sábado, 8 de março de 2014

Brasil: cooperativas do MST articulam produção agroecológica de arroz

Assentados preveem a produção de 426,7 mil sacas de arroz agroecológico

Por Iana Reis e Neudicléia de Oliveira

Centenas de pessoas participaram da 11° Abertura Oficial da Colheita do Arroz
Agroecológico na última terça-feira (4), no Assentamento do MST rebatizado com o
nome de Hugo Chávez - em homenagem ao líder boliviano, falecido há um ano no dia
4 -, no município de Tapes, região sul do Rio Grande do Sul.

Na abertura da atividade, Émerson Giacomelli, da coordenação estadual do MST e
representante Grupo Gestor do Arroz Agroecológico, fez a saudação inicial ao
enfatizar que a produção é fruto da luta das famílias assentadas e do enorme
respeito ao meio ambiente.

Segundo Giacomelli, a produção deste ano deve chegar a 426,7 mil sacas (em torno
de 21,3 mil toneladas) de arroz livre de agrotóxicos.

O Secretário de Desenvolvimento Agrário do Estado (SDR), Ivar Pavan, esteve
presente no ato, ao salientar que uma das prioridades do atual governo é o
incentivo à produção de alimentos saudáveis.

“Não apenas criamos uma secretaria, mas criamos políticas e colocamos no centro
da agricultura familiar a produção de alimentos saudáveis e a valorização
daqueles que produzem e se dedicam a produzir comida para alimentar a cidade”,
disse.

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Ao todo, existem 4.398 hectares de área plantada com o arroz, cuja produção é
desenvolvida por 501 famílias assentadas, distribuídas em 15 assentamentos de 12
municípios.

Giacomelli também salientou que devem ser produzidas 26,7 mil sacas de sementes
agroecológicas numa área de 249,7 hectares. Esta atividade envolve 22 famílias
de oito assentamentos, em sete municípios.

O assentamento Hugo Chávez (antigo Lagoa do Junco) é um dos pioneiros na
produção orgânica de arroz. Este ano, 11 famílias se dedicaram ao cultivo de 154
hectares.

O produto

O arroz agroecológico começou a ser cultivado em 1999 nos assentamentos de
Reforma Agrária da região metropolitana de Porto Alegre.

Em todas as etapas da cadeia produtiva – produção, agroindustrialização e
comercialização –, desde 2002 a qualidade recebe o certificado de produto
orgânico com base em normas nacionais e internacionais.

A produção segue os preceitos da agroecologia, dentro de um sistema que busca
estabelecer relação de integração entre o ser humano, recursos naturais e
equilíbrio bioquímico do ecossistema banhado.

O processo é coordenado pela Cooperativa Central dos Assentamentos do RS
(Coceargs) e pela Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto
Alegre (Cootap).

A iniciativa também é acompanhada e apoiada pelo Incra/RS. O Instituto regula o
plantio através de editais, lançados a cada safra, em que os produtores devem
observar o perímetro de irrigação, os lotes de parcelamento e as determinações
de licença ambiental.

In
http://www.mst.org.br/node/15802
6/3/2014

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