domingo, 16 de março de 2014

O capitalismo global está destruindo a raça humana****

O capitalismo global está destruindo a raça humana****

por Paul Craig Roberts (*)

Fora as armas nucleares, o capitalismo é a maior ameaça que a humanidade já
enfrentou. Ele levou a ganância a um patamar de força determinante da história.
A teoria econômica ensina que os movimentos financeiros a preços e lucros livres
garantem que o capitalismo produz o maior bem-estar para o maior número de
pessoas. Perdas indicam atividade econômica em que os custos excedem o valor da
produção, de modo que investimentos nestas áreas devem ser restritos. Lucros
indicam atividades em que o valor de produção excede o custo, que fazem o
investimento crescer. Os preços indicam a escassez relativa e o valor das
entradas e saídas, servindo assim para organizar a produção mais
eficientemente.Essa teoria nao é o que funciona quando o governo dos EUA
socializa custos e privatiza lucros, como vem sendo feito com o apoio do Banco
Central aos bancos “grandes demais para quebrarem” e quando um punhado de
instituições financeiras concentram tamanha atividade econômica. Bancos
“privados” subsidiados não são diferentes das outrora publicamente subsidiadas
indústrias da Grã Bretanha, França, Itália e dos países então países comunistas.
Os bancos impuseram os custos de sua incompetência, ganância e corrupção sobre
os contribuintes.

Na verdade, as empresas socializadas na Inglaterra e na França eram dirigidas
mais eficientemente, e nunca ameaçavam as economias nacionais, menos ainda o
mundo inteiro de ruína, como os bancos privados dos EUA, os “grande demais para
quebrar” o fazem. Os ingleses, franceses e os comunistas nunca tiveram 1 bilhão
de dólares anuais, para salvar um punhado de empresas financeiras corruptas e
incompetentes.Isso só ocorre no “capitalismo de livre mercado”, em que
capitalsitas, com a aprovação da corrupta Suprema Corte dos EUA, pode comprar o
governo, que os representa, e não o eleitorado. Assim, a tributação e o poder de
criação de dinheiro do governo são usados para bancar poucas instituições
financeiras às custas do resto do país. É isso o que significa “mercados
autorregulados”.Há muitos anos, Ralhp Gomery alertou que os danos para os
trabalhadores estadunidenses dos empregos no exterior seria superado pela
robótica. Gomery me disse que a propriedade de patentes tecnológicas é altamente
concentrada e que as inovações tornaram os robôs cada vez mais humanos em suas
capacidades. Consequentemente, a perspectiva para o emprego humano é sombria.As
palavras de Gomory reverberam em mim quando leio o informe da RT, de 15 de
fevereiro último, com especialistas de Harvard que construíram máquinas móveis
programadas com com termos lógicos de auto-organização e capazes de executarem
tarefas complexas sem direção central ou controle remoto.
A RT não entende as implicações. Em vez de levantar uma bandeira vermelha, a RT
se entusiasma: “as possibilidades são vastas. As máquinas podem ser feitas para
construir qualquer estrutura tri-dimensional por si sós, e com mínima instrução.
Mas o que é realmente impressionante é a sua capacidade de adaptação ao seu
ambiente de trabalho e a cada um deles; para calcular perdas, reorganizar
esforços e fazer ajustes. Já está claro que o desenvolvimento fará maravilhas
para a humanidade no espaço, e em lugares de difícil acesso e em outras
situações difíceis”.Do modo como o mundo está organizado, sob poucos e
imensamente poderosos e gananciosos interesses privados, a tecnologia nada fará
pela humanidade. A tecnologia significa que os humanos não serão mais requeridos
na força de trabalho e que os exércitos de robôs sem emoção tomarão o lugar dos
exércitos humanos e não há qualquer remorso quanto a destruir os humanos que os
desenvolveram. O quadro que emerge é mais ameaçador que as previsões de Alex
Jones. Diante da pequena demanda por trabalho humano, muito poucos pensadores
preveem que os ricos pretendem aniquilar a raça humana e viver num ambiente
dentre poucos, servidos por seus robôs. Se essa história ainda não foi escrita
como ficção científica, alguém deveria se dedicar a fazê-lo, antes que se torne
algo comum da realidade.Os cientistas de Harvard estão orgulhosos de sua
conquista, assim como sem dúvida estavam os participantes do Projeto Manhattan,
em relação à conquista por terem produzido uma arma nuclear. Mas o sucesso dos
cientistas do Projeto Manhattan não foi muito bom para os residentes de
Hiroshima e Nagasaki, e a perspectiva de uma guerra nuclear continua a lançar
uma nuvem negra sobre o mundo.A tecnologia de Harvard provará que é inimiga da
raça humana. Esse resultado não é necessário, mas os ideólogos do livre mercado
pensam que qualquer planejamento ou antecipação é uma interferência no mercado,
que sempre sabe melhor (daí a atual crise financeira e econômica). A ideologia
do livre mercado alia-se ao controle social e serve a interesses de curto prazo
de gananciosos grupos privados. Em vez de ser usada para a humanidade, a
tecnologia será usada para o lucro de um punhado.Essa é a intenção, mas qual é a
realidade? Como pode haver uma economia de consumo se não há emprego? Não pode,
que é o que estamos aprendendo gradativamente com a exportação de empregos pelas
corporações globais, para o exterior. Por um período limitado uma economia pode
continuar a funcionar na base de empregos de meio turno, rebaixamento de
salários, cartões de benefícios sociais – de segurança alimentar e
auxílio-desemprego.Quando a poupança cai, no entanto, quando os políticos sem
coração que demonizam os pobres cortam esses benefícios, a economia deixa de
produzir mercado para consumir os bens importados que as corporações trazem para
vender.Aqui vemos o fracasso total da mão invisível de Adam Smith. Cada
corporação em busca de vantagens gerenciais maiores, determinadas pelos lucros
obtidos em parte pela produção da destruição do mercado consumidor dos EUA e da
miséria maior de todos.A economia smithiana aplica-se a economias nas quais os
capitalistas têm algum sentido de vida comum com outros cidadãos do país, como o
tinha Henry Ford.

Algum tipo de pertencimento a um país ou a uma cidade. A globalização destrói
esse sentido. O capitalismo evoluiu ao ponto em que os interesses econômicos
mais poderosos, os interesses que controlam o próprio governo, não têm sentido
de obrigação com o país nos quais seus negócios estão registrados. Fora as armas
nucleares, o capitalismo é a maior ameaça que a humanidade já teve diante de
si.O capitalismo internacional levou a ganância a um patamar de força
determinante da história. O capitalismo desregulado e dirigido pela ganância
está destruindo as perspectivas de emprego no mundo desenvolvido e no mundo em
desenvolvimento, cujas agriculturas se tornaram monoculturas para exportação a
serviço dos capitalistas globais, para alimentarem a si mesmos. Quando vier a
quebradeira, os capitalistas deixarão “a outra” humanidade à míngua.Enquanto
isso, os capitalistas declaram, em seus encontros de cúpula, “que há muita gente
no mundo”.

(*) Diretor do Institute for Political Economy. Versão original do artigo aqui.

(**) Tradução: Louise Antônia León
Créditos da foto: Arquivo

http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Economia/O-capitalismo-global-esta-destruindo-a-raca-humana/7/30477

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