sábado, 2 de março de 2019

Maduro 1, Abrams 0: Mas a partida está longe de terminada...


       por The Saker



       O impasse entre o Império Anglo-Sionista e a Venezuela no último fim de
      semana terminou claramente no que só pode ser chamado como uma derrota
      total para Elliott Abrams. Apesar de que nunca saberemos o que foi
       planeamento inicialmente pelas mentes insanas dos Neocons, o que sabemos
       é que nada de crítico aconteceu: nenhuma invasão, nem mesmo qualquer
      operação de bandeira falsa. A faceta mais notável do impasse é quão pouco
      efeito teve dentro da Venezuela toda a propaganda anglo-sionista. Houve
      choques, incluindo alguns especialmente violentos, na fronteira, mas nada
      aconteceu no resto do país. Além disso, enquanto alguns responsáveis
      superiores e uns poucos soldados cometeram traição e juntaram-se às forças
      do inimigo, a esmagadora maioria dos militares venezuelanos permaneceu
      leal à Constituição. Finalmente, parece que Maduro e seus ministros
      tiveram êxito em conceber uma estratégia combinando bloqueios de estradas,
      uma coordenação do lado venezuelano e a utilização mínima mas eficaz da
       polícia de choque para manter fechada a fronteira. Ainda mais notável,
      não surgiram "atiradores não identificados" a disparar para ambos os lados
      (uma táctica favorita do Império para justificar suas intervenções).
      Atribuo o crédito disto ao facto de algumas unidades venezuelanas (ou
      aliadas) estarem encarregadas de operações contra atirados
       (counter-sniper)  ao longo da fronteira.
       Fora da Venezuela esta primeira confrontação também foi uma derrota para
      o Império. Não só a maior parte dos países do mundo não reconheceu o
      fantoche anglo-sionista como o nível de protesto e oposição ao que
      pareciam ser os preparativos para uma possível invasão (ou, pelo menos,
      uma operação militar de alguma espécie) foi notavelmente elevado. Se bem
      que os sio-media remanescentes tenham feito o que sempre fazem (que é
      sempre o que o Império quer que façam), a Internet e a blogosfera
      opuseram-se esmagadoramente a uma intervenção directa dos EUA. Esta
      situação também criou uma grande tensão política em vários países
      latino-americanos cuja opinião pública continua a opor-se fortemente a
      qualquer forma de controle imperial dos EUA sobre a América Latina.
       Em relação a isto, a situação com o Brasil é particularmente
      interessante. Apesar de o governo brasileira apoiar plenamente a tentativa
      de golpe dos EUA, a maior parte dos militares brasileiros estava
       inconfortável com isto. Meus contactos no Brasil previram correctamente
       que os militares brasileiros se recusariam a atacar a Venezuela e,
      finalmente, os brasileiros emitiram mesmo  uma declaração nesse sentido .
       Infelizmente, ainda há na América Latina muitos regimes fantoches dos EUA
      para fazerem sem pensar tudo o que o Tio Shmuel quer que façam (a Colômbia
      seria o pior, naturalmente, mas há outros). Mas esse não é o problema
      principal.
       O problema principal é que os Neocons não podem aceitar a derrota e que
      eles provavelmente farão o que sempre fazem, dobrar a aposta e tornarem
      uma situação má numa ainda pior. O responsável russo do Conselho de
      Segurança,  Nikolai Patrushev, advertiu que os EUA posicionaram forças
      especiais na Colômbia e em Porto Rico como preparação para uma possível
      invasão. De modo não característico, o Ministério dos Negócios
       Estrangeiros russo tornou pública informação de inteligência, a qual
      descrevia com algum pormenor que espécie de planos tinham o Império e seus
      aliados, mesmo antes da confrontação do último fim-de-semana. Veja por si
      mesmo:

      
      De facto, os líderes do Império e seus fantoches não estão a guardar
      quaisquer segredos acerca da sua determinação de derrubar o governo
      constitucional e substituí-lo com a espécie de regime  comprador  que os
      EUA já impuseram na Colômbia. Abrams e Pence têm sido particularmente
      histéricos nas suas ameaças, mas todo o "Grupo de Lima" ainda está nisso:

      
      Quanto ao embaixador russo na ONU, ele foi muito claro sobre o que a
       Rússia espera que aconteça a seguir:

      
      Os neocons não se contentam apenas em ameaçar a Venezuela. John Bolton não
      pôde conter-se e  ameaçou publicamente a Nicarágua como o próximo na fila
      para uma mudança de regime patrocinada pelos EUA. Ele falou mesmo numa " 
      Troika da Tirania " que lembra o famoso "  Eixo do Mal ".
       Isso tudo é dificilmente surpreendente: os políticos dos EUA recorrem
      sempre ao tipo de linguagem infantil da banda desenhada quando querem dar
      às suas ameaças uma seriedade especial. A seguir, diremos que Maduro é um
      "Novo Hitler" e que ele está a fazer "o genocídio do seu próprio povo",
      possivelmente com armas químicas ("altamente prováveis", sem dúvida!). Se
      não for esse o caso, Maduro estará a distribuir Viagra às suas forças 
      para ajudá-las a violar mais mulheres . Para aqueles intrigados pelo facto
      de que políticos presumivelmente adultos utilizarem esta espécie de
      linguagem encontrável na escola primária, só posso dizer que isso apenas
      reflecte o estado do discurso político nos EUA, o qual tem sido
      estupidificado até um nível incrivelmente baixo. Atenção, contudo, porque
       apesar de os políticos dos EUA serem cómicos no seu analfabetismo
       infantil, ignorante e, embora tenham um histórico quase perfeito de
       falhas embaraçosas, as últimas décadas também mostraram que são bastante
      capazes de fúria assassina (só no Iraque a invasão dos EUA resultou em
      mais de um milhão de civis iraquianos mortos) ou de destruir até mesmo um
      país muito próspero (que sem dúvida era a Líbia sob Muammar Gaddafi).
       A seguir, o Império provavelmente revidará 
       Há uma pequena possibilidade de que Abrams & Co. concluam que a situação
      na Venezuela é uma confusão total e que o Império não pode aproveitar-se
      disso no curto e médio prazo. Isto é possível, sim, mas é também altamente
       improvável.
       A verdade é que o Sr. MAGA [1] e seus fantoches-mestres Neocon
      fracassaram, pelo menos até agora, em absolutamente tudo o que tentaram. E
      se enfrentar a China, a Rússia, o Irão ou mesmo a Síria não é tarefa
      fácil, a Venezuela é de longe o país mais frágil daqueles que poderiam ser
      chamados como "países de resistência": a Venezuela está longe de seus
      aliados (excepto Cuba), cercada por países mais ou menos hostis
      (especialmente a Colômbia), sua economia é debilitada pelas sanções e
      sabotagem dos EUA e suas forças armadas são pequenas diante do imenso
      poder de fogo que o Império tem disponível na região. Acrescente-se a isso
      a mentalidade verdadeiramente demoníaca de neoconservadores como Abrams e
      o futuro da Venezuela parece negro.
       A boa notícia é que os colombianos e o resto dos "amigos da Venezuela" do
      Grupo de Lima provavelmente não têm o poder militar para enfrentarem a
      Venezuela por si próprios. A opção preferencial para os EUA seria utilizar
      os colombianos tal como o KLA foi utilizado no Kosovo ou como a al-Qaeda
      (e derivativos) foram utilizados contra a Síria: como botas sobre o
      terreno enquanto os EUA providencia poder aéreo, capacidades de guerra
      electrónica, inteligência, ataques com bombas e mísseis, etc. Os EUA
       também têm enormes capacidades navais as quais poderiam ser utilizadas
      para apoiar (e, naturalmente, dirigir) quaisquer operações militares
      contra a Venezuela (recomendo muito  esta análise do meu amigo Nat South,
      que descreve com algum pormenor a capacidades navais e de operações dos
      EUA na região).
       Meu pressentimento é que esta abordagem não funcionará. Como acontece
      frequentemente, os EUA têm toda a espécie de capacidades impressionantes
      excepto a principal: uma força militar capaz de providenciar as botas
      sobre o terreno (em contraste com as de um procurador não
      estado-unidense). O problema para os militares dos EUA não seria tanto
      entrar, mas permanecer dentro e conseguir fazer alguma coisa antes de sair
      – o que os EUA chamavam uma "saída estratégica". E aqui, não há realmente
      boas opções para os EUA.
       Portanto é muito mais provável que os EUA venham a utilizar a arma que
      realmente dominam melhor do que ninguém no planeta terra: a corrupção.
       Há dinheiro em grande, realmente em grande, em torno da crise
       venezuelana: não só dinheiro do petróleo, mas também dinheiro da droga. E
      há muita gente má e corrupta envolvida nessa luta, a qual utilizará a arma
      da corrupção com efeitos devastadores contra o governo constitucionalmente
      eleito. E para piorar as coisas, a Venezuela já é devastada pela
       corrupção. Ainda assim, há alguns factores que podem salvar a Venezuela
      de ser reconquistada pelo Império.
       Primeiro, enquanto os neoconservadores norte-americanos são demasiado
       arrogantes para se incomodar com a opinião de alguém, excepto a sua
      própria, e apesar de as várias agências americanas conversarem
      principalmente com os governantes imensamente ricos da Colômbia e do resto
      da América Latina, parece que uma forte maioria dos venezuelanos apoia seu
      governo eleito. Além disso, os líderes dos EUA simplesmente não entendem o
      quanto os ianques são odiados na América Latina (pelo menos entre as
      massas, não as elites  compradoras  ) e quão fantasticamente ofensiva para
      a grande maioria das pessoas deste continente é a nomeação de um criminoso
      como Elliott Abrams como embaixador para a Venezuela.
       Segundo, Hugo Chávez e Nicolás Maduro fortaleceram, pela primeira vez, as
      massas do povo venezuelano, especialmente aqueles que viviam em extrema
       pobreza quando a Venezuela ainda era uma colónia dos EUA. Essas pessoas
       não têm ilusões sobre o que um regime de Guaido significaria para elas. E
      apesar de a maioria dos partidários de Chávez e Maduro não serem
      influentes ou ricos, há muitos deles e provavelmente lutarão para impedir
      uma reversão completa de todas as conquistas da revolução bolivariana.
       Terceiro, a América Latina pode estar a mudar, assim como o Médio
       Oriente. Lembra-se como, durante anos, os israelenses podiam atacar seus
       vizinhos com quase total impunidade e quão mal os exércitos árabes se
      comportavam? Isso mudou de repente quando o Hezbollah provou a toda a
      região e até mesmo ao mundo que o "Eixo da Bondade" (EUA, Israel, Reino da
      Arábia Saudita) poderia ser derrotado com êxito, mesmo com uma resistência
      comparativamente pequena sem força aérea, sem marinha e muito poucos
      blindados. Como nunca deixo de repetir – guerras não são conquistadas pelo
      poder de fogo, mas pelo poder da vontade.  É claro que o poder de fogo
      ajuda, especialmente quando se pode disparar de longe sem risco para si
      próprio e a sua vítima não pode revidar, mas quando o grande poder de fogo
      depara-se com o grande poder da vontade, o primeiro fracassa rapidamente.
      Existe uma possibilidade muito real de que a Venezuela possa fazer para a
      América Latina o que a Ucrânia fez para a Rússia: agir como uma "vacina"
      surpreendentemente eficaz contra a propaganda anglo-sionista. Um líder
      indígena como Evo Morales, que declarou seu total apoio ao governo eleito
      de Maduro, é uma inspiração para o povo da América Latina que vai muito
       além das fronteiras da Bolívia. O embaixador russo na ONU estava certo:
      já existem outros líderes depois de Maduro que os anglo-zionistas querem
      eliminar e substituir por um boneco flexível  à la  Guaido ou Duque
      Márquez. No final das contas, este é um típico problema dialéctico: quanto
      mais brutal e evidente for a agressão dos EUA contra a América Latina, os
      golpes mais bem-sucedidos ou mesmo as invasões que os EUA organizam, mais
      fortes serão os sentimentos anti-ianque gerados entre o povo do
      continente. Pense deste modo: os EUA já alienaram incuravelmente o povo da
      China, da Rússia e do Irão, juntamente com a maior parte do mundo árabe e
      muçulmano, e graças a essa alienação, os líderes da China, Rússia e Irão
      desfrutaram do apoio dos seus povos na sua luta contra o Império
      anglo-sionista. Poderia algo muito semelhante não estar já a acontecer na
      América Latina?
       Conclusão: foco sobre a questão correcta 
       Para derrotar os planos do Império para a Venezuela é crucial que nos
      mantenhamos a martelar repetidamente: a opção não é entre Maduro ou
      Guaidó, a opção é não é entre pobreza sob os chavistas e prosperidade sob
      os anglo-sionistas. Isto é como os agentes do Império (sejam pagos ou
      simplesmente estúpidos) querem por as discussões.  Aqui a questão real em
      causa é a regra da lei.  A regra da lei dentro da Venezuela, naturalmente,
      e a regra da lei internacionalmente.
       Muitas vezes ensinam aos estudantes de direito do primeiro ano que  a
      finalidade da lei não é a "justiça" em si, mas sim proporcionar um
      mecanismo para resolver disputas. Esse mecanismo é, reconhecidamente,
      altamente imperfeito, mas é entendido por pessoas civilizadas como sendo
      preferível à alternativa.  A alternativa, a propósito, é o que acontece
      todas as vezes em que é lançada uma chamada "intervenção humanitária": um
      desastre humanitário.
       Contudo, este é o típico  modus operandi  dos neocons (e na verdade de
      todos os imperialistas). Primeiro, escolhem um país para desestabilizar, a
      seguir utilizam o seu controle dos mercados financeiros e comerciais
      internacionais para desencadear uma crise económica; depois enviam seus
      diabos e agentes de influência de "promoção da democracia" para fomentarem
      protestos ou, ainda melhor, desordens violentas; o passo seguinte é enviar
      alguns "atiradores de elite  (snipers)  não identificados" se o governo
      legítimo não utilizar violência suficiente para suprimir os protestos e
      então denunciam o líder que se quer substituir como "monstro", "animal" ou
      mesmo "novo Hitler" e ameaçam derrubá-lo. Depois de tudo isto, declaram
       urbi et orbi  que é "altamente provável" que o "novo Hitler" irá
      massacrar o seu próprio povo, fazem uma operação de falsa bandeira se
      necessário, e então declaram uma "coligação da vontade" composta por
       "amigos" do país que se quer ocupar os quais entrarão em acção devido à
      "ineficácia dos EUA", descartando quaisquer pensamentos acerca do direito
      internacional e falarão apenas de "ordem com base em regras". Verifique
      como o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Lavrov, explica o
      significado desta substituição:

      
      Quando se ouve os apoiantes de Guaidó ouve-se sempre que falam acerca de
       quão terrível é Maduro, de quão horrível a situação económica da
      Venezuela realmente está, de quão corruptos são os membros do regime, etc,
      etc, etc. Isto é uma cortina de fumaça. Mesmo as acusações de que as
      últimas eleições foram roubadas por Maduro são apenas outra cortina de
      fumaças. Por que? Porque mesmo se Maduro roubasse a eleição, Guaidó não
      tem o direito de declara-se presidente, Trump não tem o direito de
      reconhecê-lo como tal e o Império não tinha de ameaçar uma intervenção
      militar ou mesmo uma violação da fronteira soberana da Venezuela sob o
      pretexto ridículo de trazer ajuda humanitária enquanto, ao mesmo tempo,
      mantém o país sob sanções draconianas (e totalmente ilegais). A solução
      para uma crise provocada pela violação da lei não pode ser um abandono
      maciço dos próprios princípios nucleares da lei, mas uma solução só pode
      ser [alcançada] através da restauração da lei e da ordem por meios legais.
      É um tanto óbvio, mas tanto parecem esquecer isto que vale a pena repetir.
      E aqui, mais uma vez, mostrarei um gráfico que realmente diz tudo:

      
      As mais poderosas ferramentas no arsenal do Império não são suas forças
      nucleares ou suas inchadas, ainda geralmente ineficazes, forças armadas. A
      mais poderosa ferramenta no arsenal do Império é sua capacidade para
      moldar (to frame) a discussão, definir o que é focado e o que é ofuscado.
      O legado do Império corporativo sio-media até dita que palavras devem ou
      não deveriam ser utilizadas numa discussão (exemplo: nunca fale em
      "agressão ilegal", mas sim em "intervenção humanitária").
       Esta é a razão porque devemos falar de  "verdadeira soberania"  , de
       "direito internacional"  , de  "procedimentos constitucionais"  e de
       "agressão"  e  "ameaça de agressão"  como crimes de guerra. Precisamos
      continuar a exigir que  princípios básicos fundamentais de sociedades
      civilizadas  (tais como o princípio do "inocente até prova de culpa")
      sejam sustentados pelos governos e pelos media. Precisamos  negar aos
      dominadores do Império o direito de declarar que eles têm o direito de
      ignorar completamente os mais sagrados princípios da ordem internacional
      pós II Guerra Mundial.  Precisamos continuar a  insistir em que uma ordem
      internacional justa só pode ser uma ordem multi-polar  ; que uma única
      Hegemonia Mundial nunca poderá proporcionar justiça e que não haverá paz
      se não houver justiça. Finalmente, precisamos  incessantemente exigir que
      cada país e cada país viva de acordo com suas próprias tradições e crenças
       e rejeitar a noção de que um único modelo político deva, ou mesmo possa,
      ser aplicado universalmente.
       Todos estes são princípios que os neocons odeiam e que gostariam de
      enfeixar juntos sob um único conceito abrangente, como o "crime de
      pensamento" de George Orwell. Os neocons gostam sobretudo de utilizar o
       "anti-semita" e "anti-semitismo" para afastar estes princípios e, quando
      isto falha, então "terrorista" está sempre disponível para utilização.
       Não os deixem fazer isso: cada vez que tentam esse truque, denunciá-lo
      imediatamente por aquilo que é e continuar a focar o que realmente
      importa. Se pudermos forçar os neocons a lidar com essas questões,
      venceremos. É realmente simples.
       É-me impossível imaginar como este conflito irá desenrolar-se. Será que a
      arrogância descarada dos "ianques" será suficiente para que o povo da
      Venezuela e o resto da América Latina tomem seriamente a pílula vermelha
      [2] ? Talvez. Minha esperança e minha intuição é que isso pode acontecer.

      01/Março/2019
       [1] Sr. MAGA: slogan  "Make America Great Again" ("Faça a América grande
      outra vez")
       [2] "Pílula vermelha": frase popular na cibercultura significando uma
      atitude de livre-pensador e um despertar da vida "normal" de preguiça e
      ignorância. Os que tomam pílulas vermelha preferem a verdade, não importa
      quão árida e penosa possa ser. 
       O original encontra-se em 
      www.unz.com/tsaker/maduro-1-abrams-0-but-this-match-is-far-from-over/ 
In
RESISTIR.INFO
https://www.resistir.info/venezuela/saker_01mar19.html
2/3/2019

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