terça-feira, 26 de setembro de 2017

Relatório expõe desigualdade social no Brasil, onde seis bilionários concentram a mesma riqueza que metade da população mais pobre



CSP CONLUTAS

Sob o título “A distância que nos une”, a organização Oxfam divulgou nesta
segunda-feira (25) um relatório que traz dados sobre as desigualdades
brasileiras. Um retrato gritante que revela, por exemplo, que apenas os seis
brasileiros mais ricos no país concentram a mesma riqueza que a metade da
população mais pobre (100 milhões de pessoas).



Segundo o estudo, se esses seis bilionários gastassem um milhão de reais por
dia, juntos, seriam necessários 36 anos para acabar com seu patrimônio. A saber,
essas seis pessoas são Jorge Paulo Lemann (AB Inbev), Joseph Safra (Banco
Safra), Marcel Hermmann Telles (AB Inbev), Carlos Alberto Sicupira (AB Inbev),
Eduardo Saverin (Facebook) e Ermirio Pereira de Moraes (Grupo Votorantim).

O estudo conclui ainda que os 5% mais ricos detêm a mesma fatia de renda que os
demais 95%.

Na outra ponta, o relatório revela que um trabalhador que recebe um
salário-mínimo por mês (R$ 937) teria que trabalhar 19 anos para obter o que os
considerados super-ricos (0,1% da população) recebem em apenas um mês.

Ainda segundo estudo da ONG, a concentração da renda no país traz outros dois
elementos que agravam a situação: a desigualdade de gênero e raça.

O relatório demonstra que, mantida a tendência dos últimos 20 anos, as mulheres
trabalhadoras só chegariam ao mesmo salário que os homens no ano de 2047. Já os
negros teriam uma equiparação de renda com brancos somente em 2089. Como sempre,
as mulheres negras ocupam um lugar ainda pior nesse ranking.

Um dado chama a atenção no estudo. Considerando os últimos 15 anos, o Brasil
retirou da pobreza mais de 28 milhões de pessoas, entretanto, a grande
concentração de renda no topo se manteve estável.

Levantamento recente aponta que, entre 2001 e 2015, os 10% mais ricos se
apropriaram de 61% do crescimento econômico, enquanto a fatia dos 50% mais
pobres foi de 18%40. Neste mesmo período, a concentração de renda no 1% se
manteve estável, no patamar de 22 a 25%.

Os dados são gritantes e revelam que seja nos momentos de crise ou de
crescimento econômico, a política dos governos acaba favorecendo os ricos e
poderosos.

In
CSP CONLUTAS
http://cspconlutas.org.br/2017/09/relatorio-expoe-desigualdade-social-no-brasil-onde-seis-bilionarios-concentram-a-mesma-riqueza-que-metade-da-populacao-mais-pobre/
25/9/2017


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