terça-feira, 10 de maio de 2022

9 de Maio, Dia da Grande Vitória contra o nazismo

 


 


    Vladimir Putin [*]

Praça Vermelha, 9/Maio/2022.

Companheiros cidadãos russos,
Caros veteranos,

Camaradas soldados e marinheiros, sargentos e sub-tenentes,
guarda-marinhas e primeiros sargentos,

Camaradas oficiais, generais e almirantes,

Congratulo-vos pelo Dia da Grande Vitória!

A defesa da nossa Terra Mãe quando o seu destino estava em causa sempre
foi sagrada. Foi com o sentimento de verdadeiro patriotismo que a
milícia de Minin e Pozharsky levantou-se pela Terra Pátria, que soldados
avançaram na ofensiva no Campo de Borodino e combateram o inimigo fora
de Moscovo e Leningrado, Kiev e Minsk, Stalingrado e Kursk, Sebastopol e
Karkov.

Hoje, tal como no passado, estão a combater pelo nosso povo no Donbass,
pela segurança da nossa Pátria Mãe, pela Rússia.

O dia 9 de Maio de 1945 foi consagrado para sempre na história mundial
como um triunfo do povo soviético, da sua coesão e poder espiritual, um
feito sem paralelo nas linhas de frente e na frente interna.

O Dia da Vitória é querido de modo íntimo por todos nós. Não há família
na Rússia que não tenha sido queimada pela Grande Guerra Patriótica. A
sua memória nunca se desvanece. Neste dia, filhos, netos e bisnetos dos
heróis marcham num fluxo infindável do Regimento Imortal. Eles levam
fotos dos membros da sua família, os soldados caídos que permaneceram
jovens para sempre, e os veteranos que já se foram.

Temos orgulho na inquebrantável geração corajosa dos vitoriosos, estamos
orgulhosos de sermos os seus sucessores e é nosso dever preservar a
memória daqueles que derrotaram o nazismo e confiaram-nos sermos
vigilantes e fazermos tudo para impedir o horror de uma outra guerra global.

Portanto, apesar de todas as controvérsias nas relações internacionais,
a Rússia sempre advogou o estabelecimento de um sistema de segurança
igual e indivisível que é criticamente necessário para toda a comunidade
internacional.

Em Dezembro último propusemos assinar um tratado de garantias de
segurança. A Rússia instou o Ocidente a manter um diálogo honesto em
busca de soluções significativas e comprometedoras, e levar em conta os
interesses de cada um dos outros. Tudo em vão. Os países da NATO não
quiseram prestar-nos atenção, o que significa que tinham planos
totalmente diferentes. E nós vimos isto.

Uma outra operação punitiva no Donbass, uma invasão das nossas terras
históricas, incluindo a Crimeia, estava abertamente em preparação. Kiev
declarou que podia conseguir armas nucleares. O bloco da NATO lançou uma
ativa acumulação militar nos territórios adjacentes ao nosso.

Assim, uma ameaça absolutamente inaceitável estava ser firmemente criada
exatamente junto às nossas fronteiras. Havia todas as indicações de que
um choque com neo-nazis e banderistas apoiados pelos Estados Unidos e
seus comparsas era inevitável.

Deixe-me repetir, nós vimos a infraestrutura militar sem acumulada,
centenas de conselheiros estrangeiros a começarem a trabalhar e
fornecimentos regulares de armamento de ponta a ser entregue de países
NATO. A ameaça crescia a cada dia.

A Rússia lançou um ataque antecipativo à agressão. Foi uma decisão
forçada, em tempo hábil e a única correta. Uma decisão de um país
soberano, forte e independente.

Os Estados Unidos começaram por afirmar o seu excepcionalismo,
particularmente após o colapso da União Soviética, denegrindo assim não
só o mundo inteiro mas também os seus satélites, que têm de fingir não
ver nada e de o tolerar obedientemente.

Mas nós somos um país diferente. A Rússia tem um carácter diferente.
Nunca abandonaremos o nosso amor pela Mãe Pátria, nossa fé e valores
tradicionais, nossos costumes ancestrais e respeito por todos os povos e
culturas.

Enquanto isso, o Ocidente parece estar prestes a cancelar estes antigos
valores milenares. Tal degradação moral está subjacente nas cínicas
falsificações da história da II Guerra Mundial, escalando a russofobia,
louvando traidores, ridicularizando a memória das suas vítimas e
apagando a coragem daqueles que venceram a Vitória através do sofrimento.

Estamos conscientes de que veteranos dos EUA que pretendiam vir à parada
em Moscovo foram realmente proibidos de assim fazer. Mas quero que
saibam: Estamos orgulhosos dos seus feitos e da sua contribuição para a
nossa Vitória comum.

Honramos todos os soldados dos exércitos aliados – os americanos, o
inglês, o francês, combatentes da Resistência, bravos soldados e
partisans na China – todos aqueles que derrotaram o nazismo e o militarismo.

Camaradas,

A milícia do Donbass juntamente com o Exército Russo hoje estão a
combater na sua terra, onde os príncipes Svyatoslav e Vladimir Monomakh,
soldados sob o comando de Rumyantsev e Potemkin, Suvorov e Brusilov
esmagaram os seus inimigos, onde os heróis da Grande Guerra Patriótica
Nikolai Vatutin, Sidor Kovpak e Lyudmila Pavlichenko permaneceram até ao
fim.

Estou a dirigir-me às nossas Forças Armadas e à milícia do Donbass.
Estão a combater pela nossa Terra Mãe, pelo seu futuro, de modo a que
ninguém esqueça as lições da II Guerra Mundial, de modo a que não haja
lugar no mundo para torturadores, esquadrões da morte e nazis.

Hoje, inclinamos as nossas cabeças à memória sagrada de todos aqueles
que perderam as suas vidas na Grande Guerra Patriótica, às memórias dos
filhos, filhas, pais, mães, avós, esposos, viúvas, irmãos, irmãs,
parentes e amigos.

Inclinamos as nossas cabeças à memória dos mártires de Odessa que foram
queimados vivos na Casa dos Sindicatos em Maio de 2014, à memória dos
idosos, mulheres e crianças do Donbass que foram mortos e atrozes e
bárbaros bombardeamentos pelos neo-nazis. Inclinamos as nossas cabeças
aos nossos camaradas combatentes que morreram corajosamente numa batalha
justa – pela Rússia.

Declaro um minuto de silêncio.

(Um minuto de silêncio)

A perda de cada oficial e soldado é penosa para todos nós e
irrecuperável para os familiares e amigo. O governo, autoridades
regionais, empresas e organizações públicas farão tudo para envolver
tais famílias com cuidados e para ajudá-las. Apoio especial será dado
aos filhos dos camaradas de armas mortos e feridos. A Ordem Executiva
Presidencial para isto foi assinada hoje.

Desejo uma recuperação rápida aos soldados e oficiais feridos e agradeço
aos médicos, paramédicos, enfermeiros e equipes de hospitais militares
pelo seu trabalho abnegado. Nossa mais profunda gratidão vai para vós
por salvar cada vida, muitas vezes sem pensar em si mesmos sob
bombardeamento nas linhas de frente.

Camaradas,

Soldados e oficiais das muitas regiões da nossa enorme Terra Mãe,
incluindo aqueles vindos diretamente do Donbass, da área de combate, que
agora estão aqui ombro a ombro, na Praça Vermelha.

Recordamos como inimigos da Rússia tentaram usar gangues internacionais
contra nós, como tentaram semear rixas inter-étnicas e religiosas de
modo a enfraquecer-nos a partir de dentro e a dividir-nos. Eles
fracassaram completamente.

Hoje, nossos guerreiros de diferentes etnicidades estão a combater
juntos, a escudarem-se uns aos outros de balas e estilhaços, como irmãos.

É aqui que repousa o poder da Rússia, um grande poder invencível da
nossa nação unida multi-étnica.

Estão hoje a defender aquilo porque combateram os seus pais, avós e
bisavós. O bem estar e segurança da Terra Mãe foi a sua prioridade
principal em vida. A lealdade para com a nossa Terra Pátria é o valor
principal e um fundamento confiável da independência da Rússia para nós,
seus sucessores, também.

Aqueles que esmagaram o nazismo durante a Grande Guerra Patriótica
deram-nos um exemplo de heroísmo para todas as eras. Esta é a geração
dos vitoriosos, e nós sempre os admiraremos.

Glória às nossas heroicas Forças Armadas!

Hurra!


        09/Maio/2022


    [*] Discurso no dia 9/Maio/2022, 77º aniversário da Grande Vitória
    contra o nazismo, na Praça Vermelha.

Em

RESISTIR.INFO

https://www.resistir.info/russia/putin_09mai22.html

9/5/2022


Nenhum comentário:

Postar um comentário