sábado, 31 de outubro de 2020

 
  Os arquitectos do "Grande Reinício" e a teoria económica

*por Matthew Ehret [*]

Não deveria surpreender que a vice-presidente do Banco Mundial, Carmen
Reinhardt tenha advertido em 15 de Outubro
<https://www.bloomberg.com/news/articles/2020-10-16/carmen-reinhart-sees-risk-financial-crisis-emerges-from-pandemic>
que um novo desastre financeiro se agigante ameaçadoramente no horizonte
com um vasto incumprimento de dívidas soberanas e incumprimento de
dívidas corporativas. Só nos últimos seis meses os resgates /(bailouts)
/ desencadeados pela explosão do sistema induzidos pelo confinamento do
Coronavirus a Reserva Federal dos EUA criou 3,4 milhões de milhões de
dólares a partir do nada, observou Reinhardt, ao passo que levou 40 anos
para criar US$14 milhões de milhões. Enquanto isso, economistas em
pânico gritam que bancos de ambos os lados do Atlântico devem
desencadear ainda mais facilidades quantitativas /(quantitative easing)
/ que ameaçam transformar o nosso dinheiro em papel higiénico e, ao
mesmo tempo, consentir em infinitos confinamentos como resposta a uma
doença que tem níveis de fatalidade de uma gripe comum.

O próprio facto de o colapso se aproximar não deveria ser uma surpresa –
especialmente quando nos lembramos dos US$1 500 milhões de milhões
/(quadrillion) / de produtos financeiros derivados que assumiram o
controle de uma economia mundial que gera uns meros US$80 milhões de
milhões por ano em bens transacionáveis e comércio. Estas apostas
nebulosas em seguros sobre apostas sobre dívidas colaterizadas
conhecidas como "derivativos" nem sequer existiam há algumas décadas e o
facto é que não importa o que a Reserva Federal e o Banco Central
Europeu tenham tentado fazer para impedir uma nova ruptura da bolha
financeira deste casino super-extenso – nada funcionou. Taxas de juros
de zero a negativas não funcionaram, a abertura de empréstimos
/overnight / de 100 mil milhões de dólares por noite para bancos
insolventes não funcionou – nem os 4,5 milhões de milhões dos resgates
desencadeados desde Março de 2020. Não importa o que esses magos
financeiros tentem fazer, as coisas ficam cada vez pior. Ao invés de
reconhecer o que realmente está a acontecer, foram seleccionados bodes
expiatórios para desviar a culpa da realidade a ponto de a actual crise
ser atribuída ao Coronavírus!

*Isto vai muito além do COVID-19 *

Deixem-me declarar sem rodeios: Embora o Coronavírus possa de facto ser
o catalisador da explosão financeira que se aproxima, é o cúmulo da
estupidez acreditar que é a causa, pois as sementes da crise são mais
profundas e tiveram origem muito antes de a maioria das pessoas estar
preparada para admiti-lo.

Para começar a obter um diagnóstico mais verdadeiro, é útil pensar numa
economia em termos reais (ao invés de puramente financeiros) – isto é:
pense simplesmente na economia como um sistema total no qual existe o
corpo da humanidade (todas as culturas, nações e famílias do mundo).

Esta coexistência está baseada em certos poderes necessários de produção
de alimentos, vestuário, bens de capital, infraestruturas (hard e soft),
transportes e produçao de energia. Depois de as matérias-primas serem
transformadas em produtos acabados, estes bens físicos e serviços
movem-se de A para B e são consumidos. Isto é muito semelhante ao
metabolismo que mantém um corpo vivo.

Portanto, como as populações tendem a crescer geometricamente, ao passo
que os recursos se esgotam aritmeticamente, procuras constantes de novas
descobertas e aplicações tecnológicas são também necessárias para
atender e melhorar as necessidades de uma humanidade em crescimento.
Este último factor é realmente o mais importante porque toca no elemento
de princípio que distingue a humanidade de todas as outras formas de
vida no ecossistema, o qual Lincoln identificou admiravelmente em 1859
no seu Discurso sobre descobertas e invenções
<http://www.abrahamlincolnonline.org/lincoln/speeches/discoveries.htm> :

    "Toda a criação é uma mina e cada homem, um mineiro. Toda a terra, e
    tudo dentro dela, sobre ela e ao redor dela, incluindo ele mesmo, na
    sua natureza física, moral e intelectual e suas susceptibilidades,,
    são as "pistas" infinitamente variadas a partir das quais, o homem,
    desde o início, teve de escavar o seu destino ... O homem não é o
    único animal que trabalha; mas ele é o único que melhora sua
    destreza no trabalho. Esta melhoria, ele efectua-a por meio de
    Descobertas e Invenções".

Num discurso de 2016 do presidente Xi Jinping, os princípios do
entendimento de Lincoln foram expostos pelo estadista chinês que disse:

    "Devemos considerar a inovação como a principal força motriz do
    crescimento e o núcleo de todo este empreendimento, bem como os
    recursos humanos como a fonte primária de apoio ao desenvolvimento.
    Deveríamos promover a inovação na teoria, sistemas, ciência e
    tecnologia e cultura e fazer da inovação o tema dominante do
    trabalho do Partido, do governo e da actividade quotidiana na
    sociedade... No século XVI, a sociedade humana entrou num período
    sem precedentes de inovação activa. As conquistas em inovação
    científica nos últimos cinco séculos excederam a soma total de
    vários milénios anteriores. Todas as revoluções científicas e
    industriais mudaram profundamente a perspectiva e o padrão do
    desenvolvimento mundial (...) Desde a segunda Revolução Industrial,
    os EUA mantiveram a hegemonia global porque sempre foram o líder e
    os maiores beneficiários do progresso científico e industrial ".

O que Lincoln e Xi disseram separados por 150 anos não são meras
hipóteses, mas factos elementares da vida que mesmo o mais fervoroso
adorador de dinheiro não consegue contornar.

Claro que o dinheiro é uma ferramenta perfeitamente útil para facilitar
o comércio e contornar o problema espinhoso de carregar mercadorias para
escambo o tempo todo, mas na verdade é apenas isso: *um elemento de
apoio para um processo físico de manutenção e melhoria da existência que
transcende gerações. * Quando os tolos se permitem perder de vista este
facto e elevar a moeda ao status de origem de todo valor (simplesmente
porque todos a querem), então nos encontramos muito fora da esfera da
realidade e no mundo de Alice no País das Maravilhas de Alan Greenspan,
mundo de fantasia onde o alto é baixo, o bom é mau e os humanos são
pouco mais que macacos maldosos.

Então, tendo isso em mente, vamos tomar este conceito e olhar para trás,
até à a crise de hoje.

*O 'Big Bang' de Londres *

A grande "liberalização" do comércio mundial começou com uma série de
ondas ao longo da década ao longo da década de 1970 e acelerou-se com os
aumentos das taxas de juros do presidente do Reserva Federal, Paul
Volcker, em 1980-82, cujos efeitos aniquilaram grande parte dos pequenos
e médios empresários, abriram as portas da especulação para a derrocada
das Caixas Económicas /("Savings and Loan") / e também ajudaram a
cartelizar empresas mineiras, alimentares e instituições financeiras em
gigantes colossais ainda maiores. O próprio Volcker descreveu este
processo como a "desintegração controlada da economia dos Estados
Unidos" ao tornar-se presidente da Reserva Federal em 1978. A elevação
das taxas de juros para 20-21% não só interrompeu o sangue vital de
grande parte da base económica dos Estados Unidos como também lançou o
terceiro mundo numa maior escravidão da dívida, pois os países passaram
então a pagar juros usurários sobre empréstimos dos EUA.

Em 1986, a City de Londres anunciou o início de uma nova era de
irracionalismo económico com a desregulamentação, o "Big Bang" de
Margaret Thatcher. Esta onda de liberalização tomou o mundo como uma
tempestade, pois varreu a separação entre bancos comerciais, de
depósitos e de investimentos, a qual fora a pedra angular do pós-guerra
mundial para assegurar que a vontade da finança privada nunca mais
voltasse a predominar sobre o poder estados-nação soberanos. Para os que
possam estar confusos sobre a mão orientadora de Londres neste processo,
encorajo-os a ler o ensaio impecável de Cynthia Chung "Sugar and Spice,
and Everything Vice: The Empire's Sin City of London"
<https://canadianpatriot.org/2020/03/09/sugar-and-spice-and-everything-vice-the-empires-sin-city-of-london/>
.

*Greenspan e a desintegração controlada da economia *

Quando Alan Greenspan enfrentou a crise financeira de Outubro de 1987,
os mercados haviam entrado num colapso de 28,5% e a economia americana
já estava a sofrer uma queda iniciada 16 anos antes, quando o dólar foi
retirado da taxa de câmbio fixa e passou a "flutuar" num mundo de
especulação. Este afastamento do modelo de crescimento industrial de
1938-1971 inaugurou um novo paradigma de "pós-industrialismo" (também
conhecido como: desnudar a nação) sob a nova lógica da "globalização".
Esta decisão louca foi celebrada como a "sociedade de colarinho branco"
voltada para o consumidor, que não mais se preocuparia com "coisas
intangíveis" como "o futuro", a manutenção das infraestruturas ou o
"crescimento". Sob este novo paradigma, se algo não pudesse gerar um
lucro monetário dentro de três anos, não valia a pena fazer.

Paul Volcker (o antecessor de Greenspan no Reserva Federal) exemplificou
esse distanciamento da realidade quando em 1977 clamou pela
desintegração controlada da sociedade
<https://larouchepub.com/eiw/public/1986/eirv13n21-19860523/eirv13n21-19860523_004-what_volcker_really_meant_by_con.pdf>
e agiu em conformidade, mantendo as taxas de juros acima de 20% durante
dois anos, destruindo pequenas e médias empresas da agricultura e da
indústria por toda a América (e no mundo). Greenspan confrontou a crise
de 1987 com todo o entusiasmo da sua magia negra: e ao invés reconectar
a economia à realidade física e reconstruir a decadente base industrial,
optou ao invés por normalizar "instrumentos financeiros criativos" na
forma de "derivativos", os quais rapidamente cresceram de vários
milhares de milhões de dólares em 1988, para 2 milhões de milhões em
1992 e 70 milhões de milhões em 1999.

Distribuição da força de trabalho por sector.

"Instrumentos financeiros criativos" foi o nome orwelliano dado aos
novos activos financeiros popularizados por Greenspan, também conhecidos
como "derivativos". Novas tecnologias de supercomputação foram cada vez
mais usadas nesta nova aventura, não como suporte para superiores
práticas de construção das nações e programas de exploração espacial
como pretendiam as suas origens da NASA, mas ao invés tornar-se-iam
pervertidas para acomodar a criação de novas fórmulas complexas que
podiam associar valores a preços diferenciais sobre títulos e dívidas
com seguros que podiam então ser "cobertas" /("hedged") / [1] <#nr>
naqueles mesmos mercados de futuros tornados possíveis em 1971 através
da destruição do sistema de Bretton Woods. Assim, enquanto um monstro
exponencialmente autogerado crescia e que não podia terminar a não ser
num colapso, a "confiança do mercado" recuperou em força com o novo
fluxo de dinheiro fácil. O potencial físico para sustentar a vida humana
continuou a afundar.

*O NAFTA, o euro e o fim da história *

Não é por coincidência que neste período, outro tratado mortal foi
aprovado: o chamado Acordo de Livre Comércio da América do Norte
(NAFTA). Com este Acordo tornado lei, os programas de protecção que
haviam mantido em funcionamento fábricas nos EUA e no Canadá foram
eliminados, permitindo a exportação da vital força de trabalho
industrial altamente qualificada para o México, onde as qualificações
eram baixas, as tecnologias mais baixas e os salários ainda mais baixos.
Com o despojamento dos seus activos produtivos, a América do Norte
tornou-se cada vez mais dependente da exportação de recursos e serviços
baratos para manter os seus meios de subsistência. Mais uma vez, os
poderes fisicamente produtivos da sociedade entrariam em colapso, mas os
lucros monetários no efémero "agora" disparariam. Isto foi replicado na
Europa com a criação do Tratado de Maastricht em 1992 estabelecendo o
Euro em 1994, enquanto a "liberalização" do processo da Perestroika
replicava esta agenda na antiga União Soviética. Algumas personalidades
deram a esta agenda o nome de "Fim da História" e outras de "Nova Ordem
Mundial", o efeito era o mesmo.

A banca universal, o NAFTA, a integração do euro e a criação da economia
dos derivativos financeiros induziriam no espaço de apenas alguns anos
uma cartelização da finança por meio de fusões e aquisições recentemente
legalizadas a um ritmo jamais visto antes. A multidão de instituições
financeiras que existiam no princípio da década de 1980 foi absorvida
umas nas outras em grande velocidade ao longo da década de 1990, na
verdadeira "sobrevivência do mais apto". Independentemente do nível de
regulamentação tentado sob esta nova estrutura, o grau de conflito de
interesses privados e do poder político eram incontroláveis, como
evidenciado nos Estados Unidos, pela paralisação de qualquer tentativa
do chefe da Comissão de Valores Mobiliários (SEC), Brooksley Born
<https://www.brennancenter.org/blog/cassandras-our-time-brooksley-born-and-ann-ravel%22%20/t%20%22_blank>
, de combater o cancro dos derivativos na sua etapa inicial.

Quando Bill Clinton em 1999 revogou a lei Glass-Steagall de separação
dos bancos comerciais e dos de investimento como seu último ato no
cargo, os especuladores tiveram acesso ilimitado a poupanças e pensões
que usaram a seu bel prazer jogando com o dinheiro dos outros. Esta nova
bolha continuou por mais alguns anos até que a bomba-relógio US$700
milhões de milhões de derivativos encontrou um novo disparador e o
mercado de hipotecas subprime quase fez rebentar o sistema. Tal como em
1987, e o colapso de 2001 da bolha do Y2K, os aprendizes de feiticeiros
adoradores de Mammon no BCE e na Reserva Federal resolveram esta crise
criando um novo sistema de "resgate" ("bailout") que perdurou mais uma
década.

*Os frenéticos anos 2000-2008 *

Com a remoção da lei Glass-Steagall, capital legítimo tal como o dos
fundos de pensão, poderia ser usado para iniciar uma cobertura para
acabar com todas as coberturas /(hedges). / Milhares de milhões foram
então despejados em títulos suportados em hipotecas /(mortgage-backed
securities, MBS), / um mercado que fora artificialmente afundado para
níveis recordes de baixas taxas de juros, de 1-2%, durante mais de um
ano pela Reserva Federal dos EUA, tornando fácil a tomada de empréstimos
e os retornos sobre os investimentos em MBS obscenos. A obscenidade
inchou à medida que os valores das casas dispararam muito além dos
valores reais, chegando casas de cem mil dólares a serem vendidas por 5
a 6 vezes esse preço no intervalo de vários anos. Contanto que ninguém
presumisse que este crescimento era anormal e fosse ignorada a natureza
impagável do capital subjacente aos ativos alavancados, bloqueados nas
agora infames "subprimes" e outras obrigações ilegítimas de dívida,
então os lucros supostamente continuariam infinitamente. Alguém que
questionasse esta lógica era considerado herege pelo sacerdócio
contemporâneo.

O espantoso "êxito" da titularização de dívidas habitacionais induziu de
imediato uma onda de fundos de riqueza soberana a ganharem proeminência
aplicando o mesmo modelo que fora usado no caso dos títulos baseados em
hipotecas (MBS) e das obrigações de dívida colateralizada
/(collateralized debt obligations, CDO) / às dívidas dos Estados. A
titularização de pacotes de dívidas soberanas agrupadas que podiam então
infinitamente alavancadas nos mercados mundiais desregulamentados já não
seria mais considerado um acto de traição nacional, mas sim a chave para
dinheiro fácil.

*A horrível verdade da crise atual *

Novas bolhas "subprime" foram criadas no sector da Dívida Corporativa a
qual aumentou para mais de US$13,8 milhões de milhões (um aumento de 16%
em relação ao ano anterior). Um quarto da mesma é considerada lixo e
metade classificada como BB pela Moodies (um degrau acima de lixo).

As dívidas de habitações, de automóveis e de estudantes dispararam e,
como os salários não acompanharam a inflação, provocaram ainda mais
dívidas impagáveis, levando ao desespero. Desde 1971 os empregos
industriais entraram em colapso, substituídos por empregos em serviços
mal pagos expandiram-se como uma praga.

O último relatório da American Society of Civil Engineers concluiu que a
América precisa desesperadamente de gastar US$4,5 milhões de milhões só
para trazer sua decadente infraestrutura para níveis de segurança.
Estradas, pontes, caminhos-de-ferro, barragens, aeroportos, escolas,
tudo isto ficou no limite de segurança com a idade média das barragens
beirando os 56 anos e muitas tubagens de água com mais de 100 anos, além
de linhas de transmissão/distribuição eléctrica bem acima dos 60 anos.
As fábricas que outrora atendiam às necessidades das infraestruturas há
muito foram deslocalizadas e grande parte da força de trabalho produtiva
que tinha o conhecimento vivo para construir uma nação está aposentada
ou morta, deixando uma lacuna geracional de conhecimentos, preenchida
por jovens que nunca souberam a que se assemelha uma economia produtiva.

Os agricultores americanos foram provavelmente os mais devastados por
tudo isto, com perdas dramáticas de população em todo o cinturão
agrícola da América. A idade média dos agricultores agora é de 60 anos.
Recentemente, foi relatado que 82% rendimento familiar agrícola dos EUA
não vem de fora da agricultura, uma vez que mega cartéis assumiram todos
os aspectos da agricultura (equipamentos/fornecimentos, embalagens e
mesmo a agricultura propriamente dita).

Combinado com a destruição internacionalmente controlada do
abastecimento global de alimentos, o COVID garantiu que os suprimentos
da estratégica cadeia alimentar estão a ser dilacerados, com a ONU
relatando a pior crise alimentar em mais de 50 anos
<https://www.theguardian.com/society/2020/jun/09/world-faces-worst-food-crisis-50-years-un-coronavirus>
(isto sem contar com a explosão da bolha financeira que se aproxima).

Por que se permitiu que tudo isto acontecesse? Bem, além da intenção
óbvia de induzir "uma desintegração controlada da economia", como
Volcker declarou tão friamente, a ideia sempre foi criar as condições
descritas em 1992 pelo falecido Maurice Strong (sociopata e planeador
extraordinário dos Rothschild) quando retoricamente perguntou :

    "E se um pequeno grupo de líderes mundiais concluísse que o
    principal risco para a Terra provém das acções dos países ricos? E
    se para o mundo sobreviver, esses países ricos tivessem que assinar
    um acordo reduzindo o seu impacto sobre o meio ambiente. Será que
    fariam isso? A conclusão do grupo é "não". Os países ricos não o
    farão. Eles não irão mudar. Assim, para salvar o planeta, o grupo
    decide: Não será a única esperança para o planeta que as
    civilizações industrializadas entrem em colapso? Não será a nossa
    responsabilidade fazer com que isso aconteça?"

*Como podemos voltar a uma economia saudável? *

Tal como qualquer viciado que acorda uma manhã em ressaca com o terror
repentino de que sua morte está próxima, o primeiro passo é admitir que
temos um problema. Isto significa simplesmente: reconhecer a verdadeira
natureza da actual calamidade económica ao invés de tentar culpar o
"coronavírus" ou a China ou algum outro bode expiatório.

O passo seguinte é começar a actuar sobre a realidade em vez de
continuar a tomar heroína (uma bela metáfora para o vício na especulação
com derivativos).

Um primeiro passo óbvio para esta recuperação envolve
<https://canadianpatriot.org/2013/09/11/cyprus-bail-ins-coming-to-canada-pass-glass-steagall-now/>
restabelecer a lei Glass-Steagal [2] <#nr> a fim de 1) fragmentar os
bancos "demasiado grandes para falirem" e 2) impor um padrão para
distinguir o valor "falso" e do valor "legítimo", o qual actualmente
está ausente da psique moderna que perdeu todo o sentido das
necessidades versus desejos. Isto permitiria às nações expurgarem a
dívida fictícia impagável e outras pretensões do sistema, preservando
tudo o que está vinculado à economia real (tudo o que está directamente
conectado à vida). Este processo é análogo a uma operação de remoção de
um tumor canceroso.

Esse acto seria muito semelhante ao que Franklin Roosevelt fez em 1933,
o qual esbocei no meu recente artigo Hyperinflation, Fascism and War:
How the New World Order May be Defeated Once More
<https://thesaker.is/hyperinflation-fascism-and-war-how-the-new-world-order-may-be-defeated-once-more/>
.

Neste ponto, os Estados-nação terão reafirmado a sua verdadeira
autoridade sobre os piratas das finanças privadas que controlam o
sistema financeiro transatlântico como pretensos deuses do Olimpo
(pervertidos em vícios sem limites e tudo o mais).

Deveria ser óbvio para todos que os Estados Unidos devem retirar a
cabeça da areia antes que seja demasiado tarde, pela imposição destas
reformas aos sociopatas assassinos da Wall Street e de Londres, os quais
preferem promover um "Grande Reinício"
<https://canadianpatriot.org/2020/07/16/the-great-reset-fraud/> /("Great
Reset") / na economia mundial sob a névoa do COVID a fim de controlar os
termos do rebentamento da bolha financeira e também as regras do novo
sistema operacional pós- nação-estado que pretendem ver como uma
"solução" (final).

NR
[1] Hedge <https://pt.wikipedia.org/wiki/Cobertura_(finan%C3%A7as)> :
Cobertura ao instrumento que visa proteger operações financeiras contra
o risco de grandes variações de preço de um determinado activo. Hedge é
uma operação que reduz ou elimina o risco da variação indesejada de preços.
[2] Esta proposta mostra a incompreensão do autor quanto ao
funcionamento da economia capitalista e os limites do progressismo. A
legislação Glass-Steagall foi revogada precisamente porque a classe
dominante já não conseguia mais extrair lucros da forma "normal", ou
seja, a partir da mais-valia extraída dos trabalhadores (circuito
D-M-D'). Daí o fenómeno da financiarização (circuito D-D'). A proposta
do autor é de um retorno ao passado, mantendo em vigor este modo de
produção.

*[*] Editor-chefe da Canadian Patriot Review
<http://canadianpatriot.org/about-us/> , perito da Tactical talk
<https://tacticaltalk.net/about/> e autor de três volumes da série de
livros /Untold History of Canada. / Em 2019, foi cofundador da Rising
Tide Foundation <http://www.risingtidefoundation.net/> , com sede em
Montreal.   Email:   matt.ehret@tutamail.com

O original encontra-se em thesaker.is/
<http://thesaker.is/what-the-great-reset-architects-dont-want-you-to-understand-about-economics/>

In
RESISTIR.INFO
https://www.resistir.info/crise/ehret_20out20.html#asterisco
31/10/2020

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