sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Rumo à greve geral?


O papel do Sinasefe na atual conjuntura

Unidade Classista

 Depois de transcorridos seis meses de governo ilegítimo de Michel Temer
(PMDB/PSDB) as suas promessas feitas para a burguesia estão sendo celeremente
implementadas. Neste curto período, o usurpador já conseguiu aprovar em dois
turnos na Câmara a PEC 241/55, “PEC da Morte”, aproveitando-se do fisiologismo
que impera no Parlamento brasileiro e da pressão dos setores empresariais. Em
seguida à PEC, as pretensões são aprovar as reformas previdenciária e
trabalhista, o que no conjunto representará para as condições de vida dos
trabalhadores um retrocesso para o momento pré-constituinte de 1988 no que tange
à proteção social estatal e ao período pré-CLT de 1943 em relação ao regramento
da compra e venda da força de trabalho.
A aprovação do limite para os investimentos sociais – sem qualquer limitação
para os gastos com a dívida pública – imporá uma radical alteração nos serviços
públicos brasileiros nos próximos anos. Os mecanismos de terceirização
expandidos durante os anos dos governos de conciliação de classe (PT/PMDB) serão
generalizados ao máximo, com forte tendência ao fim da educação pública como
direito de todos e um dever do Estado, abrindo-se caminho para o fim da
gratuidade e mesmo de demissão de servidores públicos.
Brasil afora as bases do SINASEFE tem mostrado a disposição para a mobilização e
a luta contra o governo golpista e suas medidas, em especial a PEC 241/55. O
debate sobre os efeitos dessa medida tem sido feito a exaustão junto aos
servidores, aos alunos e aos pais, contribuindo para difundir uma perspectiva
contra-hegemônica à PEC, à contrarreforma do Ensino Médio, às reformas e ao
governo golpista em si. Uma geração de novos ativistas tem despontado nestes
últimos meses diante da gravidade da situação, todos dispostos a travar o duro
embate contra os anseios da burguesia rentista e da sua sanha sobre os fundos
públicos.
Não por acaso, a fim de viabilizar a repressão aos servidores públicos em luta
contra a tendencial extinção dos serviços públicos, no último dia 27 de outubro,
o STF – coerente com seu papel central no golpe parlamentar, jurídico e
midiático em curso – decidiu pela constitucionalidade do corte de ponto dos
servidores em greve. Esta decisão é apenas mais um elemento da realidade
concreta que demonstra a convicção da classe dominante em operar uma derrota
histórica à classe trabalhadora brasileira.
A Corrente Sindical Unidade Classista entende que a realidade concreta é
qualitativamente diversa da realidade que deu origem às últimas greves do
SINASEFE, que se desenvolveram em períodos de relativa estabilidade econômica e
política e que tinham por objetivo pautas econômicas (reajuste, carreira,
condições de trabalho). Tais condições não são as mesmas desde 2015, dada a
agudização da crise econômica e da crise política. Com a efetivação do golpe
jurídico-parlamentar a classe dominante superou seu momento de indefinição
institucional, unificando-se em torno do governo golpista e da sua disposição de
criar um ambiente institucional escancaradamente antissindical para viabilizar
os ataques. Nesta nova realidade concreta não se faz viável a reedição de
táticas do período anterior: uma greve aos moldes de uma greve econômica
tradicional não condiz com a magnitude do que se pretende enfrentar.
No entendimento da Unidade Classista, a conjuntura é grave e exige sim uma
greve, mas que deve ser construída em unidade com amplos setores da classe
trabalhadora. O momento pede a continuidade e a intensificação do trabalho de
base junto aos mais diversos sindicatos e segmentos populares (movimentos
sociais e estudantil), articulados em torno de Fóruns Estaduais/Municipais
capazes de construir uma ação planejada e coerente. Deve-se explicar a
conjuntura, seus perigos e as suas possibilidades para assim ampliarmos as
mobilizações para o conjunto dos servidores públicos, dialogando e expandindo a
unidade com os trabalhadores do setor privado. Há abertura na classe
trabalhadora para o debate contra-hegemônico proposto pelo movimento sindical
classista, mas este deve atuar de forma organizada a partir das bases. O acúmulo
de forças se faz necessário para se derrotar o governo golpista.
Por isso reafirmamos a necessidade de construção da Greve Geral para derrubar o
governo Temer e suas medidas. Obviamente esta necessidade histórica tem
esbarrado na herança de 13 anos de apassivamento da classe trabalhadora e nas
vacilações das direções de várias centrais sindicais que não constroem na base
como deveriam. Esta realidade concreta exige dos ativistas a paciência para não
se “queimar a largada” que pode surtir efeitos contrários aos esperados. Uma
greve isolada do SINASEFE em conjunto com a FASUBRA corre o risco de sofrer um
duro ataque do governo, do Judiciário e da mídia burguesa, logo agora quando a
Rede Federal está sendo estigmatizada a fim de viabilizar a sua extinção.
Cabe ainda dizer às seções sindicais com greve já deflagrada da imensa
necessidade de se construir uma mobilização que, de forma dinâmica e cotidiana,
dialogue didaticamente com o conjunto da classe trabalhadora com o objetivo
claro de fortalecer a possibilidade de uma Greve Geral.
Especial atenção deve ser dada pelo SINASEFE ao setor da educação, buscando não
só sintonizar as iniciativas com o ANDES e a FASUBRA, mas também com os
sindicatos nacionais e estaduais das redes estadual e municipal de educação e
com os movimentos estudantis e sociais.
NÃO À PEC 241 (PEC 55)!!!
NÃO ÀS REFORMAS DA PREVIDÊNCIA E TRABALHISTA!!!
PARALISAÇÕES E MOBILIZAÇÕES RUMO À GREVE GERAL!!!
TODO APOIO ÀS OCUPAÇÕES ESTUDANTIS SECUNDARISTAS E UNIVERSITÁRIAS!!!
FORA TEMER!!

In
UNIDADE CLASSISTA
http://csunidadeclassista.blogspot.com.br/
3/11/2016

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