quarta-feira, 7 de junho de 2017

Construir uma nova Greve Geral e avançar na reorganização da classe trabalhadora


Unidade Classista



Na última segunda-feira (29), as centrais sindicais reuniram-se em São Paulo
para definir uma nova agenda de mobilizações após a vitoriosa marcha Ocupe
Brasília realizada no dia 24 de maio. O encaminhamento desta reunião é que a
próxima Greve Geral ocorrerá entre os dias 26 a 30 de junho, cuja data será
definida em nova reunião das centrais no dia 5 de junho.
O ano de 2017 tem sido atravessado por um calendário de lutas que se intensifica
cada vez mais. A realização da Greve Geral em 28 de abril teve uma importância
bastante expressiva tanto no sentido da mobilização da classe, que chegou a
40milhões de trabalhadores paralisados, como na perda de R$5 bilhões de lucro da
burguesia neste dia. Nessa jornada de lutas para barrar as contrarreformas e
pelo Fora Temer, a marcha Ocupe Brasília foi grandiosa, com a participação de
mais de 150mil pessoas na Esplanada. Para além do quantitativo de pessoas, o
destaque maior das lutas deste ano é o seu caráter classista nas pautas que
criam condições para a unidade de ação e também a capacidade que estas
mobilizações têm de desestabilizar o regime burguês em meio à crise política que
o país tem enfrentado.
Ao mesmo tempo em que estes elementos configuram um importante avanço político
da classe, é preciso reconhecer que estamos ainda caminhando em uma “mata
espinhenta” de articulação e unidade, pois a pauta defensiva que cria condições
para a unidade na resistência – barrar as contrarreformas da previdência e
trabalhista, terceirização e Fora Temer – se fragiliza quando apontamos
perspectivas para uma pauta ofensiva da classe. A reflexão necessária para a
conjuntura posta é projetar os desdobramentos da possível queda do governo
Temer, pois há um clamor entre expressivos setores da sociedade e,
especialmente, entre a esquerda, pelas “eleições diretas já”, como saída para a
crise. Porém, cabe aqui compreendermos que os recentes processos institucionais
reafirmaram o caráter de classe do Estado burguês, em que predomina o
estelionato eleitoral capitaneado por grandes corporações empresariais, as
quais, através dos investimentos nas campanhas eleitorais, definem quem será o
gestor dos interesses da burguesia no Estado brasileiro. Portanto, ao mesmo
tempo em que devemos empreender os esforços necessários a fim de preservar a
unidade de ação, não devemos alimentar ilusões com a democracia burguesa.
A crise posta no país explicitou amplamente que o sistema político brasileiro é
um verdadeiro balcão de negócios da burguesia, seja no programa neoliberal
clássico ou mesmo na perpectiva social-liberal operada pelos governos do PT.
Significa dizer que a mudança de presidente da república, tanto através de
eleição indireta como em eleições diretas nas mesmas regras existentes, dará
continuidade às perspectivas que beneficiam a burguesia em detrimento dos
interesses da classe trabalhadora.
A grande massa da classe trabalhadora e da juventude tem demonstrado sua aversão
à institucionalidade burguesa e canalizando essa indignação em ações cada dia
mais contundentes nas ruas e nas lutas. Em meio à abertura deste novo ciclo de
lutas sociais, ainda que de caráter embrionário neste momento, é fundamental
intensificar os processos de reorganização da classe. Três aspectos que a
conjuntura tem demonstrado ajudam a compreender esta perspectiva: a) a
constituição de comitês/frentes/fóruns populares contra as reformas e pela
construção da Greve Geral tem dado importantes passos para a organização das
ações do conjunto da classe; b) as bases das entidades pressionando as
burocracias sindicais para construir as lutas de massa; c) o avanço do campo da
esquerda revolucionária em ocupações e eleições sindicais e estudantis, como as
eleições do Sindipetro/RJ e da Apeoesp/SP, conquistando espaços e derrotando as
burocracias conciliatórias.
Nesse momento de ascenso das lutas sociais, é necessário centrarmos a nossa luta
para mudar a correlação de forças e avançarmos na agenda de resistência para uma
ofensiva da classe sobre o regime político e a burguesia. A construção do
Encontro Nacional da Classe Trabalhadora é fundamental para estabelecer um
programa que unifique os setores classistas, dispostos a derrotar os setores
reacionários e superar a conciliação de classe. Assim como, estabelecer uma
forma organizativa que dê encaminhamento às lutas sociais com caráter nacional e
que estabeleça as agendas de ações para elevar o patamar de enfrentamento e de
consciência de classe.
Para este momento, é fundamental a construção de uma nova Greve Geral, ainda que
para o final do mês de junho, que envolva as categorias organizadas em seus
sindicatos, a juventude e os movimentos populares. Para tal construção, é tarefa
da militância organizar assembleias e plenárias para deliberação favorável à
Greve Geral e definição de processos de construção desta agenda.
Ao mesmo tempo, também torna-se imprescindível intensificar a disputa de
consciência dos setores da classe trabalhadora, especialmente nas periferias e
bairros pobres, canalizando a indignação para o enfrentamento às políticas da
burguesia operadas pelo Executivo, Judiciário e Legislativo, assim como para
derrotar o Governo Temer, incluindo aí a sua derrubada.

Greve Geral contra Temer e as Reformas!
Construção dos comitês populares contra as Reformas!
Estatização sob controle dos trabalhadores das Empresas Corruptoras!
Unir as lutas para emancipar a classe!

In
UNIDADE CLASSISTA
http://unidadeclassista.org.br/uc1/2933
2/6/2017

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