quinta-feira, 5 de maio de 2022

"A última guerra mundial. Os EUA começam e perdem", de Sergey Glazyev (1)

 
 

    – A Rússia e a Ucrânia na geopolítica imperialista

Capa do livro de Sergei Glazyev.


         Sergey Glazyev nasceu em 1961 em Zaporozhye na República
      Socialista Soviética da Ucrânia. É um político e economista membro
      do Conselho Nacional Financeiro do Banco da Rússia (de que é
      bastante crítico quanto às suas orientações liberais), é membro da
      Academia das Ciências da Rússia, foi conselheiro do presidente
      Putin de 2012 a 2019 e, desde 2021, faz parte do corpo executivo
      da Comissão Económica Euroasiática
      <http://www.eurasiancommission.org/en/Pages/default.aspx> como
      comissário para a integração macroeconómica.
          É autor de /"Um Genocídio: A Rússia e a Nova Ordem Mundial",/
      no qual considera que em 1000 anos de História da Rússia nada se
      passou como nos anos 1990, mostrando o declínio da consciência
      política da oligarquia que dirigiu o país: "o seu poder serviu
      para fins de enriquecimento pessoal e conduziu a um efetivo
      genocídio contra o povo Russo".
         O livro agora resumido foi escrito em 2016. O caráter
      premonitório em relação aos acontecimentos atuais, a visão que
      atualmente o povo russo tem do mundo, mas também as contradições
      existentes na sociedade russa, justificam por si só uma reflexão
      sobre o que nos diz, cujo título é todo um programa e uma convicção.
         Entre parêntesis o número das páginas a que se referem os textos.
         O texto completo está disponível aqui
      <http://resistir.info/livros/s_glazyev_the_last_world_war.pdf> (em
      inglês) e aqui
      <http://resistir.info/livros/s_glazyev_la_ultima_guerra_mundial.pdf> (em castelhano).
         Seleção e notas de DVC

*1 - Geopolítica*

O império financeiro dos EUA está a prejudicar o desenvolvimento
económico mundial, arrasta todos os recursos do planeta para a sua
crescente pirâmide de dívida. Os EUA estão a perder a batalha pela
liderança mundial. Não se trata apenas de conter a Rússia, mas de minar
a crescente influência da China. Para evitar o colapso e manter a
liderança, a oligarquia dos EUA não hesita em provocar uma guerra
mundial. A agressão dos EUA no Norte da África, Próximo e Médio Oriente
faz parte desta estratégia para consolidar o controlo sobre regiões
produtoras de petróleo e, simultaneamente, sobre a Europa. (21)

A presença de armas de destruição em massa muda a natureza desta guerra,
sendo adotada uma guerra híbrida, porque não se trata tanto das forças
armadas, mas de tecnologias de informação, financeiras e cognitivas
usadas para enfraquecer e desorientar o máximo possível o inimigo.
Somente quando o inimigo está tão desmoralizado que não pode oferecer
uma resistência digna, recorre a operações militares que mais parecem
ações punitivas. (22)

Entre as ferramentas destas táticas estão a pressão psicológica, a
promoção de "valores universais" por meio dos media, a "diplomacia
cultural" e atitudes de vida dos indivíduos, algumas antes consideradas
inaceitáveis. (55)

À primeira vista, as guerras travadas pelos Estados Unidos parecem um
caos sem sentido. Na realidade, é organizado de forma coordenada,
dirigido pelo Estado, grandes empresas, meios de comunicação e uma vasta
rede de agentes. (57)

As forças lideradas pelos EUA, ao entrarem no Afeganistão em 2001,
declararam que o objetivo da invasão era eliminar do terrorismo e a luta
contra as drogas. (27) Porém o próprio governo talibã tinha reduzido a
produção de drogas praticamente a zero em 2001. Atualmente, 92% da
produção mundial de heroína está concentrada no Afeganistão. O gangue
internacional da droga ganha mais de 100 mil milhões de dólares com
opiáceos afegãos. No Iraque os tesouros saqueados dos museus de Bagdade,
os campos de petróleo apreendidos pelas corporações norte-americanas, os
milhões de hectares de terra convertidos para cultivo de plantas
geneticamente modificadas dos EUA, mais do que pagaram a ocupação
militar do país. (58)

Ao dominar os países, o núcleo "extrai" as melhores mentes, as
conquistas científicas e tecnológicas, os direitos de propriedade dos
elementos mais valiosos da riqueza nacional. Tendo vantagens
tecnológicas, os países centrais impõem regras à periferia, garantindo a
posição de monopólio no âmbito tecnológico. Ao concentrar o poder
financeiro, impõem à periferia as condições para a circulação do capital
e o uso de suas moedas, até mesmo para a formação de reservas cambiais,
estabelecendo o controlo sobre os sistemas financeiros dos países e
apropriando-se dos lucros do sistema económico mundial. Privados de suas
principais fontes internas de desenvolvimento, os países perdem a
possibilidade de realizar políticas económicas soberanas e gerir o seu
próprio crescimento, tornando-se um espaço económico a ser explorado
pelo capital internacional. (44)

Washington trava assim uma guerra financeira contra os inseguros
sistemas financeiros nacionais amarrando-os ao dólar, impondo políticas
macroeconómicas monetaristas através do FMI, agências de rating, etc. O
influxo de capital na economia dos EUA é artificialmente estimulado
dessa maneira, mas não é mais suficiente para atender às obrigações do
governo federal, que aumentam em avalanche, custando cerca de um terço
do PIB dos EUA. (45)

*2 - Domínio ideológico*

O domínio ideológico dos EUA afirma-se como portador e intérprete dos
valores básicos da civilização moderna: direitos humanos, liberdades
democráticas, Estado de direito, progresso científico, tecnológico e
social. Esse domínio ideológico é usado para manipular as mentes de
amigos e adversários. Muitos políticos experientes sucumbiram a esta
doutrinação, acreditando sinceramente que os americanos eram incapazes
de enganar. Antes de Yanukovych, Kadahfi, Hussein, Milosevic e muitos
líderes de países em desenvolvimento, que acreditaram nas promessas dos
embaixadores, funcionários e políticos americanos, foram vítimas dessa
fé ingénua. (193 - 194)

É impossível desafiar a liderança ideológica dos EUA no sistema de
coordenadas que impõem. As tentativas de expor políticos e funcionários
americanos pelas seus enganos cínicos, fraudes e crimes contra nações
inteiras não têm efeito nos media e redes de informação. O domínio
ideológico da América só pode ser eliminado derrubando o seu sistema de
valores subjacente. (178 - 179)

Na área da informação, os EUA dominam o espaço global dos media, dominam
o mercado global de cinema e televisão e controlam as redes globais de
telecomunicações. Ao combinar agressão monetária e financeira com o
processamento de informações na consciência pública, podem manipular os
motivos comportamentais das elites governantes nacionais. A arma
cognitiva desempenha portanto um papel fundamental ao controlar as
mentes dos líderes nacionais com uma falsa compreensão da essência dos
acontecimentos e o significado da agressão. (23)

Um método frequentemente utilizado é alhear os líderes políticos do
ambiente cientifico e cultural nacionais, levando-o para o
internacional, impondo-lhes especialistas e consultores estrangeiros.
Este método funcionou perfeitamente para Gorbachov e Yeltsin, cujo "novo
pensamento" foi manipulado por "encantadores" treinados no Ocidente,
enquanto cientistas e especialistas de renome nacional foram isolados. (23)

Com base no domínio tecnológico, económico, financeiro, militar e
informacional, os EUA asseguram a hegemonia política mundial. Baseia-se
no controlo da lealdade dos líderes políticos de outros países e na
conformidade dos partidos governantes com os valores americanos, na
manipulação da opinião pública pelos media, no suborno e no cultivo de
pessoas influentes por meio de um grande número de "representantes" de
ONG, recrutamento e chantagem de figuras-chave do governo e o uso da
violência contra indivíduos dissidentes, grupos sociais e países
inteiros. (51)

Como K. Tsekhanskaya aponta, para justificar as suas pretensões de
desempenhar um papel exclusivo nos processos mundiais, os EUA introduzem
ativamente teorias religiosas e políticas na consciência pública dos
americanos, ensinando que a sua missão é a de um povo escolhido por Deus
chamado a reger os destinos da humanidade. (177)

*3 - A UE neste contexto*

É cada vez mais evidente que os países da Europa Ocidental perderam
tanto a autonomia em termos da própria segurança quanto a sua capacidade
de manobra geopolítica independente. (19)

Já na Jugoslávia a sua subordinação causou enormes baixas e custos,
legalizou organizações terroristas albanesas e redes criminosas,
piorando as condições da integração europeia. Guerras civis e conflitos
no norte da África e Médio Oriente desestabilizaram uma região
importante para a UE, desencadearam uma onda de refugiados. A crise
ucraniana desestabilizou o mercado de energia da Europa e confrontou-o
com a necessidade de apoiar a economia ucraniana em ruínas e envolveu as
empresas europeias em sanções ruinosas contra a Rússia. Dado que o
principal motor da integração europeia é a euroburocracia, que atende
mais aos interesses das transnacionais do que aos das suas nações, os
políticos norte-americanos apoiam a expansão da UE e da NATO para o
Leste, considerando essas estruturas importantes no apoio ao seu império
global. Aquelas instituições, dominadas pelos EUA, subjugaram os Estados
da UE, ficando privados de soberania nas políticas económica,
financeira, externa e de defesa. (77)

Ao conduzir a uma guerra entre a Ucrânia e a Rússia, os EUA enfraquecem
a UE com sanções económicas anti-russas e consolidam o controlo sobre
Bruxelas. A participação nas sanções contra a Rússia custará aos países
da UE, um milhão de milhões de euros em perdas. Para os EUA a ocupação
da Ucrânia será amortizada com a captura de tesouros culturais, reservas
de ouro, depósitos de gás e petróleo, transporte de gás e esperam obter
lucros consideráveis capturando os mercados ucranianos. (38)

*4 - Ucrânia*

Como transformaram ucranianos, que não se distinguiam dos russos, em
russófobos raivosos? Como conseguiram impor o poder da escória de Hitler
numa das nações que mais sofreram com a ocupação alemã? (6)

O objetivo da política dos EUA na Ucrânia não é proteger os seus
interesses ou o seu desenvolvimento socioeconómico. O objetivo é usá-los
como carne de canhão para travar uma guerra contra a Rússia na esperança
de arrastar os parceiros europeus da NATO para a guerra. Os eventos
sangrentos na Ucrânia fazem parte da "estratégia de instabilidade" que
os EUA têm realizado nas últimas décadas para manter a liderança
mundial. (22)

Os líderes ucranianos estavam tão confiantes na sua associação com os
Estados Unidos que permitiram que tomassem o controlo das estruturas de
poder, dos media e das finanças ucranianas. (53)

Quando a Rússia concordou em retirar as suas tropas da fronteira
ucraniana, a junta nazista começou a aumentar drasticamente as forças
armadas na zona de conflito e a usar aviões e veículos blindados contra
o população do Donbass. Fazendo-se passar por pacificadores e defensores
dos direitos humanos, na realidade realizaram ações punitivas contra a
população russa. Ao mesmo tempo, culpam a Rússia por tudo, arrastando a
UE para a guerra depois que ficou clara a incapacidade da junta nazista
reprimir a resistência no Donbass, apesar do massacre de civis no
Donbass e da queima pública de pessoas na Casa dos Sindicatos de Odessa.
(60)

O regime estabelecido pelos serviços especiais dos EUA na Ucrânia não
tem nada em comum com o Estado de Direito, os princípios da democracia
ou os direitos humanos, abertamente desrespeitados pelos nazis, que
cometem o assassínio em massa de cidadãos ucranianos. (63) Foi criado um
exército de nazis ucranianos – descendentes de ex-colaboradores de
Hitler, que se refugiaram nos EUA e Canadá. (89)

A lei aprovada sobre a glorificação de antigos grupos nazis, mostra que
a junta nazista que governa a Ucrânia é a sucessora legal não da URSS,
mas do Exército Rebelde Ucraniano (UPA) e da Organização de
Nacionalistas, ucranianos (OUN). Reconhecidos agora como combatentes
pela independência da Ucrânia, eram instituições do regime de Hitler,
como o Tribunal de Nuremberg demonstrou. (200)

A "opção europeia" levou a Ucrânia, à falência. A Ucrânia, precisa [em
2016] de pelo menos 60 mil milhões de euros. No total, o programa de
reconstrução e modernização da economia ucraniana, necessário para
garantir o seu desenvolvimento sustentável, está estimado em mais de 300
mil milhões de euros. A abertura do mercado aos produtos da UE
significou um aumento das importações de 4 000 milhões de dólares e a
expulsão da não competitiva indústria ucraniana. (66-68). As reservas de
ouro da Ucrânia foram retiradas para os EUA para "armazenamento". (71)

Nos tempos soviéticos, a Ucrânia tornou-se a república mais desenvolvida
científica e industrialmente da URSS, bem como fonte de pessoal
altamente qualificado. A Ucrânia tornou-se líder no desenvolvimento de
áreas avançadas de progresso científico e tecnológico: construção de
aeronaves, engenharia espacial e nuclear, engenharia de instrumentos,
construção naval e indústria elétrica. O grau de desenvolvimento do
transporte marítimo, ferroviário e dutoviário foi um dos mais altos da
URSS. De acordo com estimativas ocidentais, o rendimento nacional per
capita da Ucrânia na década de 1970 era maior do que o da Itália. (83-84)

A herança soviética foi completamente devastada: a depreciação dos
ativos fixos ultrapassou 75%-85% nas indústrias básicas. O rendimento
nacional foi redistribuído a favor de um pequeno número de beneficiários
extraterritoriais que retiram todo o excedente do produto social. (283)

A atual catástrofe socioeconómica na Ucrânia e o crescente caos no
território não estão de acordo com os objetivos da Rússia, que tem um
interesse vital numa Ucrânia próspera e e desenvolvida, ligada à Rússia
tecnológica, económica e espiritualmente. (146)

Pela aventura ucraniana, os Estados Unidos correm o risco perder a
liderança ideológica e política na América Latina, Ásia e África.
Liderança percebida como uma ameaça à estabilidade política. Apenas
ingénuos e distantes da política real veem os EUA como um bastião da
democracia e da paz. Os líderes de outros Estados desconfiam cada vez
mais da política externa dos EUA, que considera o mundo inteiro como sua
esfera de interesses e se intrometem nos assuntos internos de outros
países, fomentando golpes e guerras civis, desrespeitando o direito
internacional. (146)

A crise ucraniana representa uma grande ameaça à imagem de superpotência
centrada nos EUA devido à capacidade da Rússia não apenas de resistir,
mas também de infligir danos inaceitáveis aos EUA. (193)

O futuro da Ucrânia, a transformação da Ucrânia num estado fascista
anti-russo liderado pelos EUA aumenta significativamente sua capacidade
de desestabilizar a situação político-social na Rússia. Kiev tornou-se
um centro de consolidação das forças anti-russas, com uma rede de
apoiantes em Moscovo. (281)

*5 - Rússia*

O mundo vive na expectativa da guerra. Mais especificamente, em estado
de guerra. O facto de não ter sido oficialmente declarada não nos deve
iludir. De qualquer forma, o mundo russo foi no século passado atacado
quatro vezes pelas potências ocidentais. (SG inclui o que ocorreu com o
fim da URSS). Até agora as guerras com a Rússia não trouxeram grandes
vitórias ao Ocidente, mas causaram danos consideráveis, tanto para a
Rússia como para a Europa. (8-9)

Com o colapso da URSS, os EUA começaram a colonizar o espaço
pós-soviético, impondo aos Estados recém-independentes uma política de
"terapia de choque", economicamente suicida, baseada nos dogmas do
fundamentalismo de mercado. Mais uma vez, a comunidade científica
nacional foi impedida de influenciar a tomada de decisões, cujos
representantes autorizados foram envergonhados como retrógrados e
afastados, dando lugar a "jovens reformistas" criados por especialistas
americanos que aplicaram a doutrina do "Consenso de Washington",
desmantelando o sistema de regulação estatal da economia para abri-la
completamente à livre circulação de capitais estrangeiros,
principalmente norte-americanos, e à subordinação aos seus interesses.
(15-16)

Foram promovidas tendências centrífugas, fomentado o separatismo nas
repúblicas nacionais, patrocinada a rebelião chechena e provocada uma
guerra no Cáucaso. Ao mesmo tempo que abraçavam Yeltsin e prometiam paz
e amizade eternas levavam as ex-repúblicas soviéticas para a NATO e
apoiavam os combatentes chechenos. Putin parou a desintegração da
Rússia, restaurou a verticalidade do poder, pacificou a Chechénia e
lançou um processo de integração eurasiática. Ao fazer isso, desafiou a
geopolítica dos EUA passando a ser percebido como um inimigo. (16)

Ao mesmo tempo, o domínio dos EUA no espaço informacional, político e
financeiro da Europa permitiu-lhes dar às ações e crimes militares e
políticos da Ucrânia a aparência de ações "legítimas". Nesta situação a
Rússia é apresentada como agressora, criando uma coligação anti-russa. (53)

A vantagem dos Estados Unidos nesta guerra é dada pela emissão ilimitada
de dólares, que proporciona não apenas gastos inacreditavelmente
inflacionados dos meios militares e política externa, mas também uma
vantagem competitiva da sua economia com acesso livre e ilimitado ao
crédito. (230) (Neste contexto, SG aponta) fortes críticas ao Banco
Central pelo seu alinhamento com os critérios neoliberais, destinados à
livre circulação de fluxos financeiros para fora do país e à política de
juros e crédito sobre empresas produtivas. (221)

A experiência soviética de gestão e desenvolvimento económico tornou-se
tabu, apesar dos óbvios sucessos da construção socialista, que permitiu
à URSS não apenas vencer a Segunda Guerra Mundial, mas também criar o
chamado "segundo mundo", que cobria um terço do planeta. Elementos dessa
experiência foram adotados e mantidos pela China e Vietname, entre
outros, formando a base da estrutura institucional do ciclo de
acumulação asiático. A URSS foi de facto pioneira na criação de uma
cultura de gestão estatal do desenvolvimento económico, não uma variante
sem saída da civilização económica, como os fundamentalistas de mercado
querem que se acredite. (175)

Por ocasião da concessão do título de "Cidadão Honorário de Lvov",
Brzezinski declarou abertamente: "A nova ordem mundial sob a hegemonia
dos Estados Unidos está sendo criada contra a Rússia, às custas da
Rússia e dos remanescentes da Rússia!" . De fato, com esta proclamação
arrebatadora, ele revelou todas as metas e objetivos da geopolítica
americana. (178)

Somente perante a ameaça de uma perda inaceitável o agressor pode ser
detido, tal como as aspirações geopolíticas americanas de dominar o
mundo após a Segunda Guerra Mundial foram interrompidas pela ameaça das
armas atómicas soviéticas. Caso contrário, os planos de atomizar a
Coreia e a URSS poderiam ter-se concretizado, com consequências
dramáticas para toda a humanidade. (O perigo está em que) a doutrina
norte-americana de guerra caótica global, não considera a possibilidade
de derrotar militarmente os EUA nem pressupõe a possibilidade de lutar
em solo norte-americano. (191)

A militarização da Ucrânia e o reforço das forças armadas ucranianas
lideradas pela NATO representam uma ameaça militar direta à Rússia,
comparável à importância que a ocupação da Ucrânia pela Alemanha nazi
teve para as capacidades de defesa soviéticas durante a Grande Guerra
Pátria. Do ponto de vista jurídico, o regime que governa a Ucrânia é
ilegítimo e, o que é pior, criminoso. Do ponto de vista económico, o
atual governo ucraniano levou o país ao desastre e não pode sair dele
com uma política de confronto com a Rússia. (282)

(continua)
Em

RESISTIR.INFO
https://www.resistir.info/v_carvalho/glazyev_03mai22_2.html
3/5/2022

     


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