sexta-feira, 8 de junho de 2018

Professores se mantêm em greve no Pará e em Belo Horizonte (MG) e radicalizam ações



CSP Conlutas

Ocupações em assembleias legislativas, acampamentos em frente a prefeituras,
atos e greves longas têm marcado a luta de trabalhadores do setor de Educação de
Belo Horizonte (MG) e no Pará. Esses trabalhadores estão dando uma verdadeira
demonstração de mobilização e resistência contra a intransigência dos governos
em não negociar suas reivindicações.

Esses professores seguem em greves que ultrapassam um mês de duração e têm em
comum, além da radicalidade das ações, pautas semelhantes, como a reivindicação
pelo cumprimento do Piso Nacional, que ainda não é aplicado em alguns estados,
valorização da carreira, melhores condições de trabalho e lutam ainda em defesa
da Educação pública e de qualidade.

No Pará, os professores da rede estadual, há mais de 30 dias em greve sem
resposta alguma do governo, decidiram ocupar a Assembleia Legislativa do Estado
na terça-feira (6) e continuam acampados no local.

Essa categoria busca uma negociação com o presidente da Casa, o deputado Márcio
Miranda (DEM), e pede a intermediação nas negociações com o Governo do Estado.
Entre as reivindicações dos trabalhadores está a unificação do Plano de Cargos e
Salários e a garantia da aplicação da Lei do Piso, que não é cumprido no estado,
além de reformas nas escolas.  Estudantes também apoiam o movimento e ocuparam a
escola Helena Guilhon, no bairro Coqueiro, em Belém, em protesto contra a
precariedade da estrutura do prédio.

Em Belo Horizonte (MG), os educadores da rede básica de ensino estão parados há
40 dias.  A categoria está sofrendo com desconto de alguns dias de paralisação,
e seguem enfrentando a dureza do prefeito Alexandre Kalil (PHS) que trata a
greve com descaso e repressão.

Uma campanha de arrecadação de cestas básica e de fundo de greve com arrecadação
de dinheiro para complementar a renda dos professores, que em algumas situações
receberam apenas R$ 64, está sendo organizada pelo Sind-Rede/BH, sindicato
filiado à CSP-Conlutas, e quem quiser contribuir, pode conferir informações no
banner abaixo:


O prefeito rompeu o canal de comunicação com os grevistas e disse que só retoma
com o retorno das aulas. Um acampamento foi montado em frente à Prefeitura como
forma de protesto e já dura uma semana.

A principal reivindicação dos professores do ensino infantil é uma equiparação
salarial com os educadores do fundamental. De acordo com o Sind-Rede/BH,
sindicato filiado à CSP-Conlutas, os profissionais das Umeis têm um vencimento
inicial de R$ 1.450 (nível1), bem abaixo dos R$ 2,2 mil (nível 10) pagos aos
profissionais do ensino fundamental em início de carreira. Uma nova assembleia
para avaliar os rumos do movimento ocorre na próxima terça-feira (12).

Outros segmentos da Educação encerram greves, mas continuam mobilizados

Os professores de rede municipal de Recife (PE) suspenderam a greve no dia 24 de
maio, após o atendimento parcial de suas reivindicações. Em nota, o Simpere,
sindicato filiado à CSP-Conlutas, informou que a principal vitória do movimento
foi a manutenção das faixas do plano de cargos e carreiras, uma vez que o
reajuste foi linear para toda a categoria. Além disso, foi garantido que o
calendário de reposição será organizado pelas escolas.

Outro ponto a avançar é sobre o retroativo cujas propostas apresentadas foram de
pagamento do reajuste parcelado de agosto até novembro ou em uma única parcela
em outubro. A categoria avaliou e decidiu pelo parcelamento a partir de agosto.
Por isso, o Simpere recorrerá a via jurídica pelo retroativo e continuará as
denúncias em defesa da educação. “Vamos continuar em luta por condições de
trabalho, construção de novas creches e escolas nas mesas de negociação setorial
com a Secretaria de Educação colocando nossas pautas específicas”, salientou em
nota a entidade sindical.

Os professores da rede particular de ensino de São Paulo também obtiveram uma
vitória importante a partir da paralisação realizada nos dias 28 e 29 de maio
com a manutenção da Convenção Coletiva da categoria. Apesar disso, seguem em
estado de greve, após manobra do sindicato patronal ao voltar atrás sobre acordo
firmado.

Nesta quarta-feira (6), às 18h, realizam assembleia para avaliar proposta
apresentada pelo Tribunal Regional do Trabalho do Trabalho de São Paulo (TRT-2),
acionado após o sindicato patronal ter voltado atrás em sua decisão.

Na audiência de conciliação entre representantes dos professores e das escolas
(Sieeesp), na terça-feira (5), o desembargador-relator, Fernando Álvaro
Pinheiro, formulou proposta contendo reajuste salarial de 2,14% a partir de 1º
de março, pagamento de participação nos lucros de 15% do salário bruto e
pagamento dos dias parados mediante compensação, além de manutenção das
condições estabelecidas até a véspera da data-base.

Nenhum direito a menos

As greves que varreram o país nesse último período, tendo como ponta de lança os
caminhoneiros e petroleiros, com conquistas importantes como a redução do preço
do diesel e o pedido de demissão do presidente da Petrobras Pedro Parente,
mostram que a luta é o caminho.

A CSP-Conlutas segue apoiando e dando ampla divulgação para cada uma dessas
lutas e reforça o chamado para uma Greve Geral no país.

In
CSP CONLUTAS
http://cspconlutas.org.br/2018/06/professores-s-mantem-em-greve-no-para-e-em-belo-horizonte-mg-e-radicalizam-acoes/
6/6/2018

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