quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Operação Barbarossa: mitos e realidades

 

 


*Jacques R. Pauwels*





Há oitenta anos, em 22 de junho de 1941: Hitler lançou a Operação
Barbarossa, o ataque contra a União Soviética.

A guerra contra a União Soviética era o que Hitler queria desde o
início. Já tinha deixado isso bem claro nas páginas de Mein Kampf,
escrito em meados da década de 1920. Como um  historiador alemão,
Rolf-Dieter Müller, demonstrou de forma convincente num estudo bem
documentado, era uma guerra contra a União Soviética, e não contra a
Polónia, França ou Grã-Bretanha, que Hitler planeava desencadear em
1939. Em 11 de agosto daquele ano, Hitler explicou a Carl J. Burckhardt,
um representante da Liga das Nações, que “/tudo o que ele empreendeu foi
dirigido contra a Rússia/”, e que “/se o Ocidente [isto é, os franceses
e os britânicos] é muito estúpido e muito cego para compreender isso,
ele seria forçado a chegar a um entendimento com os russos, virar e
derrotar o Ocidente, e então voltar com todas as suas forças para
desferir um golpe contra a União Soviética/”. Foi, de facto, isso que
aconteceu. O Ocidente acabou por se revelar “/muito estúpido e cego/”,
como Hitler o via, para lhe dar “/mão livre/” no leste e, então, fez um
acordo com Moscovo – o famoso “/Pacto Hitler-Stalin/” – e, em seguida,
desencadeou a guerra contra a Polónia, a França e a Grã-Bretanha.

Mas o objetivo final manteve-se o mesmo: atacar e destruir a União
Soviética tão depressa quanto possível. Hitler e os comandantes do
exército alemão estavam convencidos de que tinham aprendido uma lição
importante com a Primeira Guerra Mundial. Em 1918, na fase final da
Primeira Guerra Mundial, a guerra móvel foi retomada após anos de
impasse nas trincheiras. Foi quando os Aliados, cujo acesso ilimitado
aos recursos coloniais, incluindo o petróleo, lhes permitiram construir
e usar milhares de tanques, camiões e aviões e, assim, “/navegar para a
vitória numa onda de petróleo/”, como disse um dos seus chefes. A
Alemanha, por outro lado, tinha sido impedida, por um bloqueio da
Marinha Real, de importar essas matérias-primas vitais e não tinha
abastecido o seu exército com equipamentos e armas modernas semelhantes
e, portanto, foi derrotada.

Hitler e os seus generais sabiam que seria impossível vencer uma nova
guerra moderna sem equipamento motorizado, mas a Alemanha tinha uma
indústria altamente desenvolvida, capaz de produzir um grande número de
tanques, aviões e camiões para transportar a infantaria. Mas lutar e
vencer uma nova guerra moderna também exigiria armazenar suficientes
matérias-primas estratégicas, especialmente petróleo e borracha, que
faltavam na Alemanha. Decidiu-se enfrentar esse problema crucial de duas
maneiras. Primeiro, importando muito petróleo e borracha, criando
enormes estoques para uso sempre que os cães de guerra fossem soltos e
outras importações provavelmente seriam evitadas por um novo bloqueio
britânico. A maior parte disso veio do maior exportador mundial de
petróleo na época, os Estados Unidos.

Em segundo lugar, decidiu-se começar a produzir petróleo sintético e
borracha a partir do carvão, matéria-prima abundantemente disponível na
Alemanha. Estes preparativos deveriam permitir à Alemanha vencer a
guerra que se aproximava. Ainda era considerado vital manter a guerra o
mais curta possível, uma vez que os estoques de combustível
provavelmente diminuiriam rapidamente, o potencial para importações em
tempo de guerra (de países amigos como a Roménia) era limitado e não
podia esperar que a borracha sintética e o petróleo estivessem
disponíveis em quantidades suficientes. Para ganhar uma nova edição da
“/Grande Guerra/”, a Alemanha teria de vencê-la depressa, muito depressa.

Foi assim que nasceu o conceito de Blitzkrieg, ou seja, a ideia da
guerra (Krieg) rápida como um raio (Blitz). A abordagem Blitzkrieg
exigia ataques sincronizados por ondas de tanques e aviões para perfurar
as linhas defensivas do inimigo, atrás das quais se esperava que as suas
tropas estivessem concentradas; penetração profunda em território
hostil; movimento rápido de unidades de infantaria, não a pé ou de
comboio, como na Grande Guerra, mas em camiões; e as pontas de lança
alemãs balançando para trás para cercar e liquidar exércitos inimigos
inteiros em gigantescas “/batalhas de cerco/”. Blitzkrieg significava
guerra motorizada, fazendo uso total do grande número de tanques,
camiões e aviões produzidos pela indústria alemã, mas também queimando
quantidades gigantescas de petróleo e borracha importados e armazenados.

Em 1939 e 1940, a Blitzkrieg fez funcionar devidamente a sua magia, pois
a combinação de excelente equipamento e combustível abundante permitiu
que a Wehrmacht e a Luftwaffe subjugassem as defesas polacas,
holandesas, belgas e francesas em questão de semanas; Blitzkriege,
“/guerras ultrarrápidas/”, eram invariavelmente seguidas por Blitzsiege,
“/vitórias ultrarrápidas/”. No verão de 1940, a Alemanha parecia
invencível e predestinada a governar o continente europeu
indefinidamente. Quanto à Grã-Bretanha, o alto comando alemão nunca foi
solicitado para preparar planos para invadir aquele país. Porquê?

Hitler sempre desejou uma guerra continental contra os soviéticos e
contava com líderes políticos britânicos como Chamberlain, conhecido por
ser demasiadamente antissoviético para assistir apenas do lado de fora,
dando a sua concordância. A infame política de “/apaziguamento/”, de
Londres, confirmou essa expectativa, até que Chamberlain, sob pressão da
opinião pública, se sentiu compelido a ficar ao lado da Polónia no seu
conflito com Hitler contra Gdansk. Nestas circunstâncias, Hitler decidiu
adiar a sua planeada guerra oriental para que pudesse resolver as coisas
primeiro com a Polónia e as potências ocidentais. Foi por isso que
propôs um acordo aos soviéticos, cujas ofertas para estabelecer uma
frente comum anti-Hitler foram repetidamente rejeitadas por Londres e
Paris. O famoso “/Pacto/”, que concluíram com Hitler em agosto de 1939,
ofereceu-lhes espaço e tempo extras para se prepararem para um ataque
nazi que sabiam ser meramente adiado para uma data posterior.

A Grã-Bretanha foi para a guerra, mas com muita relutância. Após a
conquista da Polónia e da França (e a evacuação do exército britânico de
Dunquerque), Hitler tinha motivos para acreditar que os decisores em
Londres “/veriam a luz/”, sairiam da guerra e permitiriam que ele
governasse o continente europeu para que pudesse finalmente marchar para
o leste e esmagar a União Soviética, enquanto deixaria a Grã-Bretanha
manter o seu Império ultramarino. Em Londres, entretanto, os
apaziguadores antissoviéticos (e filofascistas) foram substituídos por
Churchill, que, embora também muito antissoviético, não estava disposto
a deixar Hitler controlar a Europa; o novo primeiro-ministro temia que,
após uma vitória contra a União Soviética, Hitler se sentisse atraído –
e muito preparado – para se voltar contra a Grã-Bretanha. A
Grã-Bretanha, portanto, recusou-se a ser “/razoável/”, como Hitler a
via, mas não tinha esperança de vencer a guerra sozinha e tinha de temer
que o ditador alemão pudesse em breve voltar a sua atenção para
Gibraltar, Egito e/ou outras joias da coroa do Império Britânico. Os
triunfos do Reich foram suficientemente espetaculares, mas esgotaram as
suas provisões de combustível, enquanto não encontravam novas fontes de
matérias-primas estratégicas, a não ser alguns pequenos poços de
petróleo na Polónia.

Nos termos do Pacto de 1939, entretanto, a Alemanha foi abastecida com
petróleo pela União Soviética. Mas quanto? Muito, de acordo com a visão
convencional antissoviética ou antirrussa; tanto, de acordo com uma
versão, que foi uma pré-condição para a derrota da França na primavera
de 1940. Apesar dessas afirmações, de acordo com o minucioso relatório
de Brock Millman, apenas 4% de todas as importações de petróleo alemãs
na época tiveram origem na União Soviética. A realidade é que, em 1940 e
1941, a Alemanha dependia principalmente do petróleo importado de dois
países. Primeiro, a Roménia, originalmente neutra, mas um aliado formal
de Hitler a partir de novembro de 1940. E, segundo, os ainda neutros
EUA, cujos barões do petróleo exportaram enormes quantidades de “/ouro
negro/”, principalmente através de outros países neutros, como a Espanha
de Franco; e continuariam a fazê-lo até os Estados Unidos entrarem na
guerra, em dezembro de 1941, após o ataque japonês a Pearl Harbour. As
entregas soviéticas de petróleo eram, é claro, úteis para o Reich, mas o
mais preocupante para Hitler era o facto de a Alemanha ter de retribuir,
fornecendo produtos industriais de alta qualidade e tecnologia militar
de ponta, que era usada pelos soviéticos para modernizar o seu exército
e melhorar as suas defesas contra um ataque nazi que eles esperavam mais
cedo ou mais tarde. Apesar do seu alto nível de mecanização, o exército
alemão ainda usava mais de 700.000 cavalos e animais de tração para
batalhões de reconhecimento e artilharia. Barbarossa provou ser
extremamente brutal tanto para os animais como para os humanos.

Outra dor de cabeça para Hitler foi o facto de os termos do seu pacto
com os soviéticos possibilitarem que estes ocupassem o leste da Polónia,
antigo território russo anexado pela Polónia durante a Guerra Civil
Russa. Isso aconteceu em 17 de setembro de 1939, quando o governo polaco
fugiu para a Roménia neutra, abandonando o país e transformando-o em uma
“terra nullius” [lat.: terra de ninguém]. O movimento soviético estava,
portanto, de acordo com o direito internacional; como Churchill
reconheceu, não foi um ato de guerra, não transformou a União Soviética
em aliada da Alemanha nazi, mas permitiu que ela permanecesse neutra e,
por esse motivo, não desencadeou uma declaração de guerra das potências
ocidentais, aliadas da Polónia.

Finalmente, se o Exército Vermelho não tivesse ocupado a Polónia
oriental, os alemães tê-lo-iam feito. Esta situação incomodou Hitler. A
fronteira soviética e as defesas do país tinham-se deslocado algumas
centenas de quilómetros para oeste, proporcionando ao Exército Vermelho
a vantagem defensiva do que se chama “/glacis/” no jargão militar, um
“/espaço para respirar/” territorial; inversamente, para os militares
alemães, a marcha planeada para Moscovo tinha-se tornado muito mais
longa. O ditador alemão tinha um problema: os soviéticos tinham
conquistado um espaço valioso, o tempo estava a seu favor e as suas
defesas tornavam-se mais fortes a cada dia. Após a derrota da França,
Hitler sentiu que não poderia esperar muito mais antes de empreender a
missão que acreditava lhe ter sido confiada pela providência, ou seja, a
aniquilação da “/Rússia governada pelos judeus/”. Ele tinha querido
atacar a União Soviética em 1939, mas voltou-se contra as potências
ocidentais, como disse o historiador alemão Rolf-Dieter Müller, “/para
desfrutar de segurança na retaguarda, quando finalmente estivesse pronto
para acertar as contas com a União Soviética/”. Müller conclui que, em
1940, nada tinha mudado no que dizia respeito a Hitler: “/O verdadeiro
inimigo era o que estava no leste/”. Já no outono daquele ano, após uma
tentativa fracassada de fazer Churchill tornar-se “/sensato/”, através
de bombardeamentos e uma ameaça de invasão, instruiu os seus generais
para esquecer a Albion [antigo nome de Inglaterra] e planear uma grande
“/Guerra Oriental/” (Ostkrieg) na primavera de 1941. Uma ordem formal
para esse efeito foi emitida em 18 de dezembro de 1940.

O projeto recebeu o nome de código “/Operação Barbarossa/” (Unternehmen
Barbarossa), em homenagem a um famoso imperador e cruzado alemão. A
escolha do nome refletia a visão de Hitler sobre o conflito que se
aproximava: seria uma espécie de guerra santa contra a variedade
soviética de comunismo, desprezada como um estratagema judaico destinado
a derrubar a superioridade natural da raça “/ariana/”. Essa era a
essência do Judeo-Bolchevismo, uma teoria adotada não apenas por Hitler,
mas também por incontáveis líderes políticos, económicos e intelectuais
influentes na Alemanha e em todo o mundo ocidental. Um deles era Henry
Ford, dono da fábrica cuja filial alemã estava a produzir grande parte
do equipamento usado pelas forças armadas alemãs na época, acumulando
enormes lucros no processo.

Hitler sentiu que poderia voltar os olhos para o leste sem se preocupar
muito com os britânicos, que ainda estavam a lamber as suas feridas
depois de uma fuga à moda de Houdini [1] de Dunquerque. Por duas razões
ele estava confiante de que as contas deles poderiam esperar para ser
acertadas até a conclusão do seu projeto primordial, o Ostkrieg. Em
primeiro lugar, esse empreendimento seria mais uma guerra relâmpago, que
não duraria mais do que dois meses – voltaremos a este assunto muito em
breve. Em segundo lugar, ao contrário das vitórias alemãs anteriores, um
triunfo contra a União Soviética garantia à Alemanha o fornecimento dos
recursos virtualmente ilimitados daquele enorme país, incluindo o trigo
ucraniano, para fornecer comida abundante à população alemã; minerais
como carvão, a partir do qual óleo sintético e borracha poderiam ser
produzidos; e – por último, mas certamente não menos importante – os
ricos campos de petróleo do Cáucaso, onde os consumidores de gás,
Panzers [2] e Stukas [3], seriam capazes de encher os seus tanques até a
borda a qualquer momento. Fortalecido com esses ativos, seria uma
sinecura para Hitler negociar com a Grã-Bretanha.

A derrota da União Soviética teria de facto fornecido uma “/solução
final/” para a situação difícil da Alemanha, sendo uma superpotência
industrial desprovida de posses territoriais para fornecer matéria-prima
estratégica. Possuir um enorme “/território complementar/” no leste,
semelhante ao “/Oeste Selvagem/” da América e à colónia indiana da
Grã-Bretanha, certamente transformaria a Alemanha numa verdadeira
potência mundial, invulnerável dentro de uma “/fortaleza/” europeia que
se estendia do Atlântico aos Urais. O Reich possuiria recursos
ilimitados e, portanto, seria capaz de vencer até mesmo guerras longas e
prolongadas contra qualquer antagonista – incluindo os Estados Unidos –
numa das futuras “/guerras dos continentes/” conjuradas na imaginação
febril de Hitler. Hitler e os seus generais estavam confiantes de que a
sua Blitzkrieg planeada contra a União Soviética teria o mesmo sucesso
das suas guerras-relâmpago anteriores contra a Polónia e a França. Eles
consideravam a União Soviética um “/gigante com pés de barro/”, cujo
exército, presumivelmente decapitado pelas purgas de Estaline no final
dos anos 1930, “/não passava de uma piada/”, como o próprio Hitler disse
certa vez. Para travar e vencer as batalhas decisivas, eles efetuariam
uma campanha de seis a oito semanas, possivelmente seguida por algumas
operações de limpeza, durante as quais os remanescentes do exército
soviético “/seriam perseguidos por todo o país como um bando de cossacos
derrotados/”.

De qualquer forma, Hitler sentia-se extremamente confiante e, na véspera
do ataque, “/imaginou-se à beira do maior triunfo de sua vida/”. Em
Washington e Londres, os especialistas militares também acreditavam que
a União Soviética não seria capaz de oferecer resistência significativa
ao rolo compressor nazi, cujas façanhas militares de 1939-1940 lhe
renderam a reputação de invencibilidade. Os serviços secretos britânicos
estavam convencidos de que a União Soviética seria “/liquidada dentro de
oito a dez semanas/”, e o chefe do Estado-Maior Imperial afirmou que a
Wehrmacht cortaria o Exército Vermelho “/como uma faca em manteiga no
verão/” e que as forças soviéticas seriam cercadas “/como gado/”. De
acordo com a opinião de especialistas em Washington, Hitler “/esmagaria
a Rússia [sic] como um ovo/”.

A operação Barbarossa teve início em 22 de junho de 1941, nas primeiras
horas da madrugada. A fronteira da União Soviética foi cruzada pela
“/maior força de invasão na história da guerra/” (Wikipedia),
consistindo em três milhões de soldados alemães e quase 700.000 soldados
com que os aliados da Alemanha nazi tinham contribuído, equipados com
600 000 veículos motorizados, 3 648 tanques, mais de 2 700 aviões e
pouco mais de 7 000 peças de artilharia. No início, tudo saiu conforme o
planeado. Foram abertos enormes buracos nas defesas soviéticas, foram
rapidamente obtidos ganhos territoriais impressionantes e centenas de
milhares de soldados do Exército Vermelho foram mortos, feridos ou
feitos prisioneiros, numa série de espetaculares “/batalhas de cerco/”.
O caminho para Moscovo parecia estar aberto. Nos primeiros dias da
guerra, a Luftwaffe [a Força aérea] não teve problemas para destruir
centenas de aeronaves soviéticas no solo, capturadas no ataque-surpresa.

Sobre as fases iniciais da Operação Barbarossa, alguns mitos tenazes
precisam de ser dissipados. Em primeiro lugar, não é verdade que o
ataque alemão pretendia evitar uma ofensiva planeada pelos próprios
soviéticos. Essa noção foi originalmente propagada pelo regime nazi,
reciclada pós-1945 para fins de propaganda antissoviética e revivida de
vez em quando, agora que a Guerra Fria acabou, afinal de contas. Uma
historiadora alemã, Bianka Pietrow-Ennker, demoliu de forma convincente
esta “/tese de uma guerra preventiva/” (Präventivkriegsthese). Um ataque
à Alemanha teria sido suicida para os soviéticos, já que certamente
provocaria uma declaração de guerra do Japão, aliado da Alemanha,
forçando o Exército Vermelho a lutar contra poderosos inimigos em duas
frentes. Em segundo lugar, não é verdade que os líderes soviéticos,
geralmente referidos como “/Estaline/”, não esperavam um ataque alemão.
Eles esperavam-no e estavam a preparar-se freneticamente para isso, mas
não sabiam para quando e sempre esperaram que o ataque viria mais tarde
que cedo, já que os preparativos para um ataque a desencadear nunca
estão totalmente concluídos. Foram recebidos sinais de que a cortina se
levantaria quando isso acontecesse, ou seja, em 22 de junho; no entanto,
sinais semelhantes tinham chegado antes, mas provaram ser falsos; não
havia razão para pensar que desta vez era diferente, e sentiu-se ser
necessário não provocar Hitler com movimentos de tropas ao longo da
fronteira, já que no verão de 1914 a mobilização apressada do exército
russo em circunstâncias tensas semelhantes havia desencadeado uma
declaração de guerra da Alemanha.

Nos meses e especialmente nas semanas anteriores a junho de 1941, a
máquina de propaganda de Goebbels e o serviço secreto nazi trabalharam
muito, e com sucesso, para confundir Moscovo com sinais conflituantes
preocupantes, principalmente a ideia de que a concentração das suas
tropas ao longo da fronteira soviética era impossível de dissimular,
pretendiam enganar os britânicos, contra os quais uma grande operação
estava a ser planeada. Por outro lado, os britânicos estavam a trabalhar
afincadamente para provocar um conflito entre a Alemanha e a União
Soviética, pois isso seria, obviamente, do seu interesse. Nestas
circunstâncias, tentar induzir Moscovo a dar um passo em falso que
pudesse desencadear hostilidades fazia parte dessa estratégia de engano,
que merece um estudo aprofundado. Em qualquer caso, os líderes
soviéticos sabiam que o ataque estava a chegar e preparavam-se para ele,
mas acharam impossível interpretar corretamente um caleidoscópio de
sinais e foram tragicamente enganados ao recusarem-se a acreditar que o
ataque alemão era iminente até as bombas começaram a chover sobre eles,
nas primeiras horas de 22 de junho.

Um terceiro mito diz respeito à purga de um número considerável de
comandantes do Exército Vermelho, incluindo o marechal Mikhail
Tukhachevsky. Nos chamados “/julgamentos-fantoche/” de 1937, esses
homens foram presumivelmente acusados falsamente de atividades de
traição, torturados para que confessassem e executados ou presos,
livrando assim Estaline de rivais em potência, mas também eliminando
inúmeros oficiais de alto escalão capazes e experientes; essa
“/decapitação/” do Exército Vermelho, supostamente, ajuda a explicar o
seu fraco desempenho nas fases iniciais da Barbarossa. Embora esta
perda, sem dúvida, tenha tido um preço, em última análise, uma
consideração mais importante é o facto de que agora era certo que
existia um “/bloco de oposicionistas/” heterogéneo dentro da União
Soviética e que Tukhachevsky e os outros réus de facto pertenciam a esse
bloco e estavam profundamente envolvidos nas suas atividades traidoras,
inclusive em contatos com agentes alemães e japoneses. O seu objetivo
final era sabotar os esforços defensivos soviéticos quando a Alemanha
e/ou o Japão atacassem, e os traidores seriam recompensados com a
permissão de chegar ao poder no que restaria da União Soviética ou de um
estado-sucessor russo.

Joseph Davies, o embaixador dos Estados Unidos na União Soviética na
época dos julgamentos, acreditava que o acusado era culpado. Por outras
palavras, Tukhachevsky e companhia teriam feito o que uma conspiração de
generais e políticos franceses com simpatias fascistas orquestrou na
primavera de 1940: deliberadamente optaram pela derrota às mãos de um
“/inimigo externo/”, a Alemanha nazi, para poder derrotar o “/inimigo
interno/”, no caso da França, os socialistas, comunistas e outras forças
de esquerda que antes tinham formado o governo da “/Frente Popular/”. A
derrota da França possibilitou que esses “/Tukhachevskies/” franceses
instalassem um regime fascista sob o comando do marechal Pétain, como a
historiadora francesa Annie Lacroix-Riz demonstrou de maneira
convincente em dois dos seus estudos. A existência e colaboração de tal
“/quinta coluna/” ajuda a explicar a vitória inesperadamente fácil da
Alemanha nazi sobre a França e, inversamente, o que na própria França é
referido como a “/estranha derrota/” do país em 1940. Se a “/quinta
coluna/” de Tukhachevsky na União Soviética não tivesse sido eliminada,
o Exército Vermelho, sem dúvida, teria feito muito pior em junho de 1941
do que realmente fez, e provavelmente teria experimentado uma “/estranha
derrota/”, semelhante à do exército francês um ano antes.

Nos dias e semanas a seguir a 22 de junho, o exército alemão avançou
rapidamente em três direções principais, a saber, Leninegrado, no norte,
Kiev, no sul e Moscovo, no centro, aparentemente confirmando a reputação
de invencibilidade que havia adquirido em 1939 e 1940. Logo ficou
evidente, entretanto, que a Blitzkrieg no leste não seria tão fácil como
se esperava. Enfrentando a máquina militar mais poderosa do mundo, o
Exército Vermelho estava previsivelmente a ser fortemente atingido, mas,
como o ministro da propaganda, Joseph Goebbels, confidenciou no seu
diário, já em 2 de julho, também opôs uma forte resistência e recuperou
com muita força, em várias ocasiões. O general Franz Halder, em muitos
aspetos o “/padrinho/” do plano de ataque da Operação Barbarossa,
reconheceu que a resistência soviética era muito mais forte do que
qualquer coisa que os alemães tivessem enfrentado na Europa Ocidental.
Os relatórios da Wehrmacht citaram resistência “/dura/”, “/árdua/” e até
“/selvagem/”, causando pesadas perdas em homens e equipamentos do lado
alemão. Mais frequentemente do que o esperado, as forças soviéticas
conseguiram lançar contra-ataques que envolveram pesadas perdas, mas
retardaram o avanço alemão. Algumas unidades soviéticas esconderam-se
nos vastos Pântanos de Pripet [4] e noutros lugares, organizaram uma
guerra de guerrilha mortal (para a qual foram feitos preparativos
completos durante o tempo ganho com o Pacto de 1939) e ameaçaram as
longas e vulneráveis linhas de comunicação alemãs.

Descobriu-se também que o Exército Vermelho estava muito mais bem
equipado do que o esperado. Os generais alemães ficaram
“/maravilhados/”, escreve um historiador alemão, com a qualidade das
armas soviéticas, como o lançador de foguetes Katyusha (conhecido como
“/Órgão de Estaline/”) e o tanque T-34. Hitler ficou furioso porque os
seus serviços secretos não sabiam da existência de algumas dessas armas.
A maior causa de preocupação, no que dizia respeito aos alemães, era o
facto de que a maior parte do Exército Vermelho conseguia retirar-se em
relativamente boa ordem e evitou a destruição numa enorme batalha de
cerco, na espécie de repetição de Canas [5] ou Sedan [6] com que Hitler
e os seus generais tinham sonhado. Os comandantes do Exército Vermelho
parecem ter observado e analisado cuidadosamente os sucessos da
blitzkrieg alemã de 1939 e 1940 e ter aprendido lições úteis. Devem ter
notado que, em maio de 1940, os franceses tinham concentrado o grosso
das suas forças, quer na fronteira, atrás da Linha Maginot [7], quer na
Bélgica, tornando assim possível à máquina de guerra alemã cercá-los. Os
soviéticos deixaram algumas tropas na fronteira, é claro, e essas tropas
previsivelmente sofreram grandes perdas durante as fases iniciais da
Barbarossa. Mas – ao contrário do que afirmam alguns historiadores – a
maior parte do Exército Vermelho foi retida na retaguarda, evitando a
armadilha. Foi esta “/defesa em profundidade/” – facilitada pela
aquisição em 1939 de uma “/glacis/”, um “/espaço para respirar/”
territorial, nomeadamente a “/Polónia Oriental/” – que frustrou a
ambição alemã de destruir o Exército Vermelho na sua totalidade. Como o
marechal Zhukov escreveria nas suas memórias, “/a União Soviética teria
sido esmagada se tivéssemos organizado todas as nossas forças na
fronteira/”.

Já em meados de julho, quando a guerra de Hitler no leste começou a
perder as suas qualidades de Blitz, muitos alemães, militares e civis,
de baixa e alta patente, perderam a crença numa vitória rápida. O
almirante Wilhelm Canaris, chefe do serviço secreto da Wehrmacht, o
Abwehr, confidenciou, em 17 de julho, a um colega na frente, o general
von Bock, que não via “/nada senão preto/”. Na frente doméstica, muitos
civis alemães também começaram a sentir que a guerra no leste não estava
a ir bem. Em Dresden, Victor Klemperer, um linguista judeu que mantinha
um diário, escreveu em 13 de julho que “/nós [os alemães] sofremos
perdas imensas, subestimámos os russos/”.

Na mesma altura, o próprio Hitler abandonou o seu sonho de uma vitória
rápida e fácil e reduziu as suas expectativas; agora manifestava a
esperança de que as suas tropas pudessem chegar ao Volga em outubro e
capturar os campos de petróleo do Cáucaso, mais ou menos um mês depois.
No final de agosto, num momento em que a Barbarossa deveria estar a
perder o fôlego, um memorando do Alto Comando da Wehrmacht (Oberkommando
der Wehrmacht, OKW) reconheceu que talvez já não fosse possível vencer a
guerra em 1941.

Um grande problema era o facto de que, quando a operação Barbarossa
começou, em 22 de junho, o estoque de pneus, peças de reposição e,
principalmente, combustível era suficiente para apenas cerca de dois
meses. Isso foi considerado suficiente porque se esperava que, entre
seis a oito semanas, a União Soviética estaria de joelhos e os seus
recursos ilimitados – produtos industriais e agrícolas, bem como
matérias-primas – estariam então disponíveis para o Reich. Mas, no final
de agosto, as pontas de lança alemãs não estavam em nenhum lugar perto
das regiões distantes da União Soviética onde o petróleo, o mais
precioso de todos os indispensáveis da guerra moderna, se encontrava. Se
os tanques conseguiram continuar a rolar, embora cada vez mais devagar,
nas aparentemente intermináveis extensões russas e ucranianas, foi em
grande parte por meio de combustível e borracha importados, via Espanha
e França ocupada, dos Estados Unidos.

As chamas do otimismo acenderam-se novamente em setembro, quando as
tropas alemãs obtiveram grande sucesso ao capturar Kiev e, mais ao
norte, avançaram na direção de Moscovo. Hitler acreditava, ou pelo menos
fingia acreditar, que o fim estava próximo para os soviéticos. Num
discurso público no Palácio dos Desportos de Berlim, em 3 de outubro,
declarou que a guerra oriental estava virtualmente terminada. A
Wehrmacht recebeu ordens de dar o golpe de misericórdia lançando a
Operação Tufão (Unternehmen Taifun), uma ofensiva com o objetivo de
tomar Moscovo. No entanto, as hipóteses de sucesso pareciam cada vez
menores, à medida que os soviéticos se ocupavam em trazer unidades de
reserva do Extremo Oriente. (Eles foram informados pelo seu mestre
espião em Tóquio, Richard Sorge, que os japoneses, cujo exército estava
estacionado no norte da China, já não estavam a considerar atacar as
vulneráveis fronteiras soviéticas na área de Vladivostok.) Para piorar
as coisas, os alemães já não gozavam de superioridade no ar,
especialmente sobre Moscovo. Além disso, suprimentos suficientes de
munições e comida não podiam ser trazidos da retaguarda para a frente,
uma vez que as longas linhas de abastecimentos eram severamente atacadas
pela atividade de guerrilha. Finalmente, estava a ficar frio na União
Soviética, embora provavelmente não mais frio do que o normal naquela
época do ano. O alto comando alemão, confiante de que sua Blitzkrieg
oriental terminaria até ao final do verão, falhou em fornecer às tropas
o equipamento necessário para lutar na chuva, lama, neve e temperaturas
geladas de um outono e inverno russos.

Tomar Moscovo parecia um objetivo extremamente importante nas mentes de
Hitler e dos seus generais. Acreditava-se, embora provavelmente
erradamente, que a queda de sua capital iria “/decapitar/” a União
Soviética e, assim, provocar o seu colapso. Também parecia importante
evitar uma repetição do cenário do verão de 1914, quando o avanço
aparentemente imparável da Alemanha na França tinha sido interrompido
/in extremis/, na periferia oriental de Paris, durante a Batalha do
Marne [8]. Este desastre – da perspetiva alemã – roubou à Alemanha uma
vitória quase certa nas fases iniciais da I Grande Guerra e forçou-a a
uma longa luta que, sem recursos suficientes e bloqueada pela marinha
britânica, estava condenada a perder.

Desta vez, numa nova Grande Guerra travada contra um novo arqui-inimigo,
não haveria nenhum novo “/milagre do Marne/”, ou seja, nenhuma hesitação
fora da capital do inimigo. Era imperativo que a Alemanha não se
encontrasse sem recursos e bloqueada num conflito longo e prolongado que
estava condenada a perder. Ao contrário de Paris, Moscovo cairia, a
história não se repetiria e a Alemanha acabaria por sair vitoriosa – ou
assim se esperava no quartel-general de Hitler. A Wehrmacht continuou a
avançar, embora muito lentamente e, em meados de novembro, algumas
unidades viram-se nos arredores de Moscovo, provavelmente mesmo à vista
das torres do Kremlin, mas as tropas estavam agora totalmente exaustas e
sem abastecimentos. Os seus comandantes sabiam que era simplesmente
impossível tomar a capital soviética, por mais próxima, como no mito do
suplício de Tântalo [9], que a cidade pudesse estar, e que mesmo isso
não lhes traria a vitória. Em 3 de dezembro, várias unidades abandonaram
a ofensiva por iniciativa própria. Em poucos dias, porém, todo o
exército alemão à frente de Moscovo foi simplesmente forçado à defensiva.

De facto, em 5 de dezembro, às três da manhã, em condições de frio e
neve, o Exército Vermelho lançou repentinamente um contra-ataque
importante e bem preparado. As linhas da Wehrmacht foram perfuradas em
muitos lugares, e os alemães tiveram de recuar entre 100 a 280
quilómetros com grandes perdas de homens e equipamentos; foi apenas com
grande dificuldade que um cerco catastrófico pôde ser evitado. Em 8 de
dezembro, Hitler ordenou que o seu exército abandonasse a ofensiva e se
movesse para posições defensivas. (Como a Wehrmacht realmente chegou aos
subúrbios ocidentais de Moscovo no final de 1941, pode-se argumentar que
eles quase certamente teriam tomado a cidade, e talvez vencido a guerra,
se não fossem as concessões feitas por Hitler, no Pacto de 1939, que
resultou na transferência da fronteira soviética, em centenas de
quilómetros, para ocidente). Em qualquer caso, foi em frente a Moscovo,
no início de dezembro de 1941, que a Blitzkrieg de Hitler contra a União
Soviética foi interrompida. Assim terminou não a guerra, é claro, mas o
tipo de guerra rápida que deveria ser a chave para a vitória alemã, o
tipo de guerra que permitiria a Hitler realizar a sua grande ambição, a
destruição da União Soviética. Mais importante, tal vitória também teria
fornecido à Alemanha nazi petróleo e outros recursos suficientes para a
tornar um gigante virtualmente invulnerável. Na nova “/Batalha do
Marne/” (ver nota 8), a oeste de Moscovo, a Alemanha nazi sofreu a
derrota que tornou a vitória impossível, não apenas a vitória contra a
própria União Soviética, mas também a vitória contra a Grã-Bretanha e a
vitória na guerra em geral. Deve-se notar que os Estados Unidos ainda
não estavam envolvidos na guerra.

(Continua)

Este artigo apareceu originalmente no /The Greanville Post/.

*Notas do tradutor*

[1] Harry Houdini, (“/O Grande Houdini/”) nome artístico de Ehrich Weisz
(Budapeste, 24 de março de 1874 — Detroit, 31 de outubro de 1926), foi
um dos mais famosos escapologistas e ilusionistas da história.

[2] Panzer é uma abreviação de “Panzerkampfwagen”, um substantivo da
língua alemã que se pode traduzir como “/veículo blindado de combate/” e
que, na Inglaterra e nos Estados Unidos, é chamado de tanque. Tornou-se
sinónimo dos tanques de batalha alemães durante os anos 1930 e 1940, e é
geralmente designado pela sua abreviatura “/PzKpfw/”. Panzers foram
usados em ambos os organismos terrestres que compunham as forças armadas
alemãs na Segunda Guerra Mundial: a Waffen SS e a Wehrmacht.

[3] O Junkers Ju 87, popularmente conhecido como Stuka (do alemão
Sturzkampfflugzeug, bombardeiro de mergulho, foi um bombardeiro
utilizado pela força aérea alemã (Luftwaffe) e pela Regia Aeronautica
Italiana durante a Segunda Guerra Mundial.

[4] Um dos principais afluentes do rio Dnieper, que corre ao longo da
Rússia em direção à Bielorrússia e a partir daí para a Ucrânia.

[5] A Batalha de Canas (Cannae), também conhecida no meio militar como a
Batalha da Aniquilação, travada a 2 de agosto de 216 a.C., foi uma
batalha decisiva da Segunda Guerra Púnica, em que o exército cartaginês,
liderado por Aníbal, esmagou o exército romano liderado por Varrão.

[6] A Batalha de Sedan foi um conflito travado em 1 de setembro de 1870,
próximo à cidade francesa de Sedan, durante a Guerra franco-prussiana.Um
exército chefiado por Napoleão III e o general Mac-Mahon tentou libertar
o general François Achille Bazaine, em Metz, mas acabou cercado pelos
prussianos, em 31 de agosto, na batalha de Sedan, que decidiu o
conflito. Em 1 de setembro, os franceses tentaram inutilmente romper o
cerco e, em 2 de setembro, Napoleão, Mac-Mahon e 83.000 soldados
renderam-se aos alemães. Resultou na captura do imperador Napoleão III,
juntamente com o seu exército, e praticamente decidiu o conflito em
favor do Reino da Prússia e seus aliados. Napoleão III, desacreditado
aos olhos dos franceses, teve de abdicar.

[7] A Linha Maginot foi uma linha de fortificações e de defesa
construída pela França ao longo das suas fronteiras com a Alemanha e a
Itália, após a Primeira Guerra Mundial, mais precisamente entre 1930 e
1936. O complexo de defesa possuía várias vias subterrâneas, obstáculos,
baterias blindadas escalonadas em profundidade, postos de observação com
abóbadas blindadas e paióis de munições a grande profundidade.

[8] O Marne é um rio francês, com cerca de 525 km, e é um dos principais
afluentes do rio Sena, junto do qual, na I Guerra Mundial, no fim de
Agosto de 1914, toda a tropa da Tríplice Entente na Frente Ocidental foi
forçada a recuar em direção à Paris. Ao mesmo tempo as duas principais
forças alemãs continuavam avançando pela França com a intenção de
capturar Paris e surpreender a retaguarda inimiga.

Foi então organizado um contra-ataque pelo chefe militar de Paris,
Joseph Simon Gallieni, ao longo do rio Marne, para parar a ofensiva
alemã. A batalha começou no dia 5 de Setembro quando a Sexta Infantaria
Francesa, liderada pelo general Michel-Joseph Maunoury, encontrou a
Primeira Infantaria Alemã. A ajuda britânica só veio em 9 de Setembro, o
que obrigou ao recuo da Alemanha.

Este desfecho, no entanto, deve-se mais às falhas de execução no plano
alemão, do que propriamente aos méritos dos defensores.

[9] Tântalo era um rei da Frígia e governava com despotismo e traição,
inclusive contra o próprio filho. Condenado à região mais remota do
Tártaro, o seu castigo consistia em sustentar uma grande pedra sobre a
cabeça e, tomado por imensa sede e fome que não podia saciar, procurava
amenizar colhendo algum dos frutos que brotavam acima de si, mas os
frutos afastavam-se quando ele estava prestes a colhê-los.

[10] O termo refere-se ao surgimento de uma personagem, artefacto ou
evento inesperado, artificial ou improvável, introduzido repentinamente
numa trama ficcional com o objetivo de resolver uma situação ou
simplificar um enredo. O uso de /Deus ex machina/ surgiu no teatro na
Grécia Antiga, no qual muitas peças terminavam com uma divindade
surgindo metaforicamente no palco, após o ator correspondente ser
descido por um guindaste até o local da encenação, para finalizar as
histórias contadas até então.

[11] A Batalha das Ardenas (16 de dezembro de 1944 - 25 de janeiro de
1945) foi a grande contraofensiva alemã no oeste (die
Ardennenoffensive), lançada no fim da Segunda Guerra Mundial, na
floresta das Ardenas na Valónia, Bélgica, e também chegou à França e ao
Luxemburgo na Frente Ocidental. A ofensiva alemã foi apoiada por várias
pequenas operações. O objetivo da Alemanha com estas operações era
dividir os Aliados americanos e britânicos ao meio, capturando a região
da Antuérpia e a Bélgica, cercando e destruindo as forças Aliadas,
tentando forçar os Aliados ocidentais a negociar um tratado de paz em
separado com as potências do Eixo. Uma vez com seus objetivos
conquistados, Hitler poderia focar todo seu poderio militar contra os
Soviéticos no Leste.

[12] O Crepúsculo dos Deuses (em alemão: Götterdämmerung) é uma ópera do
compositor alemão Richard Wagner, a quarta parte das quatro que compõem
a tetralogia Der Ring des Nibelungen (O Anel do Nibelungo). Composta
entre 1869 e 1874, a sua estreia ocorreu no Bayreuth Festspielhaus,
Bayreuth, em 17 de agosto de 1876, como parte da primeira apresentação
completa da Saga do Anel.

*Fonte*: /https://mltoday.com/operation-barbarossa-myths-and-realities//
<https://mltoday.com/operation-barbarossa-myths-and-realities/>/,
publicado e acedido em 2021/07/05./

Tradução do inglês de TAM

In
PELO SOCIALISMO
https://pelosocialismo.blogs.sapo.pt/operacao-barbarossa-mitos-e-realidades-156130
9/8/2021

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