domingo, 3 de outubro de 2021

Sobre a responsabilidade dos intelectuais

 



    György Lukács [*]

Foto de György Lukács.

Durante a Segunda Guerra Mundial, muitos esperavam que a destruição do
regime hitleriano também erradicasse a ideologia fascista. Mas o que tem
sido visto desde o fim da guerra em diante na Alemanha Ocidental indica
que a reação anglo-saxônica até mesmo salvou e fomentou as bases
econômicas e políticas para um renascimento do fascismo hitleriano. As
consequências são sentidas também no campo ideológico. Portanto, a
ideologia do hitlerismo representa ainda hoje um problema atual, e não
meramente histórico.

Se olharmos para a ascensão do fascismo, vemos a grave responsabilidade
que os intelectuais têm na formação da ideologia fascista. Aqui, no
entanto, as exceções louváveis são muito poucas.

Gostaria de pedir aos chamados homens práticos que não subestimem as
questões ideológicas. Darei apenas um exemplo. Sabemos muito bem como a
política hitleriana conduziu com necessidade férrea aos horrores de
Auschwitz e Maidanek. Mas não devemos ignorar que um dos fatores que
permitiu que esses horrores acontecessem foi a sistemática demolição do
princípio da igualdade de todos os homens. Teria sido muito mais difícil
levar a cabo a bestialidade organizada do fascismo contra milhões de
pessoas se Hitler não tivesse conseguido enraizar nas massas alemãs mais
amplas a convicção de que qualquer pessoa que não fosse “de raça pura”
não era “propriamente” um homem.

Este é apenas um exemplo entre tantos. Deve apenas demonstrar que uma
ideologia reacionária /inocente/ não pode existir. A geração mais velha
se lembrará muito bem de certas críticas “elitistas”, acadêmicas,
ensaísticas, da crença “vulgar” na igualdade dos homens; e críticas
análogas do progresso, da razão, da democracia, etc. A maioria dos
intelectuais teve sua parte, de modo ativo ou receptivo, a este
movimento. Em um primeiro momento, foram publicados sobre estes temas
apenas livros esotéricos, ensaios engenhosos, mas depois, destes
derivaram artigos de jornal, panfletos, conversas de rádio, e estes já
atingiram um público de dezenas de milhares de pessoas. Finalmente,
Hitler tirou destes discursos de salão e de cafés, destas palestras
universitárias e ensaios, todo o conteúdo reacionário que poderia servir
à sua demagogia de rua. Em Hitler não se encontra uma palavra que não
tenha sido dita “em alto nível” por Nietzsche ou por Bergson, por
Spengler ou por Ortega y Gasset. A chamada oposição individual é
irrelevante do ponto de vista histórico. Que significa um fraco meio
protesto de Spengler ou de George contra um incêndio mundial que se
contribuiu a propagar com o próprio cigarro?

É, portanto, uma necessidade absoluta, e uma grande tarefa para os
intelectuais progressistas, desmascarar toda esta ideologia também em
seus representantes mais “eleitos”: mostrar como destas premissas surgiu
por necessidade histórica a ideologia fascista, mostrar que uma /linha
reta/ leva de Nietzsche, passando por Simmel, Spengler, Heidegger etc.
até Hitler; e que por outro lado homens como Bergson e Pareto, os
pragmatistas e os semânticos, Berdjaev e Ortega, criaram uma atmosfera a
partir da qual a fascistização da ideologia poderia extrair um rico
alimento. Não é graças a eles que, até agora, o fascismo não nasceu na
França, na Inglaterra ou nos Estados Unidos.

Devemos, portanto, destacar – também ideologicamente – o papel dominante
que a Alemanha tem desempenhado até agora no desenvolvimento da
ideologia reacionária, mas a luta decisiva contra a ideologia
imperialista alemã nunca deve servir para justificar os irracionalistas,
os inimigos do progresso, os aristocratas da ideologia de outros países.
Seríamos míopes se acreditássemos que a nova reação que agora se
desenvolve segue no campo ideologicamente absolutamente o mesmo caminho
que a velha reação, que opera exatamente com os mesmos meios culturais.

Naturalmente, no nosso período, no período do imperialismo, a substância
geral de qualquer reação é a mesma: as reivindicações hegemônicas do
capital monopolista, o consequente perigo contínuo de ditaduras
fascistas e de guerras mundiais; naturalmente, ditaduras e guerras vão
oprimir e destruir com brutalidade ao menos igual quanto sob Hitler.

Mas disso não deriva de fato que o novo fascismo tentará se impor, em
particular no campo ideológico, com métodos exatamente copiados daqueles
de Hitler. Pelo contrário, a situação hoje apresenta já aspectos
ideológicos quase opostos. A agressão de ontem veio de imperialismos que
se consideravam sacrificados na repartição do mundo. Hoje a agressão é
ameaçada por um potente imperialismo que quer completar a sua meia
dominação mundial. Tem em seu rastro imperialismos que sentem vacilantes
e ameaçados os seus impérios, que apoiam os EUA na esperança –
objetivamente vã – de poderem conservar, ampliar e consolidar as suas
posses.

Por outro lado, os aspectos gerais do imperialismo permanecem
inalterados: ainda hoje os seus objetivos estão em conflito com os
interesses de suas próprias massas e com os interesses dos povos que
defendem a sua liberdade. E este contraste, a necessidade que surge para
os imperialistas agressivos de oprimir os povos no país e no exterior, e
ao mesmo tempo de mobilizar demagogicamente as próprias massas populares
para a nova repartição do mundo, para a nova guerra mundial, demonstra
que a política interna e externa fascista, cujos contornos hoje aparecem
já claros, deve seguir um curso obrigatório.

Com toda probabilidade, esta nova fase de desenvolvimento do
imperialismo não se chamará fascismo. E por trás da nova nomenclatura se
encerra um novo problema ideológico: o imperialismo “faminto” dos
alemães gerou um /cinismo niilista/ que rompia /abertamente/ com todas
as tradições da humanidade. As tendências fascistas que hoje crescem nos
EUA trabalham com o método de uma /hipocrisia niilista:/ destroem a
autodeterminação interna e externa dos povos em nome da democracia;
exercitam a opressão e a exploração das massas em nome da humanidade e
da civilização.

Um outro exemplo. Para Hitler, foi necessário construir uma teoria
racial própria, sobre bases gestadas por Gobineau
<https://fr.wikipedia.org/wiki/Arthur_de_Gobineau> e Chamberlain, para
mobilizar demagogicamente as massas na liquidação da democracia e do
progresso, do humanismo e da civilização. Os imperialistas dos EUA têm
uma tarefa mais fácil:  basta que tornem /universal/ e /sistemática/ a
velha prática que eles têm seguido em relação aos negros. E como até
agora eles conseguiram “conciliar” esta prática com a ideologia que faz
dos EUA o paladino da democracia e do humanismo, é fácil entender por
que aqui não é difícil surgir uma ideologia similar do niilismo
hipócrita que pode conseguir dominar com meios demagógicos. Que esta
universalização e sistematização está atingindo rápidos progressos, pode
ser vista por qualquer um que acompanhe a sorte dos melhores
intelectuais progressistas dos EUA, como Gerhart Eisler ou Howard Fast.
Como estes métodos vêm se generalizando há muito tempo, o tem
demonstrado há muito um escritor moderado como Sinclair Lewis em /Elmer
Gantry/
<https://www.bookdepository.com/Elmer-Gantry-Sinclair-Lewis/9782251210209?ref=grid-view&qid=1632846123357&sr=1-1>.

Aqui, naturalmente, estamos tratando apenas da forma abstratamente pura
do novo fascismo. O seu desenvolvimento real segue às vezes caminhos
mais complicados, especialmente na França e na Inglaterra, onde a
situação interna da reação imperialista é muito mais difícil. Mas, para
voltar aos problemas ideológicos, basta considerar o existencialismo e
se verá facilmente que a tentativa de trazer em harmonia o niilismo
aberto do Heidegger pré-fascista com os problemas de hoje faz vergar o
cinismo para a hipocrisia.

Ao invés, peguemos Toynbee. O seu livro representa o maior sucesso da
filosofia da história depois de Spengler. Toynbee estuda o surgimento e
o declínio de todas as civilizações e chega à conclusão de que nem o
domínio das forças naturais nem aquele das circunstâncias sociais são
capazes de influenciar este processo; ele também quer mostrar que todas
as tentativas de influenciar o curso do desenvolvimento através do uso
da violência – isto é, todas as revoluções – estão condenadas /a priori/
ao fracasso. Vinte e uma civilizações já desapareceram. Uma só, a Europa
Ocidental, cresceu até os dias de hoje porque no seu início Jesus
encontrou esta nova via não violenta de renovação. E hoje? Toynbee
resume seus seis volumes publicados até agora dizendo que Deus – porque
sua natureza é tão constante quanto a dos homens – não nos recusará uma
nova salvação enquanto rezarmos a Ele com suficiente humildade.

O melhor que, em minha opinião, o mais fanático defensor da guerra
atômica nos EUA pode esperar é que os intelectuais progressistas
simplesmente peçam este perdão, enquanto ele pode organizar sem
perturbações a guerra atômica.

Sem dúvidas esta tendência fatalista e passiva de Toynbee indica que
estamos apenas na fase inicial do desenvolvimento ideológico do novo
fascismo. (Pense-se no fatalismo de Spengler em oposição ao ativismo
niilista e cínico de Hitler). Mas isto torna maiores, não menores, as
tarefas e as responsabilidades dos intelectuais: ainda é hora de dar uma
viragem no desenvolvimento ideológico dos principais povos civilizados,
ou ao menos de tentar deter o curso reacionário agora iniciado.

Mas para conseguir isso, é preciso, acima de tudo, clareza no campo
ideológico. O que significa aqui clareza? Não que expressemos nossos
pensamentos de forma clara, estilisticamente perfeita (este dom está
amplamente presente nos intelectuais), mas que saibamos claramente isto:
onde estamos, onde o desenvolvimento nos leva, o que podemos fazer para
influenciar o seu curso?

Sob este aspecto os intelectuais do período imperialista se encontram em
uma posição muito desfavorável. Porque eles nunca poderão,
objetivamente, estar igualmente à vontade em todos os setores da
ciência, cada época traz para o centro dos interesses determinadas
ciências, determinados ramos do saber, determinados autores considerados
clássicos. Assim, no século XVIII a física newtoniana desempenhou uma
grande função progressista na libertação dos intelectuais franceses dos
antigos preconceitos teológicos e da ideologia monárquico-absolutista
que esses preconceitos mediavam. Na França daquela época, estimulou a
preparação ideológica da grande revolução.

Hoje, seria necessário e urgente que este posto na vida intelectual
fosse ocupado pela /economia política,/ pela economia entendida no
sentido marxiano como ciência das “formas de existência, das
determinações da existência” primárias dos homens; como ciência das
relações reais entre os homens, das leis e das tendências do
desenvolvimento destas relações. Mas na realidade, encontramos
precisamente tendências opostas. A filosofia, a psicologia, a
historiografia etc., do período imperialista tentam todas depreciar o
conhecimento econômico, difamá-lo declarando-o “superficial”,
“inessencial”, indigno de uma visão de mundo mais “profunda”.

Qual é a consequência? Os intelectuais, não podendo discernir as bases
objetivas da sua própria existência social, tornam-se cada vez mais
vítimas da /fetichização/ dos problemas sociais e, através dela, vítimas
indefesas de qualquer /demagogia social./

Seria fácil citar exemplos. Mencionarei apenas alguns dos mais
essenciais. Em primeiro lugar, a /fetichização da democracia./ Isto é,
nunca se pergunta: democracia /para quem/ e com exclusão de quem? Nunca
se pergunta qual é o verdadeiro conteúdo social de uma democracia
concreta, e ao não fazer estas perguntas, oferecemos um dos mais sólidos
suportes ao neofascismo que agora se está formando. Depois há a
/fetichização do desejo de paz dos povos,/ expressa em sua maioria sob a
forma de pacifismo abstrato, na qual o desejo de paz não só é degradado
ao nível da passividade, mas se torna até mesmo a palavra de ordem para
a anistia dos criminosos de guerra fascistas e facilita assim a
preparação de uma nova guerra. Há ainda a /fetichização da nação./ Por
trás desta fachada, desaparecem as diferenças entre os legítimos
interesses vitais nacionais de um povo e as tendências agressivas do
chauvinismo imperialista. Podemos bem lembrar como esta fetichização
teve os seus efeitos imediatos na demagogia nacional de Hitler. Ainda
hoje esta é operante em sua forma direta, mas esta fetichização também é
explorada de modo indireto e não menos perigoso, especialmente nos EUA:
é a ideologia do chamado supranacionalismo, de um governo mundial
supranacional. Como a forma direta hitleriana visava uma /pax/ germânica
para o mundo, também a forma indireta tende a uma /pax/ americana. Ambas
as formas, se postas em ação, implicariam na destruição de toda
autodeterminação nacional, de todo progresso social.

Há, finalmente, a /fetichização da cultura./ A partir de Gobineau,
Nietzsche e Spengler, tem estado na moda negar a unidade da cultura do
gênero humano. Quando, depois da libertação do nazismo, participei pela
primeira vez de uma conferência internacional no /Recontres
internationales/ de Genebra de 1946, na ocasião Denis de Rougemont e
outros falaram sobre a defesa da cultura europeia sustentando ideias
fundadas em uma clara separação entre a cultura europeia ocidental e
aquela russa. Defender a cultura europeia ocidental significava,
portanto, rejeitar a russa (como pensa também Toynbee). Que
objetivamente esta teoria é de fato privada de valor, que a atual
cultura europeia ocidental é profundamente impregnada de influências
ideológicas russas, e em sua maioria precisamente em suas criações mais
altas, é revelada pelo olhar mais superficial ao estado atual da
cultura. Sem Lev Tolstoi, como se poderia imaginar, para citar apenas
alguns nomes, a literatura de Shaw a Roger Martin du Gard, de Romain
Rolland a Thomas Mann? Estas teorias exploram demagogicamente a
circunstância de que no contato imediato, na primeira impressão, a
cultura russa (e em maior razão a soviética) parece estranha aos
intelectuais da Europa ocidental. Mas todo conhecedor da literatura deve
confirmar que na França foi muito mais difícil acolher Shakespeare que
Tolstoi. No entanto, o senhor de Rougemont e os seus amigos não erguem
uma muralha da China entre a cultura da França e a da Inglaterra.

Mas é ainda mais importante ver com clareza o significado social destas
teorias. O desenvolvimento cultural russo – culminando na cultura
soviética – encarna hoje o /futuro/ derivante de nossa cultura, assim
como o fez a cultura inglesa do século XVIII para a França e o ano de
1793 para todos os progressistas europeus. A fetichização da cultura
serve aqui para mascarar o protesto do que está em declínio contra o que
antecipa o futuro, e precisamente na /própria/ cultura. Os Rougemont e
os Toynbee, com as suas teorias, querem estender um /cordon sanitaire/
ao redor da Rússia, ao redor da União Soviética, e prestam assim –
deliberadamente ou não, não importa – um serviço à preparação ideológica
da guerra.

Parece que me afastei do argumento da economia. Na realidade, falei
sempre exclusivamente de economia. O que significa, de fato, a
fetichização? Significa que algum fenômeno histórico se desprende de seu
real terreno social e histórico, que o seu conceito abstrato (e
geralmente apenas algum elemento deste conceito abstrato) é transformado
em fetiche, adquire uma existência supostamente autônoma, se torna uma
entidade em si mesma. A grande conquista da verdadeira economia reside
precisamente em dissolver esta fetichização, em mostrar concretamente o
que significa este ou aquele fenômeno histórico no processo total do
desenvolvimento, qual é o seu passado e qual é o seu futuro.

A burguesia reacionária sabe muito bem porque tenta difamar a verdadeira
economia por meio de seus ideólogos, assim como a reação eclesiástica
dos séculos XVI-XVIII sabia muito bem porque lutava contra a nova
física. Hoje, um interesse vital da burguesia imperialista é destruir a
capacidade de orientação histórico-social dos intelectuais. Se hoje
numerosos intelectuais não podem já ser transformados em absolutos
apoiadores da reação imperialista, devem ao menos vagar impotentes, sem
capacidade de orientação, em um mundo incompreendido.

Confessamos com vergonha:   esta manobra da burguesia reacionária é
largamente bem sucedida; ela desviou um bom número dos melhores
intelectuais. Muitos bons representantes da cultura atual –
colaboradores inconscientes nesta intenção da reação imperialista –
criaram inclusive uma filosofia que tende a mostrar que seria
/filosoficamente impossível/ ter uma orientação social. Esta linha varia
do agnosticismo social de Max Weber ao existencialismo.

Mas esta não é uma condição /indigna/ dos intelectuais? Talvez eles
tenham adquirido as suas capacidades, o seu saber, a sua cultura
espiritual e moral apenas para que, em um ponto de viragem histórico,
quando se está decidindo o destino do gênero humano, quando a liberdade
e a opressão barbárica estão engajadas na batalha decisiva, eles tenham
que se perguntar como Pilatos:   o que é a verdade? E não é indigno
deles apresentar como uma particular profundidade filosófica esse não
saber, este não querer saber?

Nós adquirimos o nosso saber, desenvolvemos a nossa cultura espiritual
para entender o mundo melhor do que o entende o homem médio. Mas na
realidade, vemos o oposto. Arnold Zweig descreve muito bem um
intelectual honesto que por anos se deixa enganar pela demagogia do
imperialismo alemão para ao fim confessar que os simples trabalhadores
tinham compreendido exatamente e claramente a situação já anos antes.

Muitos intelectuais sentem já hoje /por quem/ estão realmente ameaçadas
a liberdade e a cultura. Muitos deles se voltam, mesmo com um forte
pathos moral, contra o imperialismo, contra a preparação da guerra. Mas
a nossa dignidade como representantes da cultura exige precisamente que
deste /sentimento/ nós façamos um /saber./ E isto só pode ser alcançado
através da ciência da economia política, mediante a economia do marxismo.

Os intelectuais estão em uma encruzilhada. Devemos preparar um ponto de
viragem histórico em direção ao progresso e lutar por ele na linha de
frente, como os intelectuais franceses do século XVIII e os russos do
século XIX, ou devemos ser vítimas impotentes, colaboradores abúlicos de
uma reação barbárica, como os intelectuais alemães da primeira metade do
século XX? Não se pode hesitar em decidir qual atitude é digna, e qual é
indigna, da essência, do saber, e da cultura intelectual.


        18/Setembro/2021


    [*] Obras de e sobre Lukács
    <https://www.bookdepository.com/search?searchTerm=Gy%C3%B6rgy+Luk%C3%A1cs&search=Find+book>.


    O original, escrito em 1948, encontra-se em
    gyorgylukacs.wordpress.com <https://gyorgylukacs.wordpress.com/> e a
    tradução de Bruno Bianchi em lavrapalavra.com/...
    <https://lavrapalavra.com/2021/09/18/sobre-a-responsabilidade-dos-intelectuais/>

In
RESISTIR.INFO
https://www.resistir.info/varios/lukacs_1948.html
18/9/2021

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