sexta-feira, 29 de julho de 2016

Manifesto da Assembleia Popular da Economia Solidária


            
             
       
            Reunidas e reunidos em Santa Maria da Boca do Monte, no Rio Grande
            do Sul, nos dias 08 a 10 de julho de 2016, durante a 23ª FEICOOP,
            nós, trabalhadoras e trabalhadores da economia popular solidária,
            oriundos de todas as regiões do Brasil, realizamos a I Assembleia
            Nacional de Economia Popular Solidária e aprovamos o presente
            Manifesto.
            Denunciamos o golpe que está em curso no Brasil, enquanto ruptura
            com a Constituição Brasileira, o Estado Democrático de Direito e com
            a soberania popular expressa nos 54 milhões de votos que elegeram a
            Presidenta Dilma Rousseff. O golpe é produto de uma ação coordenada
            de atores nacionais e internacionais que se unificaram no ataque ao
            governo constitucional como requisito para atingir seus objetivos, a
            exemplo, do controle sobre as reservas nacionais de petróleo e o
            desmantelamento dos direitos da classe trabalhadora.
            O golpe, além de uma forte ofensiva neoliberal e imperialista que se
            estende aos governos progressistas na América Latina, comporta ainda
            uma regressão civilizacional, com a degradação dos valores básicos
            de sociabilidade, respeito, solidariedade e alteridade entre as
            pessoas. A cultura do ódio tem sido disseminada pela grande mídia e
            por movimentos de extrema direita, produzindo um senso comum de
            caráter fascista e misógino que atinge diretamente os direitos
            humanos.
            Por outro lado, ocorre a ampliação da resistência social diante da
            truculência do governo e das forças golpistas perante as políticas
            públicas progressistas, formuladas na última década, bem como diante
            da afronta aos direitos constitucionais conquistados durante o
            processo de redemocratização. Neste contexto, a luta das mulheres,
            da juventude e da cultura ganham protagonismo e a conformação de
            duas frentes nacionais - Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem
            Medo - compõem o repertório da resistência contra o golpe. Mesmo com
            diferentes leituras e caracterização do governo Dilma, essas frentes
            estão unificadas em torno da luta pela redemocratização do país com
            a palavra de ordem: “Fora Temer”.
            Os sujeitos políticos da economia solidária somam-se à luta contra o
            golpe e pela democracia. A I Assembléia Nacional da Economia Popular
            Solidária aprofunda esse compromisso ao traçar diretrizes para o
            conjunto do campo da economia solidária em articulação com os demais
            movimentos de resistência.
            Esse golpe interrompe um ciclo de conquistas resultantes do pacto
            democrático consolidado na Constituição de 1988 e na relação da
            sociedade civil com o Estado, sobretudo, nos últimos 13 anos. O
            Movimento da Economia Popular Solidária no Brasil constituiu um
            espaço no governo federal para promover a economia solidária
            enquanto política e estratégia de desenvolvimento. Durante esse
            período, foram construídos e fortalecidos canais democráticos de
            participação e controle social, principalmente nas três conferências
            públicas e no Conselho Nacional de Economia Solidária (CNES),
            valorizando o diálogo com os fóruns, redes e demais organizações,
            além de transversalizar suas ações em diversas áreas e setores de
            políticas públicas.
            Esse processo, no entanto, foi bruscamente interrompido e está
            ameaçado com o golpe que se abateu sobre o país. Foram extintos
            ministérios, secretarias e políticas públicas de cunho emancipatório
            que haviam sido conquistados pelos movimentos sociais e que
            expressavam a ampliação de direitos para segmentos da população
            historicamente excluída, a exemplo de povos do campo, catadores e
            catadoras de materiais recicláveis, população em situação de rua,
            negros e negras, indígenas, mulheres, jovens, LGBTTT, povos e
            comunidades tradicionais e de matriz africana e pessoas que sofrem
            transtorno mental, entre outros.
            O desmonte das políticas emancipatórias é acompanhado pela
            criminalização dos movimentos sociais, pela destruição de valores da
            democracia e pela usurpação dos espaços do poder público por agentes
            golpistas, como está ocorrendo com a economia solidária e a SENAES.
            A desvinculação dos processos democráticos e efetivos de diálogo
            social significa desviar a política dos seus sentidos, práticas e
            significados, abrindo brechas para os padrões políticos
            característicos do clientelismo e para a imposição dos interesses do
            capital internacional acompanhados de práticas patrimonialistas e
            autoritárias.
            Nesse contexto, estabelecemos:
            LINHA GERAL
            Diante da crise política, econômica e civilizacional em que vive o
            Brasil, a Economia Popular Solidária se articulará com as frentes
            populares e movimentos de resistência ao golpe e construirá uma
            estratégia nacional de mobilização e fortalecimento da economia
            solidária, do trabalho associado e da autogestão, por meio da
            convergência das centrais de representação de cooperativas e
            empreendimentos solidários, das entidades, dos fóruns e dos
            movimentos sociais que compreendem que o momento atual é de
            construir um grande movimento nacional em torno da disputa por um
            modelo de desenvolvimento soberano, justo, sustentável e solidário.
            OBJETIVOS
            1° Construir diretrizes estratégicas de enfrentamento ao golpe, de
            mobilização e fortalecimento do movimento da economia solidária, do
            trabalho associado e da autogestão.
            2° Afirmar à sociedade o projeto político, econômico e social da
            economia popular solidária como estratégia de desenvolvimento justo,
            cooperativo, sustentável e solidário.
            DIRETRIZES
            Diretriz Estratégica 1 - Realizar análise de conjuntura nacional e
            internacional em todas as atividades da economia solidária que
            ocorram nos territórios, municípios, estados com o objetivo de
            fortalecer politicamente o Movimento Nacional da Economia Solidária.
            Diretriz Estratégica 2 – Aderir publicamente e participar ativamente
            das Frentes Brasil Popular (FBP) e/ou Povo Sem Medo (PSM) no âmbito
            nacional, estadual e local.
            Diretriz Estratégica 3 – O movimento de economia solidária não
            reconhece o governo golpista e, portanto, não dialogará
            politicamente com o mesmo e atuará de forma combativa reivindicando
            suas conquistas e políticas públicas de economia solidária e de
            direitos.
            Diretriz Estratégica 4 – Frente à atual conjuntura nacional, é
            necessário um grande mutirão de lutas, resguardando as
            especificidades locais e territoriais. Neste sentido, fica criado um
            canal de articulação do movimento nacional de economia solidária em
            luta pela democracia, como espaço de comunicação e concertação entre
            as entidades, redes, fórum brasileiro de economia solidária,
            centrais de representação de cooperativas e empreendimentos
            solidários e outros movimentos e organizações da economia solidária.
            Por fim, conclamamos a todas as trabalhadoras e todos os
            trabalhadores associados e demais militantes da economia popular
            solidária a unificar a luta para derrotar o golpe e construir outro
            modelo de desenvolvimento justo, cooperativo, sustentável e
            solidário no Brasil e na América Latina.
            Por um Brasil Democrático, #ForaTemer!
            A seguir, apresentamos as ações definidas durante a assembleia para
            cada Diretriz Estratégica:
            Diretriz Estratégica 1 - Realizar análise de conjuntura nacional e
            internacional em todas as atividades da economia solidária que
            ocorram nos territórios, municípios, estados com o objetivo de
            fortalecer politicamente o Movimento Nacional da Economia Solidária.
            Ações:
            1- Socializar o documento de análise apresentado na assembléia para
            orientar a análise, o Manifesto aprovado na assembléia, e o livro do
            Betinho “como fazer uma análise de conjuntura”. Para esta
            socialização, se possível criar um site alimentado cotidianamente
            para comunicar elementos para analise de conjuntura e crie
            identidade para a articulação.
            2- Realizar e promover agenda de análise de conjuntura nos
            territórios e em todo e qualquer espaço da ecosol, fazendo parte da
            dinâmica cotidiana dos mesmos: feiras, encontros, reuniões dos
            fóruns, empreendimentos e organizações locais, municipais e
            nacionais, etc, tendo como referência pelo menos os documentos acima
            citados, criando espaços de convergência e diálogo através do
            convite e participação de atores diferentes para contribuir na
            análise, como representantes das frentes, educadores populares,
            entre outros, e em diálogo e maior alinhamento entre todas as
            instâncias do Fórum Brasileiro de Economia Solidária.
            3- Ocupar as praças, praias e as ruas com dinâmicas que incorporem
            leitura, música e que provoquem a análise de conjuntura com a
            população de modo que possamos absorver as reflexões e propostas de
            ação que vem de todos e todas, ajudando-nos a esclarecer e
            compreender como pensam as pessoas que não estão no movimento.
            4- Construir Assembléias similares a Nacional nas diferentes regiões
            para Análise de conjuntura e construção de estratégias regionais.
            5- Realizar processos de formação continuada e incluir na analise de
            conjuntura as questões subjetivas - saúde mental, gênero, raça, etc
            6- Criar e fortalecer espaços de visibilização e de denúncia de
            violação de direitos humanos e de criminalização dos movimentos
            sociais.
            Diretriz Estratégica 2 – Aderir publicamente e participar ativamente
            das Frentes Brasil Popular (FBP) e/ou Povo Sem Medo (PSM) no âmbito
            nacional, estadual e local. Ações:
            1- A adesão as duas Frentes, pelas bases do movimento de economia
            solidária deve ser feita a partir da apropriação da carta de
            princípios do FBES pelos participantes dos Fóruns locais de Economia
            Solidária e a partir das análises de conjuntura realizadas. Pode-se
            montar comissões nas bases do movimento para orientar a participação
            das mesmas nas duas Frentes, reafirmando que a plenária de cada
            movimento é soberana.
            2- Fortalecer as frentes já existentes através da criação de comitês
            de economia solidária nas mesmas e/ou da participação dos atos de
            mobilização e dos debates das frentes se informando das suas
            reuniões para compor nas várias instâncias: que cada espaço seja
            espaço de luta, como espaços de feiras disponíveis para as frentes e
            fortaleça a comunicação da Economia Solidária com as mesmas.
            3- Dar visibilidade da economia solidária com faixas e cartazes
            específicos que identifiquem o movimento, levando as demandas da
            economia solidária a partir da base e apresentando a carta de
            princípios do movimento e o Manifesto desta Assembleia Nacional.
            4- Participar ativamente dos atos e mobilizações como estratégia de
            formação e ter um material impresso orientando a participação nas
            frentes e formação de comitês.
            Diretriz Estratégica 3 – O movimento de economia solidária não
            reconhece o governo golpista e, portanto, não dialogará
            politicamente com o mesmo e atuará de forma combativa reivindicando
            suas conquistas e políticas públicas de economia solidária e de
            direitos. Ações:
            1- Não ter diálogo de forma alguma até que seja deliberado sobre o
            impeachment, no fim de agosto. Depois é preciso fazer um balanço e
            criar as estratégias para garantir o PPA e os recursos da economia
            solidária caso seja o governo Temer ou caso seja o governo Dilma
            garantir os avanços deliberados na conferência.
            2- Construir um dia nacional de luta para o movimento de economia
            solidária, demonstrando que os direitos conquistados se devem à luta
            e dos movimentos populares construídas pela base.
            3- Escracho em todos os atos em que o secretário e qualquer
            dirigente deste governo golpista participar.
            4- Participar nos conselhos gestores que são de execução de
            convênios. Em qualquer convênio, o diálogo será com os técnicos.
            5- Em todos os espaços, deixar claro nossa posição com algum
            material visual.
            6- No Grito dos Excluídos, participar do ato com a entrega do
            Manifesto desta Assembleia
            Diretriz Estratégica 4 – Frente à atual conjuntura nacional, é
            necessário um grande mutirão de lutas, resguardando as
            especificidades locais e territoriais. Neste sentido, fica criado um
            canal de articulação do movimento nacional de economia solidária em
            luta pela democracia, como espaço de comunicação e concertação entre
            as entidades, redes, fórum brasileiro de economia solidária,
            centrais de representação de cooperativas e empreendimentos
            solidários e outros movimentos e organizações da economia solidária.
            - Este canal de articulação não representa politicamente o movimento
            de economia solidária em nenhum espaço
            - Este canal de articulação é composto inicialmente por 1
            representante titular e 1 suplente de: centrais de cooperativas
            eempreendimentos solidários, centrais sindicais, movimentos
            nacionais, o Fórum Brasileiro de Economia Solidária e entidades
            nacionais da Economia Solidária.
            - Este canal de articulação é aberto a novas adesões, desde que haja
            concordância com o Manifesto da Assembleia Nacional do Movimento da
            Economia Popular Solidária.
            - Ela deve funcionar de maneira autogestionária com recursos das
            próprias estruturas. Ações:
            1- A Economia Solidária deve chamar o movimento de diálogos e
            convergência para fortalecer as ações do movimento, e a juventude
            precisa ser contemplada neste processo.
            2- Definir data da primeira reunião do canal e a forma de
            comunicação para articular os processos nacional e local.
            3- Divulgar este espaço para as possíveis novas adesões.
            4- Criar espaços de formação e capacitação para o trabalho nos
            princípios de economia solidária, promovendo a formação de
            trabalhadores e trabalhadoras por trabalhadores e trabalhadoras.
            Formação técnica e profissional para promoção do trabalho autônomo e
            cooperativistas.
            5- Os Fóruns têm que garantir estratégias de sustentabilidade que os
            tornem independentes dos recursos públicos e garantam a autogestão
            do movimento de economia solidária. Seguindo o exemplo dos
            empreendimentos na construção dos fundos solidários. O acesso a
            recursos públicos deve se dar como acesso a direitos conquistados
            pelos movimentos populares, garantindo autonomia e autogestão dos
            Fóruns em todas as suas instâncias.

In
FÓRUM BRASILEIRO DE ECONOMIA SOLIDÁRIA
http://www.fbes.org.br/
20/7/2016

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Los intereses del agronegocio y el gobierno golpista



João Pedro Stedile, Sérgio Görgen

Las elites no se articularon solo para sacar a Dilma, también para atender los
intereses capitalistas sobre los bienes.

La clase dominante del campo, los latifundistas, los grandes propietarios de la
tierra y las empresas transnacionales del agronegocio, fueron los actores
principales en el avance golpista para interrumpir el proceso democrático y la
distribución de las ganancias que, aun a pasos lentos, marchaba en Brasil.

Se articularon para acelerar la implantación de propuestas concretas que
representan a los intereses capitalistas en la propiedad de los bienes de la
naturaleza, de la tierra y en la producción agrícola del país. Y, para eso,
construyeron, con ayuda de sus legisladores y algunos intelectuales orgánicos
ruralistas, una agenda de propuestas bien clara.

Esta agenda de intereses se tornó conocida por tres vías: la publicación del
Instituto Pensar Agropecuario (IPA), compuesto por 39 entidades del agronegocio
brasileño; por el Frente Parlamentario Agropecuario, también conocida como
Bancada Ruralista, que fue publicada antes del golpe parlamentario consumado en
la vergonzosa votación del 17 de abril en la Cámara de Diputados; y en la
elección del nuevo ministro de Agricultura, senador Blairo Maggi, que pasó a
explicar de forma didáctica en pronunciamientos y entrevistas lo que los
ruralistas pretenden.

Vamos a sus propuestas:

I- Propuestas estructurales de la expansión del capital en la agricultura a
través del modelo del agronegocio

1. El ministerio de Agricultura debe ser ocupado en su dirección por “lideres
diferenciados”y en su gestión por un “gobierno técnico”. Líderes diferenciados:
“conocimientos profundos del sector y que tenga, principalmente, estrecho
relacionamiento con las entidades representativas y con los líderes políticos”.
(Lo que se consolidó con la elección de Blairo Maggi);

2. Reducción del tamaño del Estado, o sea, todo debe ser decidido por el mercado
(los capitalistas). Y el Estado sólo participa para cubrir los prejuicios y
garantizar las tasas de lucro de ellos. ¡Un capitalismo sin riesgos!

3. Políticas agrícolas plurianuales, con visión de medio y largo plazo. Por lo
que evidencian sus intenciones de quedarse por mucho tiempo gobernando;

4. Aumento de las ofertas de crédito, con tasas de interés más bajas y
controladas. El crédito rural debe tener menos burocracia, modernización de la
legislación sobre los créditos, catastro único para productores y
cooperativistas en el sistema financiero, creación de un Fondo de Garantía de
Créditos y de un Fondo de Inversiones del Agronegocio. Es la consolidación de la
alianza de los propietarios de la tierra que dependen cada vez más del capital
financiero;

5. Estimular la entrada de capitales extranjeros, de los grandes bancos en el
crédito rural para financiar a la agropecuaria brasileña;

6. Seguro Rural con aumento de recursos subsidiados del Estado y reglamentación
del Fondo de Catástrofes (a ellos accederán a un costo de seguro más razonable y
así dividir prejuicios con toda la sociedad);

7. Reglamentar los contratos con “opción de compra” como política de “seguro de
precios”;

8. Apoyo al gobierno, para tener acceso al mercado externo de las commodities,
en mejores condiciones de disputa con sus competidores capitalistas del
exterior;

9. Cambiar la ley para abrir la posibilidad de venta de tierras a extranjeros,
inclusive para empresas con capital mayoritariamente extranjero. (La ley ya está
en votación en la Cámara de Diputados, siendo un ataque a la soberanía
nacional);

10. Tener Plan Nacional de almacenaje privado, para garantizar abastecimientos
subsidiados de los granos;

11. Recursos para un plan nacional de irrigación del agronegocio;

12. Simplificación y rapidez en la aprobación de nuevos venenos, para aumentar
la producción y uso de agronómicos, llamados por ellos de “defensa agropecuaria
y fitosanitaria”;

13. Acelerar la ley de tercerización de las leyes laborales, para facilitar la
contratación de mano de obra temporaria en el campo, de forma más barata y sin
riesgos;

14. Adecuar las leyes laborales a la “realidad del campo” y cambiar la ley del
trabajo esclavo, pues lo consideran un concepto muy amplio.

II. Propuestas del agronegocio para enfrentar la agricultura campesina y a los
pueblos que viven en el campo

1. Fin de la demarcación de las tierras indígenas y quilombolas [tierras de
comunidades afro descendientes] por el gobierno, y con la aprobación del PEC
215, solamente el Congreso Nacional podría reconocer nuevas áreas. Y revisión de
las demarcaciones realizadas en los últimos años;

2. Fin de las desaprobaciones para la Reforma Agraria, consideran innecesarias.
Y la revisión de las desaprobaciones realizadas en los últimos años;

3. Revisión de las funciones del Incra [Instituto Nacional de Colonización y
Reforma Agraria], transformándolo en una mera agencia de tierras, que actuaría
en la titulación y en la distribución de las tierras de la Unión;

4. Extinción del Ministerio de Desarrollo Agrario (MDA). Reincorporar las
actividades de este ministerio al ministerio de Agricultura, Pecuaria y
Abastecimiento (MAPA) y transferir los programas sociales del MDA y del extinto
Ministerio de la Pesquería al Ministerio de Desarrollo Social. Ya extinguieron
el MDA y abandonaron todas las políticas públicas que había para la agricultura
campesina;

5. Extinción de la Compañía Nacional de Abastecimiento (Conab);

6. Liberar a través de ambientales y transformar el Conama (Consejo Nacional de
Medio Ambiente) en órgano consultivo y no más deliberativos como es hoy en día.

III. Las propuestas explicadas por el ministro Blairo Maggi: “Brasil no necesita
de Reforma Agraria”

Por lo que parece, el nuevo “Rey de la Soja” es uno de esos “líderes
diferenciados” al que se refieren los redactores de la Agenda del Agronegocio.
Veamos un resumen de lo que él dice a la prensa después de la audiencia pública
en el Senado Federal, el día 23 de junio del 2016.

1. Brasil puede crecer sin Reforma Agraria, sin nuevos asentamientos, sin nuevas
ocupaciones. Él podría ser aún más claro y decir: Brasil puede existir solo con
latifundios, y no precisa de agricultores campesino sin-tierra. Apenas peones
para trabajar para nosotros;

2. Defiende la emancipación de los asentamientos para que latifundios puedan
comparar o arrendar tierras de la reforma agraria;

3. Pretenden privatizar los almacenes de la Conab. Quiere que el Gobierno
contrate depósitos privados para garantizar reservas;

4. Es contra cualquier impuesto sobre el lucro de las exportaciones agrícolas,
para cubrir despensas de la Previsión Social. Así como es contra la revisión a
la Ley Kandir [ley que permite la exención del pago del Impuesto a la
Circulación de Mercaderías y Servicios de Transporte – ICMs – sobre las
exportaciones del productor primario y semi elaborados o servicios, desde 1996],
y con eso está quebrando a los estados agrícolas del país;

5. Está a favor de vender tierras para extranjeros, sin límites;

6. Defender impuestos más bajos para la producción agropecuaria;

7. Defiende la tercerización de la Fiscalización Agropecuaria. “Debe ser un
servicio prestado por empresas tercerizadas, capitalistas, que serían mucho más
eficientes. “¿Para quién?”.

IV. Conclusiones

1. Gran parte de las propuestas son, todavía, genéricas, por lo tanto, muy
peligrosas para los intereses de la sociedad brasileña, como un todo. Son más
objetivos cuando tratan de recursos y de crédito y cuando tratan de la “agenda
destructiva”;

2. Tienen muchas contradicciones: proponen la disminución del tamaño del Estado,
pero la mayoría de las propuestas (crédito, seguro, almacenaje, irrigación)
exigen aún más recursos públicos para el sector. O sea: menos Estado para los
campesinos y más Estado para el agronegocio;

3. Las propuestas ya están siendo implementadas en estos dos primeros meses de
gobierno golpista. El MDA ya fue extinguido, los indígenas están siendo
duramente reprimidos y el ministro Maggi trabaja aceleradamente en la
implementación de sus propuestas;

4. Hay otros puntos que no están en la agenda específica del sector pero que son
abrazadas por la clase dominante como un todo, pues afectan a toda la clase
trabajadora. Como ejemplo: los cambios a la Previsión Rural (edad mínima de 65
años y desvincularon de los beneficios del salario mínimo) y propuesta para que
el Ejército reprima las ocupaciones de tierra;

5. Frente a este plan y las amenazas,   los movimientos sociales y sindicales
campesinos precisan organizar sus líneas de defensa, de resistencia y de luchas
de masas para derrocar estas propuestas del plan ruralista, que quiere a Brasil
de regreso a los tiempos coloniales.

14 de julio de 2016

----------------
Sérgio Görgen es Frei franciscano e integrante de la coordinación del Movimiento
de Pequeños Agricultores (MPA)

João Pedro Stedile es integrante de la coordinación del Movimiento de
Trabajadores Rurales Sin Tierra (MST)

Traducción: María Julia Giménez

https://brasildefato.com.br/2016/07/14/opinion-los-intereses-del-agronegocio-y-el-gobierno-golpista/
In
ALAINET
http://www.alainet.org/es/articulo/178803
14/7/2016

quarta-feira, 27 de julho de 2016

El explosivo momento que vive Estados Unidos


La polarización y el polvorín

James Petras

      Traducción del inglés para Rebelión de Carlos Riba García

Introducción 
El orden constitucional de Estados Unidos –tal como hoy existe–, basado en
marcados contrastes, enfrenta una profunda crisis de legitimidad. Estados Unidos
está dividido entre 1) un Estado policial-judicial-presidencial muy arraigado en
lucha contra la sociedad civil organizada en comunidades de base
afroestadounidenses, hispanas y de trabajadores desamparados; 2) una policía
federal, una justicia, un departamento de Estado y un despacho presidencial,
todos ellos corruptos, enfrentados con un sistema constitucional y legal
sustentado por una vasta mayoría de ciudadanos; y 3) un sistema de elección
presidencial amañado en contra del consenso y aprobación de la mayoría del
electorado.
La división de la sociedad estadounidense es mucho mayor que lo que marcan las
‘opiniones’ recogidas en sondeos y mediciones.
La polarización ha encontrado la forma de expresarse en las manifestaciones
masivas en la calle, los votos de rechazo y los ataques violentos. Todos ellos,
¿están marchando hacia un levantamiento de ámbito nacional? Los funcionarios
públicos describen la situación como “un polvorín a punto de estallar”.
El bazar de las caras torcidas
La elite gobernante simula que controla la polarización. El presidente Obama se
enreda en una retórica estéril que no impresiona a nadie.
La corrupción, el engaño y la traición en las altas esferas son tan rampantes
que la complicidad compartida se ha convertido en la señal de pertenencia. Los
ciudadanos más activos niegan la legitimidad de todos los políticos y los
rechazan considerando que son “todos corruptos”.
El sistema electoral es un gigantesco bazar de sonrisas torcidas, escandalosas
necedades y promesas vacías... incumplidas antes de ser formuladas.
Si los tribunales, el proceso electoral y el Estado policial actúan como un
triunvirato al que no puede acceder la vasta mayoría de la ciudadanía
estadounidense, el pueblo apelará a otros procedimientos y otras voces para
desafiar a la tiranía de la elite y cambiar la situación.
 El polvorín está dentro de Estados Unidos
El público estadounidense viene sufriendo dos décadas de caída del nivel de vida
e inestabilidad, mientras que la elite acumulaba una inmensa concentración de
riqueza, privilegio y poder. La espera pasiva y la paciencia se están acabando;
las promesas de un futuro mejor caen en oídos sordos y las sonrientes
insignificancias son recibidas con rostro sombrío.
El primer signo del “polvorín a punto de estallar” empezó con un fuerte petardo.
La juventud con esperanzas dio un giro para apoyar a un ‘socialdemócrata’ de la
propia casa y a un ‘patriota nacionalista’ de la casa de al lado. ¡Los petardos
partieron, chisporrotearon y murieron! Prometiendo meter a sus seguidores dentro
del corral demócrata, Sanders se derritió en el abrazo carnal de la ‘reina del
caos’, la candidata de décadas de engaño y decepción. Mientras tanto los
patriotas trabajadores seguidores de Trump se convirtieron en porteros de
banqueros, vendedores de Biblias puerta a puerta y mercachifles republicanos.
La farsa electoral no ha conseguido mojar la pólvora. Hay demasiados fuegos
ardiendo en todo el territorio y demasiados pirómanos con ganas de encender la
mecha.
 Desenmascarados los falsos profetas de la justicia
A diferencia de la ‘explosión’ electoral que echaba chispas en medio del rencor
de los votantes, las comunidades negras y morenas no siguieron las consignas de
marcha de los políticos estafadores, jueces y jefes policiales. No obedecieron a
los falsos profetas políticos. En número cada día más importantes han salido a
la calle para luchar.
Durante los últimos ocho años, el presidente Obama ha devastado los barrios y
colegios negros, dando rienda suelta a unas fuerzas policiales estatales muy
militarizadas al mismo tiempo que elogiaba a los funcionarios políticos negros y
a los policías negros que participan en las operaciones para atemorizar a las
comunidades negras. De ningún modo es sorprendente que la cada vez más aguda
polarización social se haya extendido y profundizado en las barriadas negras.
Estamos volviendo a los sesenta y setenta, cuando la violencia racial originada
en la Oficina Oval del presidente fluía aguas abajo hacia los tribunales y la
policía dando lugar a una violencia recíproca que iba de abajo a arriba, hasta
llegar a la elite.
 Encender la mecha
La revuelta empezó con los afroestadounidenses y se extiende entre los
latinoamericanos y, más allá, entre los trabajadores blancos cuyas condiciones
de vida son cada vez peores. El creciente levantamiento de los trabajadores
blancos contra la cleptócrata dinastía Clinton se ha ampliado para abarcar la
rebelión popular contra ‘la quema’ del renegado seudosocialista Bernie y el
resto de multimillonarios dueños del sistema político. La rebelión política está
atravesando todo el centro de Estados Unidos.
Una mayoría de estadounidenses se ha polarizado porque se le ha negado la
estabilidad esencial en la vida cotidiana. Echa de menos su perdido nivel de
vida y ve ante ella un sombrío e inaceptable futuro, especialmente para sus
jóvenes y niños.
La rebelión en Estados Unidos tiene varios desencadenantes: la economía
plutocrática, el cleptocrático sistema electoral y el deshumanizante estado
policial
El sistema electoral basado en el robo ha traído consigo el mayor número de
voces hostiles que atraviesan las diferencias raciales y penetra profundamente
en la división de clases.
La polarización propiciada por la militarización policial es más inmediata y
explosiva. Es la que más probablemente acabe en acción directa.
La clase trabajadora blanca –en franca caída económica– es el mayor grupo
rebelde pero ha sido el más lento en el desarrollo de una conciencia de clase y
una organización. Aun así, es el sector social con el mayor potencial de hacer
caer el sistema.
Los desencantados rebeldes electorales (los seguidores de Bernie) son muchos y
rápidos para actuar, pero también son los más fáciles de engañar por los
políticos charlatanes y los timadores.
 Conclusión 
La confluencia de militantes negros, activistas contra la abstención y
trabajadores blancos empobrecidos no es más que el comienzo del gran alzamiento.
Aun así, ellos ‘no se reconocen’ en la vida cotidiana, el trabajo, el barrio ni
el lenguaje, incluso aunque compartan una profunda hostilidad contra el Estado
policial cuya misión es proteger a la elite político-económica.
¿En qué circunstancias podrían unirse? En estos momentos no existe una
organización capaz de unificar esas fuerzas, con todo su dinamismo y capacidad
crítica.
Las organizaciones basadas en la comunidad tienen limitada visión estratégica y
no trascienden su localismo.
Algunos partidos políticos alternativos y algunas personalidades han prometido
sumarse sin embargo están trabajando en políticas electoralistas divorciadas de
la acción directa, aunque tengan que ver con la policía, los tribunales o el
sistema económico.
Podría surgir algún ‘líder carismático’ y tender puentes entre los distintos
sectores; en cierto momento, algunos trabajadores blancos empobrecidos o
militantes negros o activistas sin representación podrían fusionarse alrededor
de semejante líder. Pero, a menos que ese líder se enganche a una organización
potente y dirigida por activistas de las comunidades, la amenaza de una traición
sigue siendo una posibilidad real.
Vivimos un tiempo en el que el sistema existente está podrido y cayéndose y en
el que crece la desafección de las masas. No obstante, también es un tiempo en
el que las ‘alternativas’ parecen lejanas y etéreas. Lo que está perfectamente
claro es que el mero deterioro y derrumbe no son suficientes para provocar una
rebelión popular masiva y para construir una sociedad justa.
 Rebelión ha publicado este artículo con el permiso del autor mediante una
licencia de Creative Commons, respetando su libertad para publicarlo en otras
fuentes.
In
REBELION
http://www.rebelion.org/noticia.php?id=214891
27/7/2016

terça-feira, 26 de julho de 2016

Jarama Valley - Pete Seeger and the Almanac singers


https://www.youtube.com/watch?v=GTDzjYNJZ0Q

"Colectividades y revolución social. El anarquismo en la guerra civil española (1936-1939)" de Walther L. Bernecker




Jesús Aller



El bávaro Walther Ludwig Bernecker (Dollnstein, 1947), especializado en historia
de España, Portugal y Latinoamérica, dedicó su tesis doctoral, publicada en
alemán en 1978 y en castellano, con algunas adiciones, en 1982 (Crítica, trad.
de Gustau Muñoz), al papel desempeñado por las colectividades anarquistas en la
guerra civil española. Se trata de un trabajo extenso y muy documentado que
supuso una revolución en el conocimiento de este asunto tan debatido y que sigue
presentando hoy mismo, riguroso y ajeno a cualquier parcialidad, uno de los
mejores análisis que sobre él se pueden encontrar.

La obra comienza definiendo el tema de estudio, que no es otro que las
transformaciones sociales revolucionarias que se producen en Cataluña, Aragón y
Levante entre julio de 1936 y el otoño de 1937. Estas son consideradas por
separado en tres campos: agricultura, industria y servicios, y comités
políticos. Se repasan después los antecedentes en esta línea de trabajo, en los
que Bernecker destaca el contraste entre el tono hagiográfico de los autores
anarquistas y la crítica despiadada de los estalinistas, así como la aparición
reciente de análisis más ponderados. Concluye la introducción recordando
brevemente la trayectoria de los partidos políticos y sindicatos activos en la
España republicana, protagonistas del episodio que se va a analizar.
El siguiente capítulo se dedica a confrontar los dos relatos con los que los
comunistas y los libertarios describen lo ocurrido a partir de julio de 1936.
Los primeros habían reivindicado mucho tiempo una toma del poder por los
soviets, pero tras el cambio de estrategia decretado por la Internacional
Comunista en mayo de 1934 pasan a defender los frentes populares y una
revolución democrático-burguesa. Bernecker, siguiendo a otros autores, ve en
este giro sobre todo un intento de Stalin de confraternizar con las potencias
occidentales en aras de la seguridad exterior de la URSS. Durante la guerra
civil, esta política provocará la alianza del PCE con socialistas reformistas y
republicanos, y una oposición a las transformaciones revolucionarias ocurridas,
que acabó siendo un factor de desmovilización de consecuencias no desdeñables
sobre el esfuerzo militar. Por su parte los libertarios, poco dados a teorizar,
focalizaban sus anhelos de un mundo sin explotación en la estrategia de la
“huelga general revolucionaria”, que habría de actuar como partera del orden
nuevo, y en la que alejándose de los análisis clásicos marxistas, atribuían un
papel clave al campesinado. Entre los libertarios, el enfrentamiento de faístas
y treintistas significaba la disyuntiva: voluntarismo vs. prudencia, o acción
individual vs. acción de las masas, a la hora de encarar la revolución. La
unificación de posturas en el congreso de Zaragoza (mayo de 1936) estuvo
caracterizada por un distanciamiento de la realidad de los procesos históricos
en curso, que a partir de julio haría necesario improvisar apresuradamente.
 La colectivización en la agricultura
Grandes diferencias regionales marcaban la estructura de la propiedad rural en
España antes de la guerra civil. En el sur y sudoeste, donde predominaban los
latifundios, los terratenientes, absentistas e incapaces de cualquier mejora
técnica, actuaban a través de grandes arrendatarios que contrataban a su vez a
jornaleros y aparceros. En el norte, mientras tanto, imperaba la pequeña y
mediana propiedad, y abundaban minifundistas obligados a emplearse también como
obreros para dar de comer a sus familias. En este panorama desolador, las
prédicas anarquistas habían extendido, ya desde la segunda mitad del siglo XIX y
sobre todo por Andalucía, el anhelo de una gestión colectiva de la tierra. Una
reestructuración del régimen de propiedad y explotación era a todas luces
imprescindible, y en este sentido trató de avanzar la Ley de Reforma del 15 de
septiembre de 1932, que sin embargo apenas aportó resultados prácticos y fue
dejada pronto sin efecto por el gabinete Lerroux. Tras el triunfo del Frente
Popular en febrero de 1936, las ocupaciones de fincas, apoyadas parcialmente por
el gobierno, se hacen muy frecuentes, de forma que en julio existe ya en muchas
regiones de España una dinámica imparable de colectivización.
Antes de entrar en el detalle de la estructura y funcionamiento de las
colectividades agrarias, Bernecker nos pone al corriente de las dificultades que
hubieron de enfrentar por la oposición de los estalinistas, cada vez más
influyentes, así como por la tensión y contradicciones de la UGT al respecto. En
las semanas posteriores al 19 de julio de 1936, la formación de comunas agrarias
y comités fue un proceso espontáneo e imparable de las masas ante el vacío
generado por la desaparición de los terratenientes y sus administradores, y la
gestión de la inmediata cosecha se afrontó colectivamente en muchos lugares se;
por otra parte, los pequeños propietarios que optaron por no participar en el
movimiento fueron respetados y hay constancia de que muchas veces terminaron por
sumarse a él. Aparte del trabajo agrícola, las comunas realizaron una gran
variedad de labores: irrigación, reforestación, granjas, escuelas, etc.
Lo ocurrido esos meses es descrito por los autores favorables al anarquismo como
la instauración de una democracia consejista, mientras que para sus detractores
se trató más bien de la imposición por la fuerza a los trabajadores de una
dictadura de comités autonombrados. A partir de las fuentes disponibles,
Bernecker concluye que a pesar de las disfunciones y excesos que puedan
señalarse en casos concretos, los comités dan en general más una imagen de
órganos de coordinación que de poder. Los sistemas de remuneración y
distribución de bienes en las comunidades fueron muy diversos, con experiencias
tanto de comunismo como de colectivismo, siendo este último el que al fin se
reveló más conveniente en las circunstancias dadas. Se llegó en ocasiones a la
abolición del dinero y se percibe reiteradamente un impulso de regeneración
moral encauzando el proceso de la revolución.
Un análisis de las colectividades constituidas en diferentes regiones muestra un
desarrollo mayor en Aragón, Andalucía, Castilla e incluso Levante que en
Cataluña, donde las resistencias gubernamentales y de arrendatarios y clases
medias apoyadas por los comunistas fueron más importantes. Por otro lado, la
viabilidad económica de las colectividades parece probada por las cifras y
testimonios disponibles. Puede concluirse que este movimiento supuso sobre todo
una apuesta decidida por un mundo sin explotación, una revolución ética en la
que los errores cometidos en la gestión del proceso fueron insignificantes al
lado de las dificultades exógenas que se interpusieron en su camino.
 La colectivización en la industria y los servicios
En los primeros años 30 España era un país agrícola con una escasa
industrialización sobre todo en la periferia y con una economía poco integrada
en la mundial, aunque dependiente de las grandes potencias destinatarias de sus
materias primas y proveedoras de tecnología. La crisis de aquellos años aumentó
el déficit comercial y contribuyó a agudizar el problema de un desempleo
estructural sin cobertura social. Derrotada la sublevación fascista, en Cataluña
y en menor grado en Levante y Castilla los trabajadores tomaron la dirección de
muchas fábricas y empresas, mientras otras eran “intervenidas” (puestas bajo
control), en un proceso en el que las masas fueron protagonistas y CNT y UGT
colaboraron estrechamente a través de los mismos comités sindicales que habían
actuado en las huelgas de los meses anteriores. Para Bernecker, este fue un
momento clave en el que los anarquistas fallaron al ser incapaces de crear
estructuras políticas que canalizaran la situación sin supeditarse a unos
poderes burgueses que sólo aguardaban la revancha.
Un repaso a los programas económicos de comunistas y anarquistas muestra que los
primeros apostaban por la nacionalización, centralización y militarización de
las industrias, utilizando como argumento los errores de los meses iniciales de
gestión colectiva. Su defensa de la pequeña burguesía multiplicó
exponencialmente su influencia, mientras por su parte los anarquistas no creían
más que en sindicatos y municipios libres como entidades sociales, convencidos
de la posibilidad de que estos se coordinaran eficaz y democráticamente para
alcanzar la máxima producción que la guerra requería. No obstante, su política
real, motivada por la la necesidad de converger con las otras fuerzas
antifascistas, fue una cesión continua en estos principios. Este afán de
compromiso los llevó a integrarse en todas las estructuras gubernamentales sólo
para ver cómo sus propuestas socializantes eran sistemáticamente rechazadas al
tiempo que en la propia CNT crecían las tendencias burocráticas y centralistas
de control por parte de la dirección nacional.
Bernecker analiza en detalle el funcionamiento de los organismos creados por la
Generalitat de Cataluña para coordinar y dirigir la política industrial: el
Consejo de Economía y la Caja de Crédito Industrial y Comercial, así como el
Decreto de colectivización de octubre de 1936. Puede comprobarse cómo lo que
nació con el apoyo y participación de la CNT para dar forma legal a sus
objetivos socializadores evoluciona progresivamente hacia un dirigismo estatal
que se hace mayor a partir de junio de 1937, cuando la consejería de Economía
pasa de la CNT al PSUC.
El estudio de cuatro casos en diferentes ámbitos y lugares muestra perfectamente
las tensiones entre estatismo y sindicalismo que se producen en ese momento:
1.- La poderosa industria textil catalana fue colectivizada en gran parte y
siguió funcionando a buen ritmo con una reorientación de la actividad hacia las
necesidades de la guerra. Los descensos observados en la producción son
achacables sobre todo a causas exógenas, como los problemas en el suministro de
materias primas y la desaparición de mercados.
2.- Los servicios urbanos de Barcelona: transportes, suministro de energía,
hoteles, restaurantes y peluquerías fueron colectivizados en los primeros días.
Comités elegidos democráticamente se hicieron cargo del control y coordinación y
establecieron la nueva política de salarios. Transformados en “propietarios”,
los trabajadores tuvieron que decidir sobre cuestiones como el destino que debía
darse al “ingreso residual”, que se solventaron con base en el principio
anarcosindicalista de tender a una gestión social global por parte de los
sindicatos. Los intentos del PSUC de municipalizar el transporte público de
Barcelona a partir de junio de 1937 chocaron con la voluntad de los empleados,
que lograron mantener su control hasta el final de la guerra. Desde un punto de
vista económico-contable y organizativo, la colectivización de estas empresas ha
de valorarse como un rotundo éxito.
3.- La industria textil de Alcoy, con más de cien plantas y fábricas cuyos
trabajadores estaban en gran parte afiliados a la CNT, fue socializada en
septiembre de 1936, dotándose de una estructura técnicamente solvente e
impecablemente democrática, con la que se consiguió un incremento de la
producción.
4.- Con casi toda la industria de guerra española en manos de los fascistas, las
factorías catalanas recién colectivizadas debieron encauzar su actividad a los
pertrechos bélicos, y aunque el gobierno central opuso dificultades a esta ardua
labor, se lograron resultados al cabo de un año que ni las estimaciones más
optimistas hubieran podido prever. La colectivización se mantuvo hasta agosto de
1938, cuando el control estatal trajo burocratización y autoritarismo que fueron
desastrosos para la producción.
 Estado y revolución
Donde el golpe fascista fue atajado por la acción decidida de las masas, el día
después trajo para los anarquistas un dilema intrincado: ¿Debían colaborar en
ese momento en la reconstrucción de la estructura gubernamental, contra la que
ellos siempre habían luchado, o habría de aprovecharse la propicia ocasión para
abolirla y establecer en su lugar la gestión por parte de una red federal de
consejos democráticos? Cuando se dieron cuenta de que la segunda opción, que
tenía demasiados enemigos, significaba de facto instaurar una “dictadura
anarquista”, renunciaron a ella y ayudaron a la restauración de un estado que
trataron de que fuera respetuoso con las conquistas sociales conseguidas.
Aceptando participar en los órganos de poder de este y desgajados cada vez más
de las masas, los dirigentes anarquistas comenzaron una deriva política que
terminó ahogando la revolución.
Bernecker repasa en detalle las vicisitudes de los dos ejemplos más notables de
este proceso: el Comité Central de Milicias Antifascistas en Cataluña y el
Consejo de Aragón. Su conclusión es que los líderes libertarios no estuvieron a
la altura de su misión histórica en aquel momento crucial y fueron incapaces de
crear estructuras de coordinación a nivel estatal para consolidar y encauzar la
revolución, cediendo así la iniciativa a los que tenían por objetivo acabar con
sus logros, como efectivamente hicieron. El colaboracionismo de los dirigentes
trajo desmoralización y protestas esporádicas de las bases, y significó la
reproducción en el campo anarquista de los mismos esquemas de poder
burocratizado que suelen caracterizar a otros movimientos políticos.
Un análisis de la estructura y funcionamiento de los comités que proliferaron a
partir del 19 de julio muestra rasgos de democracia consejista, con
participación de todos los sindicatos y partidos, aunque en las grandes ciudades
la representación se basó en un compromiso entre las organizaciones y no en la
celebración de elecciones. El modelo no evolucionó a una sociedad socialista por
la rápida restauración de la maquinaria estatal.
 La revolución social: posibilidades y ocasiones perdidas
Las masas capaces de vencer la intentona fascista comenzaron en seguida un
proceso revolucionario que contaba con demasiados enemigos. Seducidos los
dirigentes libertarios a una colaboración con el poder que se reconstruía, no le
resultó después difícil a este con sus amplios recursos ir desactivando una a
una las conquistas sociales arrancadas en los primeros días. Bernecker analiza
también las causas endógenas para el fracaso del proyecto: la carencia de un
esquema organizativo bien definido entre los libertarios, que habían apostado
por el anarco-comunismo en el congreso de Zaragoza (mayo de 1936) y ante los
problemas para implantarlo optaron en general por un tímido colectivismo; las
tendencias egoístas en las empresas colectivizadas que se resistían a la
socialización; la dificultad de un modelo altamente participativo en las
drásticas condiciones impuestas por la guerra o la ingenuidad de participar en
el poder estatal para intentar salvaguardar la revolución, sin darse cuenta de
que esta había de ser fatalmente engullida por aquel.
En Colectividades y revolución social: el anarquismo en la guerra civil
española, 1936-1939 no puede dejar de maravillarnos la objetividad, cabal y
minuciosa, que se trasparenta a cada paso en el tratamiento de asuntos en los
que nada sería más fácil que caer en las simplificaciones del que ya ha tomado
partido antes de comenzar el análisis. Ajeno a cualquier sectarismo, aunque
pendiente de las implicaciones de todos los hechos estudiados en un noble ideal
de emancipación humana, el trabajo de Walther Bernecker no ha sido superado en
muchos aspectos y permanece como una herramienta imprescindible para la toma de
conciencia sobre una cuestión que, como él mismo nos recuerda en las palabras
finales del libro, a todos nos compromete. “ La visión de una sociedad 
auto-administrada, libre de represión y de estado, demostró ser impracticable,
en las condiciones dadas de poder y a la vista de las necesidades militares y
las exigencias de la guerra. Sin embargo,  sí  que existía la posibilidad
-también parcialmente aprovechada en los primeros meses- de hacer valer con
mayor intensidad en la vida política, social y económica en su conjunto las
ideas de la determinación libre. Haber restringido sistemáticamente más allá de
lo exigido por las necesidades de la guerra este ámbito democrático de acción
fue la responsabilidad de los partidos del Frente Popular. No haberlo utilizado
en su plenitud fue la ocasión perdida por los anarquistas. Los elementos de una
democracia social, inserta aún en procesos primarios de aprendizaje, fueron
suprimidos antes de finalizar la guerra civil. La idea de transformar en praxis
en la base de la sociedad una democracia llena de contenido social fue la
posibilidad y al mismo tiempo la ocasión perdida de los portadores de la
revolución social en la guerra civil. En este  sentido,  la revolución española
ha permanecido inconclusa y sigue siendo todavía un deber y una tarea”.

Blog del autor:  http://www.jesusaller.com/ 
In
REBELION
http://www.rebelion.org/noticia.php?id=214865
26/7/2016

segunda-feira, 25 de julho de 2016

O Brasil de ontem e de hoje


Uma radiografia da elite senhorial

                         
                        
        De onde veio a elite senhorial brasileira? De Portugal, claro. Mas não
de Lisboa. Veio, isso sim, em grande parte, do Norte de Portugal e das ilhas
açorianas. Na maioria, os fundadores das famílias que constituíram a
aristocracia rural, da qual resultaram alguns influentes políticos que ainda
hoje se destacam no cenário nacional, chegaram aqui com uma mão na frente e
outra atrás, em busca da chamada "árvore das patacas". À custa de muito esforço,
obtiveram sesmarias, escravizaram indígenas e tornaram-se latifundiários,
escravocratas e capitalistas, ou seja, "homens bons" no século XVIII. Quase
todos seriam pessoas de escassas letras. 


Adelto Gonçalves (*)




            Quem duvida que procure ler o Dicionário Histórico do Vale do
Paraíba Fluminense, publicado pelo Instituto Histórico e Geográfico de Vassouras
(IHGV) e pela Prefeitura Municipal de Vassouras, com o apoio da Nova Imprensa
Oficial do Estado do Rio de Janeiro, organizado pelas historiadoras Irenilda
R.B.R.M. Cavalcanti, Neusa Fernandes e Roselene de Cássia Coelho Martins com a
colaboração de mais 21 pesquisadores, entre os quais se destacam Antonio
Henrique Cunha Bueno e Carlos Eduardo Barata, autores do Dicionário das famílias
brasileiras (São Paulo, Editora Ibero-Americana, 1999).+
            Quem tiver a sorte de colocar as mãos neste livro vai conhecer um
trabalho pioneiro sobre seis municípios fluminenses - Vassouras, Barra do Piraí,
Campos dos Goitacazes, Barra Mansa, Resende e Volta Redonda -, que recupera a
história de 45 famílias tradicionais, além de reunir informações sobre
instituições culturais, políticas, educacionais e religiosas. Constitui ainda
importante conjunto patrimonial e histórico da época áurea do café que, no
século XIX, marcou os destinos do Vale do Paraíba Fluminense.+
            Uma importante família foi a Andrade, que teve início na região com
a chegada em 1751 de Cristóvão Rodrigues de Andrade, natural do lugar de
Nogueira da Costa na freguesia de São Pedro, bispado do Viseu, que fica no
encaixe entre o Centro e o Norte de Portugal. Outra foi a Antunes Moreira, cujo
patriarca no Brasil foi Manuel Antunes Aldeia, natural da Aldeia da Ponte, termo
da Vila dos Alfaiates, na Guarda.+
                                                           II
            Uma família que não se destacou por sua riqueza, mas que ficou
bastante conhecida no Brasil foi aquela iniciada por João Augusto Soares Brandão
(1844-1921), nascido no povoado de Lomba da Maia, na ilha de São Miguel, nos
Açores, aliás, a mesma terra do avô materno deste resenhista, cujo pai era
natural do lugar de Peias, freguesia (hoje vila) de Carvalhosa, no concelho de
Paços de Ferreira, Norte de Portugal.+
            Brandão adquiriu as primeiras letras no Brasil, tendo trabalhado
como caixeiro em uma padaria e charuteiro no centro do Rio de Janeiro, antes de
seguir a carreira artística, o que se deu depois de assistir a várias peças do
grande ator João Caetano (1808-1863). Atuou em companhias mambembes que
percorriam as cidades do interior do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.
Em 1883, passou a morar em Vassouras, apresentando-se no teatro local. Um de
seus rebentos foi o célebre ator e comediante Brandão Filho (1910-1998).+
            Uma família que se destacou em Vassouras foi a de Benjamin Benatar
(1809-1859), que nada tinha de português. Era natural do Gibraltar, Marrocos.
Chegou ao Brasil em 1829, instalando-se em Vassouras, em 1838, como dono de
botequim, com jogo de bilhar, e venda de secos e molhados. Casou-se em 1841 no
Rio de Janeiro com a paulista Brites Maria da Costa Gavião. Foi um dos
comerciantes mais prósperos da cidade, mas o episódio que o marcou para sempre
foi a opção no leito de morte de morrer como judeu. Por isso, embora fosse
participante da Irmandade de Nossa Senhora da Conceição de Vassouras, foi-lhe
negada sepultura no único cemitério da cidade.+
            Curiosamente, a família de Vassouras mais conhecida também não era
totalmente de origem portuguesa: Lacerda Werneck, da aristocracia rural
cafeeira, do qual descendia Carlos Frederico Werneck Lacerda (1914-1977),
jornalista, fundador do jornal Tribuna da Imprensa e da Editora Nova Fronteira,
do Rio de Janeiro, deputado federal e governador do Estado da Guanabara
(1960-1965), que teve importante papel na articulação do golpe civil-militar de
1964, até que, mais tarde, decidiu romper com a ditadura (1964-1985). Teve
início esta família com Johan Werneck (c.1670-1722), que se declarava de nação
alemã, embora haja uma corrente de historiadores que indica esta linhagem como
de origem irlandesa.+
            Ao contrário do seu filho Carlos, expoente do pensamento
conservador, o tribuno e escritor Maurício de Lacerda (1888-1959) destacou-se
como advogado defensor de operários anarquistas e comunistas. Era o
ex-governador também neto paterno do magistrado Sebastião Gonçalves de Lacerda
(1864-1925), ministro do Supremo Tribunal Federal (1912) e ministro da Viação e
Obras Públicas no governo de Prudente de Morais (1894-1898). Sua mãe foi Olga
Caminhoá Werneck (1892-1979). Embora nascido no Rio de Janeiro, Carlos Lacerda
foi registrado em cartório de Vassouras e sempre esteve muito ligado à cidade.
Como o pai e os tios Paulo Lacerda e Fernando Paiva de Lacerda, foi comunista
até 1939, período em que combateu a ditadura de Getúlio Vargas. Naquele ano,
rompeu com o movimento, depois de concluir que aquela doutrina levaria "a uma
ditadura pior que as outras, porque muito mais organizada".+
                                                           III
            Uma vassourense ilustre foi Eufrásia Teixeira Leite (1850-1930),
mulher avançada para o seu tempo, que viveu sua infância e adolescência numa
bela residência senhorial conhecida como a Casa da Hera. Recebeu educação
esmerada, apreciava literatura, lia Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832) e
contos de Edgar Allan Poe (1809-1849).+
            Viveu um romance de 14 anos com Joaquim Nabuco (1849-1910),
advogado, herdeiro de latifundiário pernambucano e defensor da liberdade para os
escravos, grande tribuno e jornalista combativo, que despertava a ira dos
conservadores que o consideravam um "arrogante mulato nordestino e perigoso
abolicionista", segundo a historiadora Neusa Fernandes. Aliás, quem quiser
conhecer a fundo a história desse romance deve procurar ler o livro Eufrásia e
Nabuco (Rio de Janeiro, Mauad, 2012), da historiadora Neusa Fernandes, que teve
acesso à longa correspondência trocada entre os amantes.+
            O Dicionário também inclui verbetes dedicados ao chefe quilombola
Manoel Congo, que teve seu memorial inaugurado em 1996. Manoel Congo, com sua
companheira Mariana Crioula, liderou uma rebelião que envolveu mais de 300
escravos em novembro de 1838. Sufocada a rebelião, Manuel Congo foi enforcado em
1839. O memorial, um modesto monumento, hoje pode ser visto no antigo Largo da
Forca, localizado no bairro da Pedreira, a 100 metros do centro histórico de
Vassouras. Sobre o quilombo de Manoel Congo, Carlos Lacerda publicou em 1935 um
livreto assinado sob o pseudônimo Marcos.
            Epifânio Moçambique, outro líder da revolta de escravos ocorrida em
1838, é também recordado em verbete. Coube ao coronel-chefe da Legião da Guarda
Nacional, Francisco Peixoto de Lacerda Werneck, também senhor de escravos e
proprietário de fazenda de café, organizar a grande força policial que sufocou a
revolta.+
                                                   IV
        Neusa Fernandes é historiadora, museóloga e pós-doutora em História e
Literatura. Professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da
UniRio, é sócia efetiva do IHGV e pesquisadora do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), além de autora de dez livros de
História e de Museologia, entre os quais A Inquisição em Minas Gerais no século
XVIII (Rio de Janeiro, Mauad, 3ª ed., 2014), outra obra imperdível para
historiadores e estudantes de História.+
            Irenilda Cavalcanti é doutora em História Social pela Universidade
Federal Fluminense (UFF), professora adjunta e coordenadora dos cursos de
mestrado e graduação em História da Universidade Severino Sombra (USS), de
Vassouras. Sócia do IHGV, é autora de capítulo do livro História Urbana:
memória, cultura e sociedade, publicado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).+
            Roselene de Cássia Coelho Martins é graduada em História e
pós-graduada em História do Brasil pela USS, com mestrado em História Social
pela mesma instituição. Sócia-fundadora do IHGV, é consultora e pesquisadora em
História na área de Arqueologia (em sítios urbanos e rurais) e Arquitetura de
patrimônios tombados.    +
______________________________
Dicionário Histórico do Vale do Paraíba Fluminense, de Irenilda R.B.R.M.
Cavalcanti, Neusa Fernandes e Roselene de Cássia Coelho Martins, com
apresentação de Carlos Wehrs, membro emérito do Instituto Histórico e Geográfico
Brasileiro (IHGB). Vassouras-RJ: Instituto Histórico e Geográfico de
Vassouras/Prefeitura Municipal de Vassouras/Nova Imprensa Oficial do Estado do
Rio de Janeiro, 344 págs., 2016.
_______________________________

(*) Adelto Gonçalves é doutor em Literatura Portuguesa pela Universidade de São
Paulo (USP) e autor de Os vira-latas da madrugada (Rio de Janeiro, José Olympio
Editora, 1981; Taubaté, Letra Selvagem, 2015), Gonzaga, um poeta do
Iluminismo(Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1999), Barcelona brasileira (Lisboa,
Nova Arrancada, 1999; São Paulo, Publisher Brasil, 2002), Bocage - o perfil
perdido (Lisboa, Caminho, 2003), Tomás Antônio Gonzaga (Academia Brasileira de
Letras/Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2012), e Direito e Justiça em
Terras d´El-Rei na São Paulo Colonial (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo,
2015), entre outros. E-mail: marilizadelto@uol.com.br+

In
PORT.PRAVDA.RU
http://port.pravda.ru/sociedade/cultura/23-07-2016/41410-elite_senhorial-0/
23/7/2016

sábado, 23 de julho de 2016

Is Really a Petty Bourgeoisie?



By Zoltan Zigedy

As a tool of social analysis, the concept of class fell into disfavor. Academics
scoff at it as a crude, outdated remnant of a discredited Marxist tradition.
Politicians scorn it as an affront to the social homogeneity of modern advanced
democracies.
But the rising awareness of economic inequality and its growth in the US has
recently brought the idea back into focus, though a decidedly cloudy focus.
The Occupy Movement, its counterparts and spin-offs, generated a simplistic
picture of social class based upon an arbitrary, yet compelling division of
income and wealth. The idea of the "1%" is a welcome radical slogan, but of
little use in understanding the dynamics of various social groups and the
relative stability of a social system operating against the interests of the
99%.
Others have contrived a structure that places a vast "middle class" at the
center of US society with the decadently rich and the poor at the margins. This
quasi-class structure is the preferred depiction of social democratic trade
union leaders and politicians who rail against the "shrinkage" of the middle
class while evading an indictment of corporations or capitalism. This
construction is both misleading and politically impotent.
I cite this perspective in a recent post: Modern liberals have... [created]
...an artificial class— the "middle class"— that purports to include hospital
workers, food service workers, and sweatshop workers in the same class with
doctors, lawyers, and financial managers. For those left out of this broad,
meaningless class, the Democratic Party offers the fruits of volunteerism and
charitable giving as expressed in its 2012 platform.
Unlike the Occupy movement's hazy recognition of class antagonism, liberals see
social harmony disrupted by unchecked greed. For them, the expansive "middle
class" is a happy product of capitalism when properly regulated.
The Marxist Alternative
Like the Occupy movement, Marxists see a class divide roughly based on wealth
and income. But they probe deeper for the cause of that divide, locating the
cause in social relations unique to capitalism. Those social relations turn on a
person's relationship to the instruments essential to the creation of society's
wealth. Those who possess (own) those instruments form a social class (the
bourgeoisie, capitalist class) that, not coincidentally, acquires a greater
share of society's wealth.
Those who own little or none of the instruments of production must hire
themselves out to the owners of those instruments in order to find a place in
the economic system. They exchange their labor for an income. But because they
depend upon this exchange for their continued existence, the owners of the means
of production maintain an advantage over them. Marx calls those who are
dependent "the proletariat" (the working class); he calls the relationship of
dependency "exploitation."
Thus, capitalist society divides itself into two classes based upon a
social/legal relation to the material and immaterial means of creating wealth:
those who control (own) those means fall into the capitalist class; those who
add their labor to the means of production constitute the working class.
Marx's neat class divide calls for some refinement: he recognized that there
were penumbra on the two major classes, lesser groups with ambiguous features.
At the margin of the working class are déclassé workers who often survive by
extra-legal means or as parasites on other workers. Marx dubbed this group the
lumpen-proletariat.
But below the principal owners of the most powerful economic entities— the
national and multinational corporations, in our era— is a group of small
business owners, merchants, managers, consultants, intellectuals, and
professionals who identify and share many interests with the bourgeoisie. Marx
labeled this group the petty bourgeoisie or petite-bourgeoisie. Though the
group's relations to the means of production (and wealth) may be tenuous, those
populating this group nonetheless tend to share values with the bourgeois class.
The petty bourgeois world view is essentially that of the very wealthy and
powerful.
The Petty Bourgeoisie and Today's Politics
A recent (June, 2016) study by Stephen Rose of the Urban Institute gives
credence to the Marxist class analysis and provides a key to both the resilience
of capitalist domination and the current political crisis. Ross endeavoured to
track the growth of the US "upper middle class" (UMC), an economic category
assigned a benign name, but not reflective of a similarly benign role. While
Rose chooses to define the UMC in terms of income— a slippery approach to class—
his category roughly captures the class dimensions of the Marxist concept of the
petty bourgeoisie. Rose's income-filters select those who persistently identify
with the bourgeoisie (Rose's top .1-1.8% of incomes) because of their economic
status.
His findings show a remarkable increase in the size of the UMC from 12.9% of the
population in 1979 to 29.4% in 2014! In other words, the mass base potentially
supporting the ideology and values of the so-called 1% more than doubled in size
in 35 years.
Even more striking, the rich and the upper middle class accounted for 30% of all
income in 1979. By 2014, their share grew to 63.1% of all income, demonstrating
the enormous growth in resources available to those with a vested interest in
capitalism and the status quo.
Thus, as 70% of the population— the working class and the poor— experienced
greater and greater inequality, rising poverty and insecurity, intensifying
racism, unemployment, and growing debt, the capitalist class and its junior
partners grew in size, wealth, and influence. At the same time, the class divide
grew wider.
What Does the Class Analysis Reveal?
The relative growth and strength of the petty bourgeoisie offers a powerful ally
with the capitalist class before an increasingly demoralized, poorly led, and
fragmented majority. As the capitalist/petty bourgeois coalition became more
powerful over the last 35 years, union militancy declined, electoral cynicism
grew, and radical opposition faded, further denying the majority its place in
the democratic process and the defense of its interests.
Clearly, the simplistic class analysis of the 1% versus the 99% fails to grasp
the implications of this development. It offers no explanation of the inability
of the 99% to simply overpower the will of the 1%. And it fails to reveal the
pitfalls of petty bourgeois leadership.
Likewise, the social democratic theory of a thriving, homogenous "middle class"
favors class collaboration with a powerful, rapacious coalition of the rich and
their bedfellows. This road, too, is a dead end.
When one brings the Marxist analysis to bear on the Democratic Party, it is
possible to understand the shift to the New Democrats that found full expression
in the Clinton and Obama administrations. I wrote in May: ...the social base of
the Democratic Party shifted, in the post-Watergate era, away from poor and
working class voters, its traditional base through most of the twentieth
century, toward professionals and middle strata in urban centers and suburban
bedroom communities.
This observation finds an empirical foundation in the data available with the
June release of the Rose study; the correlation of the shift and the emergent
power of the petty bourgeoisie is no accident. The unparalleled growth of the
petty bourgeoisie in size, resources, and voting power becomes a target for the
two US parties. In the case of the Democrats, with their traditional link to
labor and minorities guaranteed by ossified leaders, upper-income, "liberal"
professionals have come to play a decisive role.
The traditional New Deal agenda offered again and again as a tease for workers,
Blacks, Latinos, and the poor has been discarded for the social issues near and
dear to the petty bourgeoisie. Redistribution, as a sop to the old coalition,
gave way to "A rising tide lifts all boats," the New Democrat metaphor for
Reagan's "trickle down" economics. Gun control, sexual politics, lifestyle
issues replace bread and butter.
The contest between the two parties became a contest for the votes, resources,
and agenda of the upper income 30%. The remaining 70% were fed an unappetizing
gruel of empty promises and neglect.
Of course the US two parties have always been bourgeois parties in the sense
that they are, in the end, owned by the rich and powerful and are committed to
preserving the existing economic and social relations. However, the Democratic
Party, for most of the twentieth century, competed for the loyalty of workers
and minorities, conceding small reforms to maintain that coalition. With the
wedding of labor unions and civil rights organizations to the Democrats, that
deference is no longer necessary. With the ascendency of the petty bourgeoisie,
a new agenda has emerged— one decidedly negligent of the interests of the
working class and its allies.
It is likely that a similar expansion of the size and influence of the petty
bourgeoisie accounts for the devolution of New Labour in the UK, the
Socialists-in-name-only in France, and of other popular parties in Europe.
Sanders, Trump, and Brexit
This season of political shock and awe leaves many elites and servile pundits
with soiled underwear; they are scrambling to respond to the rejection of the
script carefully prepared for the electorate. Sanders was not supposed to
seriously challenge the trusted Democratic Party corporate candidate; Trump was
supposed to be a sideshow to the anointing of another trusted corporate
candidate for the Republican Party; and in the UK, citizens were supposed to
follow their "betters" and vote for the continuation of a state of affairs that
served only the interests of the privileged.
In all three cases, voters showed an unexpected and unprecedented refusal to be
herded like sheep toward preordained outcomes. Voters demonstrated anger and
independence. And their anger was directed at political institutions, parties,
and politicians that have failed them. The outrage marks the first stages of a
rejection of political options that take the majority of the people for granted
and ignore or deflect their interests. In a real sense, the class dynamics
outlined above have led to a crisis of legitimacy in both the US and the EU. In
the short run, it may be contained. But. going forward, the political crisis
will only deepen.
 
In
MLTODAY
http://mltoday.com/article/2489-is-there-really-a-petty-bourgeoisie/90-frontpage-storiestp://mltoday.com/article/2489-is-there-really-a-petty-bourgeoisie/90-frontpage-stories
July 5, 2016

sexta-feira, 22 de julho de 2016

25.000 Cooperativistas en la Marcha Federal "En defensa del Trabajo"






CNCT



Convocada por la CNCT, la medida logró la creación de un programa de Viviendas y
la ayuda económica del Programa Trabajo Autogestionado, entre otros puntos.





Desde las 11 de la mañana, la Confederación Nacional de Cooperativas de Trabajo
(CNCT) movilizó 25 mil personas por el Microcentro Porteño, presentando
petitorios en los Ministerios de Desarrollo Social, Vivienda, Trabajo y Energía,
bajo la consigna “Cooperativas en defensa del Trabajo, por más Obras y menos
Tarifazo”. También contaron con el apoyo del sindicato de Obreros Curtidores, la
Federación Gráfica Bonaerense y la CTA de los trabajadores, entre otras
organizaciones sociales.
Christian Miño, presidente de la CNCT, manifestó que “esta fue la marcha más
importante del sector en la historia de nuestro país; demostramos que el
movimiento cooperativo está más fuerte que nunca y que no va a permitir que le
quiten su dignidad”. Con respecto a la respuesta del gobierno nacional, adelantó
que “se comprometieron a continuar la negociación la semana que viene”.

En la Secretaría de Vivienda y Hábitat fueron atendidos por el Director Nacional
de Coordinación de Políticas y Programas Habitacionales, Ramiro Masjuan, quien
se comprometió a pagar los certificados de obra adeudados; crear un Programa de
Vivienda para las Cooperativas de la CNCT; y trabajar en los barrios de
viviendas que dejaron sin terminar las empresas lucrativas.

En el Ministerio de Trabajo, Empleo y Seguridad Social se comprometieron, a
través de una nueva resolución, a otorgar a todo tipo de cooperativas la ayuda
económica individual del Programa de Trabajadores Autogestionados (PTA), y quedó
una próxima reunión para armar una Mesa de articulación entre la CNCT y el
ministerio.

En el Ministerio de Energía fueron recibidos por el Subsecretario de
Coordinación de Política Tarifaria, Ing. Andrés Chambouleyron, quien derivó la
solución al próximo lunes, en una reunión junto al Ministerio de Desarrollo
Social. Las cooperativas le pidieron un régimen diferencial de tarifas, para
hacer frente a los aumentos.

También se entregó un petitorio al Ministerio de Desarrollo Social, recibido por
el Subsecretario de Abordaje Territorial, Fernando Reggio, pidiendo nuevas altas
y aumento del Programa Argentina Trabaja a $ 5000, entre otros puntos.

El carácter de la marcha fue federal, ya que participaron cooperativas de
provincias de todo el país, como Corrientes, Chaco, Jujuy, Salta, Misiones,
Santa Fe, Entre Ríos, Córdoba, San Juan y Mendoza.

Fotos y Video de Foto Sur / Coop. Patria Grande

PETITORIOS PRESENTADOS:

En la Secretaría de Vivienda y Hábitat (Ministerio de Interior y Obra Pública)

- Pago de certificados adeudados en Programas de Construcción de Viviendas
(Integración Socio Comunitaria, Cloacas Más Trabajo y Aguas más Trabajo) y
subprogramas.
- Continuidad en los Programas de Construcción de Viviendas mencionados,
fundamentalmente en el interior del país.
- Terminación de barrios de viviendas (abandonados por empresas de capital).
- Incorporación de las cooperativas de trabajo como proveedoras.

En el Ministerio de Desarrollo Social

- Aumento del Programa Argentina Trabaja de $ 3140 a $ 5000.
- Apertura de Altas en el Programa Argentina Trabaja.
- Continuidad del Programa de Desarrollo de Proveedores Cooperativos (compra de
guardapolvos, remeras, equipos deportivos, equipos de trabajo, blanqueria,
calzado, etc.) y otros mecanismos de Compre Cooperativo.
- Continuidad de Programas de Fortalecimiento (Manos a la Obra, Microcréditos,
etc.)

En el Ministerio de Trabajo, Empleo y Seguridad Social

- Otorgar la Línea 1 (REPRO) del Programa Trabajo Autogestionado (PTA) a las
Cooperativas de Trabajo y Empresas Recuperadas de todo el país.
- Acceso a los Programas Entramados Productivos, P.E.I., Centro de Formación
Profesional, Construir Empleo y otros.
- Incorporación de las cooperativas de trabajo como proveedoras.
- Fortalecimiento para compra de capital de trabajo a cooperativas.

En el Ministerio de Energía y Minería

- Régimen diferenciado de tarifas, con requisitos de simple cumplimiento.

DATOS DEL SECTOR

Desde diciembre del año pasado se suspendieron los certificados de obra de
programas de construcción de viviendas, como el Socio Comunitario, dejando sin
ingreso a más de 35 mil trabajadores y 2500 obras paradas, que contaban con un
avance del 20% al 80% de ejecución. Por otra parte, las cooperativas de
producción alertan sobre una baja del 40 % en las ventas de los últimos 7 meses,
debido a la caída del consumo interno y la apertura de las importaciones. Esto
se ve agravado por el aumento de las tarifas de servicios públicos, luz, gas y
agua, que oscila entre el 500 % y hasta el 1000 % en algunos casos. Esta
situación no es exclusiva del sector, sino que afecta a toda la industria
nacional, pero principalmente a las empresas que no tienen espalda financiera,
como las cooperativas y las Pymes. Los sectores cooperativos más perjudicados
han sido los textiles, gráficos, portuarios, frigoríficos, construcción y
gastronómicos.

In
CNCT
http://www.cnct.org.ar/25000-cooperativistas-en-la-marcha-federal-en-defensa-del-trabajo
20/7/2016