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Os Editores
 
Os resultados já conhecidos das eleições na Grécia apontam para uma expressiva 
vitória do Syriza. A votação alcançada por este partido e o facto de a lei 
eleitoral grega favorecer a força mais votada com um bónus de 50 deputados abre 
a perspectiva de uma significativa maioria parlamentar.
Este resultado, conjugado com a derrota da Nova Democracia e o afundamento do 
PASOK, tem o inequívoco sentido da rejeição das políticas austeritárias e 
antipopulares impostas pela troika FMI/BCE/UE e pelo grande capital grego, que 
empurraram a Grécia para a grave crise económica e social em que se encontra. 
Crise que é também democrática, como ilustram tanto a votação alcançada pelos 
fascistas da “Aurora Dourada” como a aberta ingerência estrangeira no processo 
eleitoral.
A rejeição das políticas que geraram enorme desemprego, empobrecimento, 
destruição de direitos, brutal acréscimo da exploração, retrocesso económico e 
social é clara. Falta saber se um futuro governo com o Syriza como base estará 
em condições de dar expressão política à alternativa assim exigida e de resistir 
às pressões que a UE irá certamente prosseguir e intensificar no sentido de que, 
com retoques ou sem eles, não haja efectiva ruptura com as políticas até agora 
impostas. 
Embora os media dominantes tenham dado grande destaque a essa palavra, o Syriza 
não é uma formação “radical”. Quanto mais não seja pelo simples facto de não 
pretender atingir a verdadeira raiz dos problemas com que o seu país e a UE se 
defrontam. Problemas que na sua essência não são apenas os da austeridade mas os 
de uma UE construída e dirigida de acordo com os interesses do grande capital 
monopolista no quadro de uma crise geral do sistema capitalista.
O povo grego rejeitou e condenou a política que lhe vem sendo imposta. Está nas 
suas mãos a tarefa de tornar tal rejeição em alternativa real. O voto – se bem 
usado - é apenas uma parte desse duro e prolongado combate.
In:
O DIÁRIO.INFO
http://www.odiario.info/?p=3536
26/1/2015
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