sábado, 31 de outubro de 2020

 
  Os arquitectos do "Grande Reinício" e a teoria económica

*por Matthew Ehret [*]

Não deveria surpreender que a vice-presidente do Banco Mundial, Carmen
Reinhardt tenha advertido em 15 de Outubro
<https://www.bloomberg.com/news/articles/2020-10-16/carmen-reinhart-sees-risk-financial-crisis-emerges-from-pandemic>
que um novo desastre financeiro se agigante ameaçadoramente no horizonte
com um vasto incumprimento de dívidas soberanas e incumprimento de
dívidas corporativas. Só nos últimos seis meses os resgates /(bailouts)
/ desencadeados pela explosão do sistema induzidos pelo confinamento do
Coronavirus a Reserva Federal dos EUA criou 3,4 milhões de milhões de
dólares a partir do nada, observou Reinhardt, ao passo que levou 40 anos
para criar US$14 milhões de milhões. Enquanto isso, economistas em
pânico gritam que bancos de ambos os lados do Atlântico devem
desencadear ainda mais facilidades quantitativas /(quantitative easing)
/ que ameaçam transformar o nosso dinheiro em papel higiénico e, ao
mesmo tempo, consentir em infinitos confinamentos como resposta a uma
doença que tem níveis de fatalidade de uma gripe comum.

O próprio facto de o colapso se aproximar não deveria ser uma surpresa –
especialmente quando nos lembramos dos US$1 500 milhões de milhões
/(quadrillion) / de produtos financeiros derivados que assumiram o
controle de uma economia mundial que gera uns meros US$80 milhões de
milhões por ano em bens transacionáveis e comércio. Estas apostas
nebulosas em seguros sobre apostas sobre dívidas colaterizadas
conhecidas como "derivativos" nem sequer existiam há algumas décadas e o
facto é que não importa o que a Reserva Federal e o Banco Central
Europeu tenham tentado fazer para impedir uma nova ruptura da bolha
financeira deste casino super-extenso – nada funcionou. Taxas de juros
de zero a negativas não funcionaram, a abertura de empréstimos
/overnight / de 100 mil milhões de dólares por noite para bancos
insolventes não funcionou – nem os 4,5 milhões de milhões dos resgates
desencadeados desde Março de 2020. Não importa o que esses magos
financeiros tentem fazer, as coisas ficam cada vez pior. Ao invés de
reconhecer o que realmente está a acontecer, foram seleccionados bodes
expiatórios para desviar a culpa da realidade a ponto de a actual crise
ser atribuída ao Coronavírus!

*Isto vai muito além do COVID-19 *

Deixem-me declarar sem rodeios: Embora o Coronavírus possa de facto ser
o catalisador da explosão financeira que se aproxima, é o cúmulo da
estupidez acreditar que é a causa, pois as sementes da crise são mais
profundas e tiveram origem muito antes de a maioria das pessoas estar
preparada para admiti-lo.

Para começar a obter um diagnóstico mais verdadeiro, é útil pensar numa
economia em termos reais (ao invés de puramente financeiros) – isto é:
pense simplesmente na economia como um sistema total no qual existe o
corpo da humanidade (todas as culturas, nações e famílias do mundo).

Esta coexistência está baseada em certos poderes necessários de produção
de alimentos, vestuário, bens de capital, infraestruturas (hard e soft),
transportes e produçao de energia. Depois de as matérias-primas serem
transformadas em produtos acabados, estes bens físicos e serviços
movem-se de A para B e são consumidos. Isto é muito semelhante ao
metabolismo que mantém um corpo vivo.

Portanto, como as populações tendem a crescer geometricamente, ao passo
que os recursos se esgotam aritmeticamente, procuras constantes de novas
descobertas e aplicações tecnológicas são também necessárias para
atender e melhorar as necessidades de uma humanidade em crescimento.
Este último factor é realmente o mais importante porque toca no elemento
de princípio que distingue a humanidade de todas as outras formas de
vida no ecossistema, o qual Lincoln identificou admiravelmente em 1859
no seu Discurso sobre descobertas e invenções
<http://www.abrahamlincolnonline.org/lincoln/speeches/discoveries.htm> :

    "Toda a criação é uma mina e cada homem, um mineiro. Toda a terra, e
    tudo dentro dela, sobre ela e ao redor dela, incluindo ele mesmo, na
    sua natureza física, moral e intelectual e suas susceptibilidades,,
    são as "pistas" infinitamente variadas a partir das quais, o homem,
    desde o início, teve de escavar o seu destino ... O homem não é o
    único animal que trabalha; mas ele é o único que melhora sua
    destreza no trabalho. Esta melhoria, ele efectua-a por meio de
    Descobertas e Invenções".

Num discurso de 2016 do presidente Xi Jinping, os princípios do
entendimento de Lincoln foram expostos pelo estadista chinês que disse:

    "Devemos considerar a inovação como a principal força motriz do
    crescimento e o núcleo de todo este empreendimento, bem como os
    recursos humanos como a fonte primária de apoio ao desenvolvimento.
    Deveríamos promover a inovação na teoria, sistemas, ciência e
    tecnologia e cultura e fazer da inovação o tema dominante do
    trabalho do Partido, do governo e da actividade quotidiana na
    sociedade... No século XVI, a sociedade humana entrou num período
    sem precedentes de inovação activa. As conquistas em inovação
    científica nos últimos cinco séculos excederam a soma total de
    vários milénios anteriores. Todas as revoluções científicas e
    industriais mudaram profundamente a perspectiva e o padrão do
    desenvolvimento mundial (...) Desde a segunda Revolução Industrial,
    os EUA mantiveram a hegemonia global porque sempre foram o líder e
    os maiores beneficiários do progresso científico e industrial ".

O que Lincoln e Xi disseram separados por 150 anos não são meras
hipóteses, mas factos elementares da vida que mesmo o mais fervoroso
adorador de dinheiro não consegue contornar.

Claro que o dinheiro é uma ferramenta perfeitamente útil para facilitar
o comércio e contornar o problema espinhoso de carregar mercadorias para
escambo o tempo todo, mas na verdade é apenas isso: *um elemento de
apoio para um processo físico de manutenção e melhoria da existência que
transcende gerações. * Quando os tolos se permitem perder de vista este
facto e elevar a moeda ao status de origem de todo valor (simplesmente
porque todos a querem), então nos encontramos muito fora da esfera da
realidade e no mundo de Alice no País das Maravilhas de Alan Greenspan,
mundo de fantasia onde o alto é baixo, o bom é mau e os humanos são
pouco mais que macacos maldosos.

Então, tendo isso em mente, vamos tomar este conceito e olhar para trás,
até à a crise de hoje.

*O 'Big Bang' de Londres *

A grande "liberalização" do comércio mundial começou com uma série de
ondas ao longo da década ao longo da década de 1970 e acelerou-se com os
aumentos das taxas de juros do presidente do Reserva Federal, Paul
Volcker, em 1980-82, cujos efeitos aniquilaram grande parte dos pequenos
e médios empresários, abriram as portas da especulação para a derrocada
das Caixas Económicas /("Savings and Loan") / e também ajudaram a
cartelizar empresas mineiras, alimentares e instituições financeiras em
gigantes colossais ainda maiores. O próprio Volcker descreveu este
processo como a "desintegração controlada da economia dos Estados
Unidos" ao tornar-se presidente da Reserva Federal em 1978. A elevação
das taxas de juros para 20-21% não só interrompeu o sangue vital de
grande parte da base económica dos Estados Unidos como também lançou o
terceiro mundo numa maior escravidão da dívida, pois os países passaram
então a pagar juros usurários sobre empréstimos dos EUA.

Em 1986, a City de Londres anunciou o início de uma nova era de
irracionalismo económico com a desregulamentação, o "Big Bang" de
Margaret Thatcher. Esta onda de liberalização tomou o mundo como uma
tempestade, pois varreu a separação entre bancos comerciais, de
depósitos e de investimentos, a qual fora a pedra angular do pós-guerra
mundial para assegurar que a vontade da finança privada nunca mais
voltasse a predominar sobre o poder estados-nação soberanos. Para os que
possam estar confusos sobre a mão orientadora de Londres neste processo,
encorajo-os a ler o ensaio impecável de Cynthia Chung "Sugar and Spice,
and Everything Vice: The Empire's Sin City of London"
<https://canadianpatriot.org/2020/03/09/sugar-and-spice-and-everything-vice-the-empires-sin-city-of-london/>
.

*Greenspan e a desintegração controlada da economia *

Quando Alan Greenspan enfrentou a crise financeira de Outubro de 1987,
os mercados haviam entrado num colapso de 28,5% e a economia americana
já estava a sofrer uma queda iniciada 16 anos antes, quando o dólar foi
retirado da taxa de câmbio fixa e passou a "flutuar" num mundo de
especulação. Este afastamento do modelo de crescimento industrial de
1938-1971 inaugurou um novo paradigma de "pós-industrialismo" (também
conhecido como: desnudar a nação) sob a nova lógica da "globalização".
Esta decisão louca foi celebrada como a "sociedade de colarinho branco"
voltada para o consumidor, que não mais se preocuparia com "coisas
intangíveis" como "o futuro", a manutenção das infraestruturas ou o
"crescimento". Sob este novo paradigma, se algo não pudesse gerar um
lucro monetário dentro de três anos, não valia a pena fazer.

Paul Volcker (o antecessor de Greenspan no Reserva Federal) exemplificou
esse distanciamento da realidade quando em 1977 clamou pela
desintegração controlada da sociedade
<https://larouchepub.com/eiw/public/1986/eirv13n21-19860523/eirv13n21-19860523_004-what_volcker_really_meant_by_con.pdf>
e agiu em conformidade, mantendo as taxas de juros acima de 20% durante
dois anos, destruindo pequenas e médias empresas da agricultura e da
indústria por toda a América (e no mundo). Greenspan confrontou a crise
de 1987 com todo o entusiasmo da sua magia negra: e ao invés reconectar
a economia à realidade física e reconstruir a decadente base industrial,
optou ao invés por normalizar "instrumentos financeiros criativos" na
forma de "derivativos", os quais rapidamente cresceram de vários
milhares de milhões de dólares em 1988, para 2 milhões de milhões em
1992 e 70 milhões de milhões em 1999.

Distribuição da força de trabalho por sector.

"Instrumentos financeiros criativos" foi o nome orwelliano dado aos
novos activos financeiros popularizados por Greenspan, também conhecidos
como "derivativos". Novas tecnologias de supercomputação foram cada vez
mais usadas nesta nova aventura, não como suporte para superiores
práticas de construção das nações e programas de exploração espacial
como pretendiam as suas origens da NASA, mas ao invés tornar-se-iam
pervertidas para acomodar a criação de novas fórmulas complexas que
podiam associar valores a preços diferenciais sobre títulos e dívidas
com seguros que podiam então ser "cobertas" /("hedged") / [1] <#nr>
naqueles mesmos mercados de futuros tornados possíveis em 1971 através
da destruição do sistema de Bretton Woods. Assim, enquanto um monstro
exponencialmente autogerado crescia e que não podia terminar a não ser
num colapso, a "confiança do mercado" recuperou em força com o novo
fluxo de dinheiro fácil. O potencial físico para sustentar a vida humana
continuou a afundar.

*O NAFTA, o euro e o fim da história *

Não é por coincidência que neste período, outro tratado mortal foi
aprovado: o chamado Acordo de Livre Comércio da América do Norte
(NAFTA). Com este Acordo tornado lei, os programas de protecção que
haviam mantido em funcionamento fábricas nos EUA e no Canadá foram
eliminados, permitindo a exportação da vital força de trabalho
industrial altamente qualificada para o México, onde as qualificações
eram baixas, as tecnologias mais baixas e os salários ainda mais baixos.
Com o despojamento dos seus activos produtivos, a América do Norte
tornou-se cada vez mais dependente da exportação de recursos e serviços
baratos para manter os seus meios de subsistência. Mais uma vez, os
poderes fisicamente produtivos da sociedade entrariam em colapso, mas os
lucros monetários no efémero "agora" disparariam. Isto foi replicado na
Europa com a criação do Tratado de Maastricht em 1992 estabelecendo o
Euro em 1994, enquanto a "liberalização" do processo da Perestroika
replicava esta agenda na antiga União Soviética. Algumas personalidades
deram a esta agenda o nome de "Fim da História" e outras de "Nova Ordem
Mundial", o efeito era o mesmo.

A banca universal, o NAFTA, a integração do euro e a criação da economia
dos derivativos financeiros induziriam no espaço de apenas alguns anos
uma cartelização da finança por meio de fusões e aquisições recentemente
legalizadas a um ritmo jamais visto antes. A multidão de instituições
financeiras que existiam no princípio da década de 1980 foi absorvida
umas nas outras em grande velocidade ao longo da década de 1990, na
verdadeira "sobrevivência do mais apto". Independentemente do nível de
regulamentação tentado sob esta nova estrutura, o grau de conflito de
interesses privados e do poder político eram incontroláveis, como
evidenciado nos Estados Unidos, pela paralisação de qualquer tentativa
do chefe da Comissão de Valores Mobiliários (SEC), Brooksley Born
<https://www.brennancenter.org/blog/cassandras-our-time-brooksley-born-and-ann-ravel%22%20/t%20%22_blank>
, de combater o cancro dos derivativos na sua etapa inicial.

Quando Bill Clinton em 1999 revogou a lei Glass-Steagall de separação
dos bancos comerciais e dos de investimento como seu último ato no
cargo, os especuladores tiveram acesso ilimitado a poupanças e pensões
que usaram a seu bel prazer jogando com o dinheiro dos outros. Esta nova
bolha continuou por mais alguns anos até que a bomba-relógio US$700
milhões de milhões de derivativos encontrou um novo disparador e o
mercado de hipotecas subprime quase fez rebentar o sistema. Tal como em
1987, e o colapso de 2001 da bolha do Y2K, os aprendizes de feiticeiros
adoradores de Mammon no BCE e na Reserva Federal resolveram esta crise
criando um novo sistema de "resgate" ("bailout") que perdurou mais uma
década.

*Os frenéticos anos 2000-2008 *

Com a remoção da lei Glass-Steagall, capital legítimo tal como o dos
fundos de pensão, poderia ser usado para iniciar uma cobertura para
acabar com todas as coberturas /(hedges). / Milhares de milhões foram
então despejados em títulos suportados em hipotecas /(mortgage-backed
securities, MBS), / um mercado que fora artificialmente afundado para
níveis recordes de baixas taxas de juros, de 1-2%, durante mais de um
ano pela Reserva Federal dos EUA, tornando fácil a tomada de empréstimos
e os retornos sobre os investimentos em MBS obscenos. A obscenidade
inchou à medida que os valores das casas dispararam muito além dos
valores reais, chegando casas de cem mil dólares a serem vendidas por 5
a 6 vezes esse preço no intervalo de vários anos. Contanto que ninguém
presumisse que este crescimento era anormal e fosse ignorada a natureza
impagável do capital subjacente aos ativos alavancados, bloqueados nas
agora infames "subprimes" e outras obrigações ilegítimas de dívida,
então os lucros supostamente continuariam infinitamente. Alguém que
questionasse esta lógica era considerado herege pelo sacerdócio
contemporâneo.

O espantoso "êxito" da titularização de dívidas habitacionais induziu de
imediato uma onda de fundos de riqueza soberana a ganharem proeminência
aplicando o mesmo modelo que fora usado no caso dos títulos baseados em
hipotecas (MBS) e das obrigações de dívida colateralizada
/(collateralized debt obligations, CDO) / às dívidas dos Estados. A
titularização de pacotes de dívidas soberanas agrupadas que podiam então
infinitamente alavancadas nos mercados mundiais desregulamentados já não
seria mais considerado um acto de traição nacional, mas sim a chave para
dinheiro fácil.

*A horrível verdade da crise atual *

Novas bolhas "subprime" foram criadas no sector da Dívida Corporativa a
qual aumentou para mais de US$13,8 milhões de milhões (um aumento de 16%
em relação ao ano anterior). Um quarto da mesma é considerada lixo e
metade classificada como BB pela Moodies (um degrau acima de lixo).

As dívidas de habitações, de automóveis e de estudantes dispararam e,
como os salários não acompanharam a inflação, provocaram ainda mais
dívidas impagáveis, levando ao desespero. Desde 1971 os empregos
industriais entraram em colapso, substituídos por empregos em serviços
mal pagos expandiram-se como uma praga.

O último relatório da American Society of Civil Engineers concluiu que a
América precisa desesperadamente de gastar US$4,5 milhões de milhões só
para trazer sua decadente infraestrutura para níveis de segurança.
Estradas, pontes, caminhos-de-ferro, barragens, aeroportos, escolas,
tudo isto ficou no limite de segurança com a idade média das barragens
beirando os 56 anos e muitas tubagens de água com mais de 100 anos, além
de linhas de transmissão/distribuição eléctrica bem acima dos 60 anos.
As fábricas que outrora atendiam às necessidades das infraestruturas há
muito foram deslocalizadas e grande parte da força de trabalho produtiva
que tinha o conhecimento vivo para construir uma nação está aposentada
ou morta, deixando uma lacuna geracional de conhecimentos, preenchida
por jovens que nunca souberam a que se assemelha uma economia produtiva.

Os agricultores americanos foram provavelmente os mais devastados por
tudo isto, com perdas dramáticas de população em todo o cinturão
agrícola da América. A idade média dos agricultores agora é de 60 anos.
Recentemente, foi relatado que 82% rendimento familiar agrícola dos EUA
não vem de fora da agricultura, uma vez que mega cartéis assumiram todos
os aspectos da agricultura (equipamentos/fornecimentos, embalagens e
mesmo a agricultura propriamente dita).

Combinado com a destruição internacionalmente controlada do
abastecimento global de alimentos, o COVID garantiu que os suprimentos
da estratégica cadeia alimentar estão a ser dilacerados, com a ONU
relatando a pior crise alimentar em mais de 50 anos
<https://www.theguardian.com/society/2020/jun/09/world-faces-worst-food-crisis-50-years-un-coronavirus>
(isto sem contar com a explosão da bolha financeira que se aproxima).

Por que se permitiu que tudo isto acontecesse? Bem, além da intenção
óbvia de induzir "uma desintegração controlada da economia", como
Volcker declarou tão friamente, a ideia sempre foi criar as condições
descritas em 1992 pelo falecido Maurice Strong (sociopata e planeador
extraordinário dos Rothschild) quando retoricamente perguntou :

    "E se um pequeno grupo de líderes mundiais concluísse que o
    principal risco para a Terra provém das acções dos países ricos? E
    se para o mundo sobreviver, esses países ricos tivessem que assinar
    um acordo reduzindo o seu impacto sobre o meio ambiente. Será que
    fariam isso? A conclusão do grupo é "não". Os países ricos não o
    farão. Eles não irão mudar. Assim, para salvar o planeta, o grupo
    decide: Não será a única esperança para o planeta que as
    civilizações industrializadas entrem em colapso? Não será a nossa
    responsabilidade fazer com que isso aconteça?"

*Como podemos voltar a uma economia saudável? *

Tal como qualquer viciado que acorda uma manhã em ressaca com o terror
repentino de que sua morte está próxima, o primeiro passo é admitir que
temos um problema. Isto significa simplesmente: reconhecer a verdadeira
natureza da actual calamidade económica ao invés de tentar culpar o
"coronavírus" ou a China ou algum outro bode expiatório.

O passo seguinte é começar a actuar sobre a realidade em vez de
continuar a tomar heroína (uma bela metáfora para o vício na especulação
com derivativos).

Um primeiro passo óbvio para esta recuperação envolve
<https://canadianpatriot.org/2013/09/11/cyprus-bail-ins-coming-to-canada-pass-glass-steagall-now/>
restabelecer a lei Glass-Steagal [2] <#nr> a fim de 1) fragmentar os
bancos "demasiado grandes para falirem" e 2) impor um padrão para
distinguir o valor "falso" e do valor "legítimo", o qual actualmente
está ausente da psique moderna que perdeu todo o sentido das
necessidades versus desejos. Isto permitiria às nações expurgarem a
dívida fictícia impagável e outras pretensões do sistema, preservando
tudo o que está vinculado à economia real (tudo o que está directamente
conectado à vida). Este processo é análogo a uma operação de remoção de
um tumor canceroso.

Esse acto seria muito semelhante ao que Franklin Roosevelt fez em 1933,
o qual esbocei no meu recente artigo Hyperinflation, Fascism and War:
How the New World Order May be Defeated Once More
<https://thesaker.is/hyperinflation-fascism-and-war-how-the-new-world-order-may-be-defeated-once-more/>
.

Neste ponto, os Estados-nação terão reafirmado a sua verdadeira
autoridade sobre os piratas das finanças privadas que controlam o
sistema financeiro transatlântico como pretensos deuses do Olimpo
(pervertidos em vícios sem limites e tudo o mais).

Deveria ser óbvio para todos que os Estados Unidos devem retirar a
cabeça da areia antes que seja demasiado tarde, pela imposição destas
reformas aos sociopatas assassinos da Wall Street e de Londres, os quais
preferem promover um "Grande Reinício"
<https://canadianpatriot.org/2020/07/16/the-great-reset-fraud/> /("Great
Reset") / na economia mundial sob a névoa do COVID a fim de controlar os
termos do rebentamento da bolha financeira e também as regras do novo
sistema operacional pós- nação-estado que pretendem ver como uma
"solução" (final).

NR
[1] Hedge <https://pt.wikipedia.org/wiki/Cobertura_(finan%C3%A7as)> :
Cobertura ao instrumento que visa proteger operações financeiras contra
o risco de grandes variações de preço de um determinado activo. Hedge é
uma operação que reduz ou elimina o risco da variação indesejada de preços.
[2] Esta proposta mostra a incompreensão do autor quanto ao
funcionamento da economia capitalista e os limites do progressismo. A
legislação Glass-Steagall foi revogada precisamente porque a classe
dominante já não conseguia mais extrair lucros da forma "normal", ou
seja, a partir da mais-valia extraída dos trabalhadores (circuito
D-M-D'). Daí o fenómeno da financiarização (circuito D-D'). A proposta
do autor é de um retorno ao passado, mantendo em vigor este modo de
produção.

*[*] Editor-chefe da Canadian Patriot Review
<http://canadianpatriot.org/about-us/> , perito da Tactical talk
<https://tacticaltalk.net/about/> e autor de três volumes da série de
livros /Untold History of Canada. / Em 2019, foi cofundador da Rising
Tide Foundation <http://www.risingtidefoundation.net/> , com sede em
Montreal.   Email:   matt.ehret@tutamail.com

O original encontra-se em thesaker.is/
<http://thesaker.is/what-the-great-reset-architects-dont-want-you-to-understand-about-economics/>

In
RESISTIR.INFO
https://www.resistir.info/crise/ehret_20out20.html#asterisco
31/10/2020

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Elecciones EE.UU: ¿Golpe Electoral en Medio de la Crisis? ***

 




*TRUMP HA LOGRADO UNIR A SU ALREDEDOR A LOS MOVIMIENTOS NEOFASCISTAS:
SUPREMACISTAS BLANCOS,NEONAZIS, KU KLUX KLAN,GUARDIANES DEL JURAMENTO,
MOVIMIENTO PATRIOTAS, FUNDAMENTALISTAS CRISTIANOS Y MOVIMIENTOS
ANTI-INMIGRANTES *

* William I. Robinson, Profesor de Sociología, Universidad de California
en Santa Bárbara*

Ha quedado evidente en las últimas semanas que el régimen de Trump, sus
partidarios de la extrema derecha, los supremacistas blancos, e
importantes sectores del Partido Republicano están tramando un golpe
electoral. Si estas fuerzas fascistas logran alcanzar sus propósitos
dependerá de cómo se desenvuelven los acontecimientos a raíz de la
votación del próximo 3 de noviembre y de la capacidad de la izquierda y
las fuerzas progresistas de movilizarse en defensa de la democracia y de
avanzar una agenda de justicia social como contrapeso al proyecto fascista.

La lucha contra la amenaza fascista en Estados Unidos debe apoyarse en
un análisis de la naturaleza de dicha amenaza y en particular, de la
relación entre esta amenaza y la crisis capitalista. He estado
escribiendo desde 2008 sobre el surgimiento de los proyectos del
fascismo del siglo XXI. Este proyecto se avecina en Estados Unidos desde
principios del presente siglo. Entró en una etapa cualitativamente nueva
con el ascenso del Trumpismo en 2016 y aparece estar ahora en la vía
rápida frente al proceso electoral.

En el cuadro más amplio, el fascismo, ya sea su variante del siglo XX o
del siglo XXI, es una respuesta particular ultra-derechista a la crisis
capitalista, tal como la crisis de los 1930 o aquella que comenzó con la
imposición financiera de 2008, agravada ahora por la pandemia. Esta
respuesta ultra-derechista a la crisis va desde el Trumpismo en Estados
Unidos y el BREXIT en el Reino Unido, y la cada vez mayor influencia de
los partidos neofascistas en toda Europa, hasta países como Israel,
Turquía, las Filipinas, Brasil, y la India.

*El Trumpismo y el fascismo*

Los indicios de la amenaza fascista en Estados Unidos están en plena
vista. Los movimientos fascistas se proliferaron rápidamente desde el
viraje del siglo en la sociedad civil y también el sistema político
mediante el ala derechista del Parido Republicano. Trump demostró ser la
figura carismática capaz de galvanizar y envalentonar las diferentes
fuerzas neofascistas, entre ellas, los supremacistas blancos, los
nacionalistas blancos, los neo-Nazi y Ku Klux Klan, los Guardianes del
Juramento, el Movimiento de Patriotas, los fundamentalistas cristianos,
y los grupos anti-inmigrantes. Desde 2016, se han formado muchos más
grupos, incluyendo los “Proud Boys” (“Muchachos Orgullosos”), Q’Anon,
los Boogaloo (cuyo declarado objetivo es incitar una guerra civil), y
los “Vigilantes del Lobezno”. Todos estos grupos están fuertemente
armados y están movilizando para provocar enfrentamientos en
coordinación con elementos del ala extrema-derecha del Partido
Republicano. De hecho, esta ala extrema-derecha hace tiempo captó al
partido y lo convirtió en una fuerza de reacción total.

Estos grupos fascistas han sido alentados por la fanfarronería imperial
de Trump, por su retórica populista y nacionalista, y por su discurso
abiertamente racista, dirigido a azuzar la histeria anti-inmigrante,
anti-musulmán, anti-negro, y xenofóbica. Entraron desde 2016 en un
acelerado proceso de polinización cruzada. Con la elección de Trump,
lograron tener una presencia en la misma Casa Blanca y en varios
gobiernos estatales y locales alrededor del país. Los diferentes grupos
blanden con cada vez mayor impunidad sus unidades paramilitares. El Buro
Federal de Investigaciones (FBI, por sus siglos en inglés) y el
Departamento de Seguridad Interna han identificado a las milicias
racistas, fascistas, y de extrema-derecha como la principal amenaza
terrorista al interior del país. Estas mismas agencias del gobierno
federal también afirmaron que estos elementos armados operan al interior
de agencias policiacas y unidades de las fuerzas armadas. Un informe
emitido en 2006 por una de las agencias de la inteligencia
norteamericana advirtió sobre “la infiltración por grupos organizados de
supremacía blanca a los organismos policiales, y recíprocamente, la
infiltración por parte de agentes policiales y de seguridad a estas
mismas organizaciones debido a sus simpatías con la causa de la
supremacía blanca”.

La insurgencia fascista llegó a un punto auge a raíz de las protestas
masivas desatadas por el asesinato por la policía en mayo pasado de
George Floyd. Entre los incidentes recientes, demasiado numerosos para
enumerar aquí, figura esta muestra:

  * las milicias fascistas han aparecido a menudo a las protestas
    anti-racistas para amenazar a los manifestantes, y en algunas
    instancias han llevado a cabo asesinatos;
  * Trump ha rehusado condenar la insurgencia armada ultra-derechista;
  * al contrario, Trump defendió a un joven integrante de estas milicias
    que el pasado 25 de agosto mató a tiros a dos manifestantes
    desarmados en Kenosha, Wisconsin;
  * el pasado 3 de setiembre, agentes del gobierno federal llevaron a
    cabo una ejecución extrajudicial de Michael Reinoehl, quien días
    anteriores confesó que mató a tiros a un miembro del grupo de
    supremacía blanca, el “Patriot Prayer” (“Plegaria Patriota”),
    aparentemente en defensa propia durante un enfrentamiento entre
    partidarios armados de Trump y manifestantes anti-racistas en
    Portland, Oregón. “Tenemos que llevar a cabo la retribución,”
    declaró Trump en una entrevista escalofriante, en la cual tomó el
    crédito por la ejecución;
  * especialmente ominoso, el FBI disolvió un complot de un grupo de
    milicianos de una organización terrorista, autodenominado Vigilantes
    del Lobezno, para asaltar el edificio del capitolio en el estado de
    Michigan y secuestrar y posiblemente asesinar el gobernador del
    estado y otros funcionarios del gobierno estatal. La casa blanca
    rehusó condenar la conspiración.

Si bien hay importantes diferencias entre Alemania e los años 1920 y
1930 y Estados Unidos ahora, vale la pena recordar el tristemente
celebre “golpe de la cervecería” en 1923 en Bavaria, Alemania, incidente
que marcó un viraje en el ascenso al poder de los Nazi. En aquel
incidente, al igual que en Michigan, Hitler y un grupo fuertemente
armado de sus seguidores intentaron llevar a cabo un golpe contra el
gobierno local. Funcionarios leales al gobierno de Bavaria suprimieron
el golpe y encarcelaron a Hitler, pero la insurgencia fascista
experimentó a raíz del intento de golpe una importante expansión de su
notoriedad e influencia.

Las perspectivas de un golpe fascista ahora dependen de lo que sucede en
las elecciones de noviembre. El Estado de Derecho está en entredicho.
Trump ha declarado, sin ofrecer prueba alguna, de que habrá fraude
electoral. Ha rehusado comprometerse con una transición pacífica del
poder si pierde el voto a su contrincante Joe Biden, y en efecto ha
llamado a sus seguidores a prepararse para una insurrección.

Trump es un miembro de la clase capitalista transnacional, un abierto
racista que ni siquiera intenta disfrazar su tendencia fascista.
Aprovechó las protestas por el asesinato de George Floyd para
profundizar el proyecto fascista, incitando desde la Casa Blanca a la
movilización fascista en la sociedad civil norteamericana, manipulando
el miedo y la reacción racista con un discurso de “ley y orden” y
amenazando con extender el estado policiaco. Millones de personas, sobre
todo de los grupos racialmente oprimidos, han sido privados ya de su
derecho al voto. El hijo mayor de Trump, Donald Trump hijo, hizo un
llamado en setiembre pasado para que “cada cuerpo capaz” se integre a
“un ejército para llevar a cabo operaciones de seguridad” a favor de la
campaña electoral de su padre.

*Morfología del proyecto fascista*

La crisis actual del capitalismo global es tanto estructural como
política. Políticamente, los Estados capitalistas enfrentan crises en
espiral de legitimidad como consecuencia de décadas de penurias y
deterioro social causado por el neoliberalismo y ahora agravado por la
incapacidad de dichos Estados de gestionar la emergencia sanitaria y el
colapso económico. El nivel de polarización social global y de
desigualdad es sin precedente. El uno por ciento más rico de la
humanidad controla más del 50 por ciento de la riqueza del mundo
mientras el 80 por ciento más pobre tiene que conformarse con apenas el
5 por ciento de esta riqueza. Esta desigualdad extrema solo puede
sostenerse por niveles extremos de violencia estatal y privada,
situación propicia para los proyectos políticos fascistas.

Estructuralmente, la economía global está sumida en una crisis de la
sobre-acumulación, o estancamiento crónico, empeorada ahora por la
pandemia. En tanto se disparan las desigualdades, el sistema produce
cada vez más riqueza que la masa de pueblo trabajador no puede consumir.
Como resultado, el mercado global no puede absorber la producción de la
economía global. La clase capitalista transnacional no encuentra salidas
para descargar los billones de dólares que ha acumulado. En años
recientes, ha realizado niveles alucinantes de especulación financiera,
el pillaje de presupuestos públicos, y la acumulación militarizada y
acumulación por represión. Estos últimos se refieren a como la
acumulación de capital depende cada vez más de la amplificación de los
sistemas transnacionales del control social, la represión, y la guerra,
de manera que el estado policiaco global se extiende alrededor del mundo
para defender la economía global de guerra y suprimir las rebeliones de
los de abajo.

El fascismo persigue rescatar al capitalismo de su crisis orgánica,
reanudar violentamente la acumulación de capital, establecer nuevas
formas de legitimidad del Estado, y reprimir sin trabas democráticas las
rebeliones desde abajo. El proyecto conlleva una fusión del poder
estatal reaccionario y represivo con una movilización fascista en la
sociedad civil. Al igual que su predecesor del siglo XX, el fascismo del
siglo XXI se trata de una mezcla tóxica del nacionalismo reaccionario y
del racismo. En su repertorio discursivo e ideológico, el proyecto
acarrea el nacionalismo extremo y la promesa de la “regeneración
nacional”, la xenofobia, las doctrinas de la supremacía racial/cultural
al lado de la movilización racista, la masculinidad marcial, el
milenarismo, la militarización de la vida cívica y política, y la
normalización – hasta la glorificación – de la guerra, la violencia
social, y la dominación.

Al igual que su contraparte del siglo XX, el proyecto gira en torno al
mecanismo psicosocial de sublimación del temor y ansiedad de masa en
momentos de aguda crisis capitalista hacia las comunidades convertidas
en chivos expiatorios, ya sean los judíos en la Alemania Nazi, los
inmigrantes en Estados Unidos, o los musulmanas y las castas inferiores
en la India. También persigue sublimar esta ansiedad hacia un enemigo
externo prefabricado, tal como el comunismo durante la Guerra Fría o
Rusia y China en la actualidad. Persigue organizar una base social de
masa con la promesa de restaurar la estabilidad y la seguridad para
aquellos desestabilizados por la crisis capitalista.

Los organizadores fascistas apelan a los millones de personas que han
sido desoladas por la austeridad neoliberal, el empobrecimiento, el
empleo precario, y la relegación a las filas de la humanidad superflua –
condiciones ahora agravadas por la pandemia. Los grupos dominantes se
empeñan en canalizar el cada vez mayor descontento desde una crítica al
capitalismo global hacia el respaldo a la agenda del capital
transnacional, agenda disfrazada con retórica populista. En este empeño,
la movilización ultra-derechista y neofascista juega un papel importante.

La apelación al fascismo se dirige en particular a los sectores
históricamente privilegiados de la clase obrera global, tales como
sectores de los trabajadores blancos en el Norte Global y capas urbanas
de clase media y profesional en el Sur Global, que ahora experimentan
una mayor inseguridad y el espectro de la desestabilización
socioeconómica. Si bien el proyecto fascista intenta reclutar a su causa
estos sectores históricamente privilegiados, pero ahora descontentos, el
otro lado de la moneda es un intensificado control social y represión
violento de otros sectores. Estos sectores en Estados Unidos provienen
de manera desproporcional de las filas de las comunidades que enfrentan
la opresión racial, étnica, religiosa y otras formas de opresión.

Los mecanismos de la exclusión coercitiva van desde el encarcelamiento
en masa y la extensión de los complejos industrial carcelario, hasta la
omnipresente acción policiaca, las leyes anti-inmigrante y los regímenes
de detención y deportación de los inmigrantes, la manipulación y
reorganización del espacio de tal manera que tanto las urbanizaciones
cerradas y los guetos están controlados por ejércitos de guardias
privadas y los sistemas tecnológicamente avanzados de monitoreo y
rastreo, la paramilitarización de la policía, los métodos “no letales”
de control de las multitudes, y la movilización de las industrias
culturales y los aparatos estatales ideológicos para deshumanizar las
victimas del capitalismo global como peligrosos, perversos, y
culteramente degenerados.

*El racismo y las interpretaciones divergentes de la crisis*

No podemos menospreciar el papel que juega el racismo en la movilización
fascista en Estados Unidos. Pero a la vez necesitamos profundizar el
análisis del mismo. El sistema político norteamericano y los grupos
dominantes enfrentan una crisis de hegemonía y de legitimidad. Esta
crisis entraña la descomposición del bloque histórico racista que de una
u otra forma reinó supremo desde finales de la guerra civil
norteamericana en 1865 hasta finales del siglo XX pero que se ha visto
desestabilizado de cara a la globalización capitalista. La ultra derecha
y los neofascistas intentan reconstruir dicho bloque, en el cual la
identidad “nacional” se presenta como “identidad blanca” como sucedáneo
de una movilización racista contra las fuentes percibidas de la ansiedad
y la inseguridad.

Sin embargo, muchos miembros blancos de la clase obrera han
experimentado la desestabilización social y económica, la movilidad
hacia abajo, una mayor inseguridad, un futuro de incertidumbre, y la
acelerada precarización – es decir, condiciones laborales y de vida cada
vez más precarias. Este sector ha gozado históricamente del privilegio
racial-étnico que conlleva la supremacía blanca frente a otros sectores
de la clase obrera, pero ha venido perdiendo dichos privilegios frente a
la globalización capitalista. La escalada del discurso racista velado
(codificado) y abierto desde arriba tiene como propósito canalizar los
miembros blancos de la clase obrera hacia una conciencia racista y
neofascista de su condición.

El racismo y la apelación al fascismo ofrecen a los obreros provenientes
del grupo racial o étnico dominante, soluciones imaginaras a las
contradicciones verdaderas, es decir, el reconocimiento de la existencia
del sufrimiento y de opresión, aunque dichas soluciones son falsas. Los
partidos y los movimientos identificados con estos proyectos han
avanzado un discurso racista, menos codificado y menos mediado que aquel
discurso de los políticos convencionales (“mainstream”), dirigido en
contra de las minorías racialmente oprimidas, los inmigrantes, y los
refugiados, entre otros sectores vulnerables, quienes se convierten en
chivos expiatorios. Sin embargo, en esta época del capitalismo
globalizado hay pocas posibilidades en Estados Unidos de proporcionar
beneficios materiales a una potencial base social del fascismo, por lo
que la “recompensa del fascismo” es únicamente psicológica. La ideología
del fascismo del Siglo XXI descansa fundamentalmente en la
irracionalidad, es decir, la promesa de asegurar la seguridad y de
restaurar la estabilidad es emotiva, no racional. Es un proyecto que no
distingue – y no necesita distinguir – entre la verdad y la mentira.

El discurso público de Trump del populismo y nacionalismo, por ejemplo,
no guarda relación alguna con sus políticas. Sus políticas económicas
entrañan una total desregulación del capital, grandes recortes al gasto
social, el desmantelamiento de lo que aún quedaba del Estado de
bienestar social, las privatizaciones, desgravaciones fiscales para las
corporaciones y los ricos al lado de un aumento de la carga impositiva
para la clase obrera, represión sindical, y una expansión del subsidio
estatal al capital – en pocas palabras, el neoliberalismo con
esteroides. La retórica populista de Trump no se corresponde con la
sustancia de su política. La apelación de Trump a su base social es casi
por completo algo simbólico – por ende, el fanatismo de su retórica de
“construir el muro” (entre Estados Unidos y México) y otra retórica,
simbólicamente esencial para sostener una base social para el cual el
Estado puede ofrecer poca o ninguna recompensa material. Esto explica
también la naturaleza cada vez más desquiciada de la bravuconería de
Trump mientras se acerca la elección.

Pero he aquí el punto clave: el deterioro de las condiciones
socioeconómicas y la mayor inseguridad no conducen automáticamente a una
reacción racista y fascista. La interpretación racista/fascista de estas
condiciones tiene que ser mediada por agentes políticos y agencias del
Estado. El Trumpismo representa justamente dicha mediación. Para hacer
retroceder la amenaza del fascismo, las fuerzas populares de resistencia
deben proponer una interpretación alternativa de la crisis, entrañando
una agenda de justicia social y una política de la clase obrera que
pueden ganarse a la potencial base social del fascismo. Esta potencial
base está compuesta en su mayoría por obreros y obreras que están
experimentando los mismos efectos perjudiciales de la globalización
capitalista que afecta a toda la clase obrera.

Necesitamos en Estados Unidos una agenda de justicia social y pro-clase
obrera que responde a la condición cada vez más miserable de la supuesta
base social del fascismo junto con la clase obrera en su conjunto. Biden
bien podría ganar las elecciones. Sin embargo, aun si logra tomar
posesión de la presidencia, seguirá en curso la crisis del capitalismo
global y el proyecto fascista que dicha crisis fomenta. Hay que recordar
que Biden, además de ser criminal de guerra, es un neoliberal que
responde a los intereses sobre todo del capital financiero transnacional
con sede en Wall Street. Un frente unido contra el fascismo debe basarse
en una agenda de la justicia social que pone la mira en el capitalismo y
su crisis y que es capaz no solo de derrotar a Trump sino a enfrentar a
los desafíos en el periodo post-Trump.

In
OBSERVATORIO DE LA CRISIS
https://observatoriocrisis.com/2020/10/27/elecciones-ee-uu-golpe-electoral-en-medio-de-la-crisis/
27/10/2020

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Una médico residente de huelga en EspañaLos médicos de toda España en huelga por primera vez en 25 años

 

ESPAÑA

Los médicos y médicas de España están cansados. Cansados de pedir soluciones a las autoridades ante la difícil situación que atraviesan y que les hagan caso omiso.

Por ello, han convocado una huelga nacional el martes 27 de octubre de manera indefinida —la primera en 25 años— que se repetirá el último martes de cada mes. Exigen la eliminación del Real Decreto Ley 29/2020, que permite, excepcionalmente durante la pandemia, contratar enfermeras para hacer de médicos; contratar a no especialistas para hacer tareas de éstos; reconocimiento exprés de títulos de especialista obtenidos en países extracomunitarios y obligar a los especialistas a realizar funciones de especialidades que no les son propias.

"El objetivo es que se retire de manera inmediata el Real Decreto Ley y que se establezca un calendario de negociaciones para buscar soluciones a los problemas urgentes de la profesión", reza un comunicado de la Confederación Estatal de Sindicatos Médicos (CESM).

Exponen asimismo en su manifiesto que está en riesgo la seguridad de los pacientes porque este decreto permite que a los pacientes los traten médicos de otras especialidades o sin especialidad, lo que podría suponer retrasos y errores en los diagnósticos, mayor número de pruebas e incremento en las listas de esperas.

La pandemia por COVID-19 ha provocado que salgan a la luz las severas carencias estructurales en la planificación y dotación de recursos humanos en el ámbito sanitario. A través de esta huelga, hacen un llamamiento al colectivo médico de toda España para materializar ese malestar.

La decisión viene provocada por la actual situación que atraviesan los profesionales, que "arrastran años de recortes" provocados por una insuficiencia financiera y de graves defectos de planificación y gestión que "afectan negativamente a la viabilidad del Sistema Nacional de Salud", explican desde el CESM.

A todo ello, se le suma la "falta absoluta de diálogo" de las autoridades sanitarias con las organizaciones profesionales, lo que ha deteriorado la "motivación y el compromiso de los profesionales". Además, argumentan que en los más de siete meses de pandemia "no se ha aplicado ninguna medida para corregir este problema estructural, sino que se han ido adoptando parches momentáneos a costa de la asistencia sanitaria que no sea COVID y de la salud y seguridad de los profesionales".

Las concentraciones se han realizado a las puertas de los centros sanitarios a las 12:00 horas. En Madrid, además, ha habido una concentración en la Plaza de las Cortes, donde se encuentra la sede del Consejo General de Colegios Oficiales de Médicos (CGCOM) y la Organización Médica Colegial. La protesta también será visible en redes sociales durante todo el día a través de etiquetas como #NoSinEspecialidad o #HuelgaMedicos27O. A lo largo de la mañana ya se han podido observar algunas de las publicaciones con motivo de la huelga:

In

SPUTNIK

https://mundo.sputniknews.com/espana/202010271093263991-los-medicos-de-toda-espana-en-huelga-por-primera-vez-en-25-anos-/

27/10/2020

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Chinos en el exterior: ha llegado el fin de la “era del compromiso” con Estados Unidos ***

 
  Chinos en el exterior: ha llegado el fin de la “era del compromiso”
  con Estados Unidos    ***


*LA CRISIS CAPITALISTA HA SOCAVADO EL TRIUNFAL «FIN DE LA HISTORIA»
PROMETIDO DESPUÉS DEL COLAPSO DE LA UNIÓN SOVIÉTICA *

Colectivo Qiao ( intelectuales chinos residentes en Estados Unidos,
Canadá y Europa)

Estados Unidos ha declarado el fin de los «negocios como de costumbre»
con China. La escalada de los últimos meses es la manifestación de un
consenso del régimen bipartidista: ha fracasado la estrategia de
fomentar la dependencia política de China, que utilizaba la integración
económica a un sistema mundial liderado por Estados Unidos.

Como el ascenso de China ha excedido los límites predeterminados de la
“era del compromiso” Estados Unidos ha girado hacia una guerra híbrida,
dejando en claro que “la contención y el compromiso” son lados distintos
de la misma agenda imperial: subyugar la soberanía china a los intereses
estadounidenses.

En noviembre de 1967, pocos meses antes de su entrada a la carrera
presidencial, Richard Nixon describió en “Foreign Affairs” las líneas
generales de la política de Washington hacia Beijing durante el
siguiente medio siglo. En su artículo “Asia después de Vietnam, Nixon
expuso su razones: “la guerra de Vietnam ha ocupado tanto a los
políticos estadounidenses que nos han eclipsado panorama general. En la
práctica, Vietnam ha colmado nuestras preocupaciones a pesar que se
trata de un pequeño país en el borde de un vasto continente”.

Nixon en el fondo quería decir que la verdadera ballena blanca, el
gigante al que se debe temer y desear era la República Popular China:
“La China Roja es demasiado grande para permanecer aislada para siempre.
Estados Unidos no puede permitirse el lujo de dejar a China fuera de la
familia de naciones».Al animar por un camino de «contención sin
aislamiento», Nixon definió la estrategia de Estados Unidos, blandir la
zanahoria de la integración y el comercio en la «familia de naciones»
junto con el garrote empuñado por un bloque político industrializado y
militarizado dominado por su nación. Tales medidas, en opinión de Nixon,
serían suficientes “para inducir al cambio … para persuadir a China que
debe cambiar».

 “Cambio” es la palabra que utilizó el Secretario de Estado Mike Pompeo
cuando expuso las relaciones entre Estados Unidos y China durante un
discurso en julio en la Biblioteca Nixon en el condado de Orange,
California. Pompeo hizo una evaluación crítica de la “era del
compromiso” de Nixon y describió esa política exterior como un
/ejercicio noble pero ingenuo/. La definió como una «estrategia ciega»
que, en lugar de inducir al cambio, consolidó una «China Frankenstein»
que había postergado sistemáticamente “la liberalización” que esperaba
Washington.

El discurso de Pompeo fue sólo uno de las varias disertaciones de altos
funcionarios de la administración Trump que declararon el fin de «los
negocios como siempre» y promocionaron una política dura contra
China.Las prolongadas negociaciones comerciales, que comenzaron en
2018,  se basaron en la idea que China podría llegar a ser engatusada.
Nuestro país debía aceptar la hegemonía económica de Estados Unidos, en
palabras de Pompeo «no podemos tratar a China como un país normal».

De hecho, en los últimos meses y años, la administración Trump se ha
dedicado a tratar a China como un rival problemático y como el
«competidor estratégico» que identificó el documento de la nueva
estrategia de seguridad nacional de la administración Trump.El arresto
de la ejecutiva de Huawei, Meng Wanzhou, en Canadá en 2018; la
designación de periodistas chinos como «agentes extranjeros»; las
prohibiciones (pendientes) de TikTok y WeChat; el escrutinio y
vigilancia de los estudiantes y científicos chinos en el extranjero; la
sanción a funcionarios y empresas chinas que operan en Hong Kong,
Xinjiang y en el Mar de China Meridional; y el impúdico cierre forzado
del consulado chino en Houston representan una muy pesada carga en las
relaciones entre ambos países.

Donde Nixon habló de una “integración de China en la familia de
naciones» (un eufemismo universalizador para el orden mundial
capitalista liderado por Occidente) Trump ha trazado la nueva línea de
contención para detener la supuesta incursión del Partido Comunista de
China en el ciberespacio, en las cadenas de suministro globales y, en
las esferas de influencia estadounidenses. Mientras que a Nixon le
preocupaba una China aislada que «alimentara sus fantasías y abrigara
sus odios», la opinión recurrente en los discursos de Mike Pompeo,
Robert O’Brien(director de la NSA), William Barr (fiscal general),y
Chris Wray (director del FBI) es que la integración de China en el orden
mundial representa la verdadera amenaza. Todos los cargos más relevantes
de Trump  sostienen que como “no se produjo la liberalización ”China
está utiliza en beneficio propio “sus ventajas económicas con la
aquiescencia internacional”.

Los halcones estadounidenses han puesto la política de integración
económica patas arriba. Para el Fiscal Barr, los «tentáculos» del
Partido Comunista de China buscan «explotar la apertura de nuestras
instituciones para destruirlas» y para el Secretario de Estado la
amenaza es aún más grave: «Si el mundo libre no cambia a China, la China
comunista seguramente nos cambiará a nosotros».

Tras estas destempladas afirmaciones se esconde la crisis de un
liberalismo occidental. Los temores de un orden mundial moldeado por la
«China roja» son sólo excesos discursivos que están reflejando las
contradicciones del sistema.La crisis ha socavado el triunfal «fin de la
historia» prometido después del colapso de la Unión Soviética. Agravada
por sus contradicciones y una pandemia global la actual crisis del está
provocando estallidos en gran parte del mundo capitalista. El régimen
capitalista está presionado doblemente; de un lado por el populismo de
derecha y del otro, por movimientos de izquierda pro-socialistas.

*Las condiciones históricas del “compromiso”*

La retórica de Trump sobre el ascenso de China ha cuestionado décadas de
acuerdos estatales y corporativos establecidas durante el proyecto de
“apaciguamiento” y de búsqueda de ganancias en China. Este programa
según Trump *quebrantó la necesaria* *mano firme* *de EEUU* para forzar
un cambio en la estructura política de China.

El director de la NSA, Robert O’Brien, ha descrito de esta manera la
anterior política exterior estadounidense: /“cuanto más abríamos
nuestros mercados, más invertíamos capital y más capacitamos a
burócratas, científicos, ingenieros y oficiales militares chinos, la
República Comunista de China se tornaba más contra Estados Unidos «./

Sin embargo, una lectura descuidada de una aparente dicotomía entre
“compromiso” y “contención” esconde el hecho que ambos conceptos siempre
compartieron la misma agenda imperialista. Si Estados Unidos ha
regresado a una guerra híbrida contra China, es sólo por un cambio de
carácter táctico. Para los estrategas de Washington, el bilateralismo
real basado en la soberanía de China y la legitimidad de su sistema
político y económico, nunca ha estado sobre la mesa.

El sentido común compartido del “compromiso” y de la “contención” es la
misma actitud colonial paternalista: para su élite, Estados Unidos
tendría el derecho y la responsabilidad de «inducir al cambio» en el
rumbo político y social de China.Nunca ha habido un debate sobre los
fines, lo que ha cambiado son los medios: ya sea por cooptación o por la
fuerza, en el fondo es una disputa sobre las herramientas adecuadas para
provocar “el inevitable” arribo de China a la modernidad
liberal-capitalista occidental.

Los debates de Washington sobre las políticas con China a finales del
siglo XX aclaran la continuidad ideológica y estratégica entre las
últimas cinco administraciones presidenciales. Demuestra, además, hasta
qué punto el chovinismo estadounidense, la grandeza imperial y el
universalismo occidental han definido una perspectiva políticamente
coherente. En efecto, la diplomacia post-Nixon dio cuenta de una
corriente de pensamiento bastante anterior. En una serie de discursos
(1957-1958) el secretario de Estado, John Foster Dulles, formuló la
teoría de una » avance pacífico» como un medio para «acortar la vida del
comunismo». Propuso ideas, un modelo cultural y estilos de vida como
frentes decisivos para la política exterior del imperio.

Esta guerra para subvertir el comunismo chino y soviético funcionó a la
par con la contención militarizada. En esos mismos años, aturdida por la
«pérdida de China», la política exterior estadounidense adoptó una
postura dura contra la recién establecida República Popular; no sólo
instaló un embargo comercial; invadió Corea con una larga guerra
criminal y amenazó con utilizar armas nucleares durante la primera
crisis del Estrecho de Taiwán.Durante ese periodo algunos diplomáticos
norteamericanos describieron la época como “la era de la incertidumbre”
porque los estrategas políticos de Washington debatían fuertemente sobre
cómo lidiar con una China comunista (después de haber invertido miles de
millones de dólares en ayuda militar al corrupto Kuomintang).

Pasado el tiempo, la distensión de Nixon- sobredeterminada por las
conveniencias geopolíticas de la Guerra Fría y las consecuencias de la
división chino-soviética- ha sido definida por Mike Pompeo como la «era
de la inevitabilidad». Eran los días que los jinetes de la convergencia
capitalista tenían motivos para ser optimistas. La política soviética de
la perestroika -de liberalización política y económica- había iniciado
un rápido proceso corrosivo que conduciría a su colapso. Era, también,
el “momento Margaret Thatcher”(no hay alternativa) y de una ideología
neoliberal ascendente que se impondría con cierta facilidad en todo
occidente.

En ese periodo la noción del “avance pacífico” de Dulles consiguió
adherentes en algunos círculos políticos e intelectuales chinos.
Anticipándose a este proceso (en 1992) Deng Xiaoping alertó al pueblo
chino: «los imperialistas están presionando por una evolución pacífica
hacia el capitalismo en China, están poniendo su fuerza e influencia en
las generaciones que vendrán después de nosotros». Deng sabía que la
reforma y la apertura habían introducido aspectos materiales e
ideológicos del capitalismo en China. Su metáfora preferida era «al
abrir las ventanas llegó un aire fresco con el capital extranjero pero
también ese aire nos trajo horribles moscas que hay que combatir”.

Fue la mano firme de la dirección del Partido la que aseguró la
contención de los elementos capitalistas y la fidelidad a la vía
socialista. En particular, las protestas de Tian’anmen de 1989
reflejaron las contradicciones de la reforma y de la apertura. Estos
graves incidentes dejaron claro que la adopción de los ideales del
liberalismo burgués, por parte de las generaciones más jóvenes, podría
significar una lenta erosión del camino socialista.  

En ese contexto los debates de Washington de 1999 adoptaron la visión de
Nixon sobre la incorporación de China a la «familia de naciones», una
visión neoliberal para integrar a nuestra nación en la estructura del
capital internacional y del consumo global, lógicamente … con los
Estados Unidos a la cabeza.

La legislación anual para renovar el estatus comercial de nación más
favorecida (NMF) de China – que se hizo permanente en 2000 – sirvió como
un foro sobre la eficacia de esta estrategia de influencia a través de
la integración.En un discurso de 1991, George HW Bush invocó una razón
«moral» para renovar la NMF, «necesitamos exportar los ideales de
libertad y democracia … para crear un clima propicio para el cambio
democrático».

*Consecuencias del colapso de la Unión Soviética*

Después de media década de perestroika el optimismo de Bush sobre la
/inevitabilidad /del colapso del “régimen” en China se debió sin duda a
la inminente disolución de la Unión Soviética: “ninguna nación en la
Tierra ha descubierto una forma de importar bienes y servicios mientras
detiene las ideas extranjeras en la frontera. Así como la idea
democrática ha transformado naciones en todos los continentes, el cambio
también llegará inevitablemente a China ”.

La tautología de la liberalización económica y política habla tanto del
fervor neoliberal del momento, como de la larga historia de co-evolución
del liberalismo con el capitalismo.George Bush -al igual que muchos
otros-  vinculó “la privatización y los derechos humanos”. En un estilo
liberal clásico afirmó que el derecho a la propiedad privada y la
acumulación de capital: “El derecho de propiedad es un derecho
fundamental que precede todos los demás derechos políticos liberales.
Cuando un chino se de cuenta de que tiene derechos como inversionista (y
que el gobierno *no* debe violar) lo más probable es que también se dé
cuenta de sus derechos como ser humano».   

Similares fueron los argumentos del presidente Bill Clinton para la
entrada de China en la Organización Mundial del Comercio. Citando los
intereses de los misioneros evangélicos y de las grandes empresas,
Clinton dijo que al unirse a la OMC, China estaba acordando no sólo
importar productos estadounidenses, sino también «importar uno de los
valores más preciados de la democracia, la libertad económica».

La palabra “libertad” tenía como objeto endulzar los intereses
económicos de Estados Unidos. El lobby corporativo que respaldaba el
estatus de nación más favorecida (NMF) definió a nuestra país “como un
mercado sin explotar de mil millones de clientes”. En un discurso en
1997 sobre «China y el interés nacional», Clinton lo expresó con más
claridad: «los buenos empleos y los mayores ingresos hoy dependen en
gran medida de la capacidad de hacer de China un imán para nuestros
bienes y servicios».

Dar prioridad a los intereses estadounidenses implicó condiciones sobre
la integración de China a la economía mundial. El Presidente Clinton
había notificado: “China debe mejorar drásticamente el acceso a bienes y
servicios extranjeros. Deben derribar barreras comerciales y acabar con
el favoritismo hacia las empresas chinas”.El hecho que estos mismos
problemas siguen siendo los puntos conflictivos en la guerra comercial
de Trump habla de la constante frustración de Washington por contener a
China y a su soberanía económica dentro del sistema mundial capitalista.  

Lejos del apaciguamiento, las orientaciones estadounidenses se guiaron
por la creencia que China en un futuro cercano dependiera del poder
capitalista occidental. Aludiendo a la dependencia China de la inversión
extranjera (en 1997) Bill Clinton comentó que nuestro país era entonces
el segundo mayor receptor de inversión extranjera directa del mundo:
«estos vínculos», según Clinton, “traerán consigo las poderosas fuerzas
del cambio».

Extremar la naturaleza de una supuesta alineación de los intereses de
China y Estados Unidos es ignorar los presupuestos fundamentales de la
estrategia estadounidense durante casi 50 años. Según esa idea política
 el “compromiso” de China con el orden mundial (a través del comercio,
la inversión extranjera y los préstamos del FMI) crearán inevitablemente
las condiciones para la erosión de la soberanía china, el socialismo y
el liderazgo del Partido Comunista.

En esta visión, alguna gente en la izquierda ignora las evidentes
aspiraciones coloniales de Estados Unidos detrás de la llamada “era del
compromiso” y pinta a China como un socio menor voluntario del imperio
estadounidense. De esta manera se construye una narrativa equivocada de
“alineación ideológica” entre Estados Unidos y China. Lo cierto es que
el acercamiento entre Estados Unidos y China se debió a las
conveniencias geopolíticas durante la Guerra Fría; específicamente  a la
precariedad geopolítica y económica de China tras el cisma
chino-soviético. La verdad es que la  “era del compromiso” se debería
describir más exactamente /cómo la búsqueda de Estados Unidos de un
cambio de régimen en China por otros medios/.

*El desarrollo socialista rompe el «Consenso de Washington»*

Se ha derramado mucha tinta sobre el «milagro económico chino” en las
décadas posteriores al levantamiento del embargo comercial
estadounidense en 1972 y al restablecimiento condicional de las
relaciones comerciales normales en 1979. En 1980, el producto interno
bruto (PIB) per cápita de China era de 200 dólares. Hoy en día, esa
cifra se encuentra en más de 10.000 dólares. Esto significa que las
circunstancias materiales de una persona promedio en China han mejorado
50 veces en los últimos 40 años.

Pero están absolutamente equivocados aquellos que pretenden dibujar a la
China como un «Frankenstein» apoyado por corporaciones occidentales o
“como una prueba de la superioridad del capitalismo”. El desarrollo
chino no puede atribuirse de ninguna manera a un supuesta aplicación del
modelo capitalista occidental.

Primero, los avances de la era de Mao en salud, esperanza de vida y
alfabetización masiva formaron la base de una fuerza laboral que impulsó
la industrialización de China moderna. Sin esta política económica China
todavía sería una nación atrasada .

En segundo lugar, la naturaleza del socialismo con características
chinas, es decir, un tipo de socialismo que hace la guerra contra la
pobreza, coloca restricciones al capital extranjero, da un papel
decisivo a la industria pública y establece un control político sobre el
capital, ha convertido a China en uno de las pocas naciones, en vías de
desarrollo, que han conservado la independencia política y económica a
pesar de la introducción del capital occidental.

Los progresos de China en el alivio de la pobreza (con más de 800
millones de personas saliendo de la pobreza) hablan de un proyecto
económico centrado en las personas. Tal empeño distinguen a China de la
mayoría de las naciones en desarrollo, donde el crecimiento del PIB no
se corresponde con un aumento del nivel de vida para los de abajo.

Entender el desarrollo chino como un producto “del socialismo de
mercado” es quizás más cercano a la realidad. Esta comprensión permite
explicar las frustraciones de los políticos occidentales que durante
décadas han tratado de forzar a China hacia la dependencia económica y
la desestabilización.

No es de extrañar, entonces, que las políticas del Partido Comunista
destinadas a salvaguardar la soberanía económica , y evitar las trampas
del libre comercio, sean las políticas que han sido tenazmente blanco de
ataques en los foros internacionales y de la agresión comercial
unilateral de Estados Unidos.La coherencia de las demandas occidentales
con la teoría del “compromiso” hablan de la determinación de la búsqueda
occidental de la dominación financiera sobre el legendario «El Dorado»
del mercado chino.

Mientras China negociaba la entrada a la Organización Mundial del
Comercio comprometiéndose a bajar los aranceles, reducir el comercio
estatal y abrir  sectores de servicios a la inversión extranjera, los
medios occidentales anunciaron la “privatización definitiva” de China a
manos de las corporaciones occidentales.

Sin embargo, aunque Clinton anunció la “extinción de los dinosaurios de
la propiedad estatal» la República Popular China tiene 82 de las 119
grandes corporaciones mundiales -según la revista “Fortune”- bajo
control estatal. Pues bien, como los capitales occidentales saben que el
tan esperado colapso de las empresas de propiedad estatal chinas *no* va
a ocurrir, las potencias imperialistas han recurrido a la OMC como un
garrote para imponer su política comercial.

Entre 2009 y 2015, casi el 90% de las disputas en la OMC se han
producido entre China, Estados Unidos, Japón y Alemania. La absoluta
mayoría de estas disputas atacan la participación del Estado chino en la
economía (desde los límites a la propiedad extranjera hasta las ayudas a
las empresas estatales).

Sin duda, la influencia de los ideales neoliberales y una mentalidad
orientada al crecimiento que subsumía la ideología a la economía
encontraron puntos de apoyo tanto en el Partido como en la sociedad
civil china.Pero, aunque la reestructuración de cerca de la mitad de las
empresas estatales chinas (bajo Zhu Rongji, entre 1997 y 2003) marcó un
duro paso hacia la privatización parcial del mercado, China nunca se
abrió por completo al poder monopolista imperialista como la mayoría de
otros países «emergentes».  

En medio del ingreso de China a la OMC (en 2001) los capitalistas
lamentaron que China con una economía orientada a la exportación
“permaneciera poco integrada» en la economía mundial, y continuara »
aislando de la competencia internacional a industrias tales como la
banca, las comunicaciones y la energía”. Según el economista marxista
Samir Amin lo que hizo China “es una globalización parcial y
controlada”. Especialmente  porque “el Estado mantiene el control sobre
los sistemas bancarios, que están en el centro de la lucha por la
soberanía dentro de un sistema-mundo capitalista”.        

*«Chimerica» ​​como parasitismo imperial*

La entrada de China a la OMC, y la posterior compra de los bonos de
deuda de Estados Unidos, presagiaron lo que expertos occidentales
llamaron «Chimerica”, una “bestia económica” que ahora representaría  el
40% del PIB mundial.

Con asombro, pero también con miedo, la clase capitalista occidental se
benefició de la integración económica con China. Medidas como la
supresión de la tasa de interés le permitió al imperio subvencionar el
consumo de la clase media con las“importaciones baratas”.

Pero, con Trump llegó el momento del cambio. Los nacionalistas
estadounidenses reaccionaron contra la deslocalización y las cadenas de
suministro chinas porque“esa política está destruyendo la capacidad
económica de Estados Unidos”. “/Cómo las empresas más grandes de Estados
Unidos hicieron que China volviera a ser grande»/ fue una portada de la
revista Newsweek  que enunció el significado de la política de
“desacoplamiento” de la administración Trump. Con este tipo de artículos
los medios imperiales lo que pretenden es instalar la idea que “la
convergencia económica fue un rescate de la economía china. Por qué de
otro modo China estaría en decadencia”.

Por otro lado, la dependencia de Estados Unidos de las cadenas de
suministro chinas ha sido descrita como una peligrosa amenaza económica
y a la seguridad nacional. En medio de plena pandemia el asesor
económico de Trump, Peter Navarro ha insistido: «la industria
estadounidense siempre debe estar primero, hay que terminar con todos
los suministros médicos de origen chino”.

Aclaremos, ninguno de estas “narrativas” captan la naturaleza de la
relación económica denominada «Chimerica»: esta relación no es más ni
menos que una forma de parasitismo imperialista estadounidense.Con el
ingreso a la OMC (y mediada por la concesión del estatus comercial de
nación más favorecida) la relación entre Estados Unidos y China se han
basado en un desequilibrio económico en él que las corporaciones
occidentales cosechan las recompensas de una fuerza laboral de bajo
costo mientras crece el consumo occidental con el acceso a importaciones
baratas.

Bajo los términos del “compromiso” China ha soportado la extracción de
recursos, la fabricación sucia y las importaciones de desechos de
Occidente. Pese a que durante décadas Estados Unidos ha declarado que
sufre un «desequilibrio comercial a favor de China”, la ventaja
estadounidense es cuantificable: entre 1978 y 2018, una hora de trabajo
estadounidense es equivalente a casi cuarenta horas de trabajo de un
obrero chino.   

La ubicuidad de los bienes de consumo «Made in China» junto con la
connotación racial a dichos productos habla de una relación económica
que se reducía a la máxima «China produce, Estados Unidos consume».
Durante la era de las «puertas abiertas» y las Guerras del Opio, el
economista británico y crítico del imperialismo J.A. Hobson describió la
inminente colonización de China como inevitable «se está agotando las
reservas de ganancias para el mundo occidental. El capitalismo para
seguir creciendo deberá dominar y conquistar los mercados de China y de
Asia». La integración de China en el siglo XXI en el sistema económico
capitalista global realizó, en parte, esa vieja fantasía imperial.

La decisión de China de aceptar el “compromiso” a menudo se
malinterpreta como un signo de un partido que es comunista solo de
nombre, un indicativo de un “capitalismo de estado” que ha enganchado su
vagón al comercio capitalista de Occidente. Sin embargo, una comprensión
cabal del “socialismo con características chinas” sitúa el “compromiso
con el capital occidental” como sólo una negociación puntual por parte
de la dirección del Partido Comunista.

Desde la XI plenaria el Comité Central (entre 1977 y 1982) el Partido
Comunista reconoció oficialmente una importante contradicción en la
sociedad china: /«entre las necesidades materiales y culturales cada vez
mayores de la gente y una producción social atrasada»/. En la
formulación popular de Deng, “/el aire fresco de la inversión
extranjera, la transferencia de tecnología y el avance productivo
justifican las moscas que inevitablemente lo acompañaron”.  /

No obstante, la liberalización económica controlada creó las condiciones
para el desarrollo del pensamiento neoliberal. Podría decirse que el
énfasis en el crecimiento económico creó un malentendido entre política
y economía, en lo que Wang Hui llama la «política despolitizada» de la
era Deng. Tal pensamiento también coincidió con una ideología
pro-estadounidense y una creencia popular de “ destinos entrelazados de
China y Estados Unidos”.

A raíz de la crisis financiera occidental de 2008, consignas como
«salvar a Estados Unidos es salvar a China» (救 美国 就是 救 中国) o »
la teoría de la pareja China-Estados Unidos» (中美 夫妻 论) reflejaron
el interés de sectores de China por estabilizar la economía mundial
capitalista, y cierta creencia que las divergencias ideológicas y
políticas entre China y el mundo capitalista podrían resolverse mediante
“la cooperación económica”.

La idea de un destino entrelazado entre China y Estados Unidos demostró
no solo ser un error de bulto también fue una subestimación de las
condiciones impuestas por el imperio. Y aunque envuelto en el fervor de
la ideología de la Guerra Fría, la agresión estadounidense a China
siempre ha sido de carácter material. Después de todo, la alineación de
las aspiraciones de desarrollo nacional de China con la sed de una
oferta de mano de obra barata siempre estuvo condicionada a que China
«reconociera su lugar» en el mundo.

En este sentido, las recurrentes demandas occidentales de acceso al
mercado, privatización y fin de la planificación económica estatal son
intentos de limitar el crecimiento de China dentro de los confines de
imperio unipolar estadounidense.

Los esfuerzos chinos por salir de su predeterminado papel “de la fábrica
del mundo» se han interpretado como un desafío existencial a la
hegemonía estadounidense.Debajo de la jerga financiera de los aranceles,
la manipulación de la moneda y el estatus comercial de “nación más
favorecida”, las condiciones impuestas por Estados Unidos a la
participación de China en la economía mundial son fundamentalmente
exigencias propias del imperialismo para la extracción de ganancias y
limitar la soberanía económica.

De hecho, la reestructuración económica iniciada ahora en China es en
gran medida un reconocimiento de una dependencia excesiva del capital
occidental, agravada por el giro de Estados Unidos hacia el
«desacoplamiento». A raíz de la crisis financiera de 2008, un informe
del Ministerio de Comercio Chino advirtió que por cada $ 100 mil
millones de exportaciones de China a Estados Unidos, los Estados Unidos
obtienen $ 80 mil millones en ganancias frente a $ 20 mil millones de China.

Informes similares han cuantificado en billones de dólares “los
dividendos de la hegemonía” generado por factores como la hegemonía del
dólar, el señoreaje de la deuda y los derivados financieros.

Esto situación llevó a China a re-enfocar su actividad a los mercados
domésticos, a las exportaciones de calidad y a la innovación industrial
en su duodécimo plan quinquenal.(2011-2015). El nuevo pivote económica,
reforzado con la Iniciativa Made en China 2025, privilegia la innovación
y los mercados internos.En este sentido, la demonización occidental de
Xi Jinping por parte de Occidente tiene mucho que ver con el hecho de
que bajo su gobierno China ha consolidado la defensa de los principios
socialistas de la economía.

El mandato de Xi – para escándalo de occidente- ha puesto énfasis en el
liderazgo del Partido sobre el sector privado, la expansión de las
empresas estatales y la represión contra los funcionarios corruptos, que
explotaron para beneficio personal la afluencia de capital bajo el
periodo de la “reforma y apertura”. Junto con el éxito de la
planificación económica estatal para navegar la crisis de la pandemia de
COVID-19 en un próximo plan quinquenal China prioriza“ la revitalización
rural”, consolidando así un giro hacia la reinserción del Estado en la
planificación económica y la soberanía económica.

Durante la última década una nueva política internacional más asertiva
expresada en la Iniciativa la Franja y la Ruta y el Banco Asiático de
Inversión(que tienen como objetivo reducir la dependencia de China de
los mercados occidentales y las instituciones controladas por occidente)
ha echado por tierra las opiniones de quienes creían que China se uniría
a Japón o Corea del Sur como socios menores de un sistema mundial
capitalista liderado por Estados Unidos.

Para disgusto de la élite política occidental, la era de «esperar el
momento y ocultar la fuerza» parece haber pasado definitivamente. Visto
en este contexto histórico, la llamada «guerra comercial» entre Estados
Unidos y China se entiende mejor como un último intento de enclaustrar
el ascenso económico de China dentro de los límites predeterminados de
la “era del compromiso”.

Al describir la urgencia que Beijing ha puesto en Made in China 2025, el
ex estratega de la Casa Blanca Steve Bannon ha ofrecido una evaluación
sorprendentemente inequívoca: «Ahora comprendemos lo inextricablemente
vinculado que está China con el capital y la tecnología occidental, como
los chips y el sistema de transferencia SWIFT. Ahora comprendemos la
importancia de tomar medidas antes de la maduración completa de una
economía de innovación china”.

La dura negociación de la fase uno del acuerdo comercial entre Estados
Unidos y China (en enero de 2020) presagiaba precisamente esto.
Denunciada por los medios estatales chinos como un regreso a los
“tratados neocoloniales del siglo XIX” la primera fase pretendía obligar
a China a hacer concesiones en temas de transferencia de propiedad
intelectual, mayores compras a las exportaciones estadounidenses y
acceso de empresas de servicios financieros.

Este último punto, abordaba lo que los grupos económicos advertían como
una participación «anémica de las empresas financieras extranjeras”, El
sector financiero estadounidense llegó a fantasear ante la perspectiva
de «instalar en China su industria financiera de 45 billones de dólares».

Los analistas estadounidenses aseguraron que un acuerdo de fase dos
podría proporcionar frutos aún más altos, Sin embargo, menos de un año
después, la firma del acuerdo comercial de la fase uno ya es una
reliquia de otra época. Fue un último intento de Estados Unidos de
mantener su hegemonía frente a China antes de desplegar la agresión
unilateral de los últimos meses.

Pocas semanas después de la firma del acuerdo, el secretario de
Comercio, Wilbur Ross, declaró que el «lado positivo del coronavirus es
que ayudará a acelerar el regreso de los empleos a América del Norte».
Pasado nueve meses, la cifra de muertos por la pandemia en Estados
Unidos asciende a más de 250.000, se han perdido a lo menos 20,6
millones de puestos de trabajo y el PIB a caído cerca de un 20 por ciento.

Por su parte, China ha surgido como la única economía importante que
registra un crecimiento del PIB con un 3,2% en el segundo trimestre y un
4,9  por ciento en el tercer trimestre de 2020. Frente a este escenario
la administración Trump ha objetado la posibilidad de pasar a las
negociaciones de la fase dos.

*El pivote bipartidista hacia Asia*

En retrospectiva, la guerra comercial puede verse como el canto de cisne
para “la era del compromiso”. La COVID-19 ha puesto al descubierto las
vulnerabilidades del neoliberalismo, mientras que la respuesta de China
a la pandemia ha sentado las bases para una fuerte divergencia
económica.La ventana de oportunidad para reducir el ascenso de China a
través del bilateralismo está casi cerrada. Estados Unidos ha girado
hacia las sanciones, el desacoplamiento y la militarización: un conjunto
de herramientas de la nueva doctrina de contención.

La «evolución pacífica que presuponía el “compromiso” de Estados Unidos
con China siempre ha estado sobredeterminada por la sombra de una guerra
caliente y un cerco militar. Como han dejado claro los estudiosos
marxistas de la teoría del sistema-mundo, en última instancia, una
estructura de hegemonía y dependencia económica siempre está respaldada
por la supremacía militar.  

Después de dos décadas de agresión militar estadounidense – en gran
parte sin oposición- en el Medio Oriente, el reciente énfasis de China
en la modernización militar está sin duda demandada por el
reconocimiento de la amenaza imperialista; la «opción nuclear» sigue
arrojando una larga sombra sobre las relaciones entre Estados Unidos y
China.

El Ejercito Chino recuerda que Estados Unidos estuvo dispuesto a
bombardear los centros de suministro chinos durante la Guerra de Corea y
a lanzar un ataque nuclear en la primera Crisis del Estrecho de Taiwán.
Tampoco China ha olvidado el bombardeo «accidental» de la embajada en
Belgrado por parte de la OTAN en 1999.

Sin embargo y a pesar de la agresividad estadounidense la estrategia
china se ha basado durante mucho tiempo en el reconocimiento de lo que
el imperio ha llamado eufemísticamente su «ventaja militar asimétrica» ​
​en Asia y en el Pacífico. De hecho, el último intento estadounidense de
renegociar los términos del “compromiso” han sido respaldados por una
silenciosa reorganización de sus tropas en “el teatro del Pacífico».

Con menos grandilocuencia pero posiblemente más sustancia militar, el
«Pivote a Asia» de la administración Obama, involucró el traslado del
60% de la capacidad de combate aéreo y naval de Estados Unidos al
Pacífico.Este cerco militar agregó peso a la Asociación Transpacífica de
Libre Comercio de Obama, como una manera de apuntalar el poder económico
regional de Estados Unidos, excluyendo por supuesto a China.

A menuda se confunde la decisión de Trump de retirar a Estados Unidos de
la Asociación Transpacífica como una prueba del cambio en la política
norteamericana hacia China. Lo único cierto es que el actual inquilino
de la Casa Blanca no solo ha continuado esa estrategia militar (con
demostraciones de fuerza) sino que también ha incluido duras sanciones
económicas.

A fines de 2019, el secretario de Defensa Mark Esper agregó una
fanfarronada a los sigilosos pasos de Obama, declaró a China como la
«prioridad número uno» del Pentágono. Y en 2020, el Comando Militar
estadounidense de la región Indo-Pacífico anunció un presupuesto
titulado «Recuperar la ventaja», solicitando $ 20 mil millones para
retener la supremacía militar con una expansión masiva de misiles,
radares y ataques de precisión en Guam, Okinawa Hawái y en el teatro de
operaciones Asia-Pacifico .

La unidad y continuidad de la estrategia militar estadounidense contra
China de las administraciones de Obama y Trump reflejan con exactitud
nuevamente en consenso bipartidista: el «ascenso de China» ha excedido
los límites aceptables para la hegemonía estadounidense, y ha provocado
que las ganancias estén cayendo para un imperialismo hace tiempo
parasitario.

Mientras tanto, está claro que el Partido Demócrata no tiene alternativa
al programa de escalada unilateral de Estados Unidos contra China. Joe
Biden se ha propuesto ridiculizar a Trump por permitir que China
perfeccione el «arte del robo».En un adelanto de su agenda política, la
candidata de Biden a Secretaria de Defensa, Michele Flournoy, condenó el
«deterioro de la capacidad de disuasión estadounidense» y pidió nuevas
inversiones para «mantener la ventaja militar estadounidense» en Asia en
nombre de la «paz».

En detrimento de la humanidad, la cosmovisión hegemónica de Estados
Unidos insiste en distorsionar las políticas chinas – de soberanía,
multilateralismo y de un futuro compartido para la humanidad –
transformándolas en amenazas de agresión.El fin del “compromiso” marca
una reevaluación crítica por parte de Estados Unidos: el cambio en China
no podría «inducirse» únicamente a través de medios de cooperación.

Si se considera que la guerra caliente está fuera de la mesa (dada que
las economías de Estados Unidos y China están entrelazadas) entonces los
esfuerzos de Estados Unidos hacia el desacoplamiento económico deben
entenderse como una estrategia militar que abre la puerta a una guerra
híbrida. Sin embargo, el fin del “compromiso” también plantea una
coyuntura histórica entre los caminos del unilateralismo y del
multilateralismo. Contrariamente a las alarmantes declaraciones del
Departamento de Estado, el ascenso de China no es una amenaza para la
hegemonía estadounidense.

La verdadera amenaza para la hegemonía estadounidense es el papel de
China en la construcción de nueva era de multilateralismo. Una era en
que instituciones como la ONU ( que alguna vez fuera representante de la
“Pax Americana”) puedan cumplir su promesa de ser plataformas para la
paz y la cooperación internacional.El compromiso de China con la ONU,
con la Organización Mundial de la Salud (y con el desarrollo de vacunas
contra la COVID 19) hablan de su decisión de reforzar un
multilateralismo basado en reglas pacíficas de contrapeso a la
beligerancia estadounidense.

En Septiembre pasado en la Asamblea General de las Naciones Unidas el
presidente Xi Jinping declaró “ China no tiene intención de librar una
Guerra Fría o una Guerra Caliente con ningún país”. “ Nuestro pueblo,
dijo, rechaza la geopolítica de suma cero y trabaja para enfrentar una
crisis global como la pandemia  y el cambio climático”.

El hecho que la soberanía china y su camino socialista hayan sido
estigmatizados como una amenaza existencial para occidente nos dice
mucho más de la naturaleza de la hegemonía estadounidense que del
carácter del ascenso de China. Después de todo, no es China sino el
imperio estadounidense el que insiste en dividir el mundo en campos
opuestos. Al final, solo quedan dos lados: el lado del imperialismo y el
unilateralismo, y el lado del futuro compartido.

In
OBSERVATORIO DE LA CRISIS
https://observatoriocrisis.com/2020/10/23/chinos-en-el-exterior-ha-llegado-el-fin-de-la-era-del-compromiso-con-estados-unidos/
23/10/2020