segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

O caminho para se derrotar o golpe é a luta popular



 

A condenação do ex-presidente Lula pelo TRF-4, em 24 de janeiro de 2018,
realizada sem provas ou mesmo bases jurídicas consistentes, é mais um elo na
série de criminalizações políticas realizadas pelo Judiciário brasileiro e
direcionadas principalmente contra a esquerda, o movimento sindical e os
movimentos sociais. Uma direita incapaz de legitimar seu programa neoliberal nas
urnas, devido ao seu caráter totalmente alheio aos anseios da população, mesmo
com todos os recursos da grande mídia a seu favor, procura impor seus
representantes nos principais cargos públicos, tentando inviabilizar
judicialmente seus adversários, mesmo aqueles que, como Lula, há muito aceitaram
o essencial do programa que interessa aos grandes empresários e fizeram da
conciliação de classe o seu estilo político.
O resultado dessa atitude da burguesia é um progressivo ataque às liberdades
democráticas, disfarçado pelas decisões de um Judiciário escandalosamente
parcial e hegemonizado pelos grupos ideológicos e políticos reacionários.
Enquanto condenam o ex-presidente e o tiram da disputa política, deixam em
liberdade os líderes políticos corruptos da burguesia, como Michel Temer, Aécio
Neves, Geraldo Alckmin, José Serra, Romero Jucá, os ministros de Temer e quase
duas centenas de parlamentares, além de tantos outros. A quadrilha do Planalto
segue implementando o ajuste fiscal, a reforma trabalhista, as terceirizações e
a ofensiva contra direitos e garantias dos trabalhadores e pensionistas e busca,
a todo custo, aprovar a reforma da previdência para tirar mais direitos e
conquistas dos trabalhadores.
Este é o segundo golpe dramático contra a política de conciliação de classe. O
primeiro foi o impeachment da presidente Dilma Roussef. Essa política de
conciliação está claramente esgotada, como vem sendo demonstrada pelas lições da
vida política brasileira recente: diante da profundidade da crise e da ofensiva
da burguesia e do imperialismo para revertê-la, colocando todo o ônus na conta
dos trabalhadores, não interessa mais às classes dominantes brasileiras fazer
qualquer tipo de concessão às classes populares. Continuar com as ilusões de que
tudo será resolvido com as eleições de 2018 é o caminho mais rápido para a
desmoralização da militância e o fortalecimento dos golpistas.
A condenação de Lula muda expressivamente a conjuntura política, pois o campo
lulopetista apostava todas as fichas nas eleições de 2018, caminho que agora
está bloqueado por seus ex-aliados. Esse campo político tem, diante de si, o
desafio de retomar a radicalização da luta e apostar na organização popular, o
que coincide com os interesses da esquerda consequente e combativa, que quer de
fato enfrentar as contrarreformas, derrotar Temer e construir a greve geral.
Nesse caminho, seguiremos juntos, trabalhando a resistência popular contra o
golpe e as contrarreformas impostas pelo capital. Para o PCB, o caminho para
reverter o golpe e as medidas antipopulares implantadas pela quadrilha do
Planalto e a maioria corrupta do Parlamento, subservientes aos interesses da
burguesia e do imperialismo, é a luta de massas. Abrir mão da mobilização dos
trabalhadores, da juventude e da luta das massas urbanas, depositando todas as
fichas no processo eleitoral, é uma capitulação vergonhosa, cujo resultado
poderá significar mais retrocessos ao movimento popular.
A hora é agora. É preciso organizar a resistência aos ataques às liberdades
democráticas e aos direitos sociais,
 nas ruas, nos locais de trabalho e estudo, fazendo crescer a mobilização
popular, no rumo da greve geral.
Eles são poucos, nós somos milhões. SEM LUTA NÃO HÁ CONQUISTAS!
Comissão Política Nacional do PCB

PCB
https://pcb.org.br/portal2/18519/o-caminho-para-se-derrotar-o-golpe-e-luta-popular
26/1/2018

Nenhum comentário:

Postar um comentário