Financial[Society for Worldwide Interbank Financial
Telecommunition](SWIFT) é uma sociedade cooperativa belga que presta
serviços relacionados com a execução de transações financeiras e
pagamentos entre bancos em todo o mundo. A sua principal função é servir
como a principal rede de mensagens através da qual os pagamentos
internacionais são iniciados. Também vende /software/ e serviços a
instituições financeiras, principalmente para uso na sua própria
"SWIFTNet" e códigos ISO 9362 de identificação de negócios (BIC),
popularmente conhecidos como "códigos SWIFT".

 

Fonte:
https://www.counterpunch.org/2022/03/10/when-did-the-ukraine-war-begin/
<https://www.counterpunch.org/2022/03/10/when-did-the-ukraine-war-begin/>, publicado e acedido em 10.03.22

Em
PELO SOCIALISMO
https://pelosocialismo.blogs.sapo.pt/quando-comecou-a-guerra-da-ucrania-189613
21/3/2022

segunda-feira, 14 de março de 2022

Las tres contradicciones de la «gran depresión»


 




«*/Todo indica que potencias económicas como Rusia y China deben ser
domesticadas o aplastadas para que las principales economías
capitalistas pueden tener una nueva oportunidad de vida. Esta es una
perspectiva aterradora/*«.

*MICHAEL ROBERTS, ECONOMISTA MARXISTA BRITÁNICO*

Una de mis tesis básicas sobre el capitalismo moderno es que desde 2008,
las principales economías capitalistas han estado en lo que yo llamo una
Gran Depresión. En mi libro del 2016, distingo entre lo que los
economistas llaman recesiones o desplomes en la producción, la inversión
y el empleo; y depresiones.

Bajo el modo de producción capitalista (es decir, producción con fines
de lucro con apropiación del trabajo humano (poder) por un pequeño grupo
de propietarios de los medios de producción), ha habido depresiones
regulares y recurrentes cada 8-10 años desde principios del siglo XIX.

Después de cada recesión, la producción capitalista revive y se expande
durante varios años, hasta volver a caer en una nueva recesión.Sin
embargo, las depresiones son diferentes. En lugar de salir de una
recesión, las economías capitalistas permanecen deprimidas con un menor
crecimiento de la producción, la inversión y el empleo que antes durante
un período bastante largo.

*De la introducción de la Gran Depresión*

Ha habido tres depresiones de este tipo en el capitalismo: la primera
fue a fines del siglo XIX en los EEUU y Europa, y duró más o menos entre
1873 y 1897, dependiendo del país. Durante esa larga depresión, hubo
breves períodos de auge, pero también una sucesión de recesiones. En
general, el crecimiento de la producción y la inversión se mantuvo mucho
más débil que en el período de expansión anterior de 1850-73.

La segunda depresión fue la llamada Gran Depresión que duró desde
1929-1941 (hasta la Segunda Guerra Mundial) principalmente en los EEUU y
Europa, pero también en Asia y América del Sur.

La tercera depresión comenzó después del colapso financiero global de
2007-8 y la subsiguiente Gran Recesión de 2008-9. Esta depresión (así se
definió) duró una década hasta 2019. Entonces, parecía que las
principales economías no solo estaban creciendo mucho más lentamente que
antes de 2007, sino que se dirigían a una caída total.

Luego llegó la caída con la pandemia de COVID y la economía mundial
sufrió una severa contracción.

Ahora, justo cuando las principales economías estaban saliendo,
tambaleándose, de la pandemia, el mundo ha sido golpeado nuevamente por
el conflicto entre Rusia y Ucrania y sus ramificaciones en el
crecimiento económico, el comercio, la inflación y el medio ambiente.

Las contradicciones en el modo de producción capitalista se han
intensificado en el siglo XXI. Ahora hay tres componentes. Está lo
económico: con una crisis financiera mundial de proporciones sin
precedentes (que se produjo en 2007-8) seguida de la Gran Recesión de
2008-9 (la mayor recesión económica desde la década de 1930).

Luego está el ambiental, con la pandemia de COVID. Tal como han
explicado los científicos esta es la resultante del rapaz impulso del
capitalismo por ganancias que condujo a una urbanización descontrolada,
la explotación de energía y minerales, junto con la agricultura
industrial. Esto finalmente produjo la liberación de patógenos
peligrosos que antes estaban encerrados en animales que habitaban
regiones remotas durante miles de años.

Estos patógenos ahora se han instalados en los animales de granja y
posiblemente laboratorios con resultados devastadores.

Tampoco hay que olvidar la inminente pesadilla del calentamiento global
que ya cae sobre los pobres y vulnerables a nivel mundial.

En tercer lugar, existe la contradicción geopolítica como consecuencia
de la lucha por las ganancias entre los capitalistas en este período
económico deprimido. Se ha intensificado la competencia entre las
potencias imperialistas (G7 plus) y algunas economías que han resistido
las pujas del bloque imperialista, como Rusia y China.

Entonces, en el siglo XXI; desde Irak hasta Afganistán, hasta Yemen y
Ucrania, los conflictos geopolíticos se conducen cada vez más a través
de la guerra. Y la gran batalla entre EEUU y China/Taiwán se acerca.

La Larga Depresión del siglo XXI puede haber comenzado en 2009, pero las
fuerzas económicas que la causaron ya estaban en marcha desde 1997 en
adelante. Fue entonces cuando la tasa promedio de ganancia sobre el
capital en las principales economías capitalistas comenzó a caer y, a
pesar de algunos pequeños estallidos de recuperación (principalmente
impulsados por recesiones económicas y enormes inyecciones de crédito),
la rentabilidad del capital permanece cerca de mínimos históricos.

(Penn World Tables).

Las ganancias impulsan la inversión en el capitalismo; por lo que la
caída y la baja rentabilidad ha llevado a un lento crecimiento de la
inversión productiva. En cambio, las instituciones capitalistas han
especulado cada vez más con activos financieros en el mundo de fantasía
de los mercados de acciones, bonos y criptomonedas. Y el bloque
imperialista busca cada vez más compensar la debilidad del ‘norte
global’ explotando aún más el ‘sur global’.

Hasta ahora, hay pocas señales que el capitalismo pueda salir de esta
Larga Depresión, incluso si se resuelve el actual desastre en Ucrania.
Para poner fin a la depresión se requeriría una limpieza del sistema
económico a través de una recesión que liquide a las empresas zombis que
reducen la rentabilidad y el crecimiento de la productividad y aumentan
la carga de la deuda.

Además, todo indica que potencias económicas como Rusia y China deben
ser domesticadas o aplastadas para que las principales economías
capitalistas pueden tener una nueva oportunidad de vida. Esta es una
perspectiva aterradora.

La única esperanza de escapar del impacto de la Larga Depresión, y de
más guerras, es la llegada al poder de gobiernos socialistas
democráticos cimentados en el pueblo trabajador, que puedan poner fin a
las crisis económicas; revertir los desastres ambientales; y lograr un
desarrollo pacífico de la sociedad humana.

Publicado en: Actualidad
<https://observatoriocrisis.com/category/actualidad/>

Em
OBSERVATORIO DE LA CRISIS
https://observatoriocrisis.com/2022/03/14/las-tres-contradicciones-de-la-gran-depresion/
14/3/2022