sexta-feira, 27 de novembro de 2020

A Grande Redefinição: Novo Acordo Verde, a submissão da soberania nacional à ordem mundial.



 Matthew Ehret
 
 
De acordo com luminares da Grande Redefinição como Bill Gates, Príncipe
Charles, Michael Bloomberg, Mark Carney e Klaus Schwab do Fórum
Econômico Mundial, espera-se que a humanidade resolva a dupla ameaça do
COVID e do aquecimento global em uma reforma radical e revolucionária.

Nós, plebeus, fomos informados de que tudo o que temos que fazer para
reiniciar a economia é reconectar tudo sobre nosso comportamento, valor,
finanças e ética, a fim de descarbonizar a civilização sob um novo
regime mundial de banqueiros centrais e novas moedas digitais verdes,
conforme descrito pelo /Green Horizon Summit/ do Fórum Econômico
Mundial, de 9 a 10 de novembro de 2020
<https://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&pto=aue&rurl=translate.google.com&sl=en&sp=nmt4&tl=pt&u=https://www.weforum.org/agenda/2020/11/everything-you-need-to-know-about-the-green-horizon-summit/&usg=ALkJrhizfV5xNbsT3GOUJDyhdihLxq2Qmw>.
Foi nesse evento que o palestrante principal Mark Carney anunciou que a
transição total líquida zero representa “a maior oportunidade comercial
de nosso tempo”.

Sob essa reforma global, somos informados de que o sistema financeiro
deve ser reconectado para financiar parques eólicos, biocombustíveis e
painéis solares usando títulos verdes, índices financeiros verdes e
moedas digitais verdes. O fato de que essas fontes de energia não apenas
aumentam os custos da eletricidade, ao mesmo tempo que reduzem
abissalmente os poderes de produção das nações, não parece incomodar
nenhum desses aparentes alfas do capitalismo do FEM, exaltando as
virtudes de nossa ordem verde pós-COVID.

E assim, uma pergunta deve ser feita: SE o dinheiro impulsiona o
capitalismo, por que trilhões foram gastos nas últimas décadas para
financiar atividades “verdes” que inerentemente minam a base da criação
de capital (isto é: infraestrutura e produção industrial)? Por que o
“ocidente capitalista” se destruiu se minando ao longo de décadas? E por
que aqueles que administram a ordem unipolar desejam acelerar essa
autodestruição no turbo drive sob uma Grande Reinicialização? É loucura
ou algo mais insidioso?

Desde a flutuação do dólar americano em 1971 nos mercados globais e a
criação do petrodólar em 1973, o mundo experimentou um colapso
consistente de empregos produtivos na indústria, investimento em
infraestrutura, um planejamento de longo prazo por um lado e um aumento
simultâneo de desregulamentação, especulação de curto prazo e empregos
de varejo de baixos salários de outro. Durante este processo de declínio
pós-1971, a escravidão por dívida tornou-se uma norma tanto nos países
desenvolvidos quanto nas nações do setor em desenvolvimento, enquanto a
terceirização causou a castração da soberania nacional e uma dependência
cada vez maior de “mão de obra barata” e “recursos baratos” do exterior.

Alguns chamaram este colapso de “um fracasso da globalização”. O editor
latino-americano da /Executive Intelligence Review/, Dennis Small,
afirmou repetidamente <https://www.youtube.com/watch?v=Mtw8mg-oThs> ao
longo de muitos anos que essa caracterização é falsa. A globalização
deve ser vista como um sucesso completo – visto que, quando vista de uma
perspectiva de cima para baixo, fica cada vez mais claro que os
arquitetos dessa política alcançaram exatamente o que se propuseram a
fazer. Essa intenção era impor um paradigma de jogo artificial
fechado/soma zero a uma espécie cuja característica distintiva é sua
razão criativa e a capacidade de aperfeiçoamento constante na terra e
cada vez mais além.

*Apresentando Maurice Strong*

Em meu último artigo, “Mão britânica por trás do golpe
<https://www.strategic-culture.org/news/2020/11/17/lord-malloch-brown-revealed-the-british-hand-behind-coup-shows-its-scales-again/>”,
foram examinados dois principais controladores de nível superior do
império gerenciando a destruição dos EUA: Lord Mark Malloch Brown e
George Soros. Neste ensaio, gostaria de dedicar algum tempo para
investigar uma terceira figura cuja morte em 2015 pode tê-lo impedido de
participar do golpe atual, mas cuja obra de vida ainda anima os eventos
mundiais mais profundamente do que você provavelmente imagina.

Apesar de ter morrido em 2015, a vida e o legado de Strong fornecem ao
leitor moderno uma visão poderosa, embora feia, sobre os métodos e ações
da agenda do Estado Profundo Britânico que moldou de forma errada a
história mundial ao longo da segunda metade do século XX.

Enquanto a pesquisa impecável da historiadora Elaine Dewar (autora de
Cloak of Green-1995
<https://books.google.ca/books/about/Cloak_of_Green.html?id=ui2OTJqsqI8C>)
mostrou o papel de Strong como um recruta dos ativos da Rockefeller na
década de 1950, um barão do petróleo, vice-presidente da /Power
Corporation/ por 30, controlador do Partido Liberal, Conselheiro Privado
e fundador da política de ajuda externa neocolonial do Canadá para a
África, vamos nos concentrar aqui no papel que Strong tem desempenhado
desde 1968 em subverter o potencial pró-desenvolvimento do Canadá e do
mundo em geral. Foi por meio dessa função pós-1968 que Strong se tornou
o padrinho do movimento ambientalista moderno, criou a Agência de
Proteção Ambiental das Nações Unidas (PNUMA) e trabalhou em estreita
colaboração com Mark Malloch Brown como seu conselheiro especial e,
posteriormente, Soros na criação de um novo cargo – ordem mundial do
estado nacional.

*Strong e as raízes da grande reinicialização*

Em 1992, Maurice Strong foi designado para chefiar a segunda Cúpula da
Terra (a primeira foi a Conferência de Estocolmo de 1972 sobre o Meio
Ambiente Humano, também presidida por Strong).

A Cúpula do Rio estabeleceu uma nova era na consolidação de ONGs e
corporações sob a agenda verde genocida de fome controlada mascarada por
trás do dogma da “sustentabilidade”. Essa doutrina foi formalizada com a
Agenda 21 e a Carta da Terra
<https://21stcenturywire.com/2016/05/08/agenda-21-an-introduction/>, com
coautoria de Mikhail Gorbachev, Jim MacNeill e Strong durante os anos
1990. Na abertura da Cúpula do Rio, Strong anunciou que os países
industrializados tinham “se desenvolvido e se beneficido dos padrões
insustentáveis ​​de produção e consumo que produziram nosso dilema
atual. É claro que os atuais estilos de vida e padrões de consumo da
classe média afluente, envolvendo alto consumo de carne, consumo de
grandes quantidades de alimentos congelados e de conveniência, uso de
combustíveis fósseis, eletrodomésticos, ar-condicionado doméstico e
local de trabalho e moradias suburbanas não são sustentáveis. É
necessária uma mudança em direção a estilos de vida menos voltados para
padrões de consumo prejudiciais ao meio ambiente.”

Em um ensaio de 1992 intitulado /From Stockholm to Rio: A Journey Down a
Generation
<https://books.google.ca/books/about/From_Stockholm_to_Rio.html?id=yXR0HAAACAAJ&redir_esc=y>/,
publicado pela Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, Strong escreveu:

    “O conceito de soberania nacional tem sido um princípio imutável, na
    verdade sagrado, das relações internacionais. É um princípio que só
    cederá lenta e relutantemente aos novos imperativos da cooperação
    ambiental global. O que é necessário é o reconhecimento da realidade
    de que em tantos campos, e isso é particularmente verdadeiro em
    questões ambientais, simplesmente não é viável que a soberania seja
    exercida unilateralmente por Estados-nação individuais, por mais
    poderosos que sejam. A comunidade global deve ter garantia de
    segurança ambiental.”

Dois anos antes, Strong deu uma entrevista
<http://canadianpatriot.org/the-empire-in-their-own-words/> na qual
descreveu um “livro de ficção” que estava fantasiando sobre a escrita,
que descreveu da seguinte maneira:

    “E se um pequeno grupo de líderes mundiais concluísse que o
    principal risco para a Terra vem das ações dos países ricos? E para
    que o mundo sobreviva, esses países ricos teriam que assinar um
    acordo que reduzisse seu impacto sobre o meio ambiente. Eles farão
    isso? A conclusão do grupo é ‘não’. Os países ricos não o farão.
    Eles não vão mudar. Então, para salvar o planeta, o grupo decide:
    Não é a única esperança para o planeta que as civilizações
    industrializadas entrem em colapso? Não é nossa responsabilidade
    fazer isso acontecer?”

Quando essa afirmação é sustentada paralelamente à vida peculiar desse
homem, rapidamente percebemos que a barreira entre a realidade e a
ficção é mais do que um pouco embaçada.

*A Destruição da Energia Nuclear*

É vital examinar o papel de Strong em paralisar o potencial do Canadá de
fazer uso da energia nuclear, um dos maiores faróis de esperança que a
humanidade já teve para romper os atuais limites “fixos” para o
desenvolvimento da humanidade. Com efeito, o uso controlado do átomo,
juntamente com a necessária descoberta de novos princípios universais
associados a este empreendimento, sempre representaram uma das maiores
ameaças estratégicas ao sistema oligárquico, que depende de um sistema
fechado de recursos fixos para administrar as populações atuais e
justificar a governança global sob estruturas lógicas “objetivas”.

Os processos de fissão e fusão existem em um nível muito além daqueles
parâmetros fixos que presumem que a “capacidade de suporte” da Terra não
é maior do que os 2 bilhões de almas imaginados pela oligarquia hoje
centrada em Londres. Se a humanidade reconhecesse seu potencial criativo
único para transcender continuamente suas limitações, descobrindo e
criando novos recursos, nenhum império poderia existir por muito tempo.
Com o Canadá como a segunda nação do mundo a desenvolver energia nuclear
civil e uma cultura científica de fronteira em física, aeroespacial e
química, a necessidade de destruir esse potencial na mente do Estado
profundo britânico do Canadá era realmente grande.

Para ter uma noção melhor do papel que Strong desempenhou na destruição
da política científica canadense, devemos realmente voltar mais uma vez
ao reinado de Strong no Departamento de Ajuda Externa em 1966.

*Apartheid Tecnológico para a África*

Um dos principais motivos pelos quais Strong foi trazido para o Serviço
Civil do Canadá para chefiar o escritório de Ajuda Externa em 1966 foi
sabotar os esforços internacionais realizados por cientistas e
estadistas importantes para tornar o Canadá um exportador de seus
reatores CANDU originais. Desde 1955, os principais patriotas da /Atomic
Energy Canada Ltd/. (AECL) e do Conselho Nacional de Pesquisa, como CD
Howe e seu colaborador CW Mackenzie, garantiram que a exportação de
tecnologia nuclear avançada fosse disponibilizada para países em
desenvolvimento como Índia e Paquistão. No Canadá, essa política foi
avançada vigorosamente pelo primeiro-ministro John Diefenbaker, que
também viu o poder atômico como a chave para a paz mundial.

Os estandartes sob os quais essa transferência de tecnologia avançada
ocorreu foram o Plano Columbo
<http://colombo-plan.org/colombo-plan-history/> e o /Atoms for Peace
<https://canadianpatriot.org/2020/01/12/atoms-for-peace-vs-atoms-for-war-the-only-fix-for-iran-u-s-relations/>/
do presidente Dwight Eisenhower. Esta abordagem progressiva para o
desenvolvimento internacional definiu “ajuda externa” não em torno das
condicionalidades do FMI, ou simplesmente do dinheiro em seu próprio
benefício, mas sim como a transferência da ciência e tecnologia mais
avançada para os países pobres com a intenção explícita de que todas as
nações alcançariam a verdadeira soberania. Este é o modelo que a China
adotou hoje sob a /Belt and Road Initiative/.

Quando Strong começou a trabalhar na Ajuda Externa, e mais tarde formou
a Agência Canadense de Desenvolvimento Internacional, a relação do
Canadá com os “LDCs” (países menos desenvolvidos) foi reduzida ao avanço
de “tecnologias apropriadas” sob a estrutura do monetarismo e uma forma
perversa de análise de sistemas. Após o assassinato de JFK, uma operação
paralela foi conduzida na USAID da América. Nenhuma tecnologia ou
política de infraestrutura avançada necessária para a independência das
ex-colônias foi permitida sob este precursor do que mais tarde ficou
conhecido como “sustentabilidade” e “crescimento zero”.

Sob a influência de Strong, o papel do Canadá se tornou pervertido para
induzir os PMDs a se tornarem obedientes às “condicionalidades” do FMI /
Banco Mundial e às reformas de suas burocracias exigidas pela OCDE para
receber dinheiro. Tanto no Canadá quanto nos países em desenvolvimento,
Strong estava entre os principais agentes que supervisionaram a
implementação da estratégia da OCDE de “análise de sistemas fechados”
para a gestão da política nacional.

Sob a orientação de Strong, o Clube Canadense de Roma foi fundado em
1970 sob a liderança de uma gama misantrópica de tecnocratas do Conselho
Privado, incluindo Pierre Trudeau, que forneceu financiamento do
contribuinte para o infame estudo do MIT, que foi publicado em 1972 na
forma de “Limites para o crescimento” . O líder do Clube de Roma, Sir
Alexander King mais tarde descreveu as realizações do grupo em 1990,
dizendo:

    “Em busca de um novo inimigo para nos unir, chegamos à ideia de que
    a poluição, a ameaça do aquecimento global, a escassez de água, a
    fome e assim por diante … Todos esses perigos são causados ​​pela
    intervenção humana, e é apenas por meio de mudanças de atitudes e
    comportamentos que eles podem ser superados. O verdadeiro inimigo,
    então, é a própria humanidade.”

*Gasolina e pandas*

Em sua função como presidente da Petro Canada (1976-78), Strong endossou
a convocação nacional para a criação de uma moratória nuclear para o
Canadá que havia sido realizado pela Coalizão Canadense pela
Responsabilidade Nuclear em 1977. Este documento não apenas exigia a
suspensão imediata de todos os reatores então em construção, mas também
apresentava o argumento sofístico de que mais empregos poderiam ser
criados se “ecologicamente corretos” fontes de energia e métodos de
conservação foram desenvolvidos em vez de combustíveis fósseis e
nucleares. Desejos estranhos vindos de um executivo do petróleo, mas não
tão estranhos considerando o papel de Strong em 1978-1981 como
vice-presidente do World Wildlife Fund (WWF), uma organização fundada
pelas monarquias britânica e holandesa como uma iniciativa da Royal
Dutch Shell em 1963. Strong foi vice-presidente durante o mesmo
intervalo em que o co-fundador da WWF, príncipe Philip, foi seu presidente.

Em 1971, enquanto ainda chefiava a Agência Canadense de Desenvolvimento
Internacional, Strong tornou-se membro fundador do 1001 Nature Trust ,
uma organização internacional de elite criada pelo Príncipe Bernhard da
Holanda e pelo Príncipe Philip Mountbatten. O 1001 Trust trabalhou em
conjunto com outro clube secreto do Príncipe Bernhard conhecido como
“Grupo Bilderberg”, que ele fundou em 1954 e foi projetado para
financiar o novo movimento ecológico emergente (todos os 1001 membros
pagaram $ 10.000 por sua adesão, que foi agrupado para financiar World
Wildlife Fund e outras organizações verdes).

Nesta posição, Strong ajudou a recrutar 80 “iniciados” canadenses para
esta sociedade de elite também conhecida como “Jardim de Infância de
Strong”, os 3 mais proeminentes sendo Lord Conrad Black, Peter Munk da
Barrick Gold (1927-2018) e o falecido Sir Louis Mortimer Bloomfield da
Permindex (1906-1984). Antes de assumir o cargo de vice-presidente do
WWF, o cargo havia sido ocupado por ninguém menos que o próprio Louis
Mortimer Bloomfield!

Conforme documentado minuciosamente pelo promotor distrital de Nova
Orleans Jim Garrison em seu livro On the Trail of the Assassins , de
1991, descobriu-se que tanto Permindex quanto Louis Mortimer Bloomfield
estavam no cerne da trama para assassinar o presidente John F. Kennedy .

O próprio Bloomfield surgiu como um recurso de inteligência quando foi
recrutado pelo mestre espião do MI6 William Stephenson, enquanto o
último comandava o acampamento X de Ottawa durante a segunda guerra
mundial e que administrava assassinatos e outras operações secretas
durante a guerra. Durante a Guerra Fria, essas operações continuaram
após uma reformulação de imagem, mas ainda foram pegos em flagrante
realizando seus antigos truques em várias das 13 tentativas de
assassinato realizadas pelo francês Charles DeGaulle (para as quais as
operações da Permindex foram proibidas na França e na Suíça )

*Strong decapita a energia nuclear de Ontário*

Em 1992, Strong havia concluído sua função de liderar a Cúpula da Terra
do Rio no Brasil e retornou à sua terra natal para tentar finalizar o
desmantelamento do programa nuclear do Canadá em sua nova missão como
Presidente da Ontario Hydro, cargo que ocupou de 1992 a 1995 sob o
convite formal de Bob Rae, então Premier do NDP de Ontário e irmão de
John Rae da Power Corp. Bob Rae mais tarde serviu como líder do Partido
Liberal de 2011-2013, em preparação para a nomeação de Justin Trudeau
para se tornar a nova figura de proa do partido em abril de 2013.

Strong foi trazido para essa posição na época em que Ontário tinha o
programa nuclear mais ambicioso da América do Norte e estava se
revelando um espinho no lado da agenda de crescimento zero exigida pelo
Império Britânico. A conclusão do enorme sistema Darlington em Ontário
demonstrou o que o planejamento científico de longo prazo poderia
realizar, embora a empresa de serviços públicos se encontrasse muito
acima do orçamento. Os problemas orçamentários (que ocorreram durante
uma recessão profunda em 1992) foram usados ​​por Strong para
“reestruturar” a concessionária de energia provincial.

Os “remédios” escolhidos por Strong para resolver os problemas
financeiros da Ontario Hydro envolveram o cancelamento imediato de todo
o novo desenvolvimento de energia nuclear planejado, demitindo 8 dos 14
diretores e reduzindo a empresa de serviços de utilidade pública,
dispensando 14.000 funcionários, muitos dos quais eram os mais
especializados e experientes técnicos nucleares no Canadá.

Antes de deixar seu cargo em 1995 com a queda do governo de Bob Rae,
Strong garantiu que seu trabalho continuaria com o seu substituto Jim
MacNeill que chefiou a Ontario Hydro de 1994 a 1997. MacNeill foi
co-arquiteto da Carta da Terra e da Agenda 21 genocida durante a Cúpula
do Rio e um antigo agente do Deep State. Sob MacNeill, o mandato de
Strong para desligar desnecessariamente oito reatores para reforma e um
foi afetado permanentemente em 1997, enquanto a própria Ontario Hydro
foi dividida em três entidades separadas. Com a perda irreparável de mão
de obra especializada e habilidades, Strong e MacNeill deixaram Ontario
Hydro e AECL mortalmente feridos nos anos seguintes.

Surpreendendo todos os observadores, a AECL e as concessionárias de
Ontário foram capazes de remobilizar suas forças restantes para reunir a
renovação bem-sucedida de todos os reatores – o último dos quais voltou
a funcionar em outubro de 2012. Enquanto a moratória canadense sobre a
energia nuclear continuava, com a aquisição da SNC Lavelin em 2011, uma
abordagem para cooperação na construção nuclear internacional em
parceria com a China começou em julho de 2014, para desgosto de Strong.
Qualquer tentativa de entender o Escândalo SNC de 2019 sem entender este
processo superior não irá longe .

*Tentativa fracassada de Strong para se infiltrar na China*

<https://dinamicaglobal.files.wordpress.com/2020/11/ehret251101.jpg>
Strong em 2010 tentando convencer o governo chinês a cometer suicídio,
impondo limites de carbono a si mesmo.

De 2000 a 2015, os talentos de Strong foram usados ​​na tentativa de
subverter as aspirações do desenvolvimento asiático e de uma aliança
eurasiana formada em torno do grande projeto econômico impulsionador da
emergente /Belt and Road Initiative/. Strong foi transferido para a
Universidade de Pequim, onde atuou como Professor Honorário e Presidente
da Fundação Ambiental e Presidente do Conselho Consultivo do Instituto
de Pesquisa sobre Segurança e Sustentabilidade para o Noroeste da Ásia.

Em face do colapso da economia transatlântica, os chineses resistiram
com sucesso à agenda do Novo Acordo Verde, que exigia a submissão de sua
soberania nacional à ordem mundial supranacional de crescimento zero e
despovoamento. Apesar dessa pressão, uma poderosa tradição de
confucionismo e seu compromisso com o progresso demonstraram sua
poderosa influência nos vários ramos do estabelecimento chinês, que vêem
a única esperança de sobrevivência da China localizada em sua parceria
estratégica com a Rússia e megaprojetos de longo prazo para levantar seu
povo saiu da pobreza e entrou no século XXII.

A /Belt and Road Initiative/ surgiu como uma verdadeira oposição à
loucura bipolar do militarismo/monetarismo da direita ocidental de um
lado e o despovoamento da esquerda sob “Grandes redefinições” e “Novos
negócios verdes” do outro. Trilhões de dólares de crédito em grandes
projetos de infraestrutura na Eurásia, África e América Latina
resultaram na maior explosão de otimismo cultural, produtividade e se a
população e a liderança do Ocidente agirem com a devida paixão e
sabedoria, há uma oportunidade muito boa para livrar a humanidade do
legado de Maurice Strong.


Fonte: Strategic-Culture
<https://www.strategic-culture.org/news/2020/11/25/maurice-strong-and-the-roots-of-the-great-reset-agenda/>

In
DINAMICA GLOBAL
https://dinamicaglobal.wordpress.com/2020/11/27/a-grande-redefinicao-novo-acordo-verde-a-submissao-da-soberania-nacional-a-ordem-mundial/
27/11/2020

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

A democracia e os seus inimigos

 
 

*por Daniel Vaz de Carvalho [*]

      
*A mão invisível do mercado nunca funcionaria sem ter por detrás um
punho escondido.   A McDonald's não poderia prosperar sem a McDonnell
Douglas, fabricante do F15.
Thomas L. Friedman, /A Manifesto for a fast World /
/New York Times Magazine/
<https://www.nytimes.com/1999/03/28/magazine/a-manifesto-for-the-fast-world.html>
, 28/Mar/1999 *

O monstro saiu da casca. *1 – Os ataques à democracia *

A extrema-direita que agora toma abertamente posição política é mais uma
consequência da persistente crise capitalista e do agudizar das suas
contradições. É o resultado em termos ideológicos de anos de calúnias
contra tudo o que mesmo com leves traços progressistas pusesse em causa
privilégios do grande capital e de paranoia anticomunista. Os que
puseram em prática políticas de direita e neoliberais, contra os
interesses populares e a soberania nacional, andaram chocar o "ovo da
serpente" fascista.

Em nome da "economia de mercado" ou da "democracia liberal" foi dada
liberdade praticamente total ao grande capital, reprimindo os
trabalhadores, atacando o sindicalismo das formas mais soezes,
promovendo o corporativismo da "concertação social" que se pretende
colocar acima do parlamento. Tudo isto evidencia a tendência do
neoliberalismo se encaminhar para formas fascizantes.

A linguagem do ódio, da intolerância, do racismo visando outros povos e
emigrantes – proletariado fugindo à miséria e ao caos provocados por
ações diretas ou apoiadas por países da NATO – sugestionam camadas
populares despolitizadas e frustradas devido às políticas a favor da
oligarquia.

Os pruridos democráticos do chamado centro caem pelo apoio ou
silenciamento perante os neofascismos que se desenvolvem na UE e na
Ucrânia, com glorificação de ex-nazistas e colaboracionistas, a
supressão de elementares regras democráticas, disseminação do racismo e
xenofobia. Caem com o reconhecimento de Guaidó e de outros golpistas na
América Latina, caem enfim com o alinhamento com a agenda conspirativa e
belicista do imperialismo.

Na ONU, os EUA e a Ucrânia são os únicos a oporem-se a uma resolução da
Assembleia Geral, adotada anualmente para "Combater a glorificação do
nazismo, neonazismo e outras práticas que contribuem para alimentar
formas contemporâneas de racismo, discriminação racial, xenofobia e
intolerância relacionada".

Determinadas ONG, não passam de extensões de serviços secretos,
assumindo formas legais, alegadamente defensoras da democracia e
direitos humanos. O seu objetivo é a desestabilização social e a
fabricação de bem pagos "democratas" ao seu serviço, dramatizando
quaisquer problemas existentes ou ficcionados, fazendo campanha contra
despesas sociais do Estado, anunciando cataclismos que resultariam de
medidas socializantes ou consideradas como tal.

Uma das ONG mais relevantes nestes processos de colocar o poder ao
serviço da oligarquia e do imperialismo é a NED (National Endowment for
Democracy). Esta Fundação subsidia organizações que distribuem dinheiro
no exterior, disponível para associações e membros da classe dominante,
partidos da direita, social-democratas e mesmo formações que se
pretendem de esquerda.

As consequências destas atividades, são visíveis nos dramas das
"revoluções coloridas" colocando no poder verdadeiros ditadores
mascarados de democratas, alinhados com à extrema-direita, como no golpe
fascista da Ucrânia. As intervenções militares, no Iraque, Afeganistão,
Líbia, Síria, Somália, Iémen, alegadamente para impor a democracia
provocaram milhões de vítimas, permitiram a consolidação de organizações
terroristas e o drama dos refugiados.

O controlo da opinião pública para apoiar ou não reagir perante estas
situações é garantido pelos principais media, veiculando falsas notícias
e calúnias com que o império procura diabolizar os que não se lhe
submetem como se fosse verdade absoluta e comprovada, abdicando de
confirmar factos ou veicular o contraditório, tornando-se assim agentes
da conspiração e da subversão. Além disto, nas redes sociais proliferam
pro-fascistas difundindo o ódio, deturpando, mentindo sem escrúpulos,
atacando a democracia e os democratas.

A CIA controla os principais media dos EUA desde 1950. Os media não
fornecem notícias, fornecem explicações de acordo com a oligarquia,
garantindo que notícias reais não interferem nos seus objetivos. O livro
/Jornalistas comprados: Como os políticos, os serviços secretos e a alta
finança dirigem os meios de comunicação social alemães / ( /Gekaufte
Journalisten/
<https://www.bookdepository.com/Gekaufte-Journalisten-Udo-Ulfkotte/9783864451430?ref=grid-view&qid=1606191067889&sr=1-1>
) do jornalista alemão Udo Ulfkotte mostra que a CIA também controla a
imprensa europeia. *[1]* <#notas>

O financiamento de candidatos favoráveis aos interesses da oligarquia
constitui também um grave ataque à democracia. As eleições nos EUA são
disto um gritante exemplo: em 2016 os bancos despenderam 2 mil milhões
de dólares a favor dos "seus" candidatos. Em 2020 mais de 3 mil milhões.
*[2]* <#notas>

*2 – A "democracia" oligárquica *

Sob o domínio da oligarquia a democracia assemelha-se a /O retrato de
Dorian Gray/ <https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Retrato_de_Dorian_Gray> .
Tal como a oligarquia, Dorian persegue objetivos amorais, egoístas,
porém a sua imagem regista todo mal que pratica. Também a degradação
ética e a corrupção das práticas oligárquicas agravam as suas
contradições e crises.

Sem qualquer espécie de escrúpulos as elites do dinheiro não hesitam em
atacar pela calúnia e pela perseguição quem possa por em perigo os seus
privilégios. No Reino Unido foi levado a cabo durante anos uma campanha
para destruir o ex-líder trabalhista Jeremy Corbyn que se propunha
reverter o neoliberalismo propondo algumas nacionalizações e fazer
regressar o partido à sua matriz tradicional sindicalista.

A universidade de Princeton publicou um estudo
<http://www.informationclearinghouse.info/52608.htm> , evidenciando que
os Estados Unidos funcionam muito mais como uma oligarquia do que como
uma democracia. Um sistema que, como as recentes eleições comprovam, de
tão corrupto apodreceu.

Para ser considerado democrático pela chamada "comunidade internacional"
(EUA, UE e aliados) basta que um povo /"pratique a democracia à maneira
dos EUA e não tenha nada melhor para fazer do que aceitar a liderança de
Washington". (de Gaulle, Memoires de Guerre III, Livre de Poche, p.
245). / A democracia obtida desta forma é definida pelos interesses
imperialistas e oligárquicos, fundamentalmente dos EUA, fazendo uso dos
instrumentos ao seu serviço como o FMI, BM, NATO. O resultado são
obscenas desigualdades e clara disfuncionalidade social.

Nos EUA apenas três homens
<https://www.theguardian.com/business/2017/nov/08/bill-gates-jeff-bezos-warren-buffett-wealthier-than-poorest-half-of-us>
(B. Gates, J. Bezos, W. Buffet) possuem tanto como metade da população.
A camada oligárquica detém 79% da riqueza do país
<https://www.youtube.com/watch?v=iYyX3vBumxo&list=WL&index=4&t=22s> . A
nível mundial os 26 mais ricos
<https://www.theguardian.com/business/2019/jan/21/world-26-richest-people-own-as-much-as-poorest-50-per-cent-oxfam-report>
supostamente valem tanto quanto a metade de todas as outras, ou 3,8 mil
milhões de pessoas. E isto num mundo em que o rendimento da metade mais
pobre da humanidade continua diminuindo.

A outra face desta moeda é a pobreza, no país dito "mais rico do mundo":
em 2020, estima-se que 11,9 milhões de crianças, 16,2% do total, vivam
abaixo da linha oficial de pobreza; 36% de todas as crianças vivem em
famílias pobres ou "quase pobres", com rendimentos inferiores a 150% da
linha de pobreza. *[3]* <#notas>

Existem 2,3 milhões de presos nos EUA *[4]* <#notas> , taxa de
encarceramento de longe a mais alta do mundo. Segundo o /Washington
Post, / 1 004 pessoas foram mortas a tiro pela polícia em 2019, o grupo
Mapping Police Violence registou 1 099. Um total de 10 310 960 prisões
foram feitas nos EUA em 2018. *[5]* <#notas> Sessenta por cento dos
presos pertencem a minorias (negros e hispânicos) *[6]* <#notas>

O grande capital controla as relações de produção, define e impõe a
ideologia que justifica o seu domínio sobre o Estado, sobre a economia,
sobre toda a sociedade, sendo os seus desmandos justificados em nome da
"economia". Na UE o lóbi Business Europe, que reúne Bayer, BMW, Google,
Microsoft, Shell, Total, entre outras, realizou 170 reuniões em três
anos com a elite da Comissão Europeia. *[7]* <#notas> Os Estados
colocam-se de joelhos perante o grande capital, alavancado pelas
privatizações, PPP, subsídios e isenções, obtendo lucros de monopólio.

*3 - A "democracia" contra a soberania popular *

A democracia é – ou deveria ser – o governo do povo, pelo povo, para o
povo. A ideia contida nesta frase sofre de uma dificuldade, uma
contradição, é que o "povo", o conjunto dos cidadãos, é uma entidade
dividida em classes sociais com interesses e poderes distintos, mesmo
antagónicos, para além do que os possa unir numa mesma nação.

Os mecanismos da alienação potenciados pelos media, incluindo a
propaganda do consumismo, são um meio do povo perder o controlo sobre as
instituições democráticas e seus representantes. Isto explica por que
camadas sujeitas à exploração, pobreza e perda de direitos, votem em
forças que promoveram e promovem aquelas situações. Essas forças
alinhadas à extrema direita conseguem chegar ao poder mentindo,
escondendo suas reais intenções ou com golpes de Estado militares ou
jurídicos (Brasil, Paraguai, Honduras).

A democracia parlamentar formal tem a sua expressão no rotativismo
político de partidos que defendem os mesmos modelos económicos e
sociais, equivalentes a um partido único com várias facções (o
"centro"). É este o sentido do pluralismo político dependente dos
interesses da oligarquia.

Este modelo de democracia é o limite superior considerado aceitável pelo
grande capital. Tudo que vá para além disto ao nível da democracia
social é combatido. Nestas circunstâncias, se os resultados eleitorais
não servirem os seus interesses, isto é, falhando a "cenoura" da sua
democracia, usa o "pau" do fascismo, de que as "revoluções coloridas"
são uma variante. E se estes processos não se concretizarem, o "mundo
livre" aplica sanções, financia conspirações e intervenções armadas.
Aliás, mais de 70% das ditaduras existentes no mundo recebem ajuda dos
Estados Unidos. Um recorde estranho para uma nação que justifica as suas
intervenções no estrangeiro visando "promover a democracia e os direitos
humanos"
<http://www.mintpressnews.com/us-provides-military-aid-70-percent-worlds-dictatorships/232478/#.Whszk7Vu7wc.twitter>
.

Marx referiu-se ao "cretinismo parlamentar, a forma não de dar expressão
à vontade do povo, mas de bloquear essa vontade". O parlamentarismo
reduzindo a democracia a uma retórica de que o povo é alheado por
representantes que renegam praticamente tudo o que prometeram antes de
eleitos. As formalidades democráticas, não impediram que os detentores
da riqueza se transformassem em novos senhores feudais aos quais quase
tudo é permitido em nome dos "mercados", de "dar confiança aos
investidores" ou dos "riscos sistémicos".

A UE é um exemplo de como a democracia formal se opõe à soberania
popular. O sistema está montado para que eleições não possam em alterar
o status quo oligárquico e imperialista ou opor-se aos tratados
existentes. Os exemplos sobram nos referendos (Grécia, Irlanda, França)
e ameaças de sanções a Portugal se uma efetiva política de esquerda
fosse levada a cabo. No PE, 751 deputados – sem real poder – e 10 mil
funcionários, ignoram e são ignorados pelos cidadãos. Uma imensa
burocracia que vive da propaganda, da chantagem sobre os povos e dos
impostos dos cidadãos. Uma democracia submetida a burocratas que se
sobrepõem às políticas dos governos e se orgulham de não estarem
sujeitos a escrutínio popular.

*4 – A democracia, uma conquista sempre precária *

A democracia não é uma conquista definitiva, muito menos uma dádiva, mas
uma condição que há que permanentemente vigiar e mesmo lutar pela sua
preservação, tantos são os seus inimigos e os desvios a que está
sujeita. A social-democracia, tarde e a más horas, por vezes acaba por
descobri-lo.

Será preferível falar em democratização, a democracia como processo,
cidadãos participando não apenas em eleições, mas na gestão da vida
coletiva abarcando os diversos aspetos da vida política, económica e
social.

Não há democracias perfeitas, são realizadas por seres humanos
imperfeitos, existem em sociedades imperfeitas, com interesses
contraditórios e têm de se defender dos ataques dos seus inimigos.

Pode dizer-se que os inimigos da democracia são a corrupção, a
indiferença e a estupidez, em tudo o que tem a ver com o social, fontes
da calúnia, do ódio racista e anticomunista. Tudo isto são consequências
de uma democracia falseada ou inexistente dominada pela burocracia e
pelo grande capital.

A democracia também é profundamente destruída pela concentração da
riqueza <http://www.informationclearinghouse.info/55645.htm> , por
desigualdades alheias à contribuição de cada um para a sociedade.
Acresce ainda um dos principais inimigos da democracia: o imperialismo.
Governos democráticos respeitando a vontade popular são submetidos a
formas de ingerência e agressão, no sentido de serem revertidos esses
processos.

O imperialismo aprofunda as crises que os povos vão suportando, impede
saídas realmente democráticas, promove a intimidação, convulsões sociais
e insatisfação generalizada, desagregação social, empobrecimento e
submissão das camadas trabalhadoras. Perante o poder imperial os
cidadãos têm cada vez menos direitos cívicos (designadamente sindicais)
e sociais. O pensamento livre é reprimido. Recrudescem as crendices, a
superstição e as seitas fundamentalistas. A cultura reflete um profundo
declínio, com obras superficiais que renunciam à crítica social
centrando-se no psicologismo e no drama individual, basicamente cópia de
modelos e êxitos comerciais anteriores.

Tão importante como analisar a forma de governo existente, há que
verificar como são respeitados os desejos, as aspirações das camadas
mais vastas da população. A democracia envolve subordinar a dinâmica
financeira às necessidades do desenvolvimento, económico e social
penalizando o rendimento rentista, estruturando no domínio público os
sectores básicos e estratégicos.

A democracia tem de se alargar a todos os domínios possíveis da
sociedade: nas funções sociais, direitos laborais nas empresas,
democracia económica. As privatizações opõem-se a tudo isto. Quem dirige
a sociedade são os "interesses económicos" - a oligarquia e os credores
financeiros. A dita "democracia liberal", eufemismo para oligárquica, é
refém destes agentes.

Uma medida tão evidente como taxar as transações financeiras e controlar
os paraísos fiscais, mesmo não pondo em causa o sistema capitalista é
combatida tenazmente como "radical", ao mesmo tempo que os países são
atacados pelos défices públicos, precisamente pelos que se aproveitam
deste sistema iníquo.

Em resumo, tudo isto mostra como a via reformista já não pode ser
seriamente considerada – se é que alguma vez o foi. Ao proletariado,
para a superação destas contradições, resta a via das transformações tal
como o marxismo definiu e preconiza.

O socialismo tem de ser considerado uma livre opção democrática,
concretizada na soberania do Estado e no aprofundamento da democracia e
em todas as suas vertentes: política, económica, social e cultural. Sem
a participação consciente e ativa dos cidadãos neste sentido, a
democracia corre o risco de se tornar uma ficção política e as diatribes
parlamentares não irem além de uma competição por lugares ao serviço da
oligarquia.

1 - Paul Craig Roberts www.informationclearinghouse.info/55571.htm
<http://www.informationclearinghouse.info/55571.htm>
2 - Cris Hedges, resistir.info/eua/requiem_americano.html
<https://resistir.info/eua/requiem_americano.html>
3 - The Shame of Child Poverty in the Age of Trump By Rajan Menon
5 - www.informationclearinghouse.info/55196.htm
<http://www.informationclearinghouse.info/55196.htm>
4 - The US Spends More Than $80 Billion a Year Incarcerating 2.3 Million
People <http://www.informationclearinghouse.info/55757.htm>
6 - johnjay.jjay.cuny.edu/nrc/NAS_report_on_incarceration.pdf
<https://johnjay.jjay.cuny.edu/nrc/NAS_report_on_incarceration.pdf>
7 - Liliane Held-Khawam. Coup d'État planétaire, Bernard Gensane,
www.legrandsoir.info/liliane-held-khawam-coup-d-etat-planetaire.htm
<https://www.legrandsoir.info/liliane-held-khawam-coup-d-etat-planetaire.htm>

In
RESISTIR.INFO
https://www.resistir.info/v_carvalho/democracia_23nov20.html
25/11/2020

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

El "testamento" político de Friedrich Engels

 


      Michael R. Krätke


Cualquiera que haya sido puesto a prueba por su lealtad a la
constitución en los años 70 y siguientes en la antigua República Federal
y haya sido sospechoso de ser un "enemigo de la constitución"
probablemente se acordará del "último Engels". Desear un orden económico
y social diferente está permitido en la constitución; el derrocamiento
violento del orden político no. Como joven de izquierda uno podía
remitirse al "último Engels" para pasar como amigo de la constitución,
aunque con opiniones radicales.

Con el "último Engels" se hace referencia, ante todo, a un texto que
Friedrich Engels escribió a principios de 1895, pocos meses antes de su
muerte: una introducción a la nueva edición de "Las luchas de clases en
Francia de 1848 a 1850" de Karl Marx. Casualmente, este fue el último
gran texto que escribió y publicó antes de su muerte. No pretendía ser
su "testamento político". Recibió este dudoso estatus por una serie de
coincidencias.

Engels nunca había estado tan cerca del SPD y sus partidos hermanos
europeos como en los últimos cinco años de su vida. Sin Engels,
difícilmente hubiera sido posible -contrariamente a lo esperado- la
exitosa refundación de una Internacional de partidos socialistas y
socialdemócratas en el verano de 1889. En los primeros años de la
llamada "segunda" Internacional, antes de que existiera una organización
formal y un buró conjunto en Bruselas, muchos de los contactos entre los
partidos socialistas de Europa y América del Norte pasaban por Engels.
Mantenía correspondencia con todos los que tenían rango y nombre en el
movimiento socialista, con Kautsky, con Bernstein, con August Bebel y
otros miembros del ejecutivo del SPD, con Viktor Adler, con Domela
Nieuwenhuis, con Filippo Turati, con Pablo Iglesias, con Paul Lafargue y
muchos otros.

En 1890 cayó la Ley Socialista (Sozialistengesetz), y el SPD pudo operar
legalmente de nuevo en el Reich alemán. Engels estaba entusiasmado. Vio
el comienzo de una nueva época política en Alemania, que requería un
lenguaje político diferente y una estrategia y táctica políticas
diferente. Con el congreso del partido de Erfurt de 1891, logró una obra
maestra: por primera vez, un partido de masas europeo con cientos de
miles de miembros y votantes, el SPD, había adoptado un programa
decididamente socialista que estaba claramente determinado por el
"socialismo científico" de Marx y Engels. Engels consideraba al SPD como
el centro, el núcleo central más importante del movimiento obrero
europeo e internacional; por lo tanto, le dedicó toda su atención. Para
atraer a socialistas y marxistas, era necesario no sólo completar el tan
esperado tercer volumen de /El Capital/, sino también reeditar muchos de
los escritos marxistas que estaban agotados y eran apenas conocidos.

*Las luchas de clases en Francia de Marx *

Por eso estuvo encantado cuando Richard Fischer, el director de la
editorial del /Vorwärts/, le preguntó si estaba dispuesto a publicar una
edición separada de la serie de artículos de Marx, originalmente
titulada "1848 a 1849" en la /Neue Rheinische Zeitung. Politisch
ökonomische Revue/ y escribir un prólogo. Engels estuvo de acuerdo y
escribió el texto, una introducción extensa en lugar de un breve
prefacio, entre el 14 de febrero y el 8 de marzo de 1895. Para la
reedición de los tres artículos originales en la /Revue. Mai bis Oktober
1850/, que había escrito junto con Marx, elaboró una cuarta parte y la
incluyó al final. El resultado fue, como escribió a Richard Fischer, un
"capítulo correcto y decente" y una "conclusión objetiva del conjunto,
sin la cual permanecería como un fragmento"(1). Propuso para este texto
el título que se usa hoy en día, "Las luchas de clases en Francia de
1848 a 1850" (2). Bajo este título también se publicó en abril de 1895
como un folleto con la introducción de Engels, en una edición de 3.000
ejemplares.

A principios de diciembre de 1894, el Canciller del Reich, el Príncipe
von Hohenlohe-Schillingfürst, introdujo un nuevo proyecto de ley contra
la subversión (Umsturzvorlage) en el Reichstag, dirigido contra la
agitación socialdemócrata. En consecuencia, la dirección del SPD
reaccionó nerviosamente a todo lo que pudiera aumentar el peligro de una
nueva edición de la Ley Socialista. Engels estaba dispuesto a ceder a
las propuestas de cambio del ejecutivo del partido. Consideró que
algunas de ellas eran exageradas, y advirtió que no se debían subordinar
por puro miedo a una línea de "legalidad absoluta, legalidad a cualquier
precio", incluso frente a violaciones claras de la constitución y a
actos de golpe de estado; nadie creía en tales declaraciones. Se quejó a
Kautsky de que su texto había "sufrido bastante por las temibles
reservas de nuestros amigos de Berlín sobre el golpe, que tuve que tener
en cuenta dadas las circunstancias" (3). Wilhelm Liebknecht, sin
embargo, cogió el texto de Engels, lo adaptó por su cuenta y lo publicó
en /Vorwärts/. Engels protestó firmemente contra esta versión no
autorizada y abreviada de su texto: el texto fue "tan recortado que
parezco un pacífico adorador de la ley /quand même/" (4). Kautsky se
aseguró de que la introducción de Engels, en la versión que autorizó,
también se publicara en la /Neue Zeit/. Así, en muy poco tiempo, se
distribuyó ampliamente entre la opinión pública socialista internacional
(5).

Así pues, había tres versiones del texto de Engels: la versión original,
la versión editada, en la que se habían suprimido algunos pasajes con el
conocimiento y el consentimiento de Engels, y la versión no autorizada,
recortada, de Wilhelm Liebknecht. El asunto se volvió explosivo cuando,
después de la muerte de Engels, su introducción fue citada por algunos
partidarios del revisionismo como prueba de que incluso Engels, en sus
días de vejez, se había despedido de las fantasías revolucionarias de su
juventud. Kautsky y otros estaban en desacuerdo con esta osada
interpretación, que sólo podía basarse en el recorte de Liebknecht, pero
no en el texto publicado con el consentimiento de Engels. La disputa
volvió a estallar cuando David Riazanov, el director del Instituto
Marx-Engels de Moscú, encontró el manuscrito original en el legado de
Engels y lo publicó en 1925. Esto permitió reconstruir las partes
suprimidas que el mismo Engels había hecho o, en parte, aceptado a
regañadientes (6). Sin embargo, las críticas que los revisionistas del
SPD habían falseado deliberadamente de las palabras de Engels, pudieron
ser fácilmente refutadas por Kautsky (7).

*Engels después de Marx *

¿Cómo pudo un texto relativamente corto de Engels convertirse en la
manzana de la discordia? En 1895 el viejo Engels era una leyenda, el
puente viviente hacia Marx, el único que, a pesar de su "impertinente
modestia", podía hablar con plena autoridad en nombre de Marx, la
instancia suprema en asuntos de "marxismo", que sin él no hubieran
existido (8). Desde el verano de 1844 había sido el más estrecho amigo y
colaborador de Marx, ambos habían perseguido muchos proyectos juntos
hasta el final. El gestor y capitalista, el erudito privado sin título
académico se había formado un gran nombre como escritor y periodista. El
"General", como lo llamaban sus amigos, era considerado una autoridad
destacada en todo lo militar (9). Pero se veía sobre todo como albacea
de su amigo fallecido, y la publicación de los volúmenes segundo y
tercero de /El Capital/ (1885 y 1894) como su trabajo más importante.
Dado que no había un texto comparablemente extenso de los escritos de
Marx sobre política y estado, fue Engels quien, en su extensa
correspondencia y en muchos pequeños textos, a menudo introducciones a
nuevas ediciones de viejos escritos de Marx y de él mismo, contribuyó
decisivamente para aclarar cuestiones centrales del movimiento
socialista en Europa.

*La introducción de Engels de 1895 *

Inicialmente este texto no trataba en absoluto de política, sino de
ciencia: la serie de artículos de Marx fue la prueba de fuego, el primer
intento "de explicar, a partir de una situación económica determinada,
una parte de la historia contemporánea mediante su [es decir, marxista]
modo materialista". Aquí se trataba de “demostrar la relación
causa-efecto interna de un proceso de varios años, tanto crítico como
típico para toda Europa… es decir, atribuir los acontecimientos
políticos a los efectos de causas, en última instancia, económicas (10).
Esto no era fácil, porque "una visión clara de la historia económica de
un período determinado nunca se consigue de forma simultánea, sólo puede
obtenerse retrospectivamente, después de que el material se haya
recogido y examinado". En consecuencia, para Engels, el "método
materialista" debía limitarse a los análisis históricos contemporáneos.
Difícilmente se puede superar la evidencia de que los "conflictos
políticos" están relacionados con "conflictos de interés de las clases
sociales y fracciones de clase determinadas por el desarrollo económico"
y los actores políticos (como los partidos) son la "expresión más o
menos adecuada de estas... clases y fracciones de clase". Gracias a su
conocimiento preciso de la historia económica y política de Francia,
Marx había logrado dar "una descripción de los acontecimientos que
revela su coherencia interna de una manera que nunca antes se había
logrado" (11). Engels se refería a la posterior obra de Marx, el /18º
Brumario de Luis Bonaparte/ de 1852, en el que continuó este análisis
del curso de los acontecimientos hasta el golpe de Estado de Napoleón
III y la caída de la Segunda República francesa (12).

El análisis de la historia contemporánea no es una teoría general, sólo
tiene una validez histórica limitada. Engels expuso, de forma totalmente
autocrítica, la perspectiva histórica que Marx y él compartían en 1850.
Como los demócratas radicales y comunistas que eran, tenían la historia
de la Revolución Francesa en sus mentes. Estaban completamente
hechizados por este gran modelo y esperaban que la revolución europea,
que comenzó con la Revolución de febrero de 1848 en París, siguiera un
curso muy similar. Estaban completamente equivocados. Engels quiso
explicar a los lectores de 1895 por qué "en aquella época estábamos
autorizados a contar con una victoria inminente y definitiva del
proletariado, por qué no se produjo y en qué medida los acontecimientos
contribuyeron a que hoy viéramos las cosas de manera diferente a como
las veíamos entonces" (13). En el otoño de 1850 habían comprendido que
el período revolucionario había terminado; pero esperaban una
continuación, una nueva ola de revolución en la línea de la anterior,
desencadenada por una nueva "crisis económica mundial" (14).

Pero, continuó Engels, "la historia no nos ha dado la razón, a nosotros
y a todos los que pensaban de manera similar" (15). En 1848, el estado
de desarrollo económico en Europa, especialmente industrial, estaba
lejos de estar tan avanzado en ese momento como ellos pensaban. El
rápido desarrollo del capitalismo industrial que tuvo lugar después de
1848, la revolución económica y sobre todo industrial que se extendió
por todo el continente europeo, demostró que el capitalismo moderno
estaba lejos de estar al final de su desarrollo, más bien se encontraba
al principio. El desarrollo hacia las formas políticas modernas, hacia
el estado nacional y la república, también estaba lejos de ser completo.
El breve episodio de la Comuna de París de 1871 demostró una vez más
como de imposible era el dominio de la clase obrera en Europa por
entonces (16).

Por consiguiente, estaba claro para Engels que "el modo de lucha de 1848
está hoy anticuado en todos los aspectos", especialmente la "rebelión a
la vieja usanza, las luchas callejeras (Straβenkampf) con barricadas,
que se producían por todas partes hasta 1848"; las condiciones
completamente cambiadas permitían y requerían hoy un "modo de lucha del
proletariado totalmente nuevo" (17). Los modelos de 1789, 1830 y 1848 ya
no servían como orientación (18).

*La nueva estrategia y táctica. ¿Cómo vencerá la socialdemocracia? *

En sólo unas pocas páginas, Engels desarrolló la estrategia que hoy, con
Gramsci, llamaríamos "guerra de posiciones" (Stellungskrieg), la
estrategia de una lenta conquista del poder, parte por parte, posición a
posición, con tiempo por delante (19). Esta estrategia se hizo posible y
necesaria porque se juntaron algunos elementos nuevos: el ascenso de los
partidos socialistas de masas, la introducción del sufragio universal
(masculino) en diferentes países europeos y los cambios en la tecnología
militar. Para Engels era crucial el hecho de que los partidos obreros
habían aprendido a utilizar el sufragio universal, a participar en las
elecciones a todos los niveles, en los parlamentos nacionales, en los
"parlamentos estatales, consejos locales, tribunales laborales", a
dirigir campañas electorales, a "disputar cualquier puesto" a la
burguesía, a hacerse oír en la opinión pública política con sus propios
órganos de prensa, también a utilizar el parlamento para trabajar en la
opinión pública política, en resumen, a llevar a cabo luchas políticas
legalmente, dentro del marco de las leyes y la constitución. Engels
confió en que los grandes partidos obreros desarrollarían esta
estrategia cada vez más, todos los socialistas aprenderían que el
"trabajo largo y perseverante", el "trabajo lento de la propaganda", la
continua "actividad parlamentaria" serían necesarios para alcanzar el
objetivo. Esta prolongada labor era necesaria porque la revolución
socialista no podía ser una sorpresa, una toma del poder por una pequeña
minoría "a la cabeza de masas inconscientes", sino una gran revolución,
el “completo cambio radical de la organización social". Aquí "las masas"
(es decir, en primera línea, la clase obrera) debían participar
activamente, y por lo tanto habrían comprendido por sí mismas de qué
tipo de revolución se trata; finalmente debían llevarla a cabo (20).

Engels se opuso claramente a las tácticas dirigidas a la toma del poder
mediante insurrección o golpe de estado, y de ninguna manera sólo por
razones militares. También le preocupaba el argumento ético y moral
contra una táctica que tomara la masa de trabajadores sólo como
infantería y carne de cañón de la revolución. De todos modos, en el
estado actual de la tecnología militar, los intentos de insurrección
tendrían pocas posibilidades de éxito, en tanto el ejército estuviera
intacto y los soldados obedecieran a sus oficiales. Advirtió a todos los
partidos socialistas que no se dejaran convencer para provocar actos
violentos o lo que sólo podría terminar en derrotas sangrientas, en
derramamiento de sangre como en París en 1871, que haría retroceder
décadas el movimiento obrero. Las organizaciones de masas socialistas,
el movimiento obrero, como mejor se conducen es cuando se mueven dentro
del marco legal, usan sus derechos sabiamente y construyen sus
posiciones en el estado y la sociedad paso a paso. La "tarea principal"
del SPD en particular es mantenerse intacto, que el movimiento y sus
organizaciones de masas se cuenten por millones, no dejar que se
desgaste en escaramuzas, continuar el crecimiento de su propio poder
político con medios legales y pacíficos hasta que haya crecido "el poder
decisivo del país", un poder que "crece por encima del sistema político
existente" (21). Engels dejó aquí abierto lo que sucedería si el
movimiento socialista de la clase trabajadora se convirtiera un día en
el poder más grande en el estado. Terminó su introducción con una
analogía histórica y se refirió al ascenso de los cristianos en el
Imperio Romano, de ser una secta a ser la religión del estado (22). Hay
que destacar esta analogía, porque muestra muy claramente que Engels
imaginó la lucha política de la socialdemocracia como una lucha
prolongada por la hegemonía en el estado y la sociedad. Al final, el
movimiento obrero ganaría porque sus pensamientos, sus valores, sus
objetivos serían los pensamientos, valores y objetivos dominantes.

En los pasajes borrados de su manuscrito, también habló de un posible
futuro de /Straβenkämpfen/: todavía podrían ocurrir, pero las
condiciones serían mucho menos favorables que antes. Algo muy diferente
a eso era crucial: si el movimiento socialista continuaba creciendo como
lo había hecho hasta ahora, entonces, en un futuro previsible, la
mayoría de los soldados de leva consistirían, en gran mayoría, en
jóvenes socialistas, y por lo tanto ya no serían utilizables contra su
propio pueblo. Por supuesto, Engels, como buen demócrata, no renunciaba
al derecho a resistir en situaciones que consideraba probables:
violaciones abiertas de la constitución, golpes de estado por parte de
los poderes dominantes, que no veían otra manera de controlar el exitoso
movimiento legal de masas de los socialistas. Pero mejor no hablar hoy
de lo que uno habría hecho entonces (23).

*El "revisionismo" de Engels: ¿Cambió Engels su concepción política? *

Esta era la opinión de muchos que consideraban a Engels y especialmente
a Marx como revolucionarios peligrosos. Los partidarios en el SPD de la
táctica de quedarse quieto y esperar se sintieron confirmados. Sin
embargo, Engels subrayó que consideraba que las tácticas pacíficas y
legales de las campañas electorales y la labor parlamentaria sólo eran
útiles para ciertos países y en ciertas condiciones (24). Por supuesto,
sólo entonces y únicamente allí donde había sufragio universal y donde
las reglas democráticas del juego fueran respetadas por los poderes
dominantes. Pero eso no lo harían siempre, Engels estaba convencido de
ello. La estrategia de /Stellungskriegs/ y las tácticas de acción legal
y pacífica, según las reglas de juego democráticas, llegarían a su fin
porque los gobernantes recurrirían a la violencia mucho antes de que el
partido socialista pudiera lograr una mayoría y llegar legalmente al
poder. Y esto los conduciría "del terreno de la mayoría de los votos al
terreno de la revolución" (25).

Esta posición no era nueva. Las revoluciones pacíficas, de forma legal y
democrática, eran probablemente concebibles en algunos países (Francia,
EE.UU., Gran Bretaña), había escrito Engels en 1891. En los países
"donde la representación del pueblo concentra todo el poder en sí mismo,
donde se puede hacer lo que se quiera de forma constitucional tan pronto
como se tenga a la mayoría del pueblo detrás de sí" (26). Marx había
dicho públicamente exactamente lo mismo en Ámsterdam en 1872: en algunos
países como los EE.UU., Gran Bretaña, tal vez también Holanda, es
posible que "los trabajadores puedan alcanzar su objetivo por medios
pacíficos"; esto depende de las "instituciones... costumbres y
tradiciones de los diferentes países" (27). Y veinte años antes, en
1852, Marx había escrito que la implantación del sufragio universal en
Inglaterra sería un "logro de contenido socialista" porque conduciría
inevitablemente a un "gobierno político de la clase obrera" (28).

Tanto Marx como Engels estaban convencidos de que la república
democrática era la más alta y última forma política de la sociedad
burguesa, a la que se podía combatir definitivamente en la moderna lucha
de clases. Está claro, dijo Engels en 1891, "que nuestro partido y la
clase obrera sólo pueden llegar al poder bajo la forma de la república
democrática" (29). En su texto de 1895, Engels elogió el enorme progreso
que tanto el partido como el mismo movimiento socialdemócrata habían
sido capaces de llevar a cabo bajo las restrictivas condiciones del aún
entonces Imperio Alemán. ¡Qué avances no habrían logrado en las
condiciones de una república democrática! Tanto Engels como Marx se
habían opuesto repetida y firmemente a las frases y jugueteos
revolucionarios; este fue el núcleo de sus discusiones con los anarquistas.

No hay ruptura entre el viejo Engels, asesor de un movimiento
internacional de masas que ya era una potencia en Europa, y el joven
revolucionario que participó en el levantamiento de Baden de 1848/49.
Ambos, tanto el viejo como el joven, insisten en el histórico "derecho a
la revolución", ya que todos los estados del presente (así como del
pasado) han surgido de revoluciones. Bismarck fue, como Robespierre, un
revolucionario; nuevas formas políticas pueden surgir de "revoluciones
desde abajo" así como de "revoluciones desde arriba". Todo pueblo tiene
derecho a cambiar la forma de estado y de gobierno, de dotarse de una
nueva constitución o de otra república, e incluso pretender e instaurar
una nueva forma de democracia política. Tanto el viejo como el joven
Engels insisten en el primordial "derecho a la resistencia" democrática
contra los actos violentos de los respectivos gobernantes. Y tanto el
joven como el viejo se vuelven decididamente contra los "alquimistas de
la revolución" que juegan con el levantamiento y con las vidas de
decenas de miles. Incluso la huelga general, una de las ideas favoritas
de los anarquistas, fue considerada un disparate por el viejo Engels.

*Notas*

1. Friedrich Engels, Carta a Richard Fischer del 13 de febrero de 1895,
en: MEW Vol. 39, p. 410.

2. En 1850, mientras estaban en el exilio británico, Marx y Engels
habían iniciado inmediatamente un nuevo proyecto de revista, la
continuación de la Neue Rheinische Zeitung, esta vez como una revista
político-económica. En cada número analizaban y comentaban los
principales acontecimientos económicos y políticos de los meses anteriores.

3. Friedrich Engels, Carta a Richard Fischer del 8 de marzo de 1895, en:
MEW Vol. 39, p. 424; Friedrich Engels, Carta a Karl Kautsky del 25 de
marzo de 1895, en: MEW Vol. 39, p. 446.

4. Friedrich Engels, Carta a Karl Kautsky del 1 de abril de 1895, en:
MEW Vol. 39, p. 452.

5.La introducción de Engels tuvo un efecto directo en los debates
durante la segunda discusión del proyecto de ley de subversión en el
Reichstag. Los parlamentarios liberales como Theodor Barth lo citaron
como prueba de que la socialdemocracia de hoy no sigue ninguna "política
de violencia". En los discursos del Reichstag, Ignaz Auer y August Bebel
también se refirieron con aprobación al texto de Engels y lo citaron
(véase Informes taquigráficos sobre las negociaciones del Reichstag.
novena legislatura, tercer período de sesiones, 1894/1895, volumen 1,
Berlín 1895, págs. 2143, 2149/2150, 2227). El proyecto de ley fue rechazado.

6. En la edición de MEW, los pasajes eliminados se indican en el texto
mediante corchetes angulares.

7.Karl Kautsky, El testamento político de Engels, en: Der Kampf, vol.
18, 1925, no. 12, pp. 472 - 478.

8. Sin embargo, Engels no estaba en absoluto contento con el término
"marxismo" inventado por los bakuninistas y otros oponentes de Marx.
Sabía muy bien que Marx se había resistido fuertemente a ser visto como
un "marxista".

9.Cf. por ejemplo su folleto de 1893 "¿Puede Europa desarmarse?" (en:
MEW Vol. 22, pp. 371 - 399).

10. Friedrich Engels, Introducción [a "Klassenkämpfe in Frankreich 1848
bis 1850" de Karl Marx], en: MEW Vol. 22, p. 509.

11.Friedrich Engels, ibíd., págs. 509, 510. Se puede ver que Engels, a
diferencia de los filósofos marxistas, vio la prueba de la utilidad de
la nueva teoría no en las reflexiones generales sobre el concepto de
práctica o historia, sino en las investigaciones empíricas e históricas
(contemporáneas) de las luchas políticas y sociales reales en los países
capitalistas. La falta total de tales investigaciones históricas
contemporáneas, combinada con la simultánea abundancia de reflexiones
puramente filosóficas sobre la teoría marxista como tal, es la carencia
básica de todos los "marxismos" actuales.

12.Friedrich Engels, ibíd., pág. 511.

13.Friedrich Engels, Carta a Paul Lafargue del 26 de febrero de 1895,
en: MEW Vol. 39, p. 412.

14.cf. Friedrich Engels, Introducción ..., p. 513. Desde la crisis
económica mundial de 1857/58, Marx y Engels vieron la conexión entre
crisis económica y revolución con creciente escepticismo.

15. Friedrich Engels, Introducción [a Karl Marx "Luchas de clases en
Francia 1848 a 1850"], en: MEW Vol. 22, S. 515.

16. Cf. Engels, ibid., pp. 516, 517.

17.Engels, ibíd., págs. 513, 519.

18. "La era de las barricadas y las peleas callejeras se ha acabado para
siempre... Así que uno está obligado a encontrar una nueva táctica
revolucionaria. He estado pensando en esto durante algún tiempo, pero
aún no he llegado a ninguna conclusión", escribió Engels a Paul Lafargue
en 1892 (Friedrich Engels, Carta a Paul Lafargue del 3 de noviembre de
1892, en: MEW Vol. 38, p. 505).

19. La distinción entre "guerra de posiciones" y "guerra de movimiento",
que hoy en día se asocia con el nombre de Gramsci, había sido décadas
antes desarrollada por Engels y otros. Gramsci es muy poco original en
este sentido (como en muchos otros).

20. Friedrich Engels, Introducción [a Karl Marx "Klassenkämpfe in
Frankreich 1848 bis 1850"], en: MEW Vol. 22, p. 519, 523.

21.Engels, ibíd., págs. 523, 524, 525 y ss.

22. Engels, ibíd., págs. 526, 527. En una carta privada, sin embargo,
habló del momento "en que seríamos lo suficientemente fuertes para dar
el paso a la legislación positiva", por lo que no descartó en absoluto
una labor parlamentaria y legislativa (véase Friedrich Engels, Carta a
Edouard Vaillaint de 5 de marzo de 1895, en: MEW Vol. 39, pág. 420).

23. Cf. Engels, ibíd., págs. 522, 525, 526.

24." Predico esta táctica solo para la Alemania actual, y con no pocas
considerables reservas. Para Francia, Bélgica, Italia, Austria, esta
táctica no sirve en su totalidad, y para Alemania puede llegar a ser
inaplicable mañana mismo" (Friedrich Engels, Carta a Paul Lafargue del 3
de abril de 1895, en: MEW Vol. 39, p. 458).

25. Friedrich Engels, Respuesta al Honorable Giovanni Bovio, en: MEW
Vol. 22, p. 580. En su artículo "Der Sozialismus in Deutschland" (El
socialismo en Alemania), que apareció en 1892 en la Neue Zeit, había
expresado esta expectativa de manera inequívoca: Los "burgueses y su
gobierno" serán los primeros en violar la ley y el derecho en el Reich
alemán para detener el ascenso de la socialdemocracia: "Sin duda,
dispararán primero" (Friedrich Engels, Der Sozialismus in Deutschland,
en: MEW Vol. 22, p. 251).

26. Friedrich Engels, Zur Kritik des sozialdemokratischen
Programmentwurfs, en: MEW Vol. 22, p. 234.

27.Karl Marx, Discurso sobre el Congreso de La Haya, en: MEW Vol. 18, p.
160.

28.Karl Marx, Los Cartistas, en: MEW vol. 8, p. 344.

29. Friedrich Engels, Zur Kritik des sozialdemokratischen
Programmentwurfs, en: MEW Bd. 22, S. 235.

Michael R. Krätke
<https://www.sinpermiso.info/autores/Michael-R.-Kr%C3%A4tke>
es miembro del Consejo Editorial de Sin Permiso, profesor de economía
política en la Universidad de Lancaster y colaborador asiduo de Der
Freitag. Meses atrás publicó el libro "Friedrich Engels oder: Wie ein
Cotton-Lord" den Marxismus erfand (Friedrich Engels o cómo un "señor del
algodón" inventó el marxismo) en la editorial Karl Dietz de Berlin.
Fuente:
www.researchgate.net/publication/331498100_Friedrich_Engels'_politisches_Testament

Traducción:
Jaume Raventós

In
SINPERMISO
https://www.sinpermiso.info/textos/el-testamento-politico-de-friedrich-engels
17/11/2020

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Boulos: nace un nuevo líder para la izquierda brasileña

 




EL CANDIDATO DE UN NUEVO PARTIDO DE IZQUIERDA DERROTA AL BOLSONARISMO.
TAMBIÉN DERROTÓ AL PT Y A LULA, QUE CADA VEZ ESTÁN MÁS AL CENTRO DE LA
POLÍTICA BRASILEÑA

Hugo Albuquerque, periodista brasileño

El último 15 de noviembre, Guilherme Boulos, militante de la lucha por
vivienda digna y estrella ascendente de la izquierda radical brasilera,
llegó a la segunda vuelta en las elecciones municipales de la gigantesca
ciudad de São Paulo, la más grande de las Américas y el centro
financiero de Brasil. Afiliado al Partido Socialismo y Libertad (PSOL),
Boulos disputa con apenas 38 años la alcaldía de São Paulo junto a Luiza
Erundina, una socialista veterana que en los años 80 se convirtió en la
primera mujer en gobernar la ciudad.

En la campaña, a pesar de contar con pocos recursos y una legislación
electoral que no favorece a los partidos pequeños, Boulos superó a Celso
Russomanno, candidato de la extrema derecha apoyado por Jair Bolsonaro,
lo que desplazó el terreno de las elecciones hacia la izquierda. Derrotó
también a Jilmar Tatto, poderoso miembro del Partido de los Trabajadores
(PT) de Luiz Inácio Lula da Silva, cuya candidatura disgustó a quienes
históricamente apoyaron al expresidente.

La victoria de Boulos tiene múltiples significados. Demostró que la
izquierda, con una plataforma radical, puede superar a una extrema
derecha poderosa en las redes sociales y en las calles, como así también
que es posible superar la dicotomía entre lulistas y anti-lulistas al
interior de la izquierda brasilera.

Además de permitirle pasar a segunda vuelta, la campaña de Boulos debe
ser considerada como una victoria en sí misma. Movió las placas
tectónicas de la política brasilera y planteó las alternativas
estratégicas, técnicas e ideológicas que, sin exagerar, podrían
determinar los rumbos de la izquierda brasilera durante los próximos años.

*Una joven estrella*

Con menos de 40 años, Boulos se hizo conocido en todo Brasil en el año
2003, cuando el Movimiento de los Trabajadores Sin Techo (MTST) ocupó un
enorme terreno abandonado, propiedad de Volkswagen, en la icónica
localidad de São Bernardo do Campo (municipio industrial vecino de São
Paulo, donde el expresidente Lula dejó su nombre escrito en la historia
liderando las grandes huelgas que derrotaron a la dictadura militar
brasilera de 1964-1985).

Este gesto osado y hasta provocativo para con el recién electo Lula, en
un momento en que los trabajadores brasileros estaban felices y llenos
de esperanza con su presidente obrero, colocó a Boulos en una posición
destacada de un sector que, hasta ese momento, había sido prácticamente
insignificante: la oposición de izquierda al gobierno del PT.

Pocos años después, con la ruptura de los denominados «radicales del
PT», que fueron expulsados del partido de Lula y formaron el PSOL, la
crítica creciente de los movimientos sociales al gobierno de Lula y
otros factores dieron un nuevo significado al gesto iconoclasta de
Boulos que, además de ayudar a resolver la situación concreta de las
familias, apuntaba a denunciar un gravísimo déficit de vivienda que
sigue afectando al país hasta el día de hoy.

Como siempre señaló Boulos, aun luego de los avances que se dieron
durante los años de gobierno del PT, millones de brasileros —un
equivalente al 15% de la población— no tienen techo y viven en las
calles o en áreas precarias e irregulares de las grandes ciudades. Esta
reivindicación constituye la fuerza de Boulos, que dirigió innumerables
ocupaciones de inmuebles abandonados que no eran destinados a la
vivienda por el poder estatal brasilero.

Sin embargo, Boulos tomó otra dimensión durante las manifestaciones que
llevaron a millones de brasileros a las calles entre 2013 y 2014, con un
MTST fortalecido y estructurado que se convirtió en uno de los pocos
movimientos sociales que consiguió, al mismo tiempo, movilizar a las
personas y enfrentar a los movimientos de extrema derecha que comenzaron
a emerger en aquel momento.

*Ni Lula ni anti-Lula*

Dada la necesidad de construir y fortalecer sus organizaciones,
diferenciándose del PT, la izquierda radical brasilera se afirmó
haciendo críticas muy duras y una oposición casi sistemática al gobierno
de Lula. Al mismo tiempo, otras organizaciones siguieron operando bajo
el régimen de una firme obediencia al partido que gobernaba en ese entonces.

Sin embargo, Boulos siguió un camino bastante singular, sin someterse ni
al lulismo ni al anti-lulismo. Esto quedó claro con las manifestaciones
de 2013-2014, cuando Dilma Rousseff, sucesora de Lula en la presidencia,
sufría ataques que provenían de todos lados y la derecha tradicional se
preparaba para sacarla del poder a cualquier costo (inclusive apelando a
una alianza con la extrema derecha y los militares).

El MTST de Boulos salió a las calles todas las veces que fue necesario
para protestar contra los movimientos golpistas que apuntaban a Dilma y,
por consiguiente, a la clase trabajadora. Sin embargo, lo hacía forzando
a que el gobierno tomara medidas de izquierda que apuntaran a
reestructurar su relación con la clase trabajadora y con los movimientos
sociales.

Cuando el expresidente Lula fue encarcelado en 2018 luego de un complot
liderado por Sergio Moro, exjuez y exministro de Justicia de Bolsonaro,
Boulos y el MTST se convirtieron en figuras centrales del movimiento por
la liberación de Lula, lo cual les garantizó la simpatía de muchos
militantes del PT.

Por cierto, fue el MTST el que ocupó el departamento que Lula
supuestamente había recibido como propina a cambio de realizar lo que el
entonces juez Moro definió como «actos indeterminados». Lula jamás vivió
en ese departamento ni lo utilizó. La acción del MTST comprobó que el
departamento no era lujoso y que las supuestas reformas que habrían sido
exigidas por el expresidente no existían, desmintiendo todavía más la
narrativa de la persecución.

Décadas de enfrentamientos entre el PT y la izquierda radical dejaron
heridas que todavía estaban abiertas durante el golpe de 2016. Estos
sectores fueron obligados a unirse para sobrevivir al gobierno de
Bolsonaro. Pero Boulos demostró ser una figura que estaba más allá y por
encima de esto. Lo cual fue fundamental para estas elecciones y es uno
de los motivos que explican su liderazgo.

*Las elecciones de 2020*

Cada cuatro años, los más de cinco mil municipios brasileros deciden al
mismo tiempo quién ocupará la alcaldía y quiénes el concejo. Es decir
que se desarrollan miles de elecciones locales, simultáneas y
coordinadas, en municipios que incluyen desde ciudades muy pequeñas del
Amazonas hasta metrópolis enormes como São Paulo.

En la estela de la crisis permanente de la presidencia de Bolsonaro, sus
movimientos claramente golpistas de 2020 y la pandemia global de
COVID-19, el cuadro político brasilero es completamente incierto. En São
Paulo, donde Bolsonaro hizo una gran elección en las presidenciales de
2018, una gigantesca ola de decepción con el presidente brasilero tomó
el lugar de lo que, sobre todo en los barrios más ricos, era un
orgulloso y masivo anti-izquierdismo.

Históricamente a la derecha en las elecciones nacionales, São Paulo
siempre estuvo dividida en las elecciones municipales entre la derecha
populista y la izquierda hegemonizada por el PT, que en un momento fue
más radical, aunque luego se volvió más moderada. A menudo, las
victorias locales llevaron a buenas elecciones nacionales, mostrando que
las decisiones de São Paulo tienen gran influencia en la política brasilera.

En 2016, Fernando Haddad, exministro y ex aliado de Lula, perdió la
reelección frente a la centroderecha tradicional (con el discurso
populista y ultraconservador de João Doria) perteneciente al Partido de
la Socialdemocracia Brasilera (PSDB). A pesar de su nombre, este es el
partido más importante de la centroderecha neoliberal brasilera y
gobernó Brasil por ocho años, entre 1995 y 2002 con Fernando Henrique
Cardoso, antípoda y antecesor de Lula.

Eso no impidió que Haddad quede en segundo lugar en las elecciones
presidenciales de 2018, que disputó mientras Lula estaba preso. Por su
parte, Doria abandonó el cargo de alcalde y disputó la elección estatal
ese mismo año, siendo electo como gobernador de São Paulo a pesar de
haber perdido en la ciudad más grande y en la capital.

Bruno Covas, vice de Doria, continuó el gobierno asumiendo una línea más
moderada, cercana al centro, algo semejante a lo que el PSDB hacía a
fines de los años 1980, antes de convertirse en la oposición ferviente
de Lula, abriendo la caja de Pandora de un populismo de derecha que, a
fin de cuentas, sirvió para llevar a Bolsonaro a la presidencia.

Con la negación de Haddad a disputar la municipalidad de São Paulo en
2020, el partido de Lula escogió en mayo, por un pequeño margen y en un
proceso de primarias indirecto, a Jilmar Tatto, exdiputado federal que
tiene control electoral sobre áreas importantes de la empobrecida Zona
Sur de la ciudad, pero que es duramente criticado por ser un frío hombre
de aparato.

Dada la insatisfacción de militantes históricos, intelectuales y
artistas ligados al PT con la elección de Tatto (entre quienes puede
mencionarse a Celso Amorin, exministro de Relaciones Exteriores de Lula,
y al icónico cantor y escritor Chico Buarque), se abrió un nuevo
horizonte para el PSOL. Boulos venció en las primarias del partido
contra la diputada federal Sâmia Bomfim y ganó innumerables apoyos.

La buena comunicación en las redes sociales compensó el poco espacio en
la televisión que la legislación prevé para los partidos pequeños. Fue
esta comunicación clara, firme pero distendida, la que hizo que Boulos
se convirtiera en una sorpresa en las elecciones. Luego de un verdadero
duelo e intercambio de acusaciones con Celso Russomanno, que tenía el
apoyo de Bolsonaro, Boulos creció durante las dos últimas semanas de la
elección y consiguió su lugar en la segunda vuelta.

Los resultados del último domingo indican que el PSOL duplicó sus votos
para la Cámara Municipal, aunque quedó atrás del PT, que perdió algunos
votos, pero conservará una mayor cantidad de concejales en un escenario
de gran fragmentación parlamentaria. Aun así, el partido de Lula
manifestó su apoyo al PSOL en la segunda vuelta.

Con la extrema derecha fuera del juego. Con la enorme alegría de Luiza
Erundina como vice (que a los 85 años está firme y fuerte) y junto a
miles de militantes, más que una alcaldía, Boulos está disputando el
imaginario de que es posible derrotar a Bolsonaro y que no es necesario
que la izquierda brasileña apoye a los neoliberales «normales» para
conseguirlo. En este sentido, incluso si no se cumple el desenlace
electoral que pretende durante las próximas dos semanas, ya consiguió la
victoria que la izquierda necesitaba.

In
OBSERVATORIO DE LA CRISIS
https://observatoriocrisis.com/2020/11/19/boulos-nace-un-nuevo-lider-para-la-izquierda-brasilena/
19/11/2020

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

50 anos de convergências

 



Manuel Loff

Mal a direita clássica (PSD e CDS) precisou dos votos da extrema-direita
para retomar o poder, aceitou imediatamente negociar com esta e,
pudicamente sem a incorporar no governo, assumiu no seu programa
aspectos tão simbólicos quanto a restrição radical de direitos sociais e
a revisão da Constituição! Mas não há novidade alguma nesta aliança.

Não foi preciso esperar muito. Mal a direita clássica (PSD e CDS)
precisou dos votos da extrema-direita para retomar o poder, aceitou
imediatamente negociar com esta e, pudicamente sem a incorporar no
governo (hoje o regional dos Açores, no futuro o da República), assumiu
no seu programa aspetos tão simbólicos quanto a restrição radical de
direitos sociais (reduzir para metade os beneficiários de RSI na região
onde mais pessoas dele necessitam) e a revisão da Constituição! Apesar
da contestação que alguma (se virmos bem, muito pouca) direita abriu
contra a direção do PSD, não há novidade alguma nesta aliança. Desde que
a Democracia-Cristã italiana fez eleger em 1971 um candidato
presidencial, pela primeira vez desde 1945 com os votos dos neofascistas
do MSI, e desde que as direitas escandinavas passaram a incluir na sua
estratégia para expulsar a social-democracia do poder partidos da
extrema-direita organizados em torno do mesmo ultraliberalismo económico
do Chega, as direitas clássicas da Europa ocidental têm 50 anos de
convergência com a extrema-direita — exatamente a mesma convergência que
levou os fascismos ao poder nos anos 20 e 30. A partir dos anos 90, a
normalização da extrema-direita, por mais racista e desbocada que ela
fosse, avançou decisivamente em Itália (todos os governos que Berlusconi
formou desde 1994 integraram neofascistas, pós-fascistas e os racistas
da Liga) e na Áustria (coligações de democratas-cristãos com a
extrema-direita desde 2000), e rapidamente se estendeu pela Europa
centro-oriental (ao ponto de caracterizar estruturalmente uma cultura
política específica da região que reproduz o quadro que existia no
período de entre guerras), a Escandinávia e o resto da Europa ocidental;
desde 2002 que quase não houve governo de direita na Holanda que não
integrasse a extrema-direita ou se baseasse num acordo parlamentar com
ela. Alemanha, França e Grã-Bretanha parecem ser as últimas exceções. O
mesmo se dizia de Portugal e Espanha, e foi o que se viu. A regra,
portanto, passou a ser a da cooptação das extremas-direitas pelas
direitas liberal-conservadoras. Estas continuavam a dirigir os governos,
assegurando que esta era a melhor forma de domar a extrema-direita. O
resultado foi, isso sim, a radicalização das direitas clássicas:
convergência estratégica (construindo maiorias políticas) e convergência
em muitas das batalhas culturais. Querem melhor exemplo que Cavaco
Silva, o cardeal-patriarca e Passos Coelho assinarem um manifesto contra
as aulas de Educação para a Cidadania que replica em Portugal as
campanhas de Bolsonaro? A banalização da retórica confrontacional de
tipo fascista acabou inevitavelmente por contaminar a linguagem do resto
das direitas; a convergência em questões sociais e educativas e na
discriminação das minorias étnicas fizeram o resto. Em 2000, George W.
Bush foi eleito com uma plataforma política que já incorporava as
grandes batalhas da extrema-direita religiosa (ilegalização do aborto,
proibição do casamento homossexual, confessionalismo anticientífico), e
foi tudo menos coincidência ser ele a levar à prática o Choque de
civilizações previsto (aliás: desejado) por Huntington, abrindo guerras
intermináveis no Afeganistão e no Iraque e criando um clima generalizado
de racialização das relações internacionais e de normalização do
discurso xenófobo. À extrema-direita só faltava o controlo direto do
poder executivo. Foi o que aconteceu em 2005 com o primeiro Governo
Kaczyski na Polónia. Orbán, que governara como liberal em 2005-07,
passou a pautar a nova geração de governos da extrema-direita do nosso
século. Desde 2010 mudou a paisagem político-constitucional da Hungria,
conduzindo uma transição autoritária que agora dificilmente poderá ser
revertida por via legal — e o país continua na UE. Por fim, a eleição de
Trump (2016) e de Bolsonaro (2018) revelaram bem a radicalização do
conjunto das direitas. O acordo PSD-Chega reitera 50 anos de história
das direitas: nem cordão sanitário, nem dique, nem coisa nenhuma impediu
a convergência das direitas. Quem quiser defender a democracia precisa é
de preparar-se para as consequências que esta pode ter no contexto
social mais depressivo dos últimos 75 anos, feito de nova pobreza, medo,
ansiedade e securitarismo.

/Fonte: Jornal Público 17-11-2020

O DIÁRIO.INFO
https://www.odiario.info/50-anos-de-convergencias/
18/11/2020

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

O RCEP salta sobre as Novas Estradas da Seda


 
 
*por Pepe Escobar [*]

Países da RCEP. Ho Chi Minh, na sua morada eterna, estará a saborear
isto com um sorriso celestial. O Vietname foi o hospedeiro – virtual –
quando as 10 nações da ASEAN, mais a China, Japão, Coreia do Sul,
Austrália e Nova Zelândia, assinaram a Parceria Económica Regional
Abrangente (Regional Comprehensive Economic Partnership, RCEP
<https://en.wikipedia.org/wiki/Regional_Comprehensive_Economic_Partnership>
) no último dia da 37ª Cimeira da ASEAN.

O RCEP, cuja preparação levou oito anos, reúne em conjunto 30% da
economia global e 2,2 mil milhões de pessoas. É o primeiro marco
auspicioso dos Devastadores Anos Vinte /(Raging Twenties), / os quais
começaram com um assassinato (do Gen. Soleimani, do Irão) seguido por
uma pandemia global e agora por intimidações agourentas de um suspeito
Grande Reinício /(Great Reset). /

O RCEP define o Leste da Ásia como o eixo primário indisputado da
geoeconomia. O Século Asiático de facto já estava em elaboração desde a
década de 1990. Entre os asiáticos, e os ocidentais que o identificaram,
está o meu livro /21st: The Asian Century / publicado em 1997 (excertos
aqui
<https://books.google.com.br/books?id=b5kFKQ12hPsC&printsec=frontcover&hl=pt-BR#v=onepage&q&f=false>
.)

O RCEP pode forçar o ocidente a fazer algum trabalho de casa e
compreender que a narrativa principal não é que o RCEP "exclui os EUA"
ou que é "concebido pela China". O RCEP é um acordo vasto de todo o
Leste da Ásia, iniciado pela ASEAN e debatido entre iguais desde 2012,
inclusive pelo Japão, o qual para todos os propósitos práticos se
posiciona como parte do Norte Global industrializado. Este é o primeiro
acordo comercial desde sempre que une as potências económicas asiáticas,
China, Japão e Coreia do Sul.

Por agora está claro, finalmente em vastas faixas da Ásia do Leste, que
os 20 capítulos do RCEP <https://rcepsec.org/legal-text/> reduzirão
tarifas de cabo a rabo; simplificarão alfândegas, com pelo menos 65% dos
sectores de serviços abertos plenamente, com limites acrescidos de
participação accionista estrangeira; solidificação de cadeias de
abastecimento ao privilegiar regras comuns de origem; e codificação de
novas regulações de comércio electrónico.

Quando se chega aos pormenores, as empresas estarão a poupar e serão
capazes de exportar para qualquer lugar dentro do espectro das 15 nações
sem se incomodarem com exigências extras e separadas de cada nação. Isto
é acima de tudo um mercado integrado.

*Quando o RCEP encontra-se com a BRI *

O mesmo disco riscado estará a tocar sem parar que o RCEP facilitar as
"ambições geopolíticas" da China. Esta não é a questão. A questão é que
o RCEP evoluiu como um companheiro natural para o papel da China como o
principal parceiro comercial de virtualmente todo actor do Leste Asiático.

O que nos traz para o ângulo geopolítico e geoeconómico chave: o RCEP é
um companheiro natural para a Belt and Road Initiative (BRI), a qual
como uma estratégia de desenvolvimento comercial sustentável estende-se
não só ao Leste da Ásia mas aprofunda-se na Ásia Central e Ocidental.

A análise do /Global Times/
<https://www.globaltimes.cn/content/1206886.shtml> é correcta: o
ocidente não cessou de distorcer a BRI, sem reconhecer como "a
iniciativa que eles têm estado a difamar é realmente é realmente popular
na vasta maioria de países ao longo da rota BRI".

O RCEP recentrará a BRI – cuja etapa de "implementação", de acordo com o
calendário oficial, começa apenas em 2021. O baixo custo do
financiamento e os empréstimos especiais em divisas oferecidos pelo
Banco de Desenvolvimento da China tornar-se-ão muito mais selectivos.

Haverá um bocado de ênfase na Saúde da Estrada da Seda – especialmente
através do Sudeste da Ásia. Projectos estratégicos serão a prioridade:
eles giram em torno do desenvolvimento de uma rede de corredores
económicos, zonas logísticas, centros financeiros, redes 5G, portos
marítimos chave e, especialmente a curto e médio prazo, alta tecnologia
relacionada com a saúde pública

As discussões que levaram ao texto final do RCEP foram centradas sobre
um mecanismo de integração que possa facilmente contornar a OMC no caso
de Washington persistir em sabotá-lo, como aconteceu durante a
administração Trump.

O próximo passo poderia ser a constituição de um bloco económico ainda
mais forte do que a UE – uma possibilidade não absurda quando temos a
China, Japão, Coreia do Sul e 10 países da ASEAN a trabalharem em
conjunto. Geopoliticamente, o incentivo principal, para além de um
conjunto de compromissos financeiros imperativos, seria solidificar algo
como Faça Comércio, Não Guerra (Make Trade, Not War).

O RCEP assinala o fracasso irremediável do TPP da era Obama, o qual era
o braço da "NATO no comércio" do "eixo da Ásia" inventado no
Departamento de Estado. Trump sucateou o TPP em 2017. O TPP não era
acerca de um "contrapeso" para o primado comercial da China na Ásia: era
acerca de uma liberdade para todas as super-abrangentes 600 companhias
multinacionais que estiveram envolvidas na sua redacção. O Japão e a
Malásia, especialmente, viram esta concepção desde o começo.

O RCEP inevitavelmente também assinala o fracasso irremediável da
falácia da desconexão /(decoupling), / bem como de todas as tentativas
para por uma pedra entre a China e seus parceiros do Leste Asiático.
Todos estes actores asiáticos agora privilegiarão o comércio entre si
mesmos. O comércio com nações não asiáticas será uma ideia posterior. E
toda economia ASEAN dará total prioridade à China.

Ainda assim, as multinacionais americanas não serão isoladas pois elas
serão capazes de lucrar com o RCEP através das suas subsidiárias dentro
dos 15 países membros.

*E a Grande Eurásia? *

E depois há a proverbial confusão indiana. A interpretação oficial de
Nova Delhi é que o RCEP "afectaria a subsistência" de indianos
vulneráveis. Isso é código para uma invasão extra de produtos chineses
baratos e eficientes.

A Índia fez parte das negociações do RCEP desde o início. Retirar-se –
com a condição de que "podemos aderir mais tarde" – é mais uma vez um
caso espectacular de esfaquearem-se nas costas. O facto é que os
fanáticos da Hindutva por detrás do Modi-ismo apostaram no cavalo
errado: a estratégia da parceria Quad promovida pelos EUA, juntamente
com a estratégia Indo-Pacifico, a qual significa contenção da China e
portanto impede o estreitamento de laços comerciais.

Nenhum "Make in India" irá compensar o erro geoeconómico e diplomático –
o qual implica crucialmente que a Índia se distancie do Asean 10. A RCEP
consolida a China, não a Índia, como o motor indiscutível do crescimento
da Ásia Oriental em meio ao reposicionamento das cadeias de
abastecimento pós-Covid.

Um seguimento geoeconómico muito interessante é o que fará a Rússia. De
momento, a prioridade de Moscovo envolve uma luta de Sísifo: gerir o
turbulento relacionamento com a Alemanha, o maior parceiro russo de
importações.

Mas há a parceria estratégica Rússia-China – a qual deveria ser
economicamente reforçada. O conceito de Moscovo de Grande Eurásia
envolve um envolvimento mais profundo tanto do Leste como do Oeste,
incluindo a expansão da União Económica Eurasiática (Eurasia Economic
Union, EAEU), que tem, por exemplo, acordos de comércio livre com nações
da ASEAN como o Vietname.

A Organização de Cooperação de Xangai (SCO) não é um mecanismo
geoeconómico. Mas é intrigante ver o que o Presidente Xi Jinping disse
no seu discurso de abertura no Conselho de Chefes de Estado da SCO
<https://www.youtube.com/watch?v=c2OcguZGF_M> , na semana passada.

Esta é a citação chave de Xi: "Devemos apoiar firmemente os países
relevantes para avançarem suavemente as principais agendas políticas
internas de acordo com a lei; manter a segurança política e a
estabilidade social e oporem-se resolutamente à interferência de forças
externas nos assuntos internos dos estados membros sob qualquer pretexto".

Aparentemente, isto nada tem a ver com a RCEP. Mas há alguns
cruzamentos. Nenhuma interferência de "forças externas". Pequim a tomar
em consideração as necessidades de vacina Covid-19 dos membros da SCO –
e isto poderia ser estendido à RCEP. A SCO – assim como a RCEP – como
uma plataforma multilateral para os estados membros mediarem as disputas.

Todos os pontos acima mencionados apontam para o entrecruzamento do BRI,
EAEU, SCO, RCEP, BRICS+ e AIIB, o que se traduz como uma integração mais
próxima da Ásia – e da Eurásia – geoeconomicamente e geopoliticamente.
Enquanto os cães da distopia ladram, a caravana asiática – e
euro-asiática – continua a avançar.

16/Novembro/2020

*[*] Jornalista.

O original encontra-se no /Asia Times/
<https://asiatimes.com/2020/11/rcep-set-to-supercharge-the-new-silk-roads/>
e em thesaker.is/rcep-hops-on-the-new-silk-roads/
<http://thesaker.is/rcep-hops-on-the-new-silk-roads/> *

In
RESISTIR.INFO
https://www.resistir.info/p_escobar/rcep_16nov20.html
16/11/2020

domingo, 15 de novembro de 2020

Epílogo a la Crítica del programa de Gotha de Karl Marx

 


Peter Linebaugh


/Dixi et salvavi animam meam/. Con estas palabras en latín Karl Marx
concluye su /Crítica del programa de Gotha/ (1875): "He hablado y
salvado mi alma". Uno no está acostumbrado a la utilización de
expresiones religiosas por el gran comunista, a menos que sean
sarcásticas, pero aquí la usa para concluir un análisis devastador del
programa del partido obrero alemán. ¿Cual es el alma de Marx? ¿Cómo la
salvó? ¿Y la nuestra? ^[1]
<https://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=es&prev=search&pto=aue&rurl=translate.google.es&sl=en&sp=nmt4&u=https://www.counterpunch.org/2020/11/11/afterword-to-karl-marx-critique-of-the-gotha-program/&usg=ALkJrhggGaL_eIP01nQthSjJCyY8fduOKw#post-129944-footnote-1>

Estas palabras en latín de hace dos milenios y medio fueron destiladas
de un profeta 'descarado y obstinado', Ezequiel, quien en medio de
visiones extrañas y extravagantes de animales, joyas y ruedas dentro de
ruedas escuchó estas palabras susurradas desde la bóveda celestial. ^[2]
<https://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=es&prev=search&pto=aue&rurl=translate.google.es&sl=en&sp=nmt4&u=https://www.counterpunch.org/2020/11/11/afterword-to-karl-marx-critique-of-the-gotha-program/&usg=ALkJrhggGaL_eIP01nQthSjJCyY8fduOKw#post-129944-footnote-2>

“Si pronuncio la sentencia de muerte de una persona malvada y no le has
advertido o hablado para disuadirla de sus actos malvados y así salvar
su vida, esa persona morirá a causa de su pecado, pero yo te haré
responsable de su muerte. Pero si le has advertido y él persiste en sus
actos malvados, morirá a causa de su pecado, pero habrás cumplido con tu
deber”.

Quizás Marx aprendió esta frase en su infancia. La voz de oráculo y el
papel profético le resultaban fáciles. La frase /Dixi et salvavi
/también había sido utilizada por Engels al escribir treinta años
antes /La situación de la clase obrera en Inglaterra/ (1844) cuando
describía el desprecio del burgués. La frase de Ezequiel formaba parte
del pomposo discurso del jefe que limpia su conciencia y se lava las
manos. Y por un momento Marx y Engels consideraron alejarse del naciente
partido socialista alemán, pero superaron la tentación, a pesar de sus
críticas. Marx, sin embargo, en este momento de sinceridad, se refiere
al capitalismo y sus formas perversas.

La salvación depende de hablar; es el imperativo moral. Black Lives
Matter le dice la verdad al poder; el lema de Extinction Rebellion es
"decir la verdad"; y las mujeres en América del Norte se “expresan
abiertamente” para recuperarse de la violencia masculina. Indispensable
para el proyecto revolucionario es denunciar los caminos perversos.
Black Lives Matter (BLM) ha señalado los efectos asesinos de la
supremacía blanca. #MeToo ha señalado las violentas degradaciones
inherentes al patriarcado. Extinction Rebellion (XR) ha recurrido a la
acción directa contra las causas políticas y económicas del
calentamiento planetario. En Standing Rock, los indígenas intentan
prevenir la contaminación de las aguas. El racismo, el patriarcado, el
colonialismo de los colonos y la destrucción del sistema terrestre
planetario son los "actos malvados". Son cuatro estructuras destructivas
del capitalismo. Con ellas en mente, miramos hacia atrás para
seleccionar lo que es útil de la /Crítica/ teniendo en cuenta, por así
decirlo, que Marx también nos mira.

Engels publicó (y reveló) /La situación //de la clase obrera en
Inglaterra /en 1844. Ese año Marx publicó también una "crítica"
anterior, no de un programa político sino de una filosofía
política. /Contribución a la crítica de la filosofía del derecho de
Hegel, /en la que describió la religión como "el suspiro de la criatura
oprimida, el corazón de un mundo sin corazón y el alma de una situación
sin alma". "La crítica ha arrancado", escribe, "las flores imaginarias
de la cadena, no para que el hombre continúe arrastrando esa cadena sin
fantasía ni consuelo, sino para librarse de la cadena y plantar la flor
viva". Para desenmascarar el auto-extrañamiento, debe recurrir a la
crítica de la realidad y recurrir a la historia "para establecer la
verdad de este mundo". Los dos revolucionarios, Marx y Engels, uno un
filósofo crítico y el otro un investigador empírico, se encontraron como
comunistas revolucionarios.

Un año más tarde escriben: “Para nosotros, el comunismo no es un /estado
de cosas/ que deba establecerse, un /ideal/ al que la realidad [tendrá]
que ajustarse. Llamamos comunismo al movimiento /real/ que suprime el
estado actual de cosas. Las condiciones de este movimiento resultan de
las premisas ahora existentes”. ^[3]
<https://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=es&prev=search&pto=aue&rurl=translate.google.es&sl=en&sp=nmt4&u=https://www.counterpunch.org/2020/11/11/afterword-to-karl-marx-critique-of-the-gotha-program/&usg=ALkJrhggGaL_eIP01nQthSjJCyY8fduOKw#post-129944-footnote-3> Y
ese movimiento real de disolución del mercado mundial suprime las
relaciones de propiedad ajenas y restaura las relaciones humanas mutuas.
Nos corresponde a nosotros ver ese movimiento /real/ ". En /La crítica
del programa de Gotha/ vuelve a señalar lo siguiente: "Cada paso del
movimiento real es más importante que una docena de programas".

El objetivo son los bienes comunes, el medio es el proletariado. ¿Qué
significaban realmente estas palabras, comunes, proletariado, para él o
qué significan para nosotros? ¿Cómo son parte del “movimiento real que
suprime el estado actual de cosas”?

En lugar de proletariado, escribirá sobre productores o fuerza de
trabajo. Se referirá a los siervos, a los esclavos; incluirá empleados y
desempleados (el ejército en activo, el ejército de reserva); se
referirá a los campesinos, a los artesanos, a los pequeños
fabricantes. Todas las personas que han perdido sus conexiones orgánicas
con la naturaleza, es decir, con la tierra, sus criaturas, sus granos; a
las aguas y pastos; así como a los recursos geológicos que se encuentran
bajo la tierra. Todas las personas que han sido expropiadas de los
medios de vida, de los medios de producción, de los medios de
subsistencia, eso es lo que quiere decir. ¡Solo queda organizar! “Es
absolutamente evidente que para poder luchar, la clase obrera debe
organizarse a si misma /como clase ...”/, afirma en esta /Crítica./ Sin
embargo, esta "clase" cambia constantemente en su composición.

En la década de 1860, cuando el movimiento obrero revivió después de las
derrotas posteriores a 1848, se formaron partidos socialistas en
Alemania, y Marx ayudó a organizar en 1864 la Asociación Internacional
de Trabajadores, o Primera Internacional. Culmina con la Comuna de París
de 1871, dos meses de autogobierno de la clase trabajadora francesa, la
primera revolución proletaria.

El programa de Gotha afirma que el trabajo es la fuente de toda
riqueza. No, no lo es, dice Marx. La naturaleza es una fuente de riqueza
material tanto como el trabajo. La única negación, justo al principio
con la palabrita "no" es la llave que abre la puerta, para nosotros en
el siglo XXI, al calentamiento planetario y la sexta extinción. Entramos
directamente en el eco-socialismo de Joel Kovel, Michael Löwy y John
Bellamy Foster. ^[4]
Estamospresentes al borde del abismo mirando hacia la "grieta ecológica". Marx
escribió sobre la “ruptura irreparable” entre naturaleza y sociedad. O
llamaría "metabolismo" a la relación naturaleza-humanidad. La matanza
masiva de bisontes, la deforestación de los Grandes Lagos, el
agotamiento de los nutrientes del suelo fueron algunos de los fenómenos
subyacentes de "la ruptura metabólica" en su época. El concepto de /El
Capital/ de “la composición orgánica del capital” expresa en términos de
cantidades económicas esta ruptura o escisión.

Mirando hacia atrás a 1875 vemos indicios de que la naturaleza se vuelve
consciente de sí misma (como diría Elisée Reclus). Aproximadamente en el
momento en que Marx estaba formulando esta crítica, se anunció el primer
"Día del Árbol" (22 de abril de 1875), que se celebró plantando árboles
en los Estados Unidos y John Muir caminaba por las Montañas Rocosas y
preguntaba "¿Cómo preservaremos nuestros árboles"? Si bien estos eran
solo "saltos de pulgas", como diría Marx (ver más abajo), eran signos de
lo que esperaba.

La naturaleza es el comienzo tanto de la vida como del capitalismo. “El
burgués tiene muy buenas razones para atribuir falsamente al trabajo /un
poder creativo sobrenatural,/ ya que se desprende precisamente del hecho
de que el trabajo depende de la naturaleza que el ser humano que no
posee otra propiedad que su fuerza de trabajo debe, en todas las
situaciones de sociedad y cultura, ser esclavo de otros seres humanos
que se han hecho dueños de las condiciones materiales del trabajo. Solo
puede trabajar con su permiso, por lo tanto, solo puede vivir con su
permiso ". En /El Capital /esto se llamará expropiación y explotación.
En el joven Marx se llamará alienación. Marx levanta el velo. A nuestro
mundo, a la naturaleza, a la biosfera, a la creación, a los bienes
comunes. Solo la clase trabajadora, escribe en la crítica de Gotha,
puede "levantar esta maldición histórica".

Entre las dos críticas, 1844-1875, hubo treinta años de lucha de clases,
revolución, guerra, imperio y construcciones masivas de hierro y acero,
y Marx, de hecho, arrancar la flor imaginaria para plantar la flor
viva. Después de los fracasos de las revoluciones de 1848, dirigió su
atención a la demolición de las divisiones burguesas entre la política y
la economía, en la mayor crítica jamás hecha en los /Grundrisse/ (1857)
y /El Capital (1867)/ . Estos desvelaron los "/caminos del mal"/ del
capital y establecieron "la verdad de este mundo". Proporcionan los
medios para plantar la flor viva.

¿Podría esta crítica convertirse en el alma, el corazón, el suspiro de
los oprimidos? Ya no es una cuestión filosófica o espiritual: es una
cuestión política.

Una de sus principales formas de crítica es describir los argumentos de
su oponente como “palabras” o “frases” negándoles cualquier sustancia en
la razón o evidencia fáctica. Lo hace repetidamente en la /Crítica del
programa de Gotha /(una oración “coja”, “frases huecas”, “estilo
chapucero”, “meras frases”, “basura verbal obsoleta”, “formulación falsa
lassalleana”, “frase de escribano de un periódico”). Sin embargo, la
crítica contiene dos frases distintivas de la visión marxista. Una de
ellas es tanto un resumen profundo de la oposición fundamental al
capitalismo como una consigna de lucha para las banderas de la
revolución, "De cada cual según sus capacidades, a cada cual según sus
necesidades". ^[5]


El médico, Lucas, describe a esos primeros cristianos que “tenían todas
las cosas en común” (Hechos 4: 32) “y se repartía a cada uno según su
necesidad” (Hechos 4:35). Cuando fueron amenazados por el hambre durante
el reinado de Claudio, se obtuvo alivio de "cada hombre según su
capacidad". (Hechos 11:29).

¿Qué están creando las habilidades? ¿Qué es lo que aceptan las
necesidades? ¿Debemos interpretar estos dos procesos como producción y
consumo? En la sociedad capitalista, la producción y el consumo forman
un todo, la economía, regulada por el mercado, cuya unidad es la
mercancía y cuya jerga es el dinero. Esta es "la maldición histórica".

Si lo piensan bien, parece que hay algún agente misterioso que mide esas
habilidades (¿alta dirección? ¿RRHH?) O que reparte según las
necesidades (¿Amazon? ¿Minorista?). Es este misterio el que solo puede
describirse en el futuro, "después de la revolución". ¿Son las
instituciones tradicionales de la sociedad civil: familia, trabajo,
gobierno? ¿Son asambleas revolucionarias: la congregación, la ciudad, la
plaza, el soviet, alguna nueva versión de la tribu? ¿Es alguna otra
organización social? Elinor Ostrom lo formuló como "el gobierno de los
comunes". ^[6]
Marx no se basa ni en la Providencia ni en el Progreso para la realización
del futuro. El primero, místico, se basa en la agencia divina y el
segundo, abstracto, depende de la creencia tecnológica y utilitaria
victoriana. No sucede de forma automática o inevitable. Anteriormente en
los /Grundrisse/ (p. 325) había escrito “sobre la rica individualidad
que es tan polifacética en su producción como en su consumo, y cuyo
trabajo también aparece, por tanto, ya no como trabajo, sino como el
pleno desarrollo de la actividad misma”.

Se refiere a la "satisfacción común de necesidades como escuelas,
servicios de salud, etc". Se refiere a "lo tenido en común". El
socialista revolucionario francés Jean Jaurès dijo: "Así como todos los
ciudadanos ejercen el poder político de manera democrática en común,
también deben ejercer el poder económico en común". ^[7]

La
sociedad comunista, escribe Marx, /"surge/ de la sociedad capitalista
que, por lo tanto, en todos los aspectos, económica, moral e
intelectualmente, todavía arrastra las marcas de nacimiento de la vieja
sociedad de cuyo seno emerge".

¿Cuál es la relación entre la declaración de principios y los puntos
enumerados del programa? En /El Manifiesto Comunista/ (1848) la relación
esta mediada por la historia de la lucha de clases. En la /Crítica del
programa de Gotha/ la relación depende de esa crítica de la economía
política que se encuentra en /El //Capital/(1867) y los /Grundrisse/ (1857).

Al analizar el pensamiento de Marx, nos recordamos una y otra vez que el
pensamiento está en movimiento. Sus ideas en un momento dado no están
fijadas en una eternidad de verdad. Al contrario, son mucho de su época.
Así, al comprender los problemas de 1875 en el programa de Gotha,
podemos recordar las fases anteriores de su pensamiento y avanzar hacia
su desarrollo posterior. Volvemos al "joven Marx" y seguimos al "viejo
Marx". ^[8]

El "joven Marx" tiene que ver con la alienación; nos da una lupa
espiritual y filosófica. El "viejo Marx" tiene que ver con los bienes
comunes; nos da una lupa de antropología revolucionaria e inmersión en
los países llamados "atrasados" donde de hecho el aire es mas puro.
Juntas, las ideas del joven y del viejo Marx nos brindan una manera de
leer /La crítica del programa de Gotha./ Ya no estamos confinados al
ámbito de la economía política. Podemos abordar tanto el significado del
comunismo como la transición anticapitalista hacia él de maneras que
podrían ser útiles en el siglo XXI.

El 'Marx maduro' sigue siendo central, lo que quiere decir que el
análisis crítico del modo de producción capitalista y la crítica de la
economía política es de lo que trata mientras desenreda la red
desesperada de errores y malas políticas que encuentra en el Programa de
Gotha. Su autor principal, Ferdinand Lassalle, fue un antiguo seguidor
de Marx que, sin embargo, se alió con los Junkers, la clase
terrateniente alemana. Sin embargo, los señores de la tierra
convirtieron la naturaleza en una mercancía, un medio de capital
constante y, por tanto, un instrumento de extracción y explotación.
Tales son los caminos del mal.

El prefacio (1867) de /El Capital/, volumen uno, proclama audazmente:
“Así como en el siglo XVIII la Guerra de Independencia de los Estados
Unidos tocó la campana para la clase media europea, en el siglo XIX la
Guerra Civil estadounidense hizo lo mismo para la clase trabajadora
europea". ^[9]
 La
Guerra Civil estadounidense hizo sonar la sentencia de muerte de la
esclavitud con el cuerno del jubileo. Ese toque sonará para la clase
trabajadora europea con la Comuna de París (1871) y resonará una y otra
vez para las clases trabajadoras del mundo.

En la Comuna de París, la abolición de la pena de muerte y la quema de
la guillotina, la destrucción de la columna Vendôme en homenaje al
imperio napoleónico y la formación de la Unión de Mujeres proporcionan
durante los setenta y dos días de su vida una idea del autogobierno de
la clase obrera, o el imaginario político de la /comuna. //^[10] /
 Dijo
Marx, "la gran medida social de la Comuna fue su propia existencia
activa". ^[11]
 Como
resultado de la Comuna, Marx revisó /El Manifiesto Comunista/ para
incluir la frase, "la clase trabajadora no puede simplemente apoderarse
de la maquinaria del estado tal y como existe y utilizarla para su
propio propósito".

En el verano de 1871, Peter Kropotkin (“la ayuda mutua”) estaba en
Finlandia, William Morris (“los afines”) en Islandia y Karl Marx en
Londres, donde estudiaba el idioma ruso y leía los /Ensayos sobre la
propiedad comunal de la tierra de/ Chernyshevsky. Su guía fue la joven
exiliada rusa y comunera, Elisabeth Dmitrieff, quien además de conducir
a Marx al estudio de la comuna campesina en Rusia (la /obshchina)/,
también fue la organizadora de las costureras, lavanderas y modistas de
París en la Unión de Mujeres para la Defensa de París y Ayuda a los
Heridos. En Ginebra se llevaron a cabo discusiones entre veteranos y
exiliados durante la década de 1870 que produjeron la idea del
“comunismo anarquista” o la disolución del Estado, la Nación y el Capital.

La Comuna estuvo en el centro de la revuelta mundial. La redacción
de /La Crítica del Programa Gotha/ coincidió con el ahorcamiento de
diecinueve mineros del carbón (los “Molly Maguires”), con el motín
policial en Tompkins Square en Nueva York, con el internamiento de la
nación navajo, la expropiación de los comanches, la guerra cultural
('mata al indio, salva al hombre'), Geronimo ('nací donde no había
recintos') escapando de la Reserva San Carlos, y la movilización militar
de los afroamericanos como 'soldados búfalos' para aniquilar al bisonte
que había proporcionado la subsistencia a los indígenas de las llanuras.
Así, el capital creó y luego utilizó nuestras divisiones. Se despejó el
camino para las expropiaciones y masacres mundiales en África, Asia y
Wounded Knee. ^[12]


La revuelta de la Kabilia en Argelia contra la conquista francesa y la
confiscación de las tierras comunales ocurrió al mismo tiempo que la
Comuna de París. Se levantaron 250 tribus, asambleas de pueblos que
proporcionaron la base a lo largo de la costa, montaña arriba, hasta el
desierto. Fue dirigida por Cheikh Mokrani. La infame ley de 1873
expropió las tierras comunales en Argelia, "arrancando a los árabes de
su vínculo natural con el suelo ..." ^[13]
Al
final de su vida, en 1882, Marx pasó dos meses en Argelia con la
esperanza de que el aire de los comunes en el norte de África curaran el
daño causado a sus pulmones por las externalidades capitalistas, es
decir, el humo de Londres. Marx expresó su admiración por los musulmanes
argelinos por "la absoluta igualdad de sus relaciones sociales".

Asimismo, la derrota de la clase trabajadora europea (la Comuna de dos
meses concluyó con la sangrienta masacre de 20.000 - 30.000 comuneros)
marcó el advenimiento de Jim Crow, el fin de la Reconstrucción, el KKK,
la masacre de Colfax y las traiciones de Hayes-Tilden de 1875 en
elecciones presidenciales del año siguiente. Contrarrevolución virulenta
y represión violenta de los trabajadores textiles del norte y de los
ferroviarios del oeste. “Surgió una nueva esclavitud”, escribió WEB
DuBois. ^[14]
 “El
sistema de trabajo asalariado es un sistema de esclavitud”, escribió
Marx en su /Crítica de/ Gotha.

En una carta a Bebel en marzo de 1875, Engels propuso reemplazar
"estado" en todas partes por "/Gemeinwesen/"/,/ una buena y antigua
palabra alemana que puede transmitir muy bien el significado de la
palabra francesa "/commune"./ La Comuna de París cuatro años antes fue,
escribieron, "el glorioso presagio de una nueva sociedad". La mezcla de
comuna, comunes y comunismo era una mezcla semántica embriagadora que
ocultaba un enigma revolucionario aún no resuelto.

“Surge entonces la pregunta, ¿qué transformación sufrirá el cuerpo
político en la sociedad comunista? En otras palabras, ¿qué funciones
sociales análogas a las funciones estatales actuales permanecerán en esa
situación? La pregunta sólo puede responderse científicamente, y no se
acerca uno ni un ápice al problema mediante una combinación mil veces
mayor de la palabra persona con la palabra estado [como hizo Lassalle en
el programa de Gotha]. Entre la sociedad capitalista y la comunista se
encuentra el período de la transformación revolucionaria de una en la
otra. A ella corresponde también un período de transición política en la
que el Estado no puede ser más que /la dictadura revolucionaria del
proletariado”./ Podemos decir que esto es, al menos, un salto de pulgas.

La segunda frase clave de /La Crítica del Programa de Gotha/ es "la
dictadura del proletariado". En 2020, Mike Stout, el trabajador
siderúrgico y cantante y compositor de Pittsburgh, dio una explicación:
“la única 'dictadura' que imagino es una que no permita que el codicioso
1% y su clase nos lleve a una servidumbre endeudada, mientras derrocha y
acapara nuestra riqueza y recursos naturales, y evitamos que destruyan
todo el planeta". ^[15]

 Frederick
Engels dio una explicación similar. El mismo año en que Engels publicó
la /Crítica del programa de Gotha /de Marx (1891) /,/ preguntó:
"¿Quieren saber cómo es la dictadura del proletariado?" y respondió:
“Miren la Comuna de París. Esa es la dictadura del proletariado”.

Marx había utilizado la frase una vez antes en una carta (5 de marzo de
1852) a Joseph Weydemeyer (1818-1866). “Mi propia contribución”,
escribió Marx, “fue (1) mostrar que la existencia de clases está
simplemente ligada a ciertas fases históricas en el desarrollo de la
producción; (2) que la lucha de clases conduce necesariamente a la
dictadura del proletariado; [y] (3) que esta dictadura, en sí misma, no
constituye más que una transición hacia la abolición de todas las clases
y hacia una  sociedad sin clases


Weydemeyer se fue a Estados Unidos y se convirtió en teniente coronel en
el Ejército de la Unión. Inspeccionó Central Park y diseñó las defensas
de St. Louis mientras distribuía copias del discurso inaugural de Marx a
la Internacional. El discurso de Marx se dirigió a los excavadores de
zanjas y a los portadores de estos movimientos de tierra, anunciando el
día en que "como el trabajo esclavo, como el trabajo servil, el trabajo
asalariado no es más que una forma transitoria e inferior, destinada a
desaparecer antes que el trabajo asociado ejerza su trabajo con mano
dispuesta, mente abierta y corazón gozoso”!

"Conquistar el poder político se ha convertido, por tanto, en el gran
deber de las clases trabajadoras", escribió justo cuando comenzaba la
Reconstrucción Negra. El éxito no dependía únicamente de los números,
sino del conocimiento, en particular, de la solidaridad, y eso condujo a
la formación en 1864 de la Internacional. La emancipación de las clases
trabajadoras implicaba "la abolición de todo dominio de clase". ^[ ^16^]


Conocemos la dictadura de la burguesía: los “niveladores” (Levellers)
democráticos de la década de 1640 fueron seguidos por el dictador
Cromwell, los jacobinos insurgentes de la década de 1790 fueron seguidos
del emperador Napoleón, los bolcheviques rusos de la década de 1920
fueron seguidos por Stalin. Marx había aprendido de la Comuna de París
que el proletariado no puede simplemente apoderarse del Estado y
utilizarlo para sus propios fines. Debe aplastar al estado.

W.E.B. DuBois tenía la intención de llamar a su capítulo sobre la
reconstrucción negra en Carolina del Sur, "La dictadura del proletariado
negro en Carolina del Sur", pero lo cambió simplemente por "El
proletariado negro en Carolina del Sur". Hizo este cambio después de que
le llamaran la atención sobre que “el sufragio universal no conduce a
una dictadura real hasta que los trabajadores usen conscientemente sus
votos para librarse del dominio del capital privado. Había indicios de
tal objetivo entre los negros de Carolina del Sur, pero siempre iba
acompañado de la idea de entonces de que el único escape real para un
trabajador era poseer capital ”. La dictadura es un "recurso provisional
pendiente del trabajo de educación universal, ingresos equitativos y
carácter fuerte". Escribe sobre la "dictadura del capital" en el Norte,
una plutocracia. Cuando DuBois decidió no utilizar la frase "dictadura
del proletariado" fue porque se utilizó el sufragio para promover la
propiedad /individual en/ lugar de la /colectiva/ .

Ahora escribimos 'historia desde abajo'. La expresión incluye historias
de los oprimidos, ya sea historia del trabajo o historia de las mujeres
o historia de los pueblos indígenas o historia afroamericana o incluso
(para usar un término antiguo) historia natural. En todos los ejemplos,
el "abajo" implica un "arriba". Implica un contraste o un opuesto
tácito, a saber, la historia de la clase dominante que se reifica como
historia económica, luego historia del estado, luego historia
militar. Son aspectos de lo que los zapatistas llaman la guerra del
olvido. De hecho, el olvido deliberado es una de las formas perversas
del capital.

El anarquista Mikhail Bakunin preguntó: "¿Acaso el proletariado en su
conjunto encabezará el gobierno?" Marx responde: "De hecho, entonces no
habrá abajo". La historia desde abajo llega a su fin al igual que el
dominio de clase llega a su fin. ^[17]
> El
dominio de clase sobre los estratos resistentes continúa "hasta que se
destruya la base económica que hace posible la existencia de clases".

La opinión de que Marx y Engels “se negaron rígidamente a describir la
futura sociedad comunista”, como dice Eric Hobsbawm, es solo una verdad
a medias. Marx no pintó cuadros con pincel y aceite; tomó fotografías.
Es decir, buscó la comuna en el movimiento /real/. Este es el
significado de Chernyshevsky, de Henry Lewis Morgan, de su estancia en
Argelia, de sus cartas a Zasulich. Hobsbawm dice que Marx fue provocado
ha hacer "una declaración teórica que, si probablemente no era nueva, en
cualquier caso, no había sido utilizada públicamente por él
antes". ^[18]
 Para Marx la teoría generó el proyecto
de investigación revolucionario.

/Los Cuadernos Etnológicos/ son una de las principales obras del "Marx
tardío". Contienen, entre otras cosas, un análisis detallado de la obra
de Lewis Henry Morgan sobre las cinco naciones de los iroqueses o
Haudenosaunee. Los Cuadernos deleitaron al surrealista de Chicago,
Franklin Rosemont, quien se alegró de las múltiples referencias de Marx
tomadas de los iroqueses y moscokees a las especies de 'Isla Tortuga':
alce, mapache, búfalo, tortuga, águila, lobo. Marx insiste en la
importancia de la imaginación para la elevación de los seres humanos. La
imaginación y el espíritu poético, lo espiritual como tal, nos conducen
al movimiento real.

Marx tomó nota de los iroqueses cuya "asamblea democrática en la que
cada miembro adulto, hombre y mujer, tenía voz sobre todas las
cuestiones que se le presentaban". “Las mujeres tenían el gran poder
entre los clanes”, copia en su cuaderno. ^[19]
 El
mismo texto inspiró a Engels a referirse en /El origen de la familia/ a
“la derrota histórica mundial del sexo femenino”.

En febrero de 1881 Vera Zasulich inició una correspondencia con Marx
sobre si la comuna rural, la /obshchina,/ podía “desarrollarse en una
dirección socialista o si estaba destinada a perecer como un arcaísmo”.
Marx escribió varios borradores de respuestas, incluida una extensa
consideración de la propiedad común en la historia, como forma
constitutiva (asamblea, parentesco, clan) y en diversas ecologías de
bosques, pastos y praderas. Concluyó "que la comuna es el eje de la
regeneración social en Rusia". ^[20]

“La reconstrucción, ya sea ahora o un siglo después, se remontará a los
principios básicos de la Reconstrucción en los Estados Unidos durante
1867-1876: Tierra, Luz y Emancipación para los esclavos negros,
marrones, amarillos y blancos, bajo una dictadura del
proletariado” ^[21]
 No
es del todo sinónimo de 'hegemonía proletaria'. Los valores de las
instituciones materiales de la sociedad tienen que cambiar para
convertirse en la base del gobierno. De ahí la importancia decisiva de
las “maestras de escuela” del norte o de las mujeres que fueron al sur
durante la Reconstrucción para armar a los ex esclavos con las
herramientas de la lectura, la escritura y la crítica.

Marx no publicó su /Crítica del programa de Gotha/. Pero cinco años
después de escribirlo, el socialista francés Jules Guesde lo visitó en
Londres en mayo de 1880 y le pidió que escribiera el preámbulo del
programa del /Parti Ouvrier /francés. Marx lo hizo con una frase densa
con muchos pensamientos: la clase productiva emancipará a todos los
seres humanos sin distinción de sexo o raza. Sólo pueden ser libres si
poseen colectivamente los medios de producción. Esto debe lograrse
mediante una acción revolucionaria que pueda incluir el sufragio
universal como instrumento de emancipación en lugar de engaño. El
objetivo es "la expropiación política y económica de la clase
capitalista y el retorno a la comunidad de todos los medios de
producción ..."

Aquí están los comunes, aquí está la democracia y el sufragio universal,
aquí la frase “retorno a la comunidad” implica algo perdido o
expropiado. El término comunidad se refiere a las formas sociales
colectivas y cooperativas que Marx estaba estudiando en ese momento (los
iroqueses, la /obshchina,/ Argelia) o lo que podríamos llamar los
comunes. No es el estado, el mercado o la nación. La puerta siempre está
abierta para el /"/movimiento /real/ ".

El trabajo es organizado por el capital para trabajar. Cuando el
trabajo, empleado o desempleado, se organiza para sí, se convierte en
una clase y, por tanto, puede salvar su alma. Las cuatro estructuras del
capitalismo y sus formas perversas - supremacía blanca, patriarcado,
colonialismo y privatización - han provocado levantamientos entre los
negros y morenos, las mujeres, los pueblos indígenas y los rebeldes
contra las extinciones. Surge la posibilidad inmanente de que estas
insurgencias se conviertan en componentes del “ movimiento /real/ que
abole el estado actual de las cosas ...”. No es solo un proceso
electoral o económico. Podemos plantar la flor viva para recrear los
comunes.

*Notas.*

1) Agradezco a Wendy Goldman, Geoff Eley y John Garvey por su ayuda con
la bibliografía, a Riley Linebaugh por las sugerencias y a Monty Neill
por la edición. ↑
<https://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=es&prev=search&pto=aue&rurl=translate.google.es&sl=en&sp=nmt4&u=https://www.counterpunch.org/2020/11/11/afterword-to-karl-marx-critique-of-the-gotha-program/&usg=ALkJrhggGaL_eIP01nQthSjJCyY8fduOKw#post-129944-footnote-ref-1>

2) Ezequiel 3: 18-19 o 33: 7-11 ↑
<https://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=es&prev=search&pto=aue&rurl=translate.google.es&sl=en&sp=nmt4&u=https://www.counterpunch.org/2020/11/11/afterword-to-karl-marx-critique-of-the-gotha-program/&usg=ALkJrhggGaL_eIP01nQthSjJCyY8fduOKw#post-129944-footnote-ref-2>

3) Karl Marx y Frederick Engels, /The German Ideology/ (Lawrence y
Wishart: Londres 1965), p. 48. ↑
<https://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=es&prev=search&pto=aue&rurl=translate.google.es&sl=en&sp=nmt4&u=https://www.counterpunch.org/2020/11/11/afterword-to-karl-marx-critique-of-the-gotha-program/&usg=ALkJrhggGaL_eIP01nQthSjJCyY8fduOKw#post-129944-footnote-ref-3>

4) Joel Kovel, /The Enemy of Nature: The End of Capitalism or the End of
the World/(Londres: Zed, 2002), John Bellamy Foster, /Marx's Ecology:
Materialism and Nature/ (Nueva York: Monthly Review, 2000), Michael
Löwy, /Un Manifiesto Eco-Socialista/ (2001) ↑
<https://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=es&prev=search&pto=aue&rurl=translate.google.es&sl=en&sp=nmt4&u=https://www.counterpunch.org/2020/11/11/afterword-to-karl-marx-critique-of-the-gotha-program/&usg=ALkJrhggGaL_eIP01nQthSjJCyY8fduOKw#post-129944-footnote-ref-4>

5) La frase no es original de Marx. Louis Blanc la había empleado en la
Revolución de 1848, era el epígrafe del diario de
Saint-Simon, /L'Organisateur,/ y Étienne Cabet lo utilizó en su ficción
utópica, /Voyage en Icarie/ (1845). ↑
<https://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=es&prev=search&pto=aue&rurl=translate.google.es&sl=en&sp=nmt4&u=https://www.counterpunch.org/2020/11/11/afterword-to-karl-marx-critique-of-the-gotha-program/&usg=ALkJrhggGaL_eIP01nQthSjJCyY8fduOKw#post-129944-footnote-ref-5>

6) Elinor Ostrom, /Governing the Commons: The Evolution of Institutios
for Collective Action/ (Londres: Cambridge University Press, 1990). ↑
<https://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=es&prev=search&pto=aue&rurl=translate.google.es&sl=en&sp=nmt4&u=https://www.counterpunch.org/2020/11/11/afterword-to-karl-marx-critique-of-the-gotha-program/&usg=ALkJrhggGaL_eIP01nQthSjJCyY8fduOKw#post-129944-footnote-ref-6>

7) Citado por Geoff Eley, /Forging Democracy: The History of the Left in
Europe, 1850-2000/ (Oxford Univrsity Press, 2002), p. 21. ↑
<https://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=es&prev=search&pto=aue&rurl=translate.google.es&sl=en&sp=nmt4&u=https://www.counterpunch.org/2020/11/11/afterword-to-karl-marx-critique-of-the-gotha-program/&usg=ALkJrhggGaL_eIP01nQthSjJCyY8fduOKw#post-129944-footnote-ref-7>

8) EP Thompson, /The Poverty of Theory/, se refiere a la "creciente
preocupación de Marx en sus últimos años por la antropología, retomando
los proyectos de su juventud en París". ↑
<https://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=es&prev=search&pto=aue&rurl=translate.google.es&sl=en&sp=nmt4&u=https://www.counterpunch.org/2020/11/11/afterword-to-karl-marx-critique-of-the-gotha-program/&usg=ALkJrhggGaL_eIP01nQthSjJCyY8fduOKw#post-129944-footnote-ref-8>

9) /El Capital/ , traducido por Ben Fowkes (Penquin; Londres, 1976),
p. 91 ↑
<https://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=es&prev=search&pto=aue&rurl=translate.google.es&sl=en&sp=nmt4&u=https://www.counterpunch.org/2020/11/11/afterword-to-karl-marx-critique-of-the-gotha-program/&usg=ALkJrhggGaL_eIP01nQthSjJCyY8fduOKw#post-129944-footnote-ref-9>

10) Kristin Ross, /Communal Luxury: The Political/

/Imaginary of the Paris Commune/(Verso, Londres, 2015). ↑
<https://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=es&prev=search&pto=aue&rurl=translate.google.es&sl=en&sp=nmt4&u=https://www.counterpunch.org/2020/11/11/afterword-to-karl-marx-critique-of-the-gotha-program/&usg=ALkJrhggGaL_eIP01nQthSjJCyY8fduOKw#post-129944-footnote-ref-10>

11) Karl Marx, /La guerra civil en Francia/ , (1871) ↑
<https://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=es&prev=search&pto=aue&rurl=translate.google.es&sl=en&sp=nmt4&u=https://www.counterpunch.org/2020/11/11/afterword-to-karl-marx-critique-of-the-gotha-program/&usg=ALkJrhggGaL_eIP01nQthSjJCyY8fduOKw#post-129944-footnote-ref-11>

12) Howard Zinn, /A People's History of the United States/ (Nueva York:
Harper, 1980), y Roxanne Dunbar-Ortiz, /Una historia de los pueblos
indígenas de los Estados Unidos/ (Boston: Beacon, 2014). ↑
<https://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=es&prev=search&pto=aue&rurl=translate.google.es&sl=en&sp=nmt4&u=https://www.counterpunch.org/2020/11/11/afterword-to-karl-marx-critique-of-the-gotha-program/&usg=ALkJrhggGaL_eIP01nQthSjJCyY8fduOKw#post-129944-footnote-ref-12>

13) John Bellamy Foster, Brett Clark y Hannah Holleman, "Marx y los
indígenas", /Monthly Review/ (febrero de 2020) ↑
<https://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=es&prev=search&pto=aue&rurl=translate.google.es&sl=en&sp=nmt4&u=https://www.counterpunch.org/2020/11/11/afterword-to-karl-marx-critique-of-the-gotha-program/&usg=ALkJrhggGaL_eIP01nQthSjJCyY8fduOKw#post-129944-footnote-ref-13>

14) WEB DuBois, /Black Reconstruction in America 1860-1880: An Essay
Toward a History of the Black Folk Jugó en el intento de reconstruir la
democracia en América, 1860-1880/ (1935) ↑
<https://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=es&prev=search&pto=aue&rurl=translate.google.es&sl=en&sp=nmt4&u=https://www.counterpunch.org/2020/11/11/afterword-to-karl-marx-critique-of-the-gotha-program/&usg=ALkJrhggGaL_eIP01nQthSjJCyY8fduOKw#post-129944-footnote-ref-14>

15) Mike Stout, /Homestead Steel Mill The Final Ten Years/ (Oakland: PM
Press, 2020), p. 8. ↑
<https://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=es&prev=search&pto=aue&rurl=translate.google.es&sl=en&sp=nmt4&u=https://www.counterpunch.org/2020/11/11/afterword-to-karl-marx-critique-of-the-gotha-program/&usg=ALkJrhggGaL_eIP01nQthSjJCyY8fduOKw#post-129944-footnote-ref-15>

16) Karl Marx, /The First International and After: Political Writings/ ,
volumen 3, David Fernbach (ed.) (Penguin: Londres, 1974), p.73-84 ↑
<https://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=es&prev=search&pto=aue&rurl=translate.google.es&sl=en&sp=nmt4&u=https://www.counterpunch.org/2020/11/11/afterword-to-karl-marx-critique-of-the-gotha-program/&usg=ALkJrhggGaL_eIP01nQthSjJCyY8fduOKw#post-129944-footnote-ref-16>

17) Karl Marx, "El Conspectus of Bakunin Book /State and Anarchy", /↑
<https://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=es&prev=search&pto=aue&rurl=translate.google.es&sl=en&sp=nmt4&u=https://www.counterpunch.org/2020/11/11/afterword-to-karl-marx-critique-of-the-gotha-program/&usg=ALkJrhggGaL_eIP01nQthSjJCyY8fduOKw#post-129944-footnote-ref-17>

18) EJ Hobsbawm, /Cómo cambiar el mundo: reflexiones sobre Marx y el
marxismo/(New Haven: Yale UP, 2011), págs. 47 y 58. ↑
<https://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=es&prev=search&pto=aue&rurl=translate.google.es&sl=en&sp=nmt4&u=https://www.counterpunch.org/2020/11/11/afterword-to-karl-marx-critique-of-the-gotha-program/&usg=ALkJrhggGaL_eIP01nQthSjJCyY8fduOKw#post-129944-footnote-ref-18>

19) Compuesto en 1880-1882 y publicado en inglés por primera vez en
1974, ver Lawrence Krader (ed.) /The Ethnological Notebooks of Karl
Marx/ (Assen, Holanda: Van Gorcum, 1974). Frankilin Rosemont, "Karl Marx
& the Iroquois", /Arsenal: Surrealist Subversion,/ 4 (1989), y reeditado
como Environmental Action Series 5 por Red Balloon Collective (¿199?). ↑
<https://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=es&prev=search&pto=aue&rurl=translate.google.es&sl=en&sp=nmt4&u=https://www.counterpunch.org/2020/11/11/afterword-to-karl-marx-critique-of-the-gotha-program/&usg=ALkJrhggGaL_eIP01nQthSjJCyY8fduOKw#post-129944-footnote-ref-19>

20) Teodor Shanin, /Late Marx and the Russian Road: Marx and the
Peripheries of Capitalism/ (Routledge, 1983). ↑
<https://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=es&prev=search&pto=aue&rurl=translate.google.es&sl=en&sp=nmt4&u=https://www.counterpunch.org/2020/11/11/afterword-to-karl-marx-critique-of-the-gotha-program/&usg=ALkJrhggGaL_eIP01nQthSjJCyY8fduOKw#post-129944-footnote-ref-20>

21) DuBois, op.cit., Pág. 635. ↑
<https://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&hl=es&prev=search&pto=aue&rurl=translate.google.es&sl=en&sp=nmt4&u=https://www.counterpunch.org/2020/11/11/afterword-to-karl-marx-critique-of-the-gotha-program/&usg=ALkJrhggGaL_eIP01nQthSjJCyY8fduOKw#post-129944-footnote-ref-21>

Ann Arbor, Turtle Island 2020

Peter Linebaugh <https://www.sinpermiso.info/autores/Peter-Linebaugh>
autor de The London Hanged , The Many-Headed Hydra: the Hidden History
of the Revolutionary Atlantic (con Marcus Rediker) y Magna Carta
Manifesto . El último libro de Linebaugh es Red Round Globe Hot Burning
. Este texto es el epílogo de la nueva edición y traducción al inglés de
la Critica del Programa de Gotha de Marx de PM Press.
Fuente:
https://www.counterpunch.org/2020/11/11/afterword-to-karl-marx-critique-of-the-gotha-program/

Traducción:
Enrique García

In
SINPERMISO
https://www.sinpermiso.info/textos/epilogo-a-la-critica-del-programa-de-gotha-de-karl-marx
15/11/2020