sábado, 18 de fevereiro de 2017

Roberto Freire expõe sua estatura moral e política ao insultar Raduan Nassar na entrega do Prêmio Camões


O ex-comunista Roberto Freire, “ministro da Cultura” do Postiço Michel Temer,
decidiu tirar a máscara e expor seu próprio caráter ao insultar hoje o maior
escritor brasileiro vivo, o octogenário Raduan Nassar, que recebia o “Prêmio
Camões”, a maior honraria literária concedida pelos governos de Portugal e do
Brasil.


Por Nocaute


Em resposta ao duro discurso de Raduan Nassar contra o golpe, Freire foi
diversas vezes interrompido por vaias, apupos e gritos de “é um humorista!”. O
“ministro” reafirmou que o escritor deveria, por coerência, recusar o prêmio
para o qual foi escolhido ainda no governo Dilma. Assista ao vídeo e leia a
seguir a íntegra do discurso de Nassar.
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“Tive dificuldade para entender o Prêmio Camões, ainda que concedido pelo voto
unânime do júri. De todo modo, uma honraria a um brasileiro ter sido contemplado
no berço de nossa língua.  Estive em Portugal em 1976, fascinado pelo país,
resplandecente desde a Revolução dos Cravos no ano anterior. Além de amigos
portugueses, fui sempre carinhosamente acolhido pela imprensa, escritores e
meios acadêmicos lusitanos.
Portanto, Sr.Embaixador, muito obrigado a Portugal.
Infelizmente, nada é tão azul no nosso Brasil.
Vivemos tempos sombrios, muito sombrios: invasão na sede do Partido dos
Trabalhadores em São Paulo; invasão na Escola Nacional Florestan Fernandes;
invasão nas escolas de ensino médio em muitos estados; a prisão de Guilherme
Boulos, membro da Coordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto; violência
contra a oposição democrática ao manifestar-se na rua. Episódios todos
perpetrados por Alexandre de Moraes. Com curriculum mais amplo de truculência,
Moraes propiciou também, por omissão, as tragédias nos presídios de Manaus e
Roraima. Prima inclusive por uma incontinência verbal assustadora, de um
partidarismo exacerbado, há vídeo, atestando a virulência da sua fala. E é esta
figura exótica a indicada agora para o Supremo Tribunal Federal.
Os fatos mencionados configuram por extensão todo um governo repressor: contra o
trabalhador, contra aposentadorias criteriosas, contra universidades federais de
ensino gratuito, contra a diplomacia ativa e altiva de Celso Amorim. Governo
atrelado por sinal ao neoliberalismo com sua escandalosa concentração da
riqueza, o que vem desgraçando os pobres do mundo inteiro. Mesmo de exceção, o
governo que está aí foi posto, e continua amparado pelo Ministério Público e, de
resto, pelo Supremo Tribunal Federal.
Prova da sustentação do governo em exercício aconteceu há três dias, quando o
ministro Celso de Mello, com suas intervenções enfadonhas, acolheu o pleito de
Moreira Franco. Citado 34 vezes numa única delação, o ministro Celso de Mello
garantiu, com foro privilegiado, a blindagem ao alcunhado “Angorá”. E
acrescentou um elogio superlativo a um de seus pares, o ministro Gilmar Mendes,
por ter barrado Lula para a Casa Civil, no governo Dilma. Dois pesos e duas
medidas.
É esse o Supremo que temos, ressalvadas poucas exceções. Coerente com seu
passado à época do regime militar, o mesmo Supremo propiciou a reversão da nossa
democracia: não impediu que Eduardo Cunha, então presidente da Câmara dos
Deputados e réu na Corte, instaurasse o processo de impeachment de Dilma
Rousseff. Íntegra, eleita pelo voto popular, Dilma foi afastada definitivamente
no Senado.  O golpe estava consumado!  Não há como ficar calado.  Obrigado

In
NOCAUTE
http://www.nocaute.blog.br/brasil/roberto-freire-expoe-sua-estatura-moral-e-politica-ao-insultar-raduan-nassar-na-entrega-do-premio-camoes.html
17/2/2017

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