quarta-feira, 26 de junho de 2019

Brasil pós-golpe é um dos dez piores países do mundo para o trabalho, diz CSI





Brasil entrou no ranking dos 10 piores países para os trabalhadores,
segundo análise divulgada na 108ª Conferência Internacional do Trabalho,
realizada na Suíça; segundo o Índice Global de Direitos da Confederação
Sindical Internacional (CSI), a “reforma trabalhista promovida durante o
governo Michel Temer introduziu uma ordenação legal que incentiva
regressão nas condições de trabalho, em negociações, direitos e salários"

*O Brasil entrou no ranking dos 10 piores páises do mundo para os
trabalhadores, segundo análise divulgada na 108ª Conferência
Internacional do Trabalho, realizada em Genebra, na Suíça, nas duas
últimas semanas. De acordo com o Índice Global de Direitos da
Confederação Sindical Internacional (CSI), a “reforma trabalhista (Lei
13.467 de 2017) promovida durante o governo Michel Temer introduziu no
país uma ordenação legal que incentiva regressão nas condições de
trabalho, em negociações, direitos e salários.

Demissões foram facilitadas e muitos direitos flexibilizados. O
empregador pode cada vez mais negociar sem que o trabalhador tenha o
acompanhamento dos sindicatos, que muitas vezes são afastados das
negociações. Além disso, são crescentes as denúncias de práticas
antissindicais, após a edição da MP 873 pelo governo Jair Bolsonaro, que
se transformou em objeto de uma batalha judicial.

“Eles alteraram o que desde o início da CLT são orientações legais para
regular o financiamento dos sindicatos. O governo interfere nas
negociações coletivas. Há denúncias de assassinatos de dirigentes ou
demissões de dirigentes, afastando-os de sua responsabilidade sindical”,
diz o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, em entrevista à
Rádio Brasil Atual.

O Brasil integra o ranking dos 10 piores em práticas trabalhistas junto
com Bangladesh, Argélia, Colômbia, Guatemala, Cazaquistão, Filipinas,
Arábia Saudita, Turquia e Zimbábue. “O Brasil, nos últimos anos, vinha
numa trajetória oposta, de negociação, organização sindical mais
representativa e práticas de proteção laboral que vinham se ampliando
por uma legislação protetiva mais ampla”, lamenta o diretor do Dieese.


          *Previdência*

Clemente comentou reunião desta terça-feira (25) entre sindicalistas e
lideranças dos partidos de oposição PT, PCdoB, PSB, PDT e PSol, sobre a
reforma da Previdência, que está sendo discutida em comissão especial
 na Câmara dos Deputados. O movimento sindical manifestou preocupação
com vários aspectos do relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP),
como idade mínima, tempo de contribuição, forma de cálculo, pensões,
aposentadorias especiais e professores, entre outros.

Segundo o diretor do Dieese, há “convergência” com os partidos de
centro-esquerda, mas ele destacou ainda reunião com partidos de centro,
como PP e PTB. “Houve receptividade dos líderes e todos acharam que não
seria prudente votar o relatório nesta semana. A ideia é que outro
projeto fosse apresentado, com regras justas, para que a transformação
fosse para incluir e proteger, e não uma reforma que exclui e arrocha os
aposentados.”

Nesta terça-feira (26), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo
Maia (DEM-RJ), sinalizou que a votação do relatório de Samuel Moreira na
comissão especial pode ser adiada, se for possível chegar-se a um acordo
com os governadores para incluir estados e municípios no texto da reforma.

“Governadores colocaram o que era relevante para eles, eu coloquei
aquilo que pode ser construído, vou conversar com os líderes depois do
almoço, depois volto a conversar com os governadores e vejo se encontro
um denominador comum”, disse Maia, segundo a Agência Câmara. “Pode ser
votado na quinta, na terça que vem. Dois ou três dias de atraso por
conta de um bom acordo, vale muito mais o bom acordo”, acrescentou.


In
BRASIL 247
https://www.brasil247.com/mundo/brasil-pos-golpe-e-um-dos-dez-piores-paises-do-mundo-para-o-trabalho-diz-csi
26/6/2019

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