terça-feira, 30 de setembro de 2014

Assentados conquistam 1° agroindústria do Terra Forte em SP



Por Maura Silva
Da Página do MST

As famílias assentadas e acampadas da região de Andradina (SP) serão as
pioneiras da primeira agroindústria financiada pelo Programa Terra Forte no
estado de São Paulo.

A cerimônia de assinatura do projeto de cooperação entre a Cooperativa de
Produção Agropecuária dos Assentados e pequenos Produtores da Região Noroeste do
Estado de São Paulo (COAPAR) com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) e a Fundação Banco do Brasil, aconteceu nesta quarta-feira (24),
no Assentamento Timboré.

A Coapar receberá cerca de R$ 12,8 milhões para investir na construção da
agroindústria. Para Lourival Plácido de Paula, presidente da COAPAR, a
assinatura do acordo significa o reconhecimento do trabalho realizado há anos
nos assentamentos.

“Esse é um momento de consolidação do trabalho do MST que luta há mais de 25
anos para industrializar a matéria prima produzida nos assentamentos. A Coapar
nasceu há 17 anos com esse objetivo”.

Segundo Lourival, a região de Andradina tinha como base a pecuária de corte, mas
com o desenvolvimento dos assentados e de sua produção, os trabalhadores rurais
foram migrando para a produção leiteira.

“Hoje trabalhamos para produzir produtos que possam ir para os supermercados com
a marca da Reforma Agrária, com a marca da luta no campo. São produtos que
superam o uso indiscriminado dos agrotóxicos e que é digno da população
brasileira”, afirma o Sem Terra.

Estudos realizados pela Cooperativa de Trabalho de Assessoria Técnica e Extensão
Rural (COATER), apontam que os assentamentos da região produzem 100 mil litros
de leite por dia. No entanto, sem apoio à ndustrialização, essa produção tem
dificuldade de aparecer nos supermercados e, consequentemente, na mesa da
população.

“A industrialização é o elemento necessário para agregar valor à matéria prima
produzida pelos assentamentos. Esperamos contribuir cada vez mais com as
cooperativas e com o desenvolvimento da Reforma Agrária”, disse o Ministro do
Desenvolvimento Agrário de São Paulo, Laudemir Muller.

Terra Forte

O Programa Terra Forte, lançado em 2013 pela presidenta Dilma Rousseff, tem o
objetivo de apoiar projetos de agroindustrialização da Reforma Agrária.

Segundo Delveque Matheus, da direção nacional do MST, o programa é resultado de
anos de luta dos movimentos sociais do campo, e se consolidou por meio de uma
ação conjunta entre os movimentos, a Secretaria Geral da Presidência da
República, o Ministério do Desenvolvimento Agrário, da Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(Incra).

Para Delveque, a assinatura desse acordo é importante para dar vazão a antigas
reivindicações das famílias assentadas.

“Investir na agricultura familiar, na produção feita nos assentamentos significa
investir na saúde da população. O agronegócio não produz alimentos, produz
commodities. Nós temos um sistema de produção saudável, com potencial ecológico,
por isso, travamos uma batalha há mais de 25 anos pelo produto com o selo da
Reforma Agrária”.

Segundo ele, esse é apenas o primeiro passo, e retrata um sonho antigo das
famílias que passaram pela lona preta. “Ainda temos muito para conquistar,
lutamos e vamos continuar lutando. Queremos a marca da Reforma Agrária nos
supermercados e nas mesas dos brasileiros”.

O presidente nacional do Incra, Carlos Guedes, reconheceu que “esse é um projeto
de cada homem e cada mulher. Cada assentado que luta diariamente pelos seus
direitos e pelo reconhecimento de sua terra. É um passo, não o fim da caminhada.
E o nosso papel é investir e apoiar ações que priorizem o crescimento
sustentável dos assentamentos. Esse é um sinal de que os trabalhados rurais
estão no caminho certo”.

Benefícios à cidade

Com 46 assentamentos e mais de 4.500 famílias, Andradina é a única cidade do
país a ter uma Secretária Especial da Reforma Agrária. Para o prefeito municipal
da cidade, Jamil Akio Ono, o investimento feito na região por meio da cooperação
irá beneficiar toda a cidade.

“Andradina é uma cidade com muitos problemas econômicos. A construção de uma
agroindústria vai fazer com que a economia da cidade cresça, trazendo um saldo
positivo a ela. E não é um crescimento qualquer, é um crescimento sustentável,
feito através de produtos de qualidade”, afirma.

A agroindústria será erguida no distrito industrial de Andradina. Com a
liberação efetiva da verba, o prefeito espera que as construções sejam iniciadas
no início de 2015.

A luta continua

O termo de cooperação é o primeiro de um total de 33 projetos qualificados pelo
governo federal. Destes, 23 foram aprovados e aguardam liberação de recursos. O
plano que tem uma duração de cinco anos não prevê data limite para o repasse de
verba.

Rene, assentado há 14 anos na região, salienta que ainda há muito a ser feito
pelo trabalhador rural no país. Para ele a prioridade ainda é a luta contra os
grandes latifundiários.

“Não podemos acreditar que o vencemos, ainda há muito que ser feito. O atual
governo não priorizou a questão agrária como prometeu. Investir na
agroindustrialização, na diversidade da produção é um ponto. Mas não podemos nos
esquecer do problema primário, são milhares de famílias acampadas”, lembra o Sem
Terra.

Para ele, a grande prioridade é assentar todas essas famílias, que totalizam
cerca de 150 mil em todo o país. Nesse sentido, Rene acredita que tem que
beneficiar os assentamentos investindo na agricultura familiar e camponesa,
“mas, sobretudo, exigir de fato a Reforma Agrária que é a grande batalha do
Movimento”.

Também estiveram presentes, Guilherme Lacerda, Diretor de Infraestrutura Social,
Meio Ambiente e Agropecuária do BNDES, Marcos Frade, diretor executivo de
desenvolvimento social da fundação do BB, o Ministro-Chefe da Secretária Geral
da República em exercício, Diogo de Sant’Ana, o Ministro de Estado da
Previdência Social em exercício, Carlos Gabas, o Secretário de Educação
Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, Aléssio Trindade de
Barros, o Diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, João Marcelo
Intini, o delegado do MDA de São Paulo,Reinaldo Prates, o Presidente da Coater,
Hiroshi Kakinohana, o Superintendente Regional do Incra de São Paulo, Wellington
Diniz e o Superintendente Estadual do Banco do Brasil em São Paulo, Euzivaldo
Vivi e Luzia Ferraiolo.

In:
MST
http://www.mst.org.br/node/16556
25/9/2014

domingo, 28 de setembro de 2014

Trabajadores y gobierno bolivariano reactivan Planta Clorox


Aporrea.org / YVKE Mundial / VTV

El Vicepresidente de la República, Jorge
Arreaza junto a los trabajadores, reactivó la Planta Clorox ubicada en Santa
Lucía, en el estado Miranda, luego de recibir la denuncia del cierre inesperado,
que sorprendió a los trabajadores que integran la nómina de la empresa.

Arreaza indicó que para garantizar el derecho al trabajo a estos venezolanos, se
decidió ejecutar la ocupación temporal de la fábrica. "Los trabajadores
perdieron su empleo porque a los empresarios les dio la gana de cerrar la
planta, violentan los derechos del pueblo y luego se van.

Violaron la providencia tipificada en la Ley del Trabajo, por eso hoy estamos
realizando la reactivación de la fábrica, para garantizar que las más de 474
empleados conserven su puesto de trabajo", indicó.

Explicó que los propios trabajadores eligieron la junta administrativa la cual
el gobierno acompañará y se realizará un plan de reactivacion de la fábrica, a
fin de impulsar su productividad y asegurar el derecho al trabajo del capital
humano que integraba esta compañía.

Aseguró que caerá todo el peso de la ley para los responsables de este hecho.
"El Gobierno Bolivariano llegó para hacer justicia y poner en marcha a Clorox,
en función de las necesidades del país", puntualizó.
El vicepresidente Ejecutivo de la República Bolivariana de Venezuela, Jorge
Arreaza, señaló durante un contacto con Venezolana de Televisión que "ahora esta
es una fábrica que ha sido liberada por sus trabajadores".
Explicó que la planta, cuya casa matriz se encuentra en los Estados Unidos y,
sin que el personal lo supiera, funcionó hasta el día viernes 19 de septiembre y
el día lunes cuando llegaron a cumplir con sus labores la encontraron cerrada.
Arreaza indicó que cada trabajador recibió un mensaje de voz de 5 minutos del
presidente de la fábrica, Oscar Ledezma, en el que les dijo: "nos vamos de
Venezuela, ya les depositamos su liquidación en una cuenta, aunque ustedes no
quieran, ya la fábrica no va a trabajar mas, eso es todo lo que tengo que
decirles, llamen a un 0-800 para que sepan cuales son las planillas".
"Estas familias, la mayoría del municipio Paz Castillo, Santa Lucía, de un día
para otro perdieron sus empleos porque unos empresarios les dio la gana. Ellos
mismos hicieron el reclamo ante el Ministerio del Trabajo", dijo.

In:
Aporrea
http://www.aporrea.org/endogeno/n258229.html
26/9/2014

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

La perspectiva de “análisis de sistemas-mundo” y el sistema-mundo moderno (la economía-mundo capitalista)




En el 84 cumpleaños de Immanuel Wallerstein
La perspectiva de “análisis de sistemas-mundo” y el sistema-mundo moderno (la
economía-mundo capitalista)


Rodolfo Crespo
Rebelión




“No sólo no soy moderado sino que trataré de no serlo nunca, y cuando reconozca
en mí que la llama sagrada ha dejado lugar a una tímida lucecita votiva, lo
menos que pudiera hacer es ponerme a vomitar sobre mi propia mierda” Carta de
Ernesto Guevara a su madre. México, 15 de julio de 1956.


En la década de 1970 el profesor norteamericano Immanuel Wallerstein se aparece
con una nueva propuesta para desarrollar “de otra manera” la concepción que
sobre el mundo y la historia existía hasta ese momento (y que se heredaba desde
el siglo XIX), “la perspectiva de análisis de sistemas-mundo” (1), que el mismo
se encargaría de decir, en 1987, en un artículo donde se le invitaba a exponer
en pocas páginas las premisas teóricas específicas de la misma, para un libro
editado por A. Giddens y J. Turner (Social Theory Today) que “no era una teoría
sobre el mundo social o sobre una parte de éste, sino más bien una protesta
contra la forma en que quedó estructurada la investigación social desde su
concepción a mediados del siglo XIX, a partir de una serie de suposiciones a
priori normalmente incuestionadas” (2).
La tesis fundamental de Wallerstein en la aplicación de la perspectiva del
“análisis de los sistemas-mundo”, que dio a conocer en su libro El Moderno
Sistema Mundial (1974), y que constituyó un duro mazazo teórico, ideológico y
político a la concepción del mundo que pregonaba la izquierda en aquel entonces
(y que sin embargo fue planteada, casi “fuera” del libro, en un agregado al
final del mismo titulado Repaso Teórico) era, que en el mundo había un solo
sistema histórico: una economía-mundo, y que ésta era una economía-mundo
capitalista, al no poder existir el capitalismo sin la estructura de la
economía-mundo.
En su conceptualización, Wallerstein afirma que, “una economía-mundo, es un
sistema largo-mundo, no mundial: un mundo, pero no el mundo. Un mundo largo que
tiene en su seno varias entidades políticas, múltiples culturas, etc.”(3),
aunque desde el siglo XIX (y por primera vez en la historia de la humanidad) esa
economía-mundo que se comenzó a construir en Europa occidental entre los siglos
XV y XVI (4) terminó por expandirse a todo el globo, como un sistema único y en
cual vivimos todavía.
En ese sentido, y por lo mismo, Wallerstein llega afirmar (¡sic en 1974!) que no
podía hablarse, porque no había y por ello no existía, una economía socialista
mundial, dada la existencia de una serie de países socialistas (la llamada
“comunidad socialista”), “…aunque no se haya discutido en este
volumen…observaremos con gran reserva y prudencia en futuros volúmenes la
afirmación de que existen en el siglo XX economías nacionales socialistas en el
marco de la economía-mundo (por oposición a movimientos socialistas que
controlan ciertos aparatos de Estado en el seno de la economía-mundo)”(5).
En su afirmación de que los así llamados países “socialistas” no podían ser
socialistas Wallerstein apelaba, según el profesor español José María Tortosa, a
la evidencia filosófica de que la lógica y la dinámica del conjunto determinan a
las partes, algo a lo que se puede llegar gracias al enfoque del “análisis de
los sistemas-mundo”, que permite examinar los desarrollos internos de las
sociedades “socialistas” con respecto al desarrollo global del sistema
capitalista.
El académico español explica la postura de Wallerstein a este respecto, la que
según él parece fluctuar entre las siguientes tres:
“1) Las partes del sistema favorecen la supervivencia del sistema total. Los
países ‘socialistas’ son, efectivamente, diferentes de los ‘capitalistas’
(liberales), pero esa diferencia no es otra que su adaptación al sistema y su
colaboración en su supervivencia. ‘Un Estado que posee colectivamente todos los
medios de producción es meramente una empresa capitalista colectiva mientras
siga participando –como tales Estados, de hecho, están obligados a seguir
haciéndolo- en el mercado del world-system capitalista’.
2) El sistema es contradictorio y, por tanto, en su funcionamiento ‘normal’
produce y reproduce fuerzas antisistémicas. Los países ‘socialistas’ pueden ser
tales, pero hay que reconocer que es imposible alcanzar el socialismo a escala
nacional. Lo máximo que pueden ser es sociedades que muestren valores que serán
los dominantes en el futuro ya que ‘vivimos en los primeros estadios de la
transición del capitalismo al socialismo’. Pero nada más.
3) El world-system está formado por fuerzas que constantemente lo reproducen y,
al mismo tiempo, por fuerzas que dificultan su preservación. Ambas fuerzas no
son eternas: lo que hoy reproduce, mañana puede ser estéril; lo que hoy se
opone, mañana puede ser sustituido por algo distinto.” (6)
Y ahí está su verdadero atrevimiento, al desafiar la teoría vigente sobre la
sociedad y su evolución hasta ese momento, aquella promulgada por el
marxismo-leninismo tradicional y ortodoxo que, con el aval que le respaldaba ser
la ideología dominante (y “triunfante”) en los Estados de una tercera parte del
globo terrestre (¡¿la práctica mejor criterio para medir el acierto de la
teoría?!), afirmaba que desde el año 1917 (pero sobre todo después de la
implantación del llamado “campo socialista” tras la segunda guerra mundial) el
mundo se dividía en dos sistemas diametralmente opuestos: capitalismo y
socialismo.
La audacia intelectual de Wallerstein era aún mayor si tenemos en cuenta, que
ese mismo marxismo, propalado por todo el mundo en aquel entonces, por los
manuales soviéticos y su editorial para temas sociales (Editorial Progreso)
consideraba que, desde mediados-fines de la década de 1950, el socialismo se
había convertido en el factor decisivo del desarrollo social, y para los años 70
de ese mismo siglo XX la derrota norteamericana en Viet Nam, la victoria de
Fidel Castro en la Isla de Cuba (a sólo 120 kilómetros de EE. UU.), el proceso
de descolonización en Asia y sobre todo África, la victoria guerrillera en
Nicaragua (1979) y la lucha en El Salvador, Guatemala, etc, en América latina,
hacían pensar que la victoria definitiva del socialismo en el mundo y la ansiada
sepultura del capitalismo estaba a la vuelta de la esquina.
Quince años después de plantear su valiente afirmación, de que no existían dos
sistemas sino uno solo, el sistema-mundo moderno, que es una economía-mundo
capitalista como se ha dicho y no podía ser de otra manera, el así considerado
otro sistema social (el socialismo) se derrumbó, incluso allí donde
presuntamente se había originado (la URSS y los Estados socialistas de Europa
del Este). En un artículo publicado en 1993 en coautoría con Giovanni Arrighi y
Terence K. Hopkins, Wallerstein que siempre ha considerado al año 1968 un año
“fundacional” porque simbólicamente en esa fecha comenzó el derrumbe no del
socialismo sino del sistema-mundo capitalista, consideraba a “1989 la
continuación de 1968” (7)
Concomitante con la afirmación de que existe un solo sistema, el que comenzó
siendo un mundo en Europa occidental allá por el siglo XVI, y que ya en el siglo
XIX comenzó a ser el mundo, al concluir su expansión a toda la tierra, está el
hecho, sobre el que Wallerstein llama la atención, de que no es posible en los
marcos estrechos de las fronteras nacionales alcanzar el desarrollo, lo que se
desarrolla no son los países, las naciones sino la economía-mundo capitalista,
“es el sistema-mundo y no las ‘sociedades’ separadas, lo que ha estado ‘en
desarrollo’” (8), y en el capítulo 7 de su magistral libro “Impensar las
ciencias sociales. Límites de los paradigmas decimonónicos” después de haber
dedicado varios de ellos a la cuestión, concluye haciéndose una pregunta al
respecto, que responde sin ambages y diáfanamente: “Desarrollo: ¿cinosura o
ilusión?. Espero que para este momento mi respuesta sea obvia. El desarrollo
nacional es hoy por hoy una ilusión, sin importar qué método se defienda y
utilice” (9). Y aquí vuelve a resaltarse su osadía intelectual, pues justo en el
año 1974, el año en que aparece la primera edición de “El moderno sistema
mundial. La agricultura capitalista y los orígenes de la economía-mundo europea
en el siglo XVI”, texto considerado el iniciador del “análisis de
sistemas-mundo”, la VI asamblea especial de la ONU , acuña la expresión sobre un
Nuevo Orden Económico Internacional, vocablos que hacen referencia de modo
genérico a las peticiones que presentaban los países “subdesarrollados” (recién
descolonizados e independientes) a los “desarrollados”, relativas a las reglas
de funcionamiento que debía seguir la economía internacional a fin de que las
“nuevas” naciones pudieran alcanzar a las “viejas” en la consecución del mismo.
Resumiendo podemos afirmar que el vuelco decisivo en el estudio de Wallerstein
sobre la historia del mundo hasta los años 70 del siglo XX, ha sido determinar
claramente una nueva unidad de análisis, el sistema-mundo en lugar de la nación,
como lugar donde transcurren los distintos, interrelacionados y complejos
procesos sociales, como venía haciéndose hasta el momento, lo que le permitió
dar un giro fundamental en la determinación de, en qué etapa de su trayectoria
se encuentra actualmente el sistema en el cual vivimos, hacia dónde se encamina
y qué actitud debiéramos asumir las fuerzas antisistémicas que luchamos por su
superación.
Con relación a la fase de su existencia en la cual se encuentra el sistema-mundo
moderno, el profesor norteamericano apoyándose en los estudios de Ilya Prigogine
sobre el comportamiento y la vida de los sistemas, arriba a la conclusión de que
el sistema-mundo moderno se encuentra actualmente en crisis estructural.
La economía-mundo capitalista como cualquier sistema, cuenta con una serie de
ritmos cíclicos, que son una serie de desviaciones que alteran el normal
desenvolvimiento del mismo, alejándolo de la “normal” situación de equilibrio;
sin embargo, debido a una serie de movimientos en el sentido inverso, el
equilibrio vuelve a restablecerse, de ahí el nombre de cíclicos, aunque el mismo
nunca se restaura hasta el mismo punto donde se encontraba antes, ya que estos
cambios en sentido contrario conllevan algunas alteraciones en los parámetros
subyacentes del sistema, “ de ahí que el equilibrio sea siempre un equilibrio en
movimiento y, por lo tanto, el sistema tenga tendencias seculares. Es esta
combinación de ritmos cíclicos y de tendencias seculares lo que define a un
sistema que está funcionando de manera ‘normal’. Sin embargo, las tendencias
seculares no pueden continuar por siempre, pues se topan con asíntotas. Cuando
esto sucede, ya no es posible que los ritmos cíclicos vuelvan a hacer que el
sistema recupere el equilibrio, y es aquí donde el sistema entra en problemas.
Ingresa entonces en su crisis definitiva y se bifurca, esto es, se ve a sí mismo
ante dos o más rutas alternas hacia una nueva estructura, con un equilibrio
nuevo, nuevos ritmos cíclicos y nuevas tendencias seculares. Pero cuál de las
dos rutas alternas seguirá el sistema, es decir, qué tipo de nuevo sistema se
establecerá, esto es imposible determinarlo por adelantado, por cuanto es una
función de una infinidad de elecciones particulares que no están limitadas
sistemáticamente. Esto es lo que hoy sucede en la economía-mundo capitalista.”
(10)
¿Cuáles son esas tendencias seculares?. El ascenso del nivel real de los
salarios como porcentaje de los costos de producción, calculado como un promedio
a lo largo de la totalidad de la economía-mundo capitalista; el aumento del
costo de los insumos materiales y el incremento permanente de las tasas de
tributación en casi todos los países. (11)
Pero las mismas no sólo se circunscriben a la esfera económica, hay otra serie
de tendencias que afectan otros ámbitos del sistema-mundo capitalista que
también llegan a sus correspondientes asíntotas: un sistema interestatal
relativamente estable, del que los ciclos hegemónicos ha sido el motor llega a
su fin, ya que es poco probable que haya otro ciclo hegemónico en la historia
ulterior de este sistema que reemplace al norteamericano, en franca decadencia;
un sistema de producción mundial sumamente fructífero, del que los ciclos de
monopolio (los Kondratieff) han sido su propulsor, sigue atascado sin señales
claras de que pueda abrirse una nueva y pujante fase del mismo; y la desilusión
de las masas del mundo con el comportamiento, accionar y resultados de los
movimientos antisistémicos clásicos, que una vez que han estado, compartido o
coqueteado con el poder (algo que hicieron de una forma u otra entre 1945 y 1989
en casi todos los Estados del sistema interestatal) ya que los mismos predicaron
el desarrollismo y la fe y esperanza en el progreso equitativo, democrático y
despolarizado, asignaturas éstas aún pendientes en el capitalismo, que no
pudieron cumplir por constricciones sistémicas y para colmo envueltas todas en
un discurso ideológico disfrazado de revolución antisistémica, siendo esta
situación parte del panorama político del mundo desde 1968. Y es tal la
importancia de éste último factor, que debido al derrumbe de éstos movimientos,
el sistema se ha visto privado uno de sus mayores puntales, ya que han suprimido
una de las fuerzas de contención más importantes ante los impulsos políticos de
las clases populares, cuyas demandas, por muy legítimas que sean, el sistema no
está en condiciones de satisfacer, so pena de ver disminuida la vital e
imprescindible cuota que reclama la incesante acumulación de capital.
Demostración de ello ha sido el reconocimiento reciente, por parte de uno de los
portavoces de los dueños del sistema-mundo-moderno, el Secretario de Estado
norteamericano John Kerry, de las dificultades actuales para su manejo cuando,
comentando el atascadero geopolítico en que se había convertido la situación en
Ucrania, para los intereses de los poderosos del mundo, decía en un arrebato de
sinceridad que “ Tal vez no era muy evidente para los grandes dirigentes de la
época, pero durante la guerra fría todo era más fácil que hoy, digamos que era
más simple ” (12)
Esto nos lleva a plantear que la economía-mundo capitalista, está tocada por
fallas estructurales que ya no tiene manera de controlar y cuya combinación,
está creando una presión estructural masiva de largo alcance sobre las
utilidades provenientes de la producción que “está en proceso de convertir al
sistema capitalista en algo que ya no es rentable ni para los capitalistas.”(13)

Es cierto que los neoliberales con sus políticas de las últimas décadas han
logrado reducir estas presiones estructurales, pero ha sido cada vez menos de lo
que las ha aumentado la siguiente subida.
Las tendencias seculares mencionadas se aproximan a sus asíntotas, creando
límites a la acumulación del capital, y como la acumulación sin fin de capital
es el rasgo definitorio del capitalismo como un sistema histórico, la múltiple
presión a la que se ve sometido, tiende a volver inviable el motor primario del
sistema y, en consecuencia está creando una crisis estructural insalvable y ya
imposible de superar.
Pero, ¿qué puede significar y de hecho significa una crisis estructural para
aquéllos luchadores antisistémicos?. Implica que es la época propicia y dorada
para la lucha en pos de un nuevo sistema, dado que, cuando el sistema funciona
“normalmente” (está en condiciones de equilibrio) las leyes que lo gobiernan son
deterministas, y en ese caso los intentos de perturbación del mismo, por muy
grandes que sean, sólo son capaces de producir muy pequeñas desviaciones en su
funcionamiento; en cambio, cuando el sistema entra en crisis estructural, esto
es, cuando el sistema se aleja de las condiciones de equilibrio, viéndose
imposibilitado de retornar a él, es decir, el sistema entra en una situación de
bifurcación y caos, sucede todo lo contrario; en estas condiciones, un pequeño
accidente o una pequeña fluctuación o un pequeño ruido, son capaces de provocar
grandes desviaciones y de tener un enorme impacto en el sistema, pueden tener
efectos más serios; de tal forma que, si bien las situaciones caóticas producto
de una crisis estructural son terribles, por el periodo de desorden y
desintegración que la acompaña (pese a ser de corta duración en términos
históricos), e inherentemente impredecibles en cuanto a sus resultados, ya que
no sabemos, no podemos saber cómo terminará todo, ni cual será cualitativamente
su desenlace, también ofrece un lado positivo (“el lado amable de la historia”
(14) según Wallerstein) ya que pesa más el libre albedrío individual y
colectivo, volviéndose fundamental la voluntad, el deseo, los anhelos y las
ansias de la gente.
Es en ese periodo en el cual nos encontramos los dos grandes grupos políticos
enfrascados en buscar una salida a la actual crisis estructural del
sistema-mundo capitalista, ¿quién ganará la lucha? El resultado de la lucha
política será, como se ha dicho, incierto, pero en parte será también resultado
de quien sea capaz de movilizarse, “en gran parte de quien analice mejor lo que
está pasando y comprenda cuáles son las alternativas históricas reales que
enfrentamos colectivamente. Es decir, nos encontramos en un momento en el que
necesitamos unificar conocimientos, imaginación y praxis. Si no corremos el
riesgo de tener que decir, dentro de un siglo, plus ça change, plus c'est la
même chose. El resultado es, insisto, intrínsecamente incierto, por
consiguiente, requiere la abierta intervención y creatividad humanas.”(15). A
eso llama este artículo en el 84 cumpleaños de Immanuel Wallerstein (el gran
inspirador de todas estas ideas) a ese 99 % de excluidos o en pos de la
exclusión, sí es que quieren vencer en esta lucha por un mundo mejor a ese
exiguo pero muy poderoso 1 % restante.



Notas.
*A los 27 años de edad y a 15-20 años de aparecer la perspectiva de Wallerstein
para analizar la historia de otra manera, en “protesta” a como se hacía hasta
entonces, el Comandante Ernesto Che Guevara ya planteaba, que el destino de su
vida y su opción histórica, estaban alejados y con creces de la geocultura de la
moderación que dominaba el mundo en el que vivía, el liberalismo, con su defensa
en la esfera política de la “vía media” y el “centro vital”, con el valor
añadido, que arriesgó su pellejo para demostrar sus verdades.
1. Aquí hemos optado por el término perspectiva seguido de análisis de
sistemas-mundo, aunque Wallerstein ha publicado un libro que lo ha titulado
“Análisis de sistemas-mundo: una introducción” (Siglo XXI. México. 2005) a
“secas” obviando la palabra perspectiva, y en el que toca aspectos importantes
de su concepción del mundo (está disponible íntegramente en el link:
http://geopolitica.iiec.unam.mx/sites/geopolitica.iiec.unam.mx/files/analisis_de_sistemas_wallerstein_0.pdf
) . En entrevista concedida a Carlos Antonio Aguirre Rojas en 1999 decía que
“considero a esta perspectiva, más bien como un movimiento
intelectual…justamente, un movimiento que impulsa una transformación del modo de
hacer las cosas que hasta ahora ha sido imperante”. Y en la misma entrevista, al
ser preguntado por el profesor mexicano, de si “¿la perspectiva del
‘World-Systems Analysis’, no la calificaría usted mismo como una perspectiva
marxista?” además de decir que “es una perspectiva influida por el pensamiento
de Marx, pero influida también por otras perspectivas”, no dejó de recalcar al
entrevistador que, “Si tú o cualquier otra persona, llaman a mi perspectiva
personal, análisis marxista, no tengo absolutamente nada que objetar a esa
afirmación...”. “Immanuel Wallerstein: Crítica del sistema mundo capitalista
(Estudio y entrevista a Immanuel Wallerstein )” . Editorial Era , 2004.
2. Wallerstein, Immanuel. “El análisis de los sistemas-mundo”. Capítulo VIII del
libro “Capitalismo histórico y movimientos antisistémicos. Un análisis de
sistemas-mundo”. Ediciones Akal. Madrid. España.2004. pág. 134. (las negritas
resaltadas son nuestras)
3. Immanuel Wallerstein. El capitalismo ¿Qué es? Un problema de
conceptualización. Centro de Investigaciones Interdisciplinarias en Ciencias y
Humanidades. Universidad Nacional Autónoma de México. México, 1999. Disponible
en: http://colegiodesociologosperu.org/nw/biblioteca/El_Capitalismo,_que_es.pdf
. En su libro “Las incertidumbres del saber” aclara mejor su interpretación del
término economía-mundo, sus orígenes braudelianos y el significado conceptual y
geográfico del mismo. “En el Mediterráneo, Braudel problematiza el concepto de
unidad de análisis. El mundo mediterráneo, afirma, es una ‘economía-mundo’. El
término proviene de la obra de un geógrafo alemán, Fritz Rörig, de la década de
1920, que hablaba de Weltwirtschaft. Braudel tradujo el término no como économie
mondiale sino como économie-monde. Como ambos dejaríamos en claro muchos años
después, la distinción era crucial, ya que se trataba de la diferencia entre
économie mondiale, que significa ‘economía del mundo’ y économie-monde, que
significa una ‘economía que es un mundo’. Las dos traducciones difieren, en
primer lugar, en términos conceptuales. En la segunda, el mundo no es una
identidad reificada dada dentro de la cual se construye una economía; más bien,
las relaciones económicas definen los límites del mundo social. La segunda
diferencia es geográfica. En la primera traducción, ‘mundo’ es equivalente a
planeta; en la segunda, se refiere solamente a un gran espacio geográfico
(dentro del que se encuentran muchos estados) que, sin embargo, puede ser, y a
menudo es, más pequeño que el planeta, pero que también puede abarcar el planeta
entero” (Editorial Gedisa. S.A. Barcelona 2013. Pág 79)
4. “…para la economía-mundo europea en su totalidad consideraremos a 1450-1640
la unidad de tiempo significativa, durante la cual se creó una economía-mundo
capitalista, que sin duda era, como dice Braudel, ‘vasta pero débil’”.
Wallerstein, I. “El moderno sistema mundial. La agricultura capitalista y los
orígenes de la economía-mundo europea en el siglo XVI”. Editorial siglo XXI. 2ª
Edición. Madrid 2010. Pág. 94.
5. Wallerstein, I. Obra citada. Pág. 494. En la ya citada entrevista a Aguirre
Rojas, Wallerstein plantea enfáticamente que “la tesis nuestra que más
reacciones en contra provocó por parte de la izquierda mundial, y que fue la
idea que sostuvimos desde los años setentas fue que la Unión Soviética había
sido parte de la economía-mundo capitalista, de manera integral y absoluta,
durante toda su existencia” (subrayados tomados del original). Y no deja
impasible a nadie aquellas irónicas palabras de José María Tortosa en 1992
cuando decía “Quien iba a decir a los que criticaban a Immanuel Wallerstein por
no aceptar como socialistas a los países del Este [Europeo] que la posición del
world-system se podría convertir en un argumento para defender el comunismo
(todavía no llevado a la práctica) después del hundimiento de los países
‘falsamente’ ‘socialistas’”. Tortosa, José María. “Sociología del sistema
mundial”. Editorial Tecnos. Madrid. 1992. Pág. 68 (subrayados en texto original)

6. Obra citada Pág. 68. Los subrayados son citas extraídas por el autor del
libro en inglés The Capitalism World-Economy, Cambridge University Press. 1979.
Pág 68-69 y 150 respectivamente.
7. Wallerstein, I., Arrighi, G., y Terence K. Hopkins “1989, la continuación de
1968”.. Realidad Económica Nº 114/5 - 16 de febrero de 1993. Disponible para
leer, no para copiar en http://www.iade.org.ar/uploads/c87bbfe5-6b8d-9073.pdf .
Preguntado por Carlos Antonio Aguirre Rojas para su libro de 2004, “Immanuel
Wallerstein: Crítica del sistema mundo capitalista (Estudio y entrevista a
Immanuel Wallerstein)” Editorial Era, “¿Cómo impactan estos procesos y
acontecimientos[que culminaron con los sucesos de 1989] a las perspectivas del
World-Systems Analysis?, Wallerstein respondió algo tan sencillo como esto: “Hay
que decir claramente que la caída del Muro de Berlín no ha tenido el menor
impacto sobre mis puntos de vista. En verdad esperaba ya algo así. Obviamente no
por lo que respecta a los detalles o a los elementos concretos, pero si en lo
que se refiere a las líneas generales de este proceso.” Obra citada, Segunda
Sección. Explorando la perspectiva del “Análisis de los sistemas-mundo.
(Entrevista con Immanuel Wallerstein). Parte I. Esbozo biográfico intelectual.
El autor desea agradecer la cordialidad del profesor mexicano que nos la hizo
llegar.
8. Wallerstein, I. “¿Desarrollo de la sociedad o desarrollo del sistema-mundo?”.
Capítulo 5 del libro “Impensar las ciencias sociales. Límites de los paradigmas
decimonónicos”. Editorial Siglo XXI. Segunda Edición en español 1999.
9. Wallerstein, I. “Desarrollo: ¿Cinosura o ilusión?”. Capítulo 7 del libro
“Impensar las ciencias sociales. Límites de los paradigmas decimonónicos”.
Editorial Siglo XXI. Segunda Edición en español 1999. Las negritas son nuestras.

10. Wallerstein, Immanuel. “La decadencia del imperio. EE.UU. en un mundo
caótico” Editorial Txalaparta. Tafalla. España.2005. Pág 77, 78.
11. Un análisis detallado de las mismas en “La crisis estructural del
capitalismo y la actitud de la izquierda”. Nardo Vázquez Izquierdo.
http://kaosenlared.net/america-latina/57178-la-crisis-estructural-del-capitalismo-y-la-actitud-de-la-izquierda.html

12. “Todo era más simple en la guerra fría: John Kerrry”. Periódico La Jornada.
23 abril 2014. Disponible en:
http://www.jornada.unam.mx/2014/04/23/mundo/023n3mun . En cuanto a los ciclos
hegemónicos ha sido tal la importancia de los mismos, que sin el ascenso y la
caída cíclicos de los poderes que los han ejercido, hubiese sido imposible
proporcionar “el grado crucial de equilibrio a la política interestatal del
sistema-mundo moderno, permitiendo con ello que los procesos de acumulación de
capital prosiguieran sin graves impedimentos. Una hegemonía que durara demasiado
tiempo hubiera empujado al sistema hacia su transformación en un imperio-mundo.
Y un sistema que nunca viera el surgimiento de un poder hegemónico no hubiera
tenido la posibilidad de crear los órdenes estables e interinos necesarios para
maximizar la acumulación”. Para un análisis más detallado de éstas tendencias
puede consultarse el artículo “La estructura interestatal del sistema-mundo
moderno”. Revista Secuencia, nueva época, número 32, mayo-agosto 1995.
Disponible en el link
secuencia.mora.edu.mx/index.php/Secuencia/article/download/.../4140 . Y en
cuanto al efecto benefactor de los ciclos Kondratieff, por lo visto ya
truncados, Michel Husson señala la distancia creciente hoy en día “entre la
transformación de las necesidades sociales y el modo capitalista de
reconocimiento y de satisfacción de estas necesidades” , viéndose la tecnología
imposibilitada ya de modelar la satisfacción de las necesidades sociales bajo la
forma de mercancías de gran productividad. A propósito es interesante la cita
que toma de Robert Gordon, un gran especialista en estas cuestiones cuando dice:
“Desde 2000, las invenciones se han centrado en los aparatos de diversión y de
comunicación, que cada vez son más pequeños, más inteligentes y tienen más
prestaciones, pero no cambian fundamentalmente la productividad del trabajo o
las condiciones de existencia como pudieron hacerlo la electricidad y el
automóvil” (Husson, Michel. “La teoría de las ondas largas y la crisis del
capitalismo contemporáneo” disponible en:
www.vientosur.info/IMG/pdf/Ondas_largasHusson.pdf . Y Jorge Beinstein: “Las
crisis en la era senil del capitalismo. Esperando inútilmente al quinto
Kondratieff” en http://www.rebelion.org/docs/82165.pdf
13. Wallerstein, Immanuel. “La decadencia del imperio. EE.UU. en un mundo
caótico.” Editorial Txalaparta. Tafalla. España. 2005. Pág 188.
14. Wallerstein, Immanuel. “Utopística o las opciones históricas del siglo XXI”.
Versión revisada de las conferencias Sir Douglas Robb impartidas en la
Universidad de Auckland, Nueva Zelanda, los días 16, 22 y 23 de octubre de 1997.
Disponible:
http://viviendayhabitat.ipvmendoza.gov.ar/material/Hector%20Poggiese/Utopistica%20o%20las%20opciones%20historicas%20del%20siglo%20XXI.pdf

15. Wallerstein, Immanuel. “La decadencia del imperio. EE.UU. en un mundo
caótico.” Editorial Txalaparta. Tafalla. España. 2005. Pág 88.

IN:
Rebelión
http://rebelion.org/noticia.php?id=189990
24/9/2014

terça-feira, 23 de setembro de 2014

PCB - A manipulação das eleições burguesas e a Frente de Esquerda



(Nota Política do PCB)

Nas eleições deste ano, repete-se o mesmo roteiro de sempre. As classes
dominantes escolhem seus candidatos e, valendo-se de sua hegemonia política e
econômica, os impõem ao eleitorado como as únicas alternativas viáveis à sua
disposição.
Entre os candidatos fora deste cardápio oficial há os que são folclorizados, os
laranjas a serviço de um dos escolhidos e os que são invisibilizados, quanto
mais denunciem e lutem contra o sistema capitalista.
Na escolha dos candidatos do sistema, o principal critério é a confiança de que
vão assegurar e fortalecer os fundamentos do capitalismo. Nunca escolhem apenas
dois; é preciso um ou mais, como reserva, para o caso de inviabilização, por
qualquer motivo, de uma das candidaturas. Para manter a hegemonia, contam com a
divisão favorável do tempo de televisão, financiamento privado milionário e
espaço privilegiado na mídia empresarial.
As pesquisas eleitorais, que só precisam ser sérias na boca de urna, cumprem o
papel de ajudar a moldar resultados, cristalizar polarizações. Em função delas é
que flutuam as bolsas de financiamento privado e de apoios políticos.
Já os debates nos meios de comunicação particulares, sobretudo nas redes de
televisão, pautam e induzem os candidatos a se comprometerem com as demandas do
capital, num campeonato de promessas à busca de mais financiamento privado para
a campanha. Ganha mais recursos quem garante manter a política econômica que vem
desde os governos neoliberais de Collor e FHC, a autonomia do Banco Central, as
privatizações, mais subsídios, isenções fiscais, empréstimos de bancos públicos
a fundo perdido e outras medidas para desenvolver o capitalismo. Por outro lado,
nenhum deles promete aumentos salariais e direitos para os trabalhadores,
reforma agrária, fim das privatizações, combate à expansão da saúde, da educação
e do transporte público como mercadorias.
A manipulação inclui dificultar que algum candidato ganhe no primeiro turno, o
que o tornaria forte e com alguma independência. O segundo turno é fundamental
para os interesses do capital e dos seus representantes políticos. É o espaço
para as grandes transações para garantir mais apoio político, financiamento
privado e espaços na mídia. O maior exemplo foi a chamada “Carta aos
brasileiros”, leia-se, aos banqueiros, que garantiu a vitória de Lula no segundo
turno, em 2002, e que marcou esses doze anos de governo petista.
Proclamado o resultado do segundo turno, é hora de garantir a governabilidade
institucional. Nesse momento, o PMDB e seus satélites estarão esperando o
vencedor, seja quem for, para negociar o poder: partilhar os milhares de cargos
dos diversos escalões do governo, a direção de empresas públicas, o comando da
Câmara e do Senado, tudo em troca de uma base de sustentação parlamentar que
será, como sempre, majoritariamente conservadora. Como o PMDB privilegia as
eleições estaduais e o PT tem que fazer concessões estaduais para privilegiar as
eleições nacionais, as pesquisas têm apontado o crescimento do PMDB e o descenso
do PT em número de governadores, deputados e senadores. Desta forma, o
presidencialismo de coalisão vai se transformando num parlamentarismo de fato.
Em que pesem as diferenças de história pessoal, princípios e ideais dos
candidatos escolhidos, o vitorioso não poderá mover uma palha pelos direitos dos
trabalhadores e demais proletários, exceto rebaixadas políticas compensatórias.
Governará com e para aqueles que pagaram sua campanha, que lhe abriram os
espaços e vierem a garantir a governabilidade.
Basta ver os valores arrecadados pelos três candidatos escolhidos pelo sistema,
em geral de empresas privadas que dependem de ações e decisões governamentais,
como empreiteiras, bancos, saúde privada, agronegócio. Eis os valores do
financiamento privado, até agora, mais de 95% do arrecadado por todos os onze
candidatos, no caso do PCB apenas de militantes e amigos:
Dilma: R$ 123,6 milhões
Aécio: R$ 44,5 milhões
E. Campos/Marina: R$ 24,7 milhões
A insignificância das diferenças políticas ou ideológicas é de tal ordem que a
atual Presidente, apresentada como candidata de esquerda, recebe mais
financiamento privado e dispõe de mais tempo de televisão que todos os demais
candidatos juntos! E alguns partidos tidos como progressistas que a apóiam
declaram, sem pudor, que são contra o financiamento privado de campanha.
Assim mesmo, com todas as condições favoráveis, gozando da preferência da
burguesia, ainda pedem cinicamente que o eleitorado verdadeiramente de esquerda
renuncie à sua opção eleitoral ideológica para dar um “voto útil” à Presidente,
para evitar um “golpe de direita” ou que assuma a Presidência alguém que vá
privatizar mais e dar mais benesses ao capital do que ela, em seu primeiro
mandato.
Os outros dois candidatos da ordem, Aécio e Marina, disputam entre si quem vai
para o eventual segundo turno, tendo como quesitos o “quem dá mais” ao “mercado”
e qual o mais competente e que oferece melhores condições de governabilidade. As
diferenças entre os três se movem pelas contradições e disputas
intermonopolistas e interimperialistas. Dilma, candidata e presidente ao mesmo
tempo, também participa deste campeonato. Agora mesmo, seu ministro da Fazenda
acaba de reduzir a alíquota do imposto de renda sobre os lucros das chamadas
“multinacionais brasileiras”. Nessa “democracia” que os comunistas chamamos de
burguesa, os grandes eleitores são os que dominam o financiamento privado dos
candidatos e a mídia como empresa.
Com toda esta manipulação, certamente o próximo governo será de coalizão com as
classes dominantes e de colisão com os trabalhadores e demais explorados. O
agravamento da crise do capitalismo acirrará a luta de classes e levará o estado
burguês a tentar retirar mais direitos sociais e trabalhistas; para isso,
aumentarão a repressão e tentarão restringir as chamadas liberdades
democráticas, em especial os direitos de organização, de greve e de
manifestação.
Esse quadro eleitoral viciado não desmotiva os comunistas da participação na
disputa. Pelo contrário, seria um principismo infantil abrir mão dos espaços,
mesmo que limitados, que se abrem neste momento. Seria renunciar ao dever de
denunciar as desigualdades sociais, a exploração dos trabalhadores, a fome e a
miséria provocadas pelo capitalismo e as atrocidades e barbáries contra os povos
que caracterizam sua fase imperialista.
Por isso, os militantes do PCB em todo o país, candidatos ou não, participam
ativamente desta campanha política e ideológica, dialogando com os
trabalhadores, a juventude, os proletários em geral, conscientizando,
denunciando o sistema, apontando caminhos de organização e luta por seus
direitos, pela construção do Poder Popular como transição a uma sociedade
socialista.
Mesmo sem manter ilusões, é muito importante que o PCB tenha um número
expressivo de votos, nas eleições estaduais e sobretudo nas eleições para a
Presidência da República, coroando com êxito a impecável campanha didática,
agitativa e organizativa levada a efeito por nossos camaradas Mauro Iasi e Sofia
Manzano. Não se trata apenas de ter uma votação expressiva, mas sobretudo de
marcar um programa e um campo socialista.
Para que a correlação de forças não seja desfavorável para os trabalhadores nos
próximos anos, mais importante de quem será eleito, será a unidade da esquerda
socialista em torno de uma frente com base num programa e numa pauta comum.
Desta forma, o PCB disputa politicamente apenas contra os partidos e candidatos
do sistema e faz votos de que os demais partidos da esquerda socialista (PCO,
PSOL e PSTU) tenham também um expressivo desempenho eleitoral.
O fato de os partidos deste campo não terem ainda logrado constituir uma
coligação eleitoral e, portanto, apresentarem várias candidaturas à Presidência
não significa que não possam promover ações unitárias ainda durante a campanha.
Pelo contrário, podem e devem fazê-lo.
Mesmo sem ilusões no processo eleitoral, é preciso que os partidos, organizações
e movimentos de orientação anticapitalista, ainda antes do primeiro turno,
promovam atos unitários nas grandes cidades, em torno da pauta unitária
construída nas ruas a partir de junho de 2013, contribuindo para a formação de
uma ampla frente de esquerda para as lutas cotidianas.
PCB - Partido Comunista Brasileiro
Comitê Central (19 de setembro de 2014)Sede Nacional:PCBCreative Commons
RUA DA LAPA, 180, conjunto 801. Lapa/RJ. CEP: 20021-180Partido Comunista
Brasileiro
Permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

PCB
http://pcb.org.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=7821:a-manipulacao-das-eleicoes-burguesas-e-a-frente-de-esquerda&catid=134:eleicoes-2014
21/9/2014

sábado, 20 de setembro de 2014

Europa 2020 – Comunidade ou império?


por GEAB [*]
Este título inspira-se no do primeiro livro de Franck Biancheri (inédito)
redigido em 1992 e no qual o autor mostrava que os princípios fundadores
do projecto europeu concebido no fim da Segunda Guerra Mundial (ou seja,
uma comunidade de países que se proporcionavam os meios de construir em
conjunto uma paz durável e um continente próspero) podiam, se não se
tomasse cuidado, ver-se marginalizado e os reflexos bem conhecidos da
Europa-império (colonização europeia, Napoleão, Hitler, ...) retomarem a
dianteira. No caso, Franck Biancheri considerava que o que devia permitir
ao projecto de construção europeia permanecer na via a comunidade era a
sua democratização.

Alguns anos depois, com o Tratado de Maastricht que rebaptizava a
Comunidade Europeia como "União Europeia", Franck Biancheri, com a sua
desconfiança das "uniões" de todas as espécies, havia considerado que esta
escolha não era de bom augúrio. Vinte e três anos mais tarde, nada avançou
na frente da democratização da Europa e a crise fornece o contexto
propício ao descarrilamento completo do projecto de comunidade. Vamos
mostrar alguns indicadores que permitem dizer que esta tendência (que
sempre esteve lá, naturalmente, mas estava enquadrada num mecanismo de
resguardo relativamente eficaz) está em vias de ressurgir. Mas nós ainda
nos recusaremos a fazer uma verdadeira antecipação, preferindo por
igualmente a tónica sobre os outros indicadores, aqueles que ainda
permitem esperar uma reversão de tendência. [1]

Se falamos em "reversão de tendência" é porque, depois de ter passado
cerca de um ano a ver uma Europa na "encruzilhada" [2] , consideramos que
este retorno marca o seu empenhamento no mau caminho, aquele que conduz ao
"cenário trágico" descrito por Franck Biancheri na sua obra visionária "
Crise mondiale: En route vers le monde d'après " publicada em 2010 [3] ,
na qual destacava os trunfos consideráveis da Europa face à crise e seu
potencial de participação para a emergência de um desejável "mundo do
depois"; mas também o grande risco que pesava sobre a Europa e os europeus
cujas elites, não democráticas (em Bruxelas) ou não europeias (nas
capitais), se mostram incapazes de ser apoiarem sobre a crise para
completar este projecto positivo de construção europeia, sempre inacabado
[4] .

Como os nossos leitores fieis o sabem, analisámos a crise ucraniana como
uma operação dirigida pelos Estados Unidos e posta em marcha por um
punhado de colaboradores servis bem colocados nos circuitos decisionais
europeus, com o objectivo, para resumir, de selar o destino da Europa ao
de um campo ocidental conduzido pelos americanos. Esta operação foi
conduzida como uma blitzkrieg numa ausência total de capacidade de reacção
por parte do campo europeu que de repente se encontrou virtualmente em
guerra sem ter compreendido porque. Quando os europeus acordaram deste
primeiro choque, uma outra batalha, bastante difícil de acompanhar, teve
lugar entre as classes dirigentes, entre os Estados europeus e no seio das
opiniões públicas, entre os "anti-russos" e os "pró-russos", ou antes,
entre "os pró-americanos" e os "anti-americanos", mas de facto sobretudo
entre os ideólogos do Ocidente e os defensores da independência do
continente europeu.

Nos últimos dois números do GEAB enfatizámos o facto de que as "condições
para um sobressalto" estavam reunidas, ressaltando os indicadores de uma
recuperação do controle europeu dos negócios. Mas o Verão passou, com a
perda de vigilância que caracteriza este período do ano. E o retorno
fez-nos descobrir uma paisagem à partida bastante desoladora, nomeadamente
quanto a três pontos: o novo remanejamento governamental francês, o
projecto da Comissão Juncker e a grande missa da NATO em Newport.
Tentaremos uma leitura destes três acontecimentos. Depois passaremos em
revista outros temas importantes (Iraque, eleições gerais no Brasil,
remanejamento governamental no Japão) que leremos à luz da grande
reconfiguração geopolítica global, sabendo que nos dedicaremos doravante a
detectar os indicadores de precipitação de uma bipolarização do mundo – ou
os de progresso na emergência do mundo multipolar. Veremos assim que não é
apenas a Europa que se arrisca a deslizar rumo à tentação do império.

A Europa desempenha o seu papel neste parto penoso do mundo de amanhã, mas
é certo que o aumento do risco de bipolarização global alimenta e é
alimentado pelo ressurgimento de uma ideologia de potência
(Europa-império) no seio das suas elites [5] .

A hipótese que adoptamos é que a explosão da UE [6] pode dar lugar a dois
tipos de reacção:

- rejubilar-se e retomar o projecto de construção europeia onde ele estava
quando descarrilou (aquando da queda do Muro), partindo outra vez de um
núcleo reduzido e ultra integrado de Estados membros (a Eurolândia) para
construir a etapa da união política e democrática que foi bloqueada na
época (Europa-comunidade);

- ou então amedrontar-se e bloquear o processo de explosão em curso
reforçando todas as molas fundadores do segundo período de construção
(1989-2014): ultra-liberalismo, endividamento, alargamento, ocidentalismo
(Europa-império).

Em ambos os casos, consideramos que o político está em vias de retornar na
Europa. Mas conforme se trate do primeiro ou do segundo cenário que se
efective, esta política naturalmente não terá realmente as mesmas
características.

Estes dois campos confrontam-se actualmente nos corredores decisionais da
UE, tanto ao nível nacional como ao nível europeu. Consideramos que a
pista da Europa-império está em vias de prevalecer mas ainda não
desesperámos de ver a Europa-comunidade acabar por ganhar.

Explosão da UE: referendo escocês, integração falhada dos países da Europa
do Leste

Sim, a UE explode. Já descrevemos abundantemente como são postas em causa
numerosas políticas pelos Estados membros, em particular a livre
circulação dos bens e das pessoas do espaço Schengen [7] ; ou ainda o
projecto de saída do Reino Unido, potência estruturante da UE desde o seu
nascimento em 1992.

Referendo escocês: É preciso agora acrescentar a esta lista a provável
explosão do Reino Unido provocada pelo referendo escocês. Já havíamos
assumido o risco há vários meses de antecipar uma vitória do sim. Hoje,
fazemos uma antecipação complementar: quer o sim ganhe ou não, de qualquer
modo este referendo transforma o Reino Unido. Londres esperava que uma
vitória inequívoca do não reforçaria a coesão da União do Reino. Mas, com
uma certeza de resultado extremamente apertado, Cameron já teve de fazer
tais concessões aos escoceses [8] que os outros membros da União (País de
Gales, Irlanda do Norte) estão prontos a arrancar para obter os mesmos
avanços em matéria de autonomia [9] .

Dito isto, em coerência com o princípio da antecipação política segundo o
qual as grandes tendências não devem ser bloqueadas mas exploradas,
consideramos que o Reino Unido teria tudo a ganhar com uma evolução rumo a
uma estrutura federal. Temos frequentemente repetido que os países
centralizados não estão mais adaptados aos desafios do mundo no século
XXI.

Sem contar que os ingleses são oportunos e sabem recuperar-se. Como prova,
o retorno da sua praça financeira para os sukuks e o yuan [10] , que salva
a City. Uma federalização do Reino Unido daria às suas elites uma bela
ocasião para mostrar como são capazes de tirar partido de tal viragem do
destino.

Seja qual for, uma federalização do Reino Unido muda consideravelmente os
dados para a UE.

Integração falhada dos países do Leste: A UE está ameaçada de desagregação
também na sua frente oriental.

Hoje a UE em crise aparece com efeito cada vez menos atraente para os
países do Leste e alguns, sem por em causa sua pertença europeia, começam
a olhar com interesse o que se passa do lado do anterior invasor, a
Rússia. A Hungria de Victor Orban é a mais avançada neste caminho e seria
bom olhar mais em pormenor as ideias deste político que não tem nada de
ditador, ainda que seja um homem forte, desejoso da independência do seu
país... Mas, na Europa destes últimos ano, olhar para o Leste é passível
de alta traição.

Outros, face à evidente fraqueza política europeia, nomeadamente em
matéria de política de segurança e de defesa, decidiram por exemplo
reflectir entre si um sistema de defesa que lhes seja próprio. É assim que
o grupo de Visegrad (composto entre outros pela Hungria, mas também pela
Eslováquia que recentemente declarou não querer tropas estrangeiras sobre
o seu solo [11] ), trabalha há vários anos para instalar um sistema de
defesa e de segurança que, de certo modo, os autonomiza [12] . Estamos
aqui claramente diante de uma consequência directa da incapacidade da UE a
ter podido propor o menor projecto de Europa da Defesa susceptível de
tranquilizar os países dos confins da Europa.

A Bulgária por sua vez exprime doravante seu desejo de poder cooperar com
a Rússia no quadro da construção do gasoduto que contorna a Ucrânia e que
é a linha South-Stream. Mas desde a crise ucraniana, Bruxelas proibiu-lhe
construir seu troço [13] . No entanto, a Bulgária tem um duplo interesse
nesta construção: por um lado, ela garante-lhe seu abastecimento de
energia e, pelo outro, acrescenta-lhe uma fonte não desprezível de
financiamento graças à arrecadação de um direito de portagem sobre o gás
russo.

As taxas de participação dos países do Leste da Europa nas últimas
eleições europeias são um indicador claro do grau de fracasso da
integração destes países. A integração fez-se demasiado rapidamente por
considerações puramente mercantis e não políticas, estes países muitas
vezes misturaram o objectivo da integração na UE com o da integração na
NATO; quanto à união económica, eles viveram-na frequentemente como uma
invasão de empresas ocidentais destrutiva da sua economia local.

Se a crise ucraniana talvez proporcione a oportunidade de por em prática
uma Europa da Defesa da qual caberia esperar que se fizesse em concertação
e não em oposição à Rússia, todo fracasso acerca deste ponto nos lançar
numa perspectiva de deserção de alguns destes países no horizonte 2020, o
que seria mais um belo fracasso desta UE que não cessou de ampliar a
Europa rejeitando todo projecto de aprofundamento da integração,
nomeadamente a política e democrática.
Notas

(1) É assim que, ao contrário do nosso hábito, não escolhemos um cenário.
Os leitores ficam livres para fazerem sua própria ideia.

(2) Uma expressão recorrente nas linhas do GEAB, em 2013 sobretudo.

(3) E que merece uma reedição a meio caminho do período antecipado
(2010-2020), reedição à qual o editor, Anticipolis , aceitou fazer. A
releitura desta obra à luz dos acontecimentos dramáticos que dominam a
actualidade em 2014 não incita ao optimismo.

(4) De facto, a construção europeia parou quase completamente desde o
Tratado de Maastricht: a união económica realizada, o único projecto de
futuro que veio à luz desde então, é a união monetária cuja execução
impunha prosseguir o trabalho rumo à governação económica, a união fiscal,
a união política e a democratização. Mas nós nos travámos a meio do vau...
e a enchente vem aí.

(5) Os paralelos históricos são fáceis. Paralelo com a União Soviética:
potências ocidentais que já não são as melhores na corrida económica
mundial e que, tais como a URSS nos anos 50, constroem muros entre si e
esta concorrência julgada desleal; mas também paralelo com a ascensão do
nazismo: um sistema económico-político capitalista cujos excessos criam
uma rejeição profunda e que pouco a pouco desenvolve uma ideologia de
potência justificando a concentração de poder e de dinheiro característica
do seu funcionamento. Assim como a ideologia nazi era com efeito bem
partilhada em todos os circuitos de poder europeu e não só na Alemanha, a
ideologia de potência veiculada pelos Estados Unidos seduz numerosos
europeus próximos ou no interior dos círculos de poder, em particular em
Bruxelas (mas não só). Afinal de contas, este género de ideologia foi
europeu antes de ser americano e as pessoas que a adoptam consideram que
os Estados Unidos não são senão uma extensão da Europa e que os dois devem
unir-se indissoluvelmente para derrotar a emergência da China, em
particular, que os assusta mais do que tudo. É assim que se pode suspeitar
que certos tecnocratas europeus vêem na assinatura de um Tratado de Livre
Comércio com os Estados Unidos uma ampliação natural da Europa aos EUA...
rumo a uma Europa das Montanhas Rochosas aos Balcãs!

(6) Em vários números anteriores do GEAB antecipámos esta explosão da UE,
sempre mostrando que a UE não era a Europa, que era uma forma de
organização, nascida do Tratado de Maastricht, que havia fracassado, e que
se podia saudar positivamente o nascimento da Eurolândia no fim da UE.
Esta emergência de um projecto europeu alternativo à UE foi posta a
caminho no quadro da gestão da crise do Euro que efectivamente acelerou a
estruturação de uma governação da zona Euro. Mas se uma crise do Euro
reforçava naturalmente a zona Euro, uma crise geopolítica como aquela
gerada pela crise euro-russa reforça a UE... e todas as suas falhas.

(7) Por exemplo: Deutsche Welle, 22/10/2012

(8) Fonte: DailyAdvance, 14/09/2014

(9) Fonte: BBC, 09/09/2014

(10) Fonte: Forbes, 14/09/2014

(11) Fonte: Reuters, 04/06/2014

(12) Fonte: Premier Ministre polonais, 14/10/2013

(13) Fonte: Financial Times, 25/08/2014

17/Setembro/2014

[*] Global Europe Anticipation Bulletin

O original encontra-se em www.leap2020.eu/...

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

http://www.resistir.info/crise/geab_87.html

20/Set/14

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Consejo de Gobierno Comunal: “Que el pueblo sea el presidente”

Fernando Vicente Prieto

 1 Comentario “Aquí estoy con el pueblo organizado y con Elías Jaua,
vicepresidente de un nuevo área de gobierno. Creamos la quinta revolución, que
es la revolución del ecosocialismo. La revolución de las Comunas, la revolución
del socialismo territorial”. Con estas palabras, Nicolás Maduro se refirió este
martes 16 de septiembre al Consejo Presidencial de Gobierno Comunal, antes de
anunciar medidas en base a las propuestas elaboradas por las Comunas.
El 2 de septiembre, en el llamado “Sacudón”, Maduro planteó la necesidad de
construir 5 revoluciones dentro de la revolución, para lo cual decidió crear una
estructura de gobierno que privilegie la interlocución directa con las
organizaciones del Poder Popular. Al quinto objetivo, precisamente, lo llamó “la
revolución del socialismo territorial”, apuntando a consolidar “el modo de vida
comunal”. En Venezuela existen 874 comunas registradas, en un proceso de
formidable crecimiento durante el último año y medio.
En este marco, el primer Consejo Presidencial de Gobierno Popular activado tras
el Sacudón fue el de las Comunas, que inició el viernes 12 de septiembre con
mesas técnicas, donde fueron convocados representantes de las 554 comunas que
tienen funcionando plenamente sus órganos de autogobierno: el Parlamento comunal
–integrado por voceros y voceras de los Consejos comunales que se articulan en
la comuna- y el Consejo Ejecutivo.
En las mesas técnicas también participó Elías Jaua, nombrado recientemente
ministro para las Comunas y los Movimientos Sociales y vicepresidente para el
Desarrollo del Socialismo Territorial. Allí se discutieron propuestas para
seguir impulsando la organización política y socio-productiva, una de las tareas
de la hora ante la necesidad de enfrentar el desabastecimiento con mayor
producción social.
La economía venezolana continúa teniendo una presencia excluyente del sector
privado, con rubros -como la alimentación y otros productos básicos- que son
controlados por grandes empresas, habitualmente en la vereda de enfrente del
gobierno chavista.
El lunes 15 los comuneros y comuneras continuaron reunidos, debatiendo una
propuesta de estructura organizativa para el Consejo Presidencial de Gobierno.
El martes 16, la reunión culminó en el nuevo Cine Cipreses, en el centro de
Caracas, con la participación del presidente y trasmitida a todo el país a
través del programa radial y televisivo En Contacto con Maduro.
Lo que está en juego en el gobierno comunal
En el evento, Maduro reafirmó las orientaciones estratégicas planteadas el 2 de
septiembre, en el sentido de “refundar el Estado”: “Nosotros vamos con todo,
¿oyeron? A demoler los restos del Estado burgués. Y vamos a ir de manera
progresiva, a paso seguro, a construir un Estado democrático, eficiente,
verdaderamente social”, aseguró entre aplausos y ovaciones.
“Ya las comunas son una instancia de gobierno local. Y del gobierno en la
comunidad, yo los estoy convocando a establecer una instancia para el gobierno
nacional, para tomar grandes decisiones que impacten todo el cuerpo de la
Nación. Tenemos que ser gobierno para toda la Patria”, agregó.
En un clima de alegría no exenta de emoción, Elías Jaua recordó el Golpe de
Timón de Chávez y dirigiéndose a Maduro, expresó: “Tengo el honor de compartir
con usted esa encomienda que el comandante Chávez le hizo aquel 20 de octubre de
2012, donde le encomendó las comunas como su propia vida. Pues en ese camino
vamos. Ese hermoso proyecto que es el socialismo es lo que está en juego en cada
una de estas experiencias. Nosotros venimos a acompañar, a facilitar un proceso,
pero el actor fundamental es el propio pueblo”.
Maduro y Jaua destacaron el crecimiento de la organización popular y
reconocieron especialmente el trabajo de Reinaldo Iturriza, quien fue ministro
de Comunas desde abril de 2013 hasta hace dos semanas, cuando pasó a ser
ministro de Cultura. También señalaron que hay que fortalecer el modelo comunal
en las ciudades, notoriamente más retrasadas que los ámbitos rurales en la
construcción de autogobierno.
“Vamos hacia el pueblo presidente”
Nicolás Maduro volvió a plantear la urgencia en desarmar la lógica del Estado
burgués aún presente en la Revolución. “Construir un nuevo mundo, construir un
nuevo Estado no es tarea fácil ni se hace de un día para otro. Se trata de
rehacer el Estado”, insistió el presidente.
“Se trata de una de las tareas centrales que planteaba Lenin en ‘El Estado y la
revolución’ –recordó-. Sin una revolución del Estado vamos dejando allí
inoculado el veneno de las clases dominantes antiguas, del capitalismo y de la
burguesía. ¡Y es lo que nos ha pasado!”, exclamó.
“Los problemas de ineficiencia, de indolencia, de burocratismo y de corrupción
tienen que ver con que esos males del Estado burgués quedaron intactos. Entonces
a veces ponemos un compañero que viene de ser muy buen militante y luchador en
la calle en un cargo y termina sucumbiendo a las tentaciones del poder corrupto
burgués, del capitalismo. Se cree que está en una nube, se olvida que es pueblo.
Entonces hay que ir a un Estado de nuevo tipo. Y este paso que estamos dando,
compañeros, hay que darlo bien. El Consejo Presidencial de Gobierno Popular
tiene que fortalecer sus instancias de consulta, de deliberación y de propuestas
para la toma de decisiones. El presidente tiene que ser el receptor de las
propuestas de las comunidades”.
Maduro leyó a continuación la propuesta de estructura que elaboraron las
comunas, que incluye una plenaria nacional, compuesta por 120 vocerías -cinco
por cada Estado del país-, que se reunirá cada dos meses, además de instancias
estaduales y locales. “Aquí está el intelectual colectivo que es la fuerza real
de la Revolución Bolivariana. ¡El pueblo pensando! Esto no se los hizo un asesor
ni un bufete. No, esto lo hicieron ustedes”, expresó antes de exclamar
“¡Aprobado!”.
Jesús Carmona, vocero de la comuna Agrícola Río Guárico Sur, tomó la palabra
para plantear que se materialice la transferencia de poder a las organizaciones
comunales y señalar la importancia histórica del evento. “Es una gran
oportunidad. Los comuneros y las comuneras estamos orgullosos de estar acá. Es
una instancia que se expresa cada vez con mayor organización y fuerza”, destacó.
Sobre el final, Maduro anunció la creación de un Banco de Desarrollo Comunal,
para impulsar los proyectos productivos comunitarios y “darle el poder económico
al pueblo. No solamente el poder político, educativo, social”, señaló. “Si
queremos una democracia verdadera, el poder debe tenerlo el pueblo”, expresó,
antes de firmar la transferencia de competencias y recursos, que comenzará con
la infraestructura y los servicios públicos.
“El pueblo organizado tiene gobierno propio. Tiene un presidente que forma parte
de ustedes mismos, que es un presidente comunal”, aseguró entre aplausos y vivas
a Chávez. “Los Consejos presidenciales deben llevarnos a construir el
presidente. La Comuna presidente, la mujer presidente, el obrero presidente, el
estudiante presidente. El pueblo presidente. Ese es el concepto, el pueblo en el
poder”. El próximo martes se instalará el Consejo Presidencial de las Mujeres y
luego continuarán la clase obrera, la juventud, los pueblos indígenas, los
campesinos y pescadores y la cultura.

Fernando Vicente Prieto, desde Caracas – @FVicentePrieto

In:
http://notas.org.ar/2014/09/18/consejo-gobierno-comunal-venezuela-pueblo-presidente/
18/9/2014


http://rebelion.org/noticia.php?id=189792
19/9/2014

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Ao menos 70 empresas colaboraram com a ditadura

Ao menos 70 empresas colaboraram com a ditadura

por Marsílea Gombata, para a Carta Capital


Petrobras, Ericson, Ford, Brastemp e Volkswagen, entre outras, podem ser
responsabilizadas por crimes de lesa-humanidade, diz a Comissão da Verdade


Victoria Basualdo, Rosa Cardoso e Sebastião Neto com o documento apresentado
nesta segunda-feira 8 em São Paulo
Empresas brasileiras e estrangeiras colaboraram com os militares durante a
ditadura. Elas funcionavam como fonte de informações sobre sindicalistas e
trabalhadores suspeitos de comandarem greves e fazerem parte de organizações de
esquerda, comprovam documentos obtidos pelo Grupo de Trabalho “Ditadura e
repressão aos trabalhadores e ao movimento sindical” da Comissão Nacional da
Verdade, apresentados nesta segunda-feira 8, em São Paulo. Além de mostrar nomes
e endereços de trabalhadores suspeitos de confabular contra o regime, os
documentos trazem os nomes do empresariado que monitorava seus funcionários a
fim de colaborar com o sistema de censura e repressão nos últimos anos da
ditadura civil militar no Brasil (1964-1985).

O documento “confidencial” de 18 de julho de 1983 do Ministério da Aeronáutica
mostra a ata de uma reunião do chamado CECOSE (Centro Comunitário de Segurança)
do Vale do Paraíba na qual as empresas Vibasa, Petrobras, Ericson, Telesp,
Engesa, Confab, Ford, Embrape e Volkswagen traziam informações sobre demissões,
greves e reuniões de sindicalistas no intervalo do expediente. “ENGESA – existe
uma Comissão do Sindicato da Categoria que funciona no horário do almoço,
visando à sindicalização daqueles que ainda não são sócios do mesmo”, diz o
documento da Engenheiros Especializados S/A (Engesa), empresa do ramo bélico
fundada na década de 1960.

O mesmo arquivo fala sobre a reunião seguinte a ser realizada em 3 de agosto de
1983 na Empresa Mecânica Pesada S/A, em Taubaté (SP) e mostra também “lembretes”
que a Volkswagen trazia aos pares sobre vendas de jornais da imprensa
alternativa nas portarias da fábrica e atividades do Partido dos Trabalhadores
(PT): “No dia 17JUN83 foram distribuídos na sede do Sindicato dos Metalúrgicos
de SBCampo/Diadema panfletos intitulado (sic) ‘COMPANHEIROS TRABALHADORES’”.

“A Volkswagen, pelo que mostra o documento, funcionava como uma espécie de órgão
de inteligência nesse grupo”, disse Sebastião Neto, secretário executivo do
grupo de trabalho, ao lembrar que a empresa monitorou líderes sindicalistas como
o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Um outro documento, de 1981, localizado no Arquivo Público do Estado de São
Paulo, revela uma lista de nomes de empregados suspeitos entregues ao Dops. Ao
menos 67 empresas teriam passado, além dos nomes completos, o endereço de
residência de cada um desses trabalhadores. Dentre as principais empresas que
aparecem estão: Brastemp, Chrysler, Ford do Brasil S/A, Mercedez Benz do Brasil
S/A, Termocânica, Volkswagen do Brasil S/A, Westinghouse LTDA, Rolls-Royce,
Scania, Toyota e Toshiba.

Também preocupada com as “greves ilegais no ABCD”, a Polícia Civil de São Paulo
emitiu em 27 de junho de 1978 um relatório no qual falava sobre membros de
inteligência em empresas a fim de passar informações sobre sindicalistas e
articuladores da classe trabalhista. “A direção da indústria introduziu entre
seus empregados três elementos com a finalidade de os informarem e localizarem
os possíveis mentores do movimento grevista naquela indústria”, disse sobre a
sede da RESIL S/A, em Diadema.

“Tivemos no Brasil prisões seletivas com base nas informações que eram
apresentadas pelas empresas”, observou a advogada Rosa Cardoso, integrante da
Comissão Nacional da Verdade e coordenadora do GT que investiga as perseguições
aos movimentos sindicais. “Cerca de 40% dos mortos e desaparecidos naquela época
dizem respeito a trabalhadores”.

Segundo a advogada, apesar de não estarem envolvidas diretamente em casos de
desaparecimento forçado, essas empresas podem ser responsabilizadas por crimes
de lesa-humanidade. “Prisões arbitrárias, ilegais e em lugares de tortura também
são atos considerados tortura pela legislação internacional”, afirma. “E essas
práticas foram generalizadas entre os trabalhadores, pois não havia sequer
mandado de prisão contra eles”.

Rosa Cardoso disse ainda que o relatório final da Comissão da Verdade, a ser
apresentado até 16 de dezembro, trará dois capítulos sobre o tema: um sobre
perseguição aos trabalhadores e ao movimento sindical, e outro sobre as relações
e formas de financiamento do empresariado com a ditadura.

Para isso, a comissão pretende realizar uma audiência na qual serão colhidos
depoimentos de representantes das empresas cujos nomes constam nos documentos da
época. A CNV conta ainda com o auxílio da pesquisadora argentina Victoria
Basualdo, professora titular de História Econômica Argentina da Universidade de
Ciências Sociais e Empresariais de Buenos Aires, que orientará os trabalhos do
grupo de trabalho à luz do que ocorreu na Argentina.

“No caso da Argentina, foram imputadas pessoas e não empresas”, disse Victoria
sobre os diretores das companhias Ledesma (açúcar), Aguilar Minera, La Veloz Del
Norte (transporte), e a Ford em território argentino. “Muitas vezes, supõe-se
que falar da ditadura é falar do passado. Mas creio que há momentos chaves do
passado que nos permitem entender o presente”, diz Basualdo. “As ditaduras não
só deixaram um legado de repressão e terror, mas também transformaram as
relações econômicas e sociais da nossa sociedade”.



In:
CSP - Conlutas
http://cspconlutas.org.br/2014/09/deu-na-imprensa-ao-menos-70-empresas-colaboraram-com-a-ditadura/
8/9/2014

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Empresas recuperadas por sus trabajadores: Una alternativa que crece


por Patricio Villa

Martes, 09 de Septiembre de 2014 16:37
A fines de marzo de este año se presentó en el hotel Bauen el Informe del
Cuarto Relevamiento Nacional de Empresas Recuperadas a cargo del Programa
Facultad Abierta de la Universidad de Buenos Aires. El creciente aumento
de empresas bajo la gestión de sus trabajadores ha provocado que ya no se
consideren fenómenos propios de la crisis económica del 2001 y 2002, sino
que sean consideradas como una opción ante el cierre de una fuente de
empleo.

¿Qué es una Empresa Recuperada por Trabajadores (ERT)? Se le denomina así
a las empresas que, habiendo los dueños decidido el cese de su
funcionamiento, los trabajadores han optado por tomar su control y
gestionarla de manera autónoma. Según el reciente Informe se
contabilizaron 311 ERT y, trabajando en ellas, 13.462 personas, lo cual
marca un aumento de estas iniciativas, si se considera que en el primer
relevamiento, realizado el 2003, se contabilizaron 59 casos.

Bauen

La presentación del Informe en el Hotel Bauen no es antojadiza. El Bauen
es un símbolo de la persistencia de estos trabajadores que iniciaron su
toma meses después de su cierre, el 28 de diciembre de 2001. El patrón,
Marcelo Iurcovich, no se opuso a la toma, mandándoles a decir que le
servían de guardias. Sin embargo, esta toma fue el espacio para el
fortalecimiento de la organización que permitiría, tiempo después,
gestionar el hotel.

Además de una olla común, los trabajadores junto a otras organizaciones,
realizaron campañas de solidaridad, recolectando dinero para comprar
útiles de aseo y así comenzar a habilitar y arrendar algunas instalaciones
del edificio provocando la alerta de Iurcovich que los denunció por
usurpación en septiembre de 2003.

El salto lo dieron a inicios del 2004, cuando una delegación de
venezolanos quiso alojarse en el Bauen y ser los primeros pasajeros de
esta nueva etapa. Desde ahí, no paran. Recibieron un préstamo de parte de
la cooperativa Viniplast y el aporte de los cerámicos de la fábrica Zanón,
también bajo control obrero. Esto, junto a las ganancias que han
invertido, les ha permitido habilitar unas 200 habitaciones y toda la
infraestructura que permite subsistir a 130 personas.

En conversación con Resumen, Marcelo Ruarte, trabajador del Bauen y
encargado de comunicaciones, planteó que ahora están en un momento de
inflexión, pues los reclamos de Iurcovich han sido acogidos por el poder
judicial, validando el fraude y el robo que esta familia ha perpetrado al
Estado y que los trabajadores se han encargado de denunciar y rescatar del
olvido intencionado.

El hotel Bauen se construyó para albergar los espectadores del mundial de
fútbol de 1978. El patriarca Iurcovich recibió del Estado argentino el
dinero para levantarlo y, hasta ahora, no ha hecho devolución alguna.
Cuando su hijo Hugo decidió cerrarlo creó la empresa Mercoteles,
transfiriéndole a ésta la propiedad del hotel, dejando la titularidad de
la deuda en la anterior. Estas maniobras, a las que se suman una
ampliación del crédito para Iurcovich en plena Dictadura (1976-1983), dan
cuenta del contubernio entre empresarios y quienes han ocupado el Estado,
tanto los civiles como militares.

El 15 de mayo pasado, se ordenó el desalojo luego que la Corte Suprema
respaldara a los Iurcovich, otorgándole los derechos sobre el hotel.
Marcelo plantea que en este escenario, es el poder ejecutivo quien debe
definir la situación de éste, reconociendo al Estado como el mayor
acreedor del Bauen y, por lo tanto, expropiarlo.

Batallas y desafíos

La batalla judicial librada por los trabajadores del Bauen es un ejemplo
extremo del itinerario de todas las ERT. Recién en 2011 se modificó la Ley
de Quiebras innovando en algunos aspectos, aunque no suficientemente para
facilitar la continuidad de estas empresas. Si bien, se estableció la
posibilidad de que los trabajadores, organizándose en cooperativas,
pudiesen hacer uso mercantil de éstas y que el dinero adeudado a ellos
sirviera como capital para la compra de la empresa, el visado sobre su
viabilidad productiva está sujeto al arbitrio de los jueces, además del
cumplimiento de condiciones difíciles para los cooperativistas, tales como
la obligatoriedad de la participación, como mínimo, de dos tercios del
grupo de trabajadores anterior al cierre, lo cual es complejo, pues
generalmente el personal administrativo y otros miembros se retiran tras
el cierre, ejemplo de ello es que cuando se tomaron el Bauen, eran sólo 15
los ex laborantes del hotel. Estos obstáculos, junto a la no aplicación
retroactiva, son unos de los factores que explican la baja tasa de
expropiaciones registrada en el periodo de vigencia de esta nueva ley.

En el Informe, también se consigna que el 61% de las ERT consultadas
declararon haber recurrido a medidas de fuerza para lograr sus objetivos y
buena parte de ellas afrontaron a la represión, sufriendo intentos de
desalojo por parte de la policía o ataques matonezcos, presumiblemente,
financiados por los empresarios reclamantes.

Pero, además de los problemas propios de la ocupación, también los
cooperativistas han encarado los de la producción y comercialización de
sus productos o servicios. En este ámbito han surgido experiencias de
solidaridad entre cooperativas de mayor trayectoria hacia las nacientes,
conformándose redes de apoyo mutuo. Junto a esto, las agrupaciones de ERT
han conquistado el establecimiento de una institucionalidad estatal que
aborda algunos de sus requerimientos y otorga financiamiento para
potenciarlas. Sobre esta situación, Denise Kasparian y Candela Hernández
del Observatorio Social sobre Empresas Recuperadas y Autogestionadas
(OSERA) detallaron que en cuanto a las líneas de financiamiento, tiene
mayor receptividad la del subsidio individual para los miembros de las
ERT, antes que el orientado a la compra de maquinarias o insumos para la
producción, lo cual se explica por lo deficitario de los sueldos logrados.


A pesar de las dificultades, la recuperación de empresas se ha constituido
como alternativa -afirman las investigadoras- muestra de ello son los
resultados de una reciente encuesta realizada en Buenos Aires, sobre el
grado de conocimiento de las empresas recuperadas en la población, la cual
arrojó que un 89% de la población las conoce, sabe que son gestionadas por
sus trabajadores y las valoran positivamente.

Tan cerca y tan lejos

Una de las cualidades que caracterizan a las empresas recuperadas es el
alto grado de afiliación sindical que presentaban al momento de comenzar a
manifestarse los síntomas del cierre (atraso o suspensión del pago de
salarios y despidos). En muchas de estas empresas, los trabajadores
superaron a las dirigencias sindicales serviles a los patrones y en otras
lucharon y continúan junto a éstas, pero el factor común es la alta
sindicalización. En el Informe del IV relevamiento se indica que, en los
casos estudiados, "el nivel de sindicalización previo a la recuperación es
del 90%".

En Chile, también ha habido cierres de empresas. Particularmente, en la
provincia de Concepción han clausurado industrias textiles como Bellavista
en Tomé (2008) y Tavex (ex Yarur) en Chiguayante (2010). También, ha
desaparecido la industria del calzado con los cierres de Caprice (2011) y
Calzados del Sur, ex Gacel (2012). Por su parte, la industria acerera y
metal-mecánica agoniza con sucesivos despidos en Huachipato y Edyce.

En los momentos que han seguido al cierre, los trabajadores han enfocado
sus acciones en conseguir indemnizaciones para mitigar los efectos de
cesantía, pues al declararse en quiebra, los propietarios buscan
desentenderse de sus compromisos contractuales con ellos. Aunque hay un
brote espontáneo de organización, es insuficiente para plantearse
objetivos mayores.

La posibilidad de conservar los puestos de trabajo mediante la
recuperación de la unidad productiva cesada puede dejar de ser un relato
extraño. Seguramente, una de las luchas fundamentales sería la de generar
condiciones económicas que permitan el desarrollo de la producción local,
requiriendo la invalidación o modificación de los tratados comerciales con
países industrializados. Pero, antes que todo, es necesario organizarse.
Las ERT se expanden a Europa

“Éste es un proceso que no tiene vuelta atrás... Desde que empezamos esta
lucha, nos hemos dado cuenta de que estamos en una etapa muy importante
con respecto a nuestra libertad como trabajadores y ciudadanos; hemos
necesitado mucha fuerza, mucha energía, pero ahora tenemos que seguir
adelante, sin detenernos ni tener miedo”.

“No se puede humanizar el capitalismo, tampoco reformarlo. En este
momento, tenemos que soportarlo, pero intentamos combatirlo y proponer
soluciones más humanas. Para eso es necesario ponerse de acuerdo sobre que
nuestro ideal es construir de verdad otra sociedad”.

Estas afirmaciones son de una obrera y un obrero francés de la fábrica de
té Fralib.

En septiembre de 2010, la multinacional Unilever, propietaria de Fralib,
decidió trasladarla a Polonia en busca de mano de obra más barata, ante lo
cual los trabajadores se la tomaron impidiendo el retiro de las
maquinarias. Durante casi cuatro años resistieron el acoso de Unilever que
contrató guardias privados para impedir su ocupación, además de dar una
larga batalla judicial, ganando en mayo de este año. Los trabajadores se
asociaron en una cooperativa y demostraron la viabilidad financiara de la
producción y venta de té, sin patrones. Actualmente aportan a dinamizar el
mercado local de hierbas y otros insumos y han vuelto a implementar
preparaciones artesanales, sustituyendo las usadas por Unilever,
calificadas de mecánicas y tóxicas por los cooperativistas.

Experiencias como ésta se replican en Grecia, Turquía e Italia. Los
trabajadores han encontrado en la recuperación de empresas una alternativa
que, combatiendo el empobrecimiento propio de los ciclos del capitalismo,
ofrezca la posibilidad de articular un proyecto de lucha y transformación
que lo sustituya.

In:
Resumen
http://resumen.cl/index.php?option=com_content&view=article&id=10033:empresas-recuperadas-por-sus-trabajadores-una-alternativa-que-crece&catid=7:latinoamerica&Itemid=51
9/9/2014

Rebelión
http://rebelion.org/noticia.php?id=189485
11/9/2014

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

BAUEN Trabajando, resistiremos este desalojo


Facta

“El mièrcoles 10 de septiembre vence el plazo impuesto por el Juzgado Comercial
N° 9 a cargo de la Jueza Dra. Paula Hualde, para que los trabajadores de la
Cooperativa B.A.U.E.N. dejemos las instalaciones del inmueble donde trabajamos
desde hace 11 años. ¿Cómo pensamos responder a ello? Trabajando como hicimos
siempre”, expresó Federico Tonarelli, vicepresidente del Hotel recuperado desde
2003.
Frente a una nueva orden de desalojo, los trabajadores del BAUEN continuarán con
sus actividades al igual que siempre, con las puertas abiertas a la comunidad.
Desde la mañana contarán con el apoyo de organizaciones sociales, de diputados
nacionales, de legisladores y todo aquel que quiera acercarse a apoyar este
proceso de autogestión.
En este sentido, Tonarelli se mostró confiado y expresó que los trabajadores del
Bauen esperan lograr una “salida política” a este conflicto legal que data desde
2007. “Cremos que avanzará el proyecto de Ley de expropiación que se encuentra
en el Congreso de la Nación”, consideró el referente del BAUEN. “No queremos que
nos regalen nada, simplemente entendimos que más allá de los puestos de trabajo
estamos defendiendo patrimonio público y no queremos que se pierda, porque si
esta gente (Mercolteles S.A) retoma las instalaciones probablemente termine en
un negocio inmobiliario u hotelero en ciernes”, evalúo Tonarelli quien además es
presidente de la Federación Argentina de Cooperativas de Trabajadores
Autogestionados (FACTA).
Desde que el BAUEN fue recuperado por sus trabajadores en 2003 funciona de
manera ininterrumpida. De igual manera sucederá este miércoles con el apoyo de
distintas personalidades de la política y la cultura para acompañar el pedido de
“expropiación definitiva del hotel”. Desde las 10 de la mañana dos radios
abrirán su transmisión en vivo desde el lugar (Radio Gráfica Cooperativa y FM
Frecuencia Zero) y distintos móviles de la TV Pública, de Telefé noticias, de la
Agenica de noticias Telam y, otros medios que vienen cubriendo este conflicto.
Los trabajadores brindarán una conferencia de prensa al mediodía donde
explicarán los detalles del conflicto.

La orden dictada por la Jueza Paula Hualde peligra el trabajo de más de 130
familias que mantienen en funcionamiento el hotel. Recordemos que en 2007 hubo
un intento de desalojo pero gracias a la solidaridad de artistas destacados y de
la movilización popular de 5000 personas que se acercaron hasta las
inmediaciones del hotel pudieron impedirlo. En junio de este año hubo otra gran
convocatoria de gente en el marco de un festival solidario para los trabajadores
donde nuevamente miles de personas expresaron su apoyo a ésta causa.
El hotel BAUEN fue construido entre 1977 y 1978 con dinero público otorgado por
la dictadura cívico militar a los empresarios que lo edificaron. Ese dinero
nunca fue devuelto al Estado y en 2001, los mismos empresarios que recibieron
esos fondos, provocaron el cierre del hotel. Se trata de la empresa Mercolteles
S.A y en la actualidad, son los mismos que reclaman por el desalojo.
prensa FACTA / Jaime Galeano- 1553316613

In:
FACTA Federación Argentina de Trabajadores Autogestionados
9/9/2014

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Entrevista con Makis Anagnostou








Hablamos con Makis Anagnostou, trabajador de la empresa griega
autogestionada Vio.Me, dedicada a la producción de materiales de
construcción.

J. Benítez | Periódico CNT
Fotografía: Maddy Evans

Pregunta.- Qué pasos se han dado desde los problemas de impago hasta la
toma de la fábrica en 2012?
Respuesta.- La ocupación fue previa, en julio de 2012 y el punto de
partida fue la Fundación de la unión de trabajadores de la fábrica que
siempre se organizó de manera horizontal. Formaban parte de un sindicato
pero la burocracia sindical les dio la espalda. Se ocupó la fábrica justo
cuando los dueños dejaron de pagar. Los trabajadores entonces bloquearon
la fábrica por lo que los dueños tuvieron que abandonarla. Desde entonces
estuvo ocupada para evitar que los dueños se llevasen la maquinaria. En
julio de 2012 se decidió pasar a una estructura de autogestión.
P.- ¿cuántos trabajadores de los que había inicialmente en la fábrica
siguen en la lucha?
R.- Antes de cerrar había 70 trabajadores, de ellos más de la mitad
formaban parte de la lucha. Parte de los mismos dejaron la lucha y
emigraron a otros países o encontraron otro trabajo. En este momento los
que firmaron la fundación de la cooperativa son unas 20 personas. Sin
embargo esperamos que se unan más trabajadores.
P.- ¿Cuáles son problemas legales al formar la empresa?
R.- No había ningún marco legal para regular nuestra actividad, todo eran
obstáculos. La única solución que tenían era la ley que regula las
cooperativas, que es la herramienta que finalmente han utilizado. Su
estrategia fue dejar pasar el tiempo esperando que el problema se
solucionara por sí mismo en favor de los dueños. Los trabajadores hemos
podido superar las adversidades teniendo la parte económica fortalecida.
La parte legal poco a poco se ha ido solucionando.
P.- ¿Cuál es la relación del sindicato con la federación del ramo a la que
pertenecían y la burocracia sindical y que respuesta dieron cuando se
recurrió a ellos?
R.- La confederación sectorial se vio obligada a publicar unas
resoluciones en favor de la lucha ya que nosotros éramos miembros de la
confederación, no porque realmente quisieran. Las centrales sindicales
mostraron una aparente indiferencia ante el conflicto pero detrás de esto
había intentos activos de socavar la lucha
P.- ¿Por qué ese interés en socavar la lucha?
R.- Porque las luchas autogestionadas desde abajo ponen en tela de juicio
el papel de la burocracia sindical. Si todos los conflictos se organizasen
de esa forma, los sindicalistas deberían abandonar sus privilegios.
P.- ¿Cómo os organizáis en el sindicato?
R.- Poco a poco nos dimos cuenta de que la manera horizontal era la más
efectiva. Todo el mundo debía participar en la toma de decisiones. Nuestra
toma de decisiones es sencilla, automática y horizontal. Podemos hacer una
asamblea cada día y decidir cómo distribuir el trabajo y otros asuntos.
P.- ¿Os habéis basado en otras iniciativas similares de Europa u otros
lugares para llegar a esta organización horizontal?
R.- Al principio habíamos escuchado varias cosas sobre este tipo de
organización pero no estábamos tan informados. Había gente dentro de la
unión de trabajadores que tenía una cultura proletaria y veía a todos los
trabajadores como iguales. Hicieron la propuesta de organizarse
horizontalmente y esto fue aceptado. Hemos llegado a un punto donde
estamos muy satisfechos con nuestra forma de organización sin embargo
sabemos que no es perfecta por lo que seguramente será mejorada en el
futuro.
P.- ¿Qué relación tenéis con formaciones políticas?
R.- Se ha decidido que los trabajadores que apoyen a una formación
política lo dejen en la puerta de la fábrica y se interesen sólo por el
bien de los trabajadores y hasta ahora lo hemos conseguido. Tenemos, sin
embargo, una relación abierta con varias formaciones políticas porque
nuestro proyecto es un proceso abierto pero en ningún caso interferirán
con nuestras decisiones.
P.- En cuanto a los apoyos exteriores ¿Cuál ha sido el más influyente?
R.- Sin duda los trabajadores de las empresas autogestionadas de
Argentina. Eran las mismas ideas que teníamos nosotros. La clase
trabajadora es igual en todo el mundo. Pasaron por lo mismo que nosotros.
Los trabajadores de otros lugares de Europa están más acomodados y
cubiertos por el Estado de bienestar y no tienen las mismas formas de
lucha que nosotros.
P.- ¿Qué aciertos y equivocaciones opináis que ha habido?
R.- Perdimos mucho tiempo intentando buscar una solución por la vía
oficial (política y sindical). Esto nos restó fuerza y tiempo. Había
muchos trabajadores que no eran miembros de la unión de base y no querían
hacerse de la unión de base por que estaban muy cerca del dueño y
aceptamos luchar con ellos a pesar de saber que sus fines eran otros. Esto
resultó problemático para la lucha por que estuvieron socavándola. En
cuanto a los aciertos todavía no podemos hablar mucho porque es temprano.
Ahora queremos perfeccionar la manera de autogestionar la fábrica e
implicar a la sociedad dentro del funcionamiento de la fábrica.
P.- ¿Todo el proceso fue pacífico o hubo algún momento de tensión?
R.- No hubo tensiones en la fábrica pero sí en las manifestaciones, entre
policía y manifestantes pero la policía nunca entró en la fábrica. Su
forma de intentar sabotearnos no fue la represión directa sino convencer a
ex compañeros de que se opusieran a esta lucha.
P.- ¿En manos de quién está la propiedad oficial de la factoría?
R.- Vio.Me es parte de una empresa más grande que quebró. Los activos de
la misma tras esto pasaron a manos del Estado según la ley de quiebras.
Hay un administrador puesto por el Estado cuyo trabajo es vender estos
activos y dar este dinero a los acreedores de la empresa, entre ellos
están algunos trabajadores.
P.- ¿Mantienen contactos con los trabajadores que emigraron o encontraron
otros trabajos?
R.- Por ejemplo, un compañero que está en Alemania ha firmado por la
cooperativa para volver. Otro que está en Australia manifiesta su voluntad
de volver. Otros trabajadores que encuentran trabajos temporales tienen
sus ojos puestos en la fábrica para volver lo antes posible. Somos una
iniciativa libertaria y cada uno puede operar como quiera.
P.- ¿La producción sigue siendo la misma que antes de la ocupación?
R.- La producción en gran medida ha cambiado. Ahora tenemos una filosofía
nueva producimos productos que no dañan al medio ambiente y no contaminan
ni dejan residuos. Además es una producción que podemos financiar nosotros
mismos y podemos tener un producto asequible a las familias de
trabajadores.
P.- Antes de ser legal (la fabrica se legalizó como cooperativa 2 días
antes de esta entrevista) a quién vendíais los productos y cómo?
R.- Tuvimos problemas a la hora de distribuir el producto ya que nuestra
filosofía es que el producto sea accesible y necesitamos vender mucho
volumen. Resultó muy difícil distribuirlo de manera informal. La clave
para sobrepasar estos problemas fue el movimiento de solidaridad que
encontraron los contactos y distribuyeron el producto.
P.- ¿Hay mujeres integradas en el proyecto?
R.- Por el momento una, pero esperamos y deseamos que se unan más.

In:
ICEA

http://iceautogestion.org/index.php?option=com_content&view=article&id=654:entrevista-con-makis-anagnostou&catid=19:noticias

9/9/2014