sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Venezuelanos Preferem Socialismo e Apoiam Maduro (Como Sempre): Pesquisa Hinterlaces


O mais recente instituto de pesquisas Hinterlaces da Venezuela divulgou, no
último dia 16, que 75% dos venezuelanos preferem o socialismo como modelo
econômico, diante de apenas 24% estão em desacordo. +
Edu Montesanti (*)
Do total de entrevistados, 61% manifestaram-se também favoráveis a que o Estado
conduza a economia do país e não o setor privado, contra 24% em desaprovação. +
No caso específico do petróleo da Venezuela, cuja privatização é o sonho de
consumo da oposição (elite) local, catadora de migalhas de Washington como no
caso de todo os empresários de mídia e todas as elites canino-vira-latas
latino-americanas, 74% dos venezolanos discordam que se deva privatizar a
Petróleos de Venezuela (PDVSA, estatal petroleira), enquanto apenas 23% está de
acordo.+

No mesmo sentido, 67% dos venezolanos discordam que se deva privatizar o serviço
de eletricidade, enquanto 32% está de acordo. 69% dos venezolanos está em
desacordo que se deva privatizar a estatal de telecomunicações Cantv, enquanto
30% concorda.+
Ao mesmo tempo, 63% da sociedade venezuelana não confia que um governo de
oposição possa resolver os problemas econômicos do país caribenho. +
A margem de erro, de acordo com Hinterlaces, é de 2,5 pontos para mais e para
menos. "Hinterlaces tem se comprovado como altamente profissional, e um sério
instituto de pesquisas", afirma paraPravda Brasil a socióloga venezuelana María
Páez Víctor, do centro de pesquisas Law Commission of Ontario no Canadá. "Tem
fornecido informações precisas, agrade ou não apoiantes de governo e oposição".+
Este cenário não é novidade em se tratando da Venezuela, e de qualquer cidadão
em qualquer parte do mundo minimamente informado, que não se permita ter a mente
pateticamente pautada pelos grandes meios, sabidamente, de idiotização em massa.
+
Para a professora doutora María Paéz, estes resultados indicam nada mais que uma
preferência histórica da maioria dos venezuelanos pelo modelo socialista,
anterior à própria implementação da Revolução Bolivariana. "O que ocorre é que,
especialmente durante a Guerra Fria, os políticos, as elites e a mídia
demonizaram qualquer tipo de socialismo".+
Desde 1998, nunca houve tantas eleições na Venezuela - sistema eleitoral
reconhecido internacionalmente como seguro, e pelo ex-presidente norte-americano
Jimmy Carter em 2012 como o mais confiável do mundo -, ao mesmo tempo que os
governos bolivarianos têm incentivado a liberdade de expressão e o debate entre
a sociedade. "Esses resultados indicam que a Revolução Bolivariana nos últimos
18 anos permitiu que as pessoas pensassem, discutiseem, observassem e chegassem
a suas próprias conclusões com base em suas próprias experiências de vida, que
indica que a grande maioria dos venezuelanos está melhor que em 1999, e em todos
os anos anteriores", observa a pesquisadora. +
Desde que Hugo Chávez venceu esmagadoramente o sufrágio universal pela primeira
vez em 1998 - rompendo com a ditadura econômica do FMI, nacionalizando o
petróleo, reverendo seus ganhos à sociedade e confrontando abertamente os crimes
internacionais do regime de Washington especialmente no Afeganistão e Iraque -,
passando pelo atual governo de Nicolás Maduro, seu sucessor, a sociedade
venezuelana vem manifestando continuamente preferência pelo sistema socialista,
e seu apoio especificamente à Revolução Bolivariana e seus respectivos governos
(Chávez de 1999 a 2013, e Maduro desde então). +
Por outro lado, tampouco é algo novo que a oportunista, altamente suja e
violenta oposição venezuelana manipule os números, como tem feito agora
computando a seu favor, através exatamente da grande mídia, opiniões que
manifestam "alguma [pouca] confiança" em seu setor, qualificando-as de
"confiantes" nos representantes da elite venezuelana, frequentadores assíduos de
Miami e Washington desde o fracassado golpe de 48 horas contra Chávez em 2002,
comprovadamente arquitetado e financiado, diretamente, por George Bush com apoio
dos mesmos personagens que hoje tentam derrubar Maduro através de golpe e da
violência indiscriminada nas ruas.+
O Que a Grande Mídia de Alopração em Massa Nunca Quis Ver
Pouco antes, em 9 de julho Hinterlaces havia divulgado que 54% dos venezuelanos
apoiam uma nova Constituição, a fim de aperfeiçoar as conquistas sociais
proporcionadas pela Revolução Bolivariana (veja alguns dados mais abaixo),
diante de 44% em desacordo. +
Em fevereiro deste ano, Pravda Brasil relatava que pesquisas Hinterlaces
apontavam que, a que pesassem a guerra midiática e econômica contra a Venezuela,
o Partido Socialista Venezuelano continuava sendo o mais popular do País.
Segundo a sondagem de então, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV)
liderava amplamente a preferência eleitoral com 29%, enquanto outros partidos
pequenos da aliança governista denominada Gran Polo Patriótico somavam 1%,
totalizando 30% a aprovação da sociedade em relação aos partidos que conduzem a
Revolução Bolivariana. +
No início de 2014, quando a oposição saiu à ruas e atacou civis e edifícios
públicos gerando o caos e 43 assassinatos na Venezuela, através das chamadas
guarimbas reproduzidas de maneira completamente distorcido pela grande mídia
internacional, o otimismo da maioria dos 10 mil entrevistados venezuelanos entre
15 e 29 anos de idade (que formam 60% do total da população) de todo o país eram
mais uma vez evidentes, através da II Encuesta Nacional de la Juventud que,
inclusive deslegitimando as guarimbas, informou que:+
● 60% consideravam que o melhor sistema era o socialismo, contra 21% que
preferuam o capitalismo.+
● 90% acreditavam que seu diploma universitário lhes proporcionaria "muitas ou
variadas possibilidades profissionais";
 ● 93% afirmavam que poderiam aspirar, dali em diante, a um emprego melhor que o
que tinham à época;
 ● 98% continuariam estudando, considerando que os estudos lhes serviriam para
conseguir um trabalho satisfatório (compare-se esses índices com os da Espanha
então, que tinha 56% de desemprego juvenil e centenas de milhares de
universitários que se perguntavam para que lhes serviram tantos anos de estudo);
 ● 77% dos jovens apontavam que se ficariam no país, contra apenas 13% que
afirmavam desejar sair,+
Para o jornalista espanhol Alejandro Fierro à época, "esses percentuais
contrariam a propaganda midiática, de que a juventude deseja fugir da
Venezuela".+
Desde então, pesquisas têm também apontado que a maioria da sociedade
venezuelana rejeita as manifestações violentas da oposição armada, que,
apresentadas distorcidamente pela grande mídia internacional, acabam
incriminando ao presidente Maduro, e aprova maciçamente as iniciativas de
diálogo e paz propostas pelo governo bolivariano.+
Secretamente, Washington Desdenha de Opositores que Publicamente Apoia
Em abril do ano passado, seguindo também a tendência desde que Chávez chegou ao
Palácio de Miraflores, o mesmo Hinterlaces divulgava que 61% dos venezuelanos
não confiavam que um governo de oposição pudesse resolver os problemas
econômicos do país. 55% da população preferia que o governo bolivariano,
liderado pelo presidente Nicolás Maduro, seguisse sendo o promotor de uma
mudança positiva na economia nacional.+
Diante disso, vale recordar o cabo secreto emitido pela "Embaixada" (centro de
espionagem) dos Estados Unidos em Caracas em abril de 2006, em que
ridicularizavam o mesmo que publicamente sempre apoiaram, Henry Ramos Allup, um
dos principais personagens da oposição venezuelana e tão forte quanto
precariamente defendido pelo grandes meios de imbecilização das massas.
Liberadopor WikiLeaks anos mais tarde, o telegrama apontava o líder
oposicionista como de baixo nível intelectual, pessoal: ignorante, arrogante e
truculento. +
Ao longo destes anos de Revolução Bolivariana, nem sequer Washington confia em
seus fantoches sub-produzidos pela mídia comercial tão defendidos por ela e por
seus cérebros indevidamente lavados, indecentemente.+
Todos estes fatos foram testificados por este autor no giro recente pela
Venezuela, de ponta a ponta ouvindo e registrando o relato de civis dos mais
diversos segmentos e vertentes políticas, bem como funcionários do governo
bolivariano: a única hostilidade sofrida pelo autor partiu exatamente da
oposição, através de expulsão de mercado público enquanto entrevistava
defensores da Revolução Bolivariana, enquanto as massas defendiam fervorosamente
o governo em um país pacífico que respira revolução cidadã - e é exatamente isso
que tem garantido a permanência de Maduro na presidência, diante das agressivas
tentativas continuadas de golpe.+
Motivos de Tanto Apoio: Revolução Bolivariana em Contexto
Enquanto o Brasil de Temer, apoiado por Washington, padece de falta de papel
para a impressão de passaportes - sem nenhum tipo de indignação das classes
média e alta que sempre defenderam o impedimento da ex-presidenta Dilma
Rousseff, em favor de uma precariamente prometida Ponte para o Futuro que desde
o inícios e mostrava uma grande farsa -, a Venezuela, apesar de todo o boicote
econômico através de armazenamento ilegal e contrabando de produtos básicos à
Colômbia, apresenta uma verdadeira revolução social.+
Algumas dessas conquistas - que em junho de 2013 rendeu, na Europa, premiação da
ONU ao presidente Maduro (nada noticiado no Brasil, muito pouco na imprensa
internacional) - são:
 ● Estado livre do analfabetismo segundo declaração da Unesco em 2005. Até
agora, são cerca de 3 milhões de pessoas alfabetizadas pós-governo bolivariano,
inclusive nas línguas indígenas;
 ● Assistência médica e educação gratuitas e acessíveis a todos. Antes de Hugo
Chávez assumir a presidência, o país contava com 20 médicos para cada 100 mil
habitantes; atualmente, este número está acima do dobro de doutores disponíveis:
65. O governo bolivariano construiu mais de 13.721 clínicas em bairros que,
anteriormente, o Estado não alcançava, e o sistema público de saúde conta com 95
mil médicos;
 ● Para a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe), a Venezuela
era um dos países mais desiguais da América Latina pré-governo bolivariano, e
hoje o país é o menos desigual da região;
 ● Desde que assumiu o Palácio de Miraflores em 2013, o presidente Maduro, que
em 2014 foi o líder mais popular da América Latina segundo pesquisa da
(Colômbia), já elevou o salário mínimo acima da inflação 17 vezes - a última em
janeiro deste ano, em 50%, proporcionando ganhos reais aos trabalhadores.
Durante os últimos 16 anos dos governos da chamada IV República concluídos em
1999, em que a oposição esteva no poder, produziu-se nove ajustes salariais,
enquanto que ao longo destes primeiros 17 anos de Revolução Bolivariana
implementou-se, até agora, 37 aumentos;
 ● Apesar do forte boicote econômico que enfrenta, e contrariando a velha
retórica da raivosa e retrógrada ultra-direita latino-americana a qual prega que
ações sociais são gasto e não investimento, o governo da República Bolivariana
da Venezuela aprovou para 2017 aplicação de 73,6% do Orçamento Nacional,
estimado em 8,4 bilhões de bolívares (847.9 milhões de dólares), em projetos
sociais, fazendo avançar o socialismo do século XXI (trata-se dos maiores
investimentos sociais da América Latina);
 ● Desde 2011, o governo venezuelano já entregou quase 1,4 milhões de casas
populares. Tais números representam quase a mesma quantidade de moradias
construídas pela oposição, em 40 anos (muitas delas inconclusas, com espaço
reduzido ou até mesmo, no país que possui as maiores reservas petrolíferas do
mundo, sem serviços básicos);
 ● Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) para a Alimentação e a
Agricultura (FAO), sob a presidência de Chávez a Venezuela reduziu em 75% a
proporção de pessoas em pobreza extrema, e com Maduro tornou-se exemplo mundial
no combate à fome e à desnutrição: erradicou a primeira com mais de 3 anos de
antecedência em relação às Metas do Milênio estipuladas pela ONU (2015), e a
segunda já foi reduzida de 13,6 para 2,4 nos anos de governo bolivariano. Em
julho do ano passado, o presidente venezuelano foi premiado pelas Nações Unidas
na Europa, por tais conquistas;
 ● Entre 1999 e 2016, a pobreza extrema apresentou queda livre como em nenhum
outro país da região: de 21% em 1999, despencou para 4,4% da sociedade em 2016.
E os níveis de pobreza foram reduzidos de 49% a uma taxa de cerca de 20% da
sociedade hoje;
 ● As pensões estão garantidas após apenas 25 anos de trabalho. Os que trabalham
na economia informal têm pensão do Estado garantida. Há ainda programas de
capacitação profissional, e ajuda a pequenas e médias empresas;
 ● O aumento da geração de empregos bate recorde em 20 anos na Venezuela;
 ● Segundo a professora da Universidade Central da Venezuela, Mariclein Stelling
para a revista Caros Amigos (novembro de 2012, pág. 12), "[A sociedade local
hoje] Têm direitos a ter direitos. Não somos mas uma sociedade submissa,
esperando um favor de uma escola. Aqui já existe um processo de pró-atividade
política. Antes não era assim, o pobre era sempre pobre e não tinha vontade de
crescer. As pessoas sabem o que é controle social, o que é poder popular, já
estão organizadas em coletivo".
 ● A educação é gratuita e acessível a todos, do ensino básico ao universitário.
A Venezuela é o segundo na América Latina e o quinto no mundo com as maiores
proporções de estudantes universitários que cresceu em mais de 800% no governo
bolivariano, com cerca de 75% da educação superior pública que faze do país
latino-americano com o maior número de universidades públicas. Os estudantes têm
computadores portáteis e tabletes de uso gratuito para os estudos. Hoje, 60% dos
professores venezuelanos pertencem à rede pública, com salário elevado na última
década;
 ● Os meios de comunicação, especialmente comunitários, expandiram-se em todo o
país, dando mais espaço para a expressão de vozes diversificadas, respeitando
inclusive as diferenças culturais da Venezuela;
 ● O aceso à Internet tem aumentado consideravelmente, e o governo bolivariano
também tem construído centenas de "infocentros" públicos com acesso a
computadores e conexão à Internet gratuita em todo o país.+
Poltrona dos Medos, Fobias e Intolerância: Morada Reacionária
Eis mais um capítulo, documentalmente evidente, do mundo invertido, diariamente
vendido pela grande mídia aplaudida alegremente por milhões de consumidores de
desinformação completamente dessituados, para os quais nem sequer testemunhos
locais, estatísticas e documentos oficiais são suficientes para deslavar o
cérebro, o que confrontaria seus medos e fobias: encarar a realidade dos fatos é
para poucos.
 O inverso, isto é, seguir a corrente predominante imposta pelos donos do poder,
sem dúvida é uma situação bem mais cômoda em um mundo que glorifica os iguais, a
estupidez, a ignorância e a passividade incondicional - muitas vezes,
especialmente no Brasil, disfarçada de esquerda tão fajuta que já nem ela mesma
acredita em si e incapaz, mesmo nos momentos mais críticos do País, de ir além
dos minguados piqueniques de rua com cafonas carros de som e um punhado de
bandeiras de sindicatos e movimentos cooptados por partidos neo-oligárquicos
como o PT, na essência um bando de defensores de interesses
político-partidários, exatamente por isso sem a menor capacidade de luta e
reação. +

Enfim, a outra face de uma mesma moeda reacionária - porém bem mais frágil que o
reacionários mais autênticos - pobremente travestida de revolucionária.
 Diante disso tudo, é clarividente que na sociedade venezuelana com sua
Revolução Bolivariana reside a grande esperança da humanidade neste catastrófico
século XXI. Como bradam em coro constantemente Maduro e seu tão amado povo
"Viveremos e venceremos!".+
_______

(*) Edu Montesanti é autor de Mentiras e Crimes da "Guerra ao Terror" (2012).
Escreve para aRevista Caros Amigos, Pravda Brasil, Pravda Report (Rússia),
Telesur English (Venezuela) e Global Research (Canadá). É tradutor dos sítios de
Abuelas de Plaza de Mayo (Argentina) e Revolutionary Association of the Women of
Afghanistan. +


In
PRAVDA.RU
http://port.pravda.ru/mundo/22-07-2017/43689-venezuelanos_socialismo-0/
22/7/2017

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