quarta-feira, 6 de julho de 2016

Todo mundo em pânico: clima de tensão se instala de vez em Brasília


Todo mundo em pânico: clima de tensão se instala de vez em Brasília

Medo de prisões e do aparecimento de mais conversas gravadas domina os
bastidores do Congresso Federal


Katia Brembatti

Os bastidores do Congresso Nacional estão tomados por especulação e temor. Desde
a semana passada, quando começou a circular a informação de que parlamentares
poderiam ser presos em breve, a tensão se instalou de vez nos corredores e nos
gabinetes da Câmara e do Senado.

Segundo fontes consultadas pela Gazeta do Povo, nunca antes na história do
Brasil o clima foi de tanta apreensão. O receio de muitos políticos é tanto com
o envolvimento direto – a partir da possibilidade de serem citados em gravações
ou delações premiadas que possam levar à prisão – como com a ruína na imagem de
aliados próximos, como Renan Calheiros e Eduardo Cunha.

Veja tambémJanot pede prisão de Renan, Sarney, Cunha e Jucá por tentativa de
barrar a Lava Jato. Alvaro Dias propõe renúncia geral do Executivo e do Congresso
Peemedebistas reagem com “indignação” ao pedido de prisão

Um deputado paranaense contou que o clima era de mais apreensão na semana
passada. A partir desta terça-feira (7), com a divulgação de que o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, havia pedido a prisão de Eduardo
Cunha, Renan Calheiros, Romero Jucá e José Sarney, o foco deixou de ser o medo
de ser alvo de operações policiais e passou a se concentrar nas consequências do
momento de fragilidade que atinge o governo e a cúpula do Congresso. Aliados
estão a perigo, ameaçando toda a rede de laços políticos.

Segundo o deputado federal Chico Alencar (PSol-RJ), o risco de Cunha, Renan e
outros parlamentares serem presos já estava correndo ‘à boca pequena’, nos
grupos de conversa. “Há uma ansiedade, um rumor permanente. Começaram a falar
que o Teori Zavascki estava fechado no gabinete e que nas outras duas situações
que o ministro do STF agiu assim o resultado foi a prisão do senador Delcídio do
Amaral e o afastamento do Cunha”, comenta.


Alencar relata que segue em alta o receio, por parte de alguns parlamentares, de
serem citados em gravações feitas por ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado
ou na aventada delação de Marcelo Odebrecht. “Quem tiver que perder o sono, que
perca”, brincou.

Para o deputado, além do receio do envolvimento direto, também o que está em
jogo para muitos políticos é o fim do sistema de financiamento eleitoral, pelo
menos da forma como estava estruturado. “O ambiente é de insegurança, com a
perspectiva de tudo desmoronar. Uma situação que não vi em quatro mandatos”,
resume.

Segundo Alencar, nunca se viu “tanto cenho franzido, tantas mãos trêmulas. E
olha que parlamentares são hábeis na arte de dissimular”.

PGR pediu prisão de Romero Jucá, Eduardo Cunha e Renan Calheiros.
Ilustração/Robson Vilalba
Conforme reportagem da Gazeta do Povo, ao menos 36 senadores e 52 deputados
estão na mira da Operação Lava Jato.

Também o senador Alvaro Dias (PV-PR) falou sobre o clima de tensão, sem
paralelo, que está assombrando o Congresso. “Agora vem esse pedido de prisão,
mas nos dias anteriores já havia a especulação”, conta. Diante da sensação de
ruína iminente, ele chegou a defender a renúncia de todos os eleitos do
Executivo e do Legislativo e a convocação de eleições gerais. A expectativa é de
que as delações premiadas que estão em fase de homologação devem comprometer
ainda mais as instituições.

In
GAZETA DO POVO
http://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/todo-mundo-em-panico-clima-de-tensao-se-instala-de-vez-em-brasilia-713772xiinwdj2i3ctr17t6ig?ref=yfp
7/6/2016

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