quinta-feira, 13 de junho de 2013

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Austeridade, desemprego maciço e emigração na UE

por James Petras
Muitos milhares de milhões de euros estão a ser sugados às nações vassalo-devedoras da Europa – Espanha, Grécia, Portugal e Irlanda – e a ser transferidos para os bancos credores, para os especuladores financeiros e para vigaristas sediados na City de Londres, em Wall Street, em Genebra e em Frankfurt.

Ao abrigo do que foi designado por programas de 'austeridade' os regimes conservadores e social-democratas estão a arrebanhar grandes pagamentos tributários através de cortes orçamentais selvagens, sem precedentes, em salários, investimentos públicos, programas sociais e emprego. O resultado tem sido um crescimento catastrófico no desemprego, no subemprego e no trabalho precário, que atinge mais de 50% entre os trabalhadores jovens com menos de 25 anos e entre 15% e 32% da força de trabalho total. Os ordenados, salários e pensões têm sofrido cortes entre 25% e 40%. A idade de reforma foi alongada de 3 a 5 anos. Os contratos de trabalho (apelidados de 'reformas') concentram o poder exclusivamente nas mãos dos patrões e dos empreiteiros que impõem condições de trabalho que fazem lembrar o início do século XIX.

Para perceber em primeira mão a crise capitalista e as reacções dos trabalhadores, passei a maior parte de Maio na Irlanda e no País Basco encontrando-me com líderes laborais, militantes de base, trabalhadores desempregados, activistas políticos, académicos e jornalistas. Inúmeras entrevistas, observações, publicações, visitas a locais de trabalho e a lares familiares – em cidades e aldeias – constituem a base deste artigo.

Irlanda e País Basco: Crises comuns e reacções divergentes

As nações, sociedades e economias irlandesas e espanholas (que incluem o País Basco pendente de um referendo) – têm sido vítimas de uma prolongada e profunda depressão capitalista que tem devastado o nível de vida de milhões. O desemprego e o subemprego na Irlanda atinge os 35% e no País Basco ultrapassa os 40%, em que o desemprego juvenil atinge os 50%. Ambas as economias se contraíram em mais de 20% e não mostram sinais de recuperação. Os partidos no governo reduziram as despesas públicas entre 15% a 30% numa série de serviços sociais. Através de operações de salvamento aos bancos, do pagamento aos credores externos, e sujeitando-se aos ditames da 'troika' autocrática (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia), a classe dominante capitalista na Irlanda e na região basca impossibilitaram quaisquer possíveis investimentos para recuperação. O chamado programa de 'austeridade' é imposto apenas aos trabalhadores, empregados e pequenos comerciantes, nunca à elite. A 'troika' sediada em Bruxelas e os seus colaboradores locais reduziram ou eliminaram impostos empresariais e proporcionam subsídios e outros incentivos monetários para atrair empresas multinacionais e capital financeiro estrangeiro.

Os partidos políticos burgueses em exercício, no poder no início do colapso, foram substituídos por novos regimes que estão a assinar acordos adicionais com a 'troika' e os banqueiros. Estes acordos impõem cortes ainda mais profundos e mais selvagens no emprego público e enfraquecem ainda mais os direitos dos trabalhadores e a sua protecção. Os patrões passaram a ter poderes arbitrários para contratar e despedir trabalhadores sem aviso prévio, sem indemnizações por rescisão ou pior ainda. Alguns contratos na Irlanda permitem que os patrões exijam reembolso parcial de salários se os trabalhadores forem forçados a abandonar os seus empregos antes do fim do contrato, por abuso dos patrões. A economia espanhola – incluindo o País Basco – está sujeita a uma forma moderna de 'pagamentos tributários' ditados pela oligarquia imperialista dirigente em Bruxelas. Esta oligarquia não é eleita e não representa o povo que tributa e explora. Responde apenas perante os banqueiros internacionais. Por outras palavras, a União Europeia tornou-se um verdadeiro império – governado pelos e para os banqueiros com sede na City de Londres, em Genebra, em Frankfurt e na Wall Street. A Irlanda e o País Basco são governados por regimes vassalos colaboradores que implementam a pilhagem económica do seu eleitorado e impõem os ditames da oligarquia da UE – incluindo a criminalização dos protestos políticos de massas.

As semelhanças nas condições socioeconómicas entre a Irlanda e o país basco perante a crise, a austeridade e o domínio imperialista contrastam, no entanto, com as reacções profundamente divergentes dos trabalhadores nas duas regiões devido a estruturas políticas, sociais e económicas, a histórias e a práticas profundamente diferentes.

Enfrentando a crise: Luta basca, luta irlandesa

Perante a crise de longo prazo, em grande escala, a Irlanda tornou-se no estado vassalo 'modelo' para os estados credores imperialistas. A confederação sindical irlandesa mais importante e os partidos políticos dominantes – incluindo o Partido Trabalhista actualmente em coligação com o Partido Fine Gael governante – assinaram uma série de acordos com os oligarcas de Bruxelas para grandes cortes no emprego público e nas despesas públicas. Em contraste, a Comissão de Trabalhadores Bascos, ou LAB, de militância pró-independência, promoveu sete greves gerais com êxito com mais de 60% de participação de trabalhadores no país basco – incluindo a última em 30 de Maio de 2013.

As políticas colaboracionistas de classe dos sindicatos irlandeses levaram a uma profunda fractura geracional – com os trabalhadores mais velhos a assinar acordos com os patrões para 'preservar' os seus postos de trabalho à custa da segurança de emprego para os trabalhadores mais jovens. Sem meios organizados para a luta de massas, os trabalhadores irlandeses jovens têm vindo a sair do país em quantidades nunca vistas desde a Grande Fome de meados do século XIX: nos últimos quatro anos emigraram mais de 300 mil e prevê-se a saída de mais 75 mil em 2013, numa população trabalhadora de 2,16 milhões. Perante esta catástrofe do século XXI, o azedume e a 'fractura geracional' dos trabalhadores emigrantes exprime-se no nível muito baixo de remessas que são enviadas para 'casa'. Uma das razões por que a taxa de desemprego irlandesa se mantém em 14% em vez de 20-25% é a fuga espantosa de trabalhadores jovens para o estrangeiro.

Em contraste, não existe essa emigração em massa de trabalhadores jovens no país basco. Em vez da fuga, intensificou-se a luta de classes. A luta pela libertação nacional ganhou apoio entre a classe média e os pequenos comerciantes que enfrentam o fracasso total do regime de direita em Madrid (governado pelo auto-intitulado 'Partido Popular') em deter a espiral descendente. A fusão da luta de classes com a luta nacional no país basco tem combatido quaisquer acordos de resgate assinados pelos sindicatos 'moderados', pelas Comissões de Trabalhadores (CCOO) e pela União Geral de Trabalhadores (UGT). O LAB, a activa Comissão de Trabalhadores Bascos, tem uma influência muito maior do que o seu número de trabalhadores sindicalizados formalmente filiados pode sugerir. A capacidade do LAB para a mobilização está alicerçada na sua influência entre delegados de fábrica que são eleitos em todos os locais de trabalho e que ultrapassam em muito todos os membros sindicalizados. Nas reuniões de delegados em assembleias, os trabalhadores discutem e votam a greve geral – ultrapassando frequentemente ordens das sedes centrais em Madrid. A democracia directa e a militância de base libertam os trabalhadores bascos militantes da estrutura sindical burocrática e centralizada que, na Irlanda, tem imposto 'cedências' retrógradas às empresas multinacionais.

No País Basco, há uma poderosa tradição de cooperativas, em especial no complexo industrial de Mondragon, que criou uma solidariedade operária nas comunidades urbano-rurais que não existe entre operários irlandeses. Os mais importantes políticos e conselheiros económicos irlandeses ajoelharam-se perante as empresas multinacionais, oferecendo-lhes as taxas de impostos mais baixas, isenções de impostos a um prazo maior e regulamentações laborais mais submissas do que em qualquer outro país da União Europeia.

No país basco, o partido político nacionalista-socialista EH Bildu-Sortu, o jornal diário Gara e o LAB proporcionam apoio político e ideológico durante greves, actos eleitorais e mobilizações de massas com base na luta de classes. Em conjunto, contestam os programas de 'austeridade' numa força unida.

Na Irlanda, o Partido Trabalhista, supostamente ligado aos sindicatos, aderiu à actual coligação governamental. Acordaram numa nova vaga de cortes em despesas sociais, demissões de funcionários públicos e reduções de ordenados e salários de 20%. A liderança sindical pode estar dividida quanto a estes cortes drásticos mas mesmo assim a maioria apoia o Partido Trabalhista. O sindicato de trabalhadores retalhistas, mais militante, rejeita os cortes mas não tem alternativa política. Para além do apoio do Sein-Fein republicano-nacionalista e de partidos de esquerda mais pequenos – a classe política não oferece nenhum programa ou estratégia política progressista. O Sein Fein fez a 'transição' da luta armada para a luta eleitoral. Segundo as últimas sondagens (Maio de 2013), duplicou a sua taxa de aprovação eleitoral de menos de 10% para 20% devido à crise. No entanto, o Sein Fein está dividido internamente: a ala 'esquerda' pró-socialista procura intensificar a luta 'anti-austeridade' enquanto os líderes parlamentares 'republicanos' se concentram na unificação e desvalorizam a luta de classes. Em consequência da sua colaboração com a 'troika' e com as novas leis tributárias regressivas, o Partido Popular está a perder o apoio e o partido tradicional de direita, o Fianne Fail, que presidiu às vigarices maciças, à explosão especulativa e às cedências às empresas, está a conseguir uma recuperação eleitoral – e pode mesmo reconquistar o poder! Isso ajuda a explicar porque é que os trabalhadores irlandeses perderam a esperança em qualquer mudança política positiva e estão a fugir em debandada da perpétua insegurança quanto ao emprego, imposta pela sua elite: 'Vale mais um bilhete de avião para a Austrália do que a vida inteira de servidão por dívida, de leis de bancarrota regressiva e de contratos ditados pelo patronato aprovados por chefes sindicais que recebem salários de seis dígitos'.

A revolta do país basco contra o governo centralizado em Madrid baseia-se em parte no facto de ser uma das regiões de Espanha mais produtiva, mais avançada tecnologicamente e mais progressista socialmente. O desemprego basco é menor do que o do resto de Espanha. Os níveis mais altos de educação, um sistema de saúde regional abrangente, especialmente nas zonas rurais e uma rede alargada de assembleias locais eleitas, aliados às heranças únicas linguística e cultural, fez avançar a nação basca para uma maior autonomia política. Para muita gente é isto que marca os bascos como 'vanguarda' política na luta contra os ditames neo-liberais da UE e do decrépito regime em Madrid.

Conclusão: Perspectivas políticas

Se continuarem as actuais políticas de austeridade e as tendências de emigração, a Irlanda tornar-se-á um 'país esvaziado', com monumentos históricos, bares repletos de turistas e igrejas antigas, destituído dos seus trabalhadores mais ambiciosos, mais bem treinados e mais inovadores: um paraíso fiscal des-industrializado, as Ilhas Caimão do Atlântico Norte.

Nenhum país do seu tamanho e dimensões pode manter um estado viável confrontado com os actuais e continuados níveis de emigração dos seus trabalhadores jovens. A Irlanda será recordada pelos seus postais ilustrados e isenções fiscais temporárias. Contudo, ainda há esperança se os republicanos de esquerda do Sein Fein, os socialistas, os comunistas e os activistas anti-imperialistas se juntarem aos desempregados e aos trabalhadores mal pagos e formarem novas redes de base. Em determinada altura as portas giratórias dos políticos irlandeses que entram e saem dos cargos podem acabar por parar. Os jovens desempregados, educados e irritados podem decidir ficar em casa, defender o seu terreno e virar as suas energias na direcção de uma rebelião popular. Um líder socialista consequente resumiu assim: "O profundo pessimismo e a influência da falência da social-democracia e da ideologia imperialista no seio do movimento laboral são muito fortes. Como sabem, não podemos encetar uma viagem a não ser a partir do sítio em que estamos". A determinação e a convicção dos militantes sindicalistas irlandeses é na verdade uma razão para ter esperanças e para acreditar que a fuga actual se pode transformar numa luta futura.

No caso do país basco, a crescente luta de massas de classes e nacional, ligada à herança de poderosas cooperativa e das assembleias de trabalhadores com base na solidariedade, fornece a esperança de que o actual regime reaccionário em Madrid possa ser derrotado. A junta dirigente neo-fascista (o partido dirigente ainda presta homenagem à ditadura e às forças armadas de Franco) está cada vez mais desacreditada e é obrigada a recorrer a uma maior repressão. No que se refere aos movimentos militantes bascos, o regime tomou medidas provocadoras violentas: criminalizou os protestos legais de massas, prendeu defensores da independência sob acusações falsas e proibiu expressamente a exibição pública das fotos de prisioneiros políticos (a que Madrid chama 'terroristas'). É nítido que o governo está cada vez mais preocupado com a força das greves gerais, do crescente poder eleitoral da esquerda pró-independência – e tem estado a tentar provocar uma 'resposta violenta' como pretexto para proibir a imprensa, o partido e o programa do EH Bildu Sortu e do LAB.

A minha sensação é que Madrid não vai conseguir. A Espanha, enquanto estado centralizado, está a desintegrar-se: as políticas neoliberais destruíram os elos económicos, estilhaçaram os laços sociais e abriram a porta ao avanço dos movimentos sociais de massas. O sistema bipartidário está a desmoronar-se e as políticas colaboracionistas de classe das tradicionais confederações sindicais estão a ser contestadas por uma nova geração de movimentos autónomos.


30/Maio/2013

O original encontra-se em www.globalresearch.ca/... . Tradução de Margarida Ferreira.

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

05/Jun/13

terça-feira, 4 de junho de 2013

España: El sueño igualitario de los campesinos de Huesca (1936-1938)

Pelai Pagès i Blanch (SIN PERMISO)

En el transcurso del verano de 1936 se inició en tierras aragonesas un proceso
inédito en cualquier otro momento de la historia, que sólo recordaba que en
muchas poblaciones las tierras comunales habían tenido un importante papel en la
economía doméstica del campesinado hasta que prácticamente desaparecieron con
las desamortizaciones del siglo XIX. Muy pocas poblaciones escaparon del
proceso, a pesar de que siempre existieron núcleos de campesinos
"individualistas" opuestos a la colectivización y al trabajo en común.

Los datos que disponemos parece que ofrecen pocas dudas: cuando los días 14 y 15
de febrero de 1937 se celebró en Caspe el Primer Congreso Extraordinario de
Colectividades de Aragón se hallaron representadas 275 colectividades, 456
delegados y 141.430 afiliados (1).

Es interesante destacar que de este Congreso surgieron no sólo la Federación
Regional de Colectividades Agrícolas de Aragón, sino también las federaciones
comarcales, que estructuraban las colectividades existentes a nivel comarcal.

La provincia de Huesca concentraba nada menos que un mínimo de 137
colectividades -la mitad de las existentes-, llevó al Congreso a unos 183
delegados -un 40% del total- que representaban a 85.472 colectivistas, el 60% de
todos los que estuvieron representados en el Congreso. Indudablemente, en las
comarcas oscenses el proceso colectivizador había avanzado más que en ningún
otro territorio aragonés y tuvo, sin ningún tipo de dudas una enorme incidencia
en la vida de los campesinos durante los meses en que estuvo vigente. Es cierto
que el proceso no fue automático y que las situaciones que se tuvieron que
resolver no siempre fueron sencillas. Cuando el 21 de marzo de 1937 se celebró
en Sariñena el Pleno de colectividades de la comarca aún no se había creado la
Federación comarcal, y justamente el objetivo de este Pleno era crear dicha
Federación. En dicha Asamblea estuvieron representadas las poblaciones de El
Tormillo, Salillas, Castejón de Monegros, la Estanosa, Lalueza, Sena,
Alcubierre, Capdesaso y Sariñena y cuando el representante de la Federación
Regional de Colectividades, Estivill, tomó la palabra para destacar “la
conveniencia de que todo el campesinado se aúna a la gran familia colectiva y a
su vez en la comarca de Sariñena se cree la Federación Comarcal de
Colectividades”, se inició un debate en el que no todos los delegados estuvieron
de acuerdo. Es cierto que la mayoría se decantaron por la creación de la
Comarcal, puesto que, como dijo el representante de la Estanosa, “así las
colectividades de esta comarca tendrán una garantía de sus medios económicos y
morales”, pero el delegado de Sena sorprendió a todos los asistentes cuando
destacó que “ellos tuvieron una asamblea y acordaron que antes de colectivizarse
era ganar la guerra y que por este motivo están sin entrar en la colectividad.
Aparte de que existe una pequeña colectividad en la cual sólo la componen
compañeros de la UGT”. La sorpresa, habida cuenta que el Pleno lo había
convocado el Comité Comarcal de Sindicatos de Sariñena adscrito a la CNT, fue
mayúscula. Y en las intervenciones posteriores todos destacaron la necesidad de
ir hacia la Federación, pero, habida cuenta del retraso que existía en la
comarca se decidió formar una comisión con el objetivo de que “se encargue de
destacarse por los pueblos de la comarca y organice las colectividades así como
oriente en este mismo sentido”. La comisión se formó con Eusebio Pinós y
Fulgencio Esteban de Sariñena, José Lucas de Sesa y el “camarada Villellas” de
la UGT de Capdesaso. Y la decisión final recabó en el hecho de que cuando la
comisión hubiese terminado sus funciones “entonces se entrará de lleno en la
estructuración de la Federación Comarcal de Colectividades” (2). Era claro que
de lo que se trataba era de iniciar un proyecto inédito en la historia de Aragón
y que planteaba muchas incógnitas para el futuro.

Los principios: La abolición de la "explotación del hombre por el hombre"

"Reunidos una porción de vecinos de esta localidad, se acordó formar una
Colectividad denominada campesina compuesta por afiliados a la F. de T. de la T.
(U.G.T.) y al Sindicato Único (C.N.T.) cuyos fines son los siguientes: 1º.
Mejorar moral y materialmente la vida de sus afiliados, no permitiendo bajo
ningún concepto la explotación del hombre por el hombre" (3).

Así empezaba de manera significativa el Acta de Constitución de la Colectividad
campesina de Capdesaso, firmada el 30 de septiembre de 1937, una fecha muy
tardía, aunque la colectividad se había iniciado mucho antes. De hecho, no es
por casualidad que la mencionada Acta de constitución fijase como el primer fin
que perseguía una declaración de principios y situase como primer objetivo la
desaparición de la dependencia económica de unos hombres con relación a otros.
En el campo, cabe recordarlo, la subordinación económica, basada siempre en la
propiedad de la tierra, había sido históricamente muy dura. La existencia de
jornaleros seguía siendo muy extendida en los años treinta, en un momento en
que, además, la subsistencia del campesino siempre dependía de la voluntad del
propietario.

No es por casualidad, por tanto, que el principio mencionado apareciese muy
pronto entre el campesinado aragonés. Disponemos de otro testimonio de la misma
población de Capdesaso muy elocuente. En este caso se trata de una gestión que
representantes de la población realizaron en noviembre de 1936 cerca del Comité
Provincial Revolucionario de Barbastro. Se trataba en este caso del ganado y de
quienes eran sus dueños. La resolución que redactó el Comité Provincial de
Barbastro no podía ser más concluyente:

"Haviendose (sic) presentado en este Comité Provincial una representación del
Comité Local y otra de las organizaciones C.N.T. y U.G.T. de Capdesaso, para
ponernos en antecedentes de la actuación de los que todavía son amos del ganado
lanar y de los pastores. Determinamos lo que a continuación exponemos:

1º Queda abolida la explotación del hombre por el hombre, por tanto los patronos
del ganado no pueden tener criados, y ser por tanto los que lleven a pastar el
ganado.

2º Queda requisado todo el ganado lanar por el Comité Local de Capdesaso.

3º Sólo el Comité Local dispondrá del ganado ya que representa la voluntad del
pueblo, poniéndolo a disposición de las necesidades de Guerra llevando siempre
un escrupuloso control, dejando para su reproducción a las de cría.

Sirvan estas líneas de satisfacción para los efectos correspondientes.

Os saludo el Comité Provincial

El Secretario
Barbastro 27 de Noviembre de 1936" (4).

El mensaje no podía ser más explícito. También en esta ocasión el principio
figuraba como primer punto. Y en este caso se hacía una referencia explícita a
los "criados". Algo parecido sucedía en la colectividad de Azanuy, en la comarca
de la Litera. Las bases con que se regía esta colectividad quedaban también muy
claras desde su mismo encabezamiento: "La Colectividad se desarrollará en la
forma que las circunstancias lo permitan pero siempre con los medios más
apropiados para impedir que nadie viva con el lucro de otro individuo y por ello
se impondrá la obligación por parte de todos de producir por parte de todos,
para cubrir las necesidades de cada uno" (5).

Era, de hecho, otra manera de decirlo, pero que en todo caso planteaba una
igualdad total y absoluta entre los miembros de la colectividad: "impedir que
nadie viva con el lucro de otro individuo" y obligar a todos a producir "por
parte de todos" era la nueva filosofía que debía regir en la colectividad de
Azanuy. Sin embargo, en las bases de la colectividad de Castejón de Monegros
–significativamente denominada Colectividad de “Hombres Libres”- se volvía al
principio genérico más explícito: "El fin principal de esta Colectividad es
hacer desaparecer la explotación del hombre por el hombre" (6).

Encontraríamos muchos otras referencias genéricas -desde el punto de vista
ideológico y de principios- a este fundamento básico. Pero es interesante
observar como, en algunos casos su aplicación estricta era realmente difícil.
Así sucedió, por ejemplo, en la localidad de Fonz, en la comarca del Cinca
medio, durante la asamblea que la población celebró el 23 de diciembre de 1936.
El segundo punto del orden del día era nada más y nada menos que la "supresión
total de la explotación del Hombre por el Hombre", y cuando se pasó a discusión
"el compañero Vicente Solano pide la palabra y expone que teniendo un hijo en el
Frente, si se le puede prestar un jornalero para efectuar la recolección de sus
cosechas". La respuesta se la dio el compañero Sopena, de la comarcal, que hizo
una referencia "sobre la necesidad que tiene la nueva Sociedad de abolir la
explotación del Hombre por el Hombre, pero no obstante, dice que para demostrar
el buen sentir de los revolucionarios, y en respeto a todos aquellos padres que
tienen sus Hijos en el frente y no quieren sumirse a la vida colectiva, la misma
colectividad le debe prestar algún jornalero, siempre que se considere legal,
pero nunca si se trata de una explotación" (7).

Esta fórmula, que acabó siendo aprobada por la Asamblea, pretendía poner en
evidencia las virtudes del trabajo colectivo, aunque respetando, naturalmente,
que hubiese campesinos que prefiriesen seguir trabajando individualmente su
tierra. En relación a este aspecto, es significativo también destacar el debate
que tuvo lugar en el tercer punto de la asamblea que, textualmente, planteaba la
necesidad de "evitar la vida parásita". Ante la afirmación que hizo el compañero
Prach, "diciendo que por parte de los que no han trabajado nunca no trabajan lo
que deben trabajar", volvió a intervenir Sopena que expuso "que todos,
absolutamente todos, tienen que trabajar, pero que se debe tener muy en cuenta,
que a cada uno se le asigne el trabajo que pueda realizar porque nunca
resultaría útil y menos libertad, el que un compañero sirva para una oficina y
se le mande labrar, eso no puede ni debe ser, y en los demás casos que cada uno
trabaje con arreglo a sus fuerzas". De nuevo la intervención de Sopena fue
aprobada por unanimidad en la asamblea (8). A cada uno, según rezaba una vieja
divisa anarquista, se le debía exigir en la sociedad del futuro según sus
posibilidades.

Abolir la explotación del hombre por el hombre, exigir un trabajo a todos de
acuerdo con las capacidades de cada uno eran, ciertamente, principios muy
antiguos en el seno del movimiento obrero español, que ahora, por primera vez en
la historia, se intentaban aplicar en el seno de unas colectividades agrarias
que representaban una experiencia innovadora y revolucionaria desde todos los
puntos de vista.

La complejidad de las colectividades agrarias.

La experiencia de las colectividades agrarias aragonesas fue breve, muy breve,
en el mejor de los casos duró diez y ocho meses. Además se produjo en el marco
de una guerra cuyo frente de combate estaba muy cerca y condicionaba enormemente
toda la actividad económica. Por lo demás había un sector de la sociedad
aragonesa y de la clase política de la España republicana contrario a las
transformaciones económicas, sociales y políticas que se estaban produciendo.
Todos estos factores, y seguramente algunos más, son imprescindibles para poder
entender y valorar un fenómeno tan simple, pero a la vez tan complejo, como
fueron las colectividades aragonesas.

He escrito en otros sitios que desde un punto de vista ideológico y político es
muy fácil arrojarlas al basurero de la historia y calificarlas como un
experimento pueril e ingenuo, además de violento y amenazador, tan fácil como
hacer de ellas una apología eterna para compararlas poco menos que con el
paraíso terrenal de la igualdad y la fraternidad. Soy consciente de que estoy
citando los dos extremos con que han sido valoradas las colectividades. Y que en
la historiografía existente hay además muchos matices. Pero, de entrada, es
evidente que la experiencia refleja la voluntad de cambio que existía en la
sociedad rural aragonesa, como en el conjunto de la española, después de un
período republicano -el de la República del 14 de abril- lleno de frustraciones.
Hay que recordar que la Reforma Agraria que impulsó la República durante el
primer bienio se acabó convirtiendo en un fracaso absoluto que, además, dio
argumentos a la derecha y al caciquismo, tan arraigado en el campo español, para
potenciar una reacción que irritó aún más los ánimos de los campesinos. Unos
campesinos, además, que desde hacía décadas vivían en el límite de la
subsistencia, sometidos a la violencia estructural de un sistema de la propiedad
totalmente injusto impuesto a lo largo del siglo XIX, cuando con las
desamortizaciones, además de expulsar a los campesinos de las tierras que
trabajaban, impusieron en el campo las nuevas relaciones capitalistas y el nuevo
sistema de propiedad basado en el capitalismo.

En estas condiciones, evidentemente, cuando los campesinos, sobre todo de
aquellas zonas latifundistas, vieron la posibilidad histórica de cambiar de raíz
el sistema, aprovecharon la ocasión. Es innegable que en un cierto sentido se
puede argüir que las colectividades vinieron impuestas por una determinada
ideología y que en el caso aragonés tuvieron un peso evidente las milicias
anarquistas procedentes de Cataluña, pero como ya dije al principio la
improvisación fue relativa: se trataba de impulsar un proyecto de sociedad cuyas
líneas generales se habían formulado desde hacía tiempo. Los campesinos
colectivistas sabían lo que querían y conocían también que la vieja consigna de
"la tierra para el que la trabaja" respondía a una necesidad que sólo se
contemplaba desde una perspectiva común y colectiva.

El "sueño igualitario", la utopía comunista en el sentido genérico de la
palabra, se intentó, pues, realizar, por convicción, con voluntad fraternal
-como hemos puesto de relieve en más de una ocasión- y por necesidad histórica.
Pero también es evidente que los anarquistas renunciaron a imponer el "comunismo
libertario" para conseguir la colaboración y participación en el proyecto
colectivo del conjunto de las fuerzas antifascistas. Y lo cierto es que también
en Aragón los socialistas de la UGT participaron intensamente en ellas, aunque
como se ha destacado a menudo hubo problemas en las relaciones entre la CNT y la
UGT aragonesas. Pero, como sucede siempre, los problemas se daban más entre
direcciones que en las bases militantes, y lo cierto es que a menudo hemos visto
colaboraciones fraternales entre los dos sindicatos.

Ciertamente, frente a los colectivistas casi siempre aparecían los
individualistas, los partidarios de trabajar la tierra a nivel individual y
familiar. Y si bien no es menos cierto que hubo momentos en que las relaciones
entre ambos colectivos fueron tensas, también al final se impuso la colaboración
mutua. El "sueño igualitario" pasaba asimismo por la aceptación de las
diferencias entre los distintos sectores del campesinado. En Aragón, como
igualmente estaba sucediendo en Cataluña, aquellas poblaciones donde predominaba
la pequeña propiedad fueron reacias a la colectividad. Por tradición, y también
por tradición laboral, el pequeño campesino ha sido siempre remiso a poner en
común su tierra y ha tendido a ser individualista.

Al inicio de la guerra la hegemonía anarquista forzó a muchos campesinos a
incorporarse contra su voluntad a la colectividad, pero más tarde pudieron
abandonarla.

Por otra parte, como han destacado algunos historiadores, las colectivizaciones
agrícolas fueron la alternativa productiva en el campo al iniciarse la guerra.
Como sucedió en la Cataluña industrial, al estallar la conflagración muchos
propietarios habían huido o habían sido asesinados, con lo cual de la misma
manera que en Barcelona los obreros industriales fueron los responsables de
poner en marcha la producción industrial, tras el estallido de la guerra, los
campesinos del conjunto de Aragón tuvieron entre sus manos la responsabilidad de
hacer productivos unos campos que, seguramente, difícilmente se hubiesen
trabajado si no llega a ser por su iniciativa. El trabajo en las colectividades
fue básico para que el territorio republicano dispusiera de los productos
necesarios para subsistir, aunque a veces fuera en condiciones precarias. Hemos
visto como incluso en las poblaciones rurales hubo problemas de abastecimiento
de productos básicos. Pero ello se explica por las condiciones bélicas y por el
hecho de que la mayoría del territorio español dedicado a la producción de
cereales había quedado bajo el bando del ejército insurrecto. Y sin embargo, no
faltaron muestras de solidaridad de los campesinos aragoneses, por ejemplo, con
los combatientes del frente de Madrid. "Madrid" se acabó convirtiendo, también
entre los campesinos de Aragón, en un símbolo de la solidaridad.

Hubo, ciertamente, violencias. Debo recordar en este punto que la mayor
violencia -la madre de todas las violencias que pudieron darse en la guerra-
vino provocada por los militares al propiciar el golpe militar que desencadenó
la guerra. En este punto no pretendo justificar nada, sino explicar
históricamente, cómo una "sociedad normal" de la noche al día se convirtió en
una "sociedad violenta". Muchos ciudadanos pacíficos se convirtieron en
violentos cuando las bases morales de la sociedad en la que desarrollaban sus
normas de convivencia se trastocaron con motivo de la guerra. Y de golpe,
desapareció la convivencia y se produjeron situaciones difíciles de explicar en
condiciones normales. Se asesinaron propietarios, ciertamente, se incautaron por
la fuerza tierras, ganado, propiedades de todo tipo y dinero. Y todo ello se
hizo con violencia. Pero en este punto -e insisto, sin querer justificar nada,
sólo con la pretensión de explicar las razones de la historia- quiero recordar
que el historiador australiano George Rudé hace años puso en evidencia que la
violencia había sido durante siglos patrimonio exclusivo de las clases
dominantes y que en España hasta principios del siglo XX la pena de muerte era
un espectáculo público (9).

Finalmente, el tema de las colectividades aragonesas, tal y como aparece en la
documentación que hemos utilizado, fue un intento voluntarista, serio y
consciente de construir una nueva sociedad más justa, fraternal e igualitaria.
Los debates que hemos ido reproduciendo, las normas de funcionamiento que iban
imponiendo, las resoluciones que se iban adoptando respondían a esta voluntad.
Es verdad que se cometieron errores, que en algunas ocasiones aparecen muestras
más que evidentes de ingenuidad, que tuvo que recurrirse a formas de comercio
-como el intercambio de productos o trueque- que en muchos casos nos retrotraía
a otras épocas de la historia. Y que, como empresa económica, a veces fracasó.

Todo ello es cierto. Pero si tenemos en cuenta el marco hostil en que nacieron,
vivieron e intentaron mantenerse, la corta duración de la experiencia, y los
numerosos problemas que tuvieron que afrontar, incluso sorprende cómo
sobrevivieron hasta marzo de 1938. Como vengo insistiendo ello sólo se puede
explicar por la voluntad tozuda y contundente de unos hombres y mujeres que no
querían perder la oportunidad de mejorar su futuro. Un futuro que sólo
contemplaban aboliendo para siempre jamás la explotación del hombre por el
hombre, imponiendo una sociedad en que todos los hombres fuesen iguales, en que
la fraternidad se impusiera por encima de toda consideración y en que la
justicia alcanzase por igual al conjunto de los humanos. En definitiva, los
campesinos de Huesca, como los del conjunto de Aragón y del resto de la España
republicana, también tenían derecho a hacer realidad el "sueño igualitario", y
es lo que intentaron construir al estallar la guerra y potenciar una auténtica
revolución económica y social.

Notas:
1) Ver Julián CASANOVA: Anarquismo y revolución en la sociedad rural aragonesa,
1936-1938. Siglo XXI. Madrid, 1985. Pág.179. También Alejandro R. DÍEZ TORRE:
Trabajan para la eternidad. Colectividades de trabajo y ayuda mutua durante la
Guerra Civil en Aragón. Malatesta Ed/Prensas Universitarias de Zaragoza.
Madrid/Zaragoza, 2009. Págs. 344-378, donde se publican las actas del Congreso.
2) Ver Comité Comarcal de Sindicatos de Sariñena. CNT-AIT, en "Pieza séptima de
Huesca. Actuación de las autoridades gubernativas locales", AHN, FC-Causa
General, Caja 1414, Exp. 5.
3) "Pieza séptima de Huesca. Actuación de las autoridades gubernativas locales",
AHN, FC-Causa General, Caja 1414, Exp. 5. 3
4) Ibid. Ibid. El oficio lleva un sello que dice: "Comité Revolucionario
Provincial. Secretariado. CNTFAI. HUESCA". La firma es ilegible.
5) "Pieza octava de Huesca. Delitos contra la propiedad e informes de las
Cámaras Oficiales de Comercio e Industria", AHN, FC-Causa General, Caja 1414,
Exp. 8.
6) "Pieza séptima de Huesca. Actuación de las autoridades gubernativas locales",
AHN, FC-Causa General, Caja 1414, Exp. 5.
7) "Pieza octava de Huesca. Delitos contra la propiedad e informes de las
Cámaras Oficiales de Comercio e Industria",AHN, FC-Causa General, Caja 1414,
Exp. 9.
8) Ibib. Ibid. 4
9) La pena de muerte se empezó a aplicar en recintos cerrados, dentro de las
cárceles, a raíz de la denominada "ley Pulido", promulgada el 9 de abril de
1900. Textualmente la ley establecía que "la pena de muerte se ejecutará en
garrote, de día, en sitio adecuado de la prisión en que se hallare el reo, y a
las diez y ocho horas de notificarle la señalada para la ejecución, que no se
verificará en días de fiesta religiosa o nacional" ("Gaceta de Madrid", 10 de
abril de 1900).

Pelai Pagès i Blanch, profesor de historia de la Universidad de Barcelona, es un
reconocido especialista en la historia del movimiento obrero catalán y español,
autor de varios libros de referencia sobre el tema. El presente artículo es un
extracto de su último trabajo, El sueño igualitario entre los campesinos de
Huesca (1936-38), que acaba de ser publicado por Sariñera Editorial.
******
In
Argenpress
http://www.argenpress.info/2013/06/espana-el-sueno-igualitario-de-los.html
4/6/2013

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Una nueva era para el cooperativismo en Chicago


Rebecca Burns
Desinformémonos

“Hoy, usted verá a 18 personas cortar una cinta juntos – y eso debería ser
interesante”, bromeó Leah Fried, portavoz del sindicato United Electrical
Workers (UE, Trabajadores Electricistas Unidos), en el lanzamiento de la
cooperativa New Era Windows.

Dada la ocasión, no puedo hacerse nada menos que una inauguración colaborativa:
un grupo de 18 hombres y mujeres afroamericanas y latinas se agruparon alrededor
de un par de tijeras ceremoniales para embarcarse en un experimento pionero en
la propiedad colectiva.

La inauguración de la fábrica de ventanas propiedad de los trabajadores marcó el
último paso en un viaje de cinco años que el grupo recorrió desde su famosa
ocupación de la fábrica Republic Windows and Doors en 2008. Después de que los
trabajadores, miembros de UE-Local 1100, se vieron obligados a ocupar la fábrica
una vez más en febrero de 2012 -esta vez para salvar sus puestos de trabajo con
el nuevo propietario, Serious Energy-, ganaron tiempo para buscar un comprador
para la fábrica y comenzaron a pensar que podían llevar el negocio como
cooperativa.

Un año y medio después, firmaron firmado un contrato de arrendamiento, compraron
su propio equipo de fábrica y oficialmente están abiertos al público. Su número
disminuyó con el tiempo; en algún momento fueron cerca de 300 personas que
trabajaban en la fábrica Republic Windows. Pero el grupo compacto de 18
trabajadores está emocionado por comenzar la fabricación, sin jefes o patrones,
de ventanas ecológicas y diseñadas para cada cliente.

El nombre New Era (Nueva Era) no es una exageración: como una cooperativa de
producción propiedad de los trabajadores, la empresa está abriendo nuevos
caminos. “Esta es una nueva era para nosotros y nuestras familias, y también
para la clase obrera”, dijo Armando Robles, presidente de la UE Local 1110, a
una multitud de partidarios que incluyeron miembros de la familia, políticos
locales y aliados de otros sindicatos de Chicago y centros de trabajo.

Muchos de los trabajadores de New Era Windows llevan casi una década en la
industria, pero su nueva fábrica se ve y se siente diferente. Ellos diseñaron el
taller colectivo en función de sus años de experiencia y optaron por configurar
el equipo ellos mismos en lugar de pagar la mudanza o a expertos en logística.

El resultado, relatan, es una fábrica más segura y eficiente, así como más
equitativa. “Lo que veremos es la extraordinaria calidad de las ventanas cuando
los trabajadores están involucrados en el proceso, y no se les trata como gastos
sino como protagonistas en el negocio”, dijo Brendan Martin, presidente del
fondo de desarrollo de cooperativas The Working World, ahora el miembro número
18 de la cooperativa.

Después de cortar la cinta, el grupo recorrió el espacio de la fábrica. Un
miembro de New Era, vestido con una camiseta azul eléctrico estampada con el
logo de la empresa, mostró a sus invitados una máquina que corta las ventanas al
tamaño exacto especificado por los clientes. Otros dos trabajadores-propietarios
con coloridos cascos descargaron materiales de algunas de las primeras ventanas
que la fabricará producirá. La serie se llamará 1110, el nombre de la sección de
la UE a la que pertenecen.

New Era seguirá afiliado a la UE como Local 1110, y es una de las pocas
cooperativas propiedad de los trabajadores sindicalizados en los Estados Unidos.
Aunque todavía piensan cómo será el mejor modo de la relación entre New Era y el
sindicato, Fried señala que UE brindará apoyo organizativo, mediará en los
desacuerdos y promoverá el modo cooperativo. El grupo opera de acuerdo con el
principio: “un miembro, un voto”, pero hay planes para elegir una junta
directiva. Aún no se establecen los salarios que tendrán los trabajadores.

Como parte de una división de la UE que consta de nueve cooperativas por todo el
país, New Windows también ayudará a establecer mejores prácticas y a asesorar a
otros trabajadores que consideran tomar la propiedad de sus lugares de trabajo.
Robles planea pagar los 665 mil dólares que The Worker World le prestó a New Era
para que sean reinvertidos en nuevas empresas propiedad de los trabajadores.

“Cuando los trabajadores pierden sus puestos de trabajo, muchos sindicatos no
hacen nada”, señaló Robles a In These Times. “Pero UE luchó [junto] con
nosotros. Creo que más trabajadores puedan tomar este camino”.

En efecto, el experimento de New Era será muy observado por aquellos que esperan
que las asociaciones laborales cooperativas ofrezcan un nuevo camino para los
trabajadores que luchan con los despidos o a causa del empeoramiento de las
condiciones de empleo. Como In These Times informó anteriormente, las
cooperativas propiedad de los trabajadores son más comunes en el sector
servicios, donde el capital para arrancar es menor. Pero dada la caída libre en
el sector manufacturero de los Estados Unidos, United Steelworkers y otros
sindicatos industriales pusieron en marcha iniciativas para explorar
cooperativas de trabajadores sindicalizados.

Aunque el tono de la tarde fue de celebración, los miembros de New Era también
hicieron hincapié en los sacrificios que hicieron para llegar allí. A Melvin
“Ricky” Macklin, vicepresidente de la sección sindical, amigos y familiares le
prestaron para completar los mil dólares de capital inicial que puso cada uno de
los 18 trabajadores-propietarios. Además de poner el dinero de buena fe y
asistir a clases de negocios y reuniones regulares de planificación para
preparar el lanzamiento, la mayoría de los miembros de New Era tuvieron que
seguir cumpliendo con los requisitos del seguro de desempleo, ya que hasta ahora
“trabajan por un trabajo, en lugar de trabajar un trabajo”, señaló Macklin.

Debido al riesgo que supone, algunos trabajadores de la antigua fábrica Serious
Materials rechazaron la oferta de convertirse en parte de New Era. “Muchas
personas tienen miedo de entrarle al reto”, señaló Macklin a In These Times.
“Pero quien no arriesga, no gana”.

Después de la celebración, el grupo comenzó una dura planificación para calcular
el precio de las ventanas, ajustar las máquinas para utilizarlas de la mejor
manera posible y comenzar el cumplimiento de los pedidos de ventas, dice Martin.
Tienen un puñado de pedidos y creen que otros sindicatos y cooperativas de
vivienda, en particular, se presentarán como clientes.

Cuando se le preguntó si el primer día de la fábrica en funcionamiento será algo
más que otra jornada de trabajo de 9 de la mañana a 5 de la tarde, Macklin
respondió: “En realidad, yo llego aquí a las 7 de la mañana”.

Una vez que los trabajadores-propietarios logren un punto de equilibrio, esperan
contratar a más trabajadores de Serious Materials despedidos que inicialmente no
se unieron a la cooperativa, pero que empezaron a mostrar un mayor interés en el
proyecto ahora que está funcionando. Finalmente, desean crear más empleos buenos
y ecológicos que se queden en Chicago.

A pesar de todos los obstáculos que ya superó, el grupo sabe que todavía se
enfrenta a una batalla para hacer viable el negocio. “Como movimiento, tenemos
que estar preparados para el fracaso también”, dice Martin. “Estamos tratando de
crear un movimiento que no solamente basada en la emoción; tratamos también de
construir alternativas reales”. Para lograr eso, necesitarán apoyo continuo de
la comunidad.

En ciudades como Nueva York y Oakland, los gobiernos locales y las cámaras de
comercio ofrecen incentivos fiscales a las cooperativas modestas. A Martin le
gustaría que sucediera igual en Chicago, especialmente teniendo en cuenta los
casi 10 millones de dólares en subsidios públicos dados a Republic Windows and
Doors, el ex patrón de los trabajadores, para la construcción de su planta en la
Isla de Goose como parte de un programa de impuestos de la ciudad (TIF por sus
siglas en inglés). Los dueños de la planta supuestamente se embolsaron 8
millones de dólares por la venta del edificio después de mantener la fábrica
abierta sólo el tiempo suficiente para evitar sanciones del TIF. Uno de los
propietarios de la fábrica trasladó los bienes de la empresa a su nueva
compañía, Sound Solutions, en lo que un fideicomisario de quiebra federal
denominó una “transferencia fraudulenta”. Sound Solutions será uno de los
principales competidores de New Era.

En lugar de seguir canalizando dinero a los desarrolladores que mueven este tipo
de negocios, afirma Martin, las autoridades municipales pueden invertir en
empresas de propiedad de los trabajadores.

¿Lo harán? Varios políticos locales estuvieron presentes en la inauguración para
mostrar su apoyo, pero aún no está clara la forma en que el apoyo se
manifestará. El comisionado del Séptimo Distrito del condado de Cook, Jesús G.
García, declaró que está encantado de ver el negocio abierto en su distrito,
particularmente porque estuvo vacía. “Estoy ansioso por ver si hay incentivos
que podamos darles”, dijo a In These Times. “Al ver el modelo, creo que hay
mucho potencial de las cooperativas en la región”. Esa no es la única razón que
lo llevó a la inauguración: “Mi esposa y yo estamos buscando ventanas nuevas”.

Artículo original en inglés publicado en IN THESE TIMES. Traducido por Clayton
Conn.

Fuente:
http://desinformemonos.org/2013/05/una-nueva-era-para-el-cooperativismo-en-chicago/
************
In
http://rebelion.org/noticia.php?id=168930
30/5/2013

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Cooperative at a Time


by Kathy Kelly
May 27, 2013
When she was 24 years old, in 1979, Fahima Vorgetts left Afghanistan. By
reputation, she had been outspoken, even rebellious, in her opposition to
injustice and oppression; and family and friends, concerned for her safety, had
urged her to go abroad. Twenty-three years later, returning for the first time
to her homeland, she barely recognized war-torn streets in urban areas where she
had once lived. She saw and felt the anguish of villagers who couldn't feed or
shelter their families, and no more able to accept such unjust suffering than
she'd been half her life before, Fahima decided to make it her task to help
alleviate the abysmal conditions faced by ordinary Afghans living at or below
the poverty line -- by helping to build independent women's enterprises wherever
she could. She trusted in the old adage that if a person is hungry it's an even
greater gift to teach the person how to fish than to only give the person fish.

Fahima at a women's council and clinic

Last week, our small delegation here in Kabul traveled around the city with her
to visit several clinics and "shuras," or women's councils, that she has opened.
The first clinic we visited has been here since 2006. Two women, a doctor and a
midwife, told us that they are part of a staff who work in three shifts to keep
the clinic open "24-7." Not one of their patients has died while being treated
at the clinic.
Next we visited two villages, one Pashtun and the other Tajik, on the outskirts
of Kabul.
"Why did you pick this village?" asked Jake Donaldson, an M.D. from Ventura, CA
who joined us here in Kabul about a week ago. "I didn't pick them," Fahima
exclaimed. "They picked me."
A year previously, the villagers had asked her to build a clinic and a literacy
center. She had told them that, if they would agree to organize a women's
cooperative and pool their resources to hire teachers, midwives, and nurses, she
herself would build the physical building and help with supplies.
In each village, we visited a newly constructed building which will house a
clinic, a women's cooperative for jewelry-making, tailoring, and canning, a set
of literacy classes for children and adults, and even a public shower which
families can sign up to use. A young teacher invited us to step inside his
classroom where about fifty children, girls and boys, were learning their
alphabet in the first week of a literacy class. Several villagers proudly
showed us the well they had dug, powered by a generator. The well will help
them irrigate their land as well as supply clean drinking water for the village.
Before we left, a male village elder described to Fahima how valuable her work
has been for his village. Fahima seemed to blush a bit as she gratefully
acknowledged his compliment.
Such appreciative words, along with the children's eager expressions, seem to be
the main compensation for her tireless work. "I and the board members of the
Afghan Women's Fund are 100% volunteers," Fahima assures me. "Our board members
are people of tremendous integrity."
On the day before our tour, Fahima had come to the Afghan Peace Volunteer home
to speak to the seamstresses who run a sewing cooperative here and encourage
them to hold on at all costs to their dignity. She urged them never to prefer
handouts to hard work in self-sustaining projects. Fahima had helped the
seamstresses begin their cooperative effort at the Volunteer house when she
purchased sewing machines for them a little over a year ago.
"Not all of the projects I've tried to start have worked out," said Fahima.
"Sometimes people are hampered by conservative values and some families don't
want to allow women to leave their homes. Most often, it is war or the security
situation that prevents success."
She firmly believes that war will never solve problems in her country -- or
anywhere else, for that matter.
Fahima is outspoken, even blunt, as she speaks about warlords and war
profiteers. She has good reason to be bitter over the cruelties inflicted on
ordinary Afghans by all those interested in filling their own pockets and
expanding control of Afghanistan's resources. She advises the Afghan Peace
Volunteers with the voice and love of a mother. "The world is gripped by a
class war in which the 1% elite, irrespective of nationality or ethnicity and
including the Afghan and U.S./NATO elite, have been ganging up to control,
divide, oppress, and profit from us, the ordinary 99%. Resist these 'dark
times,' resist war and weapons, educate yourselves, and work together in
friendship."
Fahima's spirit of youthful rebellion clearly hasn't been snuffed out by age or
experience. Her practical compassion is like a compass for all of us who learn
about her work.
For more about the Afghan Women Fund, go to www.Afghanwomensfund.org.

Kathy Kelly, (kathy@vcnv.org), co-coordinates Voices for Creative Nonviolence
(www.vcnv.org). She is living in Kabul for the month of May as a guest of the
Afghan Peace Volunteers (ourjourneytosmile.com/blog/).
***********

URL: mrzine.monthlyreview.org/2013/kelly280513.html
27/5/2013

terça-feira, 21 de maio de 2013

Amenaza de desalojo en Alé Alé


Los trabajadores que mantienen en funcionamiento, de forma autogestiva, el
restaurante del barrio de Villa Crespo anunciaron que no abandonarán el local
ante el desalojo dispuesto para mañana por la mañana. "Resistiremos esta nueva
embestida y trataremos de negociar para conservar nuestros puestos de trabajo",
afirmaron.

El restaurante Alé Alé, ubicado en Estado de Israel 4503, fue ocupado por sus
trabajadores en enero."En principio nos informaron que el desalojo se efectuaría
mañana a las 8, pero nosotros resistiremos esta nueva embestida y trataremos de
negociar para conservar nuestros puestos de trabajo", dijo Federico Tonarelli,
presidente de la Federación Argentina de Cooperativas de Trabajadores
Autogestionados (Facta).
El restaurante Alé Alé, ubicado en Estado de Israel 4503, fue ocupado por sus
trabajadores en enero. Los empleados se organizaron "en forma autogestiva desde
que la patronal intentara cerrar el restaurante luego de realizar maniobras de
vaciamiento", explicó Tonarelli. La orden de desalojo, que prometen resistir,
está impulsada por los propietarios del inmueble, que es alquilado.
"A pesar del pedido de los trabajadores y de la Federación, el juez que lleva la
causa, Martín Christello, ordenó la semana pasada el desalojo, pero no pudo
llevarse a cabo", indicó el titular de Facta. Agregó que legisladores porteños,
diputados nacionales y dirigentes de sindicatos y organizaciones sociales
solicitarán por escrito al magistrado que suspenda el desalojo.
Por su parte, Andrés Toledo, presidente de la Cooperativa Alé Alé, anunció que
con sus compañeros dormirán en el restaurante para defender "como sea" sus
empleos. "Mañana desde temprano vamos a estar todos resistiendo esta medida,
tenemos el apoyo de los vecinos, de la Facta, y de los demás restaurantes, solo
queremos trabajar", expresó Toledo, que trabaja como mozo en el local. Toledo
destacó que la parrilla es "rentable y cada vez suma más clientes".
"La Justicia ya tiene la orden y puede ejecutarla en cualquier momento. Nos
enteramos que pretenden venir a sacarnos mañana y es por eso que invitamos a
compañeros, vecinos, medios y a referentes políticos y del sector, a que nos
acompañen para evitar el desalojo", precisó.
Los 40 trabajadores del emprendimiento gastronómico recuperado habían sufrido un
intento de desalojo el miércoles pasado cuando el juez Martín Christello ordenó
la acción por pedido de los propietarios del local alquilado en el barrio de
Villa Crespo. "No queremos enfrentarnos ni con la Justicia ni con las fuerzas
policiales: sólo queremos entablar un diálogo, negociar para que nos renueven el
contrato por dos o tres años más, lograr la estabilidad y luego trasladarnos a
otro espacio", finalizó Toledo.

******************
In:
Página12
http://www.pagina12.com.ar/imprimir/diario/ultimas/20-220443-2013-05-20.html
20/5/2013

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Hacia el control obrero: electo Consejo Socialista de Trabajadoras y Trabajadores de Planta Molinera-Venarroz

Por: Prensa Proarepa | Miércoles, 15/05/2013

La clase trabajadora de Venarroz, R.S.A, C.A., planta Molinera, empresa ubicada en Araure, Portuguesa; eligió a
los nuevos voceros y voceras del Consejo Socialista de Trabajadores y
Trabajadoras (CSTT), conformados en 10 comités de gestión, quienes tomaron
juramento en días pasados, asumiendo los retos y luchas colectivas en función
del control obrero.

Así lo informaron Luis Galbán y Oscar Nieto, del equipo de Gestión Socialista de
Pronutricos, acompañantes políticos, junto a Rudy Anciso, de Protécnica, del
proceso organizativo de los trabajadores y trabajadoras de Venarroz Molinera,
empresas todas pertenecientes al Grupo Pro, recuperadas por el estado Venezolano
en el año 2009.

Galbán señaló que esta iniciativa es “en aras de fortalecer el poder popular y a
la clase trabajadora. Es necesario sentar un precedente de organización en las
bases, que nos permita hacerle frente a los nuevos retos que se nos presentan en
esta etapa del proceso revolucionario”.

Destacó que en las elecciones participó el 80% de los trabajadores y
trabajadoras, dotando a estos comicios de gran legitimidad y confirmando los
niveles de democracia que “sólo son posible gracias a la revolución y al legado
del Comandante Supremo, Hugo Chávez Frías”, subrayó el declarante.

“Se abre otro espacio para la participación protagónica que nos enrumba hacia el
control de los medios de producción de las empresas recuperadas por el Estado y
que se encuentran bajo una administración especial”, comentó Galbán.

Por último, aseguró que las mesas técnicas de trabajo continuarán realizándose,
pues se trata de un espacio para la planificación colectiva, al tiempo que es
propicia para la profundización en la vinculación de los trabajadores y
trabajadoras con la administración especial de la planta.
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In:
http://www.aporrea.org/endogeno/n228896.html
15/5/2013