sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Revolucionários sem rosto: Uma história da Ação Popular



por Edmilson Costa [*]

O golpe militar no Brasil, em 1964, implantou uma longa ditadura que
durou 21 anos, sufocou as liberdades democráticas, criou um modelo
econômico concentrador de renda, prendeu milhares de pessoas, implantou a
tortura como método de investigação e assassinou centenas de militantes
nos porões de repressão, existindo hoje mais de 350 desaparecidos
políticos. Também ao longo da ditadura o povo brasileiro resistiu de
diversas formas, desde o voto nos partidos de oposição, às manifestações
de ruas, às greves operárias e estudantis até a luta armada.

A luta mais efetiva contra o regime militar envolveu dezenas de
organizações revolucionárias, todas clandestinas e com os mais variados
métodos de luta. Algumas organizações, como o PCB, optaram pelo trabalho
de massas e a constituição de uma ampla frente democrática contra a
ditadura; outras foram para o campo organizar as guerrilhas rurais e a
grande maioria, optou pela guerrilha urbana como primeiro passo para
construir as condições para a organização da guerrilha no campo. A maioria
dessas organizações era constituída por jovens estudantes, a grande
maioria saídos de dissidências do PCB. Todas essas organizações foram
massacradas pelo regime militar, tanto do ponto de vista militar quanto na
tortura e tiveram breve existência.

Entre as organizações que lutaram contra a ditadura, uma delas tem uma
historia singular, tanto pela origem dos seus militantes, quanto pelo
trabalho de massas que realizou, além do fato de ter se constituído numa
organização que chegou a ter cerca de 25 mil membros, entre militantes
orgânicos e simpatizantes, com atuação em todos os Estados do País, sendo
que pelos menos mil de seus militantes foram deslocados para o trabalho
nas fábricas e no campo, processo que denominavam de proletarização.
Trata-se da Ação Popular (AP), uma organização inicialmente vinculada à
igreja católica e que depois foi evoluindo ideologicamente até absorver o
marxismo.

A Ação Popular foi constituída a partir de organizações da igreja
católica, com o a Juventude Estudantil Católica (secundaristas), Juventude
Universitária Católica, Juventude Operária Católica e Juventude Agrária
Católica e do trabalho junto ao Movimento de Educação de Base. Sua
evolução política teve a influência dos teóricos católicos Emanuel
Mounier, Jacques Maritain, Teilhard de Chardin e do padre brasileiro
Henrique Vaz, além de pensadores progressistas da igreja presbiteriana.
Nasceu como movimento, depois se transformou em organização política e,
influenciada pela visita de seus militantes à China, optou pelo maoísmo.
No início da década de 70, grande parte dos seus militantes ingressaram no
PC do B e hoje compõe a sua direção, enquanto outra parte continuou na
resistência à ditadura até se dissolver posteriormente nos anos 80.

Essa história da Ação Popular agora está publicada num trabalho de
excelente qualidade e resgate histórico, de autoria do jornalista Otto
Filgueiras. O trabalho foi produzido em dois volumes, com 85 capítulos,
cujo primeiro volume agora está sendo publicado pelas Edições ICP.
Trata-se de uma pesquisa de mais de duas décadas, no qual o autor realizou
entrevistas com mais de 200 ex-dirigentes e ex-militantes da AP, pesquisou
nos arquivos da polícia política brasileira, nos arquivos pessoais de
ex-dirigentes, nos processos a que os militantes responderam na justiça
militar e nos acervos documentais da Universidade de Campinas, que reúne a
mais ampla documentação sobre o movimento operário brasileiro e sobre o
período da ditadura.

Portanto, trata-se de um trabalho de fôlego e uma enorme contribuição para
a história da resistência à ditadura, especialmente porque este é um
período muito pouco conhecido pela geração atual, uma vez que o povo
brasileiro ainda não conseguiu fazer o ajuste de contas com seu passado
ditatorial, como já ocorreu nos outros países da América Latina que também
viveram períodos de repressão e ditadura. Até hoje os militares resistem
em abrir os arquivos do período ditatorial. O primeiro volume, com 561
páginas e uma galeria de fotos com momentos importantes da resistência ao
golpe, está dividido em 41 capítulos e envolve o período pré-1964 até os
anos 1968. Com prefácio do historiador Mario Maestri, o livro reconstrói
de maneira rigorosa a trajetória de uma das mais importantes organizações
revolucionárias brasileiras na resistência à ditadura.

O livro começa relatando os primórdios da organização, quando os jovens
ainda estavam envolvidos pela doutrina da igreja e, aos poucos, foram
despertando para o entendimento da realidade brasileira e para a luta
contra as injustiças sociais. Essa nova visão da realidade levou esses
jovens militantes a ir rompendo aos poucos com o conservadorismo da
igreja, participando das lutas estudantis junto com os marxistas,
realizando o trabalho de alfabetização no interior do País e
posteriormente se constituindo em movimento político com atuação
independente da igreja, mas sem nunca perder os contatos com os membros
dessa instituição que estavam participando dos trabalhos junto à
população.

Inicialmente constituída como sociedade civil Ação Popular , a primeira
reunião de pré-fundação foi realizada em 1962, no Convento dos
dominicanos, em Belo Horizonte, sob forte influência do padre Henrique
Vaz, onde foi eleita uma coordenação nacional e elaborado o Estatuto
Ideológico da organização. No entanto, a fundação oficial da AP como
organização política só veio a ocorrer em 1963, em Salvador, na Bahia,
ocasião em que foi aprovado o Documento Base da organização, ainda com
base filosófica idealista, como constata o autor, e onde se elegeu um
Comitê Nacional, coordenado por Herbert de Souza, O Betinho, figura
carismática imortalizada em uma bela música de João Bosco e Aldir Blanc.

Vale destacar que a Ação Popular, a partir de sua organização, passou a
ter uma grande influência no movimento estudantil brasileiro e, em aliança
com o PCB, dirigiu a União Nacional dos Estudantes (UNE) no período
anterior ao golpe e manteve essa influência, chegando a eleger vários
presidentes da UNE no período após o golpe militar. Influenciada pelas
teses maoístas, a AP decidiu proletarizar seus militantes e cerca de um
milhar deles foram deslocados para trabalhos de base nas fábricas e entre
os camponeses brasileiros.

Nas mais duras condições de clandestinidade, a AP contribuiu de forma
militante para um conjunto de lutas contra a ditadura, como a
reorganização da UNE, as comemorações do primeiro de maio, no qual
expulsou do palanque em São Paulo os pelegos e o governador Abreu Sodré, o
atentado no aeroporto de Guararapes, as lutas camponesas pelo interior do
País e nas lutas do ABC paulista, muito embora o forte da organização
fosse mesmo o trabalho entre a juventude estudantil.

A partir de meados da década de 60, a AP começou a enviar delegações para
a China com o objetivo de realizar treinamento militar e cada vez mais
começou a ser influenciada pelas ideias do Partido Comunista Chinês e sua
estratégia de guerra popular prolongada, o que levou a organização a um
impasse, uma vez que nem todos concordavam com essa orientação, o que
levaria ao primeiro dos muitos rachas que a organização enfrentaria ao
longo de sua história. O primeiro racha ocorreu no segundo semestre de
1968 quando a organização fez sua opção pela luta armada.

A origem desta grande cisão ocorreu a partir do debate no interior da
organização sobre as duas teses que disputavam os rumos da AP: a Tese 1,
foi elaborada pela corrente majoritária e fortemente influenciada pelas
teses maoístas, avaliava que "a sociedade brasileira é semifeudal e
semicolonial, que as forças produtivas são entravadas pelo monopólio da
terra, pelas formas de exploração do trabalho, resultando numa ditadura do
conjunto do poder latifundiário burguês". Por isso, "a guerra
revolucionária é total e prolongada, cercando as cidades a partir do
campo, para toma-las em conjugação com as forças da cidade".

Já a Tese 2, Duas Posições, tinha visão completamente diferente do Brasil.
Para a corrente minoritária, o Brasil era um país com a dominância do modo
de produção capitalista, onde há " a subordinação da agricultura pela
indústria e ao mercado capitalista, pela dominação do campo pela cidade,
pela predominância da grande produção sobre a pequena, tanto na indústria
quanto na agricultura ... pela predominância do capital financeiro sobre
as outras formas de capital e pelo grau de transformação da propriedade
fundiária em uma forma de propriedade correspondente ao modo capitalista
de produção ... Opera-se um poderoso movimento de concentração e
centralização do capital que aumenta a dependência da agricultura ao
capital financeiro". Com essas características diz a Tese 2, a revolução
seria de cunho marcadamente antimperialista e democrática e a força
principal da revolução brasileira era o proletariado urbano e rural e seus
aliados, os camponeses, trabalhadores explorados e a pequena burguesia em
processo de proletarização.

Eram duas interpretações do Brasil radicalmente diferentes e é natural que
não poderiam conviver na mesma organização, tanto que a corrente
minoritária foi expulsa. Lendo com os olhos de hoje pode-se dizer que,
mesmo derrotados, aquela corrente estava mais próxima da realidade
brasileira que os jovens apaixonados pelas teses maoístas. Com essa cisão,
a AP perdeu importantes dirigentes históricos da organização, além de
militantes em várias regiões do País.

Para se ter ideia da importância que a Ação Popular teve no Brasil, vale
ressaltar que uma parcela expressiva dos personagens que militam na
política brasileira, independente de suas posições da juventude, são até
hoje figuras de expressão nacional. Muito embora estejam do outro lado das
barricadas, foram ou são ministros, grandes empresários, executivos de
grandes empresas, governadores, senadores e deputados.

Por isso, o primeiro volume de Revolucionários sem rosto: uma história da
Ação Popular deve ser lido por todos aqueles que querem compreender a
história da resistência à ditadura no Brasil. Escrito de maneira
envolvente, com um rigor documental extraordinário, recupera para a
história as lutas e a trajetória de uma geração de brasileiros que doou
generosamente o melhor de suas vidas, inclusive sacrificando a própria
vida, para a conquista da democracia e de uma sociedade próspera e justa.
Aguardem o segundo volume.
Nota:
Dentro em breve resistir.info disporá deste livro para venda em Portugal.
Os interessados podem desde já reservar o seu exemplar através do email
resistir[arroba]resistir.info.

[*] Diretor do Instituto Caio Prado Junior


Esta resenha encontra-se em http://resistir.info/ .
http://www.resistir.info/brasil/resenha_revolucionarios_sem_rosto.html

31/Out/14

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Ni siquiera en Alemania basta con tener un empleo para salir de la pobreza




Por Jorge Chamizo

Ni en España ni en Alemania. Tener un trabajo no es garantía para salir de la
pobreza. La cuarta economía del mundo y segundo país más exportador de todo el
planeta muestra cifras sorprendes de desigualdad social.

Disfruta casi de pleno empleo pero un 16,1 % de la población alemana no llega al
nivel de ingresos mínimos establecido en la UE de 979 euros netos mensuales para
una persona sola y de 2.056 euros para una pareja con dos niños menores de 14
años. Estas cantidades suponen unos ingresos menores al 60% de los ingresos
medios del conjunto de la población. El índice ha subido respecto a 2007, cuando
se situaba en el 15,2%.

Según el investigador alemán Sebastian Dullien, autor de Capitalismo decente,
los cambios de la última década están creando un nuevo modelo. “La doble reforma
del sistema de seguridad social y el mercado laboral ha aumentado enormemente la
pobreza y la desigualdad. Nos estamos convirtiendo en un país de bajos
salarios”, declaraba Dullien a BBC Mundo.

La pobreza de los trabajadores alemanes se explica porque unos 7,4 millones de
personas obtienen ingresos gracias a los empleos denominados minijobs, que
ofrecen un máximo de 15 horas semanales y remuneraciones que no pasan de los 450
euros mensuales. Aunque en muchos casos se trata de ingresos complementarios, lo
cierto es que este mercado laboral flexibilizado explica en parte la aparente
paradoja reflejada en el Informe Social de la Oficina Federal de Estadística
2014 del Gobierno de Angela Merkel.

Otro grupo social muy vulnerable con este modelo productivo son los jubilados.
El informe destaca que un 30% de este colectivo recibe una pensión de 688 euros
por mes. La seguridad social ayuda a complementar este ingreso, pero según un
informe del Ministerio de Trabajo las cotizaciones de las personas con minijobs
a los fondos de pensiones públicas les dará un derecho a recibir unos ridículos
3,11 euros al mes por año trabajado.

[También de interés: Cuando tener un trabajo tampoco es garantia de salir de la
pobreza]




También las mujeres sufren un mayor riesgo de caer en la pobreza que los hombres
en todas las franjas de edad. Aunque la cuota de mujeres menores de 18 años al
borde de la marginalidad se sitúa con un 15,4% por debajo de la media del país,
es superior al riesgo de caer en la pobreza de los hombres en la misma franja de
edad (14,2%). El peligro aumenta aún más en el caso de las mujeres mayores de 65
años.

Hace muy pocos días se constataba una realidad muy similar en España, donde el
riesgo de pobreza es doble: por un lado lo fomenta el alto paro y por otro, los
bajos sueldos. En España el 12,3 % de la población ocupada vive en hogares con
rentas inferiores al umbral de la pobreza. Es la triste conclusión del último
informe sobre Pobreza y trabajadores pobres en España, elaborado por la
Fundación 1º de Mayo (que pertenece a CCOO), que sitúa a los trabajadores
españoles entre los más pobres de la Unión Europea, sólo superados por rumanos
(19,1 %) y griegos (15,1 %).

Este informe trata de detallar cuáles son las circunstancias que repercuten en
un mayor riesgo de pobreza en España donde, “no sólo cada vez hay más pobres,
sino que lo son en mayor grado”.

IN:

es.yahoo.com
https://es.finance.yahoo.com/blogs/finlaotracaradelamoneda/ni-siquiera-en-alemania-basta-con-tener-un-empleo-para-093401993.html
30/10/2014

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

El sistema capitalista del Estado-nación contra la democracia directa: Turcos, Kurdos, yanquis y el énigma de Kobane. Ichtar contra Issis



Pepe Escobar (EL CORREO)

Las valerosas mujeres de Kobane -donde los kurdos sirios combaten
desesperadamente contra el EI (ISIS)- están a punto de ser traicionadas por la «
comunidad internacional ». Estas guerreras también combaten, además de contra
los terroristas del Califa Ibrahim, contra los planes traicioneros de Estados
Unidos, Turquía y la administración del Kurdistán iraquí.

¿Qué pasa realmente en Kobane?

Comencemos por hablar de Rojava. El verdadero significado de Rojava -las tres
provincias de mayoría kurda del norte de Siria- es transmitido por este
editorial (en turco) publicado por el activista encarcelado Kenan Kirkaya.
Argumenta que Rojava es el hogar de un « modelo revolucionario que desafía ni
más ni menos que ’la hegemonía del sistema capitalista de nación-estado’ »-
mucho más allá de su significado regional « para los kurdos, los sirios o el
Kurdistán ».

Kobane -una región agrícola- se encuentra en el epicentro de este experimento no
violento en democracia, posibilitado por un acuerdo a principios de la tragedia
siria entre Damasco y Rojava (no apoyen el cambio de régimen contra nosotros y
los dejaremos tranquilos). Aquí, por ejemplo, se argumenta que « incluso si un
único aspecto de un verdadero socialismo pudiera sobrevivir allí, millones de
descontentos serían atraídos por Kobane ».

En Rojava, la toma de decisiones es a través de asambleas populares,
multiculturales y multireligiosas. Los tres máximos funcionarios de cada
municipalidad son un kurdo, un árabe y un cristiano asirio o armenio; y por lo
menos unos de los tres debe ser mujer. Las minorías no kurdas tienen sus propias
instituciones y hablan sus propios idiomas.

Entre una miríada de consejos de mujeres y jóvenes también hay un
crecientemente famoso ejército feminista, la milicia Estrella YJA (« Unión de
mujeres libres », y la estrella simboliza la diosa mesopotámica Ishtar).

El simbolismo no podía ser más gráfico: piensan en las fuerzas de Ishtar
(Mesopotamia) combatiendo contra las fuerzas de ISIS (originalmente una diosa
egipcia), convertida en un califato intolerante. En el joven Siglo XXI, las
barricadas femeninas de Kobane se encuentran en la vanguardia de la lucha contra
el fascismo.

Inevitablemente debería haber un buen número de puntos de intersección entre
las Brigadas Internacionales que combatieron al fascismo en España en 1936 y lo
que está sucediendo en Rojava, como subraya uno de los escasos artículos al
respecto publicados en medios dominantes occidentales.

Por si estos componentes no bastaran para enloquecer a wahabíes y takfiris,
profundamente intolerantes, y a sus poderosos patrocinadores en petrodólares del
Golfo, existe la situación política general.

La lucha en Rojava es dirigida esencialmente por el PYD, que es la rama siria
del PKK turco, las guerrillas marxistas en guerra contra Ankara desde la década
de los 70. Washington, Bruselas y la OTAN -bajo permanente presión turca-
siempre han catalogado al PYD y al PKK de « terroristas ».

Un cuidadoso examen del indispensable libro del líder del PKK Abdullah Öcalan
Confederalismo democrático revela que esa ecuación terrorista/estalinista es un
engaño (Öcalan ha estado confinado en la isla-prisión de Imrali desde 1999.)

Lo que buscan el PKK -y el PYD- es « municipalismo libertario ». De hecho es
exactamente lo que Rojava ha estado intentando: comunidades con autogobernadas
que aplican la democracia directa, utilizando como pilares concejos, asambleas
populares, cooperativas dirigidas por trabajadores y defendidas por milicias
populares. De ahí el posicionamiento de Rojava en la vanguardia de un movimiento
mundial de economía/democracia cooperativa cuyo objetivo en última instancia
sería dejar de lado el concepto de una nación-estado.

Este experimento no solo tiene lugar políticamente en el norte de Siria; en
términos militares, fueron el PKK y el PYD los que realmente lograron rescatar
esas decenas de miles de yazidis acorralados por el EI/ISIS en el Monte Sijar, y
no las bombas estadounidenses, como decían los medios de información dominantes.
Y ahora, como detalla la copresidente del PYD Asya Abdullah [1], lo que se
requiere es un « corredor » para romper el sitio de Kobane por los terroristas
de Califa Ibrahim.

Los tejemanejes del Sultán Erdogan

Ankara, mientras tanto, parece proponerse prolongar una política de « muchos
problemas con nuestros vecinos ».

Para el ministro de Defensa turco, Ismet Yilmaz, « la principal causa del EI es
el régimen sirio ». Y el Primer Ministro Ahmet Davutoglu -quien inventó la
difunta doctrina de « cero problemas con nuestros vecinos » para comenzar- ha
subrayado repetidamente que Ankara solo intervendrá con tropas en el terreno en
Kobane para defender a los kurdos si Washington presenta un « plan post-Asad ».

Y luego existe un personaje que desborda la realidad: el presidente turco Tayyip
Erdogan, conocido también como el sultán Erdogan.

Los edictos del sultán Erdogan son bien conocidos. Los kurdos sirios deberían
combatir contra Damasco bajo el comando de esa ficción de mala muerte, el
Ejército Libre Sirio, reconstituido (que debe ser entrenado, precisamente, en
Arabia Saudí); deberían dejar de lado cualquier idea de autonomía; deberían
aceptar dócilmente la solicitud turca de que Washington cree una zona de
exclusión aérea sobre Siria y también una frontera « asegurada » en territorio
sirio. No es sorprendente que tanto el PYD como Washington hayan rechazado esas
demandas.

El sultán Erdogan se ha propuesto relanzar el proceso de paz con el PKK y
quiere conducirlo desde una posición de fuerza. Hasta ahora su única concesión
ha sido permitir que los peshmergas kurdos iraquíes entren en el norte de Siria
como contrapeso de las milicias de PYD-PKK e impedir de esa manera el
fortalecimiento de un eje kurdo antiturco.

Al mismo tiempo, el sultán Erdogan sabe que el EI/ISIS ya ha reclutado hasta 1
000 dueños de pasaportes turcos y que la cantidad sigue aumentando. Su pesadilla
adicional es que la mezcla ponzoñosa que destruye « Siraq » se extienda tarde o
temprano poderosamente dentro de las fronteras turcas.

Cuidado con esos bárbaros a las puertas

Los terroristas de Califa Ibrahim ya han telegrafiado su intención de masacrar
y/o esclavizar a toda la población civil de Kobane. Y sin embargo Kobane, per
se, no tiene ningún valor estratégico para el EI/ISIS (es lo que el propio
Secretario de Estado de Estados Unidos John Kerry dijo la semana pasada; pero
luego, predeciblemente, se retractó). Sin embargo, la muy persuasiva comandante
del PYD es plenamente consciente de la amenaza del EI/ISIS.

Kobane no es esencial en comparación con Deir ez-Zor (que tiene un aeropuerto
que abastece al Ejército Árabe Sirio) o Hasakah (que tiene campos petrolíferos
controlados por los kurdos con la ayuda del Ejército Árabe Sirio). Kobane no
tiene aeropuerto ni campos de petróleo.

Por otra parte, la caída de Kobane generaría una inmensa y adicional publicidad
positiva a la muy hábil empresa del Califa ampliando la percepción de un
ejército victorioso, especialmente entre los nuevos potenciales reclutas, con
pasaportes de la UE, así como estableciendo una sólida base muy cerca de la
frontera turca.

Esencialmente, lo que el sultán Erdogan está haciendo es combatir tanto a
Damasco (a largo plazo) como a los kurdos (a medio plazo) mientras realmente
otorga vía libre (a corto plazo) al EI/ISIS. Y sin embargo, más adelante, el
periodista turco Fehim Tastekin tiene razón; el entrenamiento de los
inexistentes rebeldes sirios « moderados » en la democrática Arabia Saudí solo
conducirá a la « paquistanización » de Turquía. Un remix del escenario que tuvo
lugar durante la yihad afgana de la década de los 80.

Por si esto no fuera bastante confuso, en un cambio del terreno de juego -y
revirtiendo su dogma « terrorista »- Washington mantiene ahora un acuerdo
cordial con el PYD. Y eso plantea un dolor de cabeza adicional al sultán
Erdogan.

Este toma y daca entre Washington y el PYD todavía existe. Sin embargo algunos
hechos sobre el terreno lo dicen todo: más bombardeos de Estados Unidos, más
lanzamientos desde el aire de Estados Unidos, incluyendo grandes lanzamientos
fracasados en los que las nuevas armas acaban en manos de los terroristas de El
Califa).

No hay que olvidar un hecho clave. En cuanto el PYD fue más o menos «
reconocido » por Washington, el jefe del PYD, Saleh Muslim, fue a reunirse con
el astuto líder del Gobierno Regional del Kurdistán (KRG), Masoud Barzani. En
esa ocasión el PYD prometió « compartir el poder » con los peshmergas de Barzani
en el gobierno de Rojava.

Los kurdos sirios que fueron obligados a abandonar Kobane y a exiliarse en
Turquía, y que apoyan al PYD, no pueden volver a Siria; pero los kurdos iraquíes
pueden ir y volver. Este sospechoso acuerdo fue negociado por el jefe de
inteligencia del KRG, Lahur Talabani. El KRG, crucialmente, se lleva muy bien
con Ankara.

Esto arroja más luz sobre el juego de Erdogan: quiere que los peshmergas,
feroces enemigos del PKK, se conviertan en la vanguardia contra el EI/ISIS y que
de esa manera se debilite la alianza PYD/PKK. Una vez más, Turquía usa kurdos
contra kurdos.

Washington, por su parte, está manipulando Kobane para legitimar completamente
-utilizando una vena « humanitaria » R2P (Responsabilidad de proteger)- su
cruzada contra el EI/ISIS. Nunca se recuerda suficientemente que todo el asunto
comenzó por una andanada de sesgo de Washington sobre la preparación por el
espurio y fantasmal grupo de Jorasán de un nuevo 11-S. Jorasán, como era de
esperar, desapareció por completo del ciclo noticioso.

A largo plazo, el tejemaneje estadounidense es una seria amenaza para el
experimento de democracia directa en Rojava, que Washington solo puede
interpretar como -¡Dios nos libre !- un retorno del comunismo.

Por lo tanto Kobane es ahora un peón crucial en el despiadado juego que
manipula Washington, Ankara e Irbil. Ninguno de esos actores quiere que el
experimento de democracia directa de Kobane y Rojava tenga éxito, se expanda y
comience a conocerse en todo el Sur Global. Las mujeres de Kobane corren un
peligro mortal de ser, si no esclavizadas, cruelmente traicionadas.

Y el asunto se vuelve todavía más siniestro cuando la acción del EI/ISIL en
Kobane se ve, esencialmente, como es: una maniobra de distracción, una trampa
para el gobierno de Obama. En realidad los terroristas del Califa apuntan a la
provincia Anbar en Irak -que ya controlan en gran parte- y el crucial cinturón
de Bagdad. Los bárbaros están a las puertas, no solo de Kobane, sino también de
Bagdad.

Pepe Escobar para RT

* Pepe Escobar es un periodista brasileño del periódico Asia Times Online y de
Al-Jazeera. Pepe Escobar es también autor de: « Globalistan: How the Globalized
World is Dissolving into Liquid War » (Nimble Books, 2007); « Red Zone Blues: a
snapshot of Baghdad during the surge »; « Obama does Globalistan » (Nimble
Books, 2009).

Original: « Turks, Kurds, Americans: the Kobani riddle » RT, October 22, 2014.

Traducido del inglés para Rebelión por: Germán Leyens

RT, 22 de Octubre de 2014.
Nota
1] Asya Abdullah: Kobane corridor is essential. Kurdish Question, 2014

ELCORREO.eu.org

Argenpress.
http://www.argenpress.info/2014/10/el-sistema-capitalista-del-estado.html
28/10/2014

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Metástase da corrupção e eleição da hipocrisia




por Correio da Cidadania [*]

Na ausência de diferenças substanciais, o debate do 2º turno das eleições
presidenciais tem sido dominado pelo esforço mútuo de desconstruir a
idoneidade do adversário. As acusações recíprocas de malversação de
dinheiro público e de aparelhamento do Estado não têm fim. A cada ataque
corresponde um contra-ataque. O "mensalão" petista é rebatido com o
"mensalão" tucano. O "propinoduto" da Petrobrás, com o generoso "trem da
alegria" da Alstom. É cara e coroa.

Os candidatos defendem-se de maneira conhecida. Negam peremptoriamente
qualquer malfeito e juram ir até as últimas consequências para apurar os
fatos, definir as responsabilidades e punir os culpados, doe a quem doer.
Até as pedras sabem que nada será feito. Os denunciados são homens-bomba.
Se abrirem a boca, a casa cai.

O próprio conteúdo do debate revela a cumplicidade dos candidatos com o
sistema da corrupção. Ao personalizar e particularizar os escândalos,
associando-os a desvios de conduta individuais, lacunas na legislação e
falhas nos procedimentos de fiscalização, o discurso sugere que a pilhagem
do Estado decorre de problemas que poderiam ser corrigidas caso houvesse
vontade política. Enquanto falam, Dilma e Aécio sabem que mentem. Não
existe um chefe político brasileiro que não tenha à sua sombra a figura
sinistra e misteriosa do "operador" responsável pelas finanças da
campanha. Nas altas esferas do poder, o homem do dinheiro é conhecido e
goza de grande prestígio entre os pares.

Travestida de guardiã dos interesses gerais da população e defensora da
moralidade, a mídia é parte orgânica do sistema de corrupção. Sem um
sistema venal e degradado de formação da opinião pública não haveria
corrupção generalizada como modo de funcionamento do sistema político,
pois não haveria como circular (ou deixar de circular), no momento
conveniente, as denúncias, dossiês, intrigas, insinuações, ameaças e
chantagens que constituem a munição pesada da guerra entre as camarilhas
que disputam o poder do Estado.

A luz intensa lançada sobre os escândalos de corrupção não tem a
finalidade de elucidar o problema, mas, antes o contrário, objetiva
desviar a atenção para aspectos secundários e personagens de menor
relevância, a fim de ofuscar as relações que explicitam as engrenagens que
subordinam os homens de Estado à lógica dos grandes e pequenos negócios.
Ventríloqua de interesses escusos que permanecem sempre na penumbra, a
grande mídia manipula a opinião pública com informações parciais,
distorcidas e descontínuas, gerando uma visão apocalíptica e moralista do
problema. Ao reduzir as causas do assalto aos cofres públicos à fraqueza
de caráter, a corrupção é naturalizada. A imprensa marrom – quase a
totalidade de nossa imprensa – esbalda-se e transforma a indústria da
chantagem num grande negócio. "Se ninguém tem compostura, então, nos
locupletamos todos" – uma moral que calha bem com a degeneração da res
pública.

Se houvesse realmente vontade política de enfrentar a corrupção, seria
preciso mostrar à população seu caráter sistêmico e desnudar os interesses
de classe que lhe dão sustentação. Para tanto, bastaria não desperdiçar as
raras oportunidades abertas pelos homens bombas que quebram o pacto de
silêncio e expor à população a fisiologia que rege o aparelho digestivo do
sistema político brasileiro.

A propósito, os depoimentos recentes do ex-diretor de Abastecimento da
Petrobras, Paulo Roberto Costa, e do doleiro Alberto Youssef são pérolas
que deveriam ser bem aproveitadas. Seus testemunhos ao Ministério Público
expõem com requintes de detalhes como funcionava e quem comandava o
esquema de desvio de recursos na Petrobras. As primeiras lições são
reveladoras:


a) A corrupção é um sistema que aprisiona os partidos políticos da
burguesia e os aparelhos de Estado aos interesses do grande capital. Por
trás da quadrilha que se apoderou de cinco diretorias da Petrobras,
encontram-se os partidos da base de sustentação do governo federal e treze
grandes empresas, entre as quais as principais empreiteiras do país – OAS,
Andrade Gutierrez, Mendes Júnior e Camargo Correia;

b) O centro nervoso que comanda as grandes negociatas encontra-se no
controle do Legislativo pelo poder econômico e no controle do Executivo
pelo Legislativo. Ainda no começo do governo Lula, em 2004, uma greve
parlamentar de noventa dias forçou o presidente a nomear Paulo Roberto
Costa, com mandato meticulosamente definido para arrecadar recursos para
os partidos da base. É a prova dos nove de que a chamada "governabilidade"
requer necessariamente conivência e cumplicidade incondicionais com a
corrupção;

c) A corrupção é um sistema que envolve todos os partidos da ordem, mesmo
os da oposição. A propina paga a altos cardeais do PSDB para que
colaborassem na operação abafa da CPI da Petrobrás no Senado Federal deixa
patente que ninguém escapa aos tentáculos da corrupção. A guerra de
acusações recíprocas é uma farsa. No jogo do toma lá dá cá, a arte da
política transforma-se na arte da malandragem e da impostura.

O debate eleitoral da corrupção não pode ser levado às últimas consequências
porque a população não pode saber que a corrupção é um pressuposto do
sistema representativo. Pois a promiscuidade entre o público e o privado –
seu determinante histórico – é uma das pedras angulares da organização do
Estado brasileiro.


20/Outubro/2014

[*] Jornal online publicado em S. Paulo. Este editorial, anterior às
eleições presidenciais de 27/Outubro, é agora transcrito por manter a sua
plena validade.

www.correiocidadania.com.br/...

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Sobre Clorox, las expropiaciones y el control obrero


Sobre Clorox, las expropiaciones y el control obrero - lecciones para el movimento obrero

Escrito por Deivi Peña


Hace cerca de tres semanas que fue juramentada la Junta Administradora Especial
de la empresa trasnacional de productos de limpieza Clorox. Luego de que los
dueños de la misma anunciaran su decisión de cesar sus operaciones en el país,
alegando que la regulación de precios le obligaba a producir bajo pérdidas en
varios de los rubros importantes para la empresa. Sin embargo, como ha explicado
el gobierno, esta empresa recibió cifras significantes de dólares de manos de
CADIVI y ahora del SICAD.

Fábrica cerrada, fábrica ocupada por los trabajadores

En contra de los argumentos de los sectores reformistas de la dirigencia del
gobierno Bolivariano, y del PSUV, quienes afirman que no se puede profundizar
más allá a la revolución ya que el pueblo no tiene un nivel de consciencia
suficiente para asumir la dirección de la política y la economía del país, los
trabajadores de la trasnacional norteamericana Clorox han ocupado la fábrica
luego de que los patronos cobardemente, sin dar la cara a los trabajadores,
desde los EEUU declararon sus intenciones de cesar sus operaciones en el país.

Demostrando con esto el grado de madurez política de los trabajadores, que al
igual que otras decenas de experiencias que están ocurriendo en todo el país
justo ahora – aunque menos mediatizadas –, han mostrado que los trabajadores no
sólo tienen la suficiente consciencia, sino que su convicción los lleva incluso
a rebasar los límites impuestos por las conservadoras y corrompidas estructuras
sindicales heredas de la IV República y enquistadas en las nuevas centrales
sindicales obreras surgidas en tiempos de la revolución. Mientras el reformismo
afirma que no hay condiciones para seguir avanzando, nosotros respondemos “no
sólo están maduras las condiciones, sino que se están empezando a descomponer.”

El viejo sindicalismo apuesta a la negación total de los Consejos Socialistas de
Trabajadores, o incluso en algunos casos a someter estas instancias socialistas
de democracia y Control Obrero a la dirección del políticas meramente
reinvicativistas enmarcadas en el capitalismo, además de no pretender romper con
él, en otras palabras no pretenden construir el socialismo, sino humanizar al
capitalismo.

Por el contrario el movimiento obrero genuino, ajeno a las tradiciones
sindicales de la IV República, asumiendo la consiga y legado de Chávez “fábrica
cerrada, fábrica ocupada por los trabajadores”, han tomado decenas de fábricas
en todo el país y las han puesto a funcionar bajo control democrático de los
obreros, en la mayoría de los casos sin apoyo de las centrales sindicales, del
estado, ni de ningún partido u organización política. Empresas que han sido
cerradas en el marco de la guerra económica para asestar nuevos golpes a los
intereses de los trabajadores y para generar el descontento popular que ha
venido y sigue debilitando el apoyo de algunos sectores del Chavismo hacia el
gobierno nacional encabezado por el presidente Maduro.

Sin embargo el acompañamiento por parte de las instituciones del estado a estas
luchas obreras antes, durante y luego de las tomas, ha sido poco o ninguno,
favoreciendo, queriéndolo o no, a la burguesía parasitaria del país. La
intervención por parte del estado en la trasnacional Clorox, es la excepción y
no la regla. La razón por el estado se pronunció con tanta brevedad es la
mediatización que obtuvo luego de que los dueños denunciaran internacionalmente
que los trabajadores espontáneamente tomaron la fábrica, y también del interés
del mismo Presidente Nicolás Maduro en intervenir. De haber transitado por los
canales regulares sin el apoyo de la presidencia o vicepresidencia, la
Inspectoría así como el Ministerio del Trabajo, hubiesen tardado tantos meses
para pronunciarse como en las otras experiencias de fábricas tomadas en los
últimos años – en algunos casos han esperado más de un año, entre negociaciones
con los patronos, para aplicar la ley –.

Las limitaciones de la legalidad burguesa

La actual Ley Orgánica del Trabajo establece en su artículo 149, que en caso de
un cierre ilegal o fraudulento, si el patrono se niega a acatar la Providencia
Administrativa donde se le ordena el reinicio de las actividades laborales, a
petición de los trabajadores el Ministerio del Proceso Social del Trabajo debe
conformar una Junta Administradora Especial, conformada por dos trabajadores, de
los cuales uno de estos la presidirá y, por un representante del patrono. En los
casos donde el patrono decida no participar este puesto será ocupado por un
tercer trabajador. La duración de esta junta es un año, pudiendo extenderse si
el caso lo amerita.

La experiencia práctica ha demostrado que la aplicación de este artículo de la
LOTT, en los casos producto de los cierres ilegales en los que el patrono ha
abandonado a su suerte a los trabajadores, huyendo de cualquier responsabilidad
contractual con estos, y donde los mismos trabajadores han tomado las
instalaciones de las fábricas, para evitar, entre otras cosas, que el patrono
venda las materias primas y maquinarias y justificar su incapacidad de continuar
con las actividades productivas, es que los trámites burocráticos a los que son
sometidos los trabajadores, no hacen más que asfixiar las luchas por la
transformación socialista, manteniendo así el “statu quo”, dejando el
capitalismo intacto.

En los casos donde se ha aplicado dicho artículo, para que se haga cumplir la
ley, el Ministerio del Trabajo consciente o inconscientemente cómplices de la
burguesía, ha esperados meses, a veces hasta más de un año, para hacer cumplir
la ley en su artículo 149, lo cual implica que los trabajadores han debido
quedarse salvaguardando las instalaciones de la empresa, durante meses sin
percibir un salario, significando el debilitamiento de la continuidad de la
lucha por la reclamación legítima de sus derechos contemplados en la LOTT que es
Legado de Chávez, al no poder mantenerse largos plazos a la espera de la
providencia ministerial sin recibir un salario. Y lo que es más grave aún la
Junta Administradora Especial conformada, no puede más que administrar la
propiedad que sigue siendo del patrono, por lo tanto mientras no ocurra una
expropiación o nacionalización, donde dicha empresa pase a ser propiedad del
estado, y se le entregue legalmente a los trabajadores la completa
administración, la propiedad del medio de producción (instalaciones,
maquinarias, herramientas, materias primas, etc.), así como la producción total
y ganancia que esta genere, sigue también siendo propiedad del patrono.

Por lo tanto, luego de que la Junta Administradora pague las diferentes deudas y
pasivos laborales a los trabajadores, proveedores, etc., es decir luego de que
el mismo esfuerzo de la Junta y de cada uno de los compañeros en lucha, cancele
las deudas del patrono, este patrono puede sin ninguna traba legal recuperar la
total administración de la empresa si así lo desea, ya que en el fondo, nunca
dejó de ser de él. Debido a que la razón por la cual se formó la junta – para
salvaguardar los puestos de trabajos de los trabajadores ante un posible despido
y/o liquidación incompleta –, ha dejado de existir, al ya no tener obligaciones
legales por las que responder ante el estado ni ante los trabajadores. Lo cual
simplemente favorece al patrono, y no puede más que mantener la continuidad
“normal” del capitalismo sin representar una salida socialista para los
trabajadores.

El sabotaje de la burocracia a las empresas nacionalizadas

La burocracia del estado es y ha sido hostil a las experiencias de Control
Obrero, en todo el país. La experiencia de años bajo control obrero en Inaf e
Inveval, fueron aplastadas por la burocracia poco después de su expropiación, y
lo mismo han intentado hacer en las industrias básicas. Esto lo vimos por
ejemplo en el conflicto en SIDOR, donde la dirección estatal no sólo ha impedido
y saboteado abiertamente la negociación del contrato colectivo, sino que han
sido una traba para evitar que la dirección de las empresas sean tomadas directa
y democráticamente por los trabajadores de base.

Esta administración por parte de la burocracia estatal en todas las empresas del
estado le ha dado la potestad a estos funcionarios estatales, que han sido
designados para dirigir las empresas nacionalizadas, de administrarlas según sus
propios intereses. Y no siempre (o quizás nunca) han usado esta potestad para el
beneficio colectivo, por el contrario en muchos casos esta dirigencia ha
saboteado la producción, ha incurrido en casos de corrupción, y ha jugado un
papel contrarrevolucionario, en contra del mismo gobierno en general y
especialmente en contra de los intereses del pueblo trabajador. Como han
denunciado los trabajadores de Industrias Diana y Lácteos los Andes en el
pasado, se trata de una campaña para hacer quebrar las empresas estatales para
luego justificar la privatización de las mismas. No es casualidad que Lorenzo
Mendoza, haya expresado su intención de comprar estas dos empresas. Pero lo
mismos pudiera decirse de las diferentes empresas estatizadas del país.

¿Pudiera tener la burocracia una actitud diferente?, la experiencia de las
fábricas nacionalizadas en el país ha demostrado que el interés de la burocracia
estatal no representa el intereses de los trabajadores por y para el Control
Obrero, y que por el contrario son antagónicos. No es difícil entender el por
qué de esta actitud. De aplicarse efectivamente el control obrero, es decir, la
administración total bajo control democráticos de los trabajadores y sin
jerarquías piramidales, implica necesariamente que los sectores oportunistas de
la burocracia deben a la larga perder los privilegios que poseen dentro del
aparato del estado burgués, esto quiere decir que, entre otras cosas, perderían
los salarios muy superiores a los de un obrero cualificado que reciben
actualmente, por lo que es ingenuo pensar que esta misma burocracia pueda
atentar contra sus propios intereses. Incluso si esto significa actuar en contra
de las intenciones del gobierno central y/o de cualquier otra instancia de la
dirección del gobierno Bolivariano, así como en contra de los intereses de las
mayorías. Lo cual a la larga es un acto de traición conscientemente o no en
contra de la revolución y del legado de Chávez.

En el caso de la trasnacional Clorox, no se ha hablado hasta ahora de
expropiación, ni de nacionalización, por el contrario se trata de una Junta
Administradora Especial de carácter temporal, conformada por 4 representantes de
diferentes instituciones estatales y 3 representantes de los trabajadores, lo
cual deja la mayoría, en otras palabras la capacidad de tomar las decisiones
importantes, en manos de la burocracia del estado. Sin embargo, aunque no se
trata formalmente de la Junta Administrativa contemplada en el artículo 149 de
la LOTT, de igual forma implica que la propiedad de la empresa sigue siendo de
los patronos estadounidenses, y que luego de solventado los “problemas”
económicos de la empresa, estos pueden retomar la dirección de la misma, sin
ninguna traba legal.

Desde el gobierno se nos ha dicho también que no se quiere repetir los errores
del pasado, esto aparentemente significa que no quieren repetir las
expropiaciones y/o nacionalizaciones. De ser así las lecciones que la dirección
del gobierno ha sacado de los errores del pasado son totalmente incorrectas.
Como hemos explicado a través de este artículo, el error del estado ha sido
dejar la dirección de las empresas en manos de la burocracia estatal, no la
expropiación/nacionalización en sí misma. Es por esto que en el caso de Clorox,
se siguen repitiendo “ingenuamente” los errores del pasado, dejando la dirección
de la empresa en manos de la burocracia del estado.

Nacionalización y Control Obrero

Sin control obrero las nacionalizaciones no pueden mantenerse en el tiempo, pero
de igual forma sin nacionalizaciones el control obrero tampoco lo puede hacer.
Se trata de dos condiciones de coexistencia indivisibles y estrechamente ligadas
entre sí. Sin una, la otra no puede existir. El control obrero no sólo implica
la administración de las empresas en manos de los trabajadores, sino también la
permanente fiscalización y contraloria por parte de los mismos trabajadores de
base, así como del estado y de las comunidades.

El principal problema del capitalismo es precisamente la finalidad para la cual
se produce. Mientras haya capitalismo, es decir mientras las principales
palancas de la economía estén en manos de una minoritaria clase burguesa, que
controla el poder económico, la producción estará exclusivamente destinada a
satisfacer los intereses de esta clase dominante, de la burguesía. La única
finalidad de la producción bajo el capitalismo es generar y acumular riquezas, y
no satisfacer las necesidades de los consumidores.

La dirección democrática por los trabajadores o Control Obrero, en las empresas
de carácter socialista, no se trata de una consigna romántica que enarbolamos
los marxistas, para hacer justicia a la clase trabajadora, quienes han sido
explotados por años por la burguesía, por el contrario se trata de un análisis
de carácter científico. Sólo una administración democrática de la producción de
las tierras y las industrias, por parte del pueblo trabajador, permite que sea
este mismo pueblo el que decida en base a sus propios intereses, en base a las
necesidades de las mayorías, qué y cómo producir. Esta es la importancia de la
administración colectiva que defendemos para las empresas socialistas.

Por otro lado unos cientos de empresas de carácter social y bajo Control Obrero,
no pueden competir con un sólo monopolio, o con un conjunto de firmas asociadas
(oligopólico), de igual forma que la producción de los pequeños campesinos, no
puede solucionar todos los problemas de alimentación, mientras las mejores
tierras sigan estando sub-utilizadas, en manos de latifundistas. Por lo que no
basta con crear muchas nuevas empresas y apoyar a los pequeños campesinos, hay
que nacionalizar las palancas de la economía para ponerlas en manos del pueblo
trabajador.

Sin embargo, solamente con poner en manos de la clase trabajadora los medios de
producción, no se solucionan los problemas económicos por completo. Si la
producción socialista no esta basada en la acumulación de riquezas, y los
trabajadores tmpoco tienen riquezas propias que puedan invertir en el desarrollo
de los medios de producción, ¿de qué manera pudiera una economía en manos de los
trabajadores desarrollarse para satisfacer todas las necesidades de bienes y
servicios?. Para esto hace falta la intervención directa del estado,
nacionalizando también los bancos nacionales y trasnacionales. Sólo a través de
una fuerte banca pública unificada se pueden generar planes de inversión que
puedan desarrollar las fuerzas productivas del país a los niveles necesarios
para generar suficiente empleo, bajo condiciones dignas para los trabajadores, a
la par que se produzca lo suficiente para acabar la pobreza, el hambre, etc.

Ahora bien, acabado el capitalismo en el país, no se acaban de forma mágica los
problemas del mercado. De igual forma la competencia seguirá existiendo. Pero
como es bien sabido, entre mayor es la capacidad de producción, mas bajos son
los gastos operativos en relación al valor de las mercancías, por lo que las
empresas y tierras de producción socialista, luego del proceso productivo sólo
deberán tener ganancias suficientes para cubrir los gastos operativos de la
producción, dignificar los salarios y dar beneficios laborales para los
trabajadores, etc. Esto significa que los bajos precios que pueden y deben
ofrecer las empresas socialistas más grandes, no serán rentables para las
pequeñas y medianas empresas. Por lo que esta libre competencia, de igual forma
como ocurre en el capitalismo, llevará a la quiebra a las pequeñas y medianas
empresas, arrojando a la pobreza a los trabajadores de estas.

Para que esto no ocurra, el estado debe tener la propiedad de las empresas
socialistas mientras la administración de estas debe estar bajo Control Obrero,
de tal forma que se pueda unificar los procesos productivos en una sola empresa,
no sólo acabando con la competencia que destruiría las pequeñas y medianas
empresas, sino unificando los sectores de la industria en uno sólo. Acabando
también con la división entre los sectores de la producción (Sector primario,
secundario y terciario).

Se trata de la nacionalización de los Latifundios, Monopolios y Bancos,
unificados en una sola gran industria, para la creación de un sistema de
producción socialista centralizado, y en manos de la clase trabajadora,
democráticamente y sin jerarquías ni privilegios, donde se produce en base a las
necesidades de las mayorías. Sólo de esta forma se puede acabar completamente
con los problemas del capitalismo y los mercados.

In
Lucha de clases
http://www.luchadeclases.org.ve/marxismo/analisis/7807-lecciones-para-movimiento-obrero
27/10/2014

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Reconocen en EEUU superioridad del trabajo libre asociado



Pedro Campos


Una demostración práctica, en el seno del gran capitalismo moderno, de las
esencias de las teorías de Karl Marx relativas a la superioridad del trabajo
libre asociado sobre el trabajo asalariado


Desde fines del siglo pasado, y probablemente desde mucho antes, distintas
instituciones gubernamentales y universidades de EEUU, han venido realizado
investigaciones y desarrollando programas de aplicación relacionados con lo que
han llamado “una nueva cultura de la propiedad”.

Entre ellas se encuentranla Oficina de Contabilidad del Gobierno (GAO), El
Departamento del Trabajo (DOL), el Centro del Empleo y la Propiedad de la
universidad estatal de Kent, en Ohio y otras universidades e instituciones, que
han involucrado un gran número de funcionarios, investigadores y académicos.

Estos estudios y programas han confirmado que las empresas donde los
trabajadores participan de la propiedad, la gestión y la distribución de las
ganancias, son más eficientes que las empresas de propiedad tradicional
capitalista que funcionan sobre la base del trabajo asalariado.

Se trata de una demostración práctica, en el seno del gran capitalismo moderno,
de las esencias de las teorías socialistas relativas a la superioridad del
trabajo libre asociado sobre el trabajo asalariado y, cuyo predominio
caracterizaría la sociedad post-capitalista (1) y (2).

Algo que muchos otros han venido defendiendo, especialmente en contraposición al
“socialismo de estado” intentado en el siglo XX, sustentado en la propiedad
estatal y la continuación del trabajo asalariado.

Lo interesante del caso es que no se trata de marxistas, socialistas,
comunistas, etc., sino de instituciones oficiales del gobierno federal, o
gobiernos estatales de EEUU, el gran centro de poder capitalista del mundo
contemporáneo.

En uno de los documentos emitidos por el Centro del Empleo y la Propiedad de
Ohio (3) bajo el título Creación de una cultura exitosa de la propiedad, se
plantea: “La columna vertebral de la economía estadounidense es la pequeña
empresa familiar”, desmitificando la idea muy divulgada de que son las grandes
empresas capitalistas las que dominan el panorama económico de EEUU.

¿Y qué son las pequeñas empresas familiares, sino prototipos de formas de
producción autogestionadas por trabajadores libres de la explotación asalariada?

Agrega el escrito que un “estudio de la GAO encontró que la combinación de
propiedad de los empleados y la participación de los trabajadores produce una
mejora sustancial en los resultados empresariales. Es precisamente este tipo de
asociación genuina la que puede llevar a sus empleados a asumir parte de la
responsabilidad”.

Y más adelante añade: “Según un estudio del Departamento del Trabajo (DOL) de
los Estados Unidos, el lugar de trabajo de alto rendimiento proporciona a los
trabajadores "incentivos, información, habilidades y responsabilidad de tomar
decisiones fundamentales para la innovación, la mejora de la calidad, y la
respuesta rápida a los cambios”.

Para el DOL pueden lograr altos rendimientos“las empresas que integran sus
negocios, recursos humanos y estrategias de tecnología y comparten las
siguientes características comunes:

-Dar a los trabajadores una participación en el desempeño de la organización a
través de la propiedad y la participación en el reparto de utilidades;

-Crear estrategias de seguridad de empleo que reconocen el valor de los
trabajadores en los resultados económicos a largo plazo;

-Impulsar la responsabilidad de los empleados del nivel inferior, a menudo
mediante la organización de trabajo en equipos autogestionados;

-Proporcionar a los trabajadores la información necesaria para ejercer un alto
nivel de autonomía;

-Construir relaciones obrero-gerente basadas en la confianza, el interés común y
la cooperación;

-Enfoque en la satisfacción de los clientes, y no simplemente los accionistas;
en la mejora de la calidad, no la simple reducción de costes; y en la
construcción de organizaciones que se adaptan fácilmente a los cambios del
mercado;

-Animar a los trabajadores a aprender nuevas habilidades a través de la
remuneración basada en la habilidad y el pago por desempeño de los sistemas de
compensación;

-Invertir en formación y entrenamiento para desarrollar en los trabajadores una
actitud crítica de negocio, en lugar de tratarlos como gastos que se han de
reducir al mínimo;

-Proporcionar a los trabajadores un entorno de trabajo seguro y de apoyo.

El Departamento del Trabajo señala, según el Cetro de Empleo y la Propiedad de
Ohio, que: “En general, las empresas de propiedad de los empleados son más
propensas que las empresas tradicionales a proporcionar incentivos suficientes,
información, habilidades y responsabilidad a su fuerza de trabajo”.

El trabajo citado asegura que “Los estudios realizados en los Estados de Ohio y
Washington refuerzan los hallazgos del gobierno federal. El Centro de Ohio para
la Propiedad de los Trabajadores (OEOC) en la Universidad Estatal de Kent
encuestó a 167 empresas en Ohio y encontró que las empresas en que se comparte
la propiedad con los empleados junto con la participación, la educación y la
información conducen a un mayor rendimiento financiero.

Igualmente importante, un estudio en el Estado de Washington mostró que las
empresas que recompensan la participación del empleado mediante acciones superan
a las que sólo se premia la participación con la participación en beneficios”.

El informe concluye con un análisis de los elementos que llevan a un rendimiento
superior en las empresas, resumido en esta fórmula:

Propiedad + Participación + Información + Capacitación = Rendimiento Superior

Hace años, desde las discusiones en el IV Congreso del PCC en 1991, muchos
compañeros venimos defendiendo la necesidad de avanzar en Cuba a la autogestión
de los trabajadores en las empresas estatales y al desarrollo amplio, autónomo y
libre del cooperativismo en todas las áreas de la economía.

Hemos planteado claramente que el socialismo será la sociedad post-capitalista
donde predominen las formas de trabajo libre, asociado o no; y no por imposición
de ninguna “dictadura del proletariado”.

Las respuestas tradicionales que hemos recibido de los economistas defensores
del estatalismo asalariado es “que pretendemos una utopía irrealizable, que las
empresas cooperativas no tiene carácter socialistas, sino privado, que nunca
las empresas propiedad de los trabajadores podría superar las dirigidas por
empresarios capitalistas y estatales”, cuando no se nos ha acusado de
contrarrevolucionarios y hasta de agentes del imperialismo.

Los neoliberales, los que creen en la eternidad de capitalismo o lo ven en el
mercado, el dinero o el sistema político y no en la forma en que se explota la
fuerza de trabajo, dirán que estas formas autogestionarias no son más que una
nueva modalidad del capitalismo moderno y desarrollado.

Simplemente, no pueden aceptar el triunfo del trabajo libre sobre el asalariado,
ni que su predominio es el camino a la sociedad post-capitalista, a la sociedad
de los trabajadores libres.

Los neo-estalinistas, defensores del capitalismo monopolista de estado, creído
socialismo, estarán prestos a coincidir con ellos. No será casualidad. Los
explotadores del trabajo ajeno, sean burgueses o burócratas, comparten
intereses.

Ojalá que el estudio de estos documentos, ayude a todos, a acabar de entender
que “lo mismo que el trabajo esclavo, lo mismo que el trabajo siervo, el trabajo
asalariado no es sino una forma transitoria inferior, destinada a desaparecer
ante el trabajo asociado que cumple su tarea con gusto, entusiasmo y alegría”.

Por una sociedad de trabajadores libres.

Notas.

1- K. Marx. Discurso, Manifiesto Inaugural de la Asociación Internacional de los
Trabajadores:

“Pero estaba reservado a la Economía política del trabajo alcanzar un triunfo
más completo todavía sobre la Economía política de la propiedad. Nos referimos
al movimiento cooperativo, y sobre todo a las fábricas cooperativas, creadas sin
apoyo alguno, por iniciativa a de algunos obreros audaces.

Es imposible exagerar la importancia de estos grandes experimentos sociales, que
han mostrado con hechos, no con simples argumentos, que la producción en gran
escala y al nivel de las exigencias de la ciencia moderna, puede prescindir de
la clase de los patronos, que utiliza el trabajo de clase la obrera; han
mostrado también que no es necesario a la producción que los instrumentos de
trabajo estén monopolizados como instrumentos de dominación y de explotación
contra el trabajador mismo; y han mostrado, por fin, que lo mismo que el trabajo
esclavo, lo mismo que el trabajo siervo, el trabajo asalariado no es sino una
forma transitoria inferior, destinada a desaparecer ante el trabajo asociado que
cumple su tarea con gusto, entusiasmo y alegría”.

2- K, Marx. Tomo III del Capital (Capítulo XXVII “El Papel del Crédito en la
Producción Capitalista)

“… En las sociedades anónimas, la función aparece separada de la propiedad del
capital y el trabajo aparece también, por tanto, completamente separado de la
propiedad sobre los medios de producción y sobre el trabajo sobrante. Este
resultado del máximo desarrollo de la producción capitalista constituye una fase
necesaria de transición hacia la reversión del capital a propiedad de los
productores, pero ya no como propiedad privada de productores aislados, sino
como propiedad de los productores asociados, como propiedad directa de la
sociedad. … Y es, de otra parte, una fase de transición hacia la transformación
de todas las funciones del proceso de reproducción aún relacionadas hasta aquí
con la propiedad del capital en simples funciones de los productores asociados,
en funciones sociales. ...

... Esto equivale a la supresión del régimen de producción capitalista dentro
del propio régimen de producción capitalista y, por tanto, a una contradicción
que se anula a sí misma y aparece “prima facie” como simple fase de transición
hacia una nueva forma de producción. … La propiedad existe aquí bajo forma de
acciones… El sistema de las acciones entraña ya la antítesis de la forma
tradicional en que los medios sociales de producción aparecen como propiedad
individual; pero al revestir la forma de la acción, siguen encuadrados dentro
del marco capitalista; por consiguiente, este sistema, en vez de superar el
antagonismo entre el carácter de la riqueza como riqueza social y como riqueza
privada, se limita a imprimirle una nueva forma. ...

... Las fábricas cooperativas de los obreros mismos son, dentro de la forma
tradicional, la primera brecha abierta en ella, a pesar de que, dondequiera que
existen, su organización efectiva presenta, naturalmente, y no puede por menos
de presentar, todos los defectos del sistema existente. Pero dentro de estas
fábricas aparece abolido el antagonismo entre el capital y el trabajo, aunque,
por el momento, solamente bajo una forma en que los obreros asociados son sus
propios capitalistas, es decir, emplean los medios de producción para valorizar
su propio trabajo. ...

… Estas fábricas demuestran cómo al llegar una determinada fase de desarrollo de
las fuerzas materiales productivas y de formas sociales de producción adecuadas
a ellas, del seno de un régimen de producción surge y se desarrolla naturalmente
otro nuevo. Sin el sistema fabril derivado del régimen capitalista de producción
no se habrían podido desarrollar las fábricas cooperativas, y mucho menos sin el
sistema de crédito, fruto del mismo régimen de producción.

... El sistema de crédito, base fundamental para la gradual transformación de
las empresas privadas capitalistas en sociedades anónimas, constituye también el
medio para la extensión paulatina de las empresas cooperativas en una escala más
o menos nacional.

Las empresas capitalistas por acciones deben ser consideradas, al igual que las
fábricas cooperativas, como formas de transición entre el régimen capitalista de
producción y el de producción asociada; la única diferencia es que en un caso el
antagonismo aparece abolido negativamente, mientras que en el otro caso aparece
abolido en sentido positivo. …”

3-
http://www.oeockent.org/download/building_an_ownership_culture/creating-a-successful-ownership-culture.pdf.pdf
===================================================


In:
Kaosenlared
http://www.kaosenlared.net/component/k2/98669-reconocen-en-eeuu-superioridad-del-trabajo-libre-asociado
24/10/2014

domingo, 19 de outubro de 2014

China ya es la primera potencia económica mundial




GEABE



En las últimas cuatro semanas dos hechos de gran trascendencia han salido a la
luz. De un lado, China se ha convertido en la primera potencia económica
mundial, adelantando oficialmente a los Estados Unidos, con un peso económico
oficial (cifras del FMI) de 17,61 billones de dólares (contra 17,4 de los
Estados Unidos). Si los medios de comunicación principales no han mostrado el
menor interés, nuestro equipo, por el contrario, lo considera un acontecimiento
histórico: los Estados Unidos han dejado de ser la primera potencia económica
mundial y este hecho lo cambia todo [1].



PIB de China (azul) Estados Unidos (rojo) en paridad de poder de compra (PPP)
En miles de millones de dólares, 2002-2019. Fuente: Financial Times
Sobre todo porque, además de cruzar este umbral, los Estados Unidos, después de
tratar de impresionar al mundo con un militarismo desbordante durante la crisis
de Ucrania, revela una debilidad estratégica importante en su «gestión» de la
crisis de Irak. El músculo político, que parecía obligar al mundo a permanecer
bajo la tutela US de manera indefinida, se manifiesta como insuficiente.
Estos dos indicadores nos permiten ver un punto de inflexión de primera magnitud
dentro del desarrollo de la crisis sistémica global: el paso de un mundo
americano a un mundo chino…
Europa, Rusia – Estableciendo un Plan Marshall al estilo Chino
La aparición evidente de este «jugador» chino se ha precipitado por la crisis de
Ucrania. Mientras que China tenía interés en ir desarrollando su crecimiento de
manera casi inadvertida, mientras que los rusos mantenían distancia ante el
miedo de una inevitable invasión China, mientras que los europeos también
mantenían las condiciones para una aparición suave de este mega-jugador, la
crisis de Ucrania aceleró el cambio y provocó que el resto de jugadores perdiera
protagonismo.
Ya hemos señalado que la crisis de Ucrania y la política de sanciones empujaron
a los rusos a firmar el famoso acuerdo de gas Ruso-Chino en condiciones menos
ventajosas que las que habían esperado. Ucrania perdió frente a los rusos por
sus negociaciones con China sobre este acuerdo.
Actualmente, el primer ministro chino realiza una visita oficial a Europa y
Rusia [2]. Sus bolsillos están llenos de contratos, proyectos de inversión y
perspectivas de negocio [3], un plan Marshall para la reconstrucción real de las
economías europeas y rusas parcialmente destruida por la guerra de Ucrania
[4]... un plan irresistible por supuesto. Pero ¿se han reunido las condiciones
para que seamos lo suficientemente cautelosos para preservar nuestra
independencia con respecto a este nuevo poder ? Recuerde que el plan Marshall
ayudó a unir a la Europa de la posguerra a los EE.UU.
La City [de Londres] ya se ha salvado de la bancarrota gracias a China,
convirtiéndose en el principal centro financiero fuera de China en emisión de
bonos de yuanes [5]. Como consecuencia, el Reino Unido se ha convertido en un
fuerte defensor de agregar el yuan al DEG (Derechos Especiales de Giro) del FMI.
El BCE está incluso empezando a considerar agregar el Yuan a sus reservas
internacionales [6]. Y Europa se encuentra en el papel que le corresponde como
facilitador de la transición sistémica entre el mundo de antes y el mundo
después de la crisis ; pero para jugar en su verdadero interés, hubiera sido
mejor haberse dejado guiar por una visión [7] más que por la codicia o por un
instinto de supervivencia.
Toda esta actividad entre Europa, Rusia y China culminará con la Cumbre ASEM en
Milán del 16 y 17 de octubre de 2014.
Este evento tiene todas las posibilidades de dejar su huella en los libros de
historia, ya que conectará a Europa y Asia y proporcionará la plataforma para
resolver la crisis del Euro, la crisis de Ucrania, la crisis Euro-Rusa, la
crisis sistémica global..., permitiendo así la transición al mundo de después de
la crisis. Hubiera sido más «multi-polarización» si el acto de fundación del
mundo de después, hubiera sido sellado en una cumbre Euro-BRICS [8]; pero esto
es urgente y, después de todo, tres de los cinco países BRICS estarán presentes
(Rusia, India y China)... y lo más importante, la cumbre ASEM tendrá
características comunes con la idea de una cumbre Euro-BRICS que representa las
nuevas realidades globales (peso económico, comercial, demográfico)... y sin
contar con EE.UU., que hasta nuevo aviso, no proyecta más que su sombra sobre
cualquier intento de adaptar el sistema mundial a las nuevas realidades.
El éxito de esta reunión dejará claro a todo el mundo el contraste entre las
perspectivas que ofrece la alianza con EE.UU. (que se reduce a una cuestión de
guerra) y las ofrecidas por un acercamiento estratégico con Asia (donde
principalmente se trata de una cuestión de recuperación económica) [9]. Nuestro
equipo anticipa que las esperanzas puestas en esta cumbre tendrá como efecto
principal ser el golpe de gracia para el Tratado Transatlántico, el
controvertido TTIP [10].
Nuestros lectores saben que nuestro equipo no tiene miedo al irresistible
ascenso de China al poder. Pero no podemos producir anticipaciones sin hacer
hipótesis sobre futuros cambios de régimen, las posiciones específicas de las
derivas propias de posiciones de poder dominante, el empeoramiento coyuntural de
las condiciones... Por lo tanto, ante un nuevo jefe en la escena internacional,
Europa (y el mundo entero) debe ser capaz de dar la bienvenida a la nueva
realidad y de tener la precaución de analizar con cuidado las condiciones que
preserven su independencia.
Aquí, nuestro equipo se permite plantear otro aspecto positivo. La primera
generación de estudiantes formados en Europa (gracias al programa Erasmus y las
dinámicas trans-europeas en el ámbito de la educación superior) ahora tiene
entre 45 y 50 años, la edad en que uno empieza a influir, ya sea en el circuito
político o económico. Su capacidad para integrarse en un mundo multipolar es
infinitamente superior a la de las élites de las generaciones anteriores,
formados a nivel nacional o en los EE.UU. que, en el mejor de los casos, sólo
hablan en Inglés. Gracias a Erasmus, Europa tiene todos los activos en la mano
para ser tenida en cuenta a escala mundial a pesar de su tamaño relativamente
pequeño: el multilingüismo, el natural multiculturalismo que facilita la
apertura al mundo y la comprensión de las complejidades, etc.
En conclusión, la aparición de un mundo multipolar retoma su curso siguiendo las
anticipaciones de LEAP... sólo habrá sido más doloroso y un poco más chino de lo
que una transición organizada habría permitido.

Notas:
[1] Menos espectacular, pero igualmente emblemático de un cambio de paradigma,
es que China anunció un nuevo método de cálculo del PIB, incluyendo otros
parámetros que el crecimiento. Una decisión, cuya relevancia objetiva y por la
base de aplicación (China) puede relegar el viejo PIB a una herramienta de la
prehistoria económica. La «niebla estadística» tenderá a caer y el paisaje que
aparezca no tendrá nada que ver con lo que conocemos. Fuente: Europe Solidaire,
09/10/2014
[2] Fuente: China Daily, 08/10/2014
[3] Fuente: Business Insider, 14/10/2014; China Daily, 09/10/2014
[4] La crisis Euro-Rusa y la política de sanciones mutuas es claramente la
principal causa de una considerable desaceleración económica en el continente en
los últimos meses. Esta realidad, que no es objeto de ningún comentario en la
prensa, ha sido demostrada recientemente, sin embargo, por los desastrosos
números de la economía alemana... casualmente en estos últimos seis meses.
Fuentes: The Telegraph, 06/10/2014; International Business Times, 09/10/2014
[5] Fuente: Wall Street Journal, 09/10/2014
[6] Fuente: Malay Mail, 11/10/2014
[7] Al promover activamente la aparición de un mundo multipolar, gracias a un
acercamiento Euro-BRICS como defendieron desde 2009 Franck Biancheri y LEAP.
[8] Tal y como hemos promovido activamente desde 2009. Ver el proyecto
Euro-BRICS de LEAP.
[9] Como lo demuestra el GlobalEurometro estos últimos meses, muchas personas en
Europa son conscientes del hecho de que la dinámica del futuro está más en el
lado de los BRICS que en el de EE.UU.
[10] TTIP que siempre anticipamos que nunca vería la luz del día, al menos no de
otra forma que no sea totalmente diluido (para mantener el tipo en Bruselas y
Washington), pero el desplazamiento ideológico «occidentalista» de estos últimos
meses, que ha desconectado a Europa de la realidad y aniquilado su natural
capacidad de reacción ante los acontecimientos, ha aumentado el riesgo de firmar
de manera forzada el acuerdo.



In

http://www.elcorreo.eu.org/GEAB-No88-2015-China-ya-es-la-primera-potencia-economica-mundial-El-mundo-gira-hacia?lang=fr

17/10/2014

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

O sexto turno eleitoral


por Mauro Iasi [*]

"Os presidentes são eleitos pela televisão, como sabonetes, e os
poetas cumprem função decorativa. Não há maior magia que a magia do
mercado, nem heróis maiores que os banqueiros. A democracia é um
luxo do Norte. Ao Sul é permitido o espetáculo".
Eduardo Galeano, O livro dos abraços

Uma vez mais o jogo previsível encontra seu desfecho esperado.
Circunscrita pelo poder econômico e midiático, as candidaturas da ordem se
encontrarão, mais uma vez, em um segundo turno. Um dos elementos de
garantia da ordem pode ser encontrado nos mecanismos de segurança que
limita as alternativas e depois as apresenta como liberdade de escolha.

No campo político isso foi descrito por Gramsci como "americanismo" e se
expressa classicamente na alternância entre um Partido Democrático e outro
Republicano nos EUA, num jogo de imagens no qual nem um é democrático, nem
o outro é de fato republicano. Ao sul do equador tal fenômeno pode ser
visto historicamente na suposta alternância entre liberais e
conservadores, na maldição já descrita na expressão "nada mais conservador
que um liberal no poder", ou na famosa ironia de que no ato de posse o
programa conservador é transferido para o partido de oposição, que entrega
o programa liberal para quem sai do governo.

Carlos Nelson Coutinho costumava chamar a versão brasileira desta
"democracia" de americanalhamento. A expressão parece pertinente.

A instituição do segundo turno no Brasil tem servido a este propósito. No
sistema norte americano todo mundo pode ser candidato, mas os filtros vão
se dando nas eleições dos convencionais (que de fato elegem o presidente
numa eleição indireta e absurdamente antidemocrática), até que só chegam à
disputa de fato os dois partidos oficiais citados. No Brasil não é
necessário tal engenharia política. Os filtros de segurança começam pelas
clausulas de barreira que impedem a organização partidária, depois a
legislação eleitoral absolutamente desigual e inconstitucional (mas isso
nunca foi problema em nosso país segundo o TSE), passa pelo financiamento
privado de campanha e chega na cobertura desigual da imprensa monopólica.

Não podemos esquecer o mecanismo que decide o voto antes da eleição pelo
controle dos cofres públicos, dos governos estaduais, prefeituras e cabos
eleitorais numa verdadeira chantagem de verbas, financiamentos e
facilidades que controlam regiões inteiras sem a necessidade de uma único
debate de programas ou ideias.

Como diz Galeano no texto que nos serve de epígrafe, a democracia é um
luxo reservado ao Norte, ao Sul cabe o espetáculo que não é negado a
ninguém, afinal, diz o autor uruguaio, "ninguém se incomoda muito, que a
política seja democrática, desde que a economia não o seja". Quando as
urnas se fecham, prevalece a lei do mais forte, a lei do dinheiro.

Mas, é essencial ao espetáculo que você sinta a sensação de estar
decidindo. É neste campo que se inscreve o chamado voto útil.

A máquina eleitoral burguesa não pode impedir movimentos de opinião, que
se expressam no primeiro turno e, mesmo, no segundo. É perfeitamente
compreensível que muitas pessoas pensem na lógica do mal menor, numa
análise comparativa entre as alternativas que restaram. Como sempre há
diferenças entre elas, convencionou-se que a esquerda deve votar no mais
progressista e evitar o risco da direita.

Analisemos mais detidamente as alternativas que o poder econômico, a
legislação restritiva e os meios de comunicação monopolizados
selecionaram.

De um lado Aécio Neves do PSDB, legenda conhecida pelos mandatos de FHC e
do próprio político mineiro em seu estado, assim como a longa dinastia
paulista. Neste caso não há dúvida sobre seu programa conservador, seu
compromisso com o mercado e os grandes grupos monopolistas, sua lógica
privatista e sua subserviência ao imperialismo. Trata-se de uma legenda
que nada tem de social democrata e tornou-se o centro aglutinador da
direita representada na aliança com o DEM, o PPS e outras que compuseram
sua base de governabilidade quando no governo, como o sempre presente
PMDB, PTB e outros.

De outro, o PT, partido que tem sua origem nos movimentos sociais e
sindicais dos anos 1970 e 1980, e que chegou à presidência em 2002 com a
eleição de Lula para aderir ao pacto e ao presidencialismo de coalizão
tornando-se o centro de um bloco do qual participam o PCdoB e o PSB,
garantindo sua governabilidade com o PMDB, o PTB, PP, PSC, e outras siglas
no mercado do fisiologismo político próprio do americanalhamento citado.
Difere do PSDB na medida em que defende uma maior presença do Estado para
garantir a economia de mercado, sustentando seu pacto de classes através
de medidas de cooptação e apassivamento, tais como a garantia do nível de
emprego e políticas sociais focalizadas e compensatórias de combate aos
efeitos mais agudos da miséria absoluta.

A mera comparação justifica a tendência do voto em Dilma de grande parte
dos que temem um governo do PSDB como expressão mais clara da política
conservadora.

Coloquemos, entretanto, as coisas numa perspectiva histórica. Este não é
um mero segundo turno, é o sexto turno. É a terceira vez que tal situação
se apresenta. Nas duas primeiras, em 2006 e 2010, o PCB, por exemplo,
indicou o voto crítico no candidato do PT, ou priorizou o combate à
direita no momento eleitoral, ainda que sempre se mantendo na oposição.
Não seria o caso agora?

Lembremos quais os discursos que acompanharam este processo. Quando da
passagem para o segundo mandato do Lula o discurso é que o primeiro
mandato havia sido para acertar a casa, mas agora viria uma guinada em
favor das demandas populares, o governo Lula estaria em disputa. Quando da
passagem para o mandato de Dilma o discurso é que, agora viria a guinada
na forma de uma opção pelo mítico "neodesenvolvimentismo".

No entanto, o que vimos nas duas oportunidades não foi uma reversão do
rumo do pacto social e das medidas conservadoras, pelo contrário. O fato é
que cada governo subsequente foi sendo mais à direita que o anterior. Os
governos eleitos para "evitar a volta da direita", a perda de direitos
para os trabalhadores, o aprofundamento das privatizações, a
criminalização dos movimentos sociais, o abandono da reforma agrária,
acabaram por impor um crescimento das privatizações, uma precarização do
trabalho, o ataque aos direitos dos trabalhadores (eufemisticamente
chamado de "flexibilização") e o aprofundamento da criminalização dos
movimentos sociais. Reforma da previdência, privatização do campo de
Libra, imposição da EBSERH, rendição do Plano Nacional de Educação à
lógica dos empresários e do sistema S, prioridade para o agronegócio, a
farra da Copa, as remoções, o aumento da violência urbana e a política
genocida das polícias militares contra a população jovem, pobre e negra, a
não demarcação das terras indígenas, as concessões ao fundamentalismo
religioso que impede a legalização do aborto, a criminalização da
homofobia…

Talvez a área mais emblemática seja a luta pela terra. Não apenas reduz-se
a cada mandato o número de famílias assentadas, como cada vez mais
assentamentos são abandonados à sua própria sorte, e os pequenos
produtores considerados "economicamente irrelevantes" (nas palavras de um
representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário em resposta às
demandas do MPA). Ao mesmo tempo dirige-se toda a política agrária para a
prioridade ao agronegócio, tornando aliado central na governabilidade e na
direção da política econômica, como mostram os apoios, ainda no primeiro
turno, de Kátia Abreu e Eraí Maggi (o rei da soja).

Algo estranho ocorre por aqui. Primeiro, trata-se de fazer reformas
possíveis no lugar da revolução necessária. Para tanto, um pacto social
que leva o governo, que deveria ser reformista de esquerda, para um perfil
de centro-esquerda – ou nos termos de André Singer, de um reformismo de
alta intensidade apoiado na classe trabalhadora para um reformismo de
baixa intensidade apoiado nas camadas mais pobres. Em seguida trata-se de
tomar medidas de um governo de centro-direita para enfrentar a crise do
capital com massivas doses de apoio ao capital por parte do Estado para
garantir a manutenção de um crescimento com emprego e geração de renda. E
agora uma clara composição de direita apoiada nos grandes bancos, nos
setores monopolistas, nas empreiteiras, no agronegócio, numa situação
parlamentar ainda mais conservadora que empurrará qualquer governo eleito
para posição ainda mais conservadoras para realizar os "ajustes
necessários" para enfrentar a crise que já se apresenta no horizonte.

O que é forçoso constatar é que a política do acumulo de forças não
acumulou forças. Pelo contrario, desarmou a classe trabalhadora e abriu
espaço para o crescimento da direita. O que era uma estratégia para evitar
a direita pode ter se tornado o caminho pelo qual pôde se garantir sua
"volta". De fato, ela nunca teve seus interesses ameaçados – porque nos
referimos a interesses de classe e não das legendas políticas que
representam seguimentos e facções das classes dominantes. A classe
dominante apoia as duas alternativas, fato que fica evidente na
distribuição dos financiamentos de campanha.

O tão falado crescimento da direita, ou a "onda conservadora", não se dá
por acidente, mas é o resultado previsível dos governos de pacto social e
da profunda despolitização que resulta de doze anos de governos petistas.
Como disse Ruy Braga em artigo recente, que a burguesia e a classe média
sejam conservadoras é perfeitamente compreensível, mas o que precisa ser
explicado é porque o conservadorismo tomou a consciência de setores da
classe trabalhadora. A candidata do PT perdeu no ABC paulista, somando os
votos de Aécio e Marina, perdeu em São Paulo, Rio, Minas e Rio Grande do
Sul.

Parte da classe trabalhadora, equivocadamente, aposta em candidaturas
conservadoras que são contra seus interesses de classe. Veja, ao invés de
infantilmente culpar a esquerda, os governistas deviam se perguntar por
que isso ocorreu. Parte da classe quer o fim do ciclo do PT e não há
discurso da esquerda que possa convencer este segmento que o governo atual
é que o representa, pelo simples fato que a sequência de medidas que
descrevemos indicam claramente outra coisa.

O que está acontecendo é que os meios de apassivamento e cooptação são
insuficientes para continuar mantendo o governo do PT com a aparência de
esquerda enquanto opera uma política de direita. Mantêm-se o nível de
emprego, mas os precariza, garante acesso ao crédito para manter o
consumo, mas gera endividamento das famílias, garante acesso precário às
universidades privadas ou através de uma expansão que não garante a
permanência e a qualidade necessária no setor público, tira-se as pessoas
da miséria absoluta para colocá-las na miséria.

A explosão do ano passado foi didaticamente um alerta, mas as forças
políticas, governistas ou de oposição no campo da ordem, literalmente
ignoraram as demandas que ali surgiram. Nenhuma demanda foi considerada,
desde a questão do transporte urbano, os gastos do Estado priorizando as
empreiteiras e bancos e não educação e saúde, a violência policial e os
limites da democracia de representação. Silencio total.

A esquerda – aquela que resistiu a este caminho suicida, foi
estigmatizada, atacada, criminalizada e excluída do centro do jogo
político – no seu conjunto não chegou aos 2% dos votos, e mesmo o voto
nulo e a abstenção ficaram nos níveis históricos das últimas eleições. Não
pode, portanto ser culpabilizada por uma eventual derrota do PT. A
insatisfação de 2013 se apresenta nas eleições como caldo de cultura da
necessidade de uma mudança e é atraída pelo canto da sereia da direita que
numa eventual vitória governará com a mesma base de sustentação do governo
atual.

Alguns afirmam que o que há de diverso agora é que o PT terá que vencer o
PSDB enfrentando-o pela esquerda. Não é o que parece, nem o que o cenário
político anuncia com a composição do novo Congresso Nacional. Ao que
parece, Dilma investe em se apresentar como ainda mais confiável ao grande
capital e seus atuais aliados prioritários, ignorando solenemente as
demandas populares para recompor seu governo à esquerda. Respondam
rapidamente: quantas vezes, nos últimos debates, a presidente tocou no
tema da Reforma Agrária?

Mais uma vez, compreendo e respeito aqueles que votarão em Dilma para
evitar o governo do PSDB. Apenas preocupa-me que pouco se analisa do que
consiste o conteúdo desta suposta alternativa. Talvez algumas perguntas,
na linha da nota do PCB, ajudem na reflexão:

O eventual segundo mandato de Dilma reverterá a prioridade do
agronegócio e avançará na linha de uma reforma agrária popular tal como
proposta pelo MST e uma política agrícola que considere os interesses
dos pequenos camponeses como preconiza o documento do MPA?

Romperá com a política de superávits primários, de responsabilidade
fiscal e de reforma do Estado que tem imposto a prioridade ao pagamento
da dívida que consome cerca de 42% do orçamento?

Demarcará as terras indígenas se chocando com os interesses do
agronegócio e dos madeireiros?

Romperá com a dependência em relação à bancada evangélica avançando nas
questões relativas ao aborto, ao combate à homofobia e a política
retrograda de combate às drogas?

Alterará o rumo da política de segurança fincada no tripé: endurecimento
penal, repressão e encarceramento?

Vai administrar a crise do capital revertendo a tendência à precarização
das condições de trabalho e ataque aos direitos dos trabalhadores?

Vai mudar a lógica de criminalização dos movimentos sociais na linha da
Portaria Normativa do Ministério da Defesa que iguala manifestante a
membro de quadrilha e traficante, ou estenderá o fundamento desta
política de garantia da Lei e da Ordem na forma de uma Lei de Segurança
Nacional que torna permanente a presença das Forças Armadas como
instrumento de garantia da ordem?

Vai alterar a linha geral do Plano Nacional de Educação que
institucionaliza a transferência do recurso público para educação
privada, se entrega à concepção empresarial de ONGs e outras
instituições empresariais e adia por vinte anos a meta dos 10% para
educação?

Vai fazer uma reforma política nos termos indicados pelo plebiscito que
reuniu 7 milhões de assinaturas, ou aplicará o acordo com o PMDB que
produziu um texto conservador e ainda mais concentrador de poder nas
atuais siglas do Congresso Nacional tornando mais eficiente o
presidencialismo de coalizão?
Nós que podemos interferir pouco no resultado eleitoral só podemos alertar
que quem votar em Dilma não estará apenas evitando a vitória de uma opção
mais conservadora – objetivo louvável – mas, também, referendando os atos
que vierem a ser aplicados. O próximo governo Dilma, se ganhar, não
responderá positivamente, na perspectiva da classe trabalhadora, a nenhuma
destas nove questões. Por isso o PCB não pode empenhar seu apoio, mais uma
vez, nem que seja crítico, pois os governos petistas já responderam a
estas questões com doze anos de governo.

E se perder? Neste cenário, que não depende de nós e nem pode ser
atribuído à esquerda, que não é desejável, mas possível, o PT teria que
voltar à oposição. Neste caso temos a dizer que aqui a situação está muito
difícil. A criminalização se intensifica, a polícia militar e as UPPs
matam pobre todo dia. O Estado Burguês se armou, graças aos últimos
governos, de todo um arcabouço jurídico e repressivo para nos combater, os
assentamentos da reforma agrária estão abandonados, os serviços públicos
foram direta ou indiretamente precarizados através de parcerias públicos
privadas, as Universidades estão sendo mercantilizadas e sucateadas, o
governo prefere negociar com sindicatos domesticados do que com as
organizações de classe, os meios de comunicação reinam incontestes e
impõem um real que nos torna invisíveis, reina o preconceito, a violência,
a homofobia e a transfobia, parte da classe trabalhadora vivencia uma
inflexão conservadora na sua consciência de classe e ataca o marxismo e o
pensamento de esquerda como seu inimigo, imperando a ofensiva irracional
da pós-modernidade que se revela cada vez mais fascista nos levando para a
barbárie.

Bom, mas isso vocês sabem, não é? Talvez só não saibam de onde veio este
retrocesso. Bom, procurem nos seis turnos, naquilo que foi anunciado e no
que foi posto em prática… é uma boa pista.

15/Outubro/2014
Ver também:

Nem Aécio nem Dilma

[*] Professor adjunto da Escola de Serviço Social da UFRJ, pesquisador do
NEPEM (Núcleo de Estudos e Pesquisas Marxistas), do NEP 13 de Maio e
membro do Comitê Central do PCB. É autor do livro O dilema de Hamlet: o
ser e o não ser da consciência (Boitempo, 2002) e colabora com os livros
Cidades rebeldes: Passe Livre e as manifestações que tomaram as ruas do
Brasil e György Lukács e a emancipação humana (Boitempo, 2013),
organizado por Marcos Del Roio. Colabora para o Blog da Boitempo
mensalmente, às quartas.

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
http://www.resistir.info/brasil/o_sexto_turno.html
17/Out/14

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

La ocupación de la multinacional Clorox - Avance de los trabajadores hacia el socialismo

La ocupación de la multinacional Clorox - Avance de los trabajadores hacia el socialismo

Escrito por Amir Loreto

Los trabajadores de la multinacional clorox, recogiendo las
tradiciones de la Revolución Bolivariana logradas en el año 2002-03, asumieron
el control de dicha empresa, luego de que esta decidera unilateralmente cesar
sus operaciones en el país. Nuevamente, se le ve la cara a los enemigos del
movimiento obrero, la burguesía, quienes sin inmutarse cierran una nueva fábrica
alegando los problemas de costos y acceso a los dólares que supuestamente el
estado Venezolano les niega, la falsedad de los hechos está a la orden del día,
porque sabe que los medios de comunicación los respaldaron.
Pero los empresarios de la multinacional no contaban con la voluntad de los
trabajadores que después de saber del cierre patronal, alzaron la bandera del
comandante Chávez bajo la consigna “Fábrica cerrada, Fábrica OCUPADA” y
nacionalizada por el gobierno bolivariano que preside Nicolás maduro. Ocupando
la empresa Clorox y nombrando en asamblea la nueva junta directiva, para
garantizar sus empleos y la productividad necesaria en este momento donde estos
empresarios pensaban que llevándose los dólares que le ha entregado el estado y
cerrando la fábrica seguían debilitando la economía del país.
Es una muestra de que en la guerra económica del empresariado y del imperialismo
de los E.E.U.U. en contra de la Revolución Bolivariana, el cierre de la
multinacional Clorox forma parte. Los enemigos de la revolución no la toleran,
por esto con la respuesta dada por los trabajadores de Clorox, dando un giro a
la izquierda, hacia el socialismo, no les permite tomar posiciones de guerra más
abierta hacia la revolución.
Con las mejores intenciones el gobierno Bolivariano les habla de paz y dialogo,
de respeto de la voluntad democrática de las mayorías del país, pero la
burguesía solicita la liquidación de las conquistas democráticas logradas en
estos 16 años de revolución, mientras que al mismo tiempo esconde los alimentos,
las medicinas, los cauchos, las baterías, etc. Y devalúan permanentemente el
salario del trabajador.
Las luchas obreras en la actualidad
Las luchas obreras a lo largo y ancho de la geografía del país, reflejan un
desbordamiento de los límites impuestos por la burocracia sindical y la
dirigencia reformista estatal. La determinación de lucha que se reflejan en las
asambleas y discusiones de contrato, en las paralizaciones de carreteras,
advierten de un alto grado de radicalización a lo interno de la sociedad. La
movilización de los trabajadores de la multinacional clorox así lo indica, la
junta electa en la asamblea demuestra que las mayorías que han votado por la
revolución bolivariana quieren ir hacia la victoria final, la victoria del
socialismo. Esa es una consigna revolucionaria que asumió nuestro Comandante
Hugo Rafael Chavez Frías.
La posición asumida por los trabajadores de Clorox es la misma de los
trabajadores de Invepal, programa Socialista de Guayana, de empresas Polar,
Pescalba, Toyota, Gotcha, Inaf, Diana, Los Andes y otras empresas nacionalizadas
que quedaron bajo control de los trabajadores, y miles de otras cerradas por los
empresarios después que fueron derrotados en el 2002-2003. Sin embargo, aún hay
muchos otros trabajadores de otras fábricas esperando en las puertas de las
instalaciones que la consiga de “fabrica cerrada, fabrica tomada” sea llevada
acabo. Para reactivar el aparato productivo y derrotar la política del
empresariado “demócrata y contra revolucionario”, que con apoyo de la burocracia
gubernamental responden a los intereses de estos enemigos declarados de la
revolución.
El empresariado venezolano afiliado a fedecamaras, y el resto de las cámaras son
enemigos de la revolución bolivariana, y así lo han reflejado durando más de 15
años. Temen que las acciones de toma de fabrica repita la historia de la
revolución cubana que expropio y liquido al capitalismo en la isla.
El camino de los trabajadores de clorox indica que la salida al impase que vive
las mayorías venezolanas es la expropiación de la banca, a la burguesía
(nacional y multinacional) y al latifundio, y poniendo en manos de los
trabajadores la planificación de la economía, para darle solución a todos los
males que engendra la división de clases.
La lección del 2002-2003, las 19 elecciones ganadas a la burguesía y a sus
candidatos, dicen claramente que la victoria de la revolución bolivariana supone
convertirse en una revolución socialista triunfante, por esto es que los
enemigos de la revolución han tratado de asfixiar a la revolución bolivariana
con el acaparamiento, la especulación, el sobre precio y el sabotaje
capitalista, los asesinatos selectivos, la consigna de Lucha de Clases -
Ccorriente Marxista del P.S.U.V, es expropiación de todos los enemigos de la
revolución y control obrero sobre la economía de país.
Aumento general del salario frente a la devaluación
de la capacidad adquisitiva de los trabajadores
Viva el Socialismo, viva la Revolucion Mundial
Chavez vive, la lucha sigue

In
Lucha de clases
http://www.luchadeclases.org.ve/marxismo/analisis/7798-ocupacion-multinacional-clorox
9/10/2014