quarta-feira, 10 de março de 2021

Remdesivir, vacinas ARN e "obsolescência programada" das moléculas: o capitalismo é um travão para a ciência



*por Guillaume Suing [*]
*  *     
*/"O Capital tem horror à ausência de lucros.   Quando fareja um
benefício razoável, o Capital torna-se ousado.   A 20% fica
entusiasmado.   A 50% é temerário.   A 100% espezinha todas as leis
humanas e a 300% não recua perante nenhum crime". /
Karl Marx, /O Capital, / Livro 1, capítulo 22. *

Big Pharma. *Uma análise marxista pode ser tudo exceto "conspirativa" *

Identificar os conflitos de interesse e os tráficos de influência que
atravessam uma qualquer crise, quer seja sanitária, económica,
geoestratégica ou ambiental, não é cair na "conspiração". Não é preciso
imaginar a criação deliberada de um vírus sintético para explicar que a
Big Pharma gera mais-valias excecionais ou que os estados capitalistas
reduzem drasticamente os nossos direitos democráticos.

Pelo contrário, reconhecer que todos os "acidentes" da História podem
ser para a cadeia imperialista mundial agonizante a oportunidade duma
ressurreição, duma caça ao lucro máximo inesperado, é articular o "acaso
e a necessidade" na muito sinuosa luta de classes internacional. É
retomar uma visão dialética e materialista da História, que tanto tem
sido menosprezada.

O capital não orquestrou na sombra a crise de 1929 para submeter uma boa
parte dos povos europeus ao fascismo nos anos 30. Foi atingido por uma
crise congénita, que surgiu tão inevitavelmente como um tremor de terra
iminente numa região sísmica há muito adormecida, mas sempre no momento
em que menos se esperava… Depois da crise de 1929, o capital adaptou-se,
procurando que os trabalhadores paguem a crise, qualquer que fosse o
custo social. O fascismo é a forma terrorista que o capital assume,
quando, ferido de morte, fica assustado e dissimula o seu desespero
estratégico (intimamente ligado à anarquia da produção que o sustenta)
sob uma política de violência social em todas as direções.

Baralhar as cartas é um "jogo" permanente do processo capitalista e não
podemos espantar-nos ingenuamente por, paralelamente a uma queda
evidente do PIB e a um salto prodigioso da dívida pública, o CAC40 [NT]
<#nt> francês, por exemplo, ter assistido em novembro a uma subida
recorde desde 1988. Os gigantes da distribuição decuplicam os seus
lucros enquanto assistimos à exterminação sistemática do pequeno
comércio pelos /ukases / [NT] <#nt> tão injustos como incoerentes. Uma
comparação entre o confinamento da primavera e o do outono permite
perceber como, com base numa necessidade sanitária (que pode ser tratada
de mil maneiras, conforme os países), passámos duma paragem brutal, sem
preparação, até certo ponto suicidária e forçosamente temporária da
economia, para um estranho "semiconfinamento" durante o qual apenas o
artesanato, o pequeno comércio e o setor cultural são sacrificados
enquanto que o conjunto dos superlucros dos grandes setores industriais
e financeiros se mantêm no mesmo ritmo. As escolas não foram fechadas,
os transportes públicos não sofreram diminuição de frequência, os
supermercados nunca estiveram tão apinhados, a uberização [NT] <#nt> de
setores inteiros da economia, como a generalização da venda por
correspondência, são a partir de agora "setores de ponta". Em suma: As
formas mais residuais do capitalismo pré-imperialista foram
progressivamente erradicadas enquanto todos os locais de contaminação se
mantêm deliberadamente abertos… para que as "grandes empresas" funcionem.

Cabe ao povo realizar o máximo esforço e sofrer todas as restrições:
nada de saídas, nada de tempos livres, nada de laços sociais, nada de
ajuntamentos… Que boas notícias para as burguesias ocidentais
desesperadas, que não conseguem rivalizar com os países emergentes senão
ao preço da submissão brutal das suas classes trabalhadoras. Neste
processo, têm subsistido contradições entre a ideologia "liberal" das
últimas décadas e as tentações fascistas de determinados Estados, se bem
que uma gera sempre potencialmente a outra, com algumas hesitações e em
condições bem determinadas. A desconfiança mais ou menos profunda das
populações para com os seus Estados determinou o grau de recuo dos
direitos democráticos efetuado. O /ausweiss / [cartão de identificação,
NT] de saída em França durante os confinamentos, um raro exemplo do
género, foi uma ilustração disso, assim como a negação total dos
problemas psíquicos gerados pelos "conselhos de guerra" sanitários: vaga
de suicídios, aumento de ansiolíticos e antidepressivos, aumento das
violências vulgares, da delinquência, ou mesmo dos atentados terroristas.

Trata-se de uma contingência de dimensão mundial (uma pandemia, como
houve na Idade Média, com a Peste ou, mais recentemente, no início do
século XX, com a gripe espanhola que, é bom reconhecê-lo, teve uma
virulência muito maior do que a de hoje), progressivamente incorporada
no processo geral da crise do capitalismo imperialista. Tal como uma
fome de origem climática revelou o rosto da monarquia feudal na véspera
da revolução francesa, tal como a ocupação alemã mostrou o grau de
traição do segundo Império na véspera da Comuna de Paris, tal como a
carnificina da "Grande Guerra" industrial desmascarou o horror do
imperialismo predador na véspera da revolução de outubro de 1917, assim
é cada vez mais evidente que esta crise sanitária já abalou o mundo
atual e as relações geoestratégicas que organizaram a hegemonia
americana pós-soviética… reveladora duma incapacidade do capitalismo
agonizante para gerar as catástrofes, para o pior… ou para o melhor.

A fascização passa também, no plano ideológico, por uma sábia ditadura
do medo, com argumentos de autoridade que mascaram a sua "união sagrada"
antiparlamentar com um "consenso científico" fraudulento,
reconhecidamente eficaz para condicionar uma população que ignora os
desafios da investigação científica. Na Assembleia Nacional, o ministro
da Saúde, Olivier Véran, berrou aos deputados hostis a determinados
aspetos do protocolo sanitário: "Se não querem ouvir, saiam daqui!"
(4/novembro/2020).

O "conselho científico" de Emmanuel Macron, conselho que alardeou a
inutilidade das máscaras e dos testes quando a França não os tinha em
/stock, / país que, para um dos confinamentos mais rigorosos da Europa,
apresenta a mortalidade mais elevada (mais elevada mesmo do que a da
Suécia que, no entanto, não confinou!), país que decretou a proibição
governamental da hidroxicloroquina no dia a seguir à famosa publicação
da [revista] /Lancet / (que acabou por ser desmentida), que afirmou até
dezembro que o vírus não sofreria nenhuma mutação, nunca deixou de
mentir… mas continua a pregar impunemente, tapando com um verniz
pseudo-científico os decretos do regime. Quem apontar as mentiras deles,
é apelidado de conspirador.

Toda a dissonância no seio da comunidade científica assume aspetos de
debate nacional e aqueles que, em Marselha, registaram a mortalidade
mais baixa da França para as grandes metrópoles, passam a ser quase
criminosos, por intermédio de um trabalho político-mediático de grande
fôlego. Nesta inversão acusadora especialmente suspeita, é conveniente
voltar aos factos. E antes dos escândalos quanto à questão dos
tratamentos, a polémica em torno da "segunda vaga" é muito instrutiva
neste aspeto.

*"Segunda vaga" de um vírus que não sofre mutação, ou sazonalidade? *

Aquando do primeiro desconfinamento, na primavera passada, procurou-se
assustar a população com a iminência duma segunda vaga. Esta ameaça
durou até ao outono, vigiando-se ao microscópio todos os sobressaltos da
epidemia mesmo quando os serviços de reanimação se mantinham vazios. No
entanto, a curva dos testes positivos tinha baixado continuamente, tanto
antes como depois da data do desconfinamento, como se essa baixa
inexorável respondesse a uma lógica interna independente de todas as
medidas sanitárias, depois de passado o pico. Com efeito, nesse verão
não houve "segunda vaga" (como as "bossas de camelo").

Persistiu um ruído de fundo no que se refere a casos positivos, como
para muitas epidemias "clássicas" dos coronavírus. Observaram-se
aumentos relativos nomeadamente nas datas de reabertura das fronteiras
na Europa Ocidental (junho), depois dos desconfinamentos, ou aquando do
regresso de residentes que tinham contraído o vírus fora do país (ou a
entrada de doentes de dupla nacionalidade regressados a França para
serem legitimamente tratados). Mas tudo isso nunca constituiu uma vaga
epidémica.

Em contrapartida, a partir de junho, Didier Raoult, que afirmara que não
se previa nenhuma "segunda vaga", falou pela primeira vez da
possibilidade duma mutação que tornava o vírus sazonal e, portanto, de
um possível regresso no outono. Em perfeita contradição com as ameaças
do conselho científico, eis o que Didier Raoult dizia em junho passado:
"É uma epidemia tradicional em curva. Mas o futuro a Deus pertence.
Entre os coronavírus, alguns desaparecem pura e simplesmente. Outros
assumem um ritmo sazonal: é o caso de quatro coronavírus endémicos.
Ninguém pode prever isso, tal como não pudemos prever o resto. (…) Os
coronavírus endémicos acabam por se instalar, é o que acontece
geralmente. Determinados parâmetros permitirão saber se a doença
regressa ou não. Se passar a ser uma doença sazonal, há uma hipótese de
vê-lo no hemisfério sul antes de voltar a vê-lo aqui, porque o inverno
começa agora no hemisfério sul. (…) Se formos inteligentes, observamos o
que se passa no outro hemisfério para saber se voltará para aqui". (D.
Raoult, "Finalement la chloroquine", VIDEO IHU Méditerranée, 13jun2020).
Com efeito, a partir do fim do mês de junho, uma forte vaga epidémica
atravessava a Austrália, por exemplo (que, aliás, não conhece hoje
nenhuma vaga em novembro/dezembro, ou seja, no verão no hemisfério sul).

Será que a vaga que surgiu em outubro é uma vaga sazonal e não o
resultado da nossa "falta de civismo", denunciada com zelo de junho a
setembro? Mesmo assim, é preciso olhar de perto para os números e para
as curvas. O "ruído de fundo" dos contágios em agosto e em setembro
permitiu alimentar o medo e sobretudo atribuir aos comportamentos
individuais o inquietante recrudescimento. Ora, a vaga outonal
instalou-se na Europa com um sincronismo incrível. O aumento exponencial
dos casos declarou-se ao mesmo tempo em todos os países na primeira
semana de outubro, qualquer que fosse a situação de cada um deles. Em
certos países uma maré de subida lenta podia levar a crer na iminência
de um limiar ou de um salto qualitativo (Itália, Alemanha), mas esse
salto declarou-se ao mesmo tempo noutros países em que o número de casos
se mantinha estável sem subir (França, Reino Unido), ou mesmo baixava
nitidamente já há quinze dias (Espanha, Dinamarca)! Como cereja em cima
do bolo, na Itália, citada diariamente nos meios de comunicação francesa
pelo seu comportamento exemplar no respeito pelo protocolo sanitário, a
vaga acabou por ser idêntica (e sincronizada) com todas as outras vagas
da Europa ocidental…

Só por uma simplificação extrema e injusta se pôde acusar o professor
Raoult de falsas previsões quanto à segunda vaga. Na realidade, ele
apenas previu a ausência de um "salto" no verão, e a possibilidade de
uma mutação tornar este vírus sazonal… Ora, mesmo a possibilidade duma
mutação do vírus, apesar de demonstrada pelos genomas realizados
periodicamente no IHU Méditerranée, foi rejeitada, inclusivamente
durante a vaga outonal. Como, na cabeça das pessoas, uma mutação
significa renunciar à esperança de uma vacina milagrosa, e sobretudo
porque se escapa às lógicas acusadoras e punitivas quanto à origem das
vagas epidémicas, o governo, o conselho científico, os /media /
ridicularizaram essa possibilidade e acusaram Didier Raoult de
charlatanismo quando ele o demonstrou cientificamente a partir do mês de
setembro, apoiado pelos genomas.

Segundo a mesma lógica, escondeu-se que a baixa desta vaga outonal não
estava ligada ao confinamento (visto que este só foi posto em prática
depois do pico epidémico, quando o refluxo começava a medir-se pelas
águas usadas das grandes cidades). Tratava-se visivelmente duma variante
sazonal que evoluía numa "curva em sino" (as variantes formam picos
sucessivos que se sobrepõem uns aos outros). Didier Raoult explicou em
outubro: "Os vírus estão sempre em mutação, mas sofrem mutações duma
forma mais ou menos brutal. As duas que são frequentes atualmente [vaga
outonal] são 'Marselha 4' e 'Marselha 5'. Para o 'Marselha 4', vemos um
salto que corresponde a toda uma acumulação de mutações. Ocorreu um
salto que explica que já não se trata de uma simples mutação, mas duma
variante diferente. É esta variante que está epidémica atualmente e que
provoca 75% dos casos em Marselha. (…) Os coronavírus são conhecidos,
como os rinovírus [as duas famílias são responsáveis por numerosas
rinites sazonais. Ndla], por se recombinarem entre vírus. São muito
próximos e, portanto, é possível que se façam recombinações com esses
rinovírus". (D. Raoult, "Mutations, variants, ce que les génomes nous
apprennent", VIDEO IHU Méditerranée, 27/outubro/2020).

É desconcertante ler, no mesmo período, no INSERM [NT] <#nt> , que "os
coronavírus, que são vírus com ARN, são mais estáveis porque produzem
uma enzima que corrige erros, chamada 'exoribonuclease'. O SARS-Cov-2
sofreria mudanças duas vezes menos rapidamente que os vírus gripais"
("Mutações que tornam o SARS-CoV-2 mais perigoso, realmente?"
Presse.inserm.fr, 12 outubro 2020). Sem, evidentemente, pôr em causa a
existência de uma tal resistência às mutações, é forçoso constatar que,
apesar disso, surgiram variantes… dado que isso é hoje afirmado muito
claramente por ocasião da "terceira vaga".

Evidentemente. Esta terceira vaga de inverno surge em pleno protocolo
sanitário, simultaneamente em todos os países europeus (com um certo
avanço nos países setentrionais, onde parece ter nascido esta variante)
e dificilmente se pode imputar à falta de civismo das massas…. É preciso
pois aceitar a existência duma nova variante… embora ela tenha sido
rejeitada quando Didier Raoult falou disso durante a vaga outonal!

O discurso científico não se tornou mais acessível ao grande público
neste ano de 2020. Pelo contrário, foi obscurecido, aquando de mais esta
pandemia, por um pensamento oficial de ordem essencialmente política. É
esse pensamento único, rejeitado incessantemente pelos factos, que
embaciou a imagem da ciência aos olhos das pessoas, e não os discursos
dissonantes como o de Didier Raoult e da sua equipa. Em que campo se
situam então os verdadeiros defensores da ciência? Do lado da ilusão
ingénua de um consenso científico (que nunca existiu na História das
ciências) contra o qual qualquer desvio seria uma prova de
charlatanismo? Ou do lado de determinadas dissonâncias, quando elas são
cientificamente apoiadas e até certo ponto dignas de confiança dado que
estão isentas das influências devastadoras da Big Pharma?

*A obsolescência programada das moléculas, vitória do capital sobre a
investigação *

Didier Raoult não é marxista nem profeta. Pode ter errado na sua
carreira como qualquer outro investigador, mesmo entre os mais
"reconhecidos" (de que faz parte). Pode ter-se enganado, inclusivamente
no início desta pandemia. No entanto, é evidente que as suas
comunicações mostraram, em retrospetiva, ser mais sérias no plano
científico, do que as comunicações político-sanitárias oficiais e
mediáticas e não é por acaso que uma boa parte da população, sem
obrigatoriamente conhecer os problemas da investigação nem a História
das ciências, aderiu a ele e à sua equipa, com os possíveis exageros
conspiratórios que conhecemos (e o desprezo burguês pelo povo expresso
em nome duma luta contra o "populismo científico"). Mas não se avalia
uma análise científica pelo auditório que ela atrai, sem cair num
"moralismo" popperiano totalmente idealista.

Também não são as ideias políticas do epidemiologista que nos interessam
aqui e, por uma questão de objetividade, quase poderíamos dizer que dar
razão a Raoult, conhecido /gaulliste, / é uma prova de imparcialidade,
contrariamente a todos aqueles, inclusive na comunidade científica [1]
<#notas> , que enfileiraram resolutamente a partir de março, no combate
/ad hominem / contra o "charlatão" e a "lamentável imagem da ciência que
ele dá"… insistindo na sua arrogância ou na sua atitude desagradável
para com os seus empregados.

Mas, para lá das querelas pessoais entre investigadores que se conhecem
ou se detestam há muito, a realidade da luta que se trava no mundo da
investigação, um mundo custoso que depende de financiamentos públicos e
privados colossais e opacos, é a das "novas moléculas" muito caras (como
o remdesivir da gigantesca farmacêutica americana Gilead), contra as
moléculas genéricas "reposicionadas" (medicamentos já existentes e
conhecidos há muito tempo, como a hidroxicloroquina). Num plano teórico,
que permite compreender o que está em jogo atualmente e no futuro,
incluindo a questão das vacinas, é uma investigação que se apoia na
estimulação do sistema imunitário (reposicionando frequentemente),
contra a alta tecnologia molecular substitutiva de obsolescência
programada ("novas moléculas"). Sejamos mais precisos: de um lado as
moléculas de "grande espetro", que reforçam o nosso sistema imunitário
contra uma infeção, do outro lado as moléculas específicas, pontuais,
que rejeitam as reações e a evolução natural do agente infeccioso contra
o qual elas atuam.

Houve claramente uma frente comum entre os detratores de Raoult no seio
da comunidade científica e os lobistas mais ou menos dissimulados da
Gilead, e de outros gigantes da indústria farmacêutica. Uns,
frequentemente estatísticos afastados do terreno ou físicos, químicos
mais ou menos mediáticos, exprimiam com isso a sua adesão ao ideal de
uma ciência "pura", "moral", incorruptível por definição. Por outras
palavras, exprimiam o seu "cientismo" ou o seu "formalismo"
epistemológico. Os outros, muito mais discretos, financiaram maciçamente
o descrédito do "tratamento Raoult", quer através de estudos
"metodologicamente" válidos, mas baseados em protocolos manipulados,
quer através de estudos baseados em dados reais mas construídos sobre
comparações apressadas e amálgamas. [2] <#notas>

Esta frente comum aguentou-se, apesar do escândalo do "Lancetgate"… ou
seja, a amplidão do ódio acumulado contra o epidemiologista marselhês.
Melhor ainda: os "honestos" sábios anti-Raoult chegaram a afirmar que o
desmentido do famoso estudo publicado pela /Lancet / (sem investigação
séria nem processo contra os autores financiados pela Gilead) era uma
prova de cientificidade! Que teriam dito se uma publicação assim tivesse
sido realizada pelo IHU a favor da hidroxicloroquina?

Hoje, o conjunto dos estudos realizados em torno deste tratamento mostra
que o medicamento funciona. Não é um "remédio milagre", coisa que
ninguém apregoou. Mas como a sua inocuidade já é reconhecida (sem ter
ocorrido nenhum escândalo sobre as proibições governamentais do verão!),
a questão da sua eficácia já não é polémica para quem se informar com
dados atualizados. [3] <#notas> Para acalmar uma vaga epidémica num
período de urgência é necessário utilizar todos os meios e, portanto,
deve ser utilizado um tratamento acessível, pouco custoso, suscetível de
reduzir tendencialmente o período de incubação e de contágio e de
limitar as complicações nos doentes vulneráveis (e, portanto, a
mortalidade). É o caso em numerosos países, como outros tratamentos
antivirais, em especial nos países emergentes e do hemisfério sul.

Curiosamente, a estratégia político-mediática anti-cloroquina conheceu
duas fases contraditórias: a primeira, na primavera, consistiu em
justapor todos os estudos (na altura pouco numerosos) para mostrar que
havia mais provas de falta de eficácia do que de eficácia.
Evidentemente, calavam-se as evidências: essa justaposição misturava as
sobredoses tóxicas e os tratamentos tardios, ou mesmo em reanimação e o
tratamento precoce a 400/600 mg preconizado pelo IHU Méditerranée. O
argumento era pois puramente formalista. A segunda estratégia, este
inverno, face a uma justaposição muito mais completa (incluindo sempre
as sobredoses e os tratamentos tardios) que passa a mostrar a eficácia
do tratamento, recua no modo da lógica formal: "com o tempo, se isto
funcionasse, já o saberíamos!" ou "de qualquer modo, não se pode
demonstrar nada com um tratamento precoce!" E se tivessem deixado os
médicos receitarem?

Porque é que a hidroxicloroquina "desagradou" tanto? Sabe-se: porque é
um tratamento antigo, inicialmente prescrito contra o paludismo e o
lúpus e que foi "reposicionado" como antiviral. Na realidade, este
problema do "reposicionamento" das moléculas amplamente experimentadas
ultrapassou a cloroquina enquanto tal. Ninguém deu sequência às
esperanças fornecidas pelo reposicionamento do /interferon / 2B que os
investigadores cubanos propuseram (moléculas que estimulam ou modulam,
como a hidroxicloroquina (HCQ), as defesas imunitárias do doente contra
o agente infeccioso). A mesma experiência feita pelo Instituto Pasteur
em França, que depositava esperanças num reposicionamento (a que não deu
publicidade com medo de voltar a cair no cenário polémico da cloroquina)
para o qual os financiamentos acabaram por não ser suficientes.

Conhece-se agora muito bem o impasse que constitui a sistematização dos
antibióticos contra as doenças bacterianas. Os micróbios defendem-se
evoluindo, armados de funcionalidades infinitamente complexas que lhes
permitem escapar às moléculas tóxicas por meio de um reforço da sua
capacidade de mutação e do efeito duma seleção natural proporcional à
intensidade da sua exposição. De certa forma, quando a luta contra as
bactérias patogénicas optou pela química dos antibióticos (a
industrialização e a produção maciça) depois da descoberta de Fleming
nos anos 20, preferida até certo ponto à luta biológica dos soviéticos
na mesma época com a fagoterapia [4] <#notas> (utilização de vírus
antibacterianos, capazes de evoluir por si mesmos) a partir das
descobertas de Felix D'Herelles, abriu-se uma nova era na química dos
antibióticos para a "obsolescência programada", de que obviamente não
negamos os imensos benefícios no decurso do século XX.

Quanto aos antivirais, que não são antibióticos, a questão é mais
complexa. Mas entre a hidroxicloroquina, cujos efeitos no organismo são
mais gerais, mais moderados e multiformes e o remdesivir, "nova
molécula" cuja ineficácia recente contra o vírus Ébola comprometeu as
finanças do grupo Gilead, mas que se mostrou "promissor" contra o
Sars-CoV-2, a batalha foi infinitamente mais mediática do que o
escândalo que se seguiu.

Na realidade, submeteu-se o remdesivir aos mesmos testes que os da HCQ
durante vários meses. A grande diferença entre os dois tratamentos era
sobretudo a toxicidade do remdesivir (embora já conhecida há muito) a
nível renal. Isso não impediu a Gilead de o vender a preço de ouro à
União Europeia no outono, por várias centenas de milhões de dólares,
enquanto a OMS declarava, ao fim de meses de tergiversações e anúncios
favoráveis, que o medicamento já não é recomendável. A mentira
manteve-se imperturbável até se passar à fase das vacinas, altura em que
os tratamentos antivirais regressam a um segundo plano na imprensa.

De certa forma, o remdesivir podia aparecer, como a "nova molécula" de
síntese produzida por um gigante da indústria farmacêutica, como um
"remédio milagre", específico a esta estirpe viral (que ataca
diretamente, e independentemente do sistema imunitário do doente, como
um antibiótico ataca as bactérias) enquanto que a hidroxicloroquina, um
medicamento genérico produzido maciçamente no hemisfério sul a um custo
baixo, só podia fazer o papel de "muleta", na falta de melhor. Num
contexto de intensa propaganda anti-chinesa, dificilmente podemos deixar
de incluir este assunto naquilo a que o grande epistemólogo Paul
Feyerabend chamava, para a história a longo prazo, o "chauvinismo
científico ocidental".

É forçoso compreender o que uma crítica deste género pode significar
para lá do campo estritamente científico. Na realidade, toda a análise
marxista tem em conta o facto de que o capitalismo não consegue impedir
o progresso científico, técnico ou médico, mas pode refreá-lo, por vezes
consideravelmente. Isto pode parecer paradoxal se preferirmos as "novas
moléculas" aos "remédios antigos" mas, num período, o do início do
século XXI, em que caíram todos os dogmas da genética molecular e em que
a epigenética obriga a ter em consideração todas as epidemias numa base
ecossistémica, é posta em causa a questão do "mecanicismo" reducionista
permanente, a das "moléculas milagrosas".

O único baluarte suficientemente "evoluído" para uma infeção viral
envolvida em metabolismos altamente complexos é o sistema imunitário
humano, um sistema que resulta de milhões de anos de evolução e que é
preciso ter em conta seriamente para o apoiar com hipóteses de eficácia.

Para a agroecologia que concentra as suas forças a reforçar as defesas
naturais altamente complexas (e ainda muito imperfeitamente conhecidas
pela investigação reducionista), o objetivo é aumentar a fertilidade dum
solo sem as "substituir" pura e simplesmente por contributos
agroquímicos resultantes da agricultura intensiva. É este o futuro da
investigação altamente complexa da agronomia moderna, perante a qual a
agroquímica do século XX parece obsoleta e simplista. Do mesmo modo, a
ideia de que podemos lutar por um veneno molecular milagroso contra um
agente infeccioso formado por milhões de anos de seleção natural é
obsoleta face a uma investigação abrangente que tenha em conta o sistema
imunitário humano em vez de entrar em concorrência com ele.
Esquecemo-nos frequentemente que todos os agentes infecciosos dispõem de
meios ilimitados para resistir às moléculas prejudiciais, enquanto que o
sistema imunitário consegue quase sempre, visto que evolui e também se
aperfeiçoa ao longo da vida para destrui-lo. A este título, a vacinação
é uma estratégia muito mais "moderna" do que todos os supletivos
medicamentosos [5] <#notas> , apesar de a investigação ser sem dúvida
mais empírica e balbuciante.

*Vacinas ocidentais "futuristas" contra as vacinas "à moda antiga"
chinesa e cubana? *

É com efeito o que sugerem as autoridades sanitárias dos Estados Unidos
[6] <#notas> a propósito das vacinas "clássicas", nomeadamente a
chinesa, desconfiando da inexperiência dos investigadores chineses, ou
mesmo subentendendo que os protocolos experimentais são fraudulentos…
perante o "futuro" que as "vacinas por ARN mensageiro" representam.

É uma forma muito perturbadora de simplificar o problema porque se,
evidentemente, não se trata de contestar o imenso progresso que as
vacinas de ácidos nucleicos constituem, o seu uso apressado em milhares
de milhões de indivíduos, coberto por uma propaganda mediática
claramente favorável às vacinas ocidentais e hostil às vacinas russas e
chinesas, supõe uma confiança que muitos perderam (ou nunca tiveram).

As vacinas russas, cubanas e chinesas baseiam-se em técnicas claramente
provadas desde há muito: uma delas resulta duma modificação genética de
um adenovírus inofensivo utilizado como "veículo" injetável. As outras,
cubanas e chinesas, são vacinas ainda mais clássicas, fundadas na
atenuação do próprio vírus, na tradição pasteuriana mais pura. A
novidade é contudo importante: sua engenharia genética pode passar a
produzir os vírus atenuados /in vitro / de modo extremamente rápido e
maciço.

Do lado ocidental, as vacinas Pfizer e Moderna, para citar as mais
conhecidas, constituem claramente uma nova geração de vacinas que nunca
foi utilizada a esta escala. As vacinas por ARN mensageiro apresentam
evidentemente vantagens muito grandes, sendo a primeira a vantagem
económica. Não precisam de adjuvantes dispendiosos (e frequentemente
responsáveis potenciais de efeitos secundários) e são suscetíveis de ser
produzidas maciçamente e a baixo custo (apesar de o condicionamento e as
condições de injeção, que os Estados financiarão, ou seja, os impostos,
serem em contrapartida vinculativos, dado que o ARN é muito frágil,
contrariamente às proteínas). Outra vantagem importante: se o vírus
sofrer uma mutação numa sequência genética fundamental determinando as
suas proteínas de ancoragem às células humanas, é possível "reescrever"
rapidamente o ARN da vacina em consequência, sem novas experimentações e
de forma muito simples.

Digamos desde já que esta última modalidade coloca mais um problema de
dependência económica do que um problema sanitário. Se o vírus sofrer
uma mutação (e isso já aconteceu várias vezes), a Big Pharma poderá
afirmar sempre, com razão ou sem ela, que, apesar da venda
ultra-lucrativa de /stocks / duma primeira versão aos Estados, dispõe
duma versão "melhor" já atualizada, que será necessário comprar de novo,
e por aí fora. A inovação científica ainda se combina aqui com a
possibilidade duma forma de "obsolescência programada" muito lucrativa.

A Big Pharma possui a partir de agora a quase totalidade das revistas
médicas outrora respeitáveis, as que publicam os artigos após serem
revistos. Possuem os grandes laboratórios estratégicos de biotecnologia
(a não ser nos países sobreviventes do campo socialista como a China ou
Cuba). Também têm, claro, a cumplicidade dos governos [7] <#notas> que
farão as encomendas! A luta contra os "antivax" torna-se extremamente
delicada num contexto de suspeição como este, bastante justificado,
digamos de passagem. Parece hoje, sem surpresa, que os que defendiam
ardentemente o remdesivir ou a ausência de tratamento contra a
hidroxicloroquina, em 2020, são os mesmos que defendem em 2021 as
vacinas ocidentais contra as vacinas russas, cubanas ou chinesas… Não é
por acaso. O mercado é "livre, não é falseado" … até certo ponto,
evidentemente.

O principal problema ligado ao uso das vacinas por ARN mensageiro
inscreve-se num contexto teórico raramente abordado, para lá das lógicas
estritamente especulativas e que explica talvez porque é que os grandes
laboratórios reputados do "Sul", na China ou em Cuba, preferem hoje
fabricar vacinas "clássicas" em vez de vacinas por ARN mensageiro,
apesar de estas serem mais "modernas" (vacinas que eles seriam capazes
de produzir). Mas para falar disto são necessárias algumas noções
técnicas sobre as modalidades de umas e de outras.

Um vírus é uma partícula mais simples que uma célula e muito mais
pequena. Contém alguns genes, inertes, que depois de entrarem na célula
alvo, vão exprimir-se para reproduzir todos os componentes moleculares
que permitem a formação de milhões de cópias virais (que sairão depois
matando a célula alvo).

A vacina clássica consiste em fazer absorver, às "células
apresentadoras" do sistema imunitário do hospedeiro, moléculas
escolhidas do próprio vírus, a que chamamos "antigenes" (moléculas
"estrangeiras" que desencadeiam por exemplo a produção de anticorpos
específicos, para os neutralizar). Consegue-se estimular o sistema
imunitário de boa forma, incluindo na vacina a(s) boa(s) molécula(s),
apresentadas de forma pertinente (quase sempre a face exposta duma
molécula viral da membrana de adesão às células parasitárias, no caso do
Sars-Cov-2, a famosa proteína "Spike"). De certo modo, a vacina não
apresenta nenhuma diferença com a instalação real de um agente
infeccioso no organismo: é "digerida" por células apresentadoras que, a
seguir, o expõem na superfície dos "pedaços" antigénicos estimulando uma
resposta imunitária especificamente dirigida.

A vacina por ARN mensageiro atinge o mesmo objetivo, mas por uma via
completamente diferente. Com efeito, contém pelo menos um gene viral
(não tóxico, visto que está sozinho e não consegue reproduzir todo o
vírus) que entra nas células apresentadoras, é expresso por elas, o que
cria uma produção maciça de proteínas virais (inúteis e não tóxicas,
falsamente endógenas) suscetíveis de serem depois expostas de forma
clássica. Em geral, pensa-se reproduzir por esta via o processo natural
de reprodução viral, mas através de uma única molécula e não do conjunto
do genoma.

O problema reside na abordagem muito reducionista, muito mecanicista
desse processo, extremamente complexo. Já descrevemos e percebemos uma
grande parte dos mecanismos do ciclo de reprodução viral no seio da
célula hospedeira, mas será que dominamos a totalidade dos processos
metabólicos afetados por este ciclo? A questão pode parecer fácil, mas a
genética molecular (muito mecanicista e reducionista, ou mesmo
"química", para ilustrar a falta de abordagem ecossistémica) outrora
triunfante, é hoje profundamente abalada por uma revolução epigenética
que aboliu todos os seus dogmas. A epigenética é o reconhecimento de
processos extremamente complexos de interações entre os genes e o seu
ambiente na célula. Há muito desapareceu o famoso "dogma central da
genética molecular" que postulava que os genes agiam exprimindo-se no
meio ambiente, mas que esse meio não podia afetar os genes, e sabemos
nomeadamente que não basta introduzir genes no citoplasma duma célula,
mesmo que sejam de ARN, para garantir a proteção dos genes dessa célula
(no seu núcleo). Um grande número de reguladores naturais de ARN está
permanentemente a ser derramado no sangue por todo o organismo, no
citoplasma de todas as nossas células, nos núcleos delas, implicando uma
infinidade de interações reguladoras com os nossos genes.

Claro que um vírus também injeta os seus genes na célula alvo para que
eles se exprimam. Mas é um genoma inteiro que é injetado e existem
potencialmente regulações entre o novo coronavírus e o material genético
da célula hospedeira, dois parceiros já muito complexos (e ainda não
totalmente conhecidos, tanto mais que se trata de um novo coronavírus).

Há portanto uma grande diferença entre as situações "naturais" (estas
são experimentadas e selecionadas há milhões de anos) de digestão de um
vírus inteiro por uma célula que tem essa vocação, ou a incorporação de
um genoma viral completo numa célula infetada, e a obriga a "imitar"
esse processo em miniatura, com um único gene que, por sua vez, está
equipado com genes reguladores adicionados pelo génio genético (para
multiplicar o ARN na célula, por exemplo, e aumentar a exposição das
moléculas na membrana).

Será que há a certeza de que a manipulação do vírus por um gene genético
de tecnicidade muito alta, mas que se apoia numa abordagem teórica já
"ultrapassada", não coloca problemas sanitários futuros, perfeitamente
insuspeitos atualmente? [8] <#notas> A modernização necessária das
vacinas, sem dúvida por esta via dos ácidos nucleicos, deverá ser
acelerada desta forma, na prática, em nome da "modernidade", enquanto
existem as vacinas clássicas, há muito experimentadas e reconhecidamente
eficazes, e que também se vão aperfeiçoando? Para a China, parece que os
avanços teóricos da genética convidam precisamente à prudência (nós
estamos apenas no início da epigenética que permitirá dominar realmente
as vacinas por ácidos nucleicos e, além deles, toda a terapia genética),
razão pela qual, em parte sem dúvida, eles optam pela forma clássica,
pelo vírus atenuado, com a preocupação pela saúde pública… uma
preocupação posta de lado nos países ocidentais onde se sucedem os
escândalos da Big Pharma. Nesses países que geriram muito melhor a crise
sanitária do que o ocidente capitalista e onde os Estados conservaram
manifestamente a confiança dos seus cidadãos, a prioridade é para a
gratuitidade das vacinas e para a sua produção segura e tão maciça
quanto possível. Nos países ocidentais imperialistas, pelo contrário,
diabolizando um medicamento antidiluviano (a hidroxicloroquina) em favor
de uma "nova molécula promissora" (mas tóxica para os rins),
desenvolvendo uma técnica balbuciante, incerta a longo prazo contra as
vacinas clássicas e experimentadas promovidas pela China, por Cuba e
pela Rússia, o princípio de precaução nunca foi posto em primeiro lugar…

O ano que já terminou permite tirar alguns primeiros ensinamentos das
políticas sanitárias de uns e dos outros: a distinção entre o ocidente
imperialista e o resto do mundo salta aos olhos e seria necessária uma
lavagem ao cérebro mediático para tentar obscurecê-la. Cuba, o Vietname,
a China e a Venezuela situam-se entre os principais atores duma gestão
da crise exemplar… a tal ponto que países ocidentais tiveram de recorrer
à sua ajuda internacionalista para se manterem à tona de água. O mesmo
em relação aos tratamentos de urgência que constituíram uma polémica
inédita e reveladora da influência assassina da Big Pharma no mundo
ocidental, pelo menos.

O próximo ano constituirá uma nova aposta de monta, especialmente com as
campanhas de vacinação. Mas será necessário adicionar à capacidade de
cada "modelo" para vencer a pandemia a sua capacidade para resolver as
consequências económicas, sociais e mesmo psicológicas que essa pandemia
continua a gerar. Esse balanço que as forças progressistas de todo o
mundo deverão realizar e divulgar, será fundamental para as revoluções
futuras e será necessário estar à altura das desilusões dos povos para
liderar revoluções duradouras e travar as vinganças assassinas em que o
capitalismo é costumeiro.

Notas
[1] Sobretudo estatísticos e sábios formalistas, afastados dos meandros
da prática médica, físicos, químicos mediáticos (Etienne Klein…)
[2] Sobre este tema, ver os dois artigos seguintes: Chloroquine: Ce sont
les 'antiRaoult' qui mélangente science et politique
<https://germinallejournal.jimdofree.com/2020/05/30/chloroquine-ce-sont-les-anti-raoult-qui-m%C3%A9langent-science-et-politique/>
(maio 2020) e L'hydroxychloroquine et les méthodologistes
<https://germinallejournal.jimdofree.com/2020/09/04/l-hydroxychloroquine-et-les-m%C3%A9thodologistes/>
(setembro 2020). Guillaume Suing, Germinallejournal.
[3] Podemos encontrar o conjunto dos estudos atuais e as suas
referências num /site, / compilando, como os detratores fizeram uns
meses antes, o conjunto das meta-análises relativas à hidroxicloroquina
(HCQ) no site hcqmeta.com: "O HCQ é eficaz para a Covid-19 quando é
utilizado precocemente: meta-análise de 185 estudos (reactualizações
regulares)
[4] Ler Une belle histoire de virus (contre la virophobie ambiante)
<https://germinallejournal.jimdofree.com/2020/03/27/une-belle-histoire-de-virus-contre-la-virophobie-ambiante/>
Guillaume Suing, março 2020. Germinallejournal.
[5] A vacina "educa" o sistema imunitário do hospedeiro, quando as
"moléculas milagre" de obsolescência programada o suplantam.
[6] Sobre este tema ver a entrevista do investigador belga Johan Hoebeke
pelo jornalista Michel Collon (Investig'action/Michel Midi : Le vaccin,
oui ou non?)
[7] Os lobistas escondidos ou explícitos pululam nos meios de
comunicação e até nos ministérios. Macron teve de despedir um deles,
notoriamente enfeudado à Gilead, embora o tenha designado como o seu
"Senhor vacina" em dezembro, com medo de mais um escândalo: Louis
Charles Voissart.
[8] Já se suspeita da possibilidade do aumento das doenças autoimunes
com as vacinas por ARN mensageiro, o que não é para admirar: As células
apresentadoras expõem às outras células do sistema imunitário as
moléculas "estrangeiras" que devem ser distinguidas das moléculas de "si
mesmo". O menor disfuncionamento produz uma confusão pontual e suscita
ataques imunológicos contra células do mesmo organismo.

NT
CAC40: Cotation Assistée en Continu, índice da bolsa de valores francesa
Ukases: é um ato normativo no direito russo e sérvio. Na terminologia do
Direito Romano, o ukaz equivaleria ao édito ou decreto.
Uberização: termo cunhado para expressar um novo formato de fazer
negócios, apoiado nas tecnologias móveis, que ligam o consumidor ao
fornecedor de produtos e serviços da forma mais direta possível,
agregando-lhe uma personalização.
IHU: Institutos hospitalo-universitários, para formação e investigação
médica.
INSERM: Institut national de la santé et de la recherche médicale

Ver também:
# Principal cientista da Moderna: 'Na verdade, estamos hackeando o
software da vida'
<https://pt.technocracy.news/modernas-top-scientist-we-are-actually-hacking-the-software-of-life/>


*[*] Professor agregado de Ciências da Vida e da Terra.   Autor de
/Evolution: La preuve par Marx/
<http://www.librairie-renaissance.fr/9782915854930-evolution-la-preuve-par-marx-depasser-la-legende-noire-de-lyssenko-guillaume-suing/>
(2016), /L'Ecologie réelle, une expérience soviétique et cubaine/
<http://www.librairie-renaissance.fr/9782376071341-l-ecologie-reelle-une-histoire-sovietique-et-cubaine-guillaume-suing/>
(2018), /L'origine de la vie: Un siècle après Oparine/
<http://www.librairie-renaissance.fr/9782376071938-l-origine-de-la-vie-un-siecle-apres-oparine-suing-guillaume/>
(2020), éditions Delga

O original encontra-se em germinallejournal.jimdofree.com/...
<https://germinallejournal.jimdofree.com/2021/01/03/remdesivir-vaccins-%C3%A0-arn-et-obsolescence-programm%C3%A9e-des-mol%C3%A9cules-le-capitalisme-est-un-frein-pour-la-science/>

Tradução de Margarida Ferreira. *

In
RESISTIR.INFO
https://www.resistir.info/pandemia/big_pharma_06jan21.html
10/3/2021

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