sexta-feira, 13 de outubro de 2017

NÃO É ESCOLA SEM PARTIDO, É ESCOLA QUE TOMA PARTIDO DO CAPITAL.



INTERSINDICAL

Esse é o significado dos projetos que estão sendo apresentados por prefeitos e
vereadores em várias Câmaras Municipais.

Alienar e treinar como se fosse um adestramento os filhos da classe trabalhadora
para atender os interesses do Capital, é isso que significa o projeto “ escola
sem partido” apresentado em várias Câmaras Municipais na maioria das regiões do
país.
Os parlamentares e prefeitos subordinados aos interesses dos que detêm os meios
de produção tentam ocultar o real objetivo de seu projeto que é alienar e
submeter os filhos dos trabalhadores para que sejam servis ao Capital.
A reforma do ensino médio imposta pelo governo Temer/PMDB e pela maioria do
Congresso Nacional no ano passado escancarou que o Estado do Capital quer
transformar as escolas públicas na extensão do SENAI’S das Federações patronais.
Expurgam as disciplinas de humanas, ou seja, tentam apagar a história, para que
toda uma geração fique órfã de sua classe. Para que desconheçam que tantas
outras gerações lutaram, deram a vida para que direitos fossem garantidos.
Lutaram pelo direito de questionar, lutaram pelo direito de lutar.
O projeto dos parlamentares da burguesia impõe a mordaça aos professores,
proibindo a devida discussão sobre o funcionamento dessa sociedade divididas em
classes e amplia a opressão ao proibir a discussão sobre gênero, sexualidade,
preconceito e homofobia, e assim, além de buscarem uma escola que seja a
extensão das linhas de produção que sugam a vida do trabalhador, querem que os
filhos de nossa classe não se descubram como seres humanos plenos de se
reconhecerem diferentes e não desiguais.
Em vários projetos, a punição para o professor que não se submeter a essa
violência vai do desconto dos salários à processos de insubordinação à essa
aberração que querem transformar em lei.
A burguesia e seus governos querem impedir que a maioria dos filhos da classe
trabalhadora descubra para que serve uma sociedade de exploração e opressão.
Os mesmos que tentam proibir a discussão de gênero e classe, são os mesmos que
comungam dos ideais daqueles que no Congresso Nacional tentam com seus projetos
de lei transformar a homossexualidade numa aberração, os que tentam proteger
estupradores e criminalizar as mulheres vítimas de violência, os que se
beneficiam da indústria de abortos clandestinos que tem matado milhares de
mulheres pobres.
Quem os apoia são os mesmos que têm saudade da ditadura militar: nas
manifestações contra a escola que toma partido do Capital, está a direita que
apoia todas as ações do governo que atacam direitos dos trabalhadores como as
reformas trabalhista e da Previdência, os mesmos que defendem a repressão contra
a luta dos trabalhadores.
Em Curitiba/PR, no mês passado, a Policia Militar além de fazer vistas grossas
para a ação dessa direita que atacou estudantes e professores, reprimiu os
manifestantes que estavam no Ato contra o projeto de “escola sem partido”. Ou
seja, é a repressão do Estado à serviço dos interesses de que nos explora.
A hipocrisia dos que estão na gerencia do Estado e no Parlamento é tanta que seu
discurso berra que o projeto “escola sem partido” tem a intenção de proteger a
família, de garantir aos pais e mães a educação de seus filhos, quando na
verdade querem tomar os filhos desses pais e mães e sugar dessas crianças e
jovens sua energia na engrenagem da alienação e da exploração capitalista.
Eles querem a perpetuação dessa sociedade que mata os filhos de nossa classe nos
morros e favelas, à bala e de fome, eles querem a continuidade dessa sociedade
que mata mulheres e homossexuais com as armas utilizadas por aqueles que cegos
de preconceito não conseguem enxergar que ser diferente não significa ser
desigual, eles querem a manutenção dessa sociedade que mata pais, mães e filhos
que sendo trabalhadores são vítimas das condições desumanas de trabalho.
Contra isso é preciso tomar partido, em defesa das mulheres e homens
trabalhadores, em defesa dos filhos de nossa classe. Para que nossa vida não
seja submetida à mercadoria rentável e alienada ao Capital. Lutar contra o
projeto da “escola que toma partido do Capital”, é lutar em defesa não só do
conhecimento, é lutar pelo direito de decidir, de dizer NÃO à exploração e a
opressão, de conhecer sua própria história, de saber que lutar mais do que um
direito é uma necessidade.
In
INTERSINDICAL
http://www.intersindical.org.br/2017/09/07/nao-e-escola-sem-partido-e-escola-que-toma-partido-do-capital/
7/9/2017

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