terça-feira, 18 de maio de 2021

Pela estatização da LG e suas parceiras sob controle dos trabalhadores ***




 Por Weller Gonçalves  ​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​
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No começo desta semana, a sul-coreana LG Eletronics anunciou uma decisão
em caráter mundial, mas que afeta diretamente o Brasil. A companhia vai
encerrar a sua divisão de produção de telefones celulares, alegando que
o segmento não é mais competitivo.

 

A fria resolução, tomada nas luxuosas acomodações dos altos executivos
que dirigem a empresa, será responsável pela eliminação de milhares de
postos de trabalho em todo o mundo, embora a LG prefira, de forma
dissimulada, não revelar o número de empregos eliminados.

 

Apesar do Brasil ter garantido para a companhia asiática a terceira
posição em venda de smartphones nos últimos anos, a decisão da matriz é
impiedosa e trará efeitos dolorosos ao nosso país. Isso é parte da
reestruturação produtiva conduzida por seus executivos para garantir
mais lucros e que aprofunda o agudo processo de desindustrialização
vivido pelo país e que deveria ser combatido pelo governo.

 

Na fábrica da LG em Taubaté, 700 postos de trabalho serão destruídos.
Além de smartphones, deixarão de ser produzidos notebooks e monitores.
Já as montadoras Sun Tech, em São José dos Campos, Blue Tech e 3C, em
Caçapava, que fabricam os mesmos celulares para a LG, contabilizarão
mais 430 cortes. As trabalhadoras dessas empresas, que pertencem à base
do nosso Sindicato, estão em greve desde terça-feira, dia 6 de abril,
para defender os empregos.

 

É inadmissível que a LG e suas parceiras, depois de anos explorando
avidamente a mão de obra brasileira, anunciem, de uma hora para a outra,
o encerramento de suas atividades. As fábricas deixarão ao deus-dará
milhares de mães e pais de família, que perderão o ganha-pão neste
momento absolutamente crítico, em que a pandemia do coronavírus devasta
o país.

 

É preciso ressaltar que Sun Tech, Blue Tech e 3C operam majoritariamente
com mulheres, que, na atual conjuntura, encontrariam sérias dificuldades
para se recolocarem no mercado de trabalho. É, portanto, um caso
emergencial e que exige medidas vigorosas.

 

O Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté deveria conduzir os
trabalhadores da LG para a luta e, desta forma, somar forças com as
trabalhadoras das montadoras estabelecidas em nossa base, para
pressionarmos a companhia sul-coreana a reverter as demissões.

 

Caso a LG insista no fechamento, a mudança de postura do Sindicato de
Taubaté fortaleceria a pressão junto ao governo federal para que a
empresa seja estatizada, sob controle dos trabalhadores. Consideramos
essa medida plenamente executável, uma vez que possuímos a tecnologia,
maquinário e o capital humano com capacitação técnica necessários para
desenvolvermos celulares com marca nacional.

 

Em nossa avaliação, o governo deveria estatizar quaisquer empresas que
resolvessem fechar ou demitir em massa, para, assim, garantir os
empregos do povo brasileiro. É preciso agir determinadamente para que a
ganância não prevaleça diante da vida. É disso que se trata.


/*Weller Gonçalves é presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São
José dos Campos e região*/

In
CSP CONLUTAS
http://cspconlutas.org.br/2021/04/pela-estatizacao-da-lg-e-suas-parceiras-sob-controle-dos-trabalhadores-por-weller-goncalves/
9/4/2021


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