domingo, 13 de janeiro de 2019

Poder, Governo, Informação I: O Poder manda, o Governo executa, a Informação ilude – Primeira Parte: O Poder.


Pedro Augusto Pinho

“O chamado mercado nada mais é do que o enorme cassino onde a banca faz suas
apostas. Quanto mais apostadores, maior a probabilidade da banca se apoderar das
poupanças alheias. É por esta razão que a banca promove campanhas de
privatizações, a extinção de previdências públicas, para só as ter privadas,
colocar nas pessoas medo de um futuro fora do “mercado”, restringir orçamentos
públicos com “tetos”, “austeridades”, “limites de gastos”, exceto para os gastos
com juros e encargos financeiros.”

O Poder não é um princípio imaterial. Quando alguém se refere ao poder do
comunismo, deverá estar se referindo a um Estado, a um partido ou a uma
liderança que seja capaz de conduzir alguém para o sistema comunista.
Mas também não pode ser tão vago que deixe dúvida. Que comunismo? O das
populações primitivas? O de missões de jesuítas na América do Sul? O
materialismo dialético de Marx-Engels?
Ao afirmar que o poder que nos pressiona e conduz, atualmente, é o poder do
sistema financeiro internacional (banca), devo definir os objetivos e os agentes
deste poder. Se não o conseguir, terá sido uma afirmação vã, como o comunismo
que ameaça o Brasil.
Comecemos por definir os objetivos da banca.
Como sabem meus esclarecidos leitores, as fontes de rendas são diversas. Há
aquelas decorrentes do trabalho, que denominamos salários e direitos autorais;
as obtidas de propriedades imobiliárias, os alugueis; as cobradas pelos Estados,
os tributos; as resultantes das atividades industriais, comerciais, de serviços,
os lucros, e outras.
A banca pretende e age para que todas estas rendas sejam canalizadas para o
sistema financeiro.
Como faz isso?
Pela dívida. A dívida, como já pude detalhar em artigos anteriores, é a
principal arma para conquista do poder pela banca. E ela consegue inúmeros
adeptos, na grande maioria absolutamente ingênuos, sem saber o quanto estão
perdendo de usufruir vida melhor pelas ações da banca. Exemplo: o vendedor que
lhe procura convencer a pagar a prazo, o que você pode pagar a vista, pois você
ficará com mais dinheiro para outras despesas.
E para construir a dívida, inclusive dos Estados, a banca usa e abusa da
corrupção. Pode-se afirmar, sem receio ou erro, que a grande corrupção, a
propagação dos ilícitos, nessa nossa existência, deve-se primordialmente à
banca.
Outro objetivo da banca é promover a permanente concentração de renda. É
objetivo autofágico.
Agora sabemos o nome do poder, como age e quais seus objetivos.
Há outro dado importante: a vinculação da banca com atos ilícitos.
Quando Margaret Thatcher e Ronald Reagan (governos), agindo por instruções da
banca, promoveram as desregulações no sistema financeiro, colocaram os ganhos
ilícitos – tráfico de drogas, de órgãos humanos e de pessoas, contrabando de
armas, caixas 2 e outras ações políticas e corruptas – em instituições da banca.
Uma pesquisa sobre movimentações financeiras de fonte não identificada, na
década 1990/99, leva-nos a concluir que o aporte dos ilícitos à banca foi da
ordem de US$ 4 trilhões. Podemos acrescentar que as atividades ilícitas e a
banca atuam em comunhão de interesses.
Vejamos, agora, quem é a banca.
A concentração de renda e a contínua especulação com os valores financeiros
dificultam a hierarquização da banca por seus patrimônios.
Há vinte e cinco/trinta anos seria um pouco mais fácil, pois a banca era
composta pelas trilionárias famílias, como os Windsor britânicos, os Orange
holandeses, os Rothschild judaicos etc. Hoje, ou melhor, a partir deste século
XXI, são empresas que administram os fundos, formados não só por estas famílias
como por trabalhadores e todos que imaginam ser possível, no modelo da banca,
melhorar suas condições de vida.
O chamado mercado nada mais é do que o enorme cassino onde a banca faz suas
apostas. Quanto mais apostadores, maior a probabilidade da banca se apoderar das
poupanças alheias. É por esta razão que a banca promove campanhas de
privatizações, a extinção de previdências públicas, para só as ter privadas,
colocar nas pessoas medo de um futuro fora do “mercado”, restringir orçamentos
públicos com “tetos”, “austeridades”, “limites de gastos”, exceto para os gastos
com juros e encargos financeiros.
Não há, fora da teoria, qualquer competitividade. Pois a banca está em todos os
conselhos de todas as empresas. E as pessoas que pertencem a famílias ricas ou
de classe média confortável podem ter professores, tempo para frequentar
ambientes culturais, dinheiro para viajar e levam enorme vantagem sobre os que
precisam trabalhar e estudar simultaneamente. Os pobres aprovados em concursos
de avaliação cognitiva são minorias ínfimas, quando acontece haver algum.
Em relação a competição entre empresas, a Presidente Dilma ofereceu um caso
notável, reportado pelo jornalista Luis Nassif, em artigo de setembro de 2014,
“Como Dilma conseguiu perder o apoio da indústria”. Ao qual respondi, no mesmo
GGN, de Nassif, em 03/08/2018, com “Assim é (se lhe parece)”, de onde
transcrevo:
“A FIAT tem como seus cinco maiores acionistas:
1 – Exor NV (empresa italiana de investimentos);
2 – Baillie Gifford & Co.;
3 – Harris Associates LP;
4 – Blackrock; e
5 – The Vanguard Group.
A VOLKSWAGEN tem como cinco maiores acionistas:
1 – Qatar Investment Authority;
2 – The Vanguard Group;
3 – Causeway Capital Management;
4 – Amundi Asset Management; e
5 – Blackrock.
A GENERAL MOTORS tem como cinco maiores acionistas:
1 – The Vanguard Group;
2 – Blackrock;
3 – Harris Associates;
4 – State Street Corporation; e
5 – Berkshire Hathaway.
A FORD tem como cinco maiores acionistas:
1 – The Vanguard Group;
2 – Blackrock;
3 – Newport Trust;
4 – Street State Global Advisors Funds Management; e
5 – Wellington Management.

A RENAULT é empresa de economia mista. Aqui diríamos que é uma estatal. Dois
acionistas, o Governo da França e a Nissan Motor, tem, cada um, 15% das ações. O
terceiro maior acionista é a própria Renault que com o fundo de seus empregados
possuem 4,20% do capital da companhia. Mas é curioso saber que The Vanguard
Group e Blackrock também compartilham ações da Renault”.
Inúmeros outros exemplos poderia oferecer a meus caros leitores. Mas prefiro
apresentar os principais membros da banca, conforme pesquisa por mim realizada,
neste mundo maravilhoso das comunicações virtuais.
Há diversos sites que, como apontaria Chacrinha, “vieram para confundir e não
para explicar”. Havendo interesse, recomendo que busquem as composições
acionárias das empresas negociadas em bolsa, destacando seus proprietários
institucionais.
Meus dados são do início de dezembro de 2018. Diferentes dos que coletei em
agosto do mesmo ano. Este fato comprova minhas afirmativas sobre a autofagia da
banca e sobre o cassino que é o “mercado”.
Empresas, com mais de um trilhão de dólares em aplicações, que controlam não só
as economias internacionais e nacionais, mas as empresas de comunicação de
massa, da indústria cultural e muitos governos sejam de países desenvolvidos ou
colonizados:
BlackRock, a maior, com cerca de US$ 8 trilhões (apenas para ter o significado
deste valor, o Produto Interno Bruto do Brasil, para o ano findo, está avaliado
em US$ 2,2 trilhões, o dos Estados Unidos da América (EUA) possivelmente
superior a US$ 20 trilhões). Seguem o Vanguard Group com mais de US$ 6 trilhões,
a Charles Schwab com US$ 4 trilhões, o JP Morgan com mais de US$ 3 trilhões, o
State Street Global Advisors, que teve um ano ruim, com US$ 3 trilhões, o
Fidelity, também com perdas, mas se mantém próximo aos US$ 3 trilhões. A estes
seis grandes, elencamos, com mais do que US$ 1 trilhão: Allianz, BNY Mellon,
Wellington e Amundi. Também podemos considerar membros de destaque da banca: o
BNP Paribas, o Santander, o Bank of America e o Goldman Sachs.
Certamente meu arguto leitor está sentindo a ausência de empresas/investidores
asiáticos. Há, obviamente, explicações.
A Ásia adotou modelos diferentes de economia. No Japão é o Estado que orienta os
megaconglomerados, cujos bancos agem como verdadeiras tesourarias e
arrecadadores e investidores. Há 50 anos, aproximadamente, não era assim. Mas os
Governos japoneses tiveram a sabedoria de não entrar no cassino (“mercado”).
Isto mantém uma economia equilibrada que atende, com sua escassez de recursos
naturais, o País e sua população.
A China está voltada para seu desenvolvimento. Seus bancos financiam suas
empresas que procuram, como qualquer país colonizador, comprar e vender, tendo
nesse colonialismo mercantilista seus recursos em divisas. Nunca esquecer que a
China precisa alimentar 20% da população da Terra.
O sudeste asiático vem sendo castigado pelas políticas da banca e dos interesses
geoestratégicos estadunidenses. O mesmo acontece com a Índia, que não pode
promover um processo de capitalização nacional capaz de a impulsionar seu
desenvolvimento para novo patamar.
Ficamos assim, Atlântico Norte e Atlântico Sul sujeitos ao jogo e à corrupção da
banca.
Nos próximos artigos trataremos do Governo e da Informação.
       Autor: Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado (janeiro de
      2019)
      Publicado em dinamicaglobal.wordpress.com
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12/1/2019


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